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NOVAS LENTES SOBRE

AS CIDADES DO
FUTURO
NOVO SUPLEMENTO DOS CENÁRIOS
SOB NOVAS LENTES
CENTRO para
CidadesHabitáveis
Cingapura
CONTEÚDO

Prefácio 02

Introdução 04

Crescimento da população urbana mundial 06

Desenvolvimento urbano e consumo de energia 08

Um conto de duas cidades 12

Arquétipos urbanos 16

A energia nos arquétipos urbanos 24

Caminhos urbanos 27

Duas visões plausíveis das cidades do futuro 30

Cidades em foco 33

Espaço para manobra e transição complexa 34

Redefinição dos desafios urbanos 43

Estrutura do CLC para cidades habitáveis e sustentáveis 44

Como as cidades deveriam ser desenvolvidas? 46

Estudo de caso: A oportunidade da China 51

Reflexões 53

Apêndices 55
PREFÁCIO
A Shell conta com uma experiência única na “EU ACREDITO QUE UM
construção de cenários, uma prática que explora DIA OS HISTORIADORES
visões alternativas plausíveis do futuro para
ajudar a testar e fortalecer as nossas decisões DESCREVERÃO OS CEM
comerciais no presente. Temos construído e ANOS ATÉ O ANO DE
aplicado cenários há mais de 40 anos. Em 2050 COMO O SÉCULO
março de 2013, a Shell publicou os Cenários
sob Novas Lentes (NLS em inglês), que introduziu DA CIDADE, ÉPOCA
uma linha de novas ferramentas analíticas, EM QUE A MAIOR
chamadas “lentes”, que ajudam a reconhecer PARTE DO MUNDO
e interpretar os problemas que modelarão o
futuro do setor energético. O período de tempo FOI URBANIZADA.”
analisado também foi maior do que nos relatórios
anteriores, indo até 2060 e além, refletindo o Um planejamento cuidadoso ajudaria a obter um
fato de que a crescente intensidade energética uso mais eficaz e integrado dos recursos, o que
de uma população global cada vez maior e mais posiciona o planejamento urbano no centro dos
rica causará impactos a longo prazo. esforços para incentivar e projetar uma maior
resistência dos sistemas e serviços que serão
A urbanização será uma das dinâmicas mais essenciais para o nosso bem-estar e a nossa
significativas que afetará o futuro e apresenta prosperidade no futuro.
tanto oportunidades quanto riscos. Eu desconfio
que um dia os historiadores descreverão os Nos últimos anos, temos explorado a
cem anos até o ano de 2050 como o século da urbanização em parceria com vários
cidade, época em que a maior parte do mundo colaboradores para entendermos as implicações
foi urbanizada. Isso será acompanhado por e oportunidades para a Shell. Somos
uma demanda maior por recursos naturais, especialmente gratos aos nossos colaboradores
especialmente água, energia e alimentos, do Centro para Cidades Habitáveis (CLC),
causando tensões, pois os serviços e sistemas em Cingapura, pela abertura, pontos de vista
municipais sofrem uma pressão cada vez maior. e colaboração que enriqueceram o nosso
conhecimento e a nossa compreensão. O
suplemento Novas Lentes sobre as Cidades do
Futuro, o primeiro de uma série de publicações
complementares dos Cenários sob Novas Lentes,
compartilha um pouco do que aprendemos
até agora. Esperamos que ele traga uma
contribuição valiosa para o debate global sobre
cidades e que ofereça aos políticos e líderes
empresariais uma perspectiva futura baseada
na geração de energia, pois essas pessoas
tomam decisões que afetarão o planejamento e
desenvolvimento urbano.

JEREMY BENTHAM
Vice-Presidente de Ambiente de Negócios,
Diretor de Cenários da Shell
NOVAS LENTES SOBRE AS CIDADES DO FUTURO Prefácio 03
Apesar do nosso início modesto, hoje Cingapura Tanto o CLC quanto a Shell reconhecem os
é uma das cidades mais habitáveis do planeta. desafios da urbanização, que incluem o
Todavia, há apenas 50 anos tínhamos favelas, envelhecimento das populações, condições
secas, enchentes, engarrafamentos, crimes e climáticas extremas e limitações de recursos cada
doenças. Com espaço geográfico limitado e vez maiores. Ao mesmo tempo, oportunidades
praticamente nenhum recurso natural, nossos não faltam para cidades que queiram se tornar
líderes pioneiros tiveram que fazer planejamentos mais habitáveis, sustentáveis e competitivas. No
a longo prazo para alcançar um meio ambiente início de 2012, a Shell e o CLC assinaram um
sustentável, uma economia competitiva e uma memorando de entendimento de três anos para
qualidade de vida elevada para a cidade-estado. colaborar em diversas áreas, inclusive pesquisa,
publicações e eventos sobre gestão e soluções
“O PORTUNIDADES urbanas. No decorrer de mais de um ano de
colaboração com a equipe de cenários da Shell,
NÃO FALTAM PARA realizamos três workshops em Cingapura e na
CIDADES QUE Holanda. Ficamos felizes em compartilhar nosso
QUEIRAM SE TORNAR conhecimento, especialmente sobre a jornada
de Cingapura em direção a um desenvolvimento
MAIS HABITÁVEIS, urbano sustentável, nas Novas Lentes sobre as
SUSTENTÁVEIS E Cidades do Futuro.
COMPETITIVAS”
A troca de conhecimento facilitada por
O Centro para Cidades Habitáveis (CLC) essa colaboração tem sido enriquecedora.
foi fundado em 2008 pelo Ministério do Esperamos que este suplemento inspire
Desenvolvimento Nacional e pelo Ministério todas as partes interessadas nas cidades a
do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos conduzir o planejamento e o desenvolvimento
de Cingapura com a missão de processar, urbano em direção a um futuro mais habitável
criar e compartilhar conhecimento sobre e sustentável.
cidades habitáveis e sustentáveis. Com base
nas experiências de Cingapura, o CLC criou
uma Estrutura para Cidades Habitáveis e
Sustentáveis, que são diretrizes práticas para
o desenvolvimento de cidades densamente
povoadas e altamente habitáveis. Por meio
de iniciativas como a World Cities Summit, o
Lee Kuan Yew World Cities Prize e o Temasek
Foundation Leaders in Urban Governance
Programme, o CLC também participa ativamente
do debate internacional sobre cidades habitáveis
e sustentáveis, compartilhando frequentemente
as experiências, o conhecimento técnico e os
desafios emergentes de Cingapura com outras
cidades, especialistas e parceiros, como a Shell.

KHOO TENG CHYE


Diretor Executivo,
Centro para Cidades Habitáveis, Cingapura
INTRODUÇÃO
Em 2007, mais da metade da população mundial vivia em cidades. Essa
porcentagem se aproximará dos três quartos até 2050, conforme a
população aumenta de sete para nove bilhões. Estamos construindo o
equivalente a uma nova cidade com mais de 1,4 milhão de habitantes a
cada semana. O maior crescimento da população urbana acontecerá na
China, na Índia, nos Estados Unidos e na África subsaariana,
particularmente na Nigéria.

A urbanização pode trazer benefícios, na vida urbana intensificará a demanda por


acelerando a inovação, a colaboração e recursos, tais como água, alimentos e energia.
uma maior distribuição do desenvolvimento A preservação das terras aráveis produtivas
econômico e da prosperidade que o acompanha. será vital para alimentar a crescente população
Porém, se for mal gerenciada, ela pode provocar mundial. Portanto, o caráter e a qualidade da
um declínio na qualidade de vida, uma maior urbanização futura exercerão grande influência
degradação ambiental, a aceleração da emissão na eficiência e sustentabilidade dos recursos
dos gases causadores do efeito estufa, distúrbios mundiais, afetando diretamente a qualidade de
sociais e turbulência política. Essa mudança vida de bilhões de pessoas.

DADOS DEMOGRÁFICOS DA POPULAÇÃO REGIONAL E URBANIZAÇÃO

CHINA ÍNDIA EU EUA & CANADÁ ÁFRICA SUBSAARIANA

52%
2500

54%
2000
66% 72% 44%
49% 41%

31%
1500
POPULAÇÃO (MILHÕES)

36%

1000
78% 83%
73% 89%
82% 85%

500

0
2010 2030 2050 2010 2030 2050 2010 2030 2050 2010 2030 2050 2010 2030 2050

CRIANÇAS IDADE PRODUTIVA IDOSOS PERCENTUAL DE URBANIZAÇÃO (DO TOTAL DA POPULAÇÃO)


NOVAS LENTES SOBRE AS CIDADES DO FUTURO INTRODUÇÃO 05
O tamanho das cidades e suas potenciais
eficiências inerentes fazem com que elas
sejam adequadas para projetar, testar e
implementar políticas eficazes para lidar com
esses problemas. Cada vez mais, os serviços
essenciais, incluindo água, energia, ar puro e
lixo, estão sendo geridos no nível da cidade em
vez de autoridades nacionais ou regionais.
Não é possível seguir um modelo único de
urbanização em todo lugar. Tampouco existe
um modelo ideal que todas as cidades devam
respeitar. Esses modelos se desenvolverão de
formas diferentes, dependendo dos pontos
de partida da infraestrutura existente, das
preferências sociais e culturais, da geografia, dos
recursos financeiros e da capacidade política e
institucional de planejar e gerir o crescimento.
Algumas cidades prosperarão, enquanto outras
entrarão em declínio e, até mesmo, fracassarão.
para áreas residenciais de baixa densidade.
Para compreender melhor as implicações da Elas também podem se expandir internamente,
urbanização para a geração de energia, fizemos absorvendo o crescimento futuro ao torná-las
uma pesquisa com os consultores globais da cada vez mais densamente povoadas. Entretanto,
Booz & Company. Essa pesquisa categorizou as cidades novas deverão ser projetadas para
as cidades em seis arquétipos simplificados, serem mais compactas e eficientes desde o início.
cada um deles com caraterísticas definidoras, e
considerou como esses tipos de cidades podem Os pontos de vista que compartilharemos
vir a se desenvolver no futuro. relativos aos nossos projetos de pesquisa
recentes com parceiros da China e de Cingapura
Apesar das diferenças entre cidades, existem demonstram desafios, melhores práticas e
boas práticas relativas ao desenvolvimento oportunidades em cenários bem diferentes.
urbano e sobre como gerenciá-lo. Cidades
compactas, densamente povoadas e bem Como acontece com outros desafios globais,
planejadas, com infraestrutura e serviços uma liderança eficiente será o fator decisivo
integrados eficazes são mais eficientes em termos para equilibrar as prioridades, por vezes
de recursos. Com a devida atenção, elas também rivais, de crescimento econômico, segurança
podem se tornar lugares atraentes para viver. energética, sustentabilidade e condições
de vida dos parâmetros urbanos. Todavia,
É óbvio que Houston nunca será igual a Hong tal liderança e sua legitimidade podem ser
Kong e Pequim não adotará as mesmas soluções expressas de formas diferentes. As perspectivas
que Bangalore. As cidades existentes terão no suplemento Cenários sob Novas Lentes
que se concentrar no retro-fitting inteligente da ajudarão a esclarecer as condições sob as quais
infraestrutura existente, diminuindo a intensidade uma cidade será capaz de tomar as decisões
das emissões de carbono de seus sistemas de necessárias para crescer, assim como para se
transporte ao incentivarem mais transportes em adaptar a mudanças externas e implementar as
massa e introduzirem veículos e combustíveis reformas necessárias.
com baixa emissão ou microgeração de energia
AUMENTO DA POPULAÇÃO
URBANA GLOBAL

AUMENTO DA POPULAÇÃO
URBANA GLOBAL

6,3
bilhões

3,6 5

bilhões

2
População urbana (bilhões)

0
NOVAS LENTES SOBRE AS CIDADES DO FUTURO INTRODUÇÃO 07
DE
DE ONDE
ONDEVIRÃO
VIRÃOESSAS
ESSAS2,7 BILHÕES
2,7 DE DE
BILHÕES PESSOAS?
PESSOAS?

DE ONDE VIRÃO ESSAS 2,7 BILHÕES DE PESSOAS?

