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AOS LEITORES
2
IV OLIMPÍADA DE MAIO 16
Resultados
IV OLIMPÍADA DE MAIO 17
Prova
ARTIGOS
PARIDADE 32
Eduardo Wagner
PROBLEMAS PROPOSTOS
59
AGENDA OLÍMPICA 61
COORDENADORES REGIONAIS 62
AOS LEITORES
EUREKA! N 2, 1998
2
Sociedade Brasileira de Matemática
Comitê Editorial.
EUREKA! N 2, 1998
3
Sociedade Brasileira de Matemática
Primeiro Nível
Segundo Nível
EUREKA! N 2, 1998
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Sociedade Brasileira de Matemática
Terceiro Nível
EUREKA! N 2, 1998
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Sociedade Brasileira de Matemática
1)
333...333
É claro que d = =3 111 ...111 = 3n . Portanto, o número
100 três 100 uns
111 ...111
procurado N = k uns deve ser divisível por n e por 3 (n não é
divisível por 3 porque a soma dos seus algarismos é igual a 100 que não é
divisível por 3). Se k é um número da forma k = 100q + r onde 0 r < 100
111 ...111 000...00 111 ...11 M R
então obviamente N = 100q uns r zeros r uns . Como
M é divisível por n então, N é divisível por n se, e somente se, R = 0 ou
seja, se r = 0 e conseqüentemente se, e somente se, k for divisível por 100.
Se k = 100q então a soma dos algarismos de N é igual a 100q e esta soma
será divisível por 3 (e consequentemente também o número N)se, e
somente se, q for divisivel por 3. Portanto, o menor número
N 111 ...111 divisível por d consiste em 300 uns.
k uns
2)
3)
EUREKA! N 2, 1998
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1)
2)
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3)
1)
Se n p1 1 p 2 2 ... p k k é a fatoração em primos de n, os divisores positivos
de n são todos os números da forma p1 1 p 2 2 ... p k k com 0 1 1, 0 2
2, …, 0 k k, i N, i. Assim , o número de divisores positivos
de n é (1 + 1) (1 + 2)…(1 + k ). Para que este número seja ímpar é
necessário e suficiente que todos os i sejam pares, ou seja, que n seja
quadrado perfeito. Como 442 = 1936 < 1998 < 2025 = 45 2, há 44 quadrados
perfeitos entre 1 e 1998, portanto há 44 naturais menores que 1998 com um
número ímpar de divisores positivos.
2)
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3)
2fisdufiows
uhf
Você sabia… que há tantos números racionais quanto
números naturais, mas há estritamente mais números reais
que racionais (isto é, existe uma bijeção f : N Q mas não
existe nenhuma bijeção g : Q R) ? E que é impossível
decidir se existe algum conjunto com estritamente mais
elementos que os naturais mas estritamente menos
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PROBLEMA 1
PROBLEMA 2
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PROBLEMA 3
PROBLEMA 4
PROBLEMA 5
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SOLUÇÕES
1)
a + 12 ( a – 1 ) + b = 2164,
b = 2176 – 13a
1 2176 – 13a 12
a = 167, b = 5
2)
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3)
A E B
P
M
N D C
4)
n2 x2 y2 ,
n 2 ( y x )( y x ),
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1 n2
x d
2 d
y x d
n 2
y x 1 n2
d y d
2 d
Estas soluções são inteiras e positivas, pois n é ímpar (logo d também), e
d n . Portanto, o número de triângulos retângulos é o número de
divisores de n2 menor que n. Mas para cada divisor de n2 menor que n,
corresponde um divisor maior que n. Lembrando que n é também um
divisor, concluímos que o número procurado é 1/2 (d(n2) – 1), onde d(n) é
o número de divisores positivos de n. Portanto, é necessário e suficiente
que n2 seja um número ímpar com d(n2) = 2 1997 + 1 = 3995 divisores.
Uma das várias possibilidades para n2 ter 3995 divisores é ser da forma
p4q798, com p e q primos distintos. Neste caso, n = p2q399, possui
d(n) = (2 +1) (399 +1) = 1200 divisores.
5)
Vamos representar por 1 uma lâmpada acesa, e por 0 uma lâmpada apagada
e interpretar o número obtido na base 2.
Veja que se, em algum passo, o último dígito for 0, ele será o único dígito
alterado no próximo passo. Isto significa que o número aumentará 1
unidade.
