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Você sabia?

O Dízimo não é
obrigatório e o
devorador não é
demônio
VENDA PROIBIDA
Fernandes, Jardel

Você sabia? O dízimo não é obrigatório, e o


devorador não é demônio. / Jardel Fernandes 2ª ed.

Fortaleza – Ceará: Missão de Fé Editora, 2018.

128p. 21x15 volume I

1. Dízimo. 2. Devorador. 3. Titulo

Categoria:

Estudo – Doutrina – Apologia - dinheiro

Diagramação e Editoração:
Jardel Fernandes

Revisão de Texto:
Vários irmãos e irmãs do ministério missão de fé

Autoria:

Jardel Fernandes de Pinho


pastorjardelfernandes@gmail.com

Impressão:
Gráfica Missão de Fé

Todos os direitos são reservados. Deverá ser pedida a permissão por


E-mail ao autor para reproduzir este livro, exceto por breves citações,
criticas, revistas ou artigos.

Contatos com o ministério para mais informações: (85)98848-6868,


(85)99630-3546, WhatsApp (85)99127-2811
NOTA DO AUTOR

Acredito no poder do Espirito Santo que


ungiu os reformadores para trazerem a igreja de
volta às fontes (Latim ad fontes), creio que
podemos viver a reforma, os princípios que ela nos
trouxe: sola fide, sola escriptura, sola gracia, solos
Cristos e solos Deu gloria, e voltarmos às fontes da
genuína doutrina bíblica e apostólica; aprendi que
a reforma começa por nosso próprio ministério, e
antes de querermos que outras igrejas sejam
reformadas, primeiro precisamos reformar a nossa
própria congregação e ministério, pois é necessário
que a igreja de Cristo volte às Escrituras e
glorifique a Deus na terra para que seja glorificada
por Deus no céu. Acredito piamente que esta obra
revelada pelo Espírito Santo, alicerçada na mais
pura doutrina bíblica, libertará a muitos da
opressão financeira em que vivem hoje, e abrirá os
olhos de muitos ministros da igreja de Cristo.
DEDICATÓRIA

A Deus Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, e


ao Espírito Santo, que escolhe as coisas que não são
para confundir as que são, e as coisas pequenas
para confundir as grandes (1 Coríntios 1:26-29), e
que chama dos confins da terra, dentre os mais
excelentes os mais simples, e dos lugares mais
ermos, aqueles a quem ele quer (Isaias 41:9) para
serem seus instrumentos, pois é soberano e segue
unicamente o Conselho da sua própria vontade,
para que toda glória, seja tão somente, e para
sempre Dele, Amém.

Minha esposa, irmã Viviane Pinho, meu


Filho Jardel Filho, a todo o ministério missão de fé,
que tem nos dado total apoio, e no meio de pressões
e adversidades, a todos os irmãos que acreditaram,
oraram e oram por meu ministério, para que não
desfaleça na batalha, meus sinceros
agradecimentos, que Deus abençoe ricamente a
todos em nome de Jesus Cristo nosso Senhor.
SUMÁRIO

Prefácio...........................................6

Introdução......................................10

1 O que as igrejas ensinam sobre dízimo está


correto?........................21

1.1 Um breve resumo da história da lei judaica


e sua aplicação....................24

2 O dízimo antes e durante a lei

2.1 O dízimo de Abraão..................................33

2.2 O dízimo de Abraão a Melquisedeque....

2.3 O dízimo de Jacó.....................................

2.4 Porque Jesus mandou os Fariseus darem


o dízimo?.......................................

2.5 Não vim destruir a lei, mas cumprir...

3 Abrir as janelas dos céus e derramar bênçãos


sem medidas?...................................60

4 O devorador é demônio?......................65
5 O que é o dízimo dos dízimos?................71

6 Um levita dando o dízimo à igreja?...........73

7 Dai a César o que é de César, e a Deus o que


é de Deus........................................77

8 O fruto proibido do jardim do Éden era o


dízimo?..........................................81

9 A oferta da viúva pobre......................84

10 Ananias, Safira e o dízimo..................86

11 Jesus recebia dízimos?....................90x

12 Os pais da igreja e o dízimo.................93

12.1 Irineu de Lion...........................................94

12.2 Clemente de Alexandria........................95

12.3 Tertuliano de Cartago...........................96

12.4 Justino mártir.........................................97

13 A reforma protestante e o dízimo..........99

14 O príncipe dos pregadores e o dízimo.....101


15 quando se iniciou a cobrança de dízimos na
igreja?.........................................105

16 Se o dízimo não é mais obrigatório, como


faço para contribuir como a igreja?..........111

 EXEMPLOS:

17.1 Moisés e a construção da tenda..........115

17.2 Davi e a construção do templo............117

17.3 Os apóstolos e o dinheiro da igreja...118

17.4 Paulo e arrecadação de recursos.......120

17.5 A igreja primitiva e a forma correta de


contribuição....................................................121

Conclusão......................................123

Me mandaram mentir sobre o dízimo.........271

Conselho aos pastores que cobram dízimos...131

Direitos autorais especiais....................132

Bibliografia....................................133
PREFÁCIO

Como o “pregão”, esta verdade deveria ser


apregoada publicamente em todo o país para a iluminação
das “massas” à luz do evangelho da glória de Cristo. É
exatamente o que as páginas deste livro: se propõe e se
oferece gratuitamente, aconselhando e se
comprometendo com a verdade de Deus, não a dos
homens ou da “ciência” teológica.

A “Sã Doutrina do Dízimo” é objeto do interesse de


muitas pessoas no decorrer dos séculos, desde os
primórdios do “Cristianismo”. Entretanto, ela deve ser
tratada com prudência e cuidado para não sermos,
passivamente, arrastados pelos “ventos” de doutrinas da
lógica “cauterizada” por “visões carnais” que são
“soprados” por “bocas estranhas” à verdade da Nova
Aliança do Evangelho da Graça de Cristo já em vigor
desde o ano 30 D.C; e, ativamente, nós não sejamos
também “hereges armados com a palavra de Deus” a favor
do mal, ainda que sinceros, porém, equivocados. Pois, o
herege é a pessoa contrária aos dogmas supostamente
inquestionáveis de uma religião ou seita. Também isso é
relativo à visão correta das coisas espirituais. Lembrando
7
que o apóstolo Paulo se incorporou numa suposta “Seita
do Caminho”. Seita esta, convencionada, sim, mas pelos
“inimigos do evangelho” da graça, seita: em relação aos
olhares e percepção dos “filhos da lei” e da velha religião
dominante e autoritária que, segundo o mesmo apóstolo
que escreveu aos Romanos, denuncia e protesta em
carta, como nós hoje com este livro, Paulo, porém, contra
a nação de Israel e suas más influências. Cuja nação
religiosa (como o Brasil), segundo o apóstolo Paulo, a
nação de Israel tinha e ainda tem “muito zelo”, porém,
“sem entendimento” espiritual. Em geral, o herege é o
crente cônscio ou não da sua heresia que carrega no
próprio coração que, “fomentado ou fermentado” por
ensinos, professa uma heresia de fato produzida, mesmo
sem o saber, questionando certas crenças já
estabelecidas por uma determinada religião autoritária ou
não. Como para exemplo, temos aqui no Brasil, o tal
“santo dízimo” do “cristianismo do evangelho da
prosperidade pessoal”. Ora, se o mesmo fosse verdade e
desígnio de Deus para a igreja de Cristo hoje e para o
“sustento” daqueles que pregam o evangelho, como foi o
dízimo legal para Israel uma verdade nacional obrigatória
sob a justiça da lei da Velha Aliança, então, nós é que
8
agora estaríamos, equivocadamente, com este livro,
combatendo contra a verdade do desígnio de Deus
ordenada universalmente para todas as nações. E pior
ainda, esta mítica lendária e suposta verdade do “santo
dízimo” obrigatório e de “gafanhotos devoradores”
castigadores do povo rebelde e inadimplente ensinada à
igreja de Cristo está “sem lei” reguladora. Afinal, “deveres
e direitos” e definições de “pecado” são próprios das
concessões da força de uma lei em vigor. Como também,
a tal doutrina do “santo dízimo” está, em relação à Nova
Aliança sem fundamentos teológicos, filosóficos e
históricos (em relação aos primeiros cinco séculos da
igreja).

Esperamos que este livro, emergido da “pena”


fecunda do irmão Jardel Fernandes, pastor e escritor, seja
uma bênção para todos aqueles que venham estudá-lo.
Recomendo a todos a sua leitura e disseminação entre o
povo de Deus e até fora, como também pelo ar a verdade
da sã doutrina de Cristo se propague em verdade de Deus,
para que o mundo “aliviado do peso do imposto pela
Igreja” respire Cristo: O “ar da graça”. Deus está no ar com
Amor em Cristo. Respiremos então agora “aliviados” do

9
peso e da culpa impostos por quem não deveria. Vivamos
então “sem ansiedade” a “vida soprada” de Deus em nós
doada de graça. Que o Espírito de Deus nos guie através
das sinceras e inspiradas páginas deste livro.

Robson S. Mercuri, Bach. Bacharel em Teologia pelo


Bennett – Metodista – Flamengo – RJ.
Professor do STJA: Seminário Teológico José Alfredo da
Assembleia de Deus do amor em Realengo – RJ. Ex-prof. Da
universidade bennett – metodista – R.J.

10
INTRODUÇÃO

Neste livro, pretendo à luz das Escrituras, e de


dados e fatos históricos, desmascarar a falsa doutrina que
diz, que o dízimo é obrigatório e que o devorador é
demônio, pois ela tem colocado medo e um fardo pesado
em muitas pessoas sinceras que amam a Deus e querem
contribuir com sua obra, mas essas pessoas têm sido
exploradas financeiramente e se tornado escravas de um
círculo vicioso. Pretendo provar pelos meios acima
citados, que esta doutrina não se aplica à igreja de Cristo,
portanto não passa de mais uma heresia.

Esses líderes que ficam prometendo prosperidade


se vocês derem os dízimos, na verdade, os únicos que
têm prosperado são eles com o dinheiro de vocês; eles
têm luxado com o dinheiro de gente trabalhadora que
muitas vezes gostaria de fazer uma viagem, mas não
pode, gostaria de comer em um restaurante com sua
família, mas não pode, mas esses líderes sim, tem viajado
e comido nos melhores restaurantes com o dinheiro
dessas ingênuas pessoas.

Se prepare para saber toda a verdade sobre

11
dízimos e devoradores, verdades que você nunca ouviria
nos púlpitos das igrejas de pastores mercenários, e muito
menos em programas de rádio e televisão.

Vale ressaltar que este livro não foi escrito para


impedir você de ajudar a obra de Deus, muito pelo
contrário, desejamos que você continue ajudando sim a
igreja a avançar, a fazer missões, e a resgatar almas para
o Reino de Deus, mas é importante que você ajude as
igrejas verdadeiras, e da forma correta, como a Bíblia
realmente ensina.

Este livro, além de ensinar que dízimo não é


obrigatório e devorador não é demônio, também abordará
e esclarecerá vários assuntos relacionados à dízimos, por
exemplo: o que era o dízimo, como era dado o dízimo,
quem se beneficiava com o dízimo, quem era obrigado a
pagar o dízimo, onde se entregava o dízimo, falaremos
ainda sobre o dízimo que Abraão deu à Melquisedeque
(Gn. 14:20), sobre o dízimo de Jacó (Gn. 28:20-22), sobre
as palavras de Jesus quando disse: “dai a César o que é
de César e a Deus o que é de Deus” (Mc. 12:17), e
também, o que Jesus quis dizer quando falou: “eu não vim
abolir a lei, mas cumprir” (Mt. 5:17,18), e também, o
12
porque de Jesus ter dito aos fariseus que eles deveriam
continuar dando os dízimos (Mt. 23:23), falaremos
também do devorador (Ml. 3:11), o que eles fazem, quem
são esses seres tão temidos pelos crentes da atualidade,
explicaremos também sobre o que significa abrir as
janelas do céu e derramar bênçãos sem medidas (Ml.
3:10), e muitas outras coisas relacionadas à dízimos e
ofertas.

Refutaremos também, as muitas passagens bíblicas


distorcidas, e argumentos deturpados, que pastores usam
para arrancar os dízimos dos irmãos, e além disso,
pretendemos lhe ensinar a forma correta de ajudar a obra
de Deus, como contribuir, e ofertar da forma que agrada a
Deus, pois infelizmente muitos pastores e líderes das
igrejas não estão ensinando essa verdade como ela é, e
por isso muitas pessoas estão dando seus dízimos e
ofertas, mas Deus não está se agradando de nenhuma
delas, pois estão sendo dadas de formas, propósitos e
motivações erradas.

Dividimos os assuntos em capítulos para uma


melhor leitura e compreensão, procuramos ser sucintos e
objetivos, e usar a linguagem mais simplificada possível
13
para facilitar ao máximo a compreensão deste assunto,
onde até mesmo teólogos têm dificuldades para
compreender, não por ser complexo, pois na verdade é
muito simples de entender, mas porque estão com suas
mentes bitoladas aos dogmas denominacionais.

Na data em que estou escrevendo este livro, fazem


exatamente 17 anos que me converti ao evangelho,
porém, passei mais de dez anos enganado com a
equivocada doutrina de que o dízimo é obrigatório e o
devorador é demônio, fui um dizimista fiel em qualquer
situação, não importava as dificuldades financeiras, se eu
iria deixar de pagar alguma conta, ou de fazer as compras
para sustento de minha família, eu tirava o dízimo mesmo
que fosse para passar fome, pois acreditava que Deus me
recompensaria se assim o fizesse, também temia o
devorador que viria bagunçar a minha vida se eu não
desse o dízimo, só que, no meu entendimento, eu estava
dando com amor e alegria, mas só agora, descobri que na
verdade, eu estava debaixo de uma pressão psicológica,
de um emocionalismo religioso, me sentia bem ao dar o
dízimo, sentia como se tivesse cumprido um dever, minha
obrigação para como Deus, e mesmo sem me expressar

14
com os lábio, e nem com o pensamento, havia no mais
profundo do meu coração, um sentimento quase
impercetível, que Deus tinha a obrigação de me abençoar,
e quando as coisas iam bem, eu acreditava que era Deus
me recompensando por ser um dizimista fiel, mas quando
as coisas iam mal, eu não entendia o porque, e ficava
angustiado, e mesmo sem falar, mas pensava no meu
íntimo de forma quase impercetível - o porque, eu
dizimista fiel estaria passando por dificuldades
financeiras? E como os pastores queriam que eu
continuasse a dar o dízimo, me levavam a crer que era
Deus apenas provando se eu continuaria sendo fiel
mesmo passando por dificuldades, e se eu daria o dízimo
no aperto ou se apenas quando as coisas estavam bem,
na verdade eu me sentia pressionado a provar minha
“fidelidade”, a demonstrar uma “grande fé” mesmo nos
piores sufocos, pois se eu não desse me acusariam de
falta de fé, e assim eu procedia, de modo a enganar a mim
mesmo.

Na verdade, tudo o que passei, é o que muitos


estão passando hoje com relação ao dízimo, quantas
pessoas fieis em seus dízimos que nunca ficaram ricas;

15
quantas pessoas fieis em seus dízimos que faliram;
ficaram desempregadas; tiveram prejuízos inexplicáveis;
são muitas as pessoas fieis, que muitas vezes passam
necessidades para darem seus dízimos, porque tem medo
de estarem roubando a Deus, e de serem castigadas por
Ele, ou de serem atacados pelo devorador.

Como pregador, por muitas vezes preguei, alertei,


ameacei os irmãos de que se eles não dessem seus
dízimos, eles iriam perecer no inferno, chamei de ladrão
os que não davam seus dízimos com fidelidade, ensinava
que eles tinham que mostrar sua fé em Deus, e darem
seus dízimos exatamente nos tempos de crise.

Mas quando Deus me resgatou do sistema religioso


corrompido da atualidade, e me trouxe de fato para o
genuíno evangelho de Cristo, eu aprendi estudando
sistematicamente a santa palavra de Deus, o que meus
pastores nunca me ensinaram, o que nunca ouvi ninguém
pregar em rádios, e televisões; não sei se eles fazem isso
por ignorância ou por malícia, mas agora aprendi que o
dízimo era uma doutrina da antiga aliança para o povo
judeu, e que após a morte de Cristo, não é mais
obrigatório, nem para os judeus e muito menos para a
16
igreja, aprendi também que o dízimo nunca foi dinheiro, e
que o devorador nunca foi demônio, são penas invenções
de alguns líderes, para impor medo nas pessoas, para que
elas não parem de dar seus dízimos.

Na verdade, não encontramos os apóstolos em


momento algum cobrando dízimo da igreja, em todos os
escritos da nova aliança, em nenhum livro do cânon
sagrado, encontramos esta exigência, de que a igreja tem
que pagar o dízimo, e que os irmãos que não pagam os
dízimos estão roubando a Deus, em nem um momento
vemos os apóstolos ameaçando os irmãos por não darem
o dízimo, muito pelo contrário, quando os judeus quiseram
impor sobre a igreja dos gentios, a obrigação da prática
dos preceitos da lei, incluindo a guarda do sábado, a
circuncisão, e todos os outros preceitos da lei (Atos 15:5),
os apóstolos e os líderes da igreja se reuniram para
considerarem este assunto, e ficou determinado pelo
Espírito Santo, e pelos líderes da igreja, que a igreja dos
gentios que somos nós, não somos obrigados a
guardarmos nenhum dos preceitos da lei Mosaica (Atos
15:22-29).

Infelizmente, nos dias de hoje, temos visto


17
apelações absurdas de muitos líderes, para conseguirem
arrancar os dízimos das pessoas, estabelecendo o
seguinte: dízimo da conquista, dízimo da vitória, dízimo da
dupla honra e etc. Isso é um verdadeiro absurdo, heresia,
falsa doutrina, pois não existe isto nas sagradas
escrituras.

Ao ensinar esta doutrina, muitos me chamam de


avarento, e dizem que eu ensino isso porque não quero
contribuir com a obra, não é que eu não queira contribuir
com a obra de Deus, muito pelo contrario, continuo
contribuindo, mas agora com amor e alegria, sem esperar
algo em troca, nem com medo do devorado, nem com
imposição de 10%, esses fardos não pesam mais sobre
mim, pois pela misericórdia de Deus sou o pastor,
fundador e presidente do Ministério Missão de Fé, e penso
que se há alguém que tenha interesse em que o povo
contribua como o nosso ministério, este alguém sou eu,
pois todas as despesas deste ministério são de minha
responsabilidade, todavia hoje na autoridade e no poder
do Espírito Santo, prego esta verdade para ajudar a outras
pessoas a se libertarem deste imposto chamado dízimo.