Américas Europa Oriente Médio África subsaariana Índia China Outras regiões / OCDE Ásia
e Norte da África Ásia e Oceania e Oceania

11% 3% 9% 29% 18% 13% 17% <1%


AS 5 PRINCIPAIS REGIÕES DE AUMENTO DA POPULAÇÃO URBANA GLOBAL (2010-2050)
Américas Europa Oriente Médio África subsaariana Índia China Outras regiões / OCDE Ásia
1. Índia e Norte
2. Chinada África 3. Nigéria 4. Outras regiões da 5. EUA Ásia e Oceania e Oceania

11%
18%3% 9%
13% 29%
8% 18%
África Ocidental 13%
4%17% <1%
7%
AS 5 PRINCIPAIS REGIÕES DE AUMENTO DA POPULAÇÃO URBANA GLOBAL (2010-2050)
AS 5 PRINCIPAIS REGIÕES DE AUMENTO DA POPULAÇÃO URBANA GLOBAL (2010-2050)

1. Índia 2. China 3. Nigéria 4. Outras regiões da 5. EUA


18% 13% 8% África Ocidental 4%
7%

5
2
4 1

5
2
4 1

3
DESENVOLVIMENTO URBANO E
CONSUMO DE ENERGIA
A pesquisa da Shell com a Booz & Company explorou a
evolução das cidades, a diversidade dos seus tipos e seu
consumo de energia. Tradicionalmente, a localização de
uma cidade oferece aos seus residentes vantagens
relacionadas a emprego, comércio, recursos ou
acessibilidade. Tipicamente, cada cidade segue um ciclo
de desenvolvimento de três etapas que aumenta a sua
atratividade e fomenta crescimento. Todavia, o
crescimento pode ser lento ou até mesmo não ocorrer, por
exemplo, devido ao desenvolvimento de caraterísticas
pouco atraentes, como poluição, criminalidade,
engarrafamentos ou à perda de indústrias.
NOVAS LENTES SOBRE AS CIDADES DO FUTURO DESENVOLVIMENTO URBANO E CONSUMO DE ENERGIA 9
DESENVOLVIMENTO URBANO E CONSUMO DE ENERGIA

em come
antag rci
V al
competitiva

ca p acitaçã o
Desenvolvimento contínuo

ento
das vantagens comerciais

A tr a de
As vantagens podem ser:

m
çã t
– Centro comercial
e

o
s

ti
– Aglomerado de experiências
al e
Inv
– Zona econômica especial en
t os

As oportunidades de emprego


e riqueza atraem mão de obra
de fora da cidade, aumentando
Empresas investem para capitalizar

o leque de profissionais e o
em cima das vantagens:
tamanho do mercado interno
– Expansão da produção
Aumento da educação e – Tecnologia mais eficiente
capacitação de talentos e – Novos produtos e indústria de serviços
empreendedorismo O governo investe em infraestrutura,

permitindo operações de negócios
mais eficientes e melhorando as
comodidades:
– Transporte, serviços e comodidades
– Comunicação e educação
Vantagem comercial competitiva
CONSUMO DE ENERGIA URBANO E RURAL AO REDOR DO MUNDO

URBANO RURAL

2010 66% 34%

2040 79% 21%

0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
BILHÕES DE TONELADAS DE PETRÓLEO EQUIVALENTE (BTOE/ANO)

Fonte: análise da Booz & Company

PROSPERIDADE CRESCENTE reduzir o consumo até certo ponto, enquanto


À medida que o crescimento populacional se os regulamentos que governam a arquitetura
concentra nas cidades, o consumo de energia e de edifícios ou o retro-fitting de edifícios velhos
de outros recursos possivelmente crescerá ainda e ineficientes também contribuem para uma
mais rápido do que a população. Isso acontece redução significativa.
porque o aumento de produtividade e as
O uso de árvores, plantas e telhados verdes,
economias de aglomeração inerentes às cidades
assim como materiais com superfície em cores
acelera a atividade. É mais fácil compartilhar
mais claras para refletir melhor a luz do sol e
e trocar informações nas cidades para que
absorver menos calor, podem ajudar a atenuar o
empresas e trabalhadores se especializem,
impacto dos efeitos da ilha de calor urbana, um
ou agrupar grupos que se beneficiem uns dos
fenômeno pelo qual a cidade é significativamente
outros, como acontece em um ecossistema. Isso
mais quente do que as áreas rurais ao seu redor
impulsiona um aumento nos níveis de renda e no
devido ao design urbano, à atividade humana
consumo de energia. Nossa pesquisa mostra que
e ao calor residual proveniente do consumo
a proporção do consumo mundial de energia
de energia.
nas cidades aumentará de 66%, em 2010, para
cerca de 80% até 2040. A configuração das cidades causa um impacto
crucial na eficiência dos recursos. Cidades
A demanda geral por energia em uma cidade
compactas e densamente povoadas utilizam
é afetada pelas suas condições climáticas,
menos energia por pessoa nos transportes
geográficas, populacionais, nível de atividade
porque elas vivem mais próximas dos locais
econômica, assim como pela sua configuração
onde fazem compras, trabalham ou se
urbana. A maior parte do consumo de energia
divertem. Os moradores se deslocam menos e
concentra-se nos edifícios (tanto nas residências
quando o fazem, redes de transporte coletivo
quanto nos escritórios) e nos meios de transporte.
confiáveis levam à redução do uso de carros.
Os serviços industriais e agrícolas que dão
Em contrapartida, o transporte é mais intenso,
suporte às cidades, frequentemente situados além
em termos de energia, onde extensas redes
de seus limites, também consomem muita energia
rodoviárias incentivam o uso de carros, o
e precisam de atenção.
transporte coletivo é inadequado ou onde a
maioria das pessoas vivem nos arredores da
EDIFÍCIOS E MEIOS DE TRANSPORTE
cidade. As redes de transporte coletivo fazem
O consumo de energia nos edifícios é
com que o consumo de energia seja mais
impulsionado, sobretudo, pela calefação,
eficiente, porém, o tamanho da cidade e os
iluminação e aparelhos eletrodomésticos.
engarrafamentos podem neutralizar parcialmente
Moradias compactas e mais eficientes podem
essa eficiência.
NOVAS LENTES SOBRE AS CIDADES DO FUTURO DESENVOLVIMENTO URBANO E CONSUMO DE ENERGIA 11
O IMPACTO DA CONFIGURAÇÃO URBANA NO CONSUMO URBANO E RURAL DE
ENERGIA E CO2 E AS EMISSÕES POR PESSOA NO MUNDO (TORONTO COMO EXEMPLO)

Áreas
de baixa
densidade

Áreas
de alta
densidade

KG EQUIVALENTE DE CO2/ANO

TRANSPORTE OPERAÇÕES DE CONSTRUÇÃO MATERIAIS

Fonte: Journal of Urban planning and development (2006)

DENSIDADE URBANA E TRANSPORTE RELACIONADO AO CONSUMO DE ENERGIA

120,000
CIDADES AMERICANAS
CIDADES CANADENSES
CIDADES AUSTRALIANAS E DA NOVA ZELÂNDIA
TRANSPORTE PRIVADO DE PASSAGEIROS PER CAPITA

ATLANTA
100,000
CIDADES EUROPEIAS
CIDADES DO ORIENTE MÉDIO
CONSUMO DE ENERGIA (MJ POR ANO)

HOUSTON
CIDADES JAPONESAS

80,000
CIDADES CHINESAS
CIDADES ASIÁTICAS
CIDADES INDIANAS
CIDADES SUL-AMERICANAS
DENVER
60,000 SAN FRANCISCO
PHOENIX
SAN DIEGO
LOS ANGELES
WASHINGTON
CHICAGO
NOVA YORK
40,000 CALGARY
BRISBANE
PERTH
TORONTO
MELBOURNE
VANCOUVER
SYDNEY
OTTAWA
MONTREAL
WELLINGTON
OSLO FRANKFURT
20,000 BRUXELAS PARIS
VIENNA
GLASGOW LONDRES
ATENAS
MILÃO TOKYO
CINGAPURA BANGKOK
OSAKA BARCELONA TAIPEI/SEOUL
HELSINKI BERNE TEHRAN BEIJING
SAPPORO JAKARTA HONG KONG
COPENHAGUE MANILA CAIRO
PARIS TÚNIS BOGOTÁ MUMBAI HO CHI
CHENNAI
AMSTERDAM DAKAR GUANGZHOU SHANGHAI MINH CITY

0 50 100 150 200 250 300 350 400


DENSIDADE URBANA (HAB./HA)

Fonte: Kenworthy, J. e Laube, F. (2001)


UM CONTO DE DUAS CIDADES
As duas principais cidades da Holanda, Amsterdã e Roterdã, colocaram a
adaptação ao clima no centro de suas agendas. Embora distintas por
natureza - Amsterdã é a capital comercial e turística do país e Roterdã uma
cidade portuária industrial - ambas têm ambições audaciosas para 2025.

Amsterdã é conhecida como um dos ambientes parceria com a Vattenfall-Nuon, uma empresa de
urbanos compactos mais sustentáveis e energia, ela também forneceu calefação distrital
habitáveis do planeta. Nos últimos anos, tem gerada a partir de resíduos para 55.000 dos
sido classificada entre as cinco principais 500.000 lares da cidade. Até 2040, Amsterdã
cidades verdes pelo Siemens Green City Index, planeja ter 200.000 lares conectados ao seu
e um estudo da revista Forbes a posiciona como esquema de calefação distrital.
uma das cidades mais inteligentes do mundo. A
cidade tem como ambição reduzir as emissões A cidade e o porto de Roterdã estão
de dióxido de carbono (CO2) em 40% até 2025, implementando uma série de medidas para
em comparação a 1990. reduzir suas emissões, incluindo a construção
de novas redes de vapor e calefação. Trabalhos
Cerca de 80% das terras em Roterdã encontram- de construção começaram em 2012 em uma
se abaixo do nível do mar, algumas delas até nova rede de gasodutos que transportará o
seis metros. Seu porto é o maior da Europa e vapor excedente da usina de energia AVR
impulsiona a economia da Holanda. Como Rozenburg para o comércio local, reduzindo
uma cidade no delta, vulnerável a enchentes, o uso de combustíveis fósseis para gerar vapor
Roterdã deu início a uma estratégia detalhada no local, assim como as emissões em cerca
de adaptação climática e almeja tornar-se 100% de 400.000 toneladas de CO2 por ano. O
resistente às intempéries até 2025, assim como vapor produzido também fornecerá calefação
alcançar uma redução de 50% nas emissões de sustentável para 50.000 negócios e lares. Além
CO2 até 2025, em comparação a 1990. de investir 36 milhões de euros no parque eólico
Hartelbrug II, com 24MW, a cidade abriga a
CLIMA E ENERGIA Plataforma Nacional de Gás Natural Liquefeito,
A empresa de resíduos e energia de Amsterdã, fundada em 2012, com objetivo de coordenar
a AEB, é líder mundial na produção de empresas e autoridades governamentais e
eletricidade, calefação e produtos a partir incentivar a introdução de gás natural liquefeito
de resíduos industriais, municipais e hídricos. como alternativa de combustível para o
A AEB converte gás natural fornecido pela transporte na Holanda.
empresa de água de Amsterdã (Waternet) em
eletricidade, calor e combustível para transporte. ADAPTAÇÃO CLIMÁTICA
O primeiro posto de gasolina “verde” que Como uma cidade compacta que fica abaixo
fornece somente combustíveis sustentáveis do nível do mar, Roterdã investiu em diversos
abriu em 2012. Naquele ano, a AEB produziu projetos para se proteger contra o risco de
quase um milhão de MWh de eletricidade. Em enchentes. A maior parte dos 12.000 hectares
NOVAS LENTES SOBRE AS CIDADES DO FUTURO DESENVOLVIMENTO URBANO E CONSUMO DE ENERGIA 13
Mais de 10
% dos lares de Amsterdã recebem
calefação produzida a partir de resíduos
57%
dos moradores de
Amsterdã andam
de bicicleta
Amsterdã possui
diariamente

650
a maior
densidade de
postos de O primeiro posto de gasolina
recarga de “verde”, que fornece somente
no total veículos elétricos combustíveis sustentáveis, foi
do mundo. inaugurado em Amsterdã em 2012

-40%

AMSTERDÃ
Amsterdã está em vias
de cortar pela metade as
emissões de CO2 até 2025

80
ROTERDÃ
%
das terras em Roterdã
estão localizadas
abaixo do nível do mar

Na Holanda, um terço
das pessoas usam a
bicicleta como principal
meio de transporte