Caso contrário, o número terminará com um bloco de 1's antecipado por
um 0:…011…1. No próximo passo, o número será …100…0. Mas observe
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IV OLIMPÍADA DE MAIO
Resultados
Primeiro nível
Segundo nível
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IV OLIMPÍADA DE MAIO
Primeiro nível
PROBLEMA 1
PROBLEMA 2
PROBLEMA 3
Existem quatro botes numa margem de um rio; seus nomes são Oito,
Quatro, Dois e Um, porque essas são as quantidades de horas que cada um
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deles demora para cruzar o rio. Pode-se atar um bote a outro, porém não
mais de um, e então o tempo que demoram em cruzar é igual ao do mais
lento dos botes. Um só marinheiro deve levar todos os botes até à outra
margem do rio. Qual é o menor tempo necessário para completar o
translado?
PROBLEMA 4
A B
PROBLEMA 5
Segundo nível
PROBLEMA 1
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PROBLEMA 2
PROBLEMA 3
Obs. Os pedaços em que se divide o tabuleiro devem ser peças inteiras; não
devem ser desconectados pelo corte.
PROBLEMA 4
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PROBLEMA 5
O planeta X31 tem só dois tipos de notas, mas o sistema não é tão mau já
que só há quinze preços inteiros para os quais o pagamento não pode ser
feito de forma exata (nesses casos deve-se pagar a mais e receber o troco).
Se 18 é um dos preços para os quais não se pode fazer pagamento exato,
encontre o valor de cada tipo de nota.
RESPOSTAS
PROBLEMA 1 : 16 formas.
PROBLEMA 2 : 9
PROBLEMA 3 : 15h
PROBLEMA 4 : As áreas são iguais.
PROBLEMA 5 : Há muitas soluções.
PROBLEMA 1 : 5, 7, 8, e 9
PROBLEMA 2 : 6/49
PROBLEMA 3 : 70 maneiras.
PROBLEMA 4 : 4 pedras.
PROBLEMA 5 : 4 e 11
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Primeiro dia.
Tempo: 4 horas 30 min.
PROBLEMA 1
PROBLEMA 2
PROBLEMA 3
Prove que, pelo menos para 30% dos naturais n entre 1 e 1.000.000, o
primeiro dígito de 2n é 1.
Segundo dia.
Tempo: 4 horas 30 minutos.
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PROBLEMA 4
PROBLEMA 5
Todos os dias, a partir do dia 1, cada duende sai da casa onde está e chega à
casa vizinha. Uma lenda de Terra Brasilis diz que, quando todos os
duendes regressarem à posição original, o mundo acabará.
PROBLEMA 6
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SOLUÇÕES
1)
Seja k um número natural. Encontrar todas as permutações a1, a2, …a2k dos
números 1, 2, …, 2k que verificam ai a i 1 k para todo i = 1, 2, …,
2k –1.
Solução
Em primeiro lugar observamos que, se dois números entre 1, 2, …, 2k
diferem de pelo menos k, então o maior dos números está entre k + 1, k + 2,
… 2k e o menor, entre 1, 2, …, k . Chamemos simplesmente os números
destes dois conjuntos de "grandes" e "pequenos", respectivamente.
Suponhamos que a1, a2, …a2k é uma permutação com a propriedade em
questão. Pelo que dissemos acima, seus termos com índice ímpar (par)
devem ser todos grandes ou todos pequenos. Sejam, por exemplo, a1, a3, …
a2k – 1 pequenos e a2, a4, …a2k grandes. Consideremos a soma
S a1 a 2 a 2 a 3 ... a 2 k 2 a 2 k 1 a 2 k 1 a 2 k
S (a 2 a1 ) (a 2 a3 ) ... (a 2 k 2 a 2 k 1) (a 2 k a 2 k 1 )
2(a 2 a 4 ... a 2 k ) 2(a1 a3 ...a 2 k 1 ) a 2 k a1
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a 3 2k ( k 1) k 1
a 4 ( k 1) k 2k 1
a 5 ( 2k 1) ( k 1) k 2
k, 2k, k – 1, 2k – 1, k – 2, …, 2, k + 2, 1, k + 1
Por simetria, existe exatamente uma solução além desta: a que obtemos
tomando a solução acima na ordem inversa.
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2)
3)
Vamos provar que para cada inteiro positivo k existe uma potência de 2
com exatamente k dígitos (na base 10) e cujo primeiro dígito é 1. De fato,
se considerarmos a menor potência de 2 maior que 10 k + 1, devemos ter
2 n < 10 k + 1 2n + 1,
ou 10 k + 1 2n + 1 < 2 10 k + 1 .
