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Potencial de utilização das águas subterrâneas pelo setor industrial do município de Uberaba-
MG
Uberaba
2015
Luiz Eduardo Araújo Braga
Potencial de utilização das águas subterrâneas pelo setor industrial do município de Uberaba-
MG
Uberaba
2015
Luiz Eduardo Araújo Braga
Potencial de utilização das águas subterrâneas pelo setor industrial do município de Uberaba-
MG
Charles Chaplin
RESUMO
O município de Uberaba está localizado na região denominada Triângulo Mineiro, no estado
de Minas Gerais, tal região possui formações geológicas (Formação Serra Geral, aquífero
Bauru e aquífero Guarani) com grande potencial de fornecimento de água, porém a utilização
de água subterrânea ainda é baixa, principalmente no setor industrial, que é um grande
consumidor desse bem. Portanto, seria de grande interesse para as indústrias utilizar as águas
subterrâneas, a fim de economizar e também de evitar pressão sobre o rio Uberaba, principal
manancial superficial da região.
Diante disso, foi avaliado o custo da água subterrânea para as indústrias do município de
Uberaba-MG e também a quantidade de indústrias que usam esse bem em seus
procedimentos. Foram cadastrados 34 poços que são utilizados pelas indústrias, para 19
empresas, onde o principal aquífero captado são as rochas basálticas da Formação Serra
Geral. A partir de dados obtidos de órgãos ambientais do estado de Minas Gerais, chegou-se a
um valor de custo de água subterrânea para essas indústrias de R$ 0,15 (quinze centavos) por
metro cúbico para um regime de bombeamento de 12 horas por dia, sendo o custo com a
perfuração do poço o que mais influencia, já que compõe 36% do custo total.
Já a concessionária local (CODAU) para abastecer um empreendimento com o mesmo
volume de água cobraria R$ 4,48 (quatro reais e quarenta e oito centavos) por metro cúbico,
ou seja, a água subterrânea no setor industrial é muito mais viável economicamente, se
comparada ao fornecimento feito pela concessionária municipal.
Palavras-chave: Água subterrânea, Uberaba, Indústria
ABSTRACT
The city of Uberaba is located in the region called Triangulo Mineiro, in Minas Gerais, this
region has geological formations (Serra Geral Formation aquifer Bauru and Guarani aquifer)
with great potential for water supply, but the use of groundwater is still low, especially in the
industrial sector, which is a major consumer of those goods. It would therefore be of great
interest to industries use groundwater in order to save money and also to avoid pressure on the
Uberaba River, the main source of surface area.
Therefore, we evaluated the cost of groundwater to the industries in the city of Uberaba,
Minas Gerais and also the number of industries that use this well into their procedures.
Registered were 34 wells that are used by industry to 19 companies, where the main aquifer
are captured basaltic rocks of the Serra Geral Formation. From data obtained from
environmental agencies of the state of Minas Gerais, was the subject of a groundwater cost
value of these industries R $ 0.15 (fifteen cents) per cubic meter for a pumping system 12
hours a day, and the cost of the drilling of what most influences, as it makes up 36% of the
total cost.
Already the local utility (CODAU) to supply an undertaking with the same volume of water
would charge R $ 4.48 (four reais and forty-eight cents) per cubic meter, so the groundwater
in the industrial sector is much more economically viable as compared to the provision made
by the municipal utility.
Keywords: Groundwater, Uberaba, Industry
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 13
2 JUSTIFICATIVA ......................................................................................................... 15
3 OBJETIVOS................................................................................................................. 16
4 REVISÃO DA LITERATURA .................................................................................... 16
4.1 A ÁGUA E A INDÚSTRIA......................................................................................... 16
4.1.1 Fontes de abastecimento de água para o setor industrial ....................................... 16
4.1.1.1 Sistema de abastecimento público................................................................................ 16
4.1.1.2 Sistemas de abastecimento próprio .............................................................................. 17
4.1.2 Uso industrial de água................................................................................................ 17
4.2 EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ECONÔMICO .................................................... 18
4.2.1 Teoria dos custos ........................................................................................................ 19
4.3 CUSTOS DA ÁGUA ................................................................................................... 20
4.4 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO ........................................................ 21
4.4.1 Histórico ...................................................................................................................... 21
4.4.2 Aspectos fisiográficos ................................................................................................. 21
4.4.3 Socioeconomia............................................................................................................. 26
4.4.4 Saneamento e distribuição de água potável ............................................................. 27
5 METODOLOGIA ........................................................................................................ 27
5.1 LEVANTAMENTOS PRELIMINARES .................................................................... 27
5.2 AVALIAÇÃO DO PERCENTUAL DE INDÚSTRIAS QUE UTILIZAM ÁGUA
SUBTERRÂNEA ......................................................................................................... 28
5.3 CUSTO DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS ................................................................. 28
6 RESULTADOS E DISCUSSÕES ............................................................................... 31
7 CONCLUSÃO ............................................................................................................. 38
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 40
ANEXO A – POÇOS TUBULARES INDUSTRIAIS OUTORGADOS11
13
1 INTRODUÇÃO
A quantidade total de água no planeta Terra é de aproximadamente 1.386 milhões de
km³, e esse valor tem se mantido constante ao longo dos últimos 500 milhões de anos
(REBOUÇAS, 2006).