Roterdã criou mais de

13
de telha
. m2
1 em
dos verdes
cada
incluindo a maior fazenda 187
urbana da Europa, o Roterdã tem a
Dakakker, com 1.000m2. maior proporção
de veículos
elétricos por
veículos movidos
a gasolina
NOVAS LENTES SOBRE AS CIDADES DO FUTURO DESENVOLVIMENTO URBANO E CONSUMO DE ENERGIA 15
de área portuária foi construída em terras carros elétricos na Europa, com 1.100 veículos
elevadas a uma média de 3 a 5 metros elétricos nas ruas, e planeja ter 1.000 postos de
acima do nível do mar e é protegida pela recarga na cidade até 2014. É também onde
barreira Maeslant, uma barreira móvel contra existe a maior proporção de veículos elétricos
tempestades, enquanto os diques de proteção por veículos movidos a gasolina – são 532 VEs
foram projetados como parte das áreas de para cada 100.000 veículos registrados. Tanto
lazer, servindo como ciclovia, por exemplo. Amsterdã quanto Roterdã planejam aumentar
A cidade planeja construir 75.000 m3 de suas respectivas frotas de veículos elétricos nos
capacidade adicional de armazenamento de próximos anos.
água até 2015, em parte construindo praças
de drenagem: playgrounds, praças urbanas ou COLABORAÇÕES INOVADORAS
quadras esportivas que funcionarão como lagos A iniciativa Amsterdam Smart City (Amsterdã
urbanos durante chuvas fortes, gerenciadas por Cidade Inteligente) é uma parceria entre o
um sistema de válvulas e filtros. Para dar apoio comércio, o governo, estudantes universitários
a essa “função esponja”, Roterdã criou mais e cidadãos para transformar Amsterdã em
de 130.000 m2 de telhados verdes, inclusive um laboratório urbano vivo para tecnologias
o inovador Dakakker de 1.000 m2, a maior urbanas inteligentes, dando aos negócios a
fazenda urbana da Europa, que fica localizada oportunidade de testar e demonstrar produtos e
no telhado de um prédio comercial. Projetos de serviços inovadores. Em setembro de 2013, a
menor escala, tais como as campanhas “menos cidade de Amsterdã anunciou planos para criar
telhas, mais verde”, que pedem que os cidadãos um instituto público e privado e líder mundial que
substituam cimento por plantas e gramados, incentivará a descoberta de talentos e explorará
têm como objetivo conscientizar as pessoas novas soluções urbanas avançadas.
da necessidade de aumentar a resiliência
Assim como Amsterdã, Roterdã compartilha
da cidade.
conhecimento com outras cidades. A cidade
MOBILIDADE SUSTENTÁVEL E QUALIDADE também é membro ativo do C40, um grupo que
DO AR reúne as principais cidades comprometidas
A Holanda é o país europeu que mais usa com a redução de emissões de gás e riscos
bicicletas: cerca de um terço da população climáticos. Foi também fundadora da Rede
utiliza esse meio de transporte para se de Conexão das Cidades em Deltas para
locomover. Para ciclistas, Amsterdã é uma das compartilhar conhecimento e melhores práticas
cidades mais prolíficas do mundo, com quase sobre estratégias de adaptação para cidades
900.000 bicicletas (57% de seus habitantes vulneráveis ao aumento do nível do mar, além de
pedalam diariamente). As abrangentes zonas ter auxiliado várias outras diretamente, inclusive
de 30 km/h são determinantes na redução Nova Orleans e Ho Chi Minh. Ao fazer isso, ela
da velocidade dos veículos automotores e no se beneficia do conglomerado de institutos de
aumento da segurança das pessoas. Amsterdã educação e consultorias ao redor de Roterdã,
está fortalecendo ainda mais o transporte dentro da estrutura do programa Rotterdam
sustentável e a qualidade do ar por meio da Climate Proof (Roterdã à prova do clima), um
implantação de infraestrutura que apoia o uso programa de adaptação da Rotterdam Climate
de carros elétricos. Até o final de 2013, a cidade Initiative. Em 2012, a Comissão Europeia
contava com a maior densidade de postos de designou Roterdã como Cidade Amiga da
recarga no mundo (650 no total) e um esquema UE, uma designação que lhe atribui um papel
de compartilhamento de carros elétricos de liderança no programa de treinamento da
operado por uma entidade privada, a Car2go, Comunidade Europeia para ajudar outras
que conta com mais de 16.000 membros. cidades a se adaptarem às mudanças do clima.
Roterdã é a cidade que mais teve êxito com os
ARQUÉTIPOS URBANOS
Nossa pesquisa estudou mais de 500 cidades com mais de
750.000 habitantes e 21 megacidades com mais de 10 milhões de
habitantes, das quais identificamos seis arquétipos ilustrativos para ajudar a
moldar nossa compreensão do consumo de energia em cidades. Cada um
desses arquétipos é uma simplificação; uma única cidade pode exibir
caraterísticas de diversos arquétipos.

CENTROS URBANOS SUBDESENVOLVIDOS MEGACENTROS EM DESENVOLVIMENTO

267 26
EXEMPLOS EXEMPLOS
INCLUEM : INCLUEM :
Nanchong Chongqing
Kathmandu Nairóbi
Argel Haiderabad

0,49 0,22
CONSUMO CONSUMO
TOTAL DE TOTAL DE
ENERGIA ENERGIA
Bilhões de toneladas Bilhões de toneladas
de petróleo equivalente/ano de petróleo equivalente/ano

METRÓPOLES COM CRESCIMENTO


COMUNIDADES PRÓSPERAS
DISPERSO

41 127
EXEMPLOS EXEMPLOS
INCLUEM : INCLUEM :
Houston Estocolmo
Rio de Janeiro Calgary
Tóquio Dubai

1,66 1,13
CONSUMO CONSUMO
TOTAL DE TOTAL DE
ENERGIA ENERGIA
Bilhões de toneladas Bilhões de toneladas
de petróleo equivalente/ano de petróleo equivalente/ano
NOVAS LENTES SOBRE AS CIDADES DO FUTURO Arquétipos da cidade 17
CIDADES SUPERPOVOADAS E
CARACTERÍSTICAS ARQUETÍPICAS CHAVE
DESPRIVILEGIADAS

42
EXEMPLOS TAMANHO DA POPULAÇÃO
INCLUEM :
Bangalore
Manila
Kinshasa PIB/PER CAPITA

0,36
CONSUMO
TOTAL DE DENSIDADE POPULACIONAL
ENERGIA
Bilhões de toneladas
de petróleo equivalente/ano LOCALIZAÇÃO GLOBAL

POTÊNCIAS URBANAS CONFIGURAÇÃO DA CIDADE

8
EXEMPLOS
INCLUEM : MORADIA
Hong Kong
Cingapura
Nova York MOBILIDADE

0,46
CONSUMO
TOTAL DE CONSUMO DE ENERGIA
ENERGIA
Bilhões de toneladas
de petróleo equivalente/ano ECONOMIA
CENTROS URBANOS
SUBDESENVOLVIDOS

MARRAKESH, MARROCOS

FATOS-CHAVE OUTRAS CARACTERÍSTICAS

BAIXA DENSIDADE
PAÍSES EM DESENVOLVIMENTO
DEMOGRÁFICA

BAIXO PIB PER CAPITA BAIXA DENSIDADE DEMOGRÁFICA


NOS SUBÚRBIOS, RADIANDO DO
CENTRO PARA FORA
DENSIDADE DEMOGRÁFICA
MÉDIA/BAIXA ESPAÇOS RESTRITOS PARA
MORADIA E CONSUMO LIMITADO
DE ELETRICIDADE

PREFERÊNCIA POR ANDAR A PÉ, DE


BICICLETA E LAMBRETA DEVIDO A
UMA INFRAESTRUTURA PRECÁRIA

CONCENTRAÇÃO DE INDÚSTRIA,
BAIXO CONSUMO DE ENERGIA
NAS RESIDÊNCIAS

COMUM TER ALGUMAS POUCAS


GRANDES EMPRESAS DE
MANUFATURA QUE EMPREGAM A
MAIORIA DOS RESIDENTES
CIDADES SUPERPOVOADAS

NOVAS LENTES SOBRE AS CIDADES DO FUTURO Arquétipos da cidade 19


E DESPRIVILEGIADAS

MANILA / FILIPINAS

FATOS-CHAVE OUTRAS CARACTERÍSTICAS

POPULAÇÃO ELEVADA MAIORIA NA ÁSIA E ÁFRICA

BAIXO PIB PER CAPITA


IRREGULAR, ÀS VEZES COM PONTOS
DE INFRAESTRUTURA PRIVATIZADA
DENSIDADE DEMOGRÁFICA ALTA

DESENVOLVIMENTO DE FAVELAS

INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTE
PRECÁRIA

FREQUENTEMENTE PRESSIONADA
POR SEMI-APAGÕES

ECONOMIAS NÃO
INDUSTRIALIZADAS CUJO ENFOQUE
SÃO O COMÉRCIO, A AGRICULTURA
OU A MANUFATURA COM BAIXO
CONSUMO DE ENERGIA
MEGACENTROS EM
DESENVOLVIMENTO

CHONGQING, CHINA

FATOS-CHAVE OUTRAS CARACTERÍSTICAS

LOCALIZADA EM PAÍSES EM
POPULAÇÃO ELEVADA
DESENVOLVIMENTO

BAIXO PIB PER CAPITA BAIXO NÍVEL DE RENDA, MORADIA


PERTO DO CENTRO COM OS MAIS
DENSIDADE DEMOGRÁFICA RICOS VIVENDO NOS ARREDORES
BAIXA
ESPAÇOS HABITACIONAIS COM
TAMANHO MÉDIO

TRANSPORTE COLETIVO
SUBDESENVOLVIDO QUE EXIGE
VIAGENS POR ESTRADAS

GERALMENTE MODERADO EM
TERMOS PER CAPITA, DIVIDIDO
IGUALMENTE ENTRE MORADIA,
TRANSPORTE E INDÚSTRIA

ECONOMIAS MISTAS EM TODOS


OS SERVIÇOS, MANUFATURA,
AGRICULTURA E/OU TURISMO
METRÓPOLES COM

NOVAS LENTES SOBRE AS CIDADES DO FUTURO Arquétipos da cidade 21


CRESCIMENTO DISPERSO

LOS ANGELES, EUA

FATOS-CHAVE OUTRAS CARACTERÍSTICAS


LOCALIZADAS EM ECONOMIAS
POPULAÇÃO ELEVADA
DESENVOLVIDAS

PIB ALTO PER CAPITA BOLSÕES DE DENSIDADE NOS


CENTROS DAS CIDADES, PORÉM,
SUBÚRBIOS EXTENSOS COM BAIXA
DENSIDADE DEMOGRÁFICA DENSIDADE DEMOGRÁFICA
BAIXA

CASAS GRANDES

REDES RODOVIÁRIAS EXTENSAS


QUE INCENTIVAM O USO DE CARROS

ALTO CONSUMO DE ENERGIA


IMPULSIONADO PELA MORADIA E
PELO TRANSPORTE

ECONOMIAS COM BASE NO ALTO


VALOR DOS SERVIÇOS, COM A
INDÚSTRIA AMPLAMENTE EMPURRADA
PARA FORA DOS LIMITES DA CIDADE
OU TERCEIRIZADA EM OUTRO LUGAR
POTÊNCIAS
URBANAS

HONG KONG, CHINA

FATOS-CHAVE OUTRAS CARACTERÍSTICAS

POPULAÇÃO ELEVADA MUITAS SE DESENVOLVERAM EM


ILHAS

PIB ALTO PER CAPITA


ALTA DENSIDADE DEMOGRÁFICA NO
CENTRO COM SUBÚRBIOS
DENSIDADE DEMOGRÁFICA ALTA

MORADIA DENSA E EFICIENTE

TRANSPORTE COLETIVO BEM


DESENVOLVIDO, MAS AS RUAS SÃO
CONGESTIONADAS

CALEFAÇÃO E REFRIGERAÇÃO
CONSOMEM MUITA ENERGIA

DOMÍNIO DO SETOR DE SERVIÇOS


NO CENTRO E ALGUMAS
INDÚSTRIAS ESPECIALIZADAS E
ALTAMENTE CAPACITADAS NOS
ARREDORES DA CIDADE
COMUNIDADES

NOVAS LENTES SOBRE AS CIDADES DO FUTURO Arquétipos da cidade 23


PRÓSPERAS

COPENHAGUE, DINAMARCA

FATOS-CHAVE OUTRAS CARACTERÍSTICAS

BAIXA DENSIDADE
REGIÕES DESENVOLVIDAS
DEMOGRÁFICA

PIB ALTO PER CAPITA BOLSÕES DE DENSIDADE NOS


CENTROS DAS CIDADES, PORÉM,
SUBÚRBIOS EXTENSOS COM BAIXA
DENSIDADE DEMOGRÁFICA DENSIDADE DEMOGRÁFICA
MÉDIA/BAIXA

CASAS GRANDES E ESPAÇOSAS

REDES RODOVIÁRIAS EXTENSAS QUE


INCENTIVAM O USO DE CARROS

MORADIA E TRANSPORTE DOMINAM


O CONSUMO DE ENERGIA

FREQUENTEMENTE CRIADAS AO REDOR


DE INDÚSTRIAS ESPECIALIZADAS
COM ALGUMAS POUCAS GRANDES
EMPRESAS QUE EMPREGAM A
MAIORIA DOS RESIDENTES
ENERGIA NOS ARQUÉTIPOS URBANOS
Atualmente, o consumo de energia concentra-se em dois desses tipos de
arquétipos urbanos: metrópoles com crescimento disperso e
comunidades prósperas, conforme era de se esperar tendo em vista a
sua riqueza relativa. Embora o consumo de energia também seja alto
nas potências urbanas, a divisão total do consumo é relativamente
modesta, pois o seu número é reduzido.

