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ACÚSTICA ARQUITETONICA
Robert B. Newmon
Arquiteto . Professor do
Mouochusetts Ins'itufe of Technology
Foi nomeado, pejo período de três anos, poro o quadro de Dirigentes do Instituto
de Pesquisas em Construções do Conselho Nacional de Pesquisas. E' membro da
Sociedade Americano de Acústico e presidente dos Comités de Acústica em Arqui-
tetura. Autor de diversos artigos inseridos em publicações sôbre orquite tu ra, tem
proferido d iversas conferências sôbre acústico em reuniões no Instituto Americano
de Arquitetos e em outras entidades profissionais.
o fe rec i m e-n to
da indústria pioneira, aos pwneLros e estudiosos da Acústica no Brasil,
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íNDICE
Parte 1 Pagina
Porte 11 Boletim
Amp lificoçêio do som - Contrôle de Reverberação - Planejam ento de ambie nte acústico idea l'
- CuidaGo com cifras únicas ... ... ... ........ .... ......... . ....... 42
Diagramas de critério de ruido
História de Casos - Audit6rio do Ginásio de littleton, Massochusets 43
Capela do "Mil "
Cidade Universit6ria de Caracas 44
Audit6rio do "Mil Kresge"
Teatro do liceu de "Dallas Memorial Auditorium" ..... .•...•... 45
"St. Stephens Episcopal Church", Ohio ............ 46
Rino l ev i, arquiteto *
o progresso alcançado pe la acúst ica nestes últimos 40 bitação. O prob lema deverá ser enquad ra do no zo-
anos, desde que começou a ser encarada cientlfica- neamento da cidade, tend o em vista a criação de zo·
mente, é realmente notável. Os conhecimentos neste na~ industriais e residenciais nitidam ente separadas.
campo encontram hoje ap licação em vár ios setores da
ciência, da "engenharia, da medicina, da indústria e Numa cidade como São Paulo, que cresceu desorde·
da arquitetura. ' nadamente e sem contrôle e que se apresen ta com as
anomalias mais flagran tes, dever·se- ia provocar a mu-
Vejamos, em síntese, sua importância na arqu itetura. dança pau la tina das indúst rias nocivas colocadas em
Mas, antes de mais nada, convém esclarecer que por bairros residenciais.
arquitetura não se deve entender apenas o estudo e
a const rução de um edifício. Arqu itetura abrange, Essas indústrias deveria m instala r-se fora da cidade,
igualmente, um conjunto de edifícios destinados a uma em lugares a fastados. Isto, além do mais, provocaria
comunidade, qualquer que seja o tamanho desta, envol- a retirada da cidade de considerável massa de tra·
vendo todos os problemas, serviços e equ ipamen tos ne- balhadores, para a qual se criariam núcleos orgân icos
cessários à vida coletiva. Ass im, o seu campo de ação de habitação, com melhores condições de vid a do que
se estende ao estudo da cidade, da região e do país. as que possuem atualmente.
De uma mane ira geral, podemos dizer, de acôrdo com Essa med ida, ao mesmo tempo, teria a virtude de
os ma is autorizados estud iosos 'do assunto, que a ar· desafogar consideràvelmente a cidade, o que perm iti.
quitetura define o espaço destinado à vida do homem, ria solucionar outros problemas da maior urgênc ia.
envolvendo aspectos físicos, econômicos e sociais.
Com relação aos ruídos da rua, provenientes dos
Feito êste esclarecimento, passemos ao te ma destas veícu los motori zados, o problema se apresenta bem
considerações. mais complexo e difíc il de solucionar nas cidades ex is-
Os _problemas acústicos que se apresentam na arqui. tentes (Medidas realm ente efica zes numa transfo rm a·
tetura sã? de duas espécies, assim defi nidos: ção radical da estru tura urbana o q ue não é fácil de
real izar).
10 Proteção contra os ruídos, tendo em vista o sossê· A rua, na nossa estrutura ur.bana, nada ma is é que
go, a saúde e a capacidade de trabalho do in· um corredor, com pista para veículos e para pedestres,
víduo.
e com edifícios em ambos os lados. E' uma remin is-
20 Condicionamento acústico dos a mb ientes, tendo cência da cidade antiga, pacata e feliz, quando a
em vista a boa audição. velocidade era determi nada pelo ritmo do cavalo.
2
• boletim men sal do Instituto Brasileiro de Acústica
1 a R e d a ~ ã o: Or. B. Bed rikow Eng. R. P. Richte r Be l. J. L. Cardoso Dr. R. T. Motto O. Ab u·Ja mra Arq. W. G. Ramos
Sede, São Pa ulo : R. Joõo Brícolo, 24 _ 2.°, Rio: Av. Almle. Barroso, 54, g. 1505, B. Hor izo nte: R. Paraíba, 697
A ARENA DA ARQUITETURA
Rebert L. Geddes
(Prog ressive Architecture)
Os arqu itetos estão constantemente remodelando a estrutura torna-se leve e fina. O espaço não é iso-
arquitetura: introduzindo novas idéias e reconsideran - lado, mas, aparentemente, continua sem barreira atra-
do as velhas. O desenho é, na realidade, a síntese vés de vidro, grades e jardins.
de idéias importantes. As priorida des dadas a estas
E' cada vez mais difícil concil iar-se o contrôle de
idé ias, a hierarquia de sua importância, umas rela!i':9'
ruídos com ou tras idéias em arte e tecnologia. Por
mente às outras, aparecem naqu ilo que um arquiteto
exemplo, a "continuidade" é uma idéia importante,
constróe 8, às vêzes, no que êle diz . Infelizmente,
que serve de base a muita arquitetura contemporânea:
numerosas teorias e construções contemporân"eas ou
o fluxo de espaço, o plano aberto que significa con-
ignoram o contrôle de ruídos, ou o tratam como uma
tinuidade de espaçai e o fluxo de fôrças estruturais,
questão de estética superficial.
que condu z a uma estrutura contínua . Os chefes do
Pe rgunta-se pois qual a prioridade dada ao con- movimento moderno, de Wright a Le Corbusier, têm
trô le doe ruídos na seguinte proposição: "a arqui- praticado e pregado a importância da "continuidade"
tetura é uma arte e dificilmente algo diferente. O como idéia arquitetônica. Como podemos conseguí-Ia,
alvo da arquitetura é a criação de espaços belos, e e ainda controlar os ruídos?
tudo o mais está tão subordinado a isto que verda -
E' importante lembrar que a arquitetura está cons-
deiramente nõo existe" ( 1). A História está ao lado
tantemente mudando seu conjunto de prioridades. Nem
do autor. A arquitetura é, essencialmen te, uma arte:
uma arte visual, uma arte plást ica, uma arte espacial. o arqu iteto do centenário vindouro nem o arquiteto
Porém, deve-se perceber que o ex periência da arqui- renascen t ista colocaria as mesmas ênfases ou pr io-
tetura é receb ida por todos os nossos sent idos, e não ridades que nós colocamos. O conce ito renascent ista
un icamente pela visõo . "A qualidade do espaço é de espaço e est rutura, por exemp lo, era ma is está tico,
med ida pela sua temperatura, sua iluminação, seu am- isolado e celular; teria resolvido alguns de nossos pro-
biente, e o modo pelo qual o espaço é servido de blemas ruidosas de cr iação humana. Mas isto apre
luz, ar e som deve ser incorporado no conce ito do a porta novamente a novas possib ilidades? Há al-
espaço em si" (2). Como faremos o "ambiente do guma esperança de surgi rem conceitos que adm itam
espaço" uma parte do conceito do espaço? o contrôle de ruídos, senão no "centro da arena", ao
menos na mesma tenda que nos abr iga?
E' irônico que o movimento moderno seja chamado
de "funcional ista". Algumas das idéias de maior prio- Sempre, desde que o homem pela primeira vez ras-
ridade da nossa arquitetura não se baseiam em fun- tejou para dentro de uma caverna ou fez um abrigo,
cional idade mas em poesia. Os p intores têm exercido ex istiu um sentido da base "operacional" da arquite-
grande influência. Um arquiteto moderno diz: "a tura. A estética da estrutura sempre se baseou sôbre
transparência definitivamente é um dos nossos objeti- a resolução de pressões. Um arqu iteto moderno diz
vos. E' uma das novas possibilidades tecnológicas mais carregamento de um pêso, a resistência a uma fôrça ,
fascinantes. Podemos realizá-la com os me ios de que a reso lução de pressões. Um arqu iteto moderno diz,
dispomos, com os nossos materia is, com os nossos sis- que "um esp aço, em a rquitetura, most ra como foi fe i-
temas de aquecimento e com tudo" (3). Mas podemos to. Nada deve int rometer-se para enevoar a ev idên-
realizá-Ia e também controlar os ru ídos? Os proble- cia de como o espaço é feito. A junta é o começo da
mas ocasionadas pela transparência são muitos. A ornamentação em arqu itetura" (2).
3
De um modo semelhante, pode-se considerar a ma - "condicionamento aéreo" em nosso programa cons-
neira pela qual a construção "opera" para man ter trutivo .
fora a água : como a água é obrigada a gotejar de
E' essencial que o /l som" seja aprese ntado aos ar-
certas saliências, como mater iais exteriores se juntam
quitetos em têrmos de operações, antes, do q ue como
para serem impermeáveis à água, como calhas são
uso simplesmente de materiais acusticamente imper -
colocadas em tôdas as juntas.- O co ntrô le da água
meáve is. Afinal de contas, entendemos aquecimen tos
f'Jz parte da ordem espacia l básica da arquitetu ra, e
e condicionamento de ar em térmos de isolação, con-
do detalhamento de tôdos as juntas. O modo de con-
dutos, dclos, um idade, e assim por diante . Parece in·
trolar-se a água tornou-se uma base de expressão e
crível que a ma ior parte da litera tura de arquitetos e
enriquecimento na arquitetura.
fabricantes seja tão inmticulada sôbre as duas opera-
Estes dois exemplos - estrutura e o contrôle da ções básicas do som : transmissão e absorção.
água - indicam os possibilidades que podem ser en -
con tradas em uma base "operaciona l" para o arqui- Também é essencial que o "condicionamento sono -
tetura. Eles indicam a poss ibilidade de que o contrô- ro" seja previsível, dentro de lim ites razoáveis da exa-
le dos ruídos possa também entrar plenamen te numa tidão e economia de esfôrço, enquanto a construção
base teórica tanto quan to as necessidades prá t icas da ainda este ja sendo planejada. Está entendido que
arquitetura. Há dez anos, uma excelente apresenta- qualquer ruído é aceitável enquanto não incomodar
ção dêste ponto de vista foi feita por James M. Fitch, os ocupantes de um préd io; pode êste ponto de incô-
no seu livro "American Build ing" (4) . Fitch disse, que modo ser previsto com antecedência? O arquiteto
a função do "American Building" deverá ser a manu- tem todo o direito de proclamar que o problema não
tenção daquelas condições amb ientais ót imas, essenciais é o barulho; o incômodo é que constitui o problema .
para a saúde e felicidade do indivíduo e para o desen-
O que é que o arquiteto gostaria de saber a cê rca
volvimento pacífico e eficien te da sociedade ame ri-
do som? Por exemplo, como é que podemos prever
cana" .
a qualidade do som, o /lambiente" de um espaço?
Em defesa de nossos arquitetos deve ser dito que, Como podemos fazer com que um espaço pareça mais
até anos recentes, o e3tado natural em que vivia o nobre, ou mais aleg re, ou mais ínt imo, ou mais cl i-
homem era um ambiente sonoro simples. Nossos an- mático, ou mais particular?
cestrais ouviam alguns sons, e a maioria dêles eram
Qua l é a di ferença ent re as téc nicas de contrôle
agradáveis: o canto de um pássaro, ou o vento nos
acúst ico para espaços grandes e para pequ enos? Pode
pinhe iros, o chôro de uma criança. Se bem que a lgu ns
a qua lidade do som aliviar a monotonia de corredo-
dêstes sons pode riam ter sido perigosos por implica-
res? Como pode a qua lidade do som concorrer para
ção (como sinais de aviso), éles não eram nocivos à
uma sequência de espaços, um rítmo de espaços?
saúde por si mesmos. Mas irônico, então, é o fato
de que o ambiente sonoro criado pelo hom em 'de ho- Como precisa ser uma parede? O que precisa ser
je constitui uma verdadeira ameaça ao bem-estar da um piso? Entendemos muito bem estas questões do
Amér ica urbana . Pois foi a moderna sociedade indus- ponto de vista estrutural; por que não em têrmos de
trial que criou sons novos a um ponto em que os ní· sons, impactos, vibrações?
ve is sonoros em muitas fábricas e' esc ritórios estão no
limiar de dôr, e em que muitas áreá?urbanas possuem E' irônico que as idéias espacia is dos nossos dias
um nível médio de barulho que torna necessária a pro- te nham -se ocupado tão eloquentemente com estrutura
teção contra éle. Nós corrompemos nosso ambien te e luz, porém tão escassamente com o som. Se o pro-
natural, quieto. blema do contrôle acúst ico fôr claramente estabelecido,
de maneira que lhe seja dada uma a lta prio r idade en-
A arquitetura deve desenvolver-se mais plenamen te t re as idéias a serem incorpo radas nos pro jetos, poder-
do que uma "arte de ambientes". Um dos propósitos se-á predizer o advento de novos conceitos espaciais.
de uma construção deveria ser o operar como um fil-
tro selet ivo e uma barreira, tirando do corpo do ho- E o ou tro lado da moeda : enquanto a estrutura de
mem a carga do ambien te natural por êle produzido. uma construção se tornou um elemento express ivo (5),
Um dos propósitos de uma construção deveria S'3:r a os medidas de contrôle de som têm permanecido, via
contribuição para um ambiente humano. de regra, inexpress ivas. Fôrro falso é a image m
que ocorre mais comumen te à mente, quando é con-
O contrôle do ambiente não é a totalidade da a r- siderado o contrôle do som. Mas a finalidade da
quitetura, mas deve ser parte da ordenação básica futura arquitetura não é isso. Como um espaço é
dos projetos. O arquiteto deve faze r do contrô le dos feito, e como é servido de luz, calor, fô rça e som :
ruídos um problema seu. esta é a técnica integ rada que procuramos dentro da
Barreiras con tra som podem tornar-se uma parte da arquitetura .
expressão da arquitetura. Elas podem se r colocadas Mas devemos relembrar que a técnica é um meio
ao redor da fonte do barulho, ou em vo lta da v ít ima, para um fim, e não um f im em si. A arquitetura é
ou ambas as coisas _ Elas podem ser incorporadas nos
uma arte socia l e espacia l: sua função essencial é
primeiros pensamentos sôbre a natu reza dos espaços.
ajudar a resolver alguns dos problemas do homem e
Como as barrei ras contra a água, as barreiras contra
a enriquecer o seu espírito.
o som podem contribui r para a riqueza de expressão
da arqu itetura . Mater iais acusticamente absorventes
ou refJetentes podem ser dotados de uma vida própriai
e materiais tradicionais podem se r reconsiderados em (l) Philip Johnson.
(2) Louis Kohn.
têrmos de suas propriedades sonoras. Isto poderia
(3) Morce l Breuer.
acontecer, mas não aconteceu, porque o "condiciona - (4) Houghton Mifflin Co.
mento sonoro" ainda não possuia a importância do (5) Nervi, Le Corbusier, etc ..
4
JANEIRO 1960 N.· 21
REDAÇÃO
Df', Bernardo Bedrikow - Eng. Q Roberfo
Paulo Richter - Bel. Joõo l el lis Cardoso
- Orlando Manoel Brogiolo.
Sede provo R. Maranhão, 88 - S. Pllulo
BO LE TI M MENSAL
I
Todos sabem que a acústica é importante em audi- cretária de um vice-pres idente se queixou de estar em
tórios, teatros, salões de concêrto, estúdios de rád io e d ificuldades de escrever cartas, porque, frequentemen -
televisão, ou em igrejas. Mas, quantas vêzes nos cien- te, ficava confundida pelo ditado do vice-presidente
tificamos de que prédios de apartamentos, edifícios de do escritório vizinho J Essas pessoas resolveram o seu
escritórios, residências enfim, qualquer tip o de cons- problema, ao menos tempcràriamente, abandonando
trução, têm muitos problemas de acústica . . Cada ele- todos os outros escritórios - uma isolação acústica um
mento de construção tem alguma influência sôbre as tanto dispendiosa J O proprietário ficou desapontado
características acústicas do edi fício 8, a menos de que e surprêso de descobrir que, com o sistema de divisóes
todos os fatôres envolvidos sejam claramente compre- que possuia, nunca poderia ter nenhum grau de inti-
endidos e incorporados durante o proieto, raramente midade em escritórios adjacentes. "Talvez estivesse-
alcançamos resultados satisfatórios. mos melhores com paredes de alvenaria, disse o pro-
prietário, em desespêro. Sim, isto teria sido uma so -
Muitos problemas acústicos encontrados nas constru-
lução, mas não necessàriamente a única.