6
Portanto basta calcular quantos dígitos possui 210 . Mas, de 103 < 210,
5 6 6
obtemos 10 310 210 , donde segue que 210 tem mais de 300.000
algarismos e segue que no mínimo 300.000/1.000.000 = 30% de tais
potências começam com o algarismo 1.
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Observações:
f (n)
lim log 2 0,301029995664.
n n
4)
Fazendo x = y temos
f (2x) f (0)= 2x + 1
5)
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6)
Um exemplo de tal sistema é aquele que tem uma só linha com exatamente
3 pontos. Para o que segue, suponhamos que haja pelo menos 4 pontos 1, 2,
3, 4 e que uma das linhas é R1 = 123 (aqui, e no que segue, R = abc
significa que a linha R passa pelos pontos a, b, c, não importando a ordem.
Assim, por exemplo, R = bca é a mesma linha.)
Por (iii), devem existir linhas R2, R3 e R4 que passam pelos pares de pontos
{1, 4}, {2, 4} e {3, 4}, respectivamente. Notemos que R2 , R3 e R4 devem
ser distintas. De fato, se, digamos, os pares {2, 4} e {3, 4} estão na mesma
linha R2 , então R2 = 234, logo R1 e R2 têm duas paradas em comum e isto é
impossível por (ii). Novamente por (ii), cada uma das linhas R2 , R3 e R4
tem exatamente um ponto em comum com R1 = 123. Como não podem
haver dois pontos entre 1, 2, 3, que estão em R2 , R3 e R4 (novamente por
(ii)), devemos ter R2 =14a, R3 = 24b, R4 = 34c para pontos distintos a, b, c
que são por sua vez distintos de 1, 2, 3, 4. Para manter uma notação
consistente, sejam a = 5, b = 6 e c = 7. Logo R2 = 145, R3 = 246 e R4 = 347.
Com isso, provamos que há pelo menos 7 pontos.
Agora, suponhamos que exista pelo menos um ponto a mais, digamos 8.
Por (iii), existe uma linha S que passa por 1 e 8. Como S tem uma parada
em comum com R3 = 246, concluímos que S = 128, S = 148 ou S = 168.
Nenhuma destas é possível, pois
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Observação:
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Primeiro dia
Duração da Prova: 4 horas 30 min.
PROBLEMA 1
PROBLEMA 2
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PROBLEMA 3
Segundo dia
Duração da Prova: 4 horas 30 min.
PROBLEMA 4
PROBLEMA 5
PROBLEMA 6
PARIDADE
Eduardo Wagner
Nível Iniciante.
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PROBLEMA 1
Em um quartel existem 100 soldados e, todas as noites, três deles são
escolhidos para trabalhar de sentinela. É possível que após certo tempo um
dos soldados tenha trabalhado com cada um dos outros exatamente uma
vez?
RESPOSTA : Não.
Escolha um soldado. Em cada noite em que trabalha, ele está em
companhia de dois outros. Como 99 é um número ímpar, não podemos
formar pares de soldados sempre diferentes para trabalhar com o escolhido.
PROBLEMA 2
Um jogo consiste de 9 botões luminosos (de cor verde ou vermelha)
dispostos da seguinte forma:
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1 2 3
4 5 6
7 8 9
Exemplos:
PROBLEMA 3
Escrevemos abaixo os números naturais de 1 a 10.
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10.
Antes de cada um deles, coloque sinais “+” ou “–” de forma que a soma de
todos seja zero.
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PROBLEMA 3A :
Escrevemos abaixo os números naturais de 1 a 11.
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Antes de cada um deles, coloque sinais “+” ou “–” de forma que a soma de
todos seja zero.
SOLUÇÃO :
A soma dos números naturais de 1 a 11 é 66. Como podemos separá-los em
dois grupos de soma 33? Começando pelos maiores observe que 11 + 10 +
9 = 30. Logo, 11 + 10 + 9 + 3 = 33. O problema 3A tem como uma solução
possível:
+1 + 2 – 3 + 4 + 5 + 6 + 7 + 8 – 9 – 10 – 11 = 0
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Sociedade Brasileira de Matemática
Você pode propor aos seus amigos os problemas 3 ou 3A com uma lista
grande de números naturais consecutivos. O problema terá ou não solução
caso a soma desses números seja par ou ímpar, respectivamente.