As metrópoles com crescimento disperso e as comunidades prósperas


incluem cidades de densidade demográfica relativamente baixa com
PIB alto per capita, localizadas tipicamente nos EUA e na Europa.

METRÓPOLES COM CRESCIMENTO DISPERSO COMUNIDADES PRÓSPERAS


As metrópoles com crescimento disperso As comunidades prósperas são versões menores
encontram-se, primariamente, nas economias das metrópoles com desenvolvimento disperso,
desenvolvidas, com populações de 3 a com populações entre 750.000 e 3 milhões
5 milhões de habitantes. Os centros da cidade de habitantes, e, geralmente, são ricas e
são densos, mas a densidade demográfica em escassamente povoadas. Frequentemente são
seus extensos subúrbios é baixa, onde a maior criadas em torno de indústrias especializadas
parte da população vive. Hoje, essas cidades e é comum a contratação da maioria dos
são consideradas como modelo americano, habitantes por empresas de grande porte. Essas
porém, elas existem em diversos países cidades existem, principalmente, nas regiões
desenvolvidos. Tipicamente, as metrópoles com mais desenvolvidas do planeta, com altas
crescimento disperso possuem uma economia concentrações nos EUA e na Europa Ocidental,
cuja base são os serviços de alto valor, tendo assim como na Coreia do Sul e no Japão.
em vista que as indústrias são amplamente
empurradas para fora dos limites da cidade O consumo de energia per capita nessas cidades
e a mobilidade gira primariamente em torno é comparativamente alto, resultado direto de
do carro. rendas individuais mais altas e intensificado
por um relativo crescimento urbano e casas
O consumo de energia é muito alto, maiores. Em parte, por causa das casas grandes
impulsionado pela alta renda per capita, e espaçosas e das extensas redes rodoviárias
casas grandes e vastas áreas suburbanas, e que incentivam o uso de carros, o consumo de
concentra-se na moradia e no transporte. Em energia nas comunidades prósperas concentra-
2010, as metrópoles com desenvolvimento se em moradia e transporte. Em 2010, as
disperso foram responsáveis por mais de 38% comunidades prósperas foram responsáveis
do consumo total de energia em cidades com por 26% do consumo total de energia utilizada
mais de 750.000 habitantes. nas cidades com populações acima de
750.000 habitantes.
NOVAS LENTES SOBRE AS CIDADES DO FUTURO Arquétipos da cidade 25
CONSUMO DE ENERGIA POR ARQUÉTIPO (2010)

Alto

CONSUMO PER CAPITA

Baixo

Edifícios per Transporte Indústria Consumo total de


capita energia per capita

CONSUMO DE ENERGIA POR


Metrópoles com crescimento disperso
ARQUÉTIPO (2010)
Comunidades prósperas
Metrópoles com Comunidades
Superpotências urbanas crescimento disperso (41*) prósperas (127*)

Megacentros em desenvolvimento
Cidades superpovoadas e desprivilegiadas
Centros urbanos subdesenvolvidos

1,13
Superpotências
urbanas (8*)

1,66 0,46
Megacentros em Centros urbanos
desenvolvimento (26*) subdesenvolvidos (267*)
0,22
Cidades superpovoadas
e desprivilegiadas (42*)

0,36 0,49
Unidades: Bilhões de toneladas de petróleo equivalente
Fonte: análise da Booz & Company *= número de arquétipos urbanos ao redor do mundo
CAMINHOS URBANOS

NOVAS LENTES SOBRE AS CIDADES DO FUTURO CAMINHOS URBANOS 27


A maior parte da urbanização futura deverá acontecer nos
megacentros em desenvolvimento e nas cidades
superpovoadas e desprivilegiadas que, atualmente, têm baixos
níveis de renda individual, índice populacional de médio a
elevado e consumo de energia de baixo a moderado.

A forma como elas se desenvolvem – a maneira identificaram seis caminhos típicos na evolução
como o crescimento é gerenciado, bem das cidades, cada qual com importantes
planejado e eficiente – será, portanto, um fator implicações para o consumo de energia e
importante no consumo global de recursos. eficiência. Em particular, dois desses caminhos
E, devido à longa vida útil da infraestrutura serão significativos no estabelecimento
urbana, as decisões que essas cidades virem a dos níveis globais de consumo de energia:
tomar nos próximos anos moldarão a eficiência urbanização controlada e fases avançadas
dos recursos que utilizam e as condições de de desenvolvimento.
vida pelas próximas décadas. Nossos estudos

AUMENTO DO CONSUMO DE ENERGIA (2010-2025) – POR CAMINHO URBANO

1.1
Nota: Além disso, o aumento do consumo de energia nas
1.0
cidades que não mudarem o arquétipo será de 0,87 bilhões
BILHÕES DE TONELADAS DE PETRÓLEO

0.9
de toneladas de petróleo equivalente
0.8
EQUIVALENTE (2010-2025)

0.7

0.6

0.5

0.4

0.3

0.2

0.1

0
Fases avançadas Urbanização Industrialização Proliferação Transição para
de desenvolvimento controlada & Modernização de favelas megacidade
66* 39* 77* 66* 2*
MOTORES DE CRESCIMENTO: CRESCIMENTO POPULACIONAL CRESCIMENTO DO CONSUMO PER CAPITA

*= número de cidades que deverão seguir um caminho particular

Fonte: análise da Booz & Company


URBANIZAÇÃO CONTROLADA FASES AVANÇADAS DE CRESCIMENTO
Na urbanização controlada, tanto a população Na fases avançadas de crescimento, as cidades
quanto o PIB per capita crescem rapidamente, também vivenciam um aumento significativo do
impulsionando um desenvolvimento significativo PIB per capita e um crescimento populacional,
da cidade. Tipicamente, esse caminho ocorre porém, em um estágio mais avançado, quando
em cidades pequenas e menos desenvolvidas a cidade já é grande e tem uma infraestrutura
(centros urbanos subdesenvolvidos) que
física extensa. Esse é o caminho mais provável
crescem muito rápido e se transformam em
que as cidades melhor estabelecidas da China
cidades prósperas (superpotências urbanas
irão seguir, como Pequim e Chengdu.
ou metrópoles com crescimento disperso). Um
exemplo típico é a cidade de Shenzhen, na Frequentemente, melhorar a eficiência
China, que foi propositalmente visada para energética é um desafio, pois o retro-fitting
desenvolvimento econômico por meio da criação da infraestrutura existente pode ser complexo
de zonas econômicas especiais no final dos e muito caro. Para lidar eficientemente com
anos 70. A cidade atraiu mais de U$30 bilhões esses desafios, é necessária uma capacidade
em investimentos estrangeiros diretos e, como
municipal eficaz para fazer cumprir políticas
resultado, vivenciou um crescimento espetacular.
e leis. A força e a estabilidade da cidade são
O plano mestre para a cidade adotou um
fundamentais para permitir o crescimento
limite de crescimento urbano para promover o
econômico. Novamente, as acentuadas
desenvolvimento compacto.
disparidades econômicas são comuns entre as
As cidades que seguem esse caminho economias urbanas e rurais, impulsionando
apresentam um desenvolvimento econômico que, uma migração econômica considerável para
tipicamente, ultrapassa o crescimento econômico a cidade, o que coloca uma pressão cada vez
geral do país, resultando em acentuadas
maior na sua infraestrutura básica.
disparidades econômicas entre as economias
urbanas e as economias rurais limítrofes que É dada prioridade aos investimentos que
impulsionam uma migração significativa para a lidam com as comodidades básicas e os
cidade, que é, frequentemente, descontrolada. problemas sociais mais urgentes, tais como água
Uma governança estável é fundamental para o limpa, saneamento, educação e as rotas de
desenvolvimento econômico das cidades que transporte mais importantes. Esses investimentos
seguirem esse caminho. Nos estágios iniciais, a desencadeiam um aumento da quantidade e
economia da cidade se desenvolve por meio de qualidade do mercado de trabalho.
uma fase de industrialização acelerada.
As cidades que continuam a adaptar as suas
vantagens competitivas atraem mais talentos e
enriquecem, eventualmente transformando-se em
economias baseadas em serviços. As vantagens
competitivas são cuidadosamente alimentadas
com impostos e outros incentivos para atrair
investimentos. O investimento interno é focado
no desenvolvimento de infraestrutura para
apoiar a população em crescimento e a indústria
florescente. Com uma indústria promissora e
investimento estrangeiro, a média de salários
aumenta drasticamente.
NOVAS LENTES SOBRE AS CIDADES DO FUTURO CAMINHOS URBANOS 29
ARQUÉTIPOS URBANOS E CAMINHOS DE DESENVOLVIMENTO DE 2010 ATÉ 2050

COMUNIDADES
PIB PER PRÓSPERAS
CAPITA METRÓPOLES COM
ALTO CRESCIMENTO DISPERSO

SUPERPOTÊNCIAS
URBANAS

Transição para
Declínio urbano megacidade

Industrialização &
Modernização

Urbanização
controlada

Fases avançadas
de crescimento

CENTROS URBANOS
SUBDESENVOLVIDOS
MEGACENTROS EM
DESENVOLVIMENTO

CIDADES SUPERPOVOADAS
E DESPRIVILEGIADAS
Proliferação de favelas

PIB PER
CAPITA
BAIXO

POPULAÇÃO POPULAÇÃO
REDUZIDA ELEVADA

Baixa densidade
Densidade média
A
 lta densidade
Fonte: análise da Booz & Company O tamanho da bolha indica o número de cidades
DUAS VISÕES PLAUSÍVEIS DAS CIDADES
DO FUTURO
Na publicação Cenários sob Novas Lentes (março de 2013), descrevemos
duas visões alternativas plausíveis do futuro: Montanhas e Oceanos.