Segundo Rodrigues (2007), as águas dos principais reservatórios da Terra têm uma
distribuição como a indicada na Figura 1. Onde se observa que 97,5% do volume total de
água estão contidas nos oceanos e mares, e apenas 2,5% é água doce. Desses 2,5%,
aproximadamente 68,9% são encontrados em calotas polares, 29,9% constituem as águas
subterrâneas e apenas 0,3% estão presentes em mananciais superficiais. Ou seja, se
considerarmos que o uso das águas está restrito aos dois últimos tipos de reservas citadas,
tem-se que 96% da água doce disponível estão presentes no subsolo.
Figura 1 – Distribuição das águas na Terra
2 JUSTIFICATIVA
O município de Uberaba é considerado um polo agropecuário no Brasil, com grandes
criadores de gado Zebu e importantes usinas de produção de cana-de-açúcar, porém, nos
últimos anos, a instalação de indústrias no município cresceu bastante, devido à posição
estratégica da cidade, situando-se a cerca de 500 km dos principais centros econômicos do
Brasil (São Paulo, Belo Horizonte e Brasília), fato que facilita o escoamento de produtos, a
instalação de cursos de engenharia na Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM) e
a possível instalação do gasoduto, que trará gás natural à município, e também proporcionará
a vinda da fábrica de amônia.
A condição hidrogeológica contribui para incentivar a explotação de águas
subterrâneas, já que de acordo com Prefeitura de Uberaba (2009), a cidade possui o aquífero
Bauru, Serra Geral, e o Guarani. Este último é a principal reserva subterrânea do continente,
abrangendo uma área de 1,2 milhões de km². Porém no município de Uberaba essa utilização
ainda é escassa, se comparada com outros locais no Brasil.
Portanto, com a industrialização que a cidade tem sofrido, é interessante que as
empresas que desejam se instalar e que já estão instaladas em Uberaba comecem a pensar que
a quantidade de água que elas utilizam, principalmente nos seus processos produtivos, é muito
elevada e pode afetar o sistema de abastecimento público que é gerido pelo Centro
Operacional de Desenvolvimento e Saneamento de Uberaba (CODAU). Então uma
importante alternativa para evitar a pressão sobre os recursos públicos é o sistema de
abastecimento próprio de águas subterrâneas, pois as águas advindas de aquíferos geralmente
apresentam uma qualidade superior em relação às águas superficiais, promovem a autonomia
das empresas com relação ao CODAU e é menos onerosa que a água superficial.
Pensando nisso, este trabalho tem como propósito mensurar um custo médio que as
indústrias do município de Uberaba têm para utilizar esse recurso subterrâneo e compará-lo
com o preço cobrado pelo CODAU, afim de demonstrar a vantagem econômica da primeira
alternativa em relação a segunda.
3 OBJETIVOS
Partindo da premissa da importância da economia e da importância da água, este
estudo tem como objetivo principal avaliar custo da água subterrânea para o setor industrial
de Uberaba.
Para atingir o que foi definido como objetivo principal pontua-se alguns objetivos
específicos do presente trabalho: fazer uma comparação entre os custos de produção da água
subterrânea para consumo industrial e o valor cobrado pela concessionária de Uberaba,
mensurar o percentual de uso dos mananciais subterrâneos em relação às outras formas de
abastecimento para a indústria e avaliar a porcentagem de influência dos componentes que
envolvem os custos para a instalação, operação e manutenção de poços tubulares no setor
industrial.
4 REVISÃO DA LITERATURA
4.1 A ÁGUA E A INDÚSTRIA
Segundo Silva e Kulay (2006), a água, por ser bastante adaptável a diversas situações,
pode ser usada em diversas aplicações na indústria, como:
Matéria-prima e reagente;
Solvente para outras substâncias;
Lavagem de gases e sólidos;
Veículo de suspensão de materiais sólidos.