Entretanto, é possível encontrar o resultado desta soma rapidamente, sem
precisar somar todas as parcelas. A soma de todos os naturais de 1 até n é
(1 n ) n
igual a . Por exemplo, a soma de todos os naturais de 1 até 10 é
2
(1 10)10 11 10
55 . Procure demonstrar este fato e, se não
2 2
conseguir, pergunte ao seu professor ou escreva para a EUREKA!
PROBLEMA 4
Mostre que se a, b e c são inteiros ímpares, a equação ax 2 bx c 0 não
tem raiz racional.
Comentários:
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Solução do problema 4
p
Imaginemos que o número racional seja raiz da equação
q
ax 2 bx c 0 onde a, b e c são inteiros ímpares. Logo, fazendo a
substituição, devemos ter,
2
p p
a
b c 0
q q
p2 p
a 2
b c 0
q q
ap 2 bpq cq 2 0
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Sociedade Brasileira de Matemática
2 2
a) p e q são ímpares: neste caso, ap é ímpar, bpq é ímpar e cq é
ímpar. Como a soma de três números ímpares é ímpar, o resultado não
pode ser zero.
2 2
b) p é par e q é ímpar: neste caso, ap é par, bpq é par e cq é ímpar.
Como a soma de dois números pares e um ímpar é ímpar, o resultado não
pode ser zero.
PROBLEMA 5
Um tabuleiro 6 6 está coberto com dominós 2 1. Mostre que existe uma
reta que separa as peças do tabuleiro sem cortar nenhum dominó.
SOLUÇÃO :
Cada dominó é formado por dois quadrados e portanto, se o tabuleiro está
inteiramente coberto, 18 dominós foram utilizados. Imagine agora uma reta
(horizontal, por exemplo) que separe o tabuleiro em duas partes. Se ela não
corta nenhum dominó, está resolvido o problema. Suponha então que ela
corte ao meio um dominó. Neste caso, acima desta reta teremos n dominós
inteiros mais meio dominó, ou seja, teremos acima desta reta 2n + 1
quadrados, que é um número ímpar. Mas isto é impossível porque se o
tabuleiro tem 6 unidades de largura, qualquer reta o dividirá em partes que
contém números pares de quadrados acima e abaixo dela. Assim, se uma
reta corta um dominó, deverá cortar um outro dominó. Para a divisão do
tabuleiro, existem 10 retas possíveis e, se cada uma delas cortar dois
dominós, deveríamos ter 20 dominós no tabuleiro. Como eles são apenas
18 então existe uma reta (pelo menos) que não corta nenhum dominó.
PROBLEMA 6
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PROBLEMA 7
Em uma ilha plana existem 11 cidades numeradas de 1 a 11. Estradas retas
ligam 1 a 2, 2 a 3, 3 a 4, ..., 10 a 11 e 11 a 1. É possível que uma reta corte
todas as estradas?
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Nível Avançado
INTRODUÇÃO
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Seção 2: Congruências
Definição: Sejam a, b, n Z, n > 0. Dizemos que a é congruente a b
(módulo n) (denota-se a b (módulo n)) se n(b – a)
Obs: a a (módulo n), a b (módulo n) b a (módulo n),
a b (módulo n), b c (módulo n) a c (módulo n), ou seja,
congruência (módulo n) é uma relação de equivalência.
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Exercício resolvido: Exiba n N tal que 2n tenha mais de duas mil casas
decimais e tenha entre suas 2000 últimas casas decimais 1000 zeros
consecutivos.
2000
Solução: 2 ( 5 ) 2000
1 (módulo 5 ), pelo teorema de Euler. Portanto,
2000
+ 22000, e portanto os 2000 últimos dígitos de 2 2000 ( 5 ) coincidem com
a representação decimal de 22000, que tem no máximo 667 dígitos, pois
2000
23 < 10 22000 < 23.667 < 10667. Desta forma , 2 2000 ( 5 ) tem pelo menos
2000 – 667 = 1333 zeros consecutivos dentre as 2000 últimas casas
decimais, de modo que n = 451999 + 2000 satisfaz as condições do
enunciado (pois (52000) = 45 1999)
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Notemos que este Corolário mostra que, dados inteiros a1, a2,…ar, existe
um inteiro n com n = a1 (módulo m1), n a2 (módulo m2), …, n ar
(módulo mr).