Em Montanhas, o poder do status quo é fixo e poder para gerenciar a cidade diretamente. Isso
mantido firmemente por aqueles que são atualmente facilita a implementação de grandes projetos de
influentes. A estabilidade é o maior prêmio: infraestrutura, tais como os principais esquemas
aqueles no topo alinham seus interesses para de transporte coletivo ou a reconfiguração dos
liberar recursos de forma estável e cautelosa, não sistemas energéticos da cidade, conforme o
apenas segundo as forças de mercado imediatas. Governo e as grandes empresas coordenam os
A rigidez resultante no sistema reduz o dinamismo enormes investimentos dos quais necessitam e
econômico e reprime a mobilidade social, embora transformam soluções radicais em realidade.
a capacidade de planejar possa facilitar alguns Em um mundo Oceanos, é provável que haja mais
desenvolvimentos secundários. criatividade, porém menos instrumentalização
No mundo de Oceanos a influência é mais difusa. e controle. As cidades disponibilizam os dados
O poder é delegado, interesses divergentes são gratuitamente. O crowdsourcing e a colaboração
negociados e o compromisso é a peça-chave. incitam a propagação de soluções inovadoras de
A produtividade econômica aumenta com uma mercado na escala da cidade, tais como esquemas
grande onda de reformas, no entanto, às vezes para usar resíduos locais para a geração de
há desgastes na coesão social e instabilidades energia nos bairros pequenos.
na política. Isso faz com que grande parte É claro que a escala, os recursos e os modelos de
do desenvolvimento político secundário fique governança das cidades oferecem uma capacidade
estagnado, dando uma maior proeminência às inerente, talvez até mesmo única, de modelarem
forças de mercado imediatas. Essas histórias seus próprios caminhos. Talvez seja possível
diferentes se multiplicam nas cidades. fomentar o melhor dos dois mundos, em vez de
Em um mundo Montanhas, as soluções da cidade deslizar em direção ao pior. Eleitores pressionam
são implementadas a partir do topo e os dados intensamente os líderes para que melhorem as
são controlados pelos principais agentes de condições de vida na cidade e tanto o sucesso
quanto o fracasso tornam-se claramente visíveis.
“T ESTES NA ESCALA DA Testes na escala da cidade demonstram se as
CIDADE DEMONSTRAM políticas são eficientes, levando outras cidades
a copiarem o seu sucesso. Isso proporciona a
SE AS POLÍTICAS SÃO algumas cidades, especialmente as que forem
EFICIENTES, LEVANDO inovadoras e criativas, com líderes inspiradores
OUTRAS CIDADES e eleitores ativos, o potencial de agirem como
condutoras de mudanças que, mais tarde, se
A COPIAREM O SEU estenderão para além das cidades e ao redor
SUCESSO”. do mundo.
NOVAS LENTES SOBRE AS CIDADES DO FUTURO CAMINHOS URBANOS 31
CIDADES EM FOCO

NOVAS LENTES SOBRE AS CIDADES DO FUTURO CIDADES EM FOCO 33


LENTES SOBRE OS CAMINHOS

Espaço para manobra Reforma pontuada

Tensão cada Deriva Crise Deriva/ Crise Deterioração/


vez maior precoce Declínio existencial Colapso

Transição complexa Cancelamento & Reconfiguração


Transição complexa

Tensão cada Deriva Crise Deriva/ Crise Deterioração/Colapso


vez maior precoce Declínio existencial

LENTES SOBRE OS CAMINHOS: As autoridades preveem tensões e


Em Cenários sob Novas Lentes, também implementam um planejamento integrado para
introduzimos uma linha de ferramentas analíticas o uso da terra, transporte, energia, água e
– as lentes – com as quais podemos explorar as planejamento do lixo
tendências e os problemas do mundo. As lentes Soluções estruturais eficientes em termos de
sobre os caminhos consideram duas rotas de energia, incluindo um desenvolvimento urbano
desenvolvimento institucional que evoluem como compacto e transporte coletivo
resposta às pressões e crises emergentes, e as Conhecimento partilhado e valorizado
escolhas que os dirigentes fazem:
CARACTERÍSTICAS DA TRANSIÇÃO COMPLEXA
Algumas conseguem se adaptar e implementar
NO DESENVOLVIMENTO URBANO:
reformas, dando-lhes espaço para manobra.
Já com outras, acontece um atraso na ação até Os padrões de crescimento são dominados
que uma crescente crise as força a agir…é o por forças de mercado localizadas e
que chamamos de transição complexa. politicamente descoordenadas
As autoridades supõem que os problemas
Aplicamos essas lentes ao desenvolvimento
são difíceis demais para serem enfrentados e
da cidade:
que as soluções são impopulares demais para
CARACTERÍSTICAS DO ESPAÇO PARA serem implementadas
MANOBRA NO DESENVOLVIMENTO DA As tensões são ignoradas até que as condições
CIDADE: de vida na cidade fiquem ameaçadas e a
reengenharia da infraestrutura dificultada
Coligações de liderança visionárias definem
Soluções individuais pontuais
o crescimento
ESPAÇO PARA MANOBRA:
COMO CINGAPURA ESCAPOU
DA TRANSIÇÃO COMPLEXA

Cinquenta anos atrás, Cingapura caía na uma equipe de cingapurianos, mapeou uma
armadilha da transição complexa. Um quarto visão audaciosa para o desenvolvimento físico
da população de 1,6 milhão de habitantes de Cingapura com propostas para novas cidades
vivia abaixo da linha da pobreza. O índice integradas com infraestrutura de transporte e
de desemprego aumentou de 5% em 1957 espaços de lazer em toda a ilha.
para 14% em 1959. Aproximadamente
Os resultados diretos das estratégias no Plano
250.000 pessoas viviam em favelas no
de Conceito de 1971 incluíram: a construção do
centro da cidade e outras 300.000 em áreas
aeroporto Changi, corredores-chave do sistema
abandonadas. A saúde pública era precária
metroviário de Cingapura, o MRT (sistema de
e doenças, como a malária e a tuberculose,
transporte urbano rápido), o sistema de vias
eram disseminadas.
expressas que se estendem por toda a ilha,
Quando Cingapura conquistou sua assim como o desenvolvimento de um anel de
independência política em 1965, foram cidades-satélites de alta densidade ao redor da
tomadas medidas decisivas na área de bacia hidrográfica central. No final dos anos 80,
planejamento urbano, moradia e transporte, que após a execução eficiente do plano por várias
criaram espaço para manobra possibilitando o agências, a maior parte dos problemas mais
desenvolvimento físico da cidade a longo prazo. urgentes que afligiam a cidade na época da
independência haviam sido resolvidos. Todavia,
ESPAÇO PARA MANOBRA NO
o sistema de planejamento ainda não era
PLANEJAMENTO URBANO
transparente o suficiente para mobilizar o setor
O desenvolvimento de Cingapura na época de
privado no desenvolvimento urbano.
sua independência foi guiado pelo primeiro
Plano Mestre de 1958. O objetivo desse plano Em 1989, a recém criada Autoridade de
foi construir em cima das conquistas do passado Redesenvolvimento Urbano assumiu a
e fomentar mudanças por meio de instituições responsabilidade pela coordenação de
existentes. Porém, o plano subestimou alguns todos os aspectos do planejamento, da
fatores-chave, incluindo o índice de crescimento regulamentação do desenvolvimento e pesquisa
urbano e mudanças das necessidades e atividades estatísticas que, anteriormente,
econômicas e sociais. Pouco tempo depois, eram compartilhadas com diversos órgãos
Cingapura provou não ser capaz de alcançar o públicos. Conforme Cingapura continuava
progresso necessário para a nova nação e teve a se desenvolver, teve início o trabalho em
que pedir assistência técnica às Nações Unidas cima do novo Plano de Conceito, lançado
(ONU) em 1965. em 1991, que refletiria as circunstâncias e as
necessidades variáveis da cidade. Mais planos
O Plano de Conceito de 1971, desenvolvido
para a orientação do desenvolvimento foram
pelos especialistas da ONU, em conjunto com
NOVAS LENTES SOBRE AS CIDADES DO FUTURO CIDADES EM FOCO 35
O CRESCIMENTO POPULACIONAL
EM CINGAPURA QUASE DOBROU

EM UMA CIDADE COM ESPAÇO TÃO


RESTRITO, UMA REDE RODOVIÁRIA E
DE TRANSPORTE COLETIVO EFICIENTE
2.700.000 5.000.000 É ESSENCIAL
população em 1986 população em 2010
Cingapura inaugurou a primeira
linha do MRT em 1987

1987

178 km …até 2013, cerca de 178 km de linhas


ferroviárias foram construídas

2013

360 km …com planos para expandir ainda mais a


rede para cerca de 360 km até 2030

2030

63%
DE TODAS AS VIAGENS QUE
ACONTECEM NOS HORÁRIOS DE
PICO EM CINGAPURA UTILIZAM
TRANSPORTE COLETIVO
NOVAS LENTES SOBRE AS CIDADES DO FUTURO CIDADES EM FOCO 37
elaborados para oferecer ao público e aos Paralelamente, o Governo investiu solidamente
investidores uma maior certeza e clareza acerca no transporte coletivo. A primeira linha do
dos tipos de desenvolvimento permitidos. Essa MRT de Cingapura foi aberta em 1987. Até 2013,
abordagem de planejamento urbano criou já haviam sido construídos 178 km de linhas
espaço para manobra em Cingapura. ferroviárias e foram anunciados planos para
expandir a rede para cerca de 360 km até 2030.
ESPAÇO PARA MANOBRA NO TRANSPORTE…
Em uma cidade com espaço tão limitado …E NO QUE SE REFERE À MORADIA
como Cingapura, uma rede rodoviária e de O Conselho de Habitação e Desenvolvimento
transporte coletivo eficiente é essencial para (HDB) foi fundado em 1960 com um forte
apoiar o desenvolvimento da cidade. Porém, mandato para lidar agressivamente com os
com a população e economia crescendo cada problemas de moradia que resultaram nas
vez mais rápido, os congestionamentos nas favelas e na ocupação de áreas abandonadas.
ruas de Cingapura pioraram muito no início Houve um corte de burocracia e fundos
dos anos 70. Como resposta, a cidade adotou governamentais foram disponibilizados. Para
uma série de medidas voltadas para restringir ajudar nessa tarefa, foram introduzidas leis
e desencorajar o uso de carros. Em 1975, foi relativas à aquisição de terras e poderes de
introduzido o esquema “Area Licensing Scheme” reassentamento. O HDB também lutou contra a
– uma taxa de congestionamento – que mais corrupção e promoveu uma maior concorrência
tarde, em 1998, passou a ser um pedágio entre empreiteiras e fornecedores. Em 1964,
eletrônico, o “Electronic Road Pricing”, quando o conselho tinha a capacidade de construir
a tecnologia foi disponibilizada. Em 1990, foi um novo apartamento a cada 45 minutos. Eles
introduzido um limite para o número de carros, também promoveram a aquisição da casa
um Certificado de Habilitação, para manter sob própria e a integração de diferentes grupos
controle o crescimento do número de veículos. étnicos e econômicos: hoje, em torno de 82%
Essas medidas provaram ser polêmicas, porém dos cingapurianos e dos residentes permanentes
importantes, e havia boa-vontade política vivem em habitação social, que é integrada a
suficiente para implementá-las. trabalhos, escolas, transporte coletivo, parques e
outras comodidades adjacentes.
FATORES QUE CRIAM ESPAÇO
PARA MANOBRA
A Shell e o Centro para Cidades Habitáveis de Cingapura realizaram
uma série de workshops para explorar as condições que levaram
cidades a responderem a uma crise emergente com reformas nos
estágios iniciais, em vez de se deixar levar pela crise. Nossas
discussões revelaram os seguintes cinco fatores que criaram
espaço para manobra:

PLANEJAMENTO FLEXÍVEL A LONGO PRAZO para o desenvolvimento de políticas adicionais.