Transmissão de calor, tanto para resfriar, como para aquecer.
26%
Consumo Humano
43% Consumo industrial
Consumo agrícola
17%
11%
22%
Consumo Humano
Consumo industrial
11% Consumo agrícola
Mineração
56%
Segundo Silva e Kulay (2006), há duas classes diferentes de usos da água no setor
industrial como matéria-prima, onde o recurso hídrico está incorporado ao produto final
(bebidas e alimentos, por exemplo) e auxiliar, em que a água pode ser um meio para
transportar materiais, incorporar ou remover calor, retirar impurezas indesejadas nos insumos
a serem incorporados nos processos produtivos, gerar energia elétrica, abastecer os
funcionários ou diluir o esgoto.
4.4.2.1 Hidrogeologia
Segundo Melo (2002) a município de Uberaba se caracteriza por rochas areníticas do
Grupo Bauru (Formação Uberaba), sotopostas as rochas basálticas da Formação Serra Geral
que cobrem os arenitos do aquifero Guarani (Formação Pirambóia). A figura abaixo
esquematiza toda essa situação que foi descrita acima:
Figura 7 – Esquema do perfil vertical dos aquíferos localizados em Uberaba baseado no perfil
construtivo de um poço da COPASA instalado na cidade de Uberaba-MG
4.4.3 Socioeconomia
Uberaba é o 8° município mais populoso de Minas Gerais, com cerca 295.988
habitantes de acordo com IBGE (2010). A cidade é um polo econômico regional e sua
participação no PIB estadual vem crescendo (UBERABA, 2009).
O município é um importante centro de medicina veterinária e zootecnia sendo
responsável por 50% da produção nacional de sêmen de boi. Confirmando o que já foi dito
anteriormente de que a município constitui-se por uma economia diversificada, onde o setor
industrial e de serviços em franca expansão (UBERABA, 2009).
Há três distritos industriais no município onde estão localizadas grandes indústrias,
como a Satipel, GMinas, Fosfértil (UBERABA, 2009).
5 METODOLOGIA
5.1 LEVANTAMENTOS PRELIMINARES
Os primeiros dados obtidos foram os levantamentos bibliográficos já expostos
anteriormente, principalmente os estudos realizados no Brasil que contemplam o tema
estudado nos quais a metodologia a ser descrita se baseou.
Posteriormente, foi feito um levantamento das indústrias instaladas em Uberaba, com
o suporte do SESI (Serviço Social da Indústria) que indicou o site do cadastro industrial feito
pela FIEMG (Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais) e o site de associados da
CIGRA (Centro das Indústrias do Vale do Rio Grande).
Subsequentemente, obtiveram-se os dados de outorgas de águas subterrâneas e
superficiais do Estado de Minas Gerais, que são disponibilizados pela SUPRAM
(Superintendência Regional de Regularização Ambiental) no seu site para elencar quais
indústrias localizadas no município fazem o uso de águas subterrâneas.
A partir da compilação e organização de todas as informações adquiridas através das
fontes citadas acima, confeccionou-se um mapa com a ajuda do software Arcgis, onde todas
as indústrias que utilizam de águas subterrâneas foram georreferenciadas para demonstrar a
localização dos poços tubulares estudados.
Com todos esses dados armazenados, procedeu-se com a aquisição de informações
mais específicas de cada poço tubular, tais como diâmetro do poço, consumo mensal de água,
profundidade de perfuração e o tempo de uso por dia.
IAS
%AS= . 100 (1)
IT
O custo de geração da água foi mensurado pel a relação entre custo total de
produção e o volume explotado de recurso hídrico no mesmo período de tempo, cuja equação é
representada por:
CTP
CPA = (3)
QT
(1+i)n
FA =i [(1+i)n −1] (4)
AP =PP x FA (5)
Em que AP é a amortização do custo de perfuração do poço ao longo da sua vida útil, em
R$/ano; PP é o preço da perfuração do poço, em R$ e FA é o fator de amortização do bem.
Para se calcular o preço atual de cada uma das bombas a serem usadas no horizonte de
uso do poço, usa-se a seguinte equação:
P
PBn = [(1+i)T ] (7)
Em que P é o custo inicial da bomba, em R$; PBn é o valor presente da bomba futura
de número n, em R$; i é a taxa de juros, em %/ano e T é o tempo em que a bomba foi
instalada após a perfuração do poço.
Em que AB = Amortização do preço das bombas [R$/T]; PBT = Somatório dos PBn de
todas as bombas [R$]; FA = Fator de Amortização do bem ao longo da vida útil.
O custo da energia elétrica gasta em um ano para operar o poço foi calculado a partir
da potência nominal da bomba, do tempo de bombeamento e do preço do quilowatt-hora
cobrado pela concessionária do estado de Minas Gerais, a CEMIG (Companhia Energética de
Minas Gerais). Esta descrição pôde ser aplicada através da equação abaixo:
6 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Para compilar os dados dos poços industriais do município de Uberaba, utilizou-se o
site da SUPRAM, que forneceu uma tabela com as informações até 2011. Enquanto que os
poços outorgados após esse ano foram obtidos com a análise de todas as portarias de 2012 até
2015. Posteriormente esses dados foram filtrados, para identificar quais os poços são voltados
para o consumo industrial.
Porém, nem todas as informações necessárias estavam presentes na tabela e nas
portarias fornecidas pela SUPRAM, logo, consultou-se o Sistema Integrado de Informação
Ambiental (SIAM), onde ao inserir o número do processo de outorga de cada um dos poços
estudados, obteve-se o acesso aos relatórios técnicos com todos os dados necessários para a
conclusão do trabalho. Contudo, durante a consulta, percebeu-se que os processos anteriores
ao ano de 2005 não estavam mais cadastrados no SIAM, e, portanto, decidiu-se pela exclusão
desses poços, ou seja, de um total de 52 outorgas encontradas, 18 foram retirados, restando,
34 pontos de análise que são listados no ANEXO A.
Subsequentemente, com o auxilio do cadastro industrial de Minas Gerais realizado
pela FIEMG, obteve-se o número de 318 indústrias em funcionamento em Uberaba-MG,
sendo que, apenas 19 delas fazem uso de água subterrânea em seus processos, logo, pela
equação 1, cerca de 6% das indústrias instaladas no município usam esse recurso,
demonstrando como esse bem ainda é pouco utilizado por essa parcela da sociedade
uberabense.
Com o auxilio do software arcgis e de mapas do município, zona urbana, estradas e
rios localizados na região de Uberaba, disponibilizados pelo IBGE, além das coordenadas
geográficas obtidas através da SUPRAM, produziu-se um mapa, onde todos os
empreendimentos que foram objetos do estudo estão georreferenciados, (Figura 10).
Assim como na maioria dos municípios, em Uberaba, as indústrias não se aglomeram
dentro da zona urbana, mas sim nos distritos industriais, que estão localizados fora dessa
zona. No caso de Uberaba, têm-se os distritos industriais I e II a norte do município, próximos
à BR-050, a uma distância de 7 km do centro da cidade, e englobam indústrias do ramo de
couro, têxtil, mecânica e de agronegócios. Enquanto sul, quase na divisa entre os estados de
SP e MG, a uma distância de 20 km do centro da cidade, localiza-se o Distrito industrial III,
contendo indústrias químicas e de fertilizantes, principalmente.
Tabela 5 – Tabela com todos os parâmetros relativos ao custo da água subterrânea do setor
industrial do município de Uberaba-MG.
Parâmetro Significado Unidade Fonte Valor Observações
encontrado
PP Custo da R$ Empresa de 17.120,00
perfuração do perfuração de poços
poço
n vida útil do bem ano Gomes, Cavalcante e 20
em anos Lemos (2013)
i Taxa de juros %/ano Taxa básica de juros 14,25
da economia
brasileira (Taxa
SELIC)
7 CONCLUSÃO
No município de Uberaba, apenas 6 % do total das 318 indústrias cadastradas utilizam
água subterrânea em seus processos, os outros 89% em sua grande maioria fazem uso de água
fornecida pela concessionária local (CODAU). A partir de dados obtidos dessa pequena fatia
que faz o uso desse bem chegou-se a um custo médio de R$ 0,15 (quinze centavos) para o
metro cúbico de água subterrânea extraída por esses empreendimentos para um tempo médio
de bombeamento de 12 horas por dia, tal valor é bastante baixo, se comparado ao preço que a
CODAU cobraria por metro cúbico, que é de R$ 4,48 (quatro reais e quarenta e oito
centavos).
A princípio seria realizado o custo para os poços que captam água da Formação Serra
Geral e também do Aquífero Guarani, porém após a obtenção das informações, percebeu-se
que