Porém antes de começar a pregar esta verdade,


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quero que saibam, que quando Deus me revelou esta
doutrina de que o dízimo não é obrigatório e o devorador
não é demônio, eu “lutei” com Deus em oração dizendo:
“Senhor, se eu pregar que o dízimo não é obrigatório, as
pessoas vão parar de contribuir, e não vai dar para
sustentar o ministério!? “Eu passei muitos meses para
criar coragem e fé para pregar esta verdade, que além de
ser bíblica é irrefutável, todavia O Senhor me chamou para
pregar a sua verdade seja ela qual for, e não pude me
calar diante de uma doutrina tão clara, porém
desconhecida da maioria dos cristãos, e que precisa vir ao
conhecimento de todos.

É verdade que quando comecei a pregar esta


doutrina, várias pessoas deixaram de ajudar a obra,
provando que realmente só contribuíam por medo ou a
espera de algo em troca, outros ficam confusos e me
questionava a respeito dizendo: “que nova doutrina é
esta? (Marcos 1:27)”; mas na verdade não é uma nova
doutrina, é a doutrina da igreja desde de que se iniciou a
dois mil anos atrás. A princípio tivemos dificuldades, nossa
fé foi provada, mas como Deus é fiel e cuida da sua obra,
Ele tem levantado pessoas de várias partes do Brasil e do

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mundo para ajudar nosso ministério, e tenho certeza que
Ele vai continuar levantando mais pessoas sinceras e que
amam a verdadeira obra de Deus, o Senhor tem mostrado
que Ele é o provedor da sua obra, não precisamos ficar
com apelações de envelopes, nem prometendo riquezas
as pessoas que ajudam o ministério, e muito menos
mentindo, dizendo que se elas não derem o dízimo estão
roubando a Deus, e ameaçando-as de um devorador que
não existe, não precisamos omitir sua doutrina, para que
a provisão Dele venha, basta confiar nele e pregar toda
verdade.

Portanto desejamos muito que você a quem chegou


este livro, seja bem alimentado, e aprenda mais esta
verdade bíblica, para seu crescimento na graça e no
conhecimento da vontade de Deus, que você aprenda a
contribuir da forma legítima, e que agrada a Deus, e pare
de barganhar com Deus, e de contribuir esperando algo
em troca, ou com medo de devoradores. Esperamos que
você aprenda a contribuir com amor e sinceridade que a
gradam a Deus, e seja liberto deste imposto chamado
dízimo, que apenas tem servido para engordar a maioria
dos hereges que exploram as pessoas financeiramente.

20
Almejamos de coração que você compreenda
facilmente esta doutrina tão clara nas escrituras, de que o
dízimo não é obrigatório e que o devorador não é demônio.

BOA LEITURA!

Pelo Espírito de Cristo;


Pr. Jardel Fernandes

21
CAPÍTULO 1

O QUE TEM SIDO ENSINADO

SOBRE DÍZIMOS NAS IGREJAS HOJE?

 Se não der o dizimo está roubando a Deus.


 Se não der o dízimo vai para o inferno.
 Se não der o dízimo o devorador vai destruir sua
vida e família.
 Se não der o dízimo está debaixo de maldição e
etc...

Mas, será que tudo isso é verdade?

Claro que não, e a Bíblia prova isso!

A partir de agora, vamos analisar nas Escrituras


Sagradas toda a verdade sobre dízimos e devoradores:

De fato, em Malaquias 3:8-10 o senhor está


cobrando o dízimo, mas de quem o senhor está cobrando
o dízimo? Para sabermos, precisamos compreender o
contexto, e para isso vamos ler o versículo 9 do capitulo 3
onde diz:

"Com maldição sois amaldiçoados, porque a mim me


22
roubais, sim, toda esta nação." (Malaquias 3:9)

Como podemos ler, o texto diz que Deus está


cobrando o dízimo especificamente de uma nação, mas
que nação é esta de quem o Senhor está cobrando o
dízimo? Para que possamos ter uma resposta clara,
precisamos ver para quem Malaquias está escrevendo
esta profecia, vamos ler o que está nas primeiras linhas do
livro da profecia de Malaquias, isso vai revelar de qual
nação Deus está cobrando o dízimo.

"Peso da palavra do SENHOR contra Israel, por


intermédio de Malaquias." (Malaquias 1:1)

Como a passagem acima mostra claramente,


Malaquias está escrevendo sua profecia endereçada à
nação de Israel, portanto é da nação de Israel que Deus
está cobrando o dízimo. Vale ressaltar, que o livro do
profeta Malaquias, é uma exortação contra a nação de
Israel, por conta da sua desobediência, portanto, o dízimo
está sendo cobrado apenas do povo de Israel; e porquê?
Porque o dízimo, bem como toda a lei de Moisés, são
ordenanças de Deus para os judeus, e não para as outras
nações, como nos mostra o texto a seguir:

23
"Também todas as dízimas do campo, da semente do
campo, do fruto das árvores, são do Senhor; santas são
ao Senhor.
Estes são os mandamentos que o Senhor ordenou a
Moisés, para os filhos de Israel, no monte Sinai." (Levítico
27:30,34).

O texto a cima, é claro e objetivo em dizer que, o


mandamento dos dízimos, e os outros mandamentos
contidos no livro de levíticos, números e Deuteronômio,
são ordenanças que o Senhor deu à nação de Israel e não
a nós, pois não somos judeus, somos gentios da nação
brasileiros.

Como podemos perceber, a cobrança do dízimo


descrito em Malaquias, não é para a igreja, e nem para
pessoas de outra nacionalidade, mas apenas para a
nação de Israel, que são o povo a quem Deus deu a lei
quando os tirou da escravidão do Egito, o povo da Antiga
Aliança, da religião chamada de judaísmo, que era
obrigada a guardar toda a lei de que Deus deu a Moisés.

24
1.1 UM BREVE RESUMO DA HISTÓRIA DA LEI
JUDAICA E SUA APLICAÇÃO:

Para que você possa compreender melhor, o que


está acontecendo no contexto do livro do profeta
Malaquias, o porque da sua cobrança da prática do dizimo
apenas para a nação de Israel e não para as outras
nações, preste bem atenção no que explico a baixo:

Quando Deus resgatou do Egito o povo israelita,


também chamados de Hebreus, eram aproximadamente
uns seiscentos mil homens (Êxodo 12:37,38), sem contar:
mulheres, crianças, jovens menores de 20 anos de idade,
e gente de outras nacionalidades que os acompanhavam,
os melhores historiadores estimam que a multidão, que
saiu do Egito com Moisés, somavam quase três milhões
de pessoas; eles caminharam durante 3 meses até
chegarem ao monte Sinai (Êxodo 19:1), chegando ao
monte Sinai passaram dois anos, dois meses e vinte dias
acampados (Números 10:11), neste período, Deus lhes
deu suas leis, para que temessem e servissem ao Senhor
e se estabelecessem como nação na terra a qual iriam
habitar (Levíticos 27:34). Precisavam de regras e leis para
executarem a justiça, tanto na caminhada que durou 40
25
anos no deserto, quanto para entrarem na terra que Deus
lhes havia de dar, afinal, agora Israel era uma nação, e
toda nação precisa de leis, por isso Deus lhes deu as leis
por intermédio de Moisés, e assim como os Brasileiros são
obrigados a cumprirem as leis da nação, assim também
Israel era obrigado a cumprir as leis que Deus lhes havia
dado (Deuteronômio 31:10-13).

Os judeus não são obrigados a cumprirem as leis


do Brasil ou de qualquer outra nação, e nem os brasileiros
são obrigados a cumprirem as leis de Israel, cada nação
tem suas leis, e cada cidadão de cada país deve
obediência às leis de seus países, a não ser que ele esteja
morando em outro país, aí sim, ele tem que
obrigatoriamente cumprir a lei do país onde está morando,
mesmo sendo de outra nacionalidade.

No Brasil existe um sistema de governo chamado


democrático, onde o povo escolhe seus representantes
através de eleições diretas, e seus representantes criam
as leis que regem a nação, tendo essas, a aprovação do
povo, já que são eles quem elegem os políticos que criam
as leis, já no caso de Israel, o seu sistema de governo era
Teocrático, onde as leis vem de Deus, e não dos homens,
26
embora haviam reis e líderes que regiam a nação, eles
não podiam criar leis, nem acrescentar, nem subtrair, as
leis que Deus já havia ordenado (Deuteronômio 4:1,2),
eles tinham apenas que cumprirem as leis estabelecidas
por Deus, e ordenar a nação, a guardarem todas essas
leis e praticá-las.

O povo de Israel, era obrigado a guardar toda a lei


de Deus, que regia sua nação (Deuteronômio 4:1-49).

É um absurdo querer que uma nação estrangeira


guarde as leis de outro país, mesmo que seja do país de
Israel, e é mais absurdo ainda, querer impor essas leis à
religião, mesmo que seja ao cristianismo.

“Como podemos ver, é tudo muito claro, muito


simples de entender quando queremos, mas se fecharmos
o coração nunca compreenderemos esta verdade, mas
Deus quer que você a conheça.”

Os pastores atuais, nunca mostram quando o


dízimo foi instituído, nem onde está registrado esta
doutrina, eles só mostram Malaquias 3:8-11, mas
Malaquias está apenas chamando a nação de Israel à
voltarem a cumprir a doutrina da prática do dízimo, que
27
fazia parte da lei de Deus para eles, na verdade, a lei que
fala do dízimo se encontra em Deuteronômio 14:22-29,
que inclusive, tem sido escondido de vocês, mas chegou
a hora de conhecer, todavia precisamos ir por partes, para
que fique tuto claro e não restem dúvidas.

Agora vamos ver, o que dizem os pastores atuais, em


comparação com a verdadeira doutrina do dízimo
estabelecida por Deus em Deuteronômio 14:22-29, já
ficou claro para nós, que o dízimo é uma obrigação para
os judeus e não para nós, não temos nada a ver com a
doutrina do dízimo, contudo, muitos pastores insistem em
cobrar os dízimos dos fieis, mas mesmo sendo errado
cobrar o dízimo da igreja, será que pelo menos, eles estão
pedindo o dízimo realmente do jeito que está escrito?

vejamos:

1º Pastores atuais, dizem que tem que dar o dízimo de


tudo o que ganha, e que além disso eles dizem que o
dízimo é dinheiro, mas mesmo que na época já existisse
dinheiro como mostra em Deuteronômio 14:24,25, a bíblia
diz mostra de forma clara, que o dízimo era apenas a
décima parte do que se colhia do grão plantado na terra,

28
e do que os animais reproduziam a cada ano, não
dinheiro. Outra coisa interessante é que o dízimo não era
de tudo o que se ganhava, mas apenas da lavoura, e da
reprodução dos animais, ninguém dava o dízimo de
empreendimentos, ou de lucros que tivesse com alguma
coisa, ou do salário que recebia, mas apenas do grão da
terra, e das crias dos animais que criavam, veja o que a
bíblia diz:

"Certamente darás os dízimos de todo o fruto da tua


semente, que cada ano se recolher do campo."
(Deuteronômio 14: 22).

"Também todas as dízimas do campo, da semente do


campo, do fruto das árvores, são do Senhor; santas são
ao Senhor." (Levíticos 27:30).

“E que as primícias da nossa massa, as nossas ofertas


alçadas, o fruto de toda a árvore, o mosto e o azeite,
traríamos aos sacerdotes, às câmaras da casa do nosso
Deus; e os dízimos da nossa terra aos levitas; e que os
levitas receberiam os dízimos em todas as cidades, da
nossa lavoura. “(Neemias 10:37).

2º Pastores atuais, dizem que tem que dar o dízimo todos


29
os meses, mas a bíblia diz que o dízimo era dado apenas
uma vez por ano, no período da colheita, já que dízimo era
apenas do que se plantava, e das crias dos animais que
criavam, como mostra o texto a seguir:

"Certamente darás os dízimos de todo o fruto da tua


semente, que cada ano se recolher do campo."
(Deuteronômio 14: 22).

3º Pastores atuais dizem que tem que dar o dízimo para a


igreja, mas a bíblia diz que durante dois anos, uma vez por
ano o judeu dizimista viajava com o seu dízimo para a
cidade de Jerusalém, onde estava o templo, e era o
próprio judeu, e sua casa, quem comiam o dízimo na
presença de Deus, para se alegrarem com suas famílias e
aprenderem a temer ao Senhor, como mostra o texto a
seguir:

"23 E, perante o Senhor teu Deus, no lugar que escolher


para ali fazer habitar o seu nome, comerás os dízimos do
teu grão, do teu mosto e do teu azeite, e os primogênitos
das tuas vacas e das tuas ovelhas; para que aprendas a
temer ao Senhor teu Deus todos os dias.”

“26 E aquele dinheiro darás por tudo o que deseja a tua


30
alma, por vacas, e por ovelhas, e por vinho, e por bebida
forte, e por tudo o que te pedir a tua alma; come-o ali
perante o Senhor teu Deus, e alegra-te, tu e a tua casa;"
(Deuteronômio 14:23,26). Leia também (Deuteronômio
12:5-19).

4º Quando não dava para levar o dízimo (que era o grão


da terra, e as crias dos animais que haviam gerado na
quele ano) para o lugar ordenado por Deus, ou seja,
Jerusalém, então o judeu tinha que vender o produto do
dízimo e levar o dinheiro, mas ao chegar em Jerusalém
deveria comprar o que ele e sua família quisessem, e
deveriam comer na presença de Deus, ele não podia voltar
com aquele dinheiro, e nem depositar de oferta, era uma
ordenança da lei, tinha que ser assim, como nos mostra o
texto a seguir:

24 E quando o caminho te for tão comprido que os não


possas levar, por estar longe de ti o lugar que escolher o
Senhor teu Deus para ali pôr o seu nome, quando o
Senhor teu Deus te tiver abençoado;

25 Então vende-os, e ata o dinheiro na tua mão, e vai ao


lugar que escolher o Senhor teu Deus;

31
26 E aquele dinheiro darás por tudo o que deseja a tua
alma, por vacas, e por ovelhas, e por vinho, e por bebida
forte, e por tudo o que te pedir a tua alma; come-o ali
perante o Senhor teu Deus, e alegra-te, tu e a tua casa;"
(Deuteronômio 14:24-26).

5º A cada três anos, era separado o dízimo do ano


terceiro, que era chamado de o ano do dízimo, onde toda
a nação colocava todos os seus dízimos do que haviam
colhido à porta da cidade em que moravam, então, eram
dados aos órfãos, às viúvas, aos estrangeiros e aos
levitas, para seu sustento, e não à igreja como alguns
insistem em dizer, era um plano de governo de Deus
(Teocracia), para ajudar as pessoas menos favorecidas
pela sociedade, e aos levitas que não tinham herança na
terra de Israel, assim eles teriam sustento suficiente para
os próximos dois anos, como podemos ver no texto que
se segue:

“Porém não desampararás o levita que está dentro das


tuas portas; pois não tem parte nem herança contigo. Ao
fim de três anos tirarás todos os dízimos da tua colheita
no mesmo ano, e os recolherás dentro das tuas portas;
Então virá o levita (pois nem parte, nem herança tem
32
contigo), e o estrangeiro, e o órfão, e a viúva, que estão
dentro das tuas portas, e comerão, e fartar-se-ão; para
que o Senhor teu Deus te abençoe em toda a obra que as
tuas mãos fizerem." (Deuteronômio 14:27,28,29).

“Quando acabares de separar todos os dízimos da tua


colheita no ano terceiro, que é o ano dos dízimos, então
os darás ao levita, ao estrangeiro, ao órfão e à viúva, para
que comam dentro das tuas portas, e se fartem.
“(Deuteronômio 16:12).

Esta era a lei dos dízimos, era desta forma que os


judeus davam o seu dízimo, era obrigatório, tinha que ser
desta maneira.

Mas como nós sabemos, não é assim que os


líderes da atualidade estão ensinando o povo, eles
mudaram tudo, e ainda dizem que o dízimo que eles
pedem está na bíblia, mas como vimos, eles distorcem
tudo, e o povo aceita porque não conhecem a verdade.

Vamos continuar lendo sobre o assunto, pois


estamos apenas começando.

33
CAPÍTULO 2

O DÍZIMO ANTES DA LEI

2.1 O DÍZIMO DE ABRAÃO


(Gênesis 14:18-20) "E Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e
vinho; e era este sacerdote do Deus Altíssimo. E abençoou-o, e disse:
Bendito seja Abrão pelo Deus Altíssimo, o Possuidor dos céus e da
terra; E bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus inimigos
nas tuas mãos. E Abrão deu-lhe o dízimo de tudo."

Muitos pastores usam esta passagem para dizer


que temos que dar os dízimos porque Abraão deu os
dízimos antes da lei, mas ao analisar na própria Escritura
Sagrada, o dízimo de Abraão não tem nada a ver com
mandamentos.

Não existe uma única referência Bíblicas que prove


que Abraão deu este dízimo por mandamento de Deus, se
lermos cuidadosamente o relato de Gênesis 14:8-24, onde
registra que Abrão da o dízimo ao sacerdote
Melquisedeque, vamos aprender o seguinte: houve uma
guerra que envolveu os reis das cidades de Sodoma, e de
Gomorra, onde Ló sobrinho de Abraão morava, e o rei de
Sodoma perdeu a guerra, e muitas das suas riquezas, seu
povo foi levado cativo, inclusive Ló o sobrinho de Abraão
com sua família e seus bens, Abraão reúne 318 homens
34
de confiança conforme o que está escrito em Gênesis
14:14, e vai à batalha para resgatar seu sobrinho Ló e sua
família, Abraão derrota os inimigos e resgata Ló e sua
família com todos os seus bens, e também resgata o povo
de Sodoma como suas riquezas (Gênesis 14:16), quando
Abraão está voltando da guerra, vem ao seu encontro o
sacerdote Melquisedeque e o abençoa (Gênesis 14:18-
20), Abraão como reconhecimento da autoridade
sacerdotal de Melquisedeque, e como um ato de gratidão
a Deus pela vitória contra seus inimigos, por ter resgatado
todas as pessoas cativas e suas riquezas, dá-lhe os
dízimos dos despojos da guerra, que eles vinham trazendo
de volta para Sodoma (Gênesis 14:20), mas observe, que
ele dá os dízimos apenas dos despojos da guerra, não de
suas riquezas pessoais, que inclusive haviam ficado em
sua casa, isto é explicado claramente em Hebreus 7:4.