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c (1 mBkB ) rB
B A
B
Como c é uma potência -ésima, c é uma potência kB-ésima para todo
B A, B , portanto, para B’ {cx1, cx2,…,cxn}, B’, teremos
B’= {cxx B} para algum B A, B . Logo x será uma
xB '
potência
kB-ésima.
Além disso,
K X rX
x c(1 m ) (1 m X ) (1 mBK B ) rB 1 ,
X B 'U {c}
KB
B
X A
X ,B
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Prova: Pelo corolário anterior, basta provar que não existe raiz primitiva
módulo 8, e isso segue do fato que se a é ímpar,
a = 2r + 1, r Z a2 = 4r ( r + 1) + 1 1 (módulo 8)
2
(a + p) = a + (p – 1) pa p–2 + C p 1 ap–3. p2 +… 1 + (p – 1) pa p–2
p–1 p–1
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k
a p ( p 1) 1 bk p k 1 , com bk +1 bk (módulo p). Segue-se que p não
divide bk +1.
Vamos agora mostrar por indução que a é raiz primitiva módulo pk para
todo k 2. Suponha que a seja raiz primitiva módulo pk. Então temos
pk –1( p – 1) = (pk) = ord p a ord p a (pk +1) = pk( p – 1). Portanto,
k k 1
ord p k 1 a = p k –1
(p – 1) ou ord p k 1 a = pk (p – 1) = (pk+1), mas o primeiro
k 1
( p 1)
caso é impossível, pois a p 1 bk p k ,que não é congruente a 1
módulo pk+1, pois p não divide bk. Portanto ord p k 1 a = (pk+1) e a é raiz
Exercício resolvido: Mostre que existe n natural tal que os mil últimos
dígitos de 2n pertencem a {1, 2}.
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PROBLEMAS
SOLUÇÃO
Primeira Hipótese: há apenas uma única pessoa sem amigos; logo entre as
n – 1 pessoas restantes, cada pessoa é amiga de no mínimo uma pessoa e
no máximo n – 2 pessoas. Seja f : P Q onde P = conjunto das pessoas
restantes e Q = conjunto dos possíveis números de amigos de uma
determinada pessoa em P, ou seja:
P = { p1, p2, …, pn–1}
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Q = { 1, 2, 3, …, n – 2}
Observe que há n – 2 valores no conjunto Q para n – 1 valores em P ; isto
quer dizer que n1, n2 P tais que f ( n1 ) = f ( n2 ).
SOLUÇÃO
Observe inicialmente que, dado n N,
n n
(i) se n (n > 4) é par, temos n
2 2
n 1 n 1
(ii) se n (n > 3) é ímpar, temos n
2 2
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Sejam 1998 = n1 + n2 + n3 + … nk e
P = n1 n2 n3 … nk
Com as observações (i) e (ii) devemos ter ni { 1, 2, 3, 4} e como 4 = 2 2
podemos substituir 4 por "2 + 2" e teremos ni { 1, 2, 3}; logo P = 1 2
3 . É evidente que = 0; pois se = 1, "1 + 2" pode ser substituído por
um 3 e "1 + 3" pode ser substituído por "2 + 2". Também 2, pois
"2 + 2 + 2" pode ser substituído por "3 +3" ( 3 3 > 2 2 2) e
conseqüentemente P = 2 3 com ( = 1 ou 2 ). Como 1998 = 3 666 + 0,
P = 3666 e S = 3 33 ... 3
666 vezes
SOLUÇÃO
Definamos a função : N – {0} Z tal que
(1) = 2
(n + 1) = (n)2 – n, n 1
Mostraremos que agora por indução que n < (n) para todo n 3
como 0 < n < (n), segue que n2 < (n)2 isto é, n2 < (n +1) + n. Dai,
EUREKA! N 2, 1998
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Sociedade Brasileira de Matemática
n2 – n < (n +1)
Mas n + 1 < n2 – n se e somente se 0 < n2 – 2n – 1 se e somente se
0 < n2 – 2n + 1 – 2 se e somente se 0 < (n – 1)2 – 2. Esta última
desigualdade é verdadeira se n 3
Portanto, se n 3, n +1 < n2 – n < (n + 1) e dai n +1 < (n + 1). Pelo
princípio de indução, segue que n < (n) para todo n 3 como n n
para todo n N –{0} e daí, n (n) para todo n N –{0}
Portanto, 1998 < (1998)
1998 < (1997)2 – 1997
1997 + 1998 < (1997)2
1997 1998 < (1997) pois 0 < 1997 < (1997).