As circunstância mudam e as decisões em termos A introdução do aluguel de bicicletas e da
de planejamento urbano tomadas no presente cobrança diária para dirigir dentro da zona de
precisam construir capacidade suficiente para se congestionamento e para os veículos com alta taxa
adaptarem e evoluírem refletindo as realidades, de emissão de gases figuram entre os esquemas
tendências tecnológicas e tensões futuras. posteriores para reduzir as emissões em Londres.
Uma visão clara ajuda a construir apoio ou O planejamento deve permitir que mudanças
aceitação para políticas a longo prazo que, às ocorram no nível da microgestão. Um exemplo
vezes, são impopulares. Quando a cidade de disso é reservar uma faixa de terras vazias em
Londres estipulou uma meta para reduzir suas áreas onde a população está crescendo para
emissões em até 60% em relação aos níveis facilitar a construção de novas redes de transporte
de 1990 até o ano de 2025, estabeleceu-se se e quando forem necessárias, em vez de ter que
uma direção, mas deixou-se espaço suficiente reequipar uma linha existente mais cara.
NOVAS LENTES SOBRE AS CIDADES DO FUTURO CIDADES EM FOCO 39
INVESTIMENTO NO FUTURO CONSTRUINDO CONFIANÇA
Juntamente com uma visão a longo prazo, é As cidades que atraem negócios e cidadãos
preciso reconhecer que os investimentos no futuro para se estabelecerem ali proporcionam um
precisam ser feitos de forma contínua. Da mesma ambiente estável: uma consistência de regras
forma que empresas continuam a contratar e regulamentos, sem nenhuma mudança
em tempos de crise econômica para garantir repentina; e um sentimento de justiça para todos
uma reserva de talentos futuros, as cidades que os envolvidos. Isso inclui a punição de qualquer
queiram manter a liderança devem continuar forma de corrupção visível e justiça para
a investir em educação, capacitação e centros todos os habitantes, tratando todos, incluindo
de inovação. A previsão das competências que as minorias, de forma igualitária. Confiança
serão necessárias para impulsionar crescimento também se constrói com o envolvimento de todos
econômico futuro levará a um programa de e a conexão dessas pessoas umas com as outras
educação integrado e a incentivos para reter em um nível emocional. Os indivíduos também
e atrair cidadãos e imigrantes capacitados de podem ser incentivados a se envolverem por meio
forma a não criar tensões sociais. O investimento da promoção de transparência. Cidades como
no futuro também aplica-se à infraestrutura e às Helsinki têm sido pioneiras em publicar dados on-
tecnologias. Sob um acordo de 1997 assinado line sobre assuntos como população, transporte
entre o Senado de Berlim e a comunidade e educação, permitindo que programadores
empresarial da cidade, 75% de todos os criem aplicativos úteis. Isso envolve os cidadãos
edifícios construídos em qualquer ano tiveram e cria a transparência necessária para alimentar
que incluir em sua arquitetura estratégias de a confiança na cidade e no seu governo. Um
energia termosolar. Em Berlim, também existe um aplicativo cuja criação foi possível graças
esquema de retro-fit do patrimônio imobiliário da ao “API” habilitado por Helsinki (Interface de
Programação Automática – permitindo que a
cidade; até o momento, o consumo de energia de
cidade receba feedback de serviços externos)
273.000 edifícios pré-fabricados de concreto, na
é o “fixmystreet” (que significa: conserte a
parte leste da cidade, caiu para quase a metade.
minha rua), onde os cidadãos podem denunciar
CAPACIDADE DE IMPLEMENTAÇÃO problemas não emergenciais, tais como buracos
Cidades de sucesso não somente são capazes nas ruas que precisam ser consertados.
de desenvolver as políticas ou os sistemas de COLABORAÇÃO
planejamento adequados como também são Para enfrentar os problemas associados ao
extremamente eficientes na implementação crescimento das cidades, todos os setores da
dessas medidas. A decorrência disso é uma sociedade precisam trabalhar em parceria e
combinação de envolver as pessoas certas relativamente bem. O Governo precisa oferecer
e encontrar objetivos comuns entre as partes melhores incentivos e sanções para fomentar
interessadas, incluindo o público em geral, o crescimento inteligente; a sociedade civil
fomentando apoio para a execução dos planos. deve ser incentivada a diminuir a demanda por
Nesse contexto, é crucial ter uma gestão mercadorias imediatas em prol da infraestrutura
profissional dos projetos e especialistas técnicos para o todo; e os negócios precisam oferecer
e comerciais para implementá-los. O que reforça soluções mais inteligentes e mais bem integradas
uma execução eficiente é uma mensuração às demandas de infraestrutura, moradia e tráfego.
transparente. Ganhos rápidos e visíveis ao longo Os setores público e privado devem trabalhar
do caminho em direção a um objetivo a longo em parceria e inovar, descobrindo modelos de
prazo aumentam a credibilidade da visão. Uma financiamento que funcionem, especialmente
visão de uma “Copenhague neutra em termos em ambientes com fundos limitados. Para
de clima até 2025” levou a uma ampla gama de prosperar, todos os grupos devem operar de
iniciativas, tais como os esquemas de ciclismo na forma coordenada, porém, esse é um desafio
cidade, telhados verdes e uma maior presença difícil de vencer. A conexão e a colaboração
de veículos elétricos. Estudos de Copenhague entre instituições podem ajudar a compartilhar
mostram que o setor de tecnologia verde (tais os recursos e possibilitar a transferência livre de
como as empresas de energia eólica, solar e de pessoas e capacitações. Órgãos de coordenação
tecnologia eficiente) na capital cresceu 55% em com responsabilidade geral podem ajudar a
um período de cinco anos. superar desacordos e evitar paralisias.
TRANSIÇÃO COMPLEXA: O QUE
ACONTECEU COM A MOTOR CITY?
O DECLÍNIO DE DETROIT

Em 1960, Detroit desfrutava da maior renda per empregos na indústria de manufatura através
capita dos EUA e do maior índice de pessoas da diversificação. Pittsburgh, por exemplo,
com casa própria entre a população afro- concentrou-se na educação, nos serviços
americana. jurídicos e cuidados com a saúde, e reconstruiu
um importantíssimo centro da cidade após
Em 2013:
perder suas indústrias de aço e carvão. Porém,
36% de índice de pobreza (o maior do
os dirigentes de Detroit tiveram dificuldade em
país) – 60% entre crianças
encontrar e financiar soluções. Isso aconteceu
50% de analfabetismo funcional em parte porque a cidade não possuía qualquer
23% de desemprego (a cidade com a maior poder jurídico para levantar fundos por meio da
percentagem nos EUA) cobrança de impostos em vários municípios no
33% de residências desocupadas ou subúrbio para o qual vários cidadãos abastados
abandonadas, com milhares de cães fugiram após o Motim de Detroit de 1967.
abandonados vagando pelas ruas Atualmente, a região metropolitana de Detroit
70.000 edifícios abandonados, o que tem mais de 330 administrações locais enquanto
incentivava intensas atividades de gangue a administração geral da cidade foi assolada
relacionadas a drogas por escândalos de corrupção.
90.000 terras desocupadas
Entretanto, as iniciativas de liderança do
Uma queda da população, de 1.850.000 em
setor privado e as mudanças na governança
1950 para 701.000, enquanto a população
podem ainda ter êxito em mudar a situação
na maior parte das regiões ao redor da
da cidade. Detroit é agora o cartão postal do
cidade cresceu
movimento agrícola urbano, ao passo que
Um dos maiores índices nacionais de incêndios grupos de cidadãos, tais como os Blight Busters,
criminosos e crimes uma ONG comunitária e voluntária de base,
Maior índice de concordatas municipais na estão dedicando centenas de milhares de
história dos Estados Unidos (2013) horas na tentativa de limpar a cidade. E uma
Quando os choques causados pela interrupção maior responsabilidade virá dos planos para
do fornecimento de petróleo nos anos 70 substituir as eleições únicas em toda a cidade
provocaram o aumento dos preços de em prol de uma divisão da cidade em bairros
combustível, os fabricantes de carros americanos e na votação de representantes para cada
perderam uma fatia do mercado para carros um deles. Talvez o mais importante seja o fato
japoneses mais eficientes em termos de de que Detroit está começando a cooperar
energia. Salários altos e o direito a benefícios com seus vizinhos regionais mais ricos, com a
incentivaram os fabricantes de carros a transferir perspectiva de que alguns aspectos do trânsito,
a produção para locais mais baratos no exterior. dos serviços públicos e do apoio a instituições
Outras cidades industriais que tiveram que culturais possam ser entregues a uma autoridade
enfrentar o declínio gerenciaram a perda de regional cooperativa.
NOVAS LENTES SOBRE AS CIDADES DO FUTURO CIDADES EM FOCO 41
Em

1960
DETROIT
Detroit tinha a renda
per capita mais alta
dos Estados Unidos
Porém,
em

2013
enfrentava o maior índice
de pobreza dos Estados Unidos

70.000
edifícios abandonados

60 %
de pobreza infantil

23% 50 %
de desemprego, da população são
o maior índice analfabetos funcionais
dos Estados Unidos

33%
de residências desocupadas ou abandonadas
1.850.000 701.000
população em 1950 população em 2013
REDEFININDO OS DESAFIOS DA CIDADE

NOVAS LENTES SOBRE AS CIDADES DO FUTURO CIDADES EM FOCO 43


Embora o espaço para manobra seja desejável, A maioria das cidades provavelmente exibe
pequenas crises e um curto período de uma mistura de transição complexa com
tempo de transição podem fazer com que a espaço para manobra no que se refere aos
cidade entre em choque e abra portas para diversos desafios que devem enfrentar. De fato,
novas oportunidades. O Grande Nevoeiro algumas cidades demonstram características
de Londres de 1952 é um exemplo dessa de transição complexa, ao mesmo tempo em
redefinição. Apesar de Londres ter sofrido que desenvolvem espaço para manobra em
com a poluição atmosférica por muito tempo, resposta a outros desafios. Nas cidades que
muito pouco havia sido feito para enfrentar o apresentam elevados níveis de desigualdade
problema. Essa ocasião provou ser tão mortal de renda, isso se torna especialmente visível.
que fez com que o Parlamento passasse uma Condomínios fechados prosperam e detêm os
lei antipoluição que levou a uma melhora recursos para lidar com as mudanças, ao passo
significativa da qualidade geral do ar. Mais que as favelas ficam vulneráveis e incapazes de
recentemente, as autoridades de Christchurch, resolver as crescentes crises.
na Nova Zelândia, descreveram o devastador
terremoto de 2011 como uma “oportunidade
sem precedentes para repensar, revitalizar
e renovar a cidade de Christchurch”. Além
disso, a Agência de Proteção Ambiental dos
Estados Unidos arrecadou mais de meio bilhão
de dólares para ajudar Nova Jersey e Nova
York na recuperação da devastação causada
pelo furacão Sandy, em 2012, e construir uma
infraestrutura de gestão de lixo, água e água
potável mais resistente, capaz de suportar os
impactos de possíveis futuras tempestades.
ESTRUTURA DO CLC PARA CIDADES HABITÁVEIS
E SUSTENTÁVEIS

A capacidade de Cingapura de desenvolver espaço para manobra


foi o resultado de diversos esforços e iniciativas, alguns de sucesso e
outros não. O CLC resumiu as lições aprendidas com o
desenvolvimento eficiente de Cingapura em uma estrutura de
princípios, incluindo uma visão a longo prazo, um processo de
planejamento estruturado e uma inovação sistemática.

A estrutura descreve os resultados de uma “COM TERRAS LIMITADAS


cidade habitável como uma combinação de
nível de qualidade de vida elevado, economia
E QUASE NENHUM
competitiva e ambiente sustentável. Refere- RECURSO NATURAL,
se aos sistemas utilizados para alcançar CINGAPURA TEVE QUE
esse objetivo como “planejamento mestre e TRAÇAR PLANOS A
desenvolvimento integrados” e “governança
urbana dinâmica”.
LONGO PRAZO PARA
ALCANÇAR UM MEIO
O planejamento mestre integrado vai além
AMBIENTE SUSTENTÁVEL,
dos planos físicos. Ele lida com a necessidade
de otimizar as decisões de planejamento
UMA ECONOMIA
para que os resultados para o meio ambiente, COMPETITIVA E
economia e qualidade de vida possam ser UMA QUALIDADE DE
equilibrados, especialmente no que se refere
VIDA ELEVADA”.
às demandas divergentes pelo uso de terras
urbanas limitadas. Ele também deve garantir a
otimização dos resultados a longo prazo, assim
como as necessidades a curto prazo.

