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Luiz Eduardo Araújo Braga

Potencial de utilização das águas subterrâneas pelo setor industrial do município de Uberaba-
MG

Uberaba
2015
Luiz Eduardo Araújo Braga

Potencial de utilização das águas subterrâneas pelo setor industrial do município de Uberaba-
MG

Trabalho de Conclusão de Curso


submetido à banca examinadora do
curso de Engenharia Ambiental do
Instituto de Ciências Tecnológicas
e Exatas, da Universidade Federal
do Triângulo Mineiro, como
requisito parcial para a obtenção
de grau de Engenheiro Ambiental.

Orientador: Prof. José Claudio


Viégas Campos

Uberaba
2015
Luiz Eduardo Araújo Braga

Potencial de utilização das águas subterrâneas pelo setor industrial do município de Uberaba-
MG

Trabalho de Conclusão de Curso


submetido à banca examinadora do
curso de Engenharia Ambiental do
Instituto de Ciências Tecnológicas
e Exatas, da Universidade Federal
do Triângulo Mineiro, como
requisito parcial para a obtenção
de grau de Engenheiro Ambiental.
Orientador: Prof. José Claudio
Viégas Campos
Dedico aos meus pais pelo incentivo na minha
caminhada, à minha família, principalmente,
aos meus avôs que faleceram durante esse
período, porém onde eles estiverem, sei que
estão me apoiando e também à Juliana que me
deu forças nos momentos de dificuldades
durante o meu curso.
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus por me proporcionar esse momento de imensa alegria que foi
desde o início da faculdade até o final dela.
Ao meu orientador José Claudio Viegas, por todo o incentivo, palavras de apoio, atenção
disponibilizada e suporte oferecido durante todo o trabalho desenvolvido.
Aos amigos Valdevir, Anna Laura e Giovanna, que se tornaram verdadeiros irmãos durante à
minha estada na universidade.
Aos amigos que fiz durante o curso e que se disponibilizaram a ajudar no desenvolvimento
desse trabalho.
A todos os professores do curso de Engenharia Ambiental por toda a disponibilidade de
tempo para contribuir com a minha formação.
“Que os vossos esforços desafiem as
impossibilidades, lembrai-vos de que as
grandes coisas do homem foram conquistadas
do que parecia impossível.”

Charles Chaplin
RESUMO
O município de Uberaba está localizado na região denominada Triângulo Mineiro, no estado
de Minas Gerais, tal região possui formações geológicas (Formação Serra Geral, aquífero
Bauru e aquífero Guarani) com grande potencial de fornecimento de água, porém a utilização
de água subterrânea ainda é baixa, principalmente no setor industrial, que é um grande
consumidor desse bem. Portanto, seria de grande interesse para as indústrias utilizar as águas
subterrâneas, a fim de economizar e também de evitar pressão sobre o rio Uberaba, principal
manancial superficial da região.
Diante disso, foi avaliado o custo da água subterrânea para as indústrias do município de
Uberaba-MG e também a quantidade de indústrias que usam esse bem em seus
procedimentos. Foram cadastrados 34 poços que são utilizados pelas indústrias, para 19
empresas, onde o principal aquífero captado são as rochas basálticas da Formação Serra
Geral. A partir de dados obtidos de órgãos ambientais do estado de Minas Gerais, chegou-se a
um valor de custo de água subterrânea para essas indústrias de R$ 0,15 (quinze centavos) por
metro cúbico para um regime de bombeamento de 12 horas por dia, sendo o custo com a
perfuração do poço o que mais influencia, já que compõe 36% do custo total.
Já a concessionária local (CODAU) para abastecer um empreendimento com o mesmo
volume de água cobraria R$ 4,48 (quatro reais e quarenta e oito centavos) por metro cúbico,
ou seja, a água subterrânea no setor industrial é muito mais viável economicamente, se
comparada ao fornecimento feito pela concessionária municipal.
Palavras-chave: Água subterrânea, Uberaba, Indústria
ABSTRACT
The city of Uberaba is located in the region called Triangulo Mineiro, in Minas Gerais, this
region has geological formations (Serra Geral Formation aquifer Bauru and Guarani aquifer)
with great potential for water supply, but the use of groundwater is still low, especially in the
industrial sector, which is a major consumer of those goods. It would therefore be of great
interest to industries use groundwater in order to save money and also to avoid pressure on the
Uberaba River, the main source of surface area.
Therefore, we evaluated the cost of groundwater to the industries in the city of Uberaba,
Minas Gerais and also the number of industries that use this well into their procedures.
Registered were 34 wells that are used by industry to 19 companies, where the main aquifer
are captured basaltic rocks of the Serra Geral Formation. From data obtained from
environmental agencies of the state of Minas Gerais, was the subject of a groundwater cost
value of these industries R $ 0.15 (fifteen cents) per cubic meter for a pumping system 12
hours a day, and the cost of the drilling of what most influences, as it makes up 36% of the
total cost.
Already the local utility (CODAU) to supply an undertaking with the same volume of water
would charge R $ 4.48 (four reais and forty-eight cents) per cubic meter, so the groundwater
in the industrial sector is much more economically viable as compared to the provision made
by the municipal utility.
Keywords: Groundwater, Uberaba, Industry
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Distribuição das águas na Terra .............................................................................. 13


Figura 2 – Interrelações do ciclo hidrológico. .......................................................................... 14
Figura 3 – Distribuição dos usos da água no mundo ................................................................ 17
Figura 4 – Distribuição dos usos da água no Brasil ................................................................. 18
Figura 5 – Distribuição dos usos da água em Minas Gerais ..................................................... 18
Figura 6 – Mapa de localização do município de Uberaba-MG............................................... 21
Figura 7 – Esquema do perfil vertical dos aquíferos localizados em Uberaba baseado no perfil
construtivo de um poço da COPASA instalado na cidade de Uberaba-MG ............................ 23
Figura 8 – Localização geográfica dos aquíferos brasileiros, com enfoque no aquífero Serra
Geral e aquífero Bauru. ............................................................................................................ 25
Figura 9 – Localização do Aquífero Guarani ........................................................................... 26
Figura 10 – Mapa da localização das indústrias presentes no município de Uberaba – MG, que
usam água subterrânea nas suas atividades. ............................................................................. 32
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Custos internacionais da água (não inclusos os transportes) .................................. 20


Tabela 2 – Dados do poço padrão das indústrias de Uberaba-MG .......................................... 33
Tabela 3 – Custos para a perfuração do poço padrão ............................................................... 33
Tabela 4 – Custos para a instalação do conjunto moto - bomba e adicionais .......................... 34
Tabela 5 – Tabela com todos os parâmetros relativos ao custo da água subterrânea do setor
industrial do município de Uberaba-MG. ................................................................................ 36
Tabela 6 – Composição do custo de produção do metro cúbico de água subterrânea ............. 38
LISTA DE SIGLAS
BR – Brasil
CEMIG – Companhia Energética de Minas Gerais
CIGRA – Centro das Indústrias do Vale do Rio Grande
CODAU – Centro Operacional de Desenvolvimento e Saneamento de Uberaba
DF – Distrito Federal
FIEMG – Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais
FIESP – Federação das Indústrias do Estado de São Paulo
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IGAM – Instituto Mineiro de Gestão das águas
MG – Minas Gerais
MT – Mato Grosso
PIB – Produto Interno Bruto
SESI – Serviço Social das Indústrias
SIAM – Sistema Integrado de Informação Ambiental
SUPRAM – Superintendência Regional de Regularização Ambiental
UFC – Universidade Federal do Ceará
UFTM – Universidade Federal do Triângulo Mineiro
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 13
2 JUSTIFICATIVA ......................................................................................................... 15
3 OBJETIVOS................................................................................................................. 16
4 REVISÃO DA LITERATURA .................................................................................... 16
4.1 A ÁGUA E A INDÚSTRIA......................................................................................... 16
4.1.1 Fontes de abastecimento de água para o setor industrial ....................................... 16
4.1.1.1 Sistema de abastecimento público................................................................................ 16
4.1.1.2 Sistemas de abastecimento próprio .............................................................................. 17
4.1.2 Uso industrial de água................................................................................................ 17
4.2 EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ECONÔMICO .................................................... 18
4.2.1 Teoria dos custos ........................................................................................................ 19
4.3 CUSTOS DA ÁGUA ................................................................................................... 20
4.4 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO ........................................................ 21
4.4.1 Histórico ...................................................................................................................... 21
4.4.2 Aspectos fisiográficos ................................................................................................. 21
4.4.3 Socioeconomia............................................................................................................. 26
4.4.4 Saneamento e distribuição de água potável ............................................................. 27
5 METODOLOGIA ........................................................................................................ 27
5.1 LEVANTAMENTOS PRELIMINARES .................................................................... 27
5.2 AVALIAÇÃO DO PERCENTUAL DE INDÚSTRIAS QUE UTILIZAM ÁGUA
SUBTERRÂNEA ......................................................................................................... 28
5.3 CUSTO DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS ................................................................. 28
6 RESULTADOS E DISCUSSÕES ............................................................................... 31
7 CONCLUSÃO ............................................................................................................. 38
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 40
ANEXO A – POÇOS TUBULARES INDUSTRIAIS OUTORGADOS11
13