SOLUÇÃO
Sejam k o número de brasileiros e n o número de argentinos no torneio.
Cada jogador brasileiro jogou k – 1 partidas contra brasileiros. Observe que
o número de vitórias, o número de empates e o número de derrotas (de
cada jogador brasileiro contra jogadores brasileiros) somadas deve ser
igual a k – 1.
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E E'
(iii) Sejam P = s + e P' = s + , os totais de pontos obtidos
2 2
nos itens (i) e (ii) entre brasileiros e entre argentinos, respectivamente.
E q
P s p 2s E 2 p q
2 2
(v)
P' s ' E ' p' q' 2 s' E 2 p' q'
2 2
Somando (v) teremos:
sE 2
2 s'E ' 2 p q 2 p ' q '
k(k–1) + n(n –1) = nk + nk
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9) Prove que todo número racional positivo pode ser escrito como
soma de um certo número de frações distintas de numerador 1.
SOLUÇÃO
p
(i) Seja inicialmente a fração 1, logo n N tal que
q
1 p 1 p 1 np q
n
q
n 1
, observe que para n 2, temos: q
n
nq
.
np q
Nós podemos repetir o processo inicial para a fração nq
até
encontrarmos a fração inicial como uma soma de frações com
numeradores iguais a 1; observe também que np – q < p, ou seja o
np q
numerador da fração é menor do que o numerador da
nq
fração original e já que os numeradores dessas frações não podem
decrescer indefinidamente, este procedimento deverá terminar com
um número finito de frações com numeradores iguais a 1. Resta
então mostrar que essas frações são todas distintas; se não
vejamos:
np q p 1 1 1 1 1
(n 2);
nq q n n 1 n n(n 1) n
np q
então quando nq
é escrita como uma soma de frações de
numeradores iguais a 1, todos os denominadores dessas frações são
maiores do que n, mostrando portanto que essas frações são todas
distintas.
p
(ii) Seja 1 , então n N tal que:
q
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1 1 1 p 1 1 1
1 ... 1 ...
2 3 n q 2 3 n 1
p 1 1 1 1 1
logo: 1 ... , com 1, usando
q 2 3 4 n n 1
o ítem (i) podemos expandir como uma soma finita de frações
unitárias cujos denominadores são maiores que "n + 1".
Soluções dos problemas 1, 4, 8 e 9 enviadas por Carlos Alberto da Silva Victor, Nilópolis,
Rio de Janeiro-RJ. Solução do problema 7 enviada por Manuel João de Jesus Almeida,
Rio de Janeiro-RJ. Agradecemos também a participação de Carlos Eduardo Cardoso
Borges, Wayne L. Silva de Paula, Marco Rogério Vieira e Vicente Wilson Moura Gaeta.
Continuamos esperando as soluções dos problema 2, 3, 5 e 6.
PROBLEMAS PROPOSTOS
Convidamos o leitor a enviar
soluções dos problemas propostos
e sugestões de novos
problemas para os próximos números.
10) Suponha que temos k moedas, todas iguais exceto por uma que tem
peso ligeiramente diferente das anteriores (não se sabe se maior ou
menor), e uma balança de dois pratos.
3n 3
a) Mostre que se k é possível determinar com n pesagens
2
qual é a moeda diferente, e se ela é mais leve ou mais pesada que
as outras.
3n 1
b) Mostre que se k é possível determinar com n pesagens
2
qual é a moeda diferente, mas nem sempre é possível dizer se ela é
mais leve ou mais pesada que as outras.
3n 1
c) Mostre que se k não é sempre possível determinar qual é a
2
moeda diferente.
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i) A1 B1 A1C1 1
ii) Bn + 1 = Bn e An + 1 = Cn para todo n N.
iii) An+1 Cn+1 é congruente à altura de An em relação a BnCn.
Você sabia…
Que há 6 poliedros regulares no espaço euclidiano de 4
dimensões mas apenas 3 em 5 ou mais dimensões ??
Em dimensão n há o simplexo, com n + 1 "faces" (que são
simplexos) de dimensão n – 1, o hipercubo, com 2n "faces"
( que são hipercubos) de dimensão n – 1 e o
hiperoctaedro, dual do hipercubo, com 2n "faces" (que
são simplexos) de dimensão n – 1. Em dimensão 4, além
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AGENDA OLÍMPICA
13 a 20 de setembro de 1998
República Dominicana.
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COORDENADORES REGIONAIS
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