Uma governança urbana dinâmica se refere à


forma como a liderança pública interage com
os cidadãos e as outras partes interessadas
nas tomadas de decisões sobre como a cidade
planeja, desenvolve, utiliza e gerencia os seus
recursos físicos e ambientais para alcançar os
resultados nacionais.
NOVAS LENTES SOBRE AS CIDADES DO FUTURO CIDADES EM FOCO 45
Qualidade
de vida elevada

Meio
Economia
ambiente
competitiva
sustentável

Resultados (O que)

Plano Mestre & Desenvolvimento Integrados Sistemas (Como)


■ Pensamento a longo prazo
■ “Lutar de forma produtiva”
■ Desenvolver um pouco de flexibilidade
■ Executar de forma eficiente
■ Inovar sistematicamente

Governança Urbana Dinâmica


■ Liderar com visão e pragmatismo
■ Construir uma cultura de integridade
■ Cultivar instituições sólidas
■ Envolver a comunidade como partes interessadas
■ Trabalhar com os mercados
COMO AS CIDADES DEVERIAM
SER DESENVOLVIDAS?
O mundo nunca é ideal. Porém, os ideais fornecem um senso de direção e uma
compreensão compartilhada dos objetivos, mesmo se a realidade for parcial e
incompleta. O desenvolvimento urbano ideal resultaria em cidades atraentes e
habitáveis, que gerem os recursos de forma eficiente e tragam vantagens para
a sociedade como um todo.
A maioria das cidades que, atualmente, são nacional, em até 2.000 quilômetros por pessoa
consideradas como atraentes pelos residentes anualmente, em comparação aos países com um
são relativamente espaçosas. No entanto, do desenvolvimento de baixa densidade, comum em
ponto de vista dos recursos, a evolução ideal diversas partes do mundo hoje. Carros menores,
para qualquer cidade é se tornar cada vez mais que poderiam ser movidos a eletricidade ou
compacta, com uma infraestrutura mais eficiente células de combustível de hidrogênio, são bem
e integrada e um transporte coletivo eficaz. adequados para cobrir essas distâncias curtas.
Por exemplo, mais da metade da geração de Eles também facilitam o estabelecimento de redes
energia primária global acaba se transformando de transporte coletivo eficientes. Uma demanda
em calor perdido em vez de trabalho útil, moderada e o uso de combustíveis mais
contudo, o transporte e a geração de energia limpos causam grande impacto na qualidade
são os que mais contribuem para essas do ar, um dos maiores desafios das cidades
perdas. Cidades mais densas proporcionam em crescimento.
oportunidades acessíveis para lidar com essas
ineficiências. Essa tensão referente à densidade UMA FORMA INTELIGENTE DE ENTREGAR
do desenvolvimento exerce um papel central na MERCADORIAS
qualidade da vida urbana do futuro. A eficiência do transporte de carga pode ser
melhorada se for estabelecido um limite claro em
TRANSPORTE MAIS EFICIENTE torno de uma cidade. Os principais entrepostos
A configuração da cidade pode causar um na região limítrofe se tornariam o portal de
impacto enorme na demanda por energia para entrada para a cidade, no qual as mercadorias
o transporte. Por exemplo, um cidadão norte- seriam transferidas dos grandes caminhões
americano comum utiliza três vezes mais energia que cobrem longas distâncias interurbanas
para transporte pessoal do que um cidadão para vans menores e mais eficientes dentro da
europeu comum. Isso não se deve simplesmente cidade. Elas assegurariam que as mercadorias
ao peso e à ineficiência dos veículos individuais. sejam cuidadosamente embaladas de forma a
O americano comum também viaja duas vezes utilizar todo o espaço disponível. A tecnologia
mais longe devido ao crescente desenvolvimento do sistema de posicionamento global (GPS)
urbano, com pouco acesso (e adequabilidade) poderia monitorar as vans e permitir que os
em termos de transporte coletivo. Uma vez gerentes nomeassem motoristas rapidamente
estabelecido, esse padrão de desenvolvimento para os trabalhos, em vez de deixá-los rondando
urbano faz com que a ineficiência dos transportes pela cidade desperdiçando combustível.
perdure por décadas. Os habitantes de cidades A concentração de atividade em torno dos
compactas percorrem pequenas distâncias armazéns também facilitaria a introdução de
até o trabalho, lojas ou outras conveniências. transportes de carga com emissão reduzida,
Os Cenários sob Novas Lentes mostram que o com postos de reabastecimento oferecendo,
design da cidade compacta pode, tipicamente, por exemplo, gás natural liquefeito (GNL)
reduzir a utilização média de carros, em nível ou hidrogênio.
ENERGY DEMAND GROWTH MODERATION OPPORTUNITIES

NOVAS LENTES SOBRE AS CIDADES DO FUTURO Como as cidades deveriam ser desenvolvidas? 47
COMO A NOSSA ENERGIA É UTILIZADA?

Hidro Nuclear Renováveis Gás natural Carvão Petróleo


e outras

SETOR DE ELETRICIDADE
ELETRICIDADE DISTRIBUÍDA
PERDAS DE ENERGIA
SETOR DE ELETRICIDADE

RESIDENCIAL/ INDÚSTRIA NÃO- TRANSPORTE


COMERCIAL ENERGÉTICOS

USUÁRIO FINAL ENERGIA


PERDAS DE ENERGIA ÚTIL
GERAÇÃO MAIS EFICIENTE DE ENERGIA supridas mais eficientemente. Os resíduos se
A eficiência no setor de geração de energia transformam em uma fonte de energia em vez de,
poderia ser melhorada pela introdução de por exemplo, irem parar em um aterro sanitário.
calefação combinada com instalações de Através da circulação, a necessidade de usar
geração de energia. Essas capturam o calor água fresca é menor e o calor que se perde
perdido que é produzido durante a geração na geração de energia pode ser utilizado nas
de eletricidade e o utilizam como água para instalações de tratamento.
aquecimento das residências, prática já comum
na Escandinávia e no leste europeu, ou para A longo prazo, essa forma de desenvolvimento
a calefação de edifícios e parques industriais integrado poderia também apoiar uma provisão
localizados próximos da usina. de energia mais resiliente, com baixa emissão
de carbono. A geração de mais energia a partir
A substituição de usinas movidas a carvão de fontes renováveis intermitentes, tais como
por gás reduziria as emissões e aumentaria a a solar e a eólica, será possível se a energia
sua eficiência. A gasificação de combustíveis, gerada puder ser armazenada para equilibrar
tais como o carvão, o lixo biodegradável e a sincronização entre fornecimento e demanda.
a biomassa - um processo de reação (sem A gasificação dos combustíveis fósseis e dos
combustão) com oxigênio ou vapor em resíduos também ajuda. Esse processo fornece
temperaturas superiores a 700°C - gera um gás não somente energia com baixa emissão de
sintético que pode entrar em combustão em carbono, conforme descrito acima, como
temperaturas mais altas do que os combustíveis também produz hidrogênio. Este pode agir
originais, gerando mais calor e energia. Se como uma forma flexível de armazenamento
combinado com a captura de carbono e a de energia, tanto para a geração, quanto
tecnologia de armazenagem (CSS), a energia como combustível para transporte com zero
produzida também pode ser baixa em carbono emissões e também para fins industriais.
e, se o combustível original for biomassa, pode Visto que a qualidade do ar nas cidades em
até mesmo remover carbono da atmosfera. Por rápido desenvolvimento pode ter um impacto
meio de alguma forma de integração da gestão enorme na saúde e na qualidade de vida
de água, esgotos, lixo e energia, as demandas dos seus habitantes, tal transporte com baixa
de refrigeração de água para a geração de emissão poderia melhorar significativamente as
energia e as demandas de energia para o condições de vida na cidade.
tratamento e bombeamento da água podem ser

“C IDADES COMO CINGAPURA DESTACAM QUE


O DESENVOLVIMENTO COMPACTO PODE SER
ALCANÇADO DE FORMA A MANTER A CIDADE
ATRAENTE PARA OS SEUS HABITANTES. ISSO É
EXTREMAMENTE IMPORTANTE PARA OS BILHÕES
DE FUTUROS HABITANTES DOS NOVOS CENTROS
URBANOS. PARA ELES, AS TENSÕES EM TERMOS DE
RECURSOS, PARA ALÉM DO ESPAÇO INDIVIDUAL,
TORNARÃO-SE CADA VEZ MAIS IMPORTANTES”.
NOVAS LENTES SOBRE AS CIDADES DO FUTURO Como as cidades deveriam ser desenvolvidas? 49
MATRIZ DE HABITABILIDADE DO CLC

Dhaka

DENSIDADE DEMOGRÁFICA URBANA (PESSOA/KM2)


(11.500)
Moscou
(10.500) ALTA DENSIDADE
HABITABILIDADE ELEVADA
(Com base na região metropolitana da cidade)
8.000

Lagos Cingapura
(6,780) (7.130)
Hong Kong
(6.400)

6.000
Londres
Mumbai (5.100)
(4.760)

4.000 Xangai
Lima (3.630)
(2.980)
Jacarta Rio de Janeiro Kuala
(4.240) (2.610) Lumpur Roma
Cidade do México São Paulo (2.130) (2.110) Tokyo
2.000 (2.450) (2.440) (2.660)
Seul
L os Angeles Vancouver
(2.030)
(1.020)
Paris (800)
(704)
Bruxelas
Nairóbi Nova Déli Pequim Dubai Nova York (960)
(210) (1.250) (321) (1.090)
(1.200)
Estocolmo (320) Sydney (330)
0
221 HABITABILIDADE 70 1
(com base na pesquisa sobre qualidade de vida da Mercer, de 2012)

SOLUÇÕES ADAPTADAS Outro desafio em direção a um desenvolvimento


As soluções variam dependendo do lugar. ideal pode ser o fato de que os habitantes
Novas cidades ou bairros da cidade que ainda simplesmente não se dão conta do valor a
serão construídos podem ser projetados desde longo prazo. Na verdade, as cidades que
o início segundo um ideal compacto integrado. normalmente são vistas como mais atraentes
Para cidades mais antigas, nas quais o design são prósperas e com relativa baixa densidade
já esteja estruturado, a infraestrutura existente demográfica, refletindo o desejo de se “ter tudo”:
pode fazer com que o desenvolvimento ideal proximidade a outras pessoas e comodidades,
seja impraticável e excessivamente caro. Um ao mesmo tempo retendo bastante espaço
retro-fit bem direcionado e acessível ajudará privado pessoal, como casas separadas com
muito. Uma metrópole com crescimento disperso, jardins. Porém, diminuir a densidade não
como Houston, nos Estados Unidos, por exemplo, piora necessariamente as condições de vida.
pode se concentrar em eliminar a emissão Há exemplos de cidades com densidade mais
de carbono na frota de carros, na melhoria elevada cujas condições de vida são muito
do transporte coletivo e na microgeração de boas como, por exemplo, Cingapura e Londres,
energia que funciona bem em áreas com baixa nas quais todas as autoridades municipais
densidade habitacional. Em vez de continuar podem se espelhar (conforme demonstrado na
a aumentar os limites da cidade, conforme matriz das condições de vida acima). De fato,
a população aumenta, as autoridades de conforme as tensões referentes aos recursos
planejamento poderiam utilizar regulamentações globais aumentam, as preferências sociais
de planejamento e incentivos para fomentar e dar e as expectativas podem mudar e é possível
prioridade à expansão interna de infraestruturas que a eficiência dos recursos (e, portanto, a
e bairros existentes para que se tornem cada vez compactação da cidade) comece a aparecer
mais densamente povoados. mais significativamente como um componente do
grau de atração de uma cidade.
ESTUDO DE CASO: A OPORTUNIDADE

NOVAS LENTES SOBRE AS CIDADES DO FUTURO A OPORTUNIDADE DA CHINA 51


DA CHINA
Uma configuração de cidade compacta é essencial para a eficiência
dos recursos. Embora as cidades existentes possam ter que se adaptar
onde for possível e acessível, novos desenvolvimentos podem ser
projetados desde o início para serem compactos, eficientes em matéria
de recursos e habitáveis, implementando uma série de tecnologias de
transporte, calefação e energia bem integradas.