ções podem ser resolvidos sem qualquer despêsa adi -
cionai, por meio da aplicação sensata de princípios Certamente, em edifícios atuais não esperamos en-
básicos. No entanto, a tarefa de alcançar condições contrar paredes de tijo los divid indo escritórios particu-
realmente boas é mais complexa, se nos encam inhar - lares. Mas, não podemos conseguir a tradicional inti-
midade dos escritórios por meio de divisões da espes-
mos para componentes de construção mais leves e exi-
sura de papel, contendo tõda a sorte de buracos e
girmos ma ior flex ibi lidade e serviços mecânicos. Em-
fendas embutidas. S6mente por meio de uma inte-
bora as pessoas estejam tornando-se cada vez mais to-
gração cuidadosa cas técnicas de hoje, à nossa dis-
lerantes ao barulho e à falta de intimidade, assim mes-
posição, podemos conseguir intimidade com flexibi-
mo a inda existe o limite muito bem definido daquilo
lidade.
que os ocupantes dos edifícios aceitarão como padrão
de uma boa edificação. A produção de confôrto acús- Outro incidente d ivert ido passou-se em um grande
edifício, onde um dos executivos se queixou de haver
tico deixou de ser uma questão de adivinhações esperan-
transm issão excessiva de som entre o seu escritório e
çosas e adaptações posteriores. As medidas para uma
o do seu vizinho. A nova edificação está local izada
boa acústica podem e devem ser planejadas durante
em lugar afastado do centro da cidade, onde reinava
o projeto, da mesma forma que os problemas de aque-
grande quietude. Não havia ruído de tráfego urbano
cimento, ventilação, estrutura e iluminação. A nã':> ser
para fornecer aquela continuidade de ruído de fundo
que exista essa integração inicia l, cuidadosa, o custo
que tão frequentemente impedem as intrusões de sons
de uma adaptação posterior é onerosa.
estranhos proven ientes dos escritórios viz inhos. Nêste
caso particular, o som estava sendo transmitido por
Sem Surprêsas cima das divisões, através dos tetos de pêso reduzido,
para acima dentro do espaço vazio. As co isas foram
melhoradas, colocando argamassa por sôbre os tetos
O tema desta publicação poderia ser perfeitamente:
em questão. Agora êle diz : "Na realidade, as coisas
"Evitemos Surprêsas". As surprêsas acústicas em muitas
não estão tão melhores: de fato, pode ser até que
edificações novas não são devidas somente à negli-
agora estejam a inda piores. Este sujeito do escritório
gência proposital do arquiteto ou do construtor. Ela
vizinho, como primeira coisa que faz quando chega,
existe, também, por uma falta de conhecimento do mo-
de manhã, sempre conta uma piada à sua secretária.
do de comportamento do som e da maneira pela qual
Antes, eu ouvia a anedota, agora tudo o que posso
êle caminha de um ponto a outro, dentro de uma cons-
ouvir, são somente as gargalhadas ]".
tru ção (figura 1) . Recentemente, um grande edifício
de escritórios foi completado para uma companhia de Quanta isolação nós necessitamos realmente, para
seguros. As áreas executivas dos escritórios estavam consegu irmos a intimidade? Achamos que esta é uma
subdivididas por meio de paredes removíveis, muito pergunta realmente complexa, que de modo a lgum po-
bonitos e bem detalhadas (na aparência visual ). A se- de ser respondida com simples números. Isto depende
de estarmos falando de intimidade completa, confiden-
ciai, ou meramente isenção de distrações. Depende,
também, em grande parte, de quão barulhento fôr o
ambiente que circu nda o "ouvinte" . N o ruidoso cen tro ..... <;, ..,.",
... ,,,,' ... ,..........,..v<>s
da cidade, por exemplo, frequentemente bastam d ivi-
sões finas e leves; enquanto que em loca is mais afasta-
dos onde existe mais silêncio, poderemos necessi tar de
paredes de 2,5 cm de tijo los, ou en tão teremos de
regular o barulho de saída do sistema de ar condi-
cionado de modo que êle possa comparar-se ao baru-
lho encontrado na grande cidade. Cada caso ex ige
suas própr ias especificações mos, hoje isto pode ser ".e,,,,,,,,S ÇoI!.
.•
FEVEREIRO 1960 N." 22
REDAÇÃO
Dr. Bernardo Bedrikow - Eng. o Roberto
Pau lo Richter - Bel. Joõo lellis Cardoso
- Orlando MOóloe l Brogiolo.
B O L E T " I M M E N S A L
11
HISTORIA DE CASOS
Problemas g eraIs ROBERT B. NEWMAN
Arquiteto·Catedrá tico de Acústica do M.I.T.
--'
~~~~t~~l~~~·~ ~S ALTeRNATlv~S -_-_-_ dulado de painéis de meta l, que serve como refletor e di-
fusor de som. Assim, a palavra que tem origem em qualquer
parte do recinto será ou vida nas outras partes da área de
cadeiras, sem auxílio de sistema de amplificação sonora.
Isto é especialmente importante em recintos grandes como
I-ol..:l"TA:JU ....1TA
êsse usado para conferências com participação ativa da
CE. f\1ETAI.. assistência. Além disso, o desenho das paredes e seu tra-
tamento superficial evitam a formação de écos e concentra-
ções de som.
Muito frequentemente, porém, o arquiteto se confronta
com a tarefa negativa de proteger o ouvinte, que se encon -
tra numa residência, num escritório ou num hotel, contre o
som desejável. Este é o campo da acústica da construção .
Se ouvirmos pouco, no primeiro caso, ou demais, no se-
gundo, não será a "acústica" que será má, mas sim a inte-
ligibilidade do recinto ou a proteção acústica da edificação,
respectivamente .
BO LE TI M MENSAL
III
HISTÓRIA DE CASOS
ROBERT B. NEWMAN
Problemas gerais Arquiteto-Catedrático de Acústica do M.I.T.
9'lH[H~IA
Detalhe do Auditório
II
TARUGAMENTO 12"
DE CADA LADO
BO LET IM MENSAL
ROBERT B. N EWMAN N
Arquiteto Catedrático de Acústico do M.I.T.
IV
HISTORIA DE CASOS
Problemas g erais
- PASSAGEM PARA
SACRIS T IA
T ELH A DO DE PE ÇAS
M O L DADAS
PASSAGEM PAR'A
f.SC OlA DO MIN! CAl
INSTJTUlO
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-
BRASI1EtRD
./"1,--,
DE':\
ACÚSTICA
·i.
~
. ~ oi' ',..".~"'" ,
Dr. Bernardo Bedrikew - Eng. o Roberto
Poulo Richler - Bel. Joõo L. Cordoso _
L. A. Polhono Pedroso.
Sede : S. Pau lo - R. Jaõo Brícolo, 24, 24.0
~ .... .... _ . ~ . . ; '" ... :1 L ",-,- ,.,, ~A Rio· Av. Almirante Barroso, .54, gr. 150.5
BO LET IM MENSAL
TODA CON
. " . STRUÇÃO POSSUI PROBLEMAS ACÚS T ICOS
V
HISTORIA DE CASOS
Problemas gerais
RO BERT B. N EWMAN
Arquiteto - Catedrático de Acú~tlca do M.I.T.
.. ".
hl~u <O'"P"",;do
'''.~..:::;:r:::;~h"
So lo de au la da Morse School
Construções de telhados inclinados apre- sob uma laje metálica de chapa dobrada
sentam um problema extremamente difícil (formando cana letas). Um bom desenho
quando os requisitos acúst icos exigem que de detalhes e cu idadosa supervisão duran-
as divisões sejam rigorosamente vedadas te a constru ção eliminaram êsse vazamen-
em relação aos referidos tetos. Ao plane- to acústica potencialmente sério. A cons-
jar a Morse School, Cambridge, Massachu- tru ção das d ivisões proporcionam dessa
setts, os arquitetos reconheceram de ante- maneira um isolamento acústico satisfató-
mão os problemas a serem enfrentados com rio, entre os aposentos, porque, o va za-
d ivisães de salas de aula, arrematando mento de som foi evitado.
Boa distribuição de som re f letido foi alcançado no auditório da Morse
School at ravés da orien tação adequada de dois p lanos re lativamente sim-
ples de teto de rebôco duro : um ascendendo da cbertura do proscênio e
juntando -se a um segundo que se inclina para baixo na pa rte de t rás. A
... . ,,"'''"=
parede dos fundos é revestida com um ma te rial abso rvente de som para
controlar o éco. O tratamento absorven te de som restante, necessário para
o contrôle de reverberação, é incorporado nas duas áreas de parede do
lado de cima, que não são ut ilizadas para o re fôrço de som vindo do
palco . Faixas de ma terial acústico pe rfurado do t ipo pad ronizado, foram
BO LE TI M ME N SA L
VI
HIS T OR I A O E CASOS
Problemas gera is
HORIZONTAL PARC I AL
Rlpos de modeiro SI O
Oisl oncio_, de 1/4'·
Foc. do Po'ede d._
Blócos a. conc'eto
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BO LE T IM MENSAL
Problemas Gerais
ROBERT B. NEWMAN N
Arquiteto Co tedr6t ico de Acústico do M.LT.
R IGI OA • DE
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REVESTIMENTO DE GfSSO
Além das cortinas e do teto suspenso de ripas de madeirCl, nenhum outro dispo-
sitivo foi necessário para reduzir o tempo de reverberação. Com o teto suspenso
ondulado, que, no caso, também servia para disfarçar os encanamentos e a luz fluo-
rescente, os projetistas evitaram superfícies de soalho e teto paralelas, que poderiam
ter ocasionado um problema de ressonância. Ao mesmo tempo, as ripas agem em
uníssono, como uma superfície refletora para dar uma distribuição melhor à energia
sonora. Um problema de ruído, oiiginado peja montagem direta de estabilizadores
para luzes fluorescentes sôb re o teto de concreto e rebôco duro foi reduzido ao mí-
nimo, colocando-se estabilizadores de um tipo silencioso e trocando-se algumas das
peças da instalação de luz. Jyring & Whiteman, arquitetos.
BO LE TI M ME N SA L
ROBERT 8. NEWMANN
Arquiteto Catedrático de Acústico do M.I.T.
Frequentemente, um arqu iteto pergunta: "Qua l é rios. Muito mais frequentemente, sõo aplicados a 'as-
a forma ideal para um auditório?U Felizmente, o en - suntos cotidian os, comuns no desenho arquitetônico.
genheiro acústico pode responder ; "Não há uma sól" Por exemplo, o arquiteto de um novo prédio de apar·
Mas êle pode ajudar o arquiteto a chegar a uma so· tomentos poderá perguntar quais as medidas necessá·
lução do projeto que, devido à forma básica do es· rias para transformar uma sala de máquinas, localiza·
paço, necessitará pouco mais de tratamento ou con· da no andar térreo, em um bom vizinho para com
formação corretiva. Às vêzes, êste esfôrço de cola· apartamentos, imediatamente superiores. Depois que
boração entre arquiteto e engenheiro pode conduzir o engenheiro acústico tiver acabado de indicar uma
a soluções novas, estéticas, funcionais para certos m;. base an ti-v ibratór ia, tetos, com material especial, etc.,
pectos da projeto que tiverem sido determinados por que seriam exigidos, o arquiteto poderá concluir que
considerações acústicas. Por ou tro lado, o arquiteto seria mais simples e menos custoso colocar todo êste
poderá dizer : "Eu sei que isto não funcionará, do equipamento em outra construção, fora do prédio. Ta l
ponto de vista acústico, mas é êste o aspecto que solução não só poderá ser menos custosa, mas, ainda,
eu quero para o recinto. O senhor não quer me poderá muito bem condu zir a uma solução final mais
ajudar a fazê -lo funcionar?" O engenheiro consciente satisfatória do problema ruidoso, para os ocupantes
poderá tentar d issuadir o seu cliente de uma aproxi· do pri meiro andor. Quando insistimos em colocar uma
mação dêste tipo, mas, de qualquer forma êle é abri· fonte de ruídos num recinto próximo a outros que de·
gado a fazer o melhor possível mesmo numa situação vam ser silenciosos, achar· nos·emos inevitàvelmente, en·
difícil. Muias destas aproximações "corretivas" têm volvidos numa construção enormemente complexa e
resultado em excelentes auditórios. custosa, o que poderia ter sido completamente evitado,
No entanto, os aspectos de concepção de um pro- se a fonte de barulho simplesmente fôsse afastada
jeto não se restringem somente ao campo de auditó- para longe.
Por outro lado, no uWarren Petroleum Building", em estavam máquinas. Estas, depois tinham de ser men~
Tulsa, Oklahoma, o arquiteto e seus engenheiros sen- todas, sôbre êste sanduíche duplo de laje, em mon -
tiram que o único local sensato para o equipamento tagens especiais "rubber-in -shear". tste tratamento
mecânico seria o último andar (vide história dêste provou ser inteiramente satisfatório e, nos escritórios
caso na Parte 11). Logo abaixo estavam os escritórios abaixo, não se tinha consciência do funcionamento de
equipamento mecânico. Certamente houve certas des-
administrativos da companhia; e o proprietário havia
pesas adicionais para fornec~r êste tipo de tratamento,
exig ido que êles fôssem "completamente silenciosos".
porém, todo mundo reconheceu de início que elas eram
Nêste coso, a laje do piso do andar destinado 00 equi -
necessárias. Um tratamento posterior, tipo remendo,
pamento mecânico havia sido projetada com duas po-
não poderia ter resolvido o problema ruidoso que ine-
legadas de concreto sôbre cobertura de metal on -
vitàvelmente ter ia surg ido.
dulado. Durante a fase de cálculo, foi necessário au-
Frequentemente, não podemos decidir qual o modo
mentar -se a espessura para seis polegadas e cobrí-Ia apropriado de agir com o planejamento de uma cons-
com uma camada de 3 % de polegadas de material trução, mas podemos dizer que as medida,; para boa
elástico e, depois, com outra camada, de oito pole- acústica devem ser planejadas com antecedência. Cor-
gadas, de concreto leye, sendo que esta espessura au- reção posterior quasi nunca é econômica ou satisfa-
mentava até o valor de 1 pé em todos os locais onde tór ia.
Em acúst ica arquitetônica, estamos interessados em lôr, etc.). Isto é muito importante quando começamos
do is objetivos muito simples: (A) Obtenção de um am- a avaliar, no planejamento de comunidades, os efe itos
biente acústico satisfatório; (B) Obtenção de boas con- de barulho, como por exemplo, de aviões ou indústrias.
dições de audibi:idade. Em mu itas situações, ocupa- Enquanto que uma separação máx ima entre atividades
mo -nos somente com o ambiente, mas, frequentemente, ruidosas e áreas residenciais é desejável, ficamos logo
a boa aud ibilidade constitúi um objetivo igualmente sabendo que, para cada vez que dobramos a d istância
importante do plano. entre fonte e receptor, reduzimos a intensidade per-
E' essencial, em qualquer discussão de acústica ar- ceptível do som de somente cêrca de um têrço. Isto
qu itetônica, entender-se a lguns dos fatos básicos acêr ~ frequentemente significa que temos de recorrer à téc-
ca do som - o que êle é, o que nos faz gostar ou nicas diversas de simples separação para reduzir o
desgostar dêle, como podemos controlar a sua trans- barulho.
missão de um lugar para o outro e, o mais importante Quando uma onda sonora encontra um obstáculo de
do ponto de vista arquitetônico, como podemos incor- dimensão apreciável, tal como uma parede ou um
porar êstes conhecimentos na construção terminada . teto, uma parte dela será refletida e outra parte absor-
O som é simplesmente um movimento ondulatório vida, e, ainda, outra parte será transm itida a algum
fís ico, no ar. Consiste de movimentos de ida e volta espaço adjacente. A grandeza relat iva destas três
de moléculas no ar, criando uma série de compressões partes do som original é determinada pelas proprieda-
e rarefações. Na real idade, uma dada molécula não des físicas do obstáculo. Um rebôco denso, de super-
se desloca poro muito longe - ela meramente se fície dura, por exemplo, refletirá uma grande parte
move para a frente e para trás, conforme é empurra- do som que o atinge, enquanto que uma superfície
da ou puxada pelas suas vizinhas. A onda sonora, que macia, tal como de um tapête pesado, reflet irá muito
viaja a aproximadamente 340 metros por segundo, es- pouco de volta para o espaço. Absorção e reflexão
palha~se a partir da fonte, numa onda esférica, distri- será tudo que nos interessará, se restringirmos nosso
buindo sua energia por sôbre uma área cada vez interêsse ao espaço em que se origina o som. Porém,
ma ior, con forme se afasta mais do fonte . Isto é ver- muitas vêzes, também temos de nos ocupar com a par-
dadeiro em condições externas, ou em "campo aber- te transmitida para o espaço adjacente. Um obstáculo
to". Dentro de um recinto, as ondas sonoras são re- poroso ou de pêso reduzido transmitirá uma grande
flet idas muitas vêzes pelas superfícies envolventes e, parte da energia sonora original para o recinto adja-
a alguma d istância da fonte sonora, as intensidades cente e dará muito pouca isolação acústica . Os me -
são ma is ou menos un iformes através do recinto. Em canismos que regem a absorção, reflexão ou isolação,
campo aberto, a intensidade do som obedece à lei são muito d iferentes e devem ser claramente compre -
dos inversos dos quadrados, que podemos encontrar endidos se qu isermos prever exatamente o ambiente
em todos os tipos de propagação ondulatória (luz, ca- acústico numa construçâo concluída.