1 INTRODUÇÃO
A quantidade total de água no planeta Terra é de aproximadamente 1.386 milhões de
km³, e esse valor tem se mantido constante ao longo dos últimos 500 milhões de anos
(REBOUÇAS, 2006).
Segundo Rodrigues (2007), as águas dos principais reservatórios da Terra têm uma
distribuição como a indicada na Figura 1. Onde se observa que 97,5% do volume total de
água estão contidas nos oceanos e mares, e apenas 2,5% é água doce. Desses 2,5%,
aproximadamente 68,9% são encontrados em calotas polares, 29,9% constituem as águas
subterrâneas e apenas 0,3% estão presentes em mananciais superficiais. Ou seja, se
considerarmos que o uso das águas está restrito aos dois últimos tipos de reservas citadas,
tem-se que 96% da água doce disponível estão presentes no subsolo.
Figura 1 – Distribuição das águas na Terra

Fonte: Pena (2015)


A movimentação de água é constante e constitui o que se denomina ciclo hidrológico,
e ocorre da seguinte forma: a água dos mananciais superficiais (estado líquido) evapora,
devido à energia solar que incide sobre eles, para a atmosfera, onde o vapor se resfria e
nuvens são formadas, quando estas já estão muito carregadas, a água retorna à superfície
terrestre, por ação da gravidade, onde parte do recurso hídrico retorna aos mananciais
superficiais e outra parte infiltra e percola no solo ou nas rochas, gerando os mananciais
subterrâneos (RODRIGUES, 2007). Essas interrelações do ciclo hidrológico são mostradas na
figura 2.
Figura 2 – Interrelações do ciclo hidrológico.

Fonte: Jacob (2015)


Segundo ÁGUA (2014), há muitos locais no mundo em que a escassez de recurso
hídrico é o motivo principal da migração da população de uma localidade para outra, exigindo
que os governantes tenham esse tema como um grande objeto de política pública. A crise
relacionada à oferta hídrica já é real e poderá se agravar devido a diversos fatores, tais como:
o crescimento demográfico, mudanças climáticas, contaminação de fontes, desperdício e
falhas no gerenciamento e organização do uso desse recurso que deveria ser tratado com mais
seriedade pelos governos, pois a falta de água afeta a saúde humana, o desenvolvimento
socioeconômico e as relações entre nações.
Ainda de acordo com ÁGUA (2014), o crescimento demográfico implica no aumento
do consumo doméstico de água, da geração de energia, da produção industrial e de alimentos,
o causa forte pressão sobre os recursos hídricos.
Neste contexto, entra a questão do uso de águas subterrâneas, que segundo Rebouças
(2006) representa uma alternativa importantíssima e muito viável para os grandes
consumidores, principalmente indústrias e atividades agropecuárias. Entretanto, a utilização
dos aquíferos deve estar atrelada à uma série de regras básicas de planejamento e gestão do
uso dos recursos, para assim evitar efeitos negativos tanto na qualidade como na quantidade
da água.
Ainda de acordo com Rebouças (2006), o Brasil é o maior detentor de água doce
superficial no mundo, contabilizando 12% do total mundial, porém, esse número tem servido
como apoio para o desperdício exacerbado, bem como para a sua desvalorização econômica e
baixa eficiência de proteção. Essa cultura tem levado o nosso a país a crises hídricas jamais
vistas, como no caso do sistema Cantareiras localizado na município de São Paulo.
Uma forma de se planejar o uso de recursos hídricos é equilibrar o uso de águas
superficiais e águas subterrâneas, para evitar a sobrecarga dos mananciais. Haja vista que no
Brasil a hidrogeologia também nos privilegiou com aquíferos de alto potencial de explotação
(aquíferos como Guarani, Alter do Chão e Urucuia).

2 JUSTIFICATIVA
O município de Uberaba é considerado um polo agropecuário no Brasil, com grandes
criadores de gado Zebu e importantes usinas de produção de cana-de-açúcar, porém, nos
últimos anos, a instalação de indústrias no município cresceu bastante, devido à posição
estratégica da cidade, situando-se a cerca de 500 km dos principais centros econômicos do
Brasil (São Paulo, Belo Horizonte e Brasília), fato que facilita o escoamento de produtos, a
instalação de cursos de engenharia na Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM) e
a possível instalação do gasoduto, que trará gás natural à município, e também proporcionará
a vinda da fábrica de amônia.
A condição hidrogeológica contribui para incentivar a explotação de águas
subterrâneas, já que de acordo com Prefeitura de Uberaba (2009), a cidade possui o aquífero
Bauru, Serra Geral, e o Guarani. Este último é a principal reserva subterrânea do continente,
abrangendo uma área de 1,2 milhões de km². Porém no município de Uberaba essa utilização
ainda é escassa, se comparada com outros locais no Brasil.
Portanto, com a industrialização que a cidade tem sofrido, é interessante que as
empresas que desejam se instalar e que já estão instaladas em Uberaba comecem a pensar que
a quantidade de água que elas utilizam, principalmente nos seus processos produtivos, é muito
elevada e pode afetar o sistema de abastecimento público que é gerido pelo Centro
Operacional de Desenvolvimento e Saneamento de Uberaba (CODAU). Então uma
importante alternativa para evitar a pressão sobre os recursos públicos é o sistema de
abastecimento próprio de águas subterrâneas, pois as águas advindas de aquíferos geralmente
apresentam uma qualidade superior em relação às águas superficiais, promovem a autonomia
das empresas com relação ao CODAU e é menos onerosa que a água superficial.
Pensando nisso, este trabalho tem como propósito mensurar um custo médio que as
indústrias do município de Uberaba têm para utilizar esse recurso subterrâneo e compará-lo
com o preço cobrado pelo CODAU, afim de demonstrar a vantagem econômica da primeira
alternativa em relação a segunda.

3 OBJETIVOS
Partindo da premissa da importância da economia e da importância da água, este
estudo tem como objetivo principal avaliar custo da água subterrânea para o setor industrial
de Uberaba.
Para atingir o que foi definido como objetivo principal pontua-se alguns objetivos
específicos do presente trabalho: fazer uma comparação entre os custos de produção da água
subterrânea para consumo industrial e o valor cobrado pela concessionária de Uberaba,
mensurar o percentual de uso dos mananciais subterrâneos em relação às outras formas de
abastecimento para a indústria e avaliar a porcentagem de influência dos componentes que
envolvem os custos para a instalação, operação e manutenção de poços tubulares no setor
industrial.

4 REVISÃO DA LITERATURA
4.1 A ÁGUA E A INDÚSTRIA
Segundo Silva e Kulay (2006), a água, por ser bastante adaptável a diversas situações,
pode ser usada em diversas aplicações na indústria, como:

 Matéria-prima e reagente;
 Solvente para outras substâncias;
 Lavagem de gases e sólidos;
 Veículo de suspensão de materiais sólidos.
 Transmissão de calor, tanto para resfriar, como para aquecer.

4.1.1 Fontes de abastecimento de água para o setor industrial


Segundo FIESP (2005), há duas fontes principais para as indústrias obterem água tanto
para seus processos produtivos, como para a o abastecimento de pessoal da empresa, e eles
estão listados abaixo:

4.1.1.1 Sistema de abastecimento público


Ocorre quando o empreendedor usa a água fornecida pela empresa de abastecimento
local, no caso de Uberaba o CODAU é a empresa responsável por esse serviço.
A vantagem desse sistema, em tese, é a segurança em relação à qualidade da água
fornecida, porém essa facilidade está atribuída a uma desvantagem, que é o alto custo pago
pelo serviço, fato bastante desinteressante para os setores industrial e agropecuário, que
trabalham com margem de lucro.