O tamanho do desafio e a oportunidade na


China são importantes em escala global. Até
2030, mais 350 milhões de chineses viverão em
cidades. A forma como a urbanização ocorrer
na China causará um impacto enorme na
eficiência dos recursos.
A Shell e o Centro de Pesquisas para o
Desenvolvimento do Conselho Estatal da China
colaboraram recentemente em um projeto que
avaliou as necessidades futuras de energia do
país. O estudo conjunto constatou que, com as
políticas, escolhas, regulamentações e estruturas
de incentivos corretas em andamento, a China
conseguirá acomodar todo o crescimento
populacional urbano previsto até o ano de 2030
sem aumentar a sua pegada urbana.
Das 130 maiores cidades chinesas, mais da
metade encontram-se nos estágios preliminares
de desenvolvimento. Essas cidades enfrentam o
enorme desafio de incluir no planejamento de
sua infraestrutura e de seu espaço a eficiência
e boas condições de vida. O aumento da
densidade do desenvolvimento nas cidades
pequenas e médias para que se pareçam com
Londres e Paris ajudaria a criar as condições
necessárias para reduzir o consumo de energia
e as emissões.
UM MODELO URBANO COM “DIFERENCIAL o espaço urbano de forma mais eficiente, essas
VERDE” PARA A CHINA cidades podem acomodar todo o crescimento
populacional urbano da China projetado
Até o final de 2030, quase um bilhão de pessoas
para 2030.
viverão nas cidades chinesas. Para guiar essa
urbanização segundo as ambiciosas metas PRINCÍPIOS DE DESIGN PARA UM
ambientais introduzidas no 11º e no 12º plano DESENVOLVIMENTO EFICIENTE
chinês de cinco anos, cobrindo o período
Inventário detalhado da cidade: garantindo
de 2006 à 2015, o país deve encontrar um
que a cidade seja planejada segundo as
modelo de produção disseminável para o
condições locais.
desenvolvimento urbano que lide com os desafios
a longo prazo, fomentando, ao mesmo tempo, o Padrões de construção eficientes:
crescimento econômico e melhorando o padrão implementando medidas para garantir a
de vida. A Shell e a Dynamic City Foundation, um qualidade e a eficiência da construção e
grupo de pesquisa e design urbano com base em operação de edifícios individuais.
Xangai, exploraram uma solução urbana com
Desenvolvimento orientado para o trânsito:
um “diferencial verde” que lida com os diversos
utilizando o design urbano para maximizar o
desafios que os urbanistas da China enfrentam:
acesso ao transporte coletivo e o seu uso.
Como evitar o desenvolvimento de vastos
Zoneamento flexível: abrandando políticas de
aglomerados urbanos que continuam a
zoneamento rigorosas para apoiar cidades
consumir as terras mais produtivas e aráveis da
de uso misto e a mudança de uma economia
China e danificam os ecossistemas naturais.
industrial para uma economia de serviços.
Como garantir que as áreas que estão se
Desenvolvimento orientado em função do
urbanizando rapidamente permaneçam
tempo: garantindo que os desenvolvimentos
conectadas às redes regionais e nacionais
de infraestrutura sejam planejados de forma a
de transporte em massa e aos principais
permitir que se adaptem às condições futuras.
desenvolvimentos de infraestrutura.
Lotes de tamanho reduzido: desestimulando
Como fornecer aos aglomerados urbanos
a tendência por mega projetos de arquitetura
energia proveniente de fontes com baixa
e cidades esteticamente monótonas ao
emissão de carbono e transmitir energia com o
encorajar desenvolvimentos menores
mínimo de perda energética aos aglomerados
e diversificados.
de consumo e de produção.
Densidade dinâmica: incentivando
Um conceito de “diferencial verde” lida com
densidades mais elevadas em torno dos
esses desafios interconectados. Ele descreve
centros de tráfego e densidades mais
um limite rural-urbano que reintroduz uma
baixas nas áreas residenciais, e fornecendo
fronteira distinta entre a cidade e o interior. O
incentivos aos urbanistas para preservarem e
diferencial verde limita a urbanização a áreas
criarem espaços verdes utilizáveis.
com acesso a transporte coletivo e infraestrutura.
A criação desse diferencial verde é o primeiro Micro-redes para as vias: criando cidades que
passo para alcançar um crescimento urbano incentivam os pedestres e os ciclistas com a
compacto e sustentável. Uma análise de todas introdução de melhores vias de acesso.
as cidades chinesas com mais de 100.000 Retro-fitting da cidade antiga: conectando
habitantes, em 2010, mostrou que existem 498 e integrando novas zonas da cidade
locais potenciais na China com “diferencial conforme elas se desenvolvem, incluindo o
verde”. Ao aumentarem as suas densidades centro urbano histórico e, eventualmente, a
dentro dos limites atuais da cidade e atribuírem cidade inteira.
REFLEXÕES

NOVAS LENTES SOBRE AS CIDADES DO FUTURO REFLEXÕES 53


Examinando as cidades através das lentes introduzidas pelos Cenários
sob Novas Lentes, há muito o que refletir. Há um grande valor social,
ambiental, comercial e político ao alcançar um desenvolvimento
urbano eficiente. Porém, a conscientização ampla disso será um
desafio considerável.

Será necessário um governo relativamente mais, compartilhando e reproduzindo as


estável e consistente nos níveis municipais e iniciativas de sucesso em outros lugares. Porém,
nacionais, juntamente com uma governança o caminho a percorrer ainda é longo. Até
urbana dinâmica; bem como estruturas 2050, três quartos da população global viverá
institucionais que permitam um planejamento em cidades. O mundo precisará desenvolver
mestre integrado; acesso dos municípios a modelos radicalmente novos e financeiramente
orçamento e capital; instituições educacionais sustentáveis para gerenciar a crescente pressão
prósperas; políticas sociais, trabalhistas e no setor de energia, alimentos e água, e para
previdenciárias inteligentes; e estruturas permitir que a urbanização traga bem-estar e
comerciais que facilitem investimentos e um prosperidade aos habitantes das cidades.
setor privado vibrante e inovador.
Na Shell, estamos descobrindo que as nossas
A coordenação nessas áreas requer uma novas lentes estão nos ajudando a compreender
perspectiva de sistemas que reconheça os melhor os desafios e as oportunidades
elos entre os diversos sistemas materiais e nas cidades. Esperamos que elas também
sociais, e, também, que as necessidades inspirem o compartilhamento de perspectivas
evoluam significativamente ao longo dos entre negócios, administrações nacionais,
anos. As cidades de sucesso de hoje crescerão autoridades municipais e sociedade civil de
rapidamente, trazendo novas oportunidades forma mais abrangente. É somente através
e adicionando pressões significativas à do trabalho em parceria que a urbanização,
infraestrutura existente. O sucesso de amanhã um dos maiores fenômenos sociais de nossa
dependerá do quão bem gerenciadas essas era, será modelada de forma a melhorar
cidades são e do quão rapidamente o Governo, significativamente a qualidade de vida de
o comércio e a sociedade civil aprimoram a bilhões de pessoas.
colaboração entre si hoje. A importância da
interação entre esses setores da sociedade é “O SUCESSO DE AMANHÃ
uma lição recorrente do nosso trabalho com DEPENDERÁ DO QUÃO
os Cenários sob Novas Lentes, e os detalhes
disso são, mais uma vez, enfatizados quando BEM GERENCIADAS ESSAS
aplicamos essas lentes sobre as cidades. CIDADES SÃO E DO QUÃO
Nos últimos anos, houve uma proliferação RAPIDAMENTE O GOVERNO,
de organizações e iniciativas para enfrentar O COMÉRCIO E A SOCIEDADE
esses problemas, incluindo algumas que
mencionamos neste relatório. Existem exemplos
CIVIL APRIMORAM A
de boa – algumas vezes excelente – prática COLABORAÇÃO ENTRE SI
e os dirigentes municipais estão, cada vez HOJE”.
ISENÇÃO DE RESPONSABILIDADE
Este livro de cenários contém declarações propriedades e alvos adequados para
sobre expectativas futuras que podem afetar aquisição em potencial, e a negociação e
a condição financeira da Shell, bem como os conclusão bem-sucedidas de tais transações;
resultados das operações e negócios da Royal (i) o risco de manter atividades comerciais em
Dutch Shell. países em desenvolvimento e países sujeitos a
sanções internacionais;
Todas as declarações, com exceção das
(j) desenvolvimentos de natureza legislativa,
declarações sobre fatos históricos, são ou podem
fiscal e reguladora, incluindo medidas
ser consideradas declarações sobre expectativas
regulamentadoras que lidam com a mudança
futuras. As declarações sobre expectativas futuras
do clima;
baseiam-se em expectativas e pressuposições
(k) condições de mercado de natureza
atuais da direção e envolvem riscos e incertezas,
econômica e financeira em diversos países
conhecidos e desconhecidos, que podem
e regiões;
fazer com que resultados, desempenhos ou
(l) riscos políticos, incluindo os riscos de
eventos concretos sejam substancialmente
expropriação e renegociação dos termos de
diferentes daqueles expressos ou implícitos
contratos com entidades governamentais,
nessas declarações. As declarações sobre
atrasos ou avanços na aprovação de
expectativas futuras incluem, entre outras coisas,
projetos e atrasos no reembolso de custos
declarações sobre a exposição potencial
partilhados; e
da Royal Dutch Shell a riscos de mercado e
(m) mudanças na condições comerciais.
declarações que expressam as expectativas,
crenças, estimativas, projeções e suposições da Todas as declarações sobre o futuro contidas
direção. Essas declarações sobre expectativas nesta publicação sobre cenários são
futuras são identificadas pelo uso de termos e expressamente qualificadas, em sua totalidade,
frases como “antecipar”, “acreditar”, “poderia”, pelas declarações de prudência contidas ou
“calcular”, “esperar”, “metas”, “almejar”, mencionadas nesta seção. Os leitores não devem
“poderia/poderiam”, “objetivos”, “perspectiva”, basear-se excessivamente em declarações de
“planejar”, “provavelmente”, “projeto”, “riscos”, perspectiva futura. Os fatores adicionais que
“buscar/procurar”, “deveria/deveriam”, “irá/ podem afetar os resultados futuros estão contidos
irão”, bem como termos e frases semelhantes. no relatório 20-F da Royal Dutch Shell para o ano
encerrado em 31 de dezembro de 2013, que
Há vários fatores que podem afetar as
está disponível nos sites: www.shell.com/investor
operações futuras da Royal Dutch Shell e fazer
e www.sec.gov.
com esses resultados sejam substancialmente
diferentes daqueles expressos nas declarações Esses fatores também devem ser considerados
de perspectiva futura contidas neste livro de pelo leitor. Cada uma das declarações de
cenários, o que inclui (sem limitar-se a): perspectiva futura refere-se somente à data desta
(a) flutuações dos preços de petróleo bruto e publicação sobre cenários, ou seja, janeiro de
gás natural; 2014. Nem a Royal Dutch Shell nem qualquer
(b) mudanças na demanda por produtos das suas subsidiárias assume qualquer obrigação
da Shell; no sentido de atualizar ou revisar publicamente
(c) flutuações cambiais; qualquer declaração de perspectiva futura
(d) resultados de atividades de perfuração como resultado de novas informações,
e produção; eventos futuros ou outras informações. Tendo
(e) estimativas de reservas; em vista esses riscos, os resultados poderão
(f) perda de participação no mercado e diferir substancialmente daqueles declarados,
concorrência da indústria; implícitos ou inferidos a partir das declarações
(g) riscos ambientais e físicos; de perspectiva futura contidas nesta publicação
(h) riscos associados à identificação de sobre cenários.
AGRADECIMENTO FONTES DOS DADOS

NOVAS LENTES SOBRE AS CIDADES DO FUTURO APÊNDICES 55


A Shell agradece uma série de organizações As principais fontes de dados usadas no
que contribuíram para esta publicação: O desenvolvimento das análises e quadros dos
Centro de Pesquisa para o Desenvolvimento cenários da Shell nesta publicação, além das
do Conselho Estatal, na China; os municípios que já foram mencionadas, são:
de Amsterdã e Roterdã, a Booz & Company e
n IEA World Energy Statistics and Balances
Betty Sue Flowers.
2012 © OCDE/IEA 2012, conforme
modificado pela Shell International
O Centro para Cidades Habitáveis agradece:
n Revisão de 2012 da Divisão de população
a Secretaria Nacional de Mudanças Climáticas
do gabinete do Primeiro Ministro, o Ministério da ONU (Cenário de Fertilidade Média),
da Indústria e do Comércio, o Órgão Regulador conforme modificado pela Shell International
do Mercado de Energia, o Conselho de
Desenvolvimento Econômico, o Ministério do As principais fontes de dados utilizadas no
Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos, a desenvolvimento da análise e dos quadros na
Agência Nacional do Meio Ambiente, a PUB pesquisa conjunta da Booz and Company e da
(a agência nacional de águas de Cingapura), Shell, nesta publicação, são:
a Autoridade de Transporte Terrestre, a n  2008 World Population Database
Autoridade para o Redesenvolvimento Urbano
n  EIA – Energy Statistics Database
e a Autoridade Monetária de Cingapura.
n  IEA – World Energy Outlook 2008
Agradecemos os colegas da Shell e os vários n  UN State of the World Cities 2009
especialistas externos que contribuíram
para o desenvolvimento dos Cenários sob
Outras fontes incluídas neste livro são:
Novas Lentes e dos outros Cenários da Shell
n Norman, J., MacLean, H., e Kennedy,
já publicados.
C. (2006). ”Comparing High and Low
Outros materiais dos Cenários da Shell podem Residential Density: Life-Cycle Analysis of
ser encontrados no website: shell.com/scenarios. Energy Use and Greenhouse Gas Emissions.
J. Urban Plann. Dev., 132(1), 10–21.
n Gráficos da Curtin University Sustainability
Policy Institute, Perth, Austrália Ocidental,
baseados nos dados contidos em:
KENWORTHY, J. and Laube, F. (2001) The
Millennium Cities Database for Sustainable
Transport. (Banco de dados em CDROM)
União Internacional (Associação) do
Transporte Coletivo, (UITP), Bruxelas e Institute
for Sustainability and Technology Policy
(ISTP), Perth.
OBSERVAÇÕES
NOVAS LENTES SOBRE AS CIDADES DO FUTURO APÊNDICES 57
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