O rei de Sodoma viu tudo o que Abraão havia feito,


e como ele havia dado os dízimos dos despojos da guerra
a Melquisedeque, pois ele também havia saído ao
encontro de Abraão para saudá-lo (Gênesis 14:17), e lhe
ofereceu o restante das riquezas que Abraão havia
conquistado na batalha, requerendo apenas as pessoas

35
de volta (Gênesis 14:21), mas Abraão se recusa a receber
o “premio”, não aceita nenhum centavo, e volta para sua
casa em paz.

O que aprendemos com isso? O dízimo de Abraão


foi totalmente voluntário e espontâneo, não havia
nenhuma ordenança de Deus quanto aos dízimos. Mas o
que fez Abraão dar os dízimos dos despojos da guerra
sem que fosse obrigatório? De acordo com alguns
historiadores e estudiosos, naquela época a prática de
dízimos eram apenas costumes das nações pagãs para
exaltar os seus deuses, quando os pagãos davam os
dízimos aos seus deuses, eles estavam reconhecendo a
grandeza daquele deus, e agradecendo-o por algo que
eles acreditavam que era o seu deus quem lhes havia
dado, e como Abraão morava entre os pagãos, quis
exaltar o seu Deus, que diga-se de passagem, é o único
Deus verdadeiro que da vitória a qual nenhum outro deus
pode dar, e para isso ele deu os dízimos ao sacerdote
Melquisedeque diante de todos, para que todos vissem
que o Deus de Abraão era o maior do que todos os seus
deuses juntos, e de acordo com as Escrituras Sagradas,
isso foi um ato que Abraão fez uma única vez, para

36
glorificar o seu Deus acima de todos os deuses, pois lhe
havia dado vitória na batalha, e Abraão queria deixar claro
que havia sido o seu Deus e não o seu braço quem venceu
a guerra, e assim honrar ao Senhor, e quem sabe, até
levar algumas daquelas pessoas a adorarem e servirem
ao Deus dos céus.

Hoje muitos querem impor o dízimo voluntário de


Abraão como uma lei universal, mas isto é um grande
equívoco teológico, pois não podemos fazer das ações
dos patriarcas, uma lei a ser cumprida em todas as
épocas, simplesmente pela influência e importância que
eles tiveram na história, respeitamos todos os patriarcas,
mas a única lei que temos que cumprir hoje, é a
neotestamentária, e nela não há obrigações sobre
dízimos.

37
2.2 O DÍZIMO DE ABRAÃO A MELQUISEDEQUE

(Hebreus 7:4-10). “Considerai, pois, quão grande era este, a quem até
o patriarca Abraão deu os dízimos dos despojos. E os que dentre os
filhos de Levi recebem o sacerdócio têm ordem, segundo a lei, de
tomar o dízimo do povo, isto é, de seus irmãos, ainda que tenham
saído dos lombos de Abraão. Mas aquele, cuja genealogia não é
contada entre eles, tomou dízimos de Abraão, e abençoou o que tinha
as promessas. Ora, sem contradição alguma, o menor é abençoado
pelo maior. E aqui certamente tomam dízimos homens que morrem;
ali, porém, aquele de quem se testifica que vive. E, por assim dizer,
por meio de Abraão, até Levi, que recebe dízimos, pagou dízimos.
Porque ainda ele estava nos lombos de seu pai quando
Melquisedeque lhe saiu ao encontro. “

Nas epístolas neotestamentárias, há única


referência sobre dízimos, e está em (Hebreus 7:1-10) que
fala do dízimo que Abraão deu ao sacerdote
Melquisedeque, porém no capitulo 2 deste livro já
explicamos sobre este assunto, portanto não há
necessidade de falarmos novamente. Todavia, quando se
fala do sacerdote Melquisedeque, todos os teólogos e
estudiosos, reconhecem que é um grande mistério, e um
assunto de dificílima interpretação, que tem gerado
debates durante muitos séculos, e que é um assunto que
pela sua complexidade continua em aberto, contudo isso,
alguns pastores usam este texto, para dizer a igreja que
ela é obrigada a pagar o dízimo, que a igreja começou a
38
devolver o dízimo ainda no primeiro século, no período
apostólico, mas quanto ao dízimo que se fala nesta
referida passagem, para poder explicá-lo, primeiro lhe
faço uma pergunta: quem estava recebendo os dízimos no
I século d.C.? os Levitas que pela lei tinham o direito de
receber, ou os pastores da igreja? A própria bíblia nos da
a resposta, preste bem atenção: os judeus não haviam
reconhecido a Jesus como o Messias, e o sacerdócio
levítico continuava em pleno exercício (Hebreus 8:4),
(Hebreus 9:24,15), (Hebreus 10:1-11), e também não há
nenhum versículo que diga, que os pastores da igreja
recebiam os dízimos, ou que ensinavam os irmãos a
darem os dízimos, mas a própria bíblia diz, que os levitas
continuaram recebendo os dízimos do povo de acordo
com a lei de Moisés (Hebreus 7:5,8,9).

Então não faz sentido algum dizer que a igreja


estava recebendo os dízimos, pois os textos mostram
claramente que eram os levitas quem recebiam, por isso
não encontramos em nenhum dos 27 livros do Novo
Testamento, Jesus ou o apóstolos ensinando à igreja
sobre dízimos, pode ter certeza meu irmão, se o dízimo
fosse uma ordenança para a igreja, os apóstolos em suas

39
cartas teriam orientado os irmãos como fazer, mais é claro
que os apóstolos nunca falaram para a igreja sobre
dízimos, porque os dízimos eram dos levitas, e eles
continuavam recebendo normalmente, só pararam de
receber quando o templo foi destruído no ano 70 d.C. pelo
general Tito filho do imperador Vespasiano, pois não fazia
mais sentido os levitas receberem os dízimos do povo, já
que não estavam mais fazendo o serviço do templo por ele
não mais existir.

Hoje tanto em Israel como pelo mundo a fora, os


judeus se reúnem em carater religioso, essas reuniões são
dirigidas pelos rabinos, mas eles não recebem dízimos,
muitos desses rabinos afirmam, que seria pecado receber
dízimos já que não existe mais o templo, e não há uma
ordem sacerdotal de levitas consagrados, mas no
momento em que se reerguer o templo em Jerusalém, e
consagrarem uma ordem sacerdotal, aí sim, será legitimo
pagar o dizimo como manda a lei de Moisés.

O que acontece com a carta aos Hebreus é que o


autor com o seu profundo conhecimento do judaísmo, está
se esforçando ao máximo para tentar fazer os judeus
entenderem que agora há um novo sacerdócio, não mais
40
pela ordem de Arão, da tribo de Levi, mas pela ordem de
Melquisedeque, “que se testifica que ainda vive”, e para
isso, o autor da carta mostra que o próprio Abraão,
reconheceu o sacerdócio de Melquisedeque, como sendo
maior do que ele quando deu-lhe os dízimos dos despojos
da guerra, agora Israel deve reconhecer que Deus
levantou um sacerdote semelhante a Melquisedeque, e
que os judeus a exemplo de Abraão devem reconhece-lo,
a saber, Jesus o Messias, o autor também tenta mostrar,
que não há mais necessidade de sacerdotes e de sumos
sacerdotes que ofereçam sacrifícios todos os dias, pois
Cristo, o novo sumo sacerdote, fez um sacrifício único e
perfeito quando se ofereceu a si mesmo na cruz, ele fala
também do pacto que foi mudado, e diz que o primeiro
(A.T) foi imperfeito, mas o segundo N.T) é perfeito e
eterno, e mostra também que mudando-se o sacerdócio,
é necessário que também se faça mudança de lei.

Tudo isso é referencia do que está registrado nos


seguintes textos: (Hebreus 4:14-16), (Hebreus 5:1-14),
(Hebreus 7:1-28; Hebreus 8:1-13; Hebreus 9:1-28;
Hebreus 10:1-23).

Enfim, não há cobrança de dízimos para a igreja na


41
carta aos Hebreus, ela é totalmente voltada os judeus,
para que reconheçam que estamos debaixo de uma Nova
Aliança, de um novo pacto, e de um novo sumo
sacerdócio.

42
2.3 O DÍZIMO DE JACÓ

(Gênesis 28:20-22) “E Jacó fez um voto, dizendo: Se Deus for comigo,


e me guardar nesta viagem que faço, e me der pão para comer, e
vestes para vestir; E eu em paz tornar à casa de meu pai, o Senhor
me será por Deus; E esta pedra que tenho posto por coluna será casa
de Deus; e de tudo quanto me deres, certamente te darei o dízimo. “

Esta passagem tem sido manipulada por alguns


líderes para induzir os irmãos a darem os dízimos, mas ela
por si só se explica, e é uma das mais fáceis de entender,
pois como o próprio texto mostra, o dízimo que Jacó disse
que daria a Deus foi um voto, (no grego nedher) o vocábulo
é encontrado vinte e cinco vezes no Antigo Testamento, e
significa: uma promessa, uma coisa prometida, fazer ou
dar alguma coisa a Deus, ou seja, é uma ação voluntária,
e não uma atitude para cumprir algum mandamento ou
ordenança.

De acordo com as Escrituras Sagradas, ninguém


era obrigado a fazer voto, mas ao fazer, tinha a obrigação
de cumprir (Eclesiastes 5:4,5), caso contrário era
considerado pecado (Deuteronômio 23:21-23).

Observe que Deus disse a Jacó que estaria com


ele, que o abençoaria, que lhe daria aquela terra e suas

43
riquezas por herança, e que nunca o abandonaria, em
momento algum Deus pede dízimo a Jacó para cumprir
essas promessas, Jacó é quem voluntariamente faz um
voto, e promete a Deus que se O Senhor o proteger,
estiver com ele, e o abençoar, lhe dará o dízimo de tudo.

Não há um único versículo em toda a Escritura que


prove que Jacó deu este dízimo porque tinha que cumprir
alguma lei, não havia lei de dízimos, a ação de Jacó foi
puramente voluntária e espontânea, Jacó foi um patriarca
muito importante do povo israelita, era neto de Abraão,
filho de Isaque o herdeiro da promessa, pai dos patriarcas
de quem descenderam as doze tribos de Israel, a bíblia
fala muito sobre ele e sua história (Gênesis cap. 25:24 ao
cap. 50:13), mas em momento algum cita novamente Jacó
pagando ou ensinando seus filhos a pagarem dízimos a
algum sacerdote, pois não era uma prática ordenada por
Deus naquela época, se fosse certamente Jacó não
apenas teria praticado, mas também teria ensinado a seus
filhos a darem os dízimos, contudo, o dízimo não era
praticado continuamente pelo servos de Deus, pois a
prática do dízimo viria a se tornar lei para os filhos de Israel
apenas 430 anos depois deles terem subido ao Egito.

44
Assim, fica claro para nós, que o dízimo de Jacó, foi
apenas um voto voluntário, que ele fez espontaneamente,
e uma única vez em sua vida, para que Deus o
abençoasse em sua jornada, aliás, naquela época era
comum esse tipo de voto, não apenas em relação a dar
uma décima parte de alguma coisa que havia ganho, mas
em prometer a Deus outras coisas também como mostram
as seguintes passagens Bíblicas (Juízes 11:30,31;
Números 21:1,2; Números 6:2,5,21; Números 30:1-16;
Jonas 1:16); há várias outras passagens, mas essas são
suficientes. Eu lhe pergunto: vamos ter que tornar todos
esses votos, descritos nessas passagens acima, uma
regra obrigatória para a igreja também? É claro que não!
Nenhum voto que alguém fez, pode se tornar obrigatório
para outra pessoa, nós não temos obrigação de pagar voto
por outra pessoa, um voto é algo pessoal, eu não tenho
obrigação de pagar dízimos porque Jacó antes da lei fez
um voto de pagar o dízimo, por mais importante que seja
o personagem, seu voto foi algo pessoal entre ele e Deus,
e nós não temos nada a ver com isso, inclusive, no Novo
Testamento não existem doutrinas de votos, e mesmo que
houvessem, seria particular entre cada pessoa e Deus,
ninguém teria nada a ver com o voto do outro.
45
Jacó viveu o resto de sua vida no temor do Senhor,
obedecendo a Deus em tudo, amou o Deus de seu Pai
Isaque e de seu avô Abraão até o último dia da sua vida,
porém nunca mais deu dízimos, pois como vimos, o dízimo
ainda não era uma lei estabelecida por Deus, portanto não
podemos tornar esta pratica uma lei universal.

46
3.3 PORQUE JESUS MANDOU

OS FARISEUS DAREM O DÍZIMO?

(Mateus 23:23) "Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que


dizimais a hortelã, o endro e o cominho, e desprezais o mais
importante da lei, o juízo, a misericórdia e a fé; deveis, porém, fazer
estas coisas, e não omitir aquelas".

Este texto é o mais usado por alguns líderes para


sustentar que a doutrina do dízimo continua vigorando na
Nova Aliança, e baseado neste texto eles dizem que no
Novo Testamento Jesus disse que deveríamos continuar
dando os dízimos, mas isso é um grande equivoco de
hermenêutica e exegese, que deturpa a verdadeira
doutrina bíblica, e adultera as palavras de Cristo. Vamos
conferir agora:

1. Preste atenção, para quem Jesus está falando isto?


O Senhor Jesus está falando para os fariseus que
eram judeus, seguidores do judaísmo, e obrigados
a guardarem toda a lei de Moisés, como já vimos
nos textos que citamos no inicio deste livro.

2. Devemos considerar também, que a Antiga Aliança


que Deus tinha com os judeus, ainda estava em
vigor, pois Cristo ainda não tinha instituído a Nova
47
Aliança, que só passou a vigorar quando Ele
morreu e ressuscitou (Mateus 26:26), Cristo ainda
não tinha consumado a lei, a lei ainda era
obrigatória para os judeus.

3. E outra coisa muito importante a se observar neste


texto, é que Jesus está falando, que eles davam os
dízimos, da hortelã, do endro, e do cominho, ou
seja, do fruto da terra, e não de dinheiro,
confirmando o que já falamos algumas páginas
atrás, que o dízimo não era dinheiro, mas a décima
parte do fruto que a terra produzia (Levíticos 27:30;
Deuteronômio 14:22-29).

4. Se realmente neste versículo, Jesus estivesse


ensinando que o dízimo seria obrigatório na Nova
Aliança (porém sabemos que não é), então Jesus
também estaria ensinando que deveríamos
continuar fazendo os sacrifícios que a lei exigia,
pois ele também disse quando curou o leproso:
"...vai, mostra-te ao sacerdote, e apresenta a oferta
que Moisés determinou, para lhes servir de
testemunho". (Mateus 8:4).

48
Deveríamos nos apresentar a um sacerdote, e
apresentar ofertas de acordo com o que Moisés ordenou?
Por acaso você já viu nos dias atuais, alguém que ficou
curado de alguma doença, se apresentar diante de um
sacerdote e oferecer algum sacrifício que a lei ordena?
Com certeza não! E porquê? Porque na verdade, Jesus
não estava dizendo, que deveríamos continua a fazer os
sacrifícios da lei, e nem que deveríamos continua a dar os
dízimos que a lei exigia, o problema, é que estão
interpretando os textos da forma errada, movidos por
interesses denominacionais.

Como foi dito agora a pouco, Jesus estava vivendo no


tempo em que a Antiga Aliança ainda estava em vigor, por
isso ele mandou o leproso que era judeu fazer o sacrifício
que a lei ordenava, e do mesmo modo, ele mandou os
fariseus pagarem o dízimo do endro, do cominho, e da
hortelã, porque a Antiga Aliança ainda esta em vigor, mas
que seria em breve concluída, com a sua morte e
ressurreição (Romanos 10:4).

Portanto, não podemos usar esta passagem, para


dizer que Jesus nos mandou dar o dízimo, pois se
fizermos isso, precisaremos reerguer toda a lei.
49
Alguns pastores ainda dizem, que devemos dar os
dízimos sim, porque os dízimos foram dados antes da lei.

Abraão realmente deu o dízimo antes da lei (Falaremos


melhor sobre isto em um capítulo mais na frente), mas o
dízimo que Abraão deu, foi apenas uma única vez, e
dízimos apenas dos despojos da guerra que ele havia
vencido, e não dos seus bens pessoais (Hebreus 7:4):

"E Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho; e


era este sacerdote do Deus Altíssimo. E abençoou-o, e
disse: Bendito seja Abrão pelo Deus Altíssimo, o
Possuidor dos céus e da terra; E bendito seja o Deus
Altíssimo, que entregou os teus inimigos nas tuas mãos. E
Abrão deu-lhe o dízimo de tudo." (Gênesis 14:18-20).

Jacó também deu o dízimo antes da lei (Falaremos


melhor sobre isto também, em um capitulo mais na frente),
mas uma única vez, e como voto e não por mandamento:

“E Jacó fez um voto, dizendo: Se Deus for comigo, e


me guardar nesta viagem que faço, e me der pão para
comer, e vestes para vestir; E eu em paz tornar à casa de
meu pai, o Senhor me será por Deus; E esta pedra que
tenho posto por coluna será casa de Deus; e de tudo
50
quanto me deres, certamente te darei o dízimo. “(Gênesis
28:20-22).

Mas, o que esses pastores escondem é que a guarda


do sábado também foi praticada antes da lei:

"Assim os céus, a terra e todo o seu exército foram


acabados. E havendo Deus acabado no dia sétimo a obra
que fizera, descansou no sétimo dia de toda a sua obra,
que tinha feito. E abençoou Deus o dia sétimo, e o
santificou; porque nele descansou de toda a sua obra que
Deus criara e fizera." (Gênesis 2:1-3).

Também a circuncisão foi praticada antes da lei:

"Disse mais Deus a Abraão: Tu, porém, guardarás


a minha aliança, tu, e a tua descendência depois de ti, nas
suas gerações. Esta é a minha aliança, que guardareis
entre mim e vós, e a tua descendência depois de ti; que
todo o homem entre vós será circuncidado." (Gênesis
17:9,10).