4.1.1.2 Sistemas de abastecimento próprio


Uma alternativa ao sistema descrito anteriormente é o abastecimento realizado pela
própria indústria através da exploração de águas superficiais ou subterrâneas.
Em termos do uso das águas superficiais, as vantagens são a autonomia com relação às
concessionárias, que por muitas vezes passam por problemas na rede e interrompem o
abastecimento prejudicando o segmento industrial. Porém, a desvantagem é o aumento da
responsabilidade na gestão da água, que envolve a implantação de um sistema de captação
superficial e de tratamento caro.
Em termos de explotação das águas subterrâneas, as principais vantagens são: a
qualidade das águas captadas que normalmente são superiores às de mananciais superficiais e
um aparato para captação de água mais simplificado, reduzindo os gastos com o
abastecimento. Essa fonte já é utilizada por 95% das indústrias presentes na Região
Metropolitana da cidade de São Paulo.

4.1.2 Uso industrial de água


Segundo Caetano (2010), o segmento industrial é responsável por 21% do uso
mundial de água, enquanto no Brasil, apenas 17% está sendo usado para este fim. Já em
Minas gerais, cerca de 11% do consumo de água é para esse fim (MINAS GERAIS, 2011).
Conforme as figuras 3,4 e 5.
Figura 3 – Distribuição dos usos da água no mundo

Fonte: adaptado de APROVEITAMENTO (2015)


Figura 4 – Distribuição dos usos da água no Brasil

26%
Consumo Humano
43% Consumo industrial
Consumo agrícola
17%

Fonte: Adaptado de Caetano (2010).

Figura 5 – Distribuição dos usos da água em Minas Gerais

11%
22%
Consumo Humano
Consumo industrial
11% Consumo agrícola
Mineração
56%

Fonte: Adaptado de Minas Gerais (2011)

Segundo Silva e Kulay (2006), há duas classes diferentes de usos da água no setor
industrial como matéria-prima, onde o recurso hídrico está incorporado ao produto final
(bebidas e alimentos, por exemplo) e auxiliar, em que a água pode ser um meio para
transportar materiais, incorporar ou remover calor, retirar impurezas indesejadas nos insumos
a serem incorporados nos processos produtivos, gerar energia elétrica, abastecer os
funcionários ou diluir o esgoto.

4.2 EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ECONÔMICO


Hoje em dia a economia é uma área do conhecimento bastante complexa e que trata do
desenvolvimento das nações, da inflação de preços da produção, desemprego, uso de recursos
escassos entre tantas outras vertentes. Porém quando o conceito de economia foi criado, ela
era usada apenas na administração doméstica, como definiu Aristóteles (384-322 a.C.)
“Economia, a ciência do abastecimento, que trata da arte da aquisição”(MARQUES, 2013).
Com o passar do tempo, a economia ganhou maior importância com o começo de
novas formas de organização, como os sistemas de posse territorial, a arrecadação tributária, a
exploração das fazendas, a concessão de mercados, a cunhagem e o emprego de moedas.
Porém, o pensamento econômico só ganharia grande espaço no período pós-renascentista,
quando os chamados burgueses (empresários) emergiram perante a sociedade, as nações se
desenvolveram e começaram a implantar a lógica capitalista e houve a descoberta da
América, que fornecia diversos produtos à Europa em grandes quantidades (ROSSETTI,
1984).
No século XVIII a economia foi elevada ao patamar de ciência e alguns importantes
autores começam a escrever sobre o tema na França e na Inglaterra e definem seu conceito
clássico, que volta todas as atenções para o crescimento econômico a longo prazo e também a
influência da distribuição de renda no crescimento de uma nação, através dos três grupos de
atividade econômica: formação, distribuição e consumo das riquezas (ARAUJO, 1995).
As definições clássicas se mantiveram até o final do século XIX, quando surgiu a
escola Neoclássica, onde a matemática foi introduzida na economia e passou-se a estudar a
relação de produção entre as pessoas e o produto produzido, preocupados com a alocação
ótima dos recursos. Essas relações podem ser chamadas de produtividade. Consideram a
sociedade sem distinção de classes, com apenas dois estratos: um familiar, fornecedor de
fatores de produção e outro produtivo fornecedor de bens e serviços. Supõem um mundo de
concorrência perfeita (ARAUJO, 1995).
Em 1932, Lionel Robbins conceitua a economia como sendo “a ciência que estuda as
formas do comportamento humano, resultantes da relação existente entra as ilimitadas
necessidades a satisfazer e os recursos que, embora escassos, se prestam a usos alternativos”
(ROSSETTI, 1984).

4.2.1 Teoria dos custos


Abaixo, serão apresentadas algumas conceituações feitas por Martinez (2013):
 Gasto: Compra de um produto ou serviços, que promove sacrifício financeiro para
a entidade, que é representado pela entrega ou promessa de entrega de ativos
(normalmente dinheiro);
 Desembolso: Pagamento para adquirir um bem ou serviço;
 Investimento: Gasto visando a benefícios futuros;
 Custo: Gasto relativo à bem ou serviço usado para produzir outros bens ou
serviços;
 Despesa: Bem ou serviço consumindo, visando à geração de receitas;
 Perda: Bem ou serviço consumido de forma anormal ou involuntariamente.
4.3 CUSTOS DA ÁGUA
Segundo Rebouças (2006), a globalização da economia, bem como a crise dos
recursos hídricos que o mundo enfrenta, possibilitou uma análise mais profunda dos custos de
cada alternativa existente para obtenção de água, já que ela é essencial para o bem-estar de
todos os segmentos da sociedade. Pensando nesses fatos, o autor já citado trás uma tabela com
os custos internacionais da água, que é o assunto de maior interesse do presente trabalho.
Tabela 1 – Custos internacionais da água (não inclusos os transportes)
Tecnologias Custos (US$/mil m³)
Captação de rios (só armazenamento) $123 a $246
Osmose Reversa (água salobra) $120 a $397
Eletrodiálise $276 a $537
Reuso de esgoto doméstico $200 a $485

Captação de água subterrânea (poços tubulares) $80 a $88

Fonte: Adaptado de Rebouças (2006)


Os custos para obtenção de águas subterrâneas é um assunto ainda pouco pesquisado
no mundo de uma forma geral, porém Ebarvia (2003) realizou um estudo na município de
Manila, capital das Filipinas, através da metodologia dos custos marginais, que incluem custo
marginal de produção, custo marginal de uso e custo marginal externos. O primeiro inclui os
investimentos, a operação, a manutenção, o crescimento da demanda e a taxa anual de juros.
O segundo inclui o custo de reposição, o preço e o tempo de substituição da tecnologia
existente, além da taxa de juros aplicada ao investimento. E o terceiro é o mais difícil de
mensurar, pois diz respeito à valoração ambiental que influi no processo de produção da água
subterrânea.
No Brasil, o primeiro estudo realizado nessa área do conhecimento foi apresentado no
1º Congresso Brasileiro de águas subterrâneas por Rebouças e Sinelli (1980), e obteve um
valor de custo para produção de água de Cr$ 1,65/m³ (um cruzeiro e sessenta e cinco
centavos), que segundo Intelect Gerenciamento Financeiro (2015), ao convertermos esse valor
para real, temos R$ 0,0000000001/m³. Esse preço ínfimo obtido deixa claro que os recursos
hídricos subterrâneaos eram pouco valorizados no Brasil, já que nosso país sempre foi
considerado uma potência em relação à quantidade de águas superficiais.
Mais recentemente no nosso país, Gomes, Cavalcante e Lemos (2013) realizaram um
estudo no campus Universitário do PICI/UFC, localizado no Estado do Ceará, cujo objetivo
era determinar o custo anual de produção de água subterrânea, através da metodologia
descrita por Tancredi (1996), Vidal (2003) e Koury (2006) em seus trabalhos. Esse
procedimento baseia-se no uso de matemática financeira para a determinar parâmetros
importantes que contribuem para a obtenção do preço do metro cúbico do recurso hídrico
subterrâneo explotado.