BO L E TI M ME N SA L
ROBERT B. NEWMANN
Arquiteto Caledrótico de Acústica do M.I.T.
múltiplos nas superfícies envolventes. Se o som refle- Nunca devemos confundir isolação térmica com isola-
grande inércia, resistirá a esta tentativa de ser movido, uma perda de transmissão do som de aproximada-
enquanto que, se fôr relat ivamente leve, poderá ser mente 40 dB, num campo sign ificativo de frequências.
movido e bastante. Quando o obstáculo é movido (Isto quer dizer que não se pode, ordinàriamente, ou-
para a frente e para trós pela incidência de onda so- v ir som de vozes, e, provàvelmente se pode, justamente,
nora em um de seus lados, ocasionaró, com isto, uma perceber o som de alguém gritando na sala vizinha ).
nova onda sonora, do outro lado. De um certo modo, Uma perda por transmissão de 40 dB representa uma
uma parede pode ser considerada como um d iafragma redução, na energia transmitida de 10.000 vêzes, ou
,
de alto-falante, sendo solicitado, em um de seus lados, seio sàmente 1/ 10.000 da energia que incide em um
por ondas sonoras, em vez de energia elétrica . A nova lado da parede é reirradiado do outro lado. Um bom
onda sonora, criada do outro lado do obstóculo, é a absorvente acústico, por outro lado, pode absorver
onda sonora transmitida , e é esta que nós ouvimos num cêrca de 70 ou 80 por cento da energia sonora inci-
espaço adjacente. A energia é meramente transferida dente. Os 20 ou 30 por cento restantes serão refle-
de um lado da divisão para o outro por movimento tidos de volta para o recinto para serem absorvidos em
direto do obstácu lo. Quanto mais pesado fôr êste úl- outro contato ou talvez sejam transmitidos, se o ma-
timo, menos som passaró através dêle. terial absorvente não estiver reforçado com um mate-
Podemos compreender também que, mesmo se um rial pesado e impenetrável. Estes 20 ou 30 por cento
material acusticamen te absorvente não permitisse uma transmitidos certamente, em ordem de grandeza, serão
migração propriamente dita da onda sonora através maiores do que o 1/10.000 ou 1/100 de 1 por cento,
dêle, muitos dêstes materiais são muitíssimos leves que atravessaram nossa parede de tijo los de 10 cm.
para possuir uma inércia significativa. Todos nós Se o material absorvente transmite 20% da energia
sabemos que uma cortina suspensa no meio de uma sonoro incidente, sua perda por transmissão de som
sola fornece muito pouca isolação acústica entre as seria de cêrca de 7 dB, que é aproximadamente o ti-
metades da salai então porque esperar de qual- po de isolação que seria fornecido por paredes muito
quer ou tro material, primitivamente projetado para finas (menos de 1/ 8" ) de madeira compensada. Assim,
absorção acústica, a obtenção de uma isolação sono- novamente constatamos que não só os mecanismos da
ra significativa? Muitas tentativas têm sido feitas isolação e absorção são muito diferentes, mas também
no sentido de conseguir-se materiais que combinam tos acusticamente absorventes e isolantes, que estamos
as propriedades de isolação e absorção. Mu itos os resultados obtidos são de ordem de grandeza mu ito
dia. Por exemplo, algumas unidades para tetos, de Também devemos perceber a tremenda importância
painéis de metal, vêm com um refôrço trazeiro impe- de vazamentos e fendas em obstáculos separatórios.
netrável e podem resolver o dificílimo problema da Tôda a energia sonora que atinge um orifício, atraves-
transmissão de som entre escritórios pelo caminho do sa-o. Um cálculo muito simples mostrar-nos-á que um
teto, quando as divisões, por razões práticas, devem orifício de aproximadamente 1 polegada quadrada,
terminar no teto suspenso. Uma barreira relativamente no meio de uma construção divisória acusticamente iso-
leve por trás ou embutida no material acusticamente lante de 100 pés quadrados, com 40 dB de isolação,
absorvente pode ser tudo o que seja necessário, se deixa passar a mesma quantidade de energia sonora
considerarmos que o som tem que atravessa r a barreira que o resto da parede! Por esta razão, existe muito
duas vêzes (através do teto em um escritório, ao lon- interêsse em tornar qua lquer obstáculo acusticamente
go do espaço forrado, por sôbre o teto suspenso, e isolante, completamente impermeável ao ar, e em evitar
através do teto do escritório adjacente). Porém nunca qualquer porosidade que seja, na construção.
BO LE TI M ME N SA L
'"Lt
dez. Uma divisão muito rígida não atuará precisamen- 1.22W - 1" .5I(G. / W! ,
'~
te tão bem, como esperaríamos com base somente no i
•• " '
e outros cantores experimentavam quando eram ca- do fa lo a dequado e ntre do is espaços adiacentes
pazes de despedaçar um copo, produzindo uma certa Podemos prontamente ver o efeito da rigidez, o bser-
nota. A divisão será facilmente excitada nas proxi- vando os resultados de medições realizadas em duas
midades de sua frequência natural, e torna-se quase divisões possuindo O mesmo ma terial de revestimen to
transparente ao som nesta frequência. Uma depres- mas de rigidez diferente (figura 2). A divisão "A" é
são, ocasionada pela ressonância da parede, num feita de duas p lacas de madeira compensada, contra-
diagrama de perdas por transmissão nas várias fre- p lacan do uma colméia de madeira (Honeycomb), e
quêncios, para um material de divisão de 19,5 kg/m 2 , pesa 24,5 kg/m2. A divisão "B" é do mesmo tipo,
é mostrada na figura 1. com exceção do núcleo, e as placas de madeiro com-
Quanto mais flexível o d ivisão, mais alta será sua pensada estão simplesmente pregada s em montantes
frequência natural de tensão e menos desastrada será de madeira cada 1,22 mi resa um pouco menos que
a redução da isolação na atuação total do parede. a divisão "A". Poderemcs constatar que a atuação
é melhor sem o núcleo, mesmo sendo a divisão "B'I
" r--------------------------------- mais leve que "A", porque quando a madeira com-
PUICA POR TRANSMiSSÃO tO ...... st: pen sada está livre, elo é mu ito menos rígida do que
•o" T ANTO NO Piso tOIllO "A ItlGIC[Z em combinação com um núcleo de colméia de ma-
••o deiro; de fato tem apenas cêrca de 0,2% do r igidez
,. " da divisão "A". As duas divisões são igualmente sa -
•
•i PERDA POR rr.A"IIIIISlio
um tanto quanto maior. Como estamos lidando com . -j., 'O ~OI'lA O . ~[TO II['L[TO I'I
f igo " /'.;.." í , .IIAIIOl
sons bem abaixo de 500 cps, deveremos possuir su - " ',1
perfícies bastante grandes para obtermos êste tipo de
reflexão direta. A superfície deverá também ser re-
lativamente dura e suficientemente pesada para resis-
tir ao movimento de vai -vém das moléculas no ar e
para forçar a onda a fazer meia volta e seguir em
outro sentido. A onda será refletida por êste objeto
grande de acôrdo co mas leis da ótica - o ângulo
de reflexão será igual ao ângulo de incidência. tste
tipo de reflexão direta est6 ilustrado na figuro 4. Uma
coisa im portante a ser notada é que, se bem que mui-
figo 5
tas vêzes desenhamos a direção de deslocamento de
uma onda sonora, como uma linha reta, a onda sono-
ra na realidade é uma ando esférica, cuja frente se
move em direção ao objeto refletor. Justamente como
no coso da luz, o objeto refletor refletiró aquela parte
da onda que o atingir - como um espelho, com uma
imagem virtual da fonte sonora do outro lado do ob-
jeto refletor. Se tivermos grandes superfícies curvas -
com estrutu ras em cúpula ou abóbada - o som re-
fleTido tenderá inevitàvelmente a focalizar-se conforme
se afasta da superfície, em vez de continuar a espa-
lhar-se, como faz com superfícies planas. As dificul-
BO LE T IM MENSAL
ROBERT B. NEWMANN
Arquiteto Cole dr6tico de Acústico do M.I.T .
HISTÓRIA DE CASOS
Técnicas especiais:
BO LE T IM MENSAL
5
Vi$hl de umo do s salas de aula
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PL ANTA T I PO DE SALA DE AU LA
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~. cÁ ."" DE_À-'
PAINE IS DE AC O L ==tttt----J1t11
POR C ELAN I ZAOO
lafetado •.
Os sistemas de ventilação para os SECÇAO DE DIVISA0 TIP O
conjuntos de salas de au la, foram
colocados de um modo que ev ite
"conversa cruzada" entre as salas, e
medidas adequadas para o contrôle
de ruídos foram incorporadas nos
dutos individuais. - Arqs. Skidmore,
Owings & Merrill.
6
Separata da Revista Acropole - Ano XXI I N . o 267
,.
JAN. 1961 - VOL. 11 - N.· 33
REDAÇÃO
Or o B. 8edrikow - Eng, O Ro berto Paulo
80 LE T IM MENSAL
APROXIMAÇÕES C R I A T I V AS , E CO~RETIVAS
' {c·
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I~ _ . __ _
PLANTA
REFLETIDA
PAINEIS ACUSTICAMENTE
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AL ABSORVENTE .:
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ALUM1N1Q PERFuRADO ,.
______-L~
~====================~~ ~~-----
SEÇÃO TIPICA
BO LE TI M ME N SA L
13
Uma consideração acústica primá ria, no pla- de modo que êles possam ouvir-se um ao outro
nejamen to do Departa mento Musical da "Co- e melhorar, ass im, a sua apresentação.
nard High School", em West Hartford, Connecti-
cut, envo lveu a cont rôle da transmissão de som Portas com uma face perfurada sobreposta a
ma teria l acústico absorvente, são usadas tanto
entre espaços usa dos simultâneamente . Pode-se
nas salas para corais, como para instrumentos,
consegu ir muito, acustica mente, por intermédio
para auxiliarem o contrôle de reverberação .
de um p lano cuidadqsamente pensado, com o es-
Tratamento, acusticamente absorvente, adiciona l é
t6 evidente neste projeto.
fornecido por faixas de chapas acústicas, apli-
Corredores amplos - utilizados como eficien- cadas em áreas de rebôco.
tes espaços de contrô le de ruídos - e duas por-
tas com pl etamente ,gaxetadas, sempre existem Nichols & Butterfjeld - arqu itetos.
=ntre duas salas quaisquer. Recintos de depósi-
to também são usados com grande van tagem
paro isolamento de sal as de música adjacentes.
fE
o planej amento de um ambiente acúst ico ade- S08~. ~ SALA, .
~ : PARA,
quado, dentro de cada um dos recintos.
~ . fONJUNTO HIt-- ---s. P/PRÁTICA
Para elim inar écos e ressonôncia exagerada
"'.....u ~
nas sa la s, foram evitadas superfícies d uras pa-
ra lelos. Uma colocação estudada de material
SALA
.. A,RA,
CONJUNTO
T] DE P. PI APARELHO
E SPORTIVOS
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SE CCA O EM II A"
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/ TETO DE CHAPAS ACÚS-
TlCAS SOBR E 1/4"DE
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MARÇO 196 1 - VOl. 11 - N.O 35
.- ----' I ', '"' REDAÇÃO
BO L E TI M ME N S A L
ROBERT B. N EWMAN
Arquiteto Cotedr61ico de Acústico do M.1.T.
HISTÓRIA DE CASOS
Técnicas especiais: VI
17
Técnicas especiais: VII
A JlBroadcating Station DZXL", Manila, contém dois
estúdios grandes, de tipo auditório, três estúdios para
dramas, e vários estúd ios menores. A primeira con -
sideração foi uma isolação adequada de cada um
dêstes espaços. Isto exigiu um grau significativamente
mais elevado de isolação, do que aque le exigido na
maioria das construções convencionais. Todos os es-
túdios possuem pisos de concreto de 7,5 em, flutuando
sôbre material elástico (fjbroso ) que, por sua vez, se
apoia na laje estrutural. Além disso, os tetos de cada
um dos estúdios são de rebôco não poroso, suspensos
em suportes de borracha resiJiente.
-PAR E DE DE TI~OLO FURADO PAIUDf: Df: TI~ OLD fU,,""OD-- Corte através do teto suspenso
I
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~ÇALAFETAÇÂO
DIVISORES DE
"""[1Ão CAl~fET"C~ (li; . ~
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COMPENSAOA
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REGUAS ~fRTIC~IS
BO LE T IM MENSAL
ROBERT B. N EWMAN
Arquiteto Catedrótico de ACÚ51 ico do M. !.T.
HISTÓRIA DE CASOS
Técnicas especiais: IX
GERAL 00 LOCIl'-
Rio Pelamoc
21
Técnicas especiais: X
Painéis de rnodelro
C[f
•
I d, Mod",o
Face do Material
_'pcH~b50r 'le nte 2"
0/
R,p'
spoço corn ar 75 crn
Materia l Absorvente 2""
r
neira que sejam transparen- SE CÇAO DE PAR E DE
tes (pe rmeáveis) ao som. D ,,,,do d, molho 0''''' . . / .... /;\
Atrás delas fo ram coloca-
das as várias superfícies SECÇÃO - ~'. , .\
acusticamente ref letoras e
ab::orventes, necessárias pa- '"--Material Acúst lcomente Absor'/enle2" ;'!' 't:
....Ffj:'
ra fornecer o grau desejado .-1- --1- _ ._._._- - '. ,
de difusão e reverberação. Voa de escadn Lombril Transpa rente
A sala dá a impressão de esco1oempés
ser circular, porém, acusti-
camente, ela é bastante di-
fusa. Devido ao alto grau
de difusão ocasionado pelo
teto duplamen te recurvado,
SECÇÃO TRANsvERSAL I/
o espaço tem demonstrado 11 Lombr;1
ser satisfatório também pa- Ironsporenle
Reslo~lonte Solos de Conferências
ra apresentações musica is, I
a lém do seu uso p r i n c i p a l , ; : : = l Instoloçoes do
qu e é oHugh
tórias. Stubbins - ora-
de atividades ar-
quitetai Werner Duettmann,
\~r~~~~~t:~rr~~I~~~e~jE~~~~~f~~~F~~~~'1~01d;~~0~i',"rO':õ~o
Franz Mocken - arquitetos._~Il-B[[[:[:Jl_ _ _ _J[=J[:)~-~::~::~..Illu..4_..l_~~Jl_-
associados . Grande 50guõo
BO LET IM MENSAL
M A TER . I A S E E Q U PAMENTOS
ROBERT B. NEWMAN
Arquiteto Catedrático de Acústica do M.I.T.