Só que depois, tanto o dízimo, como o sábado e a


circuncisão, se tornaram lei, e eram obrigatórios, mas
apenas para a o povo judeu e sua religião, chamada de

51
judaísmo, como mostram os versículos a seguir:

O DÍZIMO NA LEI: "Também todas as dízimas do


campo, da semente do campo, do fruto das árvores, são
do Senhor; santas são ao Senhor." (Levíticos 27:30)

O SÁBADO NA LEI: Lembra-te do dia do sábado, para


o santificar. Seis dias trabalharás, e farás toda a tua obra.
Mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus; não
farás nenhuma obra, nem tu, nem teu filho, nem tua filha,
nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem
o teu estrangeiro, que está dentro das tuas portas. Porque
em seis dias fez o Senhor os céus e a terra, o mar e tudo
que neles há, e ao sétimo dia descansou; portanto
abençoou o Senhor o dia do sábado, e o santificou. (Êxodo
20:8-11).

A CIRCUNCISÃO NA LEI: "E no dia oitavo se


circuncidará ao menino a carne do seu prepúcio."
(Levíticos 12:3).

Se tanto o sábado, como a circuncisão, como o dízimo,


foram dados antes da lei, e depois viraram lei, então
porque os pastores cobram apenas os dízimos dos
irmãos? Dizendo que o dízimo foi dado muito antes da lei,
52
e é uma lei universal, e por isso deve continuar sendo
dado.

Não deveriam eles cobrar também da igreja a guarda


do sábado e a circuncisão? Haja vista que foram
praticados também antes da lei, deveriam ser
considerados uma lei universal assim como o dízimo?
Porque se o dízimo foi praticado antes da lei, o sábado e
a circuncisão também foram, mas a verdade, é que não
somos mais obrigados a guardar os sábados, nem a
circuncisão, e muito menos os dízimos, ou qualquer outro
preceito da lei cerimonial.

Se Abraão e Jacó deram o dízimo de forma


espontânea, isto já deixa claro que não somos obrigados
a fazer o mesmo, pois foi uma ação voluntária da parte
deles, algo pessoal entre eles e Deus, mas agora, estão
querendo usar esses textos, para nos inibir, e nos coagir,
a fazermos o que eles fizeram, e isso qualquer teólogo
sabe que não é doutrina para a igreja, e muito menos
obrigatório.

Amados, tudo é muito óbvio, as escrituras dizem que a


lei terminou em cristo: "Porque o fim da lei é Cristo para

53
justiça de todo aquele que crê." (Romanos 10:4).

As escrituras dizem, que todas as exigências da lei,


Cristo cumpriu com sua morte e ressurreição, por tanto,
não precisamos mais fazer os sacrifícios de dízimos, nem
de sábados, nem de circuncisão, e nem de tantos outros
rituais que eram obrigatórios ao povo judeu no tempo da
lei.

Em (Atos 15) no concilio de Jerusalém, foi decidido


pelos próprios apóstolos de nosso Senhor Jesus Cristo, e
pelo Espírito Santo, que nós crentes gentios, não somos
obrigados a guardar as leis judaicas, como os judeus
estava querendo, e agora dois mil anos depois, estão
querendo de novo despertar esta questão, e impor à igreja
a guarda da lei concernente ao dízimo, se conhecêssemos
as escrituras, saberíamos que esta questão já foi resolvida
em (Atos 15), que: “NÓS CRENTES GENTIOS, NÃO
SOMOS OBRIGADOS A FAZER A CIRCUNCISÃO, A
GUARDAR O SÁBADO, E DAR OS DÍZIMOS, E NEM A
PRATICAR A LEI DE MOISÉS! (Atos 15:10,11,19,24,28)“.

54
2.5 EU NÃO VIM DESTRUIR A LEI, MAS CUMPRIR?

(Mateus 5:17,18) “Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas:


não vim abrogar, mas cumprir. Porque em verdade vos digo que, até
que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til jamais passará da
lei, sem que tudo seja cumprido. “

Muitos pastores estão usando esta passagem para


dizer que Jesus está nos mandando guardar a lei, dizendo
que Cristo não destruiu a lei, mas na verdade eles não
estão preocupados em que você guarde a lei, eles só
falam assim, quando se trata de dar dízimos, porém
deixam de lado todo o resto da lei, mas vamos ver o que
realmente Jesus nos ensina nesta passagem.

O que Jesus está dizendo nesta referida passagem,


é que a palavra dos profetas e os escritos da lei
apontavam para ele (João 5:39), e precisavam ser
cumpridas, terminadas, concluídas, mas sem que fossem
destruídas; a lei precisava passar, para dar lugar a graça,
o Antigo pacto, para dar lugar ao novo, a Antiga Aliança,
para dar lugar à Nova, pois a lei e os profetas eram
sombras das coisas que estavam por vir através de Cristo
(Colossenses 2:16-19 e Hebreus 10:1), elas anunciavam
as obras do Messias, e quando ele viesse, elas seriam
cumpridas, e não teriam mais necessidade de serem
55
praticadas.

Quando Cristo diz que não veio destruir a lei, mas


cumprir, preste bem atenção no que ele está dizendo: o
termo grego para destruir é (Katalyõ) que significa
demolir, desintegrar, ou seja, Cristo está dizendo que não
veio destruir a lei (sinônimo grego analiskõ), mas como ele
mesmo disse: “eu vim cumprir a lei”, e o termo grego para
cumprir é (plêroõ) que significa: trazer ao fim, realizar,
satisfazer, terminar; ou seja, quando Cristo disse: “eu vim
cumprir a lei”, Ele está dizendo que terminou a lei
(Romanos 10:4), mas sem destruí-la, ele a completou,
realizou, pôs um fim à lei sem a destruir, ele a satisfez, por
isso ele disse na cruz: “está consumado (João 19:30)”,
isso significa que foi completado, como quem termina uma
obra, uma construção, concluindo e pondo um fim, de
modo que não se precisa fazer mais nada na referida
construção.

As Escrituras são muito claras, e nos dizem que a


lei era transitória, ou seja, era passageira, terminaria um
dia, quando as coisas para as quais elas apontavam se
cumprissem, então teria chegado o seu fim (Gálatas 3:19-
25), Israel havia sido avisado, que um dia, a Antiga
56
Aliança terminaria, para dar lugar a uma nova (Hebreus
8:7-13), e foi ali, na cruz do calvário, que o Senhor Jesus
concluiu a lei, e institui a Nova Aliança, de modo que antes
que o céu e a terra tivessem passado, nem um jota ou um
til caiu da lei, sem que tudo nela tivesse antes se cumprido
Nele, Todas as suas exigências se cumpriram ali, em
Cristo, Ele consumou a lei, satisfez o que ela exigia,
cumpriu o propósito para o qual ela foi dada, portanto, o
céu e a terra, agora podem passar, pois a lei foi cumprida
em Cristo, na sua morte e ressurreição.

Nada mais relacionado a lei cerimonial precisa ser


praticado, se praticarmos, estaremos dizendo que a lei
ainda continua vigorando, afirmando assim que o sacrifício
de Cristo foi em vão (Gálatas 2:21), ou, que não foi
suficiente, já que ele veio cumprir a lei, e mesmo sendo
que ela já foi cumprida por Cristo, estão nos obrigando a
guardá-la novamente.

A própria palavra de Deus diz que ninguém será


justificado diante de Deus pelas obras da lei (Gálatas 2:16;
Romanos 3:20,28; Gálatas 3:11), como, pois, estão
querendo nos obrigar, a guardar a lei dos dízimos, para
sermos justificados diante de Deus? Sendo que a lei a
57
ninguém justificou (Atos 13:39), Isto é simplesmente um
absurdo, saiba que você que está querendo cumprir a lei,
está anulando o sacrifício de Cristo, todos os que querem
ser justificados pela lei, estão reerguendo o véu da Antiga
Aliança, o qual Cristo rasgou na sua morte, para nos dar
acesso a Deus sem as obras da lei (Marcos 15:38), estão
caindo da graça os que querem se justificar pagando o
dízimo que era exigência da lei (Gálatas 5:4).

Se você chegar para qualquer pastor e perguntar –


pastor, porque não sacrificamos mais animais como na
Antiga Aliança? Porque não guardamos mais o sábado?
Porque não praticamos mais a circuncisão? - Ele vai lhe
responder - é porque tudo isso era da lei, e o fim da lei é
Cristo - talvez ele lhe mostre Romandos 10:4, e vai lhe
convencer que não precisamos mais guardar essas
coisas, porque a lei findou em Cristo.

Daí eu pergunto - então porque continuar a pagar o


dízimo, ele também não era da lei? Porque então, não
guardar o sábado e a circuncisão também? Já que
pastores insistem em dizer, que devemos continuar
pagando o dízimo, então deveríamos também continuar a
guardar toda a lei, você não acha?
58
Na verdade, não devemos continuar guardando os
sábados, nem a circuncisão e nem o dízimo também,
porque se praticarmos um, devemos também praticar os
outros, mas como não praticamos mais alguns, então não
devemos praticar também os outros, pois estamos na
graça e não debaixo da lei (Gálatas 5:3,4; Tiago 2:10).

Como vimos neste capitulo, a passagem de Mateus


5:17,18 está sendo manipulada, e mal interpretada, com o
propósito de inibir as pessoas a pagarem algo que não
precisa mais ser pago, pois Cristo já pagou tudo por nós
na cruz do calvário, não estamos devendo nada, não
somos ladrões por não devolver o dízimo. Como está
escrito – não são os dízimos, mas Cristo quem nos
justifica, “quem intentará acusação contra os eleitos de
Deus? É Deus quem os justifica. Quem os condenará?
Pois é Cristo quem morreu, ou antes quem ressuscitou
dentre os mortos, o qual está à direita de Deus, e também
intercede por nós.” (Romanos 8:33,34).

Na verdade, como estamos vendo, a doutrina do


dízimo é uma das maiores heresias pregadas pelas
igrejas; é uma forma de coagir as pessoas a dar dinheiro
sem que elas queiram dar, mas dão porque pensam que
59
receberão cem vezes mais, ou porque acham que é
obrigatório, e ainda, porque têm medo do devorador, o
qual apresentaremos no capitulo 14 deste livro, e veremos
claramente nas Escrituras, que não são demônios, mas
eram insetos que atacavam a lavoura dos judeus.

Tudo o que estão ensinando por aí, dizendo que o


dízimo é obrigatório, não passa de manipulação
psicológica e falsa doutrina.

Se você perguntar a qualquer pastor ou teólogo


sincero, se o dízimo é ou não obrigatório, ele vai lhe dizer
que não é obrigatório, vai lhe dizer que contribuição, deve
ser dada de coração, e não por obrigação.

A questão que estamos tratando aqui neste livro,


não é se devemos ou não ajudar a obra de Deus, a
questão é, se o dízimo é ou não obrigatório, e como está
ficando claro pela palavra de Deus, concluímos
definitivamente à luz das escrituras, que com certeza o
dízimo não é obrigatório, e em hipótese alguma o
devorador é demônio.

60
CAPÍTULO 3

ABRIR AS JANELAS DO CÉU, E

MANDAR BÊNÇÃOS SEM MEDIDAS?

(Malaquias 3:10) “Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que


haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim nisto,
diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e
não derramar sobre vós uma bênção tal até que não haja lugar
suficiente para a recolherdes. “

Baseado nesta passagem bíblica, muitos pastores


têm dito aos fiéis que se eles derem seus dízimos com
fidelidade, usufruirão da fidelidade de Deus, vão
prosperar, fiar ricos, prometem aos fiéis que receberão
cem vezes mais, deixarão de ser cauda, para serem
cabeça, estarão por cima, e não por baixo. Com isso, eles
levam pessoas a viverem ansiosas e iludidas, esperando
de Deus o que Ele não prometeu.

São muitas as apelações desses pastores, e mais


ainda suas promessas para quem der seus dízimos de
tudo o que ganharem, levando os fiéis a darem sua
contribuição por ganância, da forma errada; levam os fiéis
a barganharem com Deus, e em casos extremos a
cobrarem de Deus; desta forma eles conseguem iludir

61
essas pobres pessoas a sacrificarem todos os meses a
décima parte de tudo o que ganham com trabalho e suor,
para engordarem esses lobos mercenários, que nunca se
fartam de comer a gordura e a lã das ovelhas (Ezequiel
34:1-10,17-22).

Só que depois de algum tempo, muitos fieis tem


percebido que essas promessas não estão se cumprindo
em suas vidas, muitos continuam pagando aluguel, sem
um carro bom, com pouco dinheiro, passando privações e
etc.

E quando questionam seus líderes sobre o porquê


não estão prosperando, recebem a resposta de que não
estão dando com fé o suficiente, e assim muitas pessoas
estão confusas e frustradas, pensando que Deus não lhes
ama, mas eu quero lhe mostrar nas escrituras a verdade
sobre este engano.

Veja bem, se o povo de Israel viva da agricultura


(plantio e colheita do frutos da terra) e da pecuária (criação
de animais), então eles precisavam de chuva para que a
terra produzisse o seu fruto, e para que os animais se
fartassem e se multiplicassem, assim eles teriam fartura e

62
prosperidade, poderiam colher muito, e criar muitos
animais, para depois comercializar e obter riquezas;
quando Deus tirou o seu povo do Egito, disse que os
levaria para uma terra que mana leite e mel, e que é a
glória de todas as terras (Ezequiel 20:6), ou seja, a melhor
de todas as terras, uma terra prospera, rica, que produz o
que se planta, uma terra de fartura de águas, onde se
pode criar e plantar sem dificuldades, e que enriquece
seus moradores por ser tão excelente.

Mas debaixo do céu, não há terra que não precise


de chuva para dar a prosperidade que ela é capaz de dar,
qualquer terra por melhor que seja, depende de que Deus
abra as portas do céu e mande chuva para que possa
produzir e dar vida, se não houver chuva e água, a melhor
terra não passa de um deserto estéril e sem vida, portanto
Deus estava dando esta terra gloriosa ao seu povo, mas
alertando-os que dependeriam de Deus para gozarem da
prosperidade e riqueza dela. Tanto é que quando faltava
chuva, o povo logo entendia que era castigo de Deus
sobre eles (Deuteronômio 11:16,17; 2 Crônicas 6:26-31; 2
Crônicas 7:13,14).

Por isso Deus os ameaçava de fechar os céus, e


63
não mandar chuvas, se o povo não guardasse os seus
mandamentos, inclusive o de pragar o dízimo, mas se o
povo desse os seus dízimos, e guardassem os
mandamentos do Senhor, então, Deus abriria as portas do
céu, e mandaria chuva, para que houvesse fartura e
prosperidade para todos os moradores da terra.

Portanto o abrir as portas do céu e mandar bênçãos


sem medidas, significa nada mais nada menos do que,
mandar chuva para que a terra produza com abundância
o grão nela plantado, de modo tão prospero que a nação
não teria onde guardar, e consequentemente a
multiplicação e engorda dos animais, que passariam a
valer muito dinheiro por serem bem alimentados.

Como vimos, o significado de abrir as janelas do


céu não tem nada a ver com o que alguns pastores estão
pregando hoje, era uma promessa de Deus para os judeus
que guardavam os mandamentos os seus mandamentos,
e não para nós, por isso as janelas do céu não se abrem
para os irmãos que dão seus dízimos nas igrejas, por que
na verdade não é Deus que está prometendo, mas sim os
pastores hereges, e Deus não tem obrigação nenhuma de
cumprir, o que esses pastores estão prometendo em nome
64
Dele, pelo contrario, eles pagarão um alto preço por
usarem o nome de Deus em vão.

Não podemos sair por aí, pegando toda promessa


que Deus deu aos judeus, e dizer para as pessoas que é
para elas também, não podemos aplicar essas promessas
para nós, isto é totalmente errado, é herético, só cai neste
engano quem não tem o mínimo de conhecimento bíblico.

65
CAPÍTULO 4

O DEVORADOR É UM DEMÔNIO?

(Malaquias 3:11) "E por causa de vós repreenderei o devorador, e ele


não destruirá os frutos da vossa terra; e a vossa vide no campo não
será estéril, diz o Senhor dos Exércitos."

Muitos estudiosos afirmam, que nas escrituras existem


textos complexos de se interpretar, eles os chamam de
textos obscuros, e por conta de sua obscuridade e
complexidade, esses textos muitas vezes causam
divergências teológicas até mesmo entre pastores da
mesma denominação, e muitas vezes por serem mal
interpretados, acabam nascendo heresias desses textos,
mas sobre este assunto, não precisa ser um teólogo para
compreender algo que está claro tão nas escrituras, pois
este é um dos assuntos mais simples de se compreender.

A maioria dos pastores atuais insistem em dizer que o


devorador é demônio, eles chegam a fazerem
extraordinários malabarismos teológicos, porém
maliciosamente, pois eles sabem muito bem que as
escrituras mostram explicitamente que o devorador do
referido texto devora o fruto da terra, por ventura poderia
um demônio comer o fruto da terra? É claro que não, e
66
qualquer leigo sabe disto!

Mas infelizmente o que temos visto são pessoas com


medo deste tal devorador, eles acreditam que se não
derem seus dízimos com fidelidade o devorador atacará
sua saúde, seu casamento, sua família e suas finanças,
atribuem ao devorador todo prejuízo financeiro que lhes
incorre, se alguma necessidade surge, ou se têm alguma
despesa extra, já ficam apavorados, crendo que é ação do
devorador, infelizmente esta doutrina do devorador tem
induzido as pessoas a darem suas contribuições na igreja
pelos propósitos errados, pois muitos sabem no fundo do
coração que só contribuem todos os meses por medo do
tal devorador, outro dia, um obreiro do nosso ministério,
me disse que sua irmã filha de seus pais, estava internada
e morreu, mas antes de morrer, no período que passou no
hospital, mesmo debilitada, sempre argumentava com sua
família que estava preocupada porque não tinha dado o
dizimo naquele mês.

eu fico pasmado com a maldade dos homens que


pregam esta doutrina, impondo cargas ainda mais
pesadas sobres as pessoas que já vivem preocupadas
com tantas coisas, mas eu quero aqui à luz das escrituras
67
lhe explicar o que realmente era o devorador, e aproveitar
para desmascarar esta falsa doutrina de devorador-
demônio que circula nas igrejas de hoje.