4.4 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO


4.4.1 Histórico
A cidade de Uberaba tem sua origem na ocupação do Triângulo Mineiro, que
pertencia ao Estado de Goiás até 1816. O local passou a ter grande importância na época do
domínio português no Brasil, já que encontrava-se próximo à Estrada Real, que era uma
importante articulação para enraizar a colonização portuguesa, bem como uma alternativa
para a produção e escoamento dos minerais preciosos. Posteriormente, a expedição do filho de
Anhanguera fundou em 1725 o povoado de Vila Boa de Goiás (CASANOVA, 2015).
Com o passar do tempo, um grande número de pessoas soube das condições propícias
de Uberaba e imigraram para o local. O arraial cresceu e grandes latifúndios foram formados
devido ao baixo valor da terra e isenção de impostos sobre elas, reunindo agricultores,
pecuaristas e comerciantes, fato que viabilizou a elevação do arraial à condição de Vila de
Santo Antônio de Uberaba em 1836 (CASANOVA, 2015).
A importância regional da Vila de Santo Antônio de Uberaba já era tanta, que em 1856
ela foi elevada ao título de município, tornando-se um grande centro comercial ajudado pela
implantação da Estrada de Ferro em 1889, que facilitou a imigração europeia para o
município e o desenvolvimento da pecuária zebuína (CASANOVA, 2015).
Ainda de acordo com Casanova (2015), no século XX, a município se desenvolveu
através do crescimento da agricultura, da pecuária, da indústria e do comércio. Hoje Uberaba
é uma economia dinâmica e diversificada, englobando comércio, parque industrial e
tecnológico, além da força da agropecuária sempre presente na região.

4.4.2 Aspectos fisiográficos


O munícipio de Uberaba se localiza no sudoeste do estado de Minas Gerais, na região
sudeste do Brasil, mais precisamente nas coordenadas UTM zona 23K 191956,64 mE
7813803,51 mS como pode ser observado na Figura 4 (UBERABA,2009).
Figura 6 – Mapa de localização do município de Uberaba-MG
Fonte: Adaptado de IBGE (2015)
O relevo se caracteriza como uma planície de deposição com material oriundo das
altas cadeias advindas da região de Araxá (Serra da Canastra) (CASANOVA et al., 2013).
Os cursos mananciais superficiais pertencem às bacias dos rios Grande e Paranaíba.
Destacam-se como cursos d’água de maior extensão e volume, os rios Araguari, Cabaçal,
Claro, Estiva, Grande, Tijuco, Uberaba e Uberabinha (UBERABA, 2009).
Uberaba possui clima tropical chuvoso, sendo a estação seca de junho a agosto e a
estação úmida de novembro a março. Abril, maio, setembro e outubro são meses de transição
entre as duas estações. A temperatura média anual é de 22,2 °C (entre 30,2°C e 17,2°C), a
precipitação média anual é de 1400 mm (UBERABA, 2009).

4.4.2.1 Hidrogeologia
Segundo Melo (2002) a município de Uberaba se caracteriza por rochas areníticas do
Grupo Bauru (Formação Uberaba), sotopostas as rochas basálticas da Formação Serra Geral
que cobrem os arenitos do aquifero Guarani (Formação Pirambóia). A figura abaixo
esquematiza toda essa situação que foi descrita acima:
Figura 7 – Esquema do perfil vertical dos aquíferos localizados em Uberaba baseado no perfil
construtivo de um poço da COPASA instalado na cidade de Uberaba-MG

Fonte: Melo (2002)

4.4.2.1.1 Aquífero Bauru


Este aquífero é formado pelas rochas do Grupo Bauru que pertencem à Bacia
Sedimentar do Paraná e abrange os Estados de Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, São Paulo
e Paraná, como é mostrado pela figura 8. Possui uma área de 353.420 km² e é formado por
rochas sedimentares dos Grupos Bauru e Caiuá (MELO, 2002).
O Grupo Bauru compreende as Formações Marília, Uberaba e Vale do rio do Peixe. A
primeira constituída por arenitos grosseiros e conglomeráticos, com grãos angulosos, teor de
matiz variável, seleção pobre, ricos em feldspatos, minerais pesados e minerais instáveis. A
Formação Uberaba é constituída por rochas sedimentares derivadas de fontes vulcânicas
preexistentes e associadas a outras fontes não vulcânicas, com baixa seleção e granulometria
de areia bastante variável. A maior extensão superficial é ocupada pela Formação Vale do Rio
do Peixe, constituída de estratos de espessura submétrica, de arenitos intercalados com siltitos
ou lamitos arenosos, de contatos não ou pouco erosivos. Os arenitos são muito finos e com
origem eólica (antigos desertos) (MELO, 2002).
De acordo com CPRM (2012), os poços perfurados na região do triângulo mineiro,
que explotam água desse aquífero possuem profundidade entre 12 e 598 metros, com vazões
variando entre 0,46 e 112 m³/h, transmissividade média de 68,34 m²/dia, condutividade
hidráulica entre 0,002 e 3,66 m/dia e um coeficiente de armazenamento de 0,12.

4.4.2.1.2 Aquífero Serra Geral


Esta formação pertence à Bacia Sedimentar do Paraná e abrange os Estados de Minas
Gerais, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina e possui
área de 1.200.000 km², como é mostrado pela figura 8.
A Formação Serra Geral é composta essencialmente de rochas magmáticas vulcânicas
como basaltos toleíticos e andesitos basálticos. As estruturas primárias são contatos
interderrames; zonas de basalto preenchidas principalmente por calcita, quartzo e zeólitas;
áreas de basalto compacto, geralmente diaclasados, característicos de zonas de exclusão, além
de tratos de base de derrame, raramente vesicular, com fraturas paralelas ao contato.
Associados ao mesmo ciclo de vulcanismo ocorrem diques e soleiras de diabásio, faixas
fraturadas, com juntas e falhas, diques de arenito injetados, tufos vulcânicos e aglomerados
(SILVA, 2007).
Segundo Melo (2002), na região do triângulo mineiro, o aquífero Serra Geral possui
uma espessura média de 107,3 m, com vazão média de 16,92 m³/h e vazão máxima de 90
m³/h. Os outros parâmetros hidrodinâmicos relativos a essa formação foram retirados do
estudo feito por Dias (2013), na cidade de Carlos Barbosa (RS), que revelaram que nessa
região a Formação Serra Geral possui uma capacidade específica em torno de 0,5 m³/m/h, a
transmissividade com grande variação entre 0,1 e 1,0 m²/h.
Figura 8 – Localização geográfica dos aquíferos brasileiros, com enfoque no aquífero Serra
Geral e aquífero Bauru.

Fonte: Adaptado de Associação Brasileira de Águas Subterrâneas (2015)

4.4.2.1.3 Aquífero Guarani


O aquífero Guarani é um enorme reservatório de água doce, fica localizado na bacia
do Paraná, ocupando uma área de 1.200.000 km², em quatro países: Uruguai, Argentina,
Paraguai e Brasil, conforme figura 9 (FIESP, 2005).
Figura 9 – Localização do Aquífero Guarani

Fonte: Editoria (2013)


Da área total, 840.000 km² pertencem ao Brasil e estão divididos em 8 estados: Mato
Grosso do Sul, Rio Grande do Sul, São Paulo, Paraná, Goiás, Minas Gerais, Santa Catarina e
Mato Grosso. A população estimada na parte brasileira do aquífero é de 15 milhões de
habitantes (FIESP, 2005).
Ele é formado por sedimentos arenosos que foram depositados há 150 milhões de anos
num local com características de deserto. No Brasil ele também recebe o nome de Formação
Botucatu e possui várias espessuras, desde fontes de água na superfície até 1800 metros de
profundidade (RODRIGUES, 2007).
Segundo Melo (2002), em Uberaba há 3 poços que captam água desse aquífero,
possuindo uma profundidade média de 583 m, nível estático e dinâmico médio de 168 m e
271 m respectivamente e também uma vazão média de 231 m³/hora, sendo esses os únicos
parâmetros hidrodinâmicos encontrados acerca do aquífero Guarani no município, devido a
escassez de estudos. Porém, através do estudo publicado pela revista Caminhos de Geografia
(2010), foi possível levantar outros parâmetros deste aquífero no estado de São Paulo, tais
como: porosidade média de 16%, condutividade hidráulica entre 0,01 e 4,6 m/dia,
transmissividade entre 65 e 240 m²/dia e coeficiente de armazenamento entre 4x10-5 e 2x10-4.

4.4.3 Socioeconomia
Uberaba é o 8° município mais populoso de Minas Gerais, com cerca 295.988
habitantes de acordo com IBGE (2010). A cidade é um polo econômico regional e sua
participação no PIB estadual vem crescendo (UBERABA, 2009).
O município é um importante centro de medicina veterinária e zootecnia sendo
responsável por 50% da produção nacional de sêmen de boi. Confirmando o que já foi dito
anteriormente de que a município constitui-se por uma economia diversificada, onde o setor
industrial e de serviços em franca expansão (UBERABA, 2009).
Há três distritos industriais no município onde estão localizadas grandes indústrias,
como a Satipel, GMinas, Fosfértil (UBERABA, 2009).