Assim como podemos dizer que tô- silenciosa disponível em cada uma resultados de medições em várias fre -
das as construções possuem proble- das categorias. Em cosas onde de- quências, mos sempre relembrando
mas acústicos, também pode ser dito sejamos um certo nível de cuídos de que números méd ios não descrevem
que quase todos os materia is e equi- fundo como "perfume acústico", para a atuação no campo intei ro das fre-
pamentos de construção têm proprie- tornar apropriados con juntos leves quências sonoras com o qual lida-
dades acústicas. de divisões....:... de um ponto de vista mos, na acústica arquitetônica.
Dentro de um espaço, materiais
de isolação acústica - a escolha do
equipamento pode rá não se dirigir Materiais Acusti camente Refletores
exigidos para reflexão de som são
no sentido de selecionar-se o equipa- A ma io ria dos materiais pode ser
diferentes daqueles exigidos para
mento mais silencioso disponível, mas, considerada "acusticamente refleto-
absorção de som e, nós já tivemos
em vez disso, por exemplo, em es- ra" por todo o campo de frequên-
ocasião de constatar, que a isolação
colher-se um difusor de ar que pos - cios, a não ser que se trate de um
acústica entre espaços é ainda outro
sua a quantidade desejada de ruí- material espedficamente projetado
assunto inteiramente diferente. Mui-
dos de características adequadas. para ser acusticamente absorvente.
tas vêzes, tombé m, exige-se a iso -
Madeiras, argamassas, unidades pré-
lação de uma peça de equipamento Uma discussão pormenorizada, das
mecânico vibrante, da estrutu ra do moldadas de alvenaria, concreto e
propriedades de muitos materiais de outros materia is semelhantes perten-
préd io, de tal modo que só esta pe- construção e tipos de equipamento, cem a esta categoriq. Alguns mate -
ça se torne a fonte de irradicção de não é, naturalmente, possível, den-
som, em vez de acontecer co m tôda riais com pequenas espessuras, as-
tro de um traba lho curto como o sim como madeira compensada ou
a estrutura circunvizinha. Isto intro- presente . E' favorável , no entanto,
duz tôda uma série de materiais para lâminas plásticas, podem ser selet i-
para qualquer pessôa envolvida no vamente re fletoras em ce rtos spm pos
contrôle acústico em construções e, projeto construtivo, estar a par das
geralmente, êstes abrangem bases de frequências, isto é, ê les pqderão
propriedades acústicas básicas e de fornecer alguma absorção acústica,
isolantes de vibrações para equ ipa- como estas afetam o ambiente acús-
mento rotativo ou alternado (mol as por ação de diafragma, usudlmente
tico . no campo das frequências inferiores.
de aço, borracha, cortiças, chapas
macias de fibra de madeira, etc.), Em se considerando materiais e Muito poucos fabricantes anunciam
assim como conexões e ligações resi- equ ipamentos, do ponto de vista seus produtos com base na sua ca-
lientes que devem ser fornecidas acústico, um fator muito importante pacidade de forne cer reflexão acús-
para todos aqueles condutos, canos deve ser tido em men te. Inev itàvel- tica, e o arquiteto normalmente te-
e circuitos elétricos, em comunicação mente, nosso interêsse abrange a rá que selecionar êstes materiais re-
uns com os outros. atuação acústica por um largo cam- correndo à sua própria experiência
po de frequências, e descrições em e seus conhecimentos dos fatos bá-
Ocasionalmente, exigem-se cons- números singulares são, por vêzes, sicos acêrca da reflexão acústica.
truções duplas para fornecer altos inadequadas. Muitos fabr icantes de
Materiais Acusticamente Absorventes
graus de isolação acústica entre es- materiais absorventes acústicos for-
paços, e precisamos de materiais iso- necem dados sôbre a absorção acús- Existe uma profusão de produtos
lantes de vibrações semelhantes, para tica dos seus materiais, em várias disponíveis, especlficamente para for -
garantir uma descontinuidade acústi- frequências representat ivas, e uma necer absorção acústica. Uma gran -
ca entre camadas da construção - - grande parte dos fabricantes de pa- de parte dêsses materiais recebem
tais como materiais resilientes para redes divisórias agem da mesma for - acabamento na p rópria fábrica, e as
apôio de soalhos, paredes ou tetos ma, em relação aos dados de per- características absorventes podem
"flutuantes". Mesmo a escolha de das por transmissão de som. Dotado s·'3 r cu idadosa mente controladas du -
peças individuais de equipamento com êste tipo de intormação deta - rante a fabricação. Por outro lado,
mecânico e elétrico pode exigir con- lhada sôbre a atuação de um p ro- existem produtos mol hados, de apl i-
sideração das propriedades acústicas duto em particular, com base na cação na própria obra, que podem
do equipamento em si. O proje- frequência, e com um entendimento fornecer uma absorção apreciável;
tista deverá considerar a produção básico do problema acústico envol- suo atuação na obra, no entanto, é
de barulho dos ventiladores do vido, um arquiteto raramente empre- influenciada de algum modo pelo
sistema de ar cond ic ionado, de gará mal o produto ou ficará sur- método de aplicação. Entre êstes,
bombas, compressores, tôrres de re· prêso com os resultados. Tomando-se estão os plásticos acústicos, os mate-
frigeração, caldeira~ etc., e esco- um ce rto produto torna-se, por vê - riais de fib ra de am ianto pulveriza-
lher a peça de equipamento mais zes, muito útil, tirar-se a média dos das, e similares.
25
Bàsicamente, as qualidades absor- dução das qualidades absorventes uma quantidade razoável de absor-
ventes dos materiais de tipo poroso par a o campo das frequências su- ção acústico e, hoje em dia, encon-
são determinadas pela espessura do periores. Para muitos problemas tramos produtos no mercado que po-
material e pela natureza da superfí- acústicos, não precisamos de absor- dem resolver êste problema particu-
cie de aca bamento. A caracter ísti ca ção acústica efi ciente no campo su- lar. Estes materia is poros.os esp e-
absorve nte de materiais porosos, re- perior das f requências e, por isto, a ciais, finos, dependem do espaço aé-
lacionada à frequência, encontra -se mencionada redução para frequên- reo existente por detrás, para a sua
descrita de um modo simples na fi- cios altas não afeta a atuação con - absorção acústica - e não podem
gura 8. Em" Ali, vemos que um junta do material. A natureza do ser aplicados diretamente sôbre uma
material poroso fino, montado d ireta- materia l de revestimento p.oderá, no superfície dura.
mente sôbre uma superfície dura, entanto, afetar com o decorrer do Outro modo de conseguir -se ab-
tem relat ivamente pouca absorção tempo, as características absorventes sorção sob um teto de plástico para
no campo das frequências inferiores, de um determinado material de ab- difusão de luz, ou em qualquer ou -
e que a absorção cresce com a fre- sorção acústi ca. Se as perfurações tro espaço onde não fôr possível uma
d isponíve is, especificamente para for- ou fendas são muito pequenas e po- aplicação de materiais porosos con-
quência. Se qu isermos ma is absorção dem ser fechadas por camadas su- tinuamente sôbre o teto, é o uso de
de frequências baixas, é preciso au - cess ivas de pin tura, então as carac- unidades acusticament~ absorventes
mentar a espessura: fornecer um len - terísticas absorventes para todo o suspensas, ou de bafles. tstes ma-
çol poroso mais espêsso ou providen - campo de frequências poderão ser ter iais encontram um amplo campo
ciar um e~paço de ar, por trás do ma - dràsticamente pre judicadas. Fabri- de aplicação em áreas industriais
terial. Este efeito está mostrado em cantes de produtos que tiverem aber - onde o teto deve ser mantido com -
"B". Tod avia, em quase tôd as as turas mu ito pequenas para o inte- pletamente livre para dar acesso a
const ruções arq uitetôn icas, ra ramente rior do material, muitas vêzes acon- condutos, canos, etc., mas, bàs ica-
podemos deixar uma camada porosa selharão cu idado contra pin turas ex - mente, êles absorvem o som do mes-
exposta. Temos que providenciar um cessivas e, pOSSivelmente, sugerirão mo modo como os motera is porosos
revestimento mais durável, que se procedimentos especiais de p intura, ap licados horizontalmente, isto é,
mantenha por um longo período de para evitar-se êste problema. todos êles consistem essencialmente
tempo. Isto exige alguma coisa as- Além do tipo poroso, relativamen - de materia is porosos, seja na forma
sim como um revestimento de prote- te espêsso, de materia is acusticamen- de baf/es verticais ou em outras for-
ção, com aberturas, que, ou poderá te absorventes, que podem ser usa- mas geométricas, que absorvem ener-
se r adicionado (como um elemento dos com ou sem espaço aé reo por g iá sonora d irigida em sua d ireção.
separado) à camada porosa, ou en- detrás, temos um outro tipo de ma-
tão executado como parte integran- terial acusticamente absorvente, que Já notamos que a absorção tam -
te desta. O efeito da adição de um foi desenvolvido para fornecer a ab- bém é possível com o uso de mate-
material de revestimento é determ i- sorção exigida em áreas onde se - riais finos que absorvem o som por
nado essencia lmente pela dimensão iam desejáveis tetos contínuos, difu- ação diafragmática. E recintos onde
e pelo espaçamento das aberturas sares de luz. desejamos obter uma boa quantida -
que são deixadas para permit ir a en- Perfurand o-se a superfície difusora de de absorção das frequências bai-
trada do som para o interior fe lpu- de luz, de modo que permita a pas- xas - sem fornecermos muita absor-
do do mater ia I. sagem do som até uma camad a acus - ção ad icion al d e f requências média s
Mate r ia l p lástico muito fino, ou ticamente absorvente no mesmo ní - e altos - usa mos a madeira compen -
papel, pode também ser usado como vel das lu zes, tornar-se -iam as fontes sada fina, ou outros materiais seme-
revest imento, mesmo que não haja luminosas visíveis através das perfu - lhantes. Muito poucos materiais ab-
perfurações propriamente ditas, des- rações. No entanto, é possível per- sorventes, de t ipo painel, são anun-
de que ta is materiais finos transmi- furar-se materiais plást icos e lam iná- ciados no mercado como tais, mas é
tem a maior parte da energ ia so no- los com materiais porosos finos, co- útil para o arquiteto relemb rar que
ra que os at inge, diretamen te para mo papel de fibras de celulose. Esta tais materia is poderão ser usados
dentro do interio r poroso. De um co locação em ca madas cu ida d osa- po ro a lguns problemas acústicos.
modo geral, o efeito da a d içã o de mente desenhadas, com um espaço - A seg uir : Barreiras Ac ust ica -
materiais de revest imento é uma re - amplo de a r po r trás, pode forn ecer mente Isolantes .
:':. .4L c
" A" - mo'eriol poroso, montodo dire'ome nte sôbre umo superfície d uro
~
forn eceró pouco obso rijo o no campo das frequê ncia s infe riores, enquo nto
forn ece obsorijoo efici e nte pa ro frequência s méd ias e oltos. " B" - o
efeito surtido pe lo moior espenuro do mate rial oc~ st i come n'e obsorve nle, _1IIIIIIí_ _ _ B c , ./
ocorretoda por um esp oijom ento do mo'eria l po roso poro com a sup erfí cie I-
ESPAÇO AÉREO POR DETRÁS
duro . ~ste mate ria l ac~5ficam e n ' e absor vente " ma is espê sso " au mento ; FREOUÊNCIA --
o absorijoo nas frequ ê ncias baixo s, conform e foi mostrado. " C" - o
efei'o do adiijoo d e um reve stimen'o perfu rado, usuo lmente necessóri o
po ro proteger o materio [ poroso. A absorijã o na s frequências superiores
será reduzida, em dep e ndê ncia d o dimenso o e do espoijamen'o d os fu ros,
______________ c
mas isto no o terá e feito prótico no absorijã o do s frequê ncia s baixa s. FREQUÊNCIA _
ESPAÇO AÉREO E REVEST. PERFURADO
BO LE TI M MENSAL
M A T E R A S E E Q U PAMENTOS
ROBERT B, NEWMAN
Arquiteto Catedr6tico de Acústica do M.I.T.
Barre iras Acusticamente Isolantes táve l. E, fjnalmente, as construções Combinação de materiais, confrôle
mu it0 leves e ao mesmo tempo rígi- máximo
Manuais de Acústica, literatura das - tais como pa inéis de metal
Vimos que reflexão, absorção e
de fabricantes e boletins ce labora- ou de estrutura de madeira favifor-
isolação são muito diferentes em seus
tórios de testes, fornecem ao arqui- me - não são aceitáveis. Agora,
mecanismos básicos. Como, então,
teto muita informação detalhada se mudássemos os níveis de ruídos
podemos combinar êstes elementos
sôbre as propriedades de perda de de fundo nestes dois escritórios, se-
ce contrôle para obtenção de um
som por transm issõo, de vários tipos parados por qualquer destas barrei-
ambiente acústico satisfatório? Pri-
de construção de paredes, soalhos e ras, deslocaríamos as áreas de acei-
meiro de tudo, materiais acustica-
tetos. A inda que o assunto não pos- tabilidade, ou para cimo - para o
mente absorventes, como já aponta-
sa ser discutido plenamente neste direita -, para um nível mais silen -
mos, reduzem o tempo de reverbera -
breve relatóri~, poderá ser útil o exa- cioso de ruídos de fundo; ou para
ção, r~duzindo a energia sonora re-
me ce uma situação particular para baixo - para a esquerda -, para flet ida. Em um grande espaço de
descobrirmos como as exigências de um fun do mais barulhento. Este escritórios, o uso de um teto acusti-
isolação acústica são cumpridas por efeito está também ilustrado na fig. camente absorvente é altamente
vários tipos de construção. Suponha- 9. Desde que a tendência na cons- benfazejo para contrôle da propa-
mos dois escritórios particulares num trução contemporânea de escritórios gação do som . Na verdade, até
ambiente relativamente silencioso: o é para componentes mais leves, o mesmo o nível do som é reduzido
problema é escolhermos uma barrei- deslocamento para baixo e para à um pouco, porém o principal bene -
ra que forneça uma intim idade ade- esquerda é, talvez, o mais realístico . fício é aquele ce dor d ireção às fon-
quada de fala entre êstes espa ços. No entan to, para aqueles envolvidos tes - fazendo com que elas fiquem
Já apontamos que a eficácia de uma com problemas acústicos é óbvio " lá mesmo" em vez de rodear o ou -
barreira acusticamente isolante de- que níveis criticávelmente altos de vinte com energia sonora reverbe-
pende do seu pêso, sua rigidez e sua "perfume acústico" são precisos para rante vinda de tôdas as direções.
impermeabil idade ao ar. Suponco inc luirmos algumas das barreiras le- Sabemos que em escritórios e ou-
ainda que possamos deixar de lado ves no grupo aceitável. As aproxi- tros espaços onde a comunicação
a impermeabilidade ao ar, desde mações futuras, do ponto de vista oral é importante, um tratamento
que esta pode ser controlada por um acústico devem, pois, incluir a lgumas acusticamente absorvente do teto é
procedimento cuidadoso na constru- reformas no planejamento de d ivi- altamente benfazejo na criação de
ção, podemos representar gràfica - sões, para reduzir-se ao mínimo a um ambiente de trabalho confortável.
mente vários tipos de construção, rigidez, se quizermos reso lver o pro- Também constatamos serem os ma-
num d iagrama cujo eixo das abçissas blema estonteante da intimidade ter iais acusticamente absorventes mu i-
cujo ·eixo das ordenadas representa acústica entre escritórios com as di- to úteis em escolas e hospitais, para
representa a densidade superficial e visões leves, móveis. controlar o espalhamento do som nos
a . rigidez (Iig. 9), Esta breve consideração das pro- corredores e para tornar os espaços
priedaces acusticamente reflet ivas, de oficinas de artezanato e ginásios
A seguir, sobrepomos o êste grá-
absorventes e isolantes de materiais em lugares satisfatórios ao ensino.
fico três áreas de aceitabilidade, do
constitue uma introdução limitada e Níveis altos de baru lho e tempos de
ponto de vista da intim idace acústica:
generalizada para os problemas en- reverberação longos em piscinas co -
completamente aceitável (quase tó-
volvidos. Não foram tocados os mu i- bertas também podem exigir a ab -
dos os pessoas ficariam satisfeitas
tos materiais especiais e ítens de sorção acústica poro permitir um am -
com êste grau de isolação); proxima-
equipamento que o arquiteto poderá biente acústico satisfatório para o
mente aceitável (sete ou mais de
usar para resolver problemas acús- ensino e também para o contrôle da
cada 10 pessaas estariam satisfeitas
ticos. Outros assuntos importantes, segurança. Um teto acusticamente
com êste grau de iso lação acústica);
que justificariam mais discussão são obsorvente numa fábrica ruidosa
e não aceitável (menos de sete em
as propriedades de cispositivos de pode ou não resolver definitivamen-
cada 10 pessoas ficariam satisfeitas).
