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Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da 03ª Vara Cível desta Capital.

CONDOMÍNIO CONJUNTO RESIDENCIAL BELA VISTA, situado na Rua


João Gbur, 181, Bairro Bela Vista, nesta Capital, por intermédio de seu procurador
judicial infra-assinado (cfr. procuração anexo), inscrito na OAB-PR, sob nº.18.400,
com escritório nesta Capital, na Rua Riachuelo, 31, 3º, Fone: 223-2320, onde recebe
intimações, nos autos n.º 423/2002 de AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM
PAGAMENTO, que neste respeitável Juízo lhe move MARCOS LUIZ DE
CASTRO, vem muito respeitosamente perante V.Exa., apresentar a
CONTESTAÇÃO, o que faz pelos seguintes fundamentos de fato e de direito:

Inicialmente, a ação proposta não pode subsistir, pois não se enquadra nas melhores
normas doutrinárias e jurisprudências sobre o assunto, como será largamente
demonstrado nas razões a seguir.

Na petição inicial o autor alega em síntese que:


- Que vendeu através de Contrato Particular de Compromisso de Compra e Venda o
Apartamento 13, Bloco 05, localizado no Condomínio ora requerido no ano de 1994;

- Que no ano de 2000 retomou o imóvel, da promitente compradora;

- Que o Condomínio ajuizou ação de cobrança para cobrar taxas de condomínio em


atraso, a qual foi julgada improcedente pelo MM. Juiz da 11ª Vara Cível;

- Que desde a retomada do imóvel vem tentando pagar as taxas de condomínio, mas o
Condomínio – requerido e a empresa Garante se negam em recebê-los.

- No final requer a procedência da ação para consignar a importância devida, bem


como das taxas vincendas, pede também a condenação do condomínio nas verbas de
sucumbência,

- Protesta pela produção de todas as provas em direito admitidas.

A alegação do autor, que vendeu o imóvel para uma terceira pessoa em 1994, e depois
retomou, não retira a legitimidade do condomínio-requerido em cobrar as taxas de
condomínio em atraso, pois divida de condomínio é uma obrigação “popter rem” ou
seja, é uma obrigação que adere a coisa (apartamento), quando o autor retomou o
imóvel, pelo não pagamento por parte da promitente compradora, assim o autor
assumiu todas as dividas do imóvel.

“A responsabilidade pelo pagamento das despesas de condomínio é daquele em


nome de quem se encontra registrado o imóvel”. AC da 4ª Câm. Cível do TJPR.

O texto da lei, bem como a doutrina, afirmam que proprietário do imóvel é daquele
devidamente inscrito no Registro de Imóveis competente, sendo portanto, quem
responde pelas despesas condominiais. E no direito brasileiro só se transfere a
propriedade com a transcrição no Registro Imóveis.

Como se depreende dos fatos narrados, o autor é o proprietário do imóvel do qual


pretende consignar taxas de condomínio.

Sem qualquer fundamento a pretensão do autor de depositar os valores das taxas


condominiais. Alias não é outro o entendimento da doutrina, Sergio Sahigne Fadel
ensina:
“Pode o credor alegar que o depósito não é integral , por não estar acompanhado
dos encargos, conforme o caso juros de mora, multa convencional, correção
monetária, ou porque coisa não veio com todos os seus acessórios.” In Código de
processo Civil comentado, pag. 17 vol. V.

Verificada a insuficiência do depósito, não há que se falar em liberação do pagamento


sendo improcedente o pedido formulado pelo autor, conforme orientam a doutrina e a
jurisprudência:

“A insuficiência costuma manifestar-se sobre tudo nas dividas a serem satisfeitas


em dinheiro, ou quando ainda haja acréscimos decorrentes de mora ou disposições
pactuais a fazer, caso em que as alegações do inciso III e IV podem apresentar-se
combinadas. Não importa o valor da diferença entre o devido e o depositado o
credor tem direito a manter o devedor vinculado, a menos que o depósito satisfaça
seu crédito até o último centavo” Adroaldo E. Fabricio em Comentários ao CPC.
vol. VIII. Pág. 147. Ed. Forense.

“O depósito na ação consignatória para ter força liberatória do pagamento, há de


ser integral. Assim, ainda que se admita como razoável a divida alegada pelo
devedor a insuficiência do depósito acarreta a improcedência da ação”. Ac. da 3ª
Cam. Cív. do TARJ – ADCOAS 18/84

A final, a presente ação deve ser extinta sem julgamento do mérito, tendo em vista que
não preenche os requisitos legais, para regular desenvolvimento do processo.

O autor é que se recusa a efetuar o pagamento dos valores devidos, e isso é


confessado pelo autor na própria petição inicial.

Não existiu a recusa por parte do credor - Condomínio Conjunto Residencial Bela
Vista em receber as taxas devidas, mas o autor que se recusa a efetuar o pagamento
das taxas em atraso.

Dessa forma, não estando presentes as condições da ação: a recusa injusta, a ação
deve ser extinta sem julgamento do mérito, com fulcro no artigo 295, inciso III do
Código de Processo Civil.

De conformidade com o contido no artigo 896, inciso II, do Código de Processo civil,
que dispõe:
"Art.896. A contestação será oferecida no prazo de 10(dez) dias, contados da data
designada para o recebimento, podendo o réu alegar que:
I- não houve recusa ou mora em receber a quantia ou a coisa devida;

Ocorre que somente depois de quase um ano da retomada do imóvel o autor consignou
o valor de uma taxa de condomínio.

E, portanto, sem qualquer fundamento a pretensão do autor de depositar as taxas de


condomínio.

Como tem sido o ensinamento doutrinário e jurisprudencial a ação de consignação é de


cognição limitada.
Diz-se de cognição limitada, pois não admite discussões sobre a substância da
obrigação ou mérito da dívida.

POSTO ISTO, requer a V.Exa., que se digne a julgar improcedente a presente


ação, para condenar o autor no pagamento do principal acrescido de multa, correção
monetária, juros de mora a base de 1% ao mês, custas processuais e honorários
advocatícios.

Requer a juntada do instrumento de procuração bem como do demonstrativo do


débito em anexo.

Nestes Termos,
Pede deferimento.
Curitiba, 18de junho de 2002.

Manoel Alexandre S. Ribas


Advogado

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