4.4.4 Saneamento e distribuição de água potável


O serviço de saneamento e de distribuição de água potável em Uberaba é vinculado ao
Centro Operacional de Desenvolvimento e Saneamento de Uberaba (CODAU), autarquia
municipal vinculada diretamente ao Gabinete do Prefeito (UBERABA, 2009).
Há três poços que abastecem a população uberabense, porém a vazão utilizada por
eles, de acordo com um estudo realizado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico e
Turismo de Uberaba, no ano de 2009, é de 4730400 m³/ano, com um regime de bombeamento
de 20 horas por dia, enquanto que a produção advinda de manancial superficial é de 43519680
m³/ano, ou seja, apenas 16 % do serviço fornecido pela concessionária provem de água
subterrânea (UBERABA, 2009).

5 METODOLOGIA
5.1 LEVANTAMENTOS PRELIMINARES
Os primeiros dados obtidos foram os levantamentos bibliográficos já expostos
anteriormente, principalmente os estudos realizados no Brasil que contemplam o tema
estudado nos quais a metodologia a ser descrita se baseou.
Posteriormente, foi feito um levantamento das indústrias instaladas em Uberaba, com
o suporte do SESI (Serviço Social da Indústria) que indicou o site do cadastro industrial feito
pela FIEMG (Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais) e o site de associados da
CIGRA (Centro das Indústrias do Vale do Rio Grande).
Subsequentemente, obtiveram-se os dados de outorgas de águas subterrâneas e
superficiais do Estado de Minas Gerais, que são disponibilizados pela SUPRAM
(Superintendência Regional de Regularização Ambiental) no seu site para elencar quais
indústrias localizadas no município fazem o uso de águas subterrâneas.
A partir da compilação e organização de todas as informações adquiridas através das
fontes citadas acima, confeccionou-se um mapa com a ajuda do software Arcgis, onde todas
as indústrias que utilizam de águas subterrâneas foram georreferenciadas para demonstrar a
localização dos poços tubulares estudados.
Com todos esses dados armazenados, procedeu-se com a aquisição de informações
mais específicas de cada poço tubular, tais como diâmetro do poço, consumo mensal de água,
profundidade de perfuração e o tempo de uso por dia.

5.2 AVALIAÇÃO DO PERCENTUAL DE INDÚSTRIAS QUE UTILIZAM ÁGUA


SUBTERRÂNEA
Esta parte da metodologia consiste na determinação do percentual de indústrias que
possuem captação de água subterrânea regularizada perante o órgão ambiental, se comparado
ao total de indústrias presentes na município e pode ser obtido de acordo com a seguinte
equação:

IAS
%AS= . 100 (1)
IT

Em que %AS é a porcentagem de indústrias que usam água subterrânea; IAS é o


número de indústrias que usam águas subterrâneas; e IT é número total de indústrias
instaladas no município de Uberaba-MG.

5.3 CUSTO DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS


Primeiramente, procedeu-se com a média aritmética dos parâmetros apresentados no
último parágrafo do item 5.1, para definir o poço padrão que representa as características
gerais dos poços tubulares instalados pelo setor industrial na município de Uberaba – MG.
Com a definição do poço padrão, calculou-se o custo da água, através da metodologia
que foi desenvolvida e utilizada por Vidal (2003) e também por Gomes, Cavalcante e Lemos
(2013), ela preconiza que a produção de água remete a investimentos que diluem-se ao longo
do tempo, portanto se faz necessário o uso de matemática financeira para calcular o referido
custo num tempo qualquer.
O custo total de produção é descrito através do somatório do custo de cada uma das
etapas necessárias para ocorrer a explotação do recurso hídrico subterrâneo, para um
determinado período de tempo, no caso do presente trabalho, esse período será 20 de anos, e
os custos de cada etapa é resumido pela seguinte equação:
CTP =AP +AB +ACB +CEE +COM (2)

Em que CTP é o custo total de produção; AP é a amortização do custo de perfuração do


poço ao longo da sua vida útil; AB é a amortização do custo da bomba; ACB é a amortização do
custo para construção da casa de bomba e da instalação dos equipamentos elétricos; CEE =
Custo da energia elétrica; COM é o Custo de operação e manutenção do poço produtor. Sendo
todos os parâmetros em R$/ano.

O custo de geração da água foi mensurado pel a relação entre custo total de
produção e o volume explotado de recurso hídrico no mesmo período de tempo, cuja equação é
representada por:

CTP
CPA = (3)
QT

Em que CPA é o custo de produção da água , em R$/m³; CTP é o custo total de


produção, em R$/ano e QT é o volume total produzido, em m³/ano.

Segundo Vidal (2003), pela matemática financeira, a equação para o cálculo da


amortização de um bem, considerando a sua vida útil, é dada por:

(1+i)n
FA =i [(1+i)n −1] (4)

Em que FA é o fator de anualização do bem ao longo da vida útil; i é a taxa de juros, em


%/ano e n é a vida útil do bem, em anos.

Para o cálculo da amortização do custo da perfuração do poço padrão usou-se a


seguinte equação:

AP =PP x FA (5)
Em que AP é a amortização do custo de perfuração do poço ao longo da sua vida útil, em
R$/ano; PP é o preço da perfuração do poço, em R$ e FA é o fator de amortização do bem.

O cálculo da amortização do preço custo da casa de bomba e instalação de


equipamentos foi realizado da seguinte maneira:

ACB = PCB X FA (6)

Em que ACB é a amortização do custo da casa de bombas, em R$/ano; PCB é o preço da


casa de bombas atualmente, em R$ e FA = Fator de Anualização do bem ao longo da vida útil.

Para se calcular o preço atual de cada uma das bombas a serem usadas no horizonte de
uso do poço, usa-se a seguinte equação:

P
PBn = [(1+i)T ] (7)

Em que P é o custo inicial da bomba, em R$; PBn é o valor presente da bomba futura
de número n, em R$; i é a taxa de juros, em %/ano e T é o tempo em que a bomba foi
instalada após a perfuração do poço.

O cálculo da amortização do preço das bombas procedeu-se da seguinte maneira:


AB = PBT X FA (8)

Em que AB = Amortização do preço das bombas [R$/T]; PBT = Somatório dos PBn de
todas as bombas [R$]; FA = Fator de Amortização do bem ao longo da vida útil.

O custo da energia elétrica gasta em um ano para operar o poço foi calculado a partir
da potência nominal da bomba, do tempo de bombeamento e do preço do quilowatt-hora
cobrado pela concessionária do estado de Minas Gerais, a CEMIG (Companhia Energética de
Minas Gerais). Esta descrição pôde ser aplicada através da equação abaixo:

CEE = Pot x t B xPEE (9)


Em que CEE é o custo da energia elétrica, em R$; POT é a potência nominal da bomba,
em kW; tB é o tempo de bombeamento, em horas e PEE é o preço do quilowatt, em R$/kWh.
E por fim, segundo Vidal (2003), o custo com operação e manutenção de um poço
pode ser considerado como sendo 5% do valor gasto com a perfuração do mesmo.

COM = 0,05 x (P + PCB ) (10)

Em que COM é o custo de operação e manutenção, em R$; P é o custo com a perfuração


do poço, em R$ e PCB é o custo da casa de bomba e seus equipamentos, em R$.

Posteriormente, calculou-se o preço da tarifa cobrada pelo CODAU para comparar o


valor com o custo da água subterrânea.