Este devorador que Malaquias se refere, como próprio


texto já deixa claro, não são demônios, mas insetos que
destroem o fruto da terra e deixa a vide do campo estéril;
o profeta Joel também falou desses insetos devoradores
em sua profecia, veja o texto a seguir:

"O que ficou da lagarta, o gafanhoto o comeu, e o que ficou


do gafanhoto, a locusta o comeu, e o que ficou da locusta,
o pulgão o comeu." (Joel 1:4).

Como está claro nos textos bíblicos o devorador não é


demônio e sim insetos (lagarta, gafanhoto, locusta e o
pulgão), que comiam a lavoura do judeu que não dava o
dízimo que servia para o sustento do órfão, e da viúva, e
do estrangeiro, e do levita, que acabavam passando
necessidades.

Haja vista que o dízimo era o fruto da terra, então se o


judeu não dava o dízimo do grão, também não tinha uma
boa colheita para se fartar, porquanto esses devoradores
vinham, e comiam todo o fruto da terra como castigo de
68
Deus para a nação por não darem os dízimos (2 Crônicas
7:14,15; 2 Crônicas 6:28-31); leia Joel 1:5-20 e veja o
estrago que esses devoradores fizeram muitas vezes na
lavoura do povo judeu por causa da sua infidelidade em
cumprir a lei do Senhor.

Pastores e teólogos, por favor, dizer que devorador é


demônio é zombar da inteligência do povo, afinal de
contas demônios não comem capim nem grama, e vocês
sabem muito bem disso, sejam autênticos e digam
verdade, parem de iludir as coitadas das ovelhas, vocês
vão prestar contas com Deus, não esqueçam disto.

Amados deixem de ser crianças, e cresçam no


conhecimento da palavra de Deus, não é atoa que o
profeta nas escrituras diz: “o meu povo está sendo
destruído porque lhe falta conhecimento (Oseias 4:6a) “.
Sinceramente, eu me recuso a acreditar que alguém
continue crendo que o devorador seja algum demônio que
anda por aí nas igrejas fiscalizando o livro do caixa, e
vendo quem deu o dízimo ou não este mês.

Você não acha estranho, que depois de ter sido


regenerado, e selado com Espírito Santo de Deus, alguém

69
venha lhe chamar de ladrão porque não deu dez por cento
para a igreja dele?

Analise comigo: se esses devoradores


fossem realmente demônios, e que atacariam a saúde,
casamento, família e finanças dos infiéis nos dízimos,
então porque dizimistas fieis também sofrem prejuízos e
percas? Porque dizimistas fieis também gastam com
remédios? Porque dizimistas fieis passam crise em seu
casamento e família? Porque dizimistas fieis sofrem
assalto e muitas outras coisas que os falsos pastores
dizem que são obras do devorador? Já que eles dão seus
dízimos com fidelidade, nada disso deveria acontecer com
eles, não é verdade?

Na verdade, se há algum devorador nos dias de


hoje, seriam esses maus pastores que exploram e comem
tudo das ovelhas (Ezequiel 34:1-10,17-22), esses sim, são
os devoradores do povo.

É claro que os lideres gananciosos vão tentar te


manter no cativeiro doutrinário, Mas graças a Deus, muitos
já estão compreendendo que esta doutrina de devorador
não passa de uma heresia exploradora, e estão sendo

70
resgatados pelo poder da Verdade do Santo Evangelho de
nosso Senhor Jesus Cristo.

Agora você não precisa mais ficar com medo do


devorador, e ficar dando dez por cento do seu dinheiro a
alguém, pois ele não é uma ameaça para nenhum de nós,
era apenas para os judeus, e como vimos em vários textos
bíblicos, o devorado nunca foi, e nunca será demônios,
mas sim insetos que destruíam a lavoura dos judeus
infiéis, e como esta ameaça não é para nós, fique em paz,
e sossegue seu coração.

71
CAPÍTULO 5

O QUE É O DÍZIMO DOS DÍZIMOS?

(Números 18:25,26) E falou o Senhor a Moisés, dizendo: Também


falarás aos levitas, e dir-lhes-ás: Quando receberdes os dízimos dos
filhos de Israel, que eu deles vos tenho dado por vossa herança, deles
oferecereis uma oferta alçada ao Senhor, os dízimos dos dízimos.

Atualmente muitos pastores tem tirado como


salário, a décima parte dos dízimos que entram na igreja,
e se beneficiado com dízimo dos dízimos engordando
suas contas bancarias, alegando que é o salário deles
pelo seu trabalho como ministros da igreja.

Mas o dízimo dos dízimos nunca foi dado a


pastores, não há esta regra nos livros do Novo
Testamento, Jesus e os apóstolos nunca falaram sobre
este assunto, isso não pode ser praticado hoje.

Achei necessário aprendermos sobre o que é o


dízimo dos dízimos, para que possamos ficar atentos ao
que acontece em algumas igrejas.

Quando Deus escolheu a tribo de Levi para ajudar


aos sacerdotes no ministério do templo (Números 18:1-
3,6), Ele lhes deu os dízimos da nação de Israel para

72
sustento de suas famílias, era a recompensa pelo trabalho
que realizavam para Deus no templo, eles não receberam
herança na terra de Israel, nem trabalhariam em outra
coisa, apenas no ministério do templo, e os dízimos eram
seu sustento, seu salário, sua recompensa (Números
18:21-24), e a ordem de Deus era que os levitas ao
receberem os dízimos do povo, tirassem a décima parte
desses dízimos, que é o dízimo dos dízimos, e dessem
aos sacerdotes e ao sumo sacerdote, para sustento deles
e de suas famílias (Números 18:25,26) e (Neemias 10:38)

Isso era uma lei, e tinha que ser cumprida, para que
a casa de Deus (o templo) não ficasse abandonada, pois
todos os dias, os levitas, e os sacerdotes, tinham trabalho
no templo e não podiam parar, todavia precisam de
sustento para suas casas, e Israel entendia esta
necessidade, mas quando Israel era infiel em seus
dízimos, os levitas e os sacerdotes tinha que ir para o
campo plantar para sustentar suas famílias, e deixavam a
casa de Deus (o templo) desamparada, e isso
desagradava a Deus, podemos ver um exemplo disso, no
livro de Neemias 13:10-13, onde Neemias teve que
organizar essa questão.

73
CAPÍTULO 6

UM LEVITA DANDO O DÍZIMO À IGREJA?

(Atos 4:36,37) “Então José, cognominado pelos apóstolos Barnabé


(que, traduzido, é Filho da consolação), levita, natural de Chipre,
possuindo uma herdade, vendeu-a, e trouxe o preço, e o depositou
aos pés dos apóstolos. “

Havia na igreja antiga, um levita chamado Barnabé,


o texto diz que ele vendeu uma propriedade e deu como
oferta para igreja, este texto é uma das muitas evidências
de que o dízimo não era praticado pela igreja primitiva,
pois Barnabé sendo levita era ele quem deveria ter
recebido os dízimos das pessoas, pois era um direito que
a lei de Moisés lhe dava por ser levita (Números 18:21),
mas na verdade ao invés de receber dízimos, Barnabé
está dando ofertas para a igreja.

A lei do dízimo diz, que o levita deveria receber os


dízimos do povo, e ao receber, ele deveria dar o dízimo
dos dízimos aos sacerdotes da casa de Arão, como
mostram os textos a seguir:

“Também falarás aos levitas, e dir-lhes-ás: Quando


receberdes os dízimos dos filhos de Israel, que eu deles
vos tenho dado por vossa herança, deles oferecereis uma
74
oferta alçada ao Senhor, os dízimos dos dízimos. E contar-
se-vos-á a vossa oferta alçada, como grão da eira, e como
plenitude do lagar. Assim também oferecereis ao Senhor
uma oferta alçada de todos os vossos dízimos, que
receberdes dos filhos de Israel, e deles dareis a oferta
alçada do Senhor a Arão, o sacerdote. “(Números 18:26-
28).

“E que o sacerdote, filho de Arão, estaria com os


levitas quando estes recebessem os dízimos, e que os
levitas trariam os dízimos dos dízimos à casa do nosso
Deus, às câmaras da casa do tesouro. Porque àquelas
câmaras os filhos de Israel e os filhos de Levi devem trazer
ofertas alçadas do grão, do mosto e do azeite; porquanto
ali estão os vasos do santuário, como também os
sacerdotes que ministram, os porteiros e os cantores; e
que assim não desampararíamos a casa do nosso Deus.
(Neemias 10:38).

É claro que se a igreja continuasse a pagar os


dízimos como os judeus da Antiga Aliança, Barnabé por
ser levita estaria recebendo os dízimos dos irmãos, e não
dando ofertas na igreja, e com certeza se a igreja
pregasse a lei do dízimo, Barnabé teria dado não apenas
75
sua oferta, mas também o dízimo dos dízimos, porém ao
sacerdote da família de Arão, e não para igreja.

Imagina aí se a igreja tivesse cobrando dízimos do


povo, a guerra seria grande com os judeus por causa
disso, pois os judeus não aceitaram a Jesus como o
Messias, portanto continuaram com os sacrifícios da lei,
inclusive a cobrança dos dízimos, e os sacerdotes
continuaram a trabalhar no templo e a oferecerem os
sacrifícios como a lei mandava, e o povo continuava
pagando os dízimos aos levitas como era costume, veja o
que diz o historiador Flávio Josefo:

O dízimo no período do judaísmo


helenístico ainda era a fonte principal de
renda para os sacerdotes e levitas,
embora no A.T. o dízimo quando
deixado à consciência do contribuinte,
ficou frequentemente sem ser pago.
Ocasionalmente, portanto, sumos
sacerdotes cobiçosos asseguravam-se
do recebimento dos seus direitos ao
enviar bandos fascínios, para tirarem os
dízimos das eiras. O agricultor não era
digno de confiança para cumprir esta
responsabilidade religiosa importante
(Josefo. Ant. 20,181;20, 206-7).

O dízimo só deixou de ser praticado no ano 70, ou


seja, quase 40 anos depois da morte de Cristo quando o
76
general Romano, Tito filho do imperador Vespasiano
destruiu o templo de Jerusalém mesmo assim haviam
rabinos que insistiam em que o dízimo continuasse sendo
pago pelos judeus como diz a enciclopédia Jewish:

depois da destruição do templo,


os rabinos ressaltavam a importância do
dízimo. Consideravam-no como sendo
um dos três elementos mediante cujo
mundo foi criado, e como meio pelo qual
os israelitas escapavam à sorte dos
impios (Jewish Encyclopedia, XII,
151b).

A igreja jamais cobraria dízimos do povo, pois eles


sabiam que isto era um direito que pertencia aos levitas e
aos sacerdotes, aos órfãos e às viúvas, e não à igreja,
muito pelo contrario, eles tinham consciência que esta era
uma pratica da lei e não se aplicava à igreja, por isso você
não encontra em nenhuma passagem do Novo
Testamento uma única cobrança de dízimos à igreja.

“Mais claro do que isso só não entende quem não


quer. “

77
CAPÍTULO 7

DAI A CÉSAR O QUE É DE CÉSAR,

E A DEUS O QUE É DE DEUS.

(Marcos 12:13-17) “E enviaram-lhe alguns dos fariseus e dos


herodianos, para que o apanhassem nalguma palavra. E, chegando
eles, disseram-lhe: Mestre, sabemos que és homem de verdade, e de
ninguém se te dá, porque não olhas à aparência dos homens, antes
com verdade ensinas o caminho de Deus; é lícito dar o tributo a César,
ou não? Daremos, ou não daremos? Então ele, conhecendo a sua
hipocrisia, disse-lhes: Por que me tentais? Trazei-me uma moeda,
para que a veja. E eles lha trouxeram. E disse-lhes: De quem é esta
imagem e inscrição? E eles lhe disseram: De César. E Jesus,
respondendo, disse-lhes: Dai, pois, a César o que é de César, e a
Deus o que é de Deus. E maravilharam-se dele. “

Este é também um dos textos mais usados para


pedir dízimos em algumas igrejas, muitos pastores dizem
que quando Jesus disse: dai a César o que é de César, e
a Deus o que é de Deus, ele estava dizendo que os
impostos são de César, mas os dízimos são de Deus; eu
até dou risadas com a criatividade desses homens, que
em todo versículo da bíblia, veem uma oportunidade para
arrancar a qualquer custo o dinheiro das pessoas.

Este texto em momento algum está se referindo a


dízimos e nem a ofertas, você acha mesmo que Jesus saiu

78
lá do céu, deixou a sua glória, e veio aqui na terra para
cobrar dízimos?

O que este texto diz na verdade é o seguinte: como


todos sabemos, naquele tempo a nação de Israel estava
debaixo do jugo romano, que havia se tornado o maior
império do mundo a partir do I século a.C., com uma
população estimada por alguns historiadores em 60
milhões de pessoas, Roma havia conquistado muitas
nações, e por influência dessas nações, havia sido
introduzido no império romano o culto ao imperador, pois
muitos ao verem o poderio de Roma, e o quanto eles
conquistavam, acreditaram que Roma tinha uma missão
divina na terra, e consequentemente o imperador foi
considerado divino, ou seja, um deus, e como todo deus,
o imperador era digno de ser cultuado, então cunharam a
imagem do imperador na moeda romana que circulava
dentro do império; principalmente por conta disso, os
judeus não concordavam em pagar o imposto a Roma,
pois acreditavam que sua moeda era um símbolo de
idolatria, e que estariam praticando idolatria se pagassem
o imposto ao imperador, mas quando os lideres judeus
vieram questionar Jesus sobre o imposto, na verdade, eles

79
não estavam preocupados em pagar o imposto a Cesar, o
motivo dos fariseus terem perguntado a Jesus se
deveriam pagar imposto a Cesar ou não, era para
prejudicar o seu ministério, que alcançava cada vez mais
pessoas, e se Jesus dissesse sim, ele estaria traindo o seu
povo, e a lei de Deus, praticando idolatria, e se dissesse
não, seria acusado de insurreição, e declarado inimigo de
Roma, e isso com certeza, resultaria em sua morte, mas
Jesus sabiamente aproveitou a oportunidade e deu-lhes
uma lição, ensinando que de fato eles deveriam ser
obedientes às leis Romanas, mas é claro, desde que
essas leis não contrariassem a santa palavra de Deus,
Jesus lhes disse que eles deveriam pagar o que a lei
cobrava, já que estavam debaixo do jugo de Roma, seria
justo pagar o imposto a Cesar, mas não poderiam
esquecer a lei de Deus, a qual haviam abandonado, e
trocado pelas tradições dos anciões (Marcos 7:1-13), pois
estes haviam introduziram uma lei oral, como sendo um
complemento da lei de Moisés.

A lei oral, era uma interpretação dos escribas, que


surgiu depois do cativeiro babilônico por volta do II século
a.C., e que muito tempo depois, foi acrescentada ao

80
Talmud, e reconhecida pelos judeus como palavra de
Deus, porém na tradição oral, haviam muitas coisas que
Deus não tinha ordenado, e que não passavam de
legalismo religioso (Marcos 7:6,7), mas mesmo assim, os
líderes judaicos, as tornaram ordenanças para o povo
como algo que vinha do próprio Deus, e Jesus questionou
que eles estavam trocando a palavra de Deus por
tradições de homens (Marcos 7:8,9), e disse que assim
como eles deveriam dar a Cesar o que é de Cesar, ou seja,
pagar o imposto a Roma, muito mais deveriam dar a Deus
o que é de Deus, ou seja, guardar os verdadeiros
mandamentos de Deus e não os abandonar, para
praticarem as tradições dos homens como eles haviam
feito, com isso, Jesus estava dizendo que as leis de Deus
devem ser cumpridas pelo seu povo, tanto quanto as
nações tem obrigação de guardarem as leis que as regem.

Jesus não estava falando de dízimos, mas de


praticar a palavra de Deus e obedecê-la, isso é dar a Deus
o que é de Deus.

Cuidado líderes, vocês estão cobrando do povo em


nome de Deus o que Deus não mandou cobrar, isso pode
custar muito caro.
81
CAPÍTULO 8
O FRUTO PROIBIDO
DO JARDIM DO ÉDEN ERA O DÍZIMO?

(Gênesis 2:9,15-17) “E o Senhor Deus fez brotar da terra toda a árvore


agradável à vista, e boa para comida; e a árvore da vida no meio do
jardim, e a árvore do conhecimento do bem e do mal. E tomou o
Senhor Deus o homem, e o pôs no jardim do Éden para o lavrar e o
guardar. E ordenou o Senhor Deus ao homem, dizendo: De toda a
árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento
do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela
comeres, certamente morrerás. “

Um dos maiores absurdos que ouvi nos últimos


anos, foi que Deus instituiu o dízimo no jardim do Éden, e
que a árvore do conhecimento do bem e do mal era o
dízimo, portanto Adão não deveria tocar, pois morreria se
o fizesse, e como Adão desobedeceu pagou um preço alto
por isso.

Este tipo de interpretação chega ao ápice das


heresias, pois tanto o texto, quanto o contexto, mostram
claramente, que aquela era a árvore do conhecimento do
bem e do mal, e não o dízimo.

Vou explicar em poucas palavras. A ordem de


Deus, era que se Adão comesse daquele fruto ele perderia

82
sua inocência, e se tornaria conhecedor do bem e do mal,
e morreria (Gênesis 3:22); Satanás sabendo disso, tentou
a Eva, que consequentemente tentou a Adão, e
exatamente como Deus havia dito aconteceu, quando ele
comeu do fruto, tornou-se conhecedor do bem e do mal,
dai percebeu que estava nu, e ficou como vergonha
(Gênesis 3:7,9-11), e o preço por esta atitude de
desobediência, foi que ele perdeu sua inocência, pureza,
santidade, e a comunhão com Deus, a morte e o pecado
entraram no mundo, e atingiram a todos os homens, e em
todas as épocas, de modo que agora teriam que morrer
por causa do pecado (Gênesis 3:19), (Romanos 5:12),
Adão passou a sofrer situações que não lhes poderia
sobrevir antes de pecar, pois tinha acesso à arvore da vida
(Gênesis 3:22), perdeu todos os benefícios que Deus lhe
havia dado e foi expulso do paraíso (Gênesis 3:14-24).

Deus pôs a árvore do conhecimento do bem e do


mal, para provar a obediência do homem em relação à sua
palavra, ou se ele se desviaria para dar ouvidos a outros
(Gênesis 3:17), mas jamais o Senhor disse que aquela
arvore seria o dízimo.