contróle de som e vibrações exigi- te o problema do ruído. Limitações
Tódas as construções pesadas - dos em sistemas mecânicos, as pro - no uso de materiais acusticamente
rígidas, como paredes de blocos de priedades acusticamente isolantes de absorventes estão indicados na figo
alvenaria, ou não tão rígidas, como portas, assim como outros detalhes 10. Se os operários estiverem bem
folhas de chumbo - estão na cate- práticos construtivos. Se não quizer- sep arados e o teto fôr ba ixo, poderá
goria completamente aceitável. Mui- mos nos su rpree nder posteriormente, resultar um bom contrôle do espa -
tas das construções convencionais, - êstes seriam os · tópicos, dentre os lhamento do som. Por outro lado,
chapas de vidro, rebôco em suportes, mu itos existentes, que exigiriam con - se o teto tiver uma altura de 9 ou
argamassa só lida, etc. - são encon - sideração detalhada nos planejamen- 12 m e os operários estiverem em
tradas no grupo proximamente acei- tos acústicos. atividade ruidosa mu ito pertos um do
29
outro , um teto acusticamente absor- blemas sérios. Muitos professôres no pla nejamento de escolas. O com-
vente fará muito pO\Jco pelo operá- nos contam que, em situações como portamento do som em construções
rio ind ivi dual ou mesmo para aqueles estas, eles não some nte se sentem é governado pelas leis básicas da
o perários que estiverem nas suas perturbados pelo barulho da ativi- físi ca - do mesmo modo como, quan-
imed iata s vizinhanças. ,Em ambos os dade da classe v izinh a, mas também do alguém pula da janela, sem-
casos, pode ser observado que o const rangidos quanto aos t ipos de pre vai para baixo! Não é plausí-
tratamento do teto não reduz todo atividade que possam permit ir aos vel que descubramos, em futuro pró-
o som d ireto de uma dada máqu ina. seus próprios alunos. Eles sabem ximo, algum campo anti-gra vitacio-
Tem havido resultados desapon tado- que incômodo será para as outras nal, e nem subitamente nos achare-
res no uso de materia is acusticamen- dasses, se perm it irem canto ou ou- mos de posse de divisões milagrosas
te absorventes para contrôle do ruí- tras atividades ruidosas . que não pesem nada e nos dêem a
do, porque as pessoas nem sempre Ouvimos tôda a sorte de referên- intimidade e ausência de distrações
levaram em conta o fato de que os cias sôbre "biombos ultrassônicos", que todos exigimos de nossos v izi-
materia is acusticamente absorventes paredes plásticas, tapetes, etc., que nhos. Convém não esquecer que
são meramente não- refletivos. deverão repentinamente resolver to- nã o há subst ituto para uma porta
dos os problemas de fle xi b il idade fechada!
A situação jdea l de absorção acús-
tica é encontrada ao ar livre, onde
100 por cento de energia sonora que
su rg e é absorvida pelo simp les fato
PROXIMAMENTE ACEITAVE L COM
ESCRITÓRI OS MODERADAMENTE
1 PROX I ~AMENTE ACEITÁVEL
toe .. . DE TIJOLOS
tir sob a forma de a lgum tipo de ab-
sorção imediata ao redor da máqui-
na ou, possivelmente, além disto, de
um revestimento feito de material
acusticamen te isolante impenetrável,
1.3104101.. DE Al.UMINIO sô. E
M
N'.kLEO DEI F.... VIFOR [
f AVlfOIlME DE t"
~1:ahlM OE ctW"BO
com abert uras pequenas, para tornar
mínima a quantidade de som que It.5e .. . DE VIOFlO
• 1M". DE "'10110
Q
BOLET IM MENSAL
M A T E R A S E E Q U PAMENTOS
ROBERT B. NEWMAN
Arquiteto Catedrático de Acúst ico do M.!.T.
HISTÓRIAS DE CASOS
33
HISTÓRIAS DE CASOS 11 - Considerações acústicas nõo
deveriam ser excluídas, em uma obra
Uso de Ma te ria is - 11
provisória tal como aquela que oca·
sionou o pro jeto da concha acústica
"traze ira de envelope" mostrada
aqui. Por ocasião de uma cerimônia
comemorativa para o falécido pre·
sidente da MIT, Karl T. Camptan,
uma plataforma adequada foi pedi-
da para um grupo de músicos sinfô-
ni cos. O arquiteto sentiu a necessi-
dade de um envolvimento 8, usando
alguns materia is simples - painéis
de madeira compensada de 1,22 m x
2,44 m - resultou um con finame nto
acústico adequado.
HISTÓRIAS DE CASOS
Uso de Mater iais - 111
BO LET IM MENSAL
M A T E R A S E E Q U PAMENTOS
HISTÓRIAS DE CASOS ROBERT B. NEWMAN
Arquiteto Catedrático de AcústiCQ do M,I.T.
Uso de Materiais - IV
Teto Suspenso
Tijolos vazados
A Altura do teto
varia
Rebaco
Perfil U com 1/2" de lodo
c/1.20m de centro a centro
Perfil U com 3/4" de lodo
c/0.40m 00 centro o centro
f eio metalica e Re bôco,
ocobomento f lutuante
PAREDE LATERAL 00
AUDITÓRIO
Ripas de
madeiro
Testeiro de
madeiro
',",
37
HISTÓRIAS DE CASOS Contendo aproximadamente 850.000 m3 de volume, o
Uso d e Materia is - Y "State Fair Pavilion", Raleigh, North Carol ina, apresentava
um problema inusitadamente difícil para integraâo do tra -
Tamento acusticamente absorvente necessório para o (ontróle
do éco e da reverberação. Muitos tipos convenc iona is de
tratamento acusticamente absorvente não poderiam ser adap -
tados à cobertura - telhado de metal, em forma de sela,
suportada por cabos, devido ao movimento estrutural dêste
elemento. "Batles" de material absorvente com 60 x 120 em,
cada 1,80 m, de cenfro a centro, verticalmente suspensos,
num arranjo de engradado de ovos, provaram ser uma so-
lução sensata para êste problema e resultaram na transfor-
mação desta área num espaço altamente satisfatório para
"shows" ao vivo, acontecimentos esportivos e outras grandes
reunJoes. Para a instalação dêstes bafles, foi utilizado um
guin daste de alcance elevado, de plataforma, eliminando a
necessidade de andaimes dispendiosos.
Como em todas as grandes arenas dêste tipo, com super-
fíc ies internas muito distanciadas da fonte sonora, a eletro-
acústica fa z-se necessória para fornecer uma intensidade
adequada de som. Na arena, antes da instalação do tra-
tamento acusticamen te absorvente, um sistema d istribuído de
alto-falantes tipo corneta era necessário para anunciamen -
tos. Uma ve z conseguido um contrôle adequado da rever-
beração, fo i possível a instalação de um sistoema central de
alto-falantes, de alta qualidade, para dar conta tanto da
amplificação de fala como de música.
A grande área recurvada da parede de janelas ainda
representa alguma dificuldade com reflexões facalizadas,
longamente retardada s. Tratamento com material acustica -
mente absorvente estava fora de cogitação. No entanto, o
problema é reduzido ao mínimo pela colocação cuidadosa
dos alto-falantes, de modo que pouca energia sonora é di-
r igida para estas superfícies, mas em . vez disto quase tódo
ela é concentrada na direção da área da arquibancada.
Wil liam Henley Deitrick, arquiteto; Matthew Newicki, consultor.
HISTÓRIAS DE CASOS
Uso de Materiais - VI
80 LE T IM ME N SA L
A fim de termos boas condições de audição, devemos tância. Mas, ao roçar as cabeças e roupas dos ouvi n-
sat isfazer uma porção de exigências básicas de bom tes, absorventes de som, teremos perda gradativa que
senso. Primeiro, O ambiente ideal para audição deve poderá chegar a perfazer um ou dois decibels por fi-
ser um ambiente silencioso. Sabemos como seria ri- leira. Isto quer d izer que as pessoas sentadas no fun-
dículo procurarmos ouvir um quarteto de cordas em do do auditó rio não somente recebem menos energ ia
uma esquina movimentada de uma cidade moderna, sonora em virtude do fato de esta rem afastadas d a
e lembramo-nos de que, às vêzes, não podemos ouvir fonte sonora, como ainda perdem por causa do p ú-
o sermão na igreja quando o aparelho de ar condicio- blico à sua frente. Por isso, ao ar livre, com o audi-
nado é barulhento demais. O ruído amb iental, que tório em nível p lano, as ex igências de intensid ade e
pode ser de tanta utilidade como "perfume acústico", distribuição do som são satisfeitas de maneiras defi-
isolando-nos e livrando-nos de distra ção no escritório cientes.
ou no apartamento, é absolutamente inadmissível em Os gregos e romanos da ant igu id ade aparentemente
uma sala onde desejamos ouvir música ou vozes. tinham um a boa compreensão dêste problema e cons-
truiram seus teatros em morros e locais quietos.
Intensid ade e d istr ibuição Nos teatros gregos e romanos o auditório estava
instalado em um terreno íngreme. Eles achavam que
E' quase axiomático que é altamente dese jável que havia muito menos perda de energia em ondas sonoras
os sons que desejamos ouvir sejam de intensidade su- que se propagam livremente do que em áreas p lanas.
ficiente e também distribuidos de maneira uniforme Talvez tenhamos admiração dema is para os nossos an -
pelo ambiente. Os ouvintes na parte da frente não tepassados gregos e romanos quanto ao seu senso
deveriam receber grandes quan t idades de som quando acústico e capacidade de planej amen to, pois é bem
os do f undo q uase nada ouvem. Pontos vivos e pontos possível que ê)es ten ham p rocura do resolver apenas o
mortos (que recebem mu ita ou pouca energia sonora problema de visão, tendo receb id o boa acúst ica com o
devido a focal ização ou ao som reverberado) podem uma gratificação adicional. Se ja como fêr, isto reve-
ser tão indesejáveis como um lugar onde ouvimos tudo la uma verdade útil em muitas sit uações de acústica
duas vêzes por causa da ~everberação retardada. A ambiental: f ileiras de boa visão geralmente sign ificam
intensidade (loudness) adequada e a boa difusão so - também fileiras de boa aud ição. O mesmo resu ltado
nora são determinadas quase completamente pe la for- pode ser obtido co locan do a fonte sonora em ponto
ma e os acabamentos das superfícies do ambiente. muito alto com relação ao aud itório, mas isto acarreta
Aqui, o arquiteto pode determ inar boas condições mós condições v isua is, e na ma io ria dos casos recor-
acúst icas med iante planejamento cuidadoso. remos ao reméd io muito simples de prov iden cia r um
Vemos como o som é d istribu ido quando os ouvin tes espelho sonoro - o teto adequadamente refletor do
estão sentados num mesmo plano, ao ar livre (f ig. 11 ). auditório.
Conforme já sabemos, uma onda sono ra perde ,sua A ação do teto como refletor traz energia sonora
intensidade na proporção inversa ao quadrado da dis- para ba ixo aos ouv intes, reforçando o som d ireto.
A utilização do teto como espe lho sonoro é f unda-
mentai no planejamento de um ambiente de boas con -
dições acústicas. Pode ser formado e esmerado d e
vár ias mane iras, mas fundame nta lmen te deve ser re-
fletor de so m. N unca deve ser absorvente de som
sem motivos especiais. O teto é a superfície mais im-
portante de um am biente para garantir intensidade
adequada e boa distribu ição. E' óbvio que, para re-
ceber energia sonora refletida do teto, o ouvinte deve
f igo 11 f igo 12 ser capaz de "vêr" o teto. Os lugares em baixo de
balcões são geralmente os pio res, justamente por esta
f igo 11 - Ilustração do distribuição do som com o público sentado razão. On de os balcões formam uma parte do pro-
num mesmo plano 00 a r livre, A in tensidade sonoro percebida
jeto de um a sala, a superfície in fe rior do balcão deve
pelo último pessoa na fundo é reduzida não apenas pela queda
norma l causada pelo distância, mas também pelo absorção do som ser sempre incl inada para cima em d ireção do teto
pelos pessoas do fren te, 00 longo do caminhomento principal, com abertura suficien te no espaço em baixo
Fig. 12 - Distribuiçõo do som em oudít6rio ao ar livre, e em do balcão, de maneira que das cadeiras mais no fundo,
rompo. A absarçõo par pessoas sentados no frente de outros é
grande parte do teto seja visível.
reduzido 00 mínimo, e o intensidade do som percebido pelo pessoa
mais do fundo do oudit6rio depende quase diretamente do d istân- Desde a invenção de materia is acúst icos absorventes,
cia do fonte sonoro muitas igre jas e auditórios foram constru idos com tais
41
mater iais no teto, e, de fato, mu ita s pessoas cont inuam os comprimentos das ondas com as qua is trabalhamos
pensando que o que precisa para boa acústica em um são relativamente grandes. Quebra em pequena esca-
auditório seja apenas êste tratamento do teto inteiro. la apenas afetará as frequência s muito altas e não
O uso abusivo de material absorvente quase inevità- fornecerá a espécie de difusão sonora que precisamos.
velmente produz más condições acústicas, pois a sara Na essência, portanto, o planejamento de boa d is-
fica desprovida do seu refletor mais útil. Isto não quer tribuição e intensidade satisfatória em uma sala nos
dizer que materiais absorventes de som não tenham leva a superfícies que são duras e refletoras de somi
um lugor muito importa nte no planejamento de am - que dirigem o som da fonte ao receptor; e as quais,
bientes para boas condições de audição. Há muitos além disso, o fazem com grau moderado de di fusão,
su perfícies nas salas onde temos necessidade de tais para aumentar a uniformidade da energia d istribuída
materiais para controlar reflexos indesejáveis, tai s por todo o auditório. A difusão representa um requin-
como nas paredes do fundo, e para controlarmos a re- te no planejamento que muitas vêzes não é essencial
verberação, cujo assunto trataremos mais adiante; po- mas sempre muito desejável. E' de importância espe-
rém nunca cobrimos superfícies de reflexão útil com cial no refletor acima da orquestra. A difusão logra-se
materiais absorventes. muitas vêzes pelos meios estruturais à d isposição, por
exemplo, ca ixotes perdidos, vigas, chapas dobradas,
Mistura de sons e difusão etc.. A Igreja de Stanford e a Capela da Academ ia
de Aviação (vejam-se Casos Relatados, Parte Primeira
Função igualmente importante do teto refletor é a e Parte Segunda) são exemplos excelentes de difusão
de misturar sons vindos de vórias partes de um grande :::onora eficiente.
grupo, por exemplo, uma congregação em uma igreja
ou ump__.orquestra ou côro no palco. Sempre que pes- Reflexões indesejáveis
soas Pf.Ocuram uma representação em conjunto, é es-
sencia l que todos os membros do grupo ouçam um ao Certas re flexões são indeseiáveis em lugares de au-
outro. Sem um teto bom, refletor, o ouvinte simples- dição. De modo geral, écos distintos ocorrem quando
mente não houve bem os outros do grupo e é muito o ouvinte percebe energia sonora reflet ida com inten-
difíci l obter o senso da representação tota l. Poucas sidade suficiente, 1/17 de um segundo ou mais depois
pessoas na igreja, por exemplo, gostam de participar de ouvir o som direto (ou uma diferença no compri-
no canto da congregação ou nos preces quando acham mento do caminho entre o som direto e o reverberado
que todos os outros não fazem a mesmo coisa. Nin- acima de 20 m). Geralmente nos chegam estas re-
guém gosta de fazer-se notar! Quantas vêzes se vê tlexões retardadas das paredes de fundo. Con trola -
uma orquestra procurando dar um concerto em um mo-Ias inclinando a superfície da parede de fundo
teatro convencional envolto de cortinas de veludo. para baixo a fim de conduzir à terra a reflexão da
Envolvendo os represemalltes de materiais de absorção proximidade, mediante tratamento com materiais absor-
acústica é a mesma coisa como pintar de prêto o re - ventes de som ou às vêzes quebrando a superfície
fletor principal de luz, na analogia de iluminação. E' além da aplicação de materiais absorventes. Na
virtualmente impossível que os representantes ouçam maioria dos casos, nas igrejas desejamos reduz ir ao
um ao outro e lograr uma performance coordenada; mín imo a utilização de materiais absorventes de som,
perde-se, além disso, uma grande parcela de proje - para conservar o ambiente apropriado para música, e
ção sonora útil para o aud itório . a solu ção se apresenta na aplicação de meios de difu-
Há muitos requintes no planejamento de tetos de são em larga escala.