6 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Para compilar os dados dos poços industriais do município de Uberaba, utilizou-se o
site da SUPRAM, que forneceu uma tabela com as informações até 2011. Enquanto que os
poços outorgados após esse ano foram obtidos com a análise de todas as portarias de 2012 até
2015. Posteriormente esses dados foram filtrados, para identificar quais os poços são voltados
para o consumo industrial.
Porém, nem todas as informações necessárias estavam presentes na tabela e nas
portarias fornecidas pela SUPRAM, logo, consultou-se o Sistema Integrado de Informação
Ambiental (SIAM), onde ao inserir o número do processo de outorga de cada um dos poços
estudados, obteve-se o acesso aos relatórios técnicos com todos os dados necessários para a
conclusão do trabalho. Contudo, durante a consulta, percebeu-se que os processos anteriores
ao ano de 2005 não estavam mais cadastrados no SIAM, e, portanto, decidiu-se pela exclusão
desses poços, ou seja, de um total de 52 outorgas encontradas, 18 foram retirados, restando,
34 pontos de análise que são listados no ANEXO A.
Subsequentemente, com o auxilio do cadastro industrial de Minas Gerais realizado
pela FIEMG, obteve-se o número de 318 indústrias em funcionamento em Uberaba-MG,
sendo que, apenas 19 delas fazem uso de água subterrânea em seus processos, logo, pela
equação 1, cerca de 6% das indústrias instaladas no município usam esse recurso,
demonstrando como esse bem ainda é pouco utilizado por essa parcela da sociedade
uberabense.
Com o auxilio do software arcgis e de mapas do município, zona urbana, estradas e
rios localizados na região de Uberaba, disponibilizados pelo IBGE, além das coordenadas
geográficas obtidas através da SUPRAM, produziu-se um mapa, onde todos os
empreendimentos que foram objetos do estudo estão georreferenciados, (Figura 10).
Assim como na maioria dos municípios, em Uberaba, as indústrias não se aglomeram
dentro da zona urbana, mas sim nos distritos industriais, que estão localizados fora dessa
zona. No caso de Uberaba, têm-se os distritos industriais I e II a norte do município, próximos
à BR-050, a uma distância de 7 km do centro da cidade, e englobam indústrias do ramo de
couro, têxtil, mecânica e de agronegócios. Enquanto sul, quase na divisa entre os estados de
SP e MG, a uma distância de 20 km do centro da cidade, localiza-se o Distrito industrial III,
contendo indústrias químicas e de fertilizantes, principalmente.

Figura 10 – Mapa da localização das indústrias presentes no município de Uberaba –


MG, que usam água subterrânea nas suas atividades.

Fonte: Adaptado de IBGE (2015)


Após a confecção do mapa, procedeu-se com o cálculo da média de horas de uso do
poço em um dia, o número de meses de uso do poço em um ano, consumo mensal,
profundidade e diâmetro, definindo assim a característica do poço padrão das indústrias
localizadas em Uberaba. Tabela 2.

Tabela 2 – Dados do poço padrão das indústrias de Uberaba-MG


horas/dia 11,80
meses/ano 12,00
consumo mensal (m³/mês) 3984,45
profundidade (m) 116,32
diâmetro (polegadas) 6
Fonte: Do autor (2015)
A principal característica desse poço é que ele retira água do aquífero Serra Geral.
Esses dados foram enviados a uma empresa especializada na perfuração de poços
tubulares profundos. Após alguns dias, ela encaminhou o orçamento detalhado (tabelas 3 e 4)

Tabela 3 – Custos para a perfuração do poço padrão


ITEM ESPECIFICAÇÃO UNID QUANT UNIT TOTAL R$

1.0 TRANSP. /INSTAL. /SONDA UN 01 900,00 900,00


2.0 PERFURAÇÃO EM 8” SOLO/SEDIMENTAR
A) De 00 a 24 metros M 24 100,00 2.400,00
3.0  PERFURAÇÃO EM 6” ROCHA SÃ
A) De 24 a 50 metros. M 26 90,00 2.340,00
B) De 50 a 120 metros. M 70 112,00 7.840,00
C) De 120 a 170 metros --- 140,00
4.0  REVESTIMENTO
A) Tubo de aço calandrado de86” (tubo de boca) M 02 140,00 280,00
B) Tubo de aço de revestimento DIN 2440 6” M 24 90,00 2.160,00
C) Tubo geomecanico nervurado 4 ½” M --- 70,00 ---
5.0  FILTROS
A) Tipo PVC geomecânico ou aço de 4 ½” M --- 80,00 ---
6.0  Pré-Filtro
A) Tipo Pérola selecionado de 1 a 2 mm. SC --- 32,00 ---
7.0  DESENVOLVIMENTO E LIMPEZA
A) Com compressor de ar de 750 pcm H 02 150,00 300,00
B) Produto químico de limpeza. LT 20 15,00 300,00
8.0  ENSAIO E TESTE DE VAZÃO
A) Com compressor de ar de 750 pcm H 01 200,00 200,00
9.0 CIMENTAÇÃO ANULAR: SANITÁRIA UN 01 80,00 60,00
10.0 LAJE DE PROTEÇÃO SANITARIA UN 01 80,00 80,00
11.0 TAMPA DE PROTEÇÃO 6” AÇO UN 01 80,00 80,00
12.0 DOC. TÉCNICA FINAL CONSTRUTIVA e UN 01 180,00 180,00
ART
13.0 ANÁLISE QUIMICA E BACTERIOLOGICA UN 01 440,00 opcional
Total estimado para 120 metros de profundidade R$ 17.120,00
Fonte: Menezes (2015).
Tabela 4 – Custos para a instalação do conjunto moto - bomba e adicionais
ESPECIFICAÇÕES
01 Moto bomba submersa marca Leão ou similar de 2,0 HP trif. 380 v diam. 4” inox
01 Painel de comando trif. 380 volts STD
70 Metros de cabo elétrico PP 3 x 2,5 mm
60 Metros de tubo pvc de 1 ¼” com luva de emenda galv.
62 Metros de corda polipropileno 12 mm
01 Braçadeira de segurança de 1 ¼” ou tampa reforçada
01 Material de isolamento, instalação no local e transporte
Previsão de custos p/ o conjunto de bombeamento  R$ 5.350,00
Fonte: Menezes (2015)
Com o orçamento do poço e da bomba já definidos, procedeu-se com cálculo do custo
da água subterrânea para as indústrias em Uberaba – MG, de acordo com a metodologia
explicitada no capítulo anterior.
O primeiro passo para calcular o custo da água foi estimar a despesa total anual da
produção do poço padrão, denominado de Custo Total de Produção (CTP), a partir da equação
2. Neste cálculo foram considerados os valores decorrentes da amortização da obra e da
unidade de bombeio e os gastos com energia elétrica, operação e manutenção do sistema.
De acordo com a tabela 4, o poço padrão teve um custo de perfuração de
aproximadamente R$ 17.120,00 (dezessete mil cento e vinte reais), enquanto a bomba
instalada custa cerca de R$ 1.767,00 (mil setecentos e sessenta e sete reais).
Através da equação 4, calculou-se o fator de amortização para um determinado bem ao
longo de sua vida útil, ou seja, diluiu-se o custo desse equipamento ao longo dos anos de sua
operação. Para essa equação, adotou-se a taxa básica de juros da economia brasileira, que
atualmente é de 14,25 % ao ano. O motivo para adotá-la foi a dificuldade para definir o valor
dos juros que seriam cobrados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) para
investimentos privados em perfuração de poços.
A vida útil de um poço e de uma bomba, segundo Gomes, Cavalcante e Lemos (2013),
é de 20 anos e 5 anos, respectivamente. Com esses dados chegou-se a um valor de 0,15 para o
fator de amortização (FA).
A seguir, calculou-se a amortização para a perfuração do poço pela equação 5, sendo
FA = 0,15 e o preço de perfuração do poço (PP) = R$ 17.120,00 (dezessete mil cento e vinte
reais), chegou-se ao valor de R$ 2.568,00 (dois mil quinhentos e sessenta e oito reais) para a
amortização do poço (AP).
Como a vida útil de cada bomba é de 5 anos e o poço funcionará por 20 anos, logo,
serão necessárias 4 bombas ao longo do tempo de funcionamento, portanto, aplicando a
equação 6, obteve-se os seguintes valores: PB1 = R$ 1.767,00 (mil setecentos e sessenta e sete
reais), para T = 0; PB2 = 907,73 (novecentos e sete reais e setenta e três centavos), para T = 5;
PB3 = R$ 466,31 (quatrocentos e sessenta e seis reais e trinta e um centavos), para T = 10; PB4
= R$ 239,55 (duzentos e trinta e nove reais e cinquenta e cinco centavos), para T = 15. E,
portanto o PBT = R$ 3.380,59 (três mil trezentos e oitenta reais e cinquenta e nove centavos).
Subsequentemente, calculou-se a amortização do preço das 4 bombas, através da
aplicação da equação 8, onde encontrou-se o valor de R$ 517,80 (quinhentos e dezessete reais
e oitenta centavos).
O Próximo passo foi determinar a amortização do preço da casa de bomba e dos
equipamentos necessários para o perfeito funcionamento do poço, que segundo a empresa
perfuradora é de R$ 3.583,00 (três mil quinhentos e oitenta e três reais), portanto, ao aplicar a
equação 6, chegou-se ao valor de R$ 548,80 (quinhentos e quarenta e oito reais e oitenta
centavos).
Posteriormente, calculou-se os custos operacionais do poço, sendo o primeiro deles, o
gasto que a empresa tem com a energia elétrica consumida pela bomba, calculada através da
equação 9, considerando que a potência da bomba 1,5 kW, o tempo de bombeamento médio
das indústrias em Uberaba é de 12 horas por dia, totalizando 4307 horas por ano e o preço
cobrado pela CEMIG para consumidores de média tensão, como é o caso das indústrias da
município de Uberaba, é de R$ 0,37 (trinta e sete centavos) por kWh, portanto, o custo com
eletricidade em um ano de funcionamento foi de R$ 2.390,56 (dois mil trezentos e noventa
reais e cinquenta e seis centavos).
Por fim, o custo com a operação e a manutenção do sistema, ao longo de sua vida útil,
é de 5% da soma do valor da perfuração do poço (R$17.120,00) e da casa de bomba
(R$3.583,00). Portanto esse valor foi de aproximadamente R$ 1035,15 (mil e trinta e cinco
reais e quinze centavos) por ano.
Com todos esses cálculos realizados, pôde-se encontrar o custo total de produção da
água para o poço, através da equação 1. Esse valor foi de R$ 7.060,31 (sete mil e sessenta
reais e trinta e um centavos) por ano.
A partir da média de consumo mensal dos poços estudados, determinou-se a vazão
anual produzida, que é de 47813 m³, assim, pela equação 3, o custo de produção da água foi
de R$ 0,15/m³, que se comparado ao encontrado por Vidal (2003) é coerente, já que este
determinou um custo de R$0,15/m³ também.
Para calcular valor que é cobrado pelo CODAU, para esse mesmo valor de vazão
anual, inseriu-se no site da concessionária a vazão citada acima para consumo industrial,
resultando em um valor de R$ 214.422,00 (duzentos e quatorze mil, quatrocentos e vinte e
dois reais) por ano. Essa cifra foi dividida pela demanda anual, e encontrou-se uma tarifa de
R$ 4,49 (quatro reais e quarenta e nove centavos) por metro cúbico. A seguir, apresenta-se
uma tabela com a síntese de todas essas informações:

Tabela 5 – Tabela com todos os parâmetros relativos ao custo da água subterrânea do setor
industrial do município de Uberaba-MG.
Parâmetro Significado Unidade Fonte Valor Observações
encontrado
PP Custo da R$ Empresa de 17.120,00
perfuração do perfuração de poços
poço
n vida útil do bem ano Gomes, Cavalcante e 20
em anos Lemos (2013)
i Taxa de juros %/ano Taxa básica de juros 14,25
da economia
brasileira (Taxa
SELIC)

FA Fator de adimensional FA= 0,15


anualização do (i(1+i)^n)/(((1+i)^n)-
bem 1)
AP Amortização da R$/ano AP = FA x PP 2.568,00
perfuração do
poço
P Preço atual da R$ Empresa de 1.767,00
bomba perfuração de poços
PBn Valor presente R$ PBn = ((P)/(1+i)^t) - De acordo com
da bomba n Gomes,
Cavalcante e
Lemos (2013)
as bombas
submersas
possuem vida
útil de 5 anos.
T Periodo de troca anos Gomes, Cavalcante e 5 Para a bomba
de bomba Lemos (2013) 1, t=0; para a
bomba 2, t=5;
para a bomba
3, t=10; para a
bomba 4, t=15.
PB Soma dos R$ PBt = 3.380,59
valores PB1+PB2+PB3+PB4
presentes da
bomba
AB Amortização do R$/ano AB = FA x PB 517,80
preço da bomba
PCB Preço da R$ Empresa de 3.583,00
construção da perfuração de poços
casa de bomba e
afins.
ACB Amortização da R$/ano ACB = FA x PCB 548,80
construção da
casa de bomba e
afins.
Tabela 5 – Tabela com todos os parâmetros relativos ao custo da água subterrânea do setor
industrial do município de Uberaba-MG.
(continuação)
Parâmetro Significado Unidade Fonte Valor Observações
encontrado
Pot Potência da kW Empresa de 1,5
bomba a ser perfuração de poços
usada
Tb Tempo de h/ano Tb = (média de 4.307,32
bombeamento horas/dia dos poços
de estudo x 365 dias)
PEE Preço da energia R$/kWh CEMIG 0,37
elétrica
CEE Custo anual R$/ano CEE = Pot x PEE * Tb 2.390,56
gasto com
energia elétrica
COM Custos de R$/ano COM = 0,05 X (PP + 1.035,15 Afirmação feita
operação e PCB) por Vidal
manutenção (2003)
QT Volume de água m³/ano QT = média do 47.813,37
produzido/ano volume mensal x 12
CTP Custo total de R$/ano CTP = AP +AB + 7.060,31
produção ACB+CEE+COM
CPA Custo de R$/m³ CPA = CTP/QT 0,15
produção da
água
CCTP Custo total da R$/ano Site do CODAU, que 214.422,00
água fornecida calcula o preço de
pelo CODAU acordo com o total
consumido
CCPA Custo da água R$/m³ CCPA = CCTP/QT 4,48
fornecida pelo
CODAU
Fonte: Do autor (2015)

A partir de toda a explicitação desses cálculos percebeu-se o quão complicado foi


atribuir o custo à água subterrânea, mas também vem mais uma vez atestar que realmente a
esse recurso hídrico é o mais viável economicamente para a população. Portanto, esta
alternativa deve ser tratada com mais atenção e seriedade pela sociedade uberabense,
principalmente pelo setor industrial, já que ele visa minimizar os custos.
A química da água não é abordada no presente trabalho, já que normalmente a
qualidade do recurso hídrico subterrâneo é bastante elevada, e, também, porque as análises
químicas realizadas nos poços objetos deste estudo não mostraram restrições ao uso da água
na maioria dos poços.
Através da composição dos custos, detalhou-se a porcentagem de contribuição de cada
componente no preço de produção de água subterrânea, apresentada a seguir.
Tabela 6 – Composição do custo de produção do metro cúbico de água subterrânea
Componente Valor da despesa anual (R$) %
Construção do poço 2.568,00 36
Casa de bomba e equipamentos 548,80 8
Aquisição do conjunto de bomba 517,80 7
Despesas com energia elétrica 2.390,56 34
Despesas com operação e manutenção 1.035,15 15
Total 7.061,31 100
Fonte: Do autor (2015)
Observou-se que o custo para a construção do poço e as despesas com energia elétrica
são os fatores mais influentes no preço final anual gasto para extração de água subterrânea, o
primeiro fator pode ser atribuído ao fato de ser a composição mais cara do orçamento
realizado pela perfuradora, e o segundo, deve-se ao seu alto custo, bem como ao uso de
energia termelétrica para suprir a baixa produção das hidrelétricas na região, que é uma fonte
de eletricidade mais cara.