Como vimos, o que a referida passagem fala, não


83
tem nada a ver com dízimos, não há uma única referência
sobre dízimos nesta passagem.

Mas apenas os mercenários, que em tudo veem


oportunidade de ameaçar as pessoas que não tem
conhecimento bíblico, é que usam deste texto para
explorar as pessoas, e se beneficiarem financeiramente
com isso. Abra o olho meu irmão, fuja, deixe de ser
explorado.

84
CAPÍTULO 9

A OFERTA DA VIÚVA POBRE

(Lucas 21:1-4) “E, olhando ele, viu os ricos lançarem as suas ofertas
na arca do tesouro; E viu também uma pobre viúva lançar ali duas
pequenas moedas; E disse: Em verdade vos digo que lançou mais do
que todos, esta pobre viúva; Porque todos aqueles deitaram para as
ofertas de Deus do que lhes sobeja; mas esta, da sua pobreza, deitou
todo o sustento que tinha. “

Alguns usam este texto, e dizem que a viúva deu


tudo o que tinha esperando uma recompensa de Deus
para ter uma vida melhor, então eles ensinam que
devemos dar tudo para a obra de Deus para que
possamos prosperar, mas esses ensinamentos são
apenas mais heresias, pois o texto em momento algum
está afirmando isso.

É importante observar que este texto não está


falando de dízimos, ou de barganhar com Deus como
alguns pregam, mas está mostrando o momento em que
os judeus vinham depositar suas ofertas de acordo como
os ritos judaicos como o próprio texto mostra.

Usar este texto para pedir dízimos, mandar o povo


dar tudo o que tem para a “igreja”, e esperar que Deus
venha lhe dar em troca cem vezes mias, é no mínimo
85
absurdo, esta viúva não deu tudo oque tinha esperando
nada em troca, se ela tivesse agido assim, Jesus não teria
se alegrado com a oferta dela, mas ela deu todo o seu
sustento como oferta, não porque havia algum explorador
pedindo que ela assim o fizesse, mas para expressar sua
gratidão, amor e dependência de Deus.

O texto nos mostra que os ricos depositavam suas


ofertas para cumprir os ritos religiosos, e porque tinha
sobrando, e seu propósito principal em dar as ofertas não
era o amor a Deus, mas para se mostrarem e serem vistos
pelos homens (Mateus 15:3), eles jamais seriam capazes
de dar alguma coisa se não tivessem sobrando, pois eram
avarentos (Lc. 16:14); o texto também nos ensina, que
Deus não está preocupado com valores ou percentagens,
mas com um coração sincero (Mateus 6:1-4), e Ele viu isso
naquela viúva pobre, que não deu por obrigação, ou
porque estava sobrando, nem com medo do devorador,
mas simplesmente por amor e alegria, e isso é tão sério,
que Jesus chegou a dizer, que antes de darmos nossas
ofertas, precisamos estar reconciliados com nossos
irmãos, do contrario Deus não as recebe (Mateus 5:23,24).

86
CAPÍTULO 10

ANANIAS, SAFIRA E O DÍZIMO

(Atos 5:1-5) mas um certo homem chamado Ananias, com Safira, sua
mulher, vendeu uma propriedade, E reteve parte do preço, sabendo-
o também sua mulher; e, levando uma parte, a depositou aos pés dos
apóstolos. Disse então Pedro: Ananias, por que encheu Satanás o teu
coração, para que mentisses ao Espírito Santo, e retivesses parte do
preço da herdade? Guardando-a não ficava para ti? E, vendida, não
estava em teu poder? Por que formaste este desígnio em teu
coração? Não mentiste aos homens, mas a Deus. E Ananias, ouvindo
estas palavras, caiu e expirou. E um grande temor veio sobre todos
os que isto ouviram.

Ananias e Safira, foram dos primeiros cristãos


judeus que compunham a igreja primitiva nos tempos
apostólicos, no primeiro século, havia se tornado prática
comum na igreja os irmãos venderem suas propriedades
e trazerem o valor aos pés dos apóstolos para que fossem
distribuídos a cada um segundo sua necessidade, embora
(Atos 2:44,45) registra que todos vendiam seus bens e
repartiam com quem tinha necessidade, são poucos os
citados especificamente, como Barnabé que parece ser
dos primeiros a renunciar seus bens, e Ananias e safira.

Ananias e sua esposa Safira, deixaram um exemplo


que no decorrer dos séculos tem sido interpretado das
mais diversas formas, e isso tem gerado muitas
87
especulações, uns, para induzir as pessoas a darem seus
bens para a igreja, dizem que eles morreram não terem
dado tudo, outros podem supor que Ananias e Safira
negaram o dízimo do que venderam, e a quantia que
ofertaram à igreja não correspondia à dez por cento do
valor da venda, e outros ainda dizem outras coisas, mas
afinal, porque Ananias e Safira sua esposa morreram?

O texto sagrado nos dá pelo menos cinco razões


que foram os motivos da sua morte:

1º Satanás encheu o coração do casal (Atos 5:3a).

2º mentiram para o Espírito Santo (Atos 5:3b).

3º retiveram parte da propriedade, mesmo dizendo que


estavam dando tudo (Atos 5:3c).

4º mentiram não aos homens, mas a Deus (Atos 5:4c).

5º duvidaram da onipresença e onisciência do Espírito


Santo (Atos 5:9).

Como nos mostram os textos bíblicos, o motivo da


morte deles, não tem nada a ver com o que dizem por aí,
mas alguém pode dizer – mas eles não tinham que dar
tudo? Não! Eles não tinham obrigação de darem tudo para

88
a igreja, o próprio Pedro disse que a propriedade era deles
(Atos 5:4a); ao vendê-la, o dinheiro era deles para
gastarem como quisessem (Atos 5:4b); eles poderiam ter
dito a Pedro: “nós vendemos a propriedade por cem mil,
precisamos do dinheiro para resolver algumas coisas
pessoais, mas gostaríamos de dar cinco ou vinte mil para
a igreja”, com certeza teria sido aceito como benção.

O grande problema não é porque eles não deram


tudo, mas porque seus corações não eram retos diante de
Deus, queriam se mostrar, tocar trombeta, aparecer,
serem elogiados, por isso mentiram dizendo que estavam
dando tudo sem que estivesse, e isso despertou o zelo do
Senhor, que os fulminou, para servir de exemplo a todos
os enganadores, usurpadores e mentirosos que querem
por meio de mentiras roubar as atenções para si no meio
da igreja do Deus vivo.

O texto ainda mostra que Ananias e Safira agiram


de forma premeditada (Atos 5:9a), tornando ainda pior sua
reputação.

Por tanto, usar este texto como pretexto para pedir


dinheiro, e inibir as ovelhas a darem tudo, é um verdadeiro
absurdo, cada deve contribuir com quanto quer, não
89
precisa mentir, ou se sentir inibido, faça o que Deus tem
colocado em seu coração, e não se iluda com as
propostas dos homens que prometem coisas que Deus
não está prometendo, apenas oferte quanto você desejar,
quanto o seu coração pede, faça isso com alegria, e Deus
receberá com amor (2 Coríntios 9:7).

90
CAPÍTULO 11

JESUS RECEBIA DÍZIMOS?

(Lucas 8:1-3) “E aconteceu, depois disto, que andava de cidade em


cidade, e de aldeia em aldeia, pregando e anunciando o evangelho
do reino de Deus; e os doze iam com ele, E algumas mulheres que
haviam sido curadas de espíritos malignos e de enfermidades:
Maria, chamada Madalena, da qual saíram sete demônios; E Joana,
mulher de Cuza, procurador de Herodes, e Suzana, e muitas outras
que o serviam com seus bens. "

(João 13:29) “Porque, como Judas tinha a bolsa, pensavam alguns


que Jesus lhe tinha dito: Compra o que nos é necessário para a festa;
ou que desse alguma coisa aos pobres. “

Alguém pode dizer, que essas duas passagem


estão mostrando que Jesus recebia dízimos das pessoas,
e tinha até alforge para os recolher, de fato o texto mostra
que Jesus recebia dinheiro para ajudar em seu sustento,
mas é um erro pensar que este dinheiro era a décima parte
de tudo o que as pessoas ganhavam, ou que Jesus fica
por ai pedindo ofertas e distribuindo envelopes, Jesus
nunca recebeu dízimos de ninguém, e muito menos pediu
dízimos, ou ofertas a alguém, o texto é muito claro quando
diz que algumas mulheres crentes davam de seus bens
para sustentar o ministério de Jesus, já que ele era um
mestre e que se dedicava inteiramente ao seu ministério e
não tinha tempo para trabalhar em outras atividades, elas
91
viram a necessidade de ajuda-lo em seu sustento, é obvio
que Jesus precisava de sustento, mas vale ressaltar, que
elas davam essas contribuições espontânea e
voluntariamente, não debaixo de ameaças de estarem
roubando a Deus, ou que um devorador viria e as
atacariam se não dessem, e muito menos com propostas
de receberem cem vezes mais.

Outra coisa importante a se deixar claro sobre esta


questão, é que do dinheiro que entrava como ofertas
voluntárias no ministério de Jesus, ele fazia questão de
ajudar aos pobres e necessitados, tanto é que quando ele
na Santa Ceia disse a Judas: “o que faz, faze-o depressa
(João 13:27)”, os outros apóstolos pensaram, que Jesus
tinha mandado que ele pegasse do dinheiro da bolsa, e
desse alguma coisa aos pobres, e foi exatamente neste
ponto que Judas se aproveitou para roubar o dinheiro que
se lançava na bolsa, o texto mostra com clareza, que ele
roubava tudo (João 12:3-6), e sempre dava a desculpa
que tinha dado o dinheiro aos pobres, já que era o que
Jesus fazia e os ensinava a fazer. Mas que fique bem
claro, que este dinheiro não era de dízimos.

92
Ele designou levitas responsáveis, para recolher
em todo o território de Israel, o dízimo, e o dízimo dos
dízimos, como eram o grão da terra, os traziam para que
fossem guardados no devido lugar, para que
posteriormente fossem devidamente repartidos para cada
família respectivamente de forma organizada e justa
(Neemias 10:34-39) e (Neemias 12:44).

Portanto, qualquer pastor ou líder, que esteja


usando este princípio para retirar seu salário, está
pregando heresia, pois esta era uma aliança de Deus com
os levitas (Números 18:8-24), e ninguém poderia usufruir
disto, quem o fizesse estaria debaixo de maldição, e além
disso, o dízimo não é para os dias de hoje, por tanto, não
faz nenhum sentido que algum pastor tire o dízimo dos
dízimos como salário.

93
CAPÍTULO 12

OS PAIS DA IGREJA E O DÍZIMO

Após a morte do último apóstolo, João em 103 d.C.


a igreja foi liderada por homens a quem deram o título de
“pais” da igreja, este título foi dado devido ao carinho e
respeito que os cristãos lhes prestavam, chamando-os de”
pais”, por conta do amor, zelo, e dedicação que tinham
pela igreja, esses homens geralmente eram bispos da
igreja em algum lugar do mundo.

Apesar de alguns erros que cometeram, no geral


foram homens que batalharam pela ortodoxia doutrinaria,
foram apologistas, polemistas, defensores da verdade,
escritores de obras que ainda hoje contribuem com o
doutrinamento dos cristãos em todas as partes do mundo,
sistematizaram doutrinas fundamentais do cristianismo
para melhor entendimento dos leigos, criaram declarações
de fé como síntese das doutrinas mais importantes da
igreja; e pelo extremo zelo que tiveram pela palavra de
Deus, alguns deles foram mortos por sua fé em Cristo.

Atualmente esses homens são muito respeitados


por teólogos de todas as denominações, e em todas as

94
nações do mundo, por isso faço questão de mostrar o que
alguns deles falaram sobre a doutrina do dízimo, já que
viveram num período relativamente tão próximo dos
apóstolos, que data do segundo ao sexto século, e em
alguns casos, alguns deles até conheceram pessoalmente
apóstolos de nosso senhor Jesus Cristo, como por
exemplo, Policarpo de Esmirna que viveu de 69-159 d.C.
e foi discípulo do apóstolo João, segundo Tertuliano,
Policarpo foi consagrado bispo de Esmirna pelas mãos do
próprio apóstolo João.

Portanto a importância de analisarmos o que esses


homens falaram; vamos ver o que alguns pais da igreja
disseram sobre dízimos:

1. Irineu bispo de Lyon (por volta de 130 a 202


d.C.), em sua principal obra intitulada “contra as
heresias” escrita por volta do ano 180 d.C. disse:

“... E, em vez da lei que ordena a


entrega dos dízimos, [Ele nos disse]
para compartilhar todos os nossos bens
com os pobres" (Contra Heresias
IV.13.3).
“E por isso eles (os judeus) tinham
de fato os dízimos de seus bens
consagrados a Ele, mas aqueles que

95
receberam a liberdade, puseram de
lado todas as suas posses para os
propósitos do Senhor, dando
alegremente e livremente não as
porções menos valiosas de sua
propriedade, uma vez que eles têm a
esperança de coisas melhores
[futuramente]; como aquela pobre viúva
que depositou todo o seu sustento para
o tesouro de Deus” (Contra Heresias
IV.18.2).
Irineu não foi o tipo de pastor que ensinava que os
cristãos deveriam pagar os dízimos, pelo contrário, ele
deixa claro que os dízimos eram práticas dos judeus e não
da igreja, que ofertava de forma generosa, espontânea e
voluntária, como de fato Jesus e os apóstolos ensinaram.

2. Clemente de Alexandria (c. 150-215 d.C.) em sua


obra intitulada: Stromata, disse o seguinte sobre o
dízimo:

“Além disso, os dízimos dos frutos


e dos rebanhos ensinavam a piedade
para com a Divindade, e não agarrar
tudo com cobiça, mas comunicar dons
da bondade para com os vizinhos. Pois
foi por meio destes eu acho, e das
primícias que os sacerdotes foram
mantidos. E nós agora, portanto,
compreendemos que somos instruídos
pela lei em piedade, e em liberalidade, e

96
em justiça, e em humanidade”
(Stromata 2.18).
Claramente Clemente fala do dízimo como prática
judaica, que eram dadas dos frutos da terra e dos
rebanhos para sustento dos sacerdotes levitas, e deixa
claro que agora a igreja é instruída à piedade e
liberalidade, ou seja, a igreja não contribui porque é
obrigada, pois não há imposição de porcentagem, mas
com amor, em justiça e humanidade, referindo-se que as
contribuições tinham por objetivo ajudar aos necessitados,
e não em dar esperando algo em troca, ou ser um
gananciosos, retendo tudo o que possui de forma egoísta.

3. Tertuliano de Cartago (c. 150-220 d.C.) em sua


obra apologia, escreveu:

“Embora tenhamos nosso cofre,


este não é constituído de dinheiro de
compra [para comprar a salvação],
como no caso de uma religião que tem
seu preço. No dia mensal, se desejar,
cada um coloca uma pequena doação;
mas só se for do seu agrado, e somente
se puder, porque não há compulsão;
tudo é voluntário. Estes presentes são,
por assim dizer, o fundo de depósito de
piedade (Apologia 39).

97
Tertuliano deixa claro que as contribuições
deveriam ser mensais, porém espontâneas, e diz que só
se deve contribuir se for do agrado do irmão, e ainda por
cima diz que oferte apenas se puder, disse ainda que nada
era obrigatório, mas voluntário, deixando claro que não
pregava dízimo para a igreja.

4. Justino mártir (100-170) um leigo sem formação


teológica, mas que foi considerado o primeiro dos pais
apologista. Em Roma, este leigo fundou uma escola de
ensino da doutrina cristã, escreveu muitas obras, e em
uma delas em relação a contribuições disse:

“Aqueles que prosperaram e tem


esta vontade, contribuem cada um na
quantidade que quiser. Aquilo que é
coletado é depositado com o
presidente, e ele cuida dos órfãos, das
viúvas e dos necessitados…e daqueles
que estão presos e dos forasteiros que
habitam entre nós “(I Apol. 67; cf.
Também Apost. 2.27).
Justino deixa claro que a contribuição é pela boa
vontade de cada um, de acordo com a sua prosperidade,
daquilo que possuem, e o quanto podem e desejam dar,
era isso que ele pregava na igreja e ensinava aos
pregadores e cristãos da sua época, e também disse que

98
os necessitados deveriam ser os primeiros a serem
socorridos com o dinheiro das ofertas.

Dos muitos pais da igreja apenas poucos falaram


sobre o assunto diretamente como vimos a acima, outros
se quer mencionaram por saberem que o dizimo não se
aplica para a igreja, uns apenas mencionaram sobre o
tema de forma superficial, mas nunca cobrando como
obrigação da igreja.

Você percebe como é explicito, o que esses


homens respeitados pela igreja no mundo todo, falaram
sobre contribuições, eles mesmos refutam a prática do
dízimo, falam de ofertas voluntárias, espontâneas e com
amor, não como tem sido ensinado nas igrejas nos dias
de hoje, não com essa opressão que pesa sobre os
cristãos nos dias de hoje, portanto fica claro que os pais
da igreja não ensinaram a igreja a dar o dizimo, muito pelo
contrário, eles eram contra todo tipo de oferta dada com
interesse pessoal, barganha e apelação.

99
CAPÍTULO 13

A REFORMA PROTESTANTE E O DÍZIMO

Martinho Lutero (1483-1546) Argumenta o teólogo


João Bosco: “o grande reformador, respeitado pela
maioria dos estudiosos, pregadores e pastores
evangélicos, foi erroneamente interpretado por alguns por
haver sugerido e elogiado o modelo de dízimo para ser um
imposto do governo da época, pois considerava uma ótima
ideia para ser implantada pelo rei, entretanto a observação
cuidadosa de seus escritos demonstra que para ele o
dízimo não era válido aos cristãos, como se vê em Croteau
(2010, p. 28)”:
Finalmente, ele aplicou este
conceito especificamente para a lei do
dízimo: “Mas os outros mandamentos
de Moisés, que não são [implantado em
todos os homens], por natureza, os
gentios não mantêm. Nem eles dizem
respeito aos gentios, como o dízimo e
outros igualmente bons que eu gostaria
muito que tivéssemos”. Por tanto,
Lutero se referiu explicitamente ao
dízimo como não obrigatórias para os
gentios e não sendo parte da lei natural.
(Tradução nossa).
Interessante percebermos a
sinceridade de Lutero, pois quando ele
diz “que eu gostaria muito que
100
tivéssemos”, percebe-se que ele
simpatizava com a ideia, entretanto,
acima de tudo ele não seguia seus
gostos ou opiniões naturais, antes dava
prioridade à Palavra de Deus. Esta
conduta é condizente com a maior luta
de Lutero, que foi contra a enorme
quantidade de preceitos oriundos da
tradição humana que tinham
proeminência sobre a Bíblia na Igreja
Católica, tal qual foi explicitado sobre o
dízimo por Tomás de Aquino.1

1
O texto que fala de Martinho Lutero foi extraído do TCC do teólogo
João Bosco costa Vieira (4.6 pag. 125).
101
CAPÍTULO 14

O PRÍNCIPE DOS PREGADORES E O DÍZIMO

Charles Haddon Spurgeon (1834-1892) é um


grande exemplo sobre o ensino de que não é obrigatório
dizimar, ele é um grande expoente da História do
Cristianismo, citado por todos os pregadores e pastores
como referência de homem de Deus, Spurgeon deixou
alguns sermões em que aparentemente os ouvintes
poderiam fielmente crer na contemporaneidade do dízimo,
mas, assim como nas doutrinas bíblicas, não se pode
chegar a uma opinião apenas por aparências.
A análise de sua obra como um todo, nos apresenta
sermões em que ele explicitamente expõe seu
posicionamento, como bem advoga Croteau (2010, p. 43-
44) ao comentar sua obra transcrevendo trechos de seus
sermões:
“Em 1880, ele notou que Paulo
não usava a Lei de Deus no sentido de
exortar os santos a serem liberais em
suas doações”, porque “eles não estão
debaixo da lei”. Ele continuou: “É
também de salientar, em relação à
liberalidade cristã, que não há regras
estabelecidas na Palavra de Deus. Eu
lembro de ter ouvido alguém dizer: ‘Eu

102
gostaria de saber exatamente o que eu
deveria dar.’ Sim, caro amigo, sem
dúvida você gostaria, mas você não
está sob um sistema semelhante aquele
no qual
os judeus eram obrigados a pagar
o dízimo aos sacerdotes. Se houvesse
alguma regra como está prevista no
evangelho, ela iria destruir a beleza de
dar espontaneamente, e lançaria fora
todo florescer do fruto de sua
liberalidade.”
Ele também fez os seguintes
comentários sobre órfãos que podem
diretamente solucionar as questões do
dízimo: “Eu tenho lido algumas
declarações surpreendentes sobre o
direito divino dos dízimos. Parece estar
estabelecido nas mentes de alguns que
se Deus deu os dízimos a Levi Ele deve,
portanto, dá-los aos ministros
episcopais: uma dedução que eu não
vejo! Eu assim deveria deduzir que Ele
os tinhas dados para os ministros
batistas, certamente não seria mais
ilógico. A ideia dos nossos sacerdotes
serem levitas a fim de obterem dízimos
obrigatórios seria demasiado
abominável para nos distrair por um
momento!” (Tradução nossa).2

2
Sermão na íntegra em inglês disponível em
<http://www.spurgeongems.org/vols46-48/chs2716.pdf>. A citação de
Croteau foi retirada deste sermão publicado pela Pilgrim Publications.

103
As opiniões de Spurgeon ficam assim claramente
explanadas.
Croteau (2010, p. 45) finaliza suas observações
sobre Spurgeon transcrevendo outro trecho de um
sermão² daquele que foi chamado de “O Príncipe dos
Pregadores”:
Novamente, se alguém parar de
ler aqui mesmo, então a opinião dele já
parece óbvia. Mas ele continuou: “Eu
não gostaria, porém, de estabelecer as
regras para o povo de Deus, pois o
Novo Testamento do Senhor não é um
grande livro de regras, não é um livro da
letra que mata, mas é o livro do Espírito,
que nos ensina sobre a alma da
liberalidade em vez da aparência
exterior dela, e que em vez de escrever
leis sobre pedras ou papel, ele escreve
leis no coração. Dê, queridos amigos,
como você propôs no seu coração, e dê
proporcionalmente, como o Senhor
prosperou a você, e não faça a sua
estimativa do que você deveria dar pelo
que aparecerá respeitável a você, ou
pelo que se espera de você pelas outras
pessoas, mas como aos olhos do
Senhor, como Ele ama a quem dá com
alegria, e como quem dá com alegria
certamente é um doador proporcional,
tome cuidado para que você, como um
bom mordomo, mantenha contas justas

104
diante do grande Rei.” (Tradução
nossa).3

Estas palavras de Spurgeon em seus sermões


combinam de forma majestosa com todo o conteúdo
explanado nos capítulos anteriores.4

3 Sermão na íntegra em inglês disponível em


<http://www.spurgeongems.org/vols13-15/chs835.pdf>.

4
Todo o texto que fala de Charles Haddon Spurgeon foi extraído do
TCC do teólogo João Bosco costa Vieira (4.6 pag. 126,127).

105
CAPÍTULO 15

QUANDO SE INICIOU

A COBRANÇA DE DZÍZIMOS NA IGREJA?

Como podemos ver até aqui, a prática dos dízimos


não foi exercida pela igreja primitiva nem pelos apóstolos
no I século, nem pelos pais da igreja que vieram do
segundo ao VI século, nem por pregadores renomados
como Charles Spurgeon e outros, e muito menos pelos
reformadores no século XVI, porém, uma pergunta precisa
ser respondida: onde, e quando se iniciou a prática da
cobrança de dízimos na igreja?

De acordo com o estudo da CNBB 8, o livro da


pastoral do dízimo da Igreja católica apostólica Romana,
liderada hoje pelo seu maioral, Papa Francisco,
reconhecem o que é dito por grande parte dos
historiadores e estudiosos que o dízimo foi instituído pela
própria igreja católica com o apoio de governantes
políticos:

A praxe de contribuir para cobrir


as necessidades da Igreja ia se
difundindo no Ocidente. Havia, porém,
exceções da parte dos contribuintes.
106
Em vista disto, os Concílios foram
intervindo nesse setor. O Sínodo
Regional de Tours (Gália), em 567,
promulgou, por exemplo, a seguinte
determinação: “Instantemente
exortamos os fiéis a que, seguindo o
exemplo de Abraão, não hesitem em dar
a Deus a décima parte de tudo aquilo
que possuam, a fim de que não venha a
cair na miséria aquele que, por
ganância, se recuse a dar pequenas
oferendas… Por conseguinte, se
alguém quer chegar ao seio de Abraão,
não contradiga o exemplo do Patriarca,
e ofereça a sua esmola, preparando-se
para reinar com Cristo”. Esta é a
primeira recomendação de dízimo feita
pelos bispos, já não como pregadores
ou doutores, mas como legisladores.
Contudo, note-se que não impuseram
sanção aos transgressores. A
justificativa apresentada pelo referido
Concílio de Tours em favor dos dízimos,
era a necessidade de expiar os pecados
da população, sobre a qual pesavam
guerras e calamidades.

Como podemos ver não existe imposição de


sanções aos transgressores, porém podemos perceber
claramente a apelação e a pressão psicológica nessas
palavras.

107
A própria igreja reconhece que esta foi a primeira
recomendação sobre dízimos da parte dos bispos, pois
como temos falado, a doutrina do dízimo não existia na
igreja até este momento.

O referido concílio de Tours apresentou a


justificativa de que o dízimo tinha que ser dado para expiar
os pecados da nação diante das guerras e calamidades
em que estavam vivendo.

Continuemos vendo o que o livro 8 da pastoral do


dízimo da igreja católica romana relata:

Mais um passo foi dado no


Concílio de Macon (Gália), em 585,
quando os padres conciliares houveram
por bem impor a excomunhão a quem
se furtasse a pagar sua contribuição à
comunidade eclesial. O dever moral
torna-se também obrigação jurídica. A
evolução se explica através das difíceis
condições em que se achava o povo
cristão (clero e fiéis) na Europa do séc.
VI: as invasões bárbaras, a queda do
Império Romano havia acarretado o
caos e a insegurança entre as
populações. Daí a necessidade de que
os bispos despertassem mais
vivamente os fiéis para participarem dos
interesses de subsistência das suas
comunidades. Em Macon, notam os
historiadores que não houve apenas a
108
recomendação de um costume antigo,
mas uma autêntica inovação. A
legislação das diversas províncias
eclesiásticas nos séculos subsequentes
repetiu várias vezes a determinação do
Concílio de Macon. O poder civil haveria
de apoiar cerca de dois séculos mais
tarde, sob Carlos Magno, a legislação
eclesiástica, confirmando-a com uma
sanção civil. Com efeito, a lei capitular
dita “de Heristal”, em 779, manda aos
cidadãos franceses pagar o dízimo à
Igreja, ficando o bispo encarregado de o
administrar; os contraventores
sofreriam a sanção imposta aos
infratores das leis civis, ou seja,
provavelmente a multa de 60 soldos.
Em 780 e 801 a ordem foi reiterada.

Como podemos ver acima, neste concílio, a igreja


católica romana e o imperado Carlos Magno impõem sob
pena de excomunhão e pagamento de multa ao estado, a
obrigatoriedade de dizimar.
Deste modo os fiéis estavam pressionados, pela
igreja e pelo estado, de modo que os que não temessem
a excomunhão que segundo eles, tirava da pessoa a graça
da salvação, teriam que pagar uma multa ao governo sob
pena de prisão aos descumpridores desta lei.

109
Levaram o povo a decidir o que seria melhor, dar
dinheiro mesmo que por obrigação à igreja, ou pagar multa
ao estado?

Podemos imaginar a confusão na mente das


pessoas, e obviamente as revoltas da população oprimida
por este sistema “anticristo”.

“Nos séculos que se seguiram, essas leis foram


regulamentadas e ganharam força em várias partes da
Europa, e foram adotadas em várias partes do mundo, até
mesmo no Brasil; mesmo com o desligamento da igreja
com o estado a prática continua até hoje, pois já havia se
tornado uma “doutrina” da igreja, já que nos dois primeiros
concílios de Latrão que aconteceram em 1123 e 1139, o
dízimo foi finalmente incorporado à legislação da igreja de
forma definitiva.”

De modo que a maioria dos cristãos atuais já se


converteram conhecendo que o dízimo é obrigatório, mas
o que eles não sabem é que esta prática como já falamos
e mostramos, foi criada no século VIII pela igreja católica
com o apoio do imperador Carlos Magno, todavia fica mais
do que claro para nós, o dízimo não é obrigatório, não é
ordenança de Deus para a igreja, mas apenas mais uma
110
heresia opressora criada pela igreja católica apostólica
romana, e adotada pelas igrejas evangélicas, para oprimir
e explorar os leigos que não conhecem a verdadeira
doutrina da palavra de Deus; portanto é mais do que
correto dizer que, para os dias atuais o dízimo não passa
de um imposto, uma imposição humana e não de Deus.5

5
Todo o conteúdo do cap. 19 tem como FONTE:
http://luiztarciso.net/dizimo/dizhist-html/ e foi extraído da CNBB 8, o livro
da pastoral do dízimo da Igreja católica apostólica Romana
111
CAPÍTULO 16

SE O DÍZIMO NÃO É MAIS OBRIGATÓRIO,

COMO FAÇO PARA CONTRIBUIR COM A IGREJA?

(2 Coríntios 9:7). "Cada um contribua segundo propôs no seu coração;


não com tristeza, ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá
com alegria."

Neste capítulo, gostaria de lhe mostrar a forma


correta de contribuir com a obra de Deus.

Não podemos negar que a obra de Deus precisa de


recursos, que precisamos ajudar a obra de Deus, mas não
por medo, nem por obrigação e nem esperando algo em
troca, mas sim como diz o apóstolo Paulo em sua segunda
carta aos Coríntios, “com amor e alegria”.

Se nós de fato queremos contribuir com a obra de


Deus, que seja feito da forma correta, como a bíblia nos
ensina, e já que aprendemos que nossas contribuições
devem ser feitas com amor e alegria, vamos ver alguns
exemplos de quando o povo ofertava sem obrigação, e
sem medo, e sem esperar algo em troca, mas
simplesmente com voluntariedade e prazer de contribuir:

1º Exemplo: (Êxodo 35:4,5,20-22,29) neste texto Moisés

112
estava para construir a tenda da congregação que depois
se tornaria no templo de templo de Salomão, ele pediu em
nome de Deus, a quem tivesse disposto a ofertar
voluntariamente para aquela obra, o texto diz que vieram
tantos homens como mulheres, todos aqueles cujo
coração se moveu, todo aquele cujo o espírito
voluntariamente o excitou.

Em Êxodo 36:3-7 mostra que o povo trazia tantas


ofertas, que foi preciso os responsáveis pela obra pedirem
a Moisés para falar com o povo que parassem de trazer
ofertas, pois estavam trazendo muito mais do que a obra
necessitava, e assim o povo foi proibido de continuar
trazendo ofertas para a obra, porque sobejava.

É interessante frisar que o povo não estava sendo


obrigado e nem ameaçado, mas convidados a ofertar
voluntariamente, é assim que os líderes de hoje deveriam
pedir ofertas, de forma voluntária e não obrigando e
ameaçando as pessoas, e é importante notar que esta
passagem é do Antigo Testamento, quando o dízimo ainda
era obrigatório, eu apenas estou tomando como exemplo,
tanto a ação dos líderes, como a reação do povo, mas não
estou impondo como doutrina, mas só para mostrar o que
113
é ação voluntária para trazer oferta para a causa da obra
do Senhor.

2º Exemplo: (1 Crônicas 29:1-9,14,16,17) agora é o rei


Davi quem mostra o seu amor sincero pela obra de Deus,
e dá como oferta voluntariamente do seu tesouro, grandes
quantias, e pergunta ao povo se haveria alguém disposto
a encher a mão voluntariamente para ajudar também na
obra de Deus, e o povo dos mais simples aos mais ricos
trazem o que podem, cada um de acordo com a sua
condição, e o texto diz que o povo se alegrou com grande
alegria porque contribuiu voluntariamente com um
coração perfeito, em seguida Davi faz uma oração e
declara que sabe que Deus prova os corações e se alegra
das pessoas que ofertam com sinceridade.

Talvez o mais interessante neste texto, seja o fato


de Davi em sua oração, dizer para Deus que tudo o que
eles estão ofertando vem das mãos do Senhor, e que tudo
pertence ao Senhor, e que estão dando a Deus o que já
pertence a Ele.

É exatamente este sentimento que devemos ter


quando ofertarmos, alegria, prazer, coração sincero,
amor, voluntariedade; mas nunca desânimo, medo, ou
114
ganância de esperar para receber algo em troca, porque é
isso que a doutrina do dízimo obrigatório e do devorador
da igreja atual, faz com você, eles tiram de você todo
sentimento sincero e de gratidão a Deus quando está
ofertando, e coloca dentro de você os piores sentimentos
de ganância, ostentação, avareza e egoísmo que Deus
condena.

3º Exemplo: (2 Coríntios 8:1-24) aqui Paulo está fazendo


uma coleta para os crentes pobres da Judeia que estão
sofrendo por conta da seca e das dificuldades que
assolavam a nação, ele ensina que:

a) independente da situação financeira eles ajudavam


com generosidade.

b) o amor dos irmãos era tão grande que eles ofertavam


acima do que podiam.

c) Paulo ensina que assim como somos fervorosos na fé,


no conhecimento, na palavra e no amor de uns para com
os outros, devemos ser fervorosos também nas
contribuições.

d) fala que os irmãos não só ofertaram, como fizeram com


vontade, pois não há proveito em ofertar sem ter vontade,
115
só para cumprir uma obrigação religiosa ou porque todo
mundo está ofertando você tem que ofertar também,
ofertar desta forma não é aceitável diante de Deus.

e) Paulo também ensina que o crente não pode ficar só na


vontade de ofertar, ele diz que se houve a vontade, deve
haver também a execução, porque muitas vezes temos
vontade de ajudar com algo, mas deixamos esfriar esta
vontade em nosso coração, ou ficamos colocando
desculpas até que a oportunidade passe, e o desejo de
ofertar desapareça.

f) ele enfatiza e diz que a oferta só será aceita se houver


vontade no coração da pessoa que ofertou, mas se foi feito
sem vontade, a igreja na verdade se serviu da oferta, mas
Deus não a aceitou.

g) ele diz também que se deve ofertar de acordo com o


que cada um tem, e não com o que não tem, por isso eu
não tenho a obrigação de dar o mesmo valor que uma
pessoa rica está dando, porque eu darei de acordo com a
minha condição, e não porque um pastor disse que eu
tinha que dar o que ele quer que eu dê, o texto mostra
claramente que não somos obrigados a dar 10% ou 20%
o texto me deixa livre para dar o quanto eu desejo e posso.
116
4º Exemplo: (2 Coríntios 9:1-13) Paulo continua fazendo
a mesma coleta e agora ele nos ensina mais coisas
importantes:

a) que cada um deve contribuir de acordo com o que você


mesmo propôs em seu coração, e não com imposição de
percentagens, ele mostra que a oferta é algo íntimo entre
o ofertante e Deus.

b) ele diz que mesmo que as ofertas sejam arrecadadas


por uma necessidade, o cristão jamais deve dar apenas
por causa da necessidade, ou mesmo com tristeza, mas
deve sempre dar com alegria, ele diz que Deus ama a
quem dá com alegria.

Eu fico pensando quantas pessoas estão dando


ofertas e dízimos sem um mínimo de alegria, mas apenas
porque se sentem obrigadas a dar, ode ter certeza que os
que assim procedem não estão agradando a Deus.

c) ele também fala que não podemos dar com avareza e


mesquinhez, mas com generosidade de acordo com a sua
condição financeira, de modo que você tenha consciência
que está ofertando o que você pode fazer de melhor, não
importa o valor se é um real ou um milhão de reais, Deus

117
não se importa com valores, mas sim com o que está no
coração do ofertante.

5º Exemplo: (Atos 4:32-37) nesta passagem vemos


exemplos da igreja primitiva ofertando como de fato lhes
era ensinado:

a) para começar, nos mostra que os irmãos tinham tudo


em comum, ou seja, todos se serviam mutuamente com
os bens que possuíam, o que era de um era de todos, seus
bens eram para servir à igreja, não havia egoísmo,
ostentação nem avareza.

b) mostra que os irmãos que tinham propriedades,


vendendo-as traziam o valor da venda e depositavam aos
pés dos apóstolos; é interessante ver que eles não faziam
o que queriam com o dinheiro dos seus bens, mas
levavam aos líderes fieis que conheciam as necessidades
da igreja. Ao vender uma propriedade eles poderiam muito
bem sair por aí, levar o dinheiro e fazer qualquer coisa
pelos pobres, mas não, eles preferiam trabalhar em
conjunto, e entregar esse dinheiro aos seus líderes, pois
confiavam e sabiam que eles fariam o que realmente tinha
que ser feito, assim as necessidades eram supridas.

118
c) imediatamente ao receber o dinheiro das ofertas, os
lideres saiam e assistiam as necessidades da igreja, de
fato davam a cada um de acordo com a sua necessidade,
supriam aos pobres e carentes, coisa que muitas igrejas
de hoje fazem o contrário; elas fazem cantinas, bazares,
almoços, feijoadas, retiros, cantinas e etc., mas vendem
para os pobres, exploram os pobres, e se eles não podem
pagar ficam sem participar; é uma vergonha.

Este exemplo deve ser imediatamente seguido pela


igreja atual, pois muitos já aprenderam que o dízimo não
é obrigatório, mas procedem de forma isolada e egoísta,
como se quisessem aparecer, ou receber elogios, faça
como vimos no exemplo acima, procure uma igreja
verdadeira e sincera que zela pela sã doutrina, e contribua
nela, ajude-a, junte suas forças financeiras a ela, assim
ninguém aparecerá, mas todos verão a verdadeira igreja
de Cristo em ação, e apenas o nome do Senhor será
glorificado, e seu santo evangelho sairá do opróbrio em
que se encontra e será honrado como foi no primeiro
século pela igreja primitiva, as igrejas heréticas são
poderosas porque unem seu recursos, não deveria a

119
verdadeira igreja de Cristo ser ainda mais unida do que as
hereges?

com o dinheiro dessas ofertas que a igreja primitiva


arrecadava, eles também assistiam a obra missionária
que era uma prioridade naquela época, eles queriam
alcançar o mundo, desejavam que todos ouvissem a
mensagem das boas novas do Evangelho a respeito de
Jesus o Messias, mas infelizmente hoje a obra missionária
está desprezada, apesar da igreja ter muito dinheiro não
querem investir em missões, não querem dar de graça os
livros, revistas, cds e dvds, tudo tem um preço, é tudo
pago, eu não tenho dúvidas que se os apóstolos tivessem
as gráficas e o dinheiro que as igrejas ricas de hoje
possuem, eles fariam milhões de cópias das suas cartas e
distribuiriam de graça pelo mundo afora, fariam com
certeza milhões de cds, dvds, livros, revistas e qualquer
outra coisa para propagar gratuitamente a santa palavra
de Deus ao mundo, e tornar conhecido as boas novas da
salvação na pessoa de nosso Senhor Jesus Cristo.

Quanto ao modo de arrecadação, como já ficou


claro para nós, era assim que eles colhiam ofertas,
ninguém era forçado a dar o que não queria, ninguém era

120
obrigado a pagar imposto de dez porcento, não haviam
apelações, ameaças de devorador, de estarem roubando
a Deus, de irem para o inferno, não haviam envelopes
ungidos, e promessas de multiplicação, era simplesmente,
voluntariamente, espontaneamente, com alegria, com
sinceridade, com amor e com prazer.

Era assim que eles investiam as ofertas, em vidas,


em ajuda aos necessitados da igreja, em atos de
misericórdia e caridade entre eles, em missões.

Estes são os mais claros exemplos de como ofertar


e de como pedir oferta da forma correta à luz da
verdadeira palavra de Deus.

O próprio Jesus nos ensinou como dar esmolas e ofertar


da forma correta:

“Guardai-vos de fazer a vossa esmola diante dos homens,


para serdes vistos por eles; aliás, não tereis galardão junto
de vosso Pai, que está nos céus. Quando, pois, deres
esmola, não faças tocar trombeta diante de ti, como fazem
os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem
glorificados pelos homens. Em verdade vos digo que já
receberam o seu galardão. Mas, quando tu deres esmola,

121
não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita; para
que a tua esmola seja dada em secreto; e teu Pai, que vê
em secreto, ele mesmo te recompensará publicamente.
“(Mateus 6:1-4).

Jesus também deixou claro que apesar da oferta


voluntária ser muito importante, ela não tem o poder de
tornar alguém bom diante de Deus, nem de perdoar
pecados; muitas pessoas vivem fazendo de tudo o que
não agrada a Deus, depois pensam que porque deram
uma oferta, vai ficar tudo limpo com Deus, como se Deus
fosse um mercenário que se vende, as ofertas precisam
ser dadas da forma correta e com as motivações corretas
como aprendemos, e ainda continuamos a aprender no
texto a seguir:

“Portanto, se trouxeres a tua oferta ao altar, e aí te


lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti,
deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai reconciliar-te
primeiro com teu irmão e, depois, vem e apresenta a tua
oferta. “(Mateus 5:23,24).

O coração do ofertante é tão importante quanto a


oferta que está dando, se seu coração estiver cheio de
ódio, intrigas, inveja e hipocrisia, o melhor a fazer é se
122
reconciliar primeiro para que depois ofereça sua oferta que
só então será aceita por Deus.

Aprenda a agir corretamente, ofertar corretamente,


esqueça o modelo que você aprendeu com a igreja
moderna e siga o modelo da palavra de Deus mostrada de
forma simples e sistemática neste livro.

Assim Deus se agradará da sua oferta, do contrário,


você continuará jogando seu dinheiro no bolso de
mercenários, desperdiçando seus recursos e
desagradando a Deus, oferte em igrejas sérias, que
realmente usam o dinheiro para a gloria de Deus e não
para dar luxo a homens, ajude de forma continua e
incansável as verdadeiras igrejas que levam o genuíno
evangelho de Cristo ao mundo.

123
CONCLUSÃO

Como pudemos ver neste livro através dos textos


bíblicos e também dos exemplos, dos próprios apóstolos,
dos pais da igreja, dos reformadores, e de pregadores
renomados na história da igreja, que de fato o dízimo não
é obrigatório, a igreja primitiva não adotou o sistema
judaico de dízimos, pois o mesmo fazia parte da lei e a lei
havia sido consumada quando Cristo a concluiu na cruz
com sua morte (Mt. 5:17; Mt. 26:26-28; Jo. 19:30; Rm.
10:4).

Para as contribuições, a igreja adotou o que Jesus


e os apóstolos ensinaram, a voluntariedade, sem
imposição de percentagem, sem pressão dos pastores,
sem ameaças, sem medo e sem esperar algo em troca,
mas, voluntariamente, espontaneamente, de acordo com
a condição de cada um e simplesmente pelo amor à igreja
e a obra de Cristo.

É isso que devemos fazer, imitar a igreja primitiva e


não o que esses pastores hereges estão implantando
atualmente, a nossa doutrina é o que está escrito no Novo
Testamento, esta é a doutrina que a igreja deve viver e

124
propagar na Nova Aliança, qualquer coisa que passar dela
deve ser rejeitado e tido como heresia, pois não podemos
acrescentar e nem tirar nada do que os apóstolos
ensinaram (Dt. 4:2; Pv. 30:5,6; I Co. 4:6).

O que temos visto nos dias atuais é um sistema de


arrecadação explorador e impiedoso que massacra e
devora as pessoas que estão presas a ele, os pastores
ensinam errado, e o povo paga a conta, e o pior de tudo é
que a finalidade do dinheiro arrecadado com exploração é
para o beneficio deles mesmos e não das ovelhas e nem
das lamas perdidas e muito menos para o avanço do
Reino de Deus.

Mas como ficou claro à luz da verdadeira doutrina


bíblica, se você não der o dízimo você não estará
roubando a Deus, não estará debaixo de maldição e nem
vai ser condenado por isso.

Seja livre da escravidão do dízimo por obrigação,


ajude a obra com quanto você deseja em seu coração,
independente de percentagem, na Nova Aliança
aprendemos que é o nosso coração movido pelo Espírito
Santo quem diz o quanto devemos dar (II Coríntios 9:7);

125
nunca dê com medo, nem esperando nada em troca, nem
por obrigação; é melhor dar com amor e alegria assim a
igreja vai se servir do seu dinheiro e Deus vai se agradar
da sua oferta, porque se você der por obrigação ou por
medo, ou esperando algo em troca o seu dinheiro vai ser
útil para a igreja, mas Deus não vai receber com amor e
alegria.

Alguns dizem que vão continuar dando o dízimo só


que agora com alegria, mas diante do que aprendemos
aqui pelas Escrituras Sagradas eu aconselho que você
esqueça esta palavra dízimo, isso não existe no
vocabulário da igreja, não anule a obra que Cristo fez no
calvário pela sua vida, não reerga a doutrina do dízimo,
apenas contribua, não precisa chamar de dízimo, chame
de oferta, de contribuição, de ajuda, enfim, mas nuca de
dízimo, e lembre-se, você não precisa de uma calculadora
para calcular a percentagem da sua, apenas ouça a voz
do Espírito Santo em seu coração e seja generoso com a
obra do Senhor, faça em espírito e em verdade assim
Deus se agradará.

126
VALE LEMBRAR QUE:

 Não somos judeus e sim gentios.

 Não seguimos a Moisés e sim a Jesus Cristo.

 Nossa religião não é o judaísmo e sim o


Cristianismo.

 Não vivemos no tempo da lei e sim da graça.

 Não guardamos a Antiga Aliança e sim a Nova.

 Não nos convertemos a uma denominação e sim ao


Evangelho de Jesus Cristo (Gl. 5:1-10).

 Devemos dar ouvidos ao que Cristo e os apóstolos


ensinaram e nunca nos mover disto, pois é a única
regra de fé e prática da igreja.

 Se nós adquirirmos esta prática judaica, estaremos


anulando o sacrifício que Cristo fez por nós na Cruz
do calvário.

127
ME MANDARAM MENTIR SOBRE O DÍZIMO

Alguns pastores estão desesperados por causa


desta verdade que está sendo revelada para as ovelhas,
a não obrigatoriedade do dízimo, eles têm tentado de
todos os modos calar esta pregação, mas não vão
conseguir, pois é algo que o próprio Deus quer que o seu
povo tome conhecimento.

Alguns pastores quando são questionados pelas


ovelhas sobre este assunto, chegam a dizer que sabem
que a doutrina do dízimo não existe mais, e que o dízimo
não é obrigatório, mas eles tem que cobrar do povo porque
devem obediência aos lideres maiorais do seu ministério,
pois se não fizerem serão expulsos do cargo eclesiástico
que exercem e perderão a congregação que dirigem;
como muitos são assalariados e sobrevivem da obra,
ficam presos a isso indo contra a sua própria consciência;
outros não querem perder a posição que alcançaram tão
arduamente dentro da denominação, enfim, a verdade é
que muitos sabem que o dízimo não é mais obrigatório e
que não deveriam cobrar dízimos do povo, mas mesmo
assim continuam cobrando.

128
Alguns até me procuram, me enviam e-mails e
tentam me convencer que eu tenho que me calar quanto
a isso, já perdi meus amigos antigos por causa desta
doutrina verdadeira.

Outro dia um certo líder me disse o seguinte: pastor


Jardel eu sei que o dízimo não é obrigatório, mas o senhor
não precisa ficar falando sobre isso, deixe as pessoas
pensarem que é; claro que ele não me seduziu, e como
ele não me convenceu, tentou persuadir um obreiro de
minha extrema confiança a me convencer, e me calar, mas
graças a Deus que este obreiro anda no mesmo Espírito
que eu, apenas me comunicou o ocorrido.

Quando eu fazia um programa de rádio, o líder


desta emissora me disse que todos os pastores, sem
exceção, estavam furiosos por causa desta doutrina, e
estavam ameaçando saírem da emissora se eu
continuasse lá, quando eu me encontrava com esses
lideres na porta do estúdio eles literalmente rangiam os
dentes para mim, me olhavam com ódio, e alguns se quer
me dava a paz do senhor, parece que estavam passando
pelo seu pior inimigo quando passam por mim.

129
Em dezembro de 2017 eu estava com meu filho em
um grande shopping center em Fortaleza, eu usava a
camisa com a seguinte frase: “o dízimo não é obrigatório”,
foi quando para minha surpresa se aproximou de mim um
cidadão e me questionou sobre esta frase, e já foi se
identificando como teólogo, disse que na bíblia de fato
ensina que as contribuições devem ser de acordo com o
coração de cada um, mas não podemos ensinar para as
pessoas que o dizimo deixou de ser obrigatório porque
senão vai virar bagunça, disse ele; ou seja, esse
camarada pode até ser teólogo, mas não passa de um
“crente” mentiroso, me mandou mentir e esconder de
vocês esta verdade, mas claro que lhe respondi com
convicções teológicas e históricas, foi quando ele se calou
e mudou de assunto.

Certa vez quando eu fui fazer nosso programa de


rádio que começava logo após o programa de um
determinando pastor, nos encontramos ainda no estúdio,
e ele gritou comigo dizendo: “as pessoas da minha igreja
não estão mais querendo dar o dízimo por causa de você!”

Outra vez, em outra emissora que tinha por diretor


o filho de um líder de um grande ministério herege, após
130
ele ouvir meu programa me chamou e disse: “se você não
mudar sua pregação, não vai poder ficar nesta emissora!”
E me ameaçou, dizendo que eles tinham amizade com
vários empresários do ramo da comunicação e que eles
fechariam as portas para eu não poder mais pregar a
mensagem que prego, minha resposta foi: eu sirvo ao
Deus vivo e todo poderoso, se eu ficar aqui pregarei toda
a verdade de Cristo e não omitirei nada; resultado? fui
expulso.

Diante de tudo isso eu me consolo como o que


disse nosso Senhor Jesus Cristo:

“Bem-aventurados sereis quando os homens vos odiarem


e quando vos separarem, e vos injuriarem, e rejeitarem o
vosso nome como mau, por causa do Filho do homem.
Folgai nesse dia, exultai; porque eis que é grande o vosso
galardão no céu, pois assim faziam os seus pais aos
profetas.” (Lucas 6:22,23).

131
CONSELHO A PASTORES E LÍDERES

Amado pastor, se este livro chegou até ao senhor,


saiba que Deus quer te abrir os olhos, é verdade que
muitos pregam que o dízimo é obrigatório e que o
devorador é demônio por pura ignorância como era o meu
caso, mas agora diante desta verdade não tem como
refutar, pois é a genuína mensagem da sã doutrina, por
tanto não fuja, aceite a verdade bíblica e pregue-a, ajude
a libertar as almas presas a este sistema corrompido de
igreja que está aí, não se preocupe com seu cargo e sua
credencial de ministro, afinal você é ministro de uma
denominação ou de Cristo? Sirva a Deus pregando esta
verdade aos pequeninos e o Senhor te dará recompensa
naquele grande Dia pode ter certeza disso.

Devemos deixar de lado toda herança que


trouxemos deste sistema religioso caído, e nos voltarmos
para o que realmente está escrito e anunciar com ousadia
a genuína palavra do Senhor, sabendo que os que se
fazem mestre receberão mais duro juízo (Tiago 3:1).

132
DIREITOS AUTORAIS

Os direitos autorais desta obra pertencem ao


Espírito Santo de Deus.

Portanto é terminantemente proibido a venda deste


livro, quem o fizer saiba que irá prestar contas com Deus
o Altíssimo, pois as palavras contidas no mesmo foram
reveladas pelo Espírito Santo, e os dons do Espírito Santo
não podem ser vendidos (Mateus 10:8).

É permitido a divulgação de partes ou de todo o


conteúdo desta obra por todos os meios de comunicação,
desde que não seja para obter lucros e que seja para a
honra e glória do nosso Deus, para a edificação da sua
santa Igreja, e para a libertação de vidas deste sistema
corrompido de igreja que se alastra por este mundo.

Em Cristo Jesus; Pastor Jardel Fernandes

Ministério Missão de Fé
133
BIBLIOGRAFIA:

- Bíblia Almeida Corrigida e Revisada Fiel.

- Robson S. Mercuri, Bach. Bacharel em Teologia pelo


Bennett – Metodista – Flamengo – RJ. Professor do STJA:
Seminário Teológico José Alfredo da Assembleia de Deus
do amor em Realengo – RJ. Ex-prof. Da universidade
bennett – metodista – R.J.

- JOSEFO, FLAVIO - (Flávio Josefo. Ant. 20,181;20, 206-


7- Jewish Encyclopedia, pág. 599).

- ENCICLOPÉDIA JUDAICA - (Jewish Encyclopedia, XII,


151b domínio publico).

- SPURGEON, CHARLES HADDON.:


¹Sermão na íntegra em inglês disponível em
<http://www.spurgeongems.org/vols46 48/chs2716.pdf>.
A citação de Croteau foi retirada deste sermão publicado
pela Pilgrim Publications.
²Sermão na íntegra em inglês disponível em
<http://www.spurgeongems.org/vols13-15/chs835.pdf>.

- CROTEAU, DAVID, A, O dr. David Croteau é professor


do Novo Testamento e do grego BA, Universidade
Estadual da Califórnia, Fresno; M.Div, Golden Gate
Baptist Theological Seminary; Th.M., Ph.D., Seminário
134
Teológico Batista do Sudeste. O Dr. David Croteau juntou-
se à faculdade do Seminário e Escola de Ministério do CIU
em 2013. Ele ensina cursos do Novo Testamento e da
Grécia. Foi professor associado de estudos bíblicos na
Universidade da Liberdade de 2006 a 2013. Ele é membro
da Evangelical Theological Society. Ele ensinou na
Tanzânia, Coréia do Sul e Índia.

- VIEIRA, JOÃO BOSCO COSTA. TCC para conclusão do


bacharelado em teologia pelo INTA (4.6 pag. 126,127). –
O Sr. João Bosco Costa Vieira é Bacharel em Teologia
pelo Instituto Superior de Teologia Aplicada – INTA.
Especialista em Direito do Consumidor e
Responsabilidade Civil, bem como em Direito Processual
Civil, é Oficial de Justiça Avaliador do Tribunal de Justiça
do Ceará.

- http://luiztarciso.net/dizimo/dizhist-html/

- CNBB 8, o livro da pastoral do dízimo da Igreja católica


apostólica Romana.

135
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