auditórios e dos envólucros refletores para orquestras Outra espécie básica de reflexão indesejável é a
e grupos menores de músicos. Mas o fator essencial reverberação focalizada que vem de grandes super-
é a reverberação que aumenta a intensidade do som fícies côncavas, tais como abóbadas em forma de bar-
transmitido diretamente pela fonte sonora . Esta inten- ril, cúpulas, formas cônicas, e similares. Superfícies
sidade adicional pode ser tão importante para os re- focal izantes naturalmente não satisfazem nossas exi-
presentantes - como no caso de grupos de músicos - gências de distribu ição uniforme . As paredes côncavas
como é para os ouvintes. Lembramo-nos de uma parte de fundo em auditórios são particularmente desagra-
anterior desta série de artigos, que os refletores, a fim dáveis, porque a energia sonora focalizada é ao mes-
de serem dirigentes eficientes de energia sonora, de- mo tempo um reflexo sonoro retardado, e assim um
ve m ser grandes em compa ração com o comprimento éco mais possante. A verdadeira solução é a de evitar
de onda dos sons que refletem. Por isso, superfícies estas formas, mas como cúpulas e abóbadas são for-
refletoras devem ser de d imensões mínimas de 0,90 m mas estruturais e estéticas muito úteis, continuarão a ser
a 1,20 m, e geralmente são do tamanho de 3 a 6 escolh idas sem dúvida pelos arquitetos para auditórios
metros. Achamos também desejável providenciar certa e igrejas.
quantidade de difusão sonora na reflexão. Isto é aná-
logo ao reflexo de luz de uma superfície de acaba-
mento fôsco em oposição a uma superfície brilhante.
i!!i!!I)))J)))))
TETO REFLETOR OE SOM
Como a maioria das pessoas prefere reflexão difusa
de luz, também preferem reflexo acústico difuso. A
difusão de som é desejável porque as fontes podem
variar em sua disposição no ambiente, e ouvintes es·
tão sentados em tôdas as portes do espaço. Deseju-
mos criar uma condição na qual o móximo de energia Fig. 13 Fig. 14
sonora é dirigido de cada ponto de fontes sonoras à Fig. 13 - Distribuição do som em auditório com Iclo duro, rever·
todos os pontos de recepção, e logramos isso median- bero nte. A intensidade reduzida do som direto que chega à última
te irregularidades de larga escala nos superfícies re- pessoa no fund o, é compensado por som refletido no órea do leio.
fletoras. Tais irregularidades, para produzirem efeito, Fig. 14 - Os ouvintes situados em óreo sob os balcães de qualquer
auditório deveriam ser capazes de vêr grande parcelo do teto
devem medlr · O,90 a 1,20m em extensão e 0,15m
principal do solo, poro ouvir tão bem como os oulros ouvintes
ou mais em profundidade e prec isam cobrir boa" parte na solo . E:spoços fundos, reentranles em baixo de bolcães nunca
da área · reRetora útil. Nunca devemos esquecer que permitem boa audição
42
O UTUBRO 1961 - VOlo 11 - N.· 42
REDAÇÃO, Dr. B. Bedrikow - Eng. Roberto
Pavio Rich ter - Bel . J. l. Cardoso
BO LE T IM MENSAL
RO BERT B. N EWMAN
Arquiteto Cotedr6tico de Acústico do M.I.T.
Mas o autor do projeto deve dar-se conta dos pro- apropriado pela pessoa encarregada do cónfrôle do
blemas inerentes à d ifusão sonora ao escolher tais for- sistema durante sua operação.
mas, e a verdade ira sol ução acústica não é encon- Uma único fonte de som amplificado de altofa lantes
trada se não durante a fase de pla ne ja men to. A "Aula loca lizados aci ma e ligeiramente para a frente da fon -
Magna de Caracas" e o "Kresge Aud itorium" na MIT te do som orig inal, dá os resu ltad os mais realísticos
(Parte Quatro, História de Casos) mostram uma manei- (isto é, o efe ito como se o som amplif icado e o som
ra de resolve r o problema de superfíc ies côncavas, me - natural viessem da mesma fonte). Subjetivamente, o
diante su spensão de superfícies ref letoras. A Capela ouv inte não deve sentir que há um sistema sonoro fun -
MI T (H istória de Casos, Parte Quatro ), é ou tra maneira, cionando .
onde a modulação inter ior da forma cilínd rica, com po- Em espaços mu ito compridos e baixos, ou em espa-
licilindros convexos el iminou o problema de focalização. ços com arranjo de assentos o nde seria impossível su-
Outro mane ira é a de providenciar uma superfície pr ir o ambiente todo por uma única fonte altofa lante,
côncava, mas de transparência acústica, atrás da qua l precisa-se recorrer muitas vêzes a um sistema altofalante
a difusão acúst ica pode ser realizada. Como exemplo d istribuído. Este tipo de sistema emprega muitos alto -
citamos o tra tamento da parede la teral da Sala do fal antes através da área do teto, com cada a ltofalan-
Congresso em Berlim (Histór ia de Casos, Parte Dois). te projetando som amplificado de baixa intensidade e
para distâncias limitadas. A mesma solução é empre-
gado frequentemente também em igrejas muito rever-
Ampl ifica ção do so m berantes as quais foram projetadas principa lmen te
para música litúrgica. Qualquer qu e seja o tipo de
sistema de amplif icaçã o sonora exig ido para um dado
Onde tôdas as med idas toma das para assegurar a
projeto de amb iente, a seleção e localização dos com-
intensidade dos sons desejados por refôrço natural das
ponentes devem ser completamente integradas no am -
superfíci'3s do ambiente não são sufic ientes, deve-se
b iente acústico em apreço, e isto só se pode fazer bem
util iza r ampl ifi cação eletrôn ica. Igrejas e auditórios
na fase de p lanejamento. Mu itos arquitetos, ao vol ta -
para menos de 600 pessoas nunca devem necessitar
rem a um aud itório ou a uma igreja um ano depois
um sistema de oltofalantes - presumindo-se qu e os de sua inauguração, vêm uma porção de altofalantes,
oradores e can tores usem sua capacidade vocal normal,
que párecem fonógrafos automáticos, em tôda a volta
e que os ou tros aspectos correlatos tenham sido tra- das paredes, e dando res ultados longe de sere m satis-
tados corretamente. Por outro lado, há quase sempre
fatórios ·'na solução do problema de ampl ificação so-
necessidade de um sistema am plificador em espaços
nora . 'A cinteg ração apropri ad a d'3 ta is elementos é,
po ro mais de 1 .000 pessoas, pois muitos dos o'r adores fora de qualquer dúvida, uma parte do p lanejamento
que utilizarão o espaço não serão oradores treina dos.
acúst ico.'
Arenas e ginásios grandes, onde as superfícies de en-
vólucro são distantes demais paro fornecer refôrço efi-
ciente do som vivo, talvez sejam os casos extremos,
Contróle d e reverberação
necessitam amplif ica ção comp leta para tôdas os ati-
vidades.
De importância igual ao silêncio, distribuição unjfor-
Em todo caso, um bom sistema de a mp lificação so- me e intensidade suficiente do so m, é a amalgamação
nora é semp re um complemento acústico no amb iente, dos sons para darem uma qual idade completa sem
não um subst ituto. O sistema global, inclusive altofalan- confusão. No decorrer dos anos, ouvintes experimen-
tes, rn'icrofones e todos os componen tes de contrôle inter - t<;l,dos observavam grande número de aud itórios, ten ·
mediário, deve ser selec ionado com cu idado e integra- do fe ito uma co rre lação de suas impressões de agrado
do no planejámento acústico. Um sistema sonoro so - aLI do cont rá rio, po r medições físicas d o tempo de re·
t isfator iame nte integrado envo lve não só componentes ve rbe ração . O tempo de reverberaçã o em um amb i ~
de alta qualidade, mas também a colocação apropria - ente é defjn ido a r bitrà riamente como o tempo ex ig ido
da dos'. m~smos dentro do espaço, ajuste adequado do para que o som seja atenuado em um milionésimo de
sistema para adaptá- lo ao ambiente acústico, e ajuste sua intensidade original (60 dB) depois ....da parada da
45
fonte. Em geral, precisamos de tempo de reverbera- Formulando-o com palavras simples, um ambie nte
ção relativamente lo ngo para a amalgamação ade- acústico satisfatório é aquele no qual o caráter e a
quada de sons musica is, mas um tempo mais curto magnitude do som é compatível com o uso adequado
para boa audição da palavra falada. do espaço para a final idade prevista . Infelizmente,
A reverberação do som é determinada quase com- esta formulação do objetivo não é tão fácil de exprimir
pletamente pelo volume, natureza do acabamento das em números concretos com os quais o arqu iteto possa
superfícies, e a lotação do ambiente. Em sala cu jas trabalhar. Como o arquiteto não pode afirmar que
superfícies são tôdas de acabamento duro e refletor, 20°C é a tempera tura ideal para todos os espaços no
o som persistirá por muito tempo, enquanto em am- edifício, ou que 100 Lux é o iluminam'3nto ideal para
biente com grande quantidade de mater iais porosos no a luz, também não se pode dizer que a intensidade
acabamento ou na mobíl ia, os sons serão ràpidamente máxima do ruído será 30 dB. Lidando com seres hu-
absorvidos e a energia será dissipada . As equa- manos cuja adaptabil idade a quantidades medíveis
ções que habilitam o planeiador a prevêr':' o tempo dos fenômenos físicos básicos de calor, luz, e som, va -
de reverberação de um espaço, bem como sugestões ria muito, a seleção de números ótimos é bastante com-
referentes ao valor ótimo para locução e para mú- plicada. O ouvido humano, por exemp lo, é capaz de
sica encontram-se em livros didáticos e não serão perceber um sussurro de folhagem (menos de 10 dB
trat~dos no presente artigo. O tempo ót imo de re- de inte nsidade ) e, ao mesmo tempo, sobrev iver sem
verberação para um auditório projeta do em primeiro danos permanentes ao estrondo de um motor a jato
lugar para locução, poderá ser 1 . 2 a 1.5 seg. nas fre- (120 dB ~ um milhão de vêzes mais inte nso ). Além
quências médias, enquanto para um espaço destinado da magnitude ou intensidade do som, temos a frequên~
pr incipalmente para música, o tempo de reverberação cia , (altura ) bem como as características d inâmicas (va-
poderá ser 1 .8 a 2. O segundos. Uma igreja onde mú- riação com respeito ao tempo), ao procurarmos dete r-
sica litúrgica é muito importante, poderá ser projetada minar o ambiente sonoro ótimo.
para ter um tempo de reverberação nas frequências Há muitos trabalhos fundamentais elaborados por
médias de até 2. O ou 2 . 5 segundos. A esco lha de pesquisadores em acúst ica e psicólogos que nos habi-
um tempo específico de reverberação é um assunto litam a entender quanto ruído e de que natureza afeta
sér io, e precisa ser examinado com grande cuidado a a conversa, causa incômodo e fadiga . Mu ito se fez
final idade do espaço. Se, como acontece mu itas vêzes, também com referência ao prob lema de prejuizo 00
a exigência é a de um ambiente para vár ias finalidades, o uvido por ruído de alta intensidade, embora, feliz -
deve-se chegar a um compromisso razoáve l. mente, na ma ioria de nossos edifícios não devamos
Embora, na engenhar ia acústica moderna, o cálculo preocupar-nos com isto. As investigações do pesqui-
efetivo do tempo de reverberação seja mais ou menos sador não sôo, de modo algum, completas, particular-
um processo rotineiro, mesmo nêste part ic ular há sem- mente em têrmos de perturbação auditiva e efe itos da
pre descobertas novas. Achamos, por exemplo, que fadiga do ruído, mas temos uma boa base para espe-
em muitas sa las de concerto antigas, consegu ia-se te m- cificar ruídos ambientais ace itáveis em muitos do s va-
po de reverberação relat ivamente longo com os ou- riedades de espaços que precisamos projetar em nossos
vintes sentados bem pE:rto um do outro. Nas salas mo - ed ifícios.
dernas preferimos ma is luxo, com maior espaço entre
fileims e cade iras, com o resultado de não consegu ir-
mos tempo de reverberação tão longo, simplesmente Cuidado com cifras únicos
porque os ouvintes constituem absorvente de som mais
eficien te quando distribuidos em área maior. Aumen- Cifras únicas, como se lêem em termômetros de tem-
tado o tempo de reverberação mediante aumento de- peratura, seriam úte is se estivessemos apenas interes-
masiado do volume, o som perde em sua qua lidade sados na quantidade total de energia em ambiente
por ex igirmos dêle que encha espaço demais. E' acústico. Mas cifras únicas não nos dão uma idéia
importante que o planejador saiba que boas con d ições sôbre a composição de frequências no som. No<;so ou-
acústicas não dependem necessàriamente de um plano vido é mais tolerante para com energia sonora de
comp licado de tratamento interio r para O contrôle da ba ix as frequências do que a de altas frequências, tan-
reverberação; ao invés d isso, depende da apl icação to .sob o ponto de vista de incômodo quanto sob o
da idéia básica de contrôle de reverberação pelas su- de nossa capacidade de entender a fala. Por isso, o
perfícies do fôrro e pelo uso sensível de materia is acús- medidor de som que indica 50 dB sem informar-nos
ticos absorventes e reverberantes. A co nsecução de boa sôbre as característ icas de frequência do som, poderá
acústica nos auditórios escolares em geral ou em qual. significar um ambiente acústico ·intolerável ou um per-
quer outro espaço de audição hoje em dia, não deverá feitamente aceitável, e até agradável.
co nstituir a exceção, mas sim a regra. Existem d ispositivos para medir som cu jas caracte-
ríst icas estão a justadas a encarar certas bandas de
frequências, como, por exemplo, a esca la A em um
Pla ne ia menta de ambiente acústico id ea l medidor padrão de som. Muitos livros didát icos sôb re
acústica arquitetônica dão listas de níveis sonoros, ace i-
Já assinalamos que a acústica· arquitetônica não se táveis para vários espaços, em têrmos de taxas do es-
preocupa apenas de providenciar boa acústica. O ou- cola A, e isto simplesmente quer dizer que o lado de
tro objetivo básico, e talvez o que nos inte resse ma is, ba ixas frequências do espectro é ignorado de propósito .
no maior número de espaços que projetamos em edi- Embora indicações de Cifras únicas da escala A possam
fícios, é o de providenciar ambiente acústico sat isf9tó- aproximar-se mais da reação do nosso ouvido aos di-
rio. O conhecimento dos fatos básicos da acúst ica nos versos níveis sonoros, não dão esclarecimentos especí-
ensinará como atingir êste objetivo, m\Js antes de túdo ficos sôbre as caracterísfkas do som nas frequênc ias
p recisamos entender o que é realmente um ambiente méd ias e altas que mu itas vêzes necessitamos para es-
acústico satisfatório. pecificar um ambiente acústico.
46
" .. -.- \
NOV. 1961 - VO lo 11 _ N .o 43
REDAÇÃO: Dr. B. Bedrikow - Eng. Roberto
Paulo Rknter - Bel. J. L. Cardoso
L. A. P. Pe droso - Orno r Abu-jomro
BO LE T IM ME N SA L
49
As edições mais recentes da "Guide of the American
Society of Heating and Air-Condit ioning Engineers" ,
(Guia da Saciedade Americana de Engenheiros de
Aquec imento e Ar Cond icionado) descreve métodos de
~ .r--t-"-..--t~+-t--~~.J=:!~.)
I MU ITO
calcular intensidades de ruído provenientes dos equi- -'F~t-=!:::::::J "'.60 ,RUIDOSO
pamentos que movimentam o ar, para correspanderem
aos cr itér ios NC dos quais tratamos acima. Muitos fa- : ~I---j~~"--+"';T-+=~+-=!::::=I~c.~ 1RU IDOSO
bricantes de ventiladores, difusores de ar e equ ipamen- o J
~ ~ } WODERA.
tos correlatos estão agora classificando o rend imento "'.-0 DA.,.EHTE
IIUIOOSO
causador de ruído de seus produtos em têrmos de fai-
xas de oitava. A ma ioria dos fabricantes de materia l J1
NC . >O SILEN ·
CIOSO
acústico também possuem dados do comportamento F~="t"-""t-,*-+-...,+-~t---i ") MUITO
acústico de seus produtos, em têrmos de frequênda.
Hoje em dia, o arqu iteto está em excelentes condições -o ., , ,\---i.::o---;!;~,----;._r;::='::---'!~__
--d! NC.2<) J~:~~.
para especificar o ambiente acústico e selecionar de- FAIXAS DE FREouÊNCl1I - CICLOS POR 'SEGUNDO
po is os materiais próprios e equipamentos para satis-
fazer as respectivas exigências de maneira significati- forma das curvas de cr itério poderá mudar. Mas é cla -
va. Com o progresso da engenharia acústica, ensinan- ro que descr ições em números únicos de um amb iente
do-nos melhor sôbre a influência do ruído na ~ficiên acústico, que não levam em consideração as caracterís-
cia da pessoa que t rabalha , no sono, na comunicação ticas de frequência sonora, são lamentàvelmente ina-
falada, e simplesmente sôbre seus efe itos incômodos, a dequadas.
HISTÓRIA DE CASOS
para audição ótima:
Nêste pequeno auditório para o Ginásio de Uttle-
ton, Massachusetts, USA, o arquiteto escolheu um
projeto estrutural básico resulta,ldo um ambiente
com boa distribuição de energ ia sonora reflet ida .
Quatro grandes painéis de argamassa cobrem a
maior parte do teto do aud itório, estando suspensos
diretamente em baixo da est ru tura com 1 polegada
de espessura e construído de material semi-absor-
vente . De ambos os Jados, os painé is suspensos de
argamassa terminam de modo a não chegar até as
paredes laterais, para deixar exposta uma área
limitada do tratamento absorvente do teto para con-
trôle de reverberação. A área tota l da parede do
fundo da soja é provida de uma cortina absorvente
de som montada em moldura de madeira faceada
de' chapa dura perfurada. Este tratamento serve
para controlar o éco da parede de fundo como tam-
TEl 1111 00
~
M~~~~;~CHAPA
projetadas para dar o máximo de refôrço natural
ABSORVENTE DE I"
da voz do locutor, e onde foram incorporados ma-
teriais absorventes suf icientes para controlar o éco
I,j ETAL~~;;;;:;:-:L:,W1
-- e a reverberação. Mesmo em auditório pequeno, a
SARRAFOS OE
primeira eXlgencla para boas condições de audição
[ ARGA I,jA SS"
é a intensidade reduzida do ruído ambiental. O
arqu iteto tratou com atenção especial o contrôle do
SUPORTE ruído do sistema de ventilação, bem como de ruídos
CIoI"PA AasO/lVEHH OE I"" - vindos de espaços adjacentes destinados a represen-
tações musicais. A localização remota de equipa-
PLANTA SECÇÃO DA PAREDE
F U H DO
mento mecânico permitiu usar dutos relativamente
*,~~===::::::::~~P A REPE DE fUNOO UCI,j ,
compridos e adequadamente forrados de material
RODAP( DE 1I0 RRAC~A
acúst ico. Foi prov idenciada uma porta especial de
PISO ESPECIAL l)Ii CORTIÇA
isolação acústica na saída do palco.
TRAVESSA The Architects Co!laborative, Arquitetos.
~)('DC I,j .
50
DEZEMBRO 1961 - VOL 11- N." 44
REDAÇÃO: Dr. B. Bedrikow - Eng. Roberto
Paulo Richter - Bel. J. l. Cardoso
INSTITUTO BRASllEIRD
. DE ACÚSTICA .
L. A. P. Ped roso • Omor Abu-jamro
Eng. Fernando H. A idar.
Sede: S. Pa ulo· R. João Brícolo, 24, 24.0
Rio - Av. Almira nte Barroso, 54. gr. 1505
Be l o H orizonte· Rua Poro lba, 697
BO LE T IM MENSAL
SECÇAQ LONGITUDINAL
DUTOS VENTILADORES
poço DE LUZ
DUTOS DE AO IMISSÃO
PAREDE DE TlJO_'~O:_._, DE AR
VAZADA-
FÕSSO
Pa ra resolver o problema de foca- para contrô le da reverberação nas 500 cps), a audiçõo é excelente tan-
lização na Capela MIT, o arqu iteto paredes laterais, e o teto de arga- to para locuçõo como para música.
decidiu constru ir as paredes interio- massa dura é uma superfície côn ica Um pequeno órgão exposto, de tu-
res em forma ondulada no espaço excêntrica, descendo das margens bos, de 12 paradas, mereceu repu-
cilíndrico, em curvas de pequenas da sa la paro a abertura da ilumi- tação exce lente entre os músicos de
curvaturas e de tamanho variável. nação do teto. Embora o tempo de música litúrgica.
Pequena quantidade de material reverberação para um espaço tão
acústico absorvente é introdu zida pequeno seja razoàvelmente alto Eero Saarinen & Associates, Ar-
atrás à construção aberta de tijolos (aproximadamente 1.75 segundos a quitetos.
,
Tt:TO OE AA6 ....IASU
PA RE DE Df T IJOLO S U S PENSO
20 CN .
PROFU NDIDADf
" AMIAVEI..
I __
PAREDE OE TI~ OLO LATE MA L
ONDUL A DA ESP. zoeI.!
SECÇÃO DA PAREDE ,
53
H ISTÓRIA
DE
CASOS
para
audição
ó timo: III
D \]
\::)0
VQu D
Q
D
54
JANEIRO 1962 ,VOL. 11 ' N.· 45
REDAÇÃO : Dr. B. Bedrikow - Eng. Roberto
I'ouloRichter - Bel. J. L. Cardoso
INSTITUTO BRAS'IlBRO
. . .
DE ACÚSTICA L. A. P. Ped roso - O rnar Abu-jamra
Eng . Fernando H. Aidor.
Sede: S. Paulo - R. João Brícolo, 24, 24.0
Rio - Av. Almirante Barroso, 54, gr. 1505
Belo Hori7.: onte - Rua Paraíba, 697
B O L E T I M M E N S ' A L
SECÇAO ~r
l ~~ AUDITÔRIO
57
H ISTÓRIA
DE
CASOS
para audição
ótima: V
'f'. ' I
-
-- do para tõdo espécie de aconteci-
mentos teatra is e musicais.
mação do teto oferece boa rever-
beração do som e alto grau de di-
A for-
Visõo po ra o polco
58
FEVEREIRO 1962 - VOlo 11 - N.· 46
REDAÇÃO: Dr. B. Bed rikow • Eng . Roberto
Paulo Richter - Bel . J. l. Cardoso
BO LE TI M ME N SA L
ROBERT B. NEWMAN
Arquiteto Cotedr6tico de Acústica do M.I.T.
HISTÓRIA DE CASOS
para audição ótima: VI
61
-.
", , .........,.,-
,-
FORA
pequena quantidade de tratamento
de absorção acústica que é necessá-
SEc.cÃo !)li ExTRbUDolQE
&HA P A ACUSTICA ,lOX l OC IoI ATE A CU MI E IRA DA ~'R€ ClE rio, está incorporada nas duas re·
EIoIC AOACU ft VATURA A LTE RNA
en trâncias do fundo no teto, atrás
de um paramento de tijolo perfura-
do em uma porte dos lados inferio-
ISOLAÇÃO ACUSTlCA AL"''' ' ",O. res do oeste da nave, e na textura
COa.! CH Av Er A DE "'A DEIR A
de a Igumos dobras expostas da es-
trutura.
As superfíc ies do santuário sôo tão
refletoras acusticamente quanto pos-
sível, pois tôdas as posições de lo-
cução, do côro e do órgão estão lá.
Da mesma forma, o teto principal da
nave, com exceção das duas reen-
trâncias tra ze iras, é duro e refletor
I
SECÇÃo DA CoRNIJA
de som, reforçando bem a fala e a
música.
TIJOLO DE lo e lol
I
! ,"'~
Brooks & Coddington, Arqu itetos.
62
.•
o ENSINO DA ACÚSTI CA NA ESC OLA DE
ARQUITETURA
Desf ile através de sua memória todos os campos da mentos. Assim, o médico que se especializar em oto-
atividade humana. Dificilmente encontrará um em que rino-Iaringologia, pode estudar audiometria, equipa-
a acústica deixa de intervir . Onde há vibração e som, mentos, técnica de medidas e onális9 dos resultados
existe ar e êste é parte integrante e essencial de nossa como ponto essencial na diagnóse e evolução da 8ur-
p róp ria existê ncia. A importânc ia do estudo da acús- dez. De maneira análoga, o advogado recebe sub-
tica já não admite qualquer d iscussão. Bem ou mal, sídios técnicos para o conhecimen to dos probl9mas de
com ou sem planejamento, com método ou não, en- ruídos que afetam os ind ivíduos nos casos de indeni-
sina-se acústica desde a escola secundária até os cur- zações por perda de audição (surdez profissional ) ou
sos de "post-graduação" das mais especia lizadas uni- interd ições de locais barulhentos infringindo, por exem-
vers idades do mundo: da acústica física ministrada oos plo, os direitos d9 vizinhança. O engenhe iro aprende
ginas ianos nas cadeiras de física (ondas sonoras e suas as técnicas de medidas acústicas e os conhecimentos
or igens) à acústica ultrasônica de alto nível de inten- dos problemas estruturais consequentes de vibrações,
sidade aplicada na aumento da potência do combus- tanto na construção de máqu inas como d e edifcios.
tível em foguetes que levam satélites e homens ao
Os exemplos podem ser dados indefinidame nte e prin-
espaço.
cipalmente no caso do arquiteto. Este deve conhecer
Na formação profissional dos que abraçam carreiras os fundamentos da a cústica arquitetônica, ligando os
que exigem cursos universitários impõe-se o maior co- problemas de som e ruído às formas e dime:1sões dos
nhec imento da acústica. Aos professores, físicos, pes- ambientes em que trabalhamos, descansamos ou nos
quisado res, médicos, engen heiros, psicó logos, advoga- divertimos, sempr9 sob a in fl uência benéfica ou ma-
dos e a rquitetos, ficam as responsabilidades inerentes léfica do mundo dos sons.
às suas atividades, ligadas diretamente aos problemas
acústicos. Ass im, delineam-se, entre outros, os campos Cabe, no entanto, às escolas superiores, o imper ioso
da: Acústica Física, Acústica e Medicina, Elétro-Acústica, d9ver de proporcionar aos alunos, as noções de acústica
Psíco-Acústica, Ultra-som, Acústica Musical, Acústica indispensáveis ao exercício da vida profissional. Abs-
da Fa la, Acústica e Contrôle dos Ruídos, Acústica das traindo, por ora, as deficiências do ensino desta maté-
ria nas faculdades de Engenharia, Filosofia, Direito e
Comun ic ações e Acúst ica Arqu itetônica .
Medicina, a necessidade de aprendizado da Acústica
Em un iversidades de maior expressão, justifica-se a Arquitetônica e o posterior aperfeiçoamento através
criação de um Instituto de Acúst ica, nos moldes mais dos cursos de "post-graduação", ressalta-se na Escola
modernos do ponto de vista pedagógico e de equipa- de Arquitetura.
57
Porqu ê o arqu iteto? nacionais. Trata-se de complemento ao que deve con-
tinuar a ~er ministrado em várias cadeiras, destacan-
Ex iste a tendência mundial da va lorização da profissão do-se as de "física apUcada à arquitetura", "materiais
de arquiteto. Dêsse movimento, participam tôdas as de construção" e "grandes composições". O plano é
pessoas de bom senso que conco rdam com a verda- de 24 aulas, ministradas em 6 meses, ou seja, na média
deira atribuição das atividades do arquiteto na comu- de uma aula por semana, cada uma com a duração
ilidade e a justa recompensa pelo seu trabalho. Di- de 2 horas. Parte dêsse tempo, será uti lizado para
vulga-se, comenta-se e propaga-se a idéia baseada exp lanações teóricas e parte para exercícios p ráticos
no princípio fundamental de que o arquiteto formado e visita a obras. O programa é êste :
~or uma escola de arquitetura é capaz de projetar
lC aula. Breve resumo do campo da acústica arquIte-
uma obra tecnicamente perfeita . Dentro dessa perfei-
tônica - seus objetivos - estabelecimento do crité-
ção está enquadrado o confôrto acústico que é indis-
rio para a reação do homem ao som e barulho -
pensável da pequena residência até o moderno cen-
princípios básicos para a obtenção da boa acústica
tro hospitalar, a universidade, o centro cultural ou o
em edifícios - casos reais de problemas de acústica
plano de urbanização da cidade.
em todo o mundo.
Os arquitetos sabem que terão prob lemas acústicos na
2 C e 3 c aulas. Som no espaço livre - suas leis - de-
sala de concêrtos, no cinema, teatro ou auditório.
finições de nível de intensidade, exemplos - desen-
Poucos, entretanto, se apercebem da importância do
volvimento dos problemas de som em ambientes
problema acústico na escola, hospital, edifício de es-
externos - Medidor de nível de in tensidade de
critór ios ou apartamentos. Sem boa acústica, o edi-
som - níveis de ruídos ideais.
fício não pode ser considerado obra de boa qualida-
de. Para o arquiteto compreende r que a acústica 4 C e 5c aula s. Som em ambientes fechados - deter-
chegou a tal ponto de progresso que se pode prever minação dos níveis de intensidade em função da
com absolu ta precisão os efeitos acú~ticos do edifícic potência e absorção sonora - considerações sôbre
e assim, evitar as desagradáveis surpresas quando a o contrôle do ruído, por tratamento acústico - efei-
obra fôr conduída, é preciso que ap renda acústica tos psicológicos do tratamento acústico por absor-
arquitetônica. Não se deve confundir o aprendizado ção - contrôle da reverbe ração - contrôle da di-
básico com a especialização. O curso de acústica ar- fusão do som.
quitetônica planejado e dirigido a estudantes de ar- 6 C e 7 C a ulas. Transmissão do som de um ambiente
quitetura produz notáveis resultados, como se consta- para outro - considerações básicas sôbre o meca-
ta nos principais centros universitários mundiais. nismo da transmissão - cálculos sôbre a redução
No caso mais simples da residência, também se ressal· de ruído entre amb ientes - paredes compostas -
ta a importância do confôrto acústico, paralelamente sistemas de piso flutuante - aumento da isolação
à importância de se confiar o seu projeto ao arqui- sonora por absorção.
teto. Isto se divulga nos cen tros mais adiantados da SC, 9c e 10 c a ulas. Discussões sôbre os problemas
Europa : atuais de acústica em edifícios - isolação de ruídos
"Constru ir a casa é aventura, sendo poro muitos o inevitáveis - materiais de construção e suas pro-
maior empate de capital da vida . Pode representar priedades acústicas - problemas de fissuras na iso-
a meto atingida de anos de planejamento, economia e lação - legislação sôbre ruídos urbanos e código
espera. Há vários caminhos : veja um anúncio qual- de obras - acústica em função da forma.
quer e compre a caso feita. Ou, então, faça o es- 11 c e 12° aula s. SaJas acústicas - discussão sôbre o
boço de suas idéias e procure alguém para execu tá· Ias. tempo de reverberação - determinação do nível de
No entanto, se necessitar de ajuda para escolher o "back-ground" ideal.
terreno, selecionar os ma teriais e controlar o andamen ~
13 c, 14c e 15° aula s. Projetos de cinemas, auditórios
to do serviçoj se desejar o melhor po r seu dinheiro
e teatros - discussão dos formas e materiais de
em têrmos de espaço, ~eu aproveitamento, agrado e
acabamento - cálculo de tempo de reverberação
confôrtai se quizer suas próprias idéias incorporadas
- discussão de projetos existentes .
ao projeto com as melhores e mais modernos idéias
quanto ao planejamento e acabamento, procure um 16 c , 17 c e 1S c aula s. Projetos de hospitais - escolas
arquiteto. Ele proporcionará tudo isso e mais, danda- - bancos - edifícios públicos - estúdios de rádio
lhe a casa eficiente, econômico, confortável e caracte- e TV - igrejas - hotéis - indústrias - probl'3mas
risticamente sua". sôbre a forma e materiais de acabamento - redu-
ção de ruídos e inteligibilidade da palavra.
58
21 0 au la . Proietos bósicos de alto-falantes e sistema missão" de paineis divisórios. Estudo do isolamento
de amplificação - som estereofônico, teatros ao ar do ruído de impacto entre pavimentos, em loca is com
livre, estád ios. ou sem tratamento acústico . Estudo de confinamento
total e parcial para motores e máquinas estacionárias .
22(1 f 23 0 e 24(1 aulas. Visita a obras importantes com
a discussão dos problemas no local.
Cursos de aperfeiçoamento
• Audição.
Med ições diretas de ru ídos de máqu inas de ocôrdo
com a Associação Brasileira de Normas Técnicas para • Previsão do inteligibilidade da palavra.
previsões de proteção acústica, quando do planeiamen- • Seminário em audiometria.
to de indústrias. Medições de ruídos de fábricas para
• Som em pequenos ambientes.
estabelece r estatísticas e compa ração com os índices
máximos previstos em normas. Med ições de níveis de • Som em salas.
ru ído em amb ientes viz inhos às fábricas em face das
• Materiais acústicos para a absorçõo de som.
leis estaduais e municipais de proteção ao bem-estar
e sossêgo públ ico. • Medida das potências sonoras e diretividade.
• Princípios da isolação de vibrações.
3 Medição do ruído em ambientes • Critér ios poro o contrôle de ruídos.
Constatação dos níveis de som em escolas, hospitais, • Problemas típicos de redução de ruídos.
escrit órios, laias, hotéis, residências e outros ambientes. • Atenuação de som por estruturas, paredes e bar-
reiras acústicas.
4 Medição do tempo de reverberação
• Obtenção de silêncio em sistemas de ventilação.
Mediçães do tempo de reverberação em ci nemas, tea - • Histórias sôbre o contrôle de ruídos em edifícios
tros, aud itórios, igrejas, salas de a~la que rece beram de escr itórios e residências.
ou não trata mento acústico e~pecífico. Confronto dos
• Proieto de silenciadores.
va lores rea is com os previstos por cálcu los. Estudo
comparativo da realidade local com os dados interna - • Instrumentação para a medida de vibrações.
cionais dos tempos de reverberação ideais. Determ i- • Atenuação de ruídos em máquinas, aviões, trens e
nação do coeficiente de intel ig ib ilidade. automóveis.
59
Divisão Isolante de Ruidos
Revestimentos Acústicos
A Eucatex S.A., através de sua Seção de Engenharia, consequência do alto espírito progressista de nossa
especializada em tratamentos acústicos, apresenta nes- indústria de materiais de construção e, em particular,
um esfôrço de promoção técnica a fim de permitir
ta separata uma breve exposição de alguns dos seus
àqueles interessados nas coletas de dados para ela-
materiais com suas características e aplicações nas so- boração de um projeto acústico, uma consulta imedia-
luções dos problemas acústicos. Esta contribuição é ta e precisa.
DIVISÃO ISOLAN TE DE RulDOS (240 kg/m'), entre salas de um mesmo conjunto co-
merciai, em salões, residências.
1. 1 Eucatex Isolan te
60
2 REVESTIMENTOS ACOSTICOS
2. 1 Eucatex Acústico
Tipos Ac ústico A
I Acústico B
I Acústico C
I Trovertino Ronhurado Striacúsfico
Espessura 19mm
I 19 mm
I 19 mm 19 rnm 19 mm 16 e 19mrn
30x30 em 30x30 em
30x60 em 30){óO em
Dim e nsões
. 60x60 em
60x60 em 4xl
30x30 em
30x30 em
60",60 em
. 60x60 em
60x60 em ,h.1
30x30 em
60 )(60 em
30)(30 em
30x60 em
* 60x60 em 4x1 - E' chapa com bisotês cruzados em ângulo reto divid indo-o em 4 quadros de 30x30 .
Acústico A
I 0,15 0,20
I 0,64 0,70 0,76 0,77
Striacúslico 0, 10 0, 1.4
I 0,55 0,57
I 0,60
I 0,65
~
tálica (com cômara de ar mi· Tra verti no 0,26 0,72 0,6.4 0,62 0,54
nima 5 em )
Ran hu rado 0,26 0,70 0,5 8 0 ,58 0,57 0,52
61
2.2 Eucatex Isolante 12 mm cons istência contr ibuem para uma relativa absorção
do som · cujos valores o destacam dos materia is con~
Fornecido em chopos de 1,22 x 2,44 m, 1,22 x 3,05 m
e 0,60 x 0,60 m não é um material especificamen te venciona is de fôrro e revest imento. Seu pêso é de
acústico todavia, sua porosidade, sua superfície e sua 3,7 kg/m'.
~,p, I
Coefici ente de Absorsão do Som
Material Acabamento
256 cps
I 512 cps 1024 'p' 2048 cps
Eucatex
Isolante sem pintura 0,12 0, 18 0,32 0,40 0,40
12 mm
o quadro abaixo informa as diferentes perdas de como de divisões compostas com chapas de fibra de
transmissão de som de alguns sistemas divisórios bem madeira Eucatex.
P.". _roolo
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30
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50
62
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3 ISOlAÇÃO ENTRE PAVIMENTOS GRÁFICO COMPARATIVO - TRANSMISSÃO DE RU IDO DE IMPACTO
75 .o
3. 1 Eucatex Piso fl utuante
/ .
.. .
o 70.0 ~.~.
:
· · ·~ ~r·· ,~,o ';0
o
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· ,," .!
Tipo Piso Flutuante flutuo I.
Dimensões 1,22 x 1,22 m
"'~"'"
11:
í
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1,22 x 2A4 m
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Espessu ra 12 mm
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24mm o
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Cô r bege E
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Pêso por m2 3,2 kg - 12 mm
6,4 kg - 24 mrn
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I
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p;IO !f1UIUOII.
< >C. o
i'---.
A solução mais prática e econômica para a isolação
o ~ 600 900 1200 I~oo 1600 '2100 '2<100 2700
de ruídos entre pavimentos de edifícios consiste na
in serçõo de um material elástico entre a laje e a ar- frequencia - c ps
63
No r malização de Ruídos e T ra tamentos Ac ústicos
A ABNT - São Paulo e Rio de Janeiro f izeram estudos Cinemas:
preliminares no sen t ido de estabelecer normas de ruídos Sala de projeção 45 dB
aceitáveis, bem como de tratamentos acústicos. Tais Sala de espera 60 dB
estudos encontram-~e em fose de p rojeto e publicados Teatros:
em bolet ins cu jo teor transcrevemos a segu ir . Sala de espetácu los 38 dB
Sala de espera .. . ......... . 60 dB
Níveis de ruídos aceitá veis Ginásio e In ter io res pa ra jogos e es-
portes 75 d8
Norma Brasileira da ABNT (São Paulo) P-NB-95. Museus 42 dB
Escolas 42 dB
Tribunais 42 dB
Objetivo Salas de Mús ica 38 dB
Estúdios de gravação 24 dB
.1 Esta Norma estabelece os níveis de ruído ace i- Estúd ios de Rádio e TV 28 dB
táve is em ambientes inter nos onde se real izem Fábricas 75 dB
at ividad es de comércio, indústria, arte, ens ino, Res idências 40 dB
esporte e outras.
1 .2 Pa ra os e feitos desta Norma, nível de ruído ace i- 4 .2 Norma para trata mento acústico
tável é o valor máx imo do nível de som, dado
em dec ibels, q ue perm ite o mí nimo de con fôrto ABNT (Guanabara ) Projeto a Norma P-N B-IO I.
à maioria dos ocupantes de um determinado
Obj etivo
amb ie nte.
Esta Norma tem por objet ivo estabe lecer as bases
2 Medida do nível de som fundamentais pa ra a e xecução de tratamen tos acúsli-
cos em recintos fechados.
2. A determinação do nível de som é feita de
acôrdo com o método MB-268 - Medida do ní- Def inições
vel de som em ambien tes internos e externos.
2 Tratamento acústico: processo pelo qual se procura
3 Níveis de ruído aceitáveis dar a um recinto cond ições que pe rmitam a boa au -
dição das pessoas presentes neste recinto, processo
3. Os níveis de ruído aceitáveis pa ra os amb ien tes êste que fica sujeito às restri ções constantes desta
internos relacionados são : Norma. Este tratamento compreende o isolamento
acúst ico e o cond icionamento acústico .
Ban cos 60 dB 3 Som: forma de energ ia proven iente de um corpo
Escritór ios: emitindo, em uma ou em tôdas as d ireções certos mo-
Datilograf ia, taquigrafia, escr ituração 60 dB vimentos vibratórios que se propagam em me ios elás-
Diretoria, cálculos, pro jetos, leitura de ticos e que se podem ouvi r.
pla ntas, sala de reuniões, con tabili- 4 Tom: fo rma dessa ene rgia vibratór ia (som ) que se
dade . ....... . . 57 dB p ropaga num meio e lástico com variação senoidal no
Saguão pr incipal e sala de espe ra 60 dB tempo .
Mercados .. . ... ... . . 75 dB 5 Ruído: mistura de tons cujas frequênc ias não seguem
Restaurantes, Bares e Confeitarias : nenhuma lei p recisa, e que diferem entre si por va -
Refeitóri o 60 dB lores imperceptíveis ao ouvido humano.
Copas e cozinhas 65 dB 6 Iso la me nto acustico: processo pelo qual se p rocura
lojas ... 60 dB evitar a penet ração ou a saída, de ruídos ou son s,
Aud itór ios e Anfitea tros: em um determinado recin to. O isolamento acústico
Sala de espetáculos 38 d8 comp reende a proteção contra ru ídos ou sons aéreos
Sala de espera .. 60 dB e ru ídos ou sons de impacto .
Gabinetes Den tá rios : 7 Condicionamento acústico: processo pelo qual se
Sa la de espera 60 dB procu ra garantir em um rec into o tempo ó ti mo de re -
Sala de tratamento 40 dB ve r beração e, se fô r o ca so, também a boa distr ibuição
Hospitais e Consul tór ios Médicos: do som .
Enfer marias e quartos 40 dB 8 Ruído aéreo, som aéreo: r uído ou som produzido
Recep ção, sá la de espera ..... ... . 60 dB e transmitido através do ar (ex .: buzina, vozes, alto -
Sala de operação 35 dB falantes, etc. ).
l a vander ia 65 dB 9 Ruídos de Im pacto, som de impacto! ru ído ou som
Ho téis : pr oduzido por percussão sóbre um co rpo sólid o e trans-
Sala de estar 47 dB mit ido através do ar (ex .: queda de ob jetos, ruído de
Sala de le itura 42 dB passos, marteladas, instrumentos de pe rcussão etc. ).
Restaurante 60 dB 10 Tempo de reverbera ção: tempo necessário para
Co pa, coiinha 65 dB que um som deixe de ser ouvido após a ex tinção da
Dormitório 40 dB fon te sonora . E' exp resso em seg undos. (E' o tempo
Portaria e Recepçã o 60 dB necessá rio para o decréscimo de um milionésimo da
Igrejas e Templos 42 dB intensidade da ene rgia inicial de regimem dentro d e
Bi b liotecas 42 dB um deter mi nado ambiente).
64
1 1 Tempo ótim o de rever be ra çã o: tempo de reverbe- noras, previamente localizadas. Tal estudo visará
ração considerado ótimo para um determ inado recinto. conhecer a distribu ição dos sons diretos ou refletidos,
E' expresso em segundos. de modo a serem conseguidas em todo o reci nto as
12 Decibe l: unidade de intensidade fisiológica do som. melhores cond ições de a udi bilidade .
O número de dec ibel de um som é expresso pela O projetista deverá utilizar as superfícies do teto para
fórmula : obter o refõrço sonoro necessário à boa audibilidade,
e a inda eventualmen te util izará as superfícies das pa-
= 10 log 10
redes; para tanto empregará defletores (no caso de
I,
reflexões do som orientadas) ou difusores (no caso de
simples distribuição do som em todos os sentidos) .
onde i é a intensidade fisi ológica expressa em decibe l,
1 é a intensidade física do mesmo som e lo a intensi- A forma geométrica do recinto poderá, assim, sofrer
dade do som correspondente ao limiar de percepção. modificações tanto em planta como em corte, neces-
Geral mente : sárias à boa distribuição do som .
I, = 10 - 16 W/cm 2 19 Cá lculo do tempo de r~ver b e ra çã o : terminado o
estudo geométr ico-acústico do recinto, o cálculo do
13. Níve l de som: é a le it ura , em decibels, forne- tem po de reverberação será feito por uma das se-
cida po r um med idor de nível de som construído e guintes fórmulas:
operado de acôrdo com as especificações I. E.C. 29
(Secreta riat ). Fór mula de Sabine:
0,161 V
Co nd ições a serem esta belecida s tr = --- - ------- - ----
SIO:I + $20: 2 + . ".'
onde:
14 O tratamento acústico, destinado ao confôrto hu -
t, tempo de reverberação do reci nto, em.
mano, implica no co nhecimento de valores das condi-
segundos;
ções locais, em função do conjunto de condições do
recinto, a saber:
V = volume do recinto, em m3;
S" S, = áreas das superfícies interiores do re-
cinto, em m2 ;
a. nível de som exterior, em decibels;
b. nível de som do recinto, em decibe ls (em função a" a, = coeficientes de absorção sonoro das vá-
rias superfícies interiores.
do gênero de atividades do mesmo);
c. planta de situação do imóvel onde se achar o re-
Fórmu la de Eyring:
cin to a ser tratado;
0,161 V
d. plantas e cortes longitudinal e transversal do re-
tr = - -- - -- - - -- - -- - -
cinto;
2,3 S log (1 - am)
e. especificações dos materiais empregados no re-
onde:
cinto: de construção (ex .: piso, paredes, etc.) e de
tr = tempo de reverberação do recinto, e m segun-
utilização (mesas, poltronas, cortinas, etc. ).
dos;
V = volume do recinto em m3;
Cálc ulo do tratamento acú stico $ = área total das superfícies interiores do recinto,
em m2 ;
15 O tratamento acústico do recinto compreende de- O'rn = coeficiente médio de absorção sonora das su-
te rm ina ções pa ra : perfícies interiores do recinto.
a. isolamento acústico, através do uso adequado de Os coeficie ntes de absorção das materiais mais comu ns
materiais capazes de perm itir a necessário imper- encontram-se na tabelo 1.
meabilidade acústica, previamente fi xada : Os outros elementos das fórmulas serão ca lculados em
b. condicionamento acústico, pelo estudo geométr ico- cada caso particular de apl icação.
a cústico do recinto e cálculo do tempo de rever-
beração. 20 Determ inado o tempo de reverberação tn, com -
para-se êste valor com o tempo ótimo de reverbera -
16 Isolam e nto ac ústico: o nível de som no recinto deve ção, to, através do gráfico L A diferença (to-tr) deve
ser fixado de acôrdo com as recomendações da ABN T. ser a me no r possível.
Estabelecido êste nível e conhec ido o nível de so m ex-
ter ior, obtém-se por diferença a queda de nível de
som (.6.), em decibels. Aceita ção
Poderá' ser util iza da uma combinação de materia is
., iso lantes, para o caso de queda de nível de som (.ó. ) 21 Com provado que o isola mento e o condicio namen -
e levada; e dever-se-á levar em conta a natureza dos to acústicos tenham sido calculados e forneçam os re-
ru ídõs ou sons a isolar (aéreos ou de impacto). sultados estabelecidos na presente Norma com tolerân-
17. Condicionamento acú stico: estabelecido o nível cias até 10%, deve o Trata me nto Acústico ser co ns ide-
de som do recinto, seró feito o estudo geométrico-acús- rado satisfatório e consequentemente aceito pelo Com-
tico e determinado o tempo de reverberação. prador.
18 Estudo geométrico-acústico do reci nto: para au -
dit6rios, teatros, cinemas, etc., se rão examinadas as 22 Nos casos especia is em q ue a Norma não fôr in-
plan tas e cortes do recinto, e, levando-se em conta tegra lmente seguida, deverão consta r da proposta e
os materiais a se rem empregados, será feito o estudo das especificações do Instalador todos os pontos que
geométrico, considerando-se uma ou mais fontes so- dela diverg irem.
65
TABELA 1
Coeficientes de Absorção por Unidade de Área
(m2 )
Frequência, ciclos/seg
125
I 250 500
I 1000
I 2000 4000
"
,o>
0·
O>
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'""'-
" o,e
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2 J , 6 8 2 3-i- • e 2 J , 6 8
2.830 2B.3oo
'"
Volum~ ~m m~fros cublcOS
66