7 CONCLUSÃO
No município de Uberaba, apenas 6 % do total das 318 indústrias cadastradas utilizam
água subterrânea em seus processos, os outros 89% em sua grande maioria fazem uso de água
fornecida pela concessionária local (CODAU). A partir de dados obtidos dessa pequena fatia
que faz o uso desse bem chegou-se a um custo médio de R$ 0,15 (quinze centavos) para o
metro cúbico de água subterrânea extraída por esses empreendimentos para um tempo médio
de bombeamento de 12 horas por dia, tal valor é bastante baixo, se comparado ao preço que a
CODAU cobraria por metro cúbico, que é de R$ 4,48 (quatro reais e quarenta e oito
centavos).
A princípio seria realizado o custo para os poços que captam água da Formação Serra
Geral e também do Aquífero Guarani, porém após a obtenção das informações, percebeu-se
que apenas o poço da empresa DURATEX S/A trabalha com profundidade elevada o
suficiente para atingir o Guarani, portanto, realizou-se apenas o estudo sobre o Serra Geral, já
que esses poços são os que representam a realidade das indústrias do município de Uberaba.
Portanto, observa-se que a explotação de água subterrânea por parte das indústrias
ainda é baixa, porém ela é mais vantajosa economicamente, se comparada à água fornecida
pela concessionária e deveria ser tratada com mais afinco pelos empreendimentos presentes
na região. Assim, espera-se que o presente trabalho atinja seus objetivos de mostrar à
sociedade industrial uberabense a importância e viabilidade da água subterrânea em seus
negócios.
Apesar de todas as vantagens inerentes à exploração de águas subterrâneas já
comentadas, esse recurso não é infinito, portanto deve haver um planejamento e gestão
estratégica do seu uso para evitar problemas futuros.
Alguns dos principais instrumentos de gestão de águas subterrâneas são: o
monitoramento quantitativo e qualitativo desse bem, realizado através da instalação de
piezômetro em poços estratégicos do município, para observar a variação dos níveis
dinâmicos (profundidade do nível da água dentro do poço, quando está em bombeamento) e
estáticos (profundidade do nível da água dentro do poço, quando não está em bombeamento
por um bom período de tempo) e definir a reserva de água subterrânea que pode ser explotada
e quais os elementos químicos presentes nela. Com um monitoramento correto e um estudo
completo acerca da hidrogeologia do local, cabe ao governo, a instauração da cobrança do uso
da água, ou seja, o Estado deve fiscalizar e exigir o cadastramento de todas as pessoas físicas
e jurídicas que fazem uso do recurso, bem como executar a cobrança em forma de
compensação financeira pela utilização dos mananciais subterrâneos.
Caso essa gestão seja tratada com seriedade pelos governantes, pode-se evitar o que
vem acontecendo no município de Ribeirão Preto - SP, onde quase 100% da sua demanda por
água é suprida pelo aquífero Guarani, porém, devido a falta de um planejamento estratégico, a
extração de recurso hídrico subterrâneo é treze vezes maior que a capacidade de recarga do
aquífero na região.
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ANEXO A – POÇOS TUBULARES INDUSTRIAIS OUTORGADOS
Horas/dia de Consumo
Vazão Profundidade Diâmetro
Processo Empreendimento Latitude Longitude bombeamento mensal
Outorga (m³/h) (m) (mm)
(h) (m³/mês)
FOCAM INDUSTRIA E COMERCIO DE
03610/2005 19°30'24" 48°02'51" 3,3 18,2 1801,8 42 100
PRODUTOS DE ORIGEM ANIMAL
FOCAM INDUSTRIA E COMERCIO DE
06459/2006 19º30'28" 48º02'45" 12,14 4 1456,8 102 254
PRODUTOS DE ORIGEM ANIMAL

02192/2007 BLACK & DECKER DO BRASIL LTDA. 19°42'10'' 47º59'02" 10,3 12 3708 136 152

00851/2007 CURTIDORA ALVORADA LTDA 19º44'36" 47º59'00" 14 3 1260 150 150


EMPRESA DE MINERAÇÃO FONTE
05050/2007 19º47'53" 48º01'03" 7,5 8 1800 156 150
QUINTAS DEL REY LTDA
MIDORI ATLANTICA BRASIL

03184/2007 INDUSTRIAL LTDA (EX ATLANTICA 19º43'55" 47º58'39" 17,5 10 5250 198 152,4
BRASIL INDUSTRIAL LTDA)
MIDORI ATLANTICA BRASIL

03185/2007 INDUSTRIAL LTDA (EX ATLANTICA 19º43'59" 47º58'47" 18 10 5250 222 152,4
BRASIL INDUSTRIAL LTDA)
MIDORI ATLANTICA BRASIL

03186/2007 INDUSTRIAL LTDA (EX ATLANTICA 19º44'04" 47º58'48" 17,5 10 5250 264 152,4
BRASIL INDUSTRIAL LTDA)

13150/2008 FMC QUIMICA DO BRASIL LTDA 19º58'55" 47º53'05" 6 4 720 138 150
ANEXO A – POÇOS TUBULARES INDUSTRIAIS OUTORGADOS
(continuação)
Horas/dia de
Vazão Consumo Profundidade Diâmetro
Processo Empreendimento Latitude Longitude bombeamento
Outorga (m³/h) mensal (m³/mês) (m) (mm)
(h)
FMC QUIMICA DO BRASIL
13151/2008 19º58'50" 47º53'04" 4 5 600 138 150
LTDA
Petrobrás Transporte S.A -
02291/2008 19º59'50" 47º53'54" 2,5 2 150 118 150
TRANSPETRO
FERTILIZANTES

07365/2008 FOSFATADOS S.A - 19°59'11.7" 47°52'21.0" 6 20 3600 20 117


FOSFERTIL
FERTILIZANTES

07360/2008 FOSFATADOS S.A - 19°59'12.9" 47°52'22.1" 6 20 3600 20 117


FOSFERTIL
FERTILIZANTES

07368/2008 FOSFATADOS S.A - 19°59'11.0" 47°52'22.1" 6 20 3600 20 117


FOSFERTIL
FERTILIZANTES

07369/2008 FOSFATADOS S.A - 19°59'10.8" 47°52'20.1" 6 20 3600 20 117


FOSFERTIL
FERTILIZANTES

07361/2008 FOSFATADOS S.A - 19°59'12.7" 47°52'21.9" 6 20 3600 20 117


FOSFERTIL
ANEXO A – POÇOS TUBULARES INDUSTRIAIS OUTORGADOS
(continuação)
Horas/dia de
Vazão Consumo Profundidade Diâmetro
Processo Empreendimento Latitude Longitude bombeamento
Outorga (m³/h) mensal (m³/mês) (m) (mm)
(h)
FERTILIZANTES FOSFATADOS
07362/2008 19°59'12.5" 47°52'21.7" 6 20 3600 20 117
S.A - FOSFERTIL
FERTILIZANTES FOSFATADOS
07363/2008 19°59'12.2" 47°52'21.4" 6 20 3600 20 117
S.A - FOSFERTIL
FERTILIZANTES FOSFATADOS
07364/2008 19°59'12.0" 47°52'21.2" 6 20 3600 20 117
S.A - FOSFERTIL
FERTILIZANTES FOSFATADOS
07366/2008 19°59'11.5" 47°52'20.8" 6 20 3600 20 117
S.A - FOSFERTIL
FERTILIZANTES FOSFATADOS
07367/2008 19°59'11.2" 47°52'20.5" 6 20 3600 20 117
S.A - FOSFERTIL
Agronelli Indústria e Comércio de
02133/2009 19º58'35" 47º53'20" 3 12 1080 85 152
Insumos Agropecuários Ltda

16238/2009 CIPLAN - Cimento Planalto S.A 19º46'21" 47º58'24" 10 4,28 1284 100 150
Frigorifico Boi Bravo Indústria e
12407/2009 19º45'47" 47º54'47" 10 15 4500 160 154
Comércio Ltda
Frigorifico Boi Bravo Indústria e
12408/2009 19º45'49" 47º54'52" 5 16 2400 180 154
Comércio Ltda
ANEXO A – POÇOS TUBULARES INDUSTRIAIS OUTORGADOS
(continuação)
Horas/dia de Consumo
Vazão Profundidade Diâmetro
Processo Empreendimento Latitude Longitude bombeamento mensal
Outorga (m³/h) (m) (mm)
(h) (m³/mês)
INTEGRAL ENGENHARIA LTDA

04489/2009 /PRODUÇÃO DE MASSA ASFÁLTICA/ 19º42'22" 47º55'13" 1,93 2 115,8 26 100


FAZENDA LAGEADO
VILVIO DA SILVA PAGLIARO -

08899/2009 EQUIPAMENTOS INDUSTRIAIS - ÁREA 19°46'32'' 47°56'48'' 5,14 0,75 115,65 139 152
URBANA
Frigorifico Boi Bravo Indústria e Comércio
00247/2010 19º45'52'' 47º54'53' 9 10 2700 150 154
Ltda

06210/2010 Mercoquímica Indústria e Comércio Ltda 19º44'10" 47º58'42" 14,35 1,25 538,125 174 152,4

03607/2010 Ouro Fino Química Ltda 19°57'59'' 47°53'24'' 18,33 12 6598,8 87 150
00265/2012 Central Beton Ltda 19º44'33'' 47º58'52'' 1 22 660 105 150
05911/2012 Super Forte Concreto Ltda 19º46'55'' 47º55'04'' 8,3 4,25 1058,25 180 203,2
03428/2013 Duratex S/A 19º44'15'' 47º58'43'' 135 12,5 50625 605 444,5
01663/2013 Rodoborges Transportes Ltda 19°47'09'' 47°56'34,9 6,1 3 549 100 152
Fonte: Minas Gerais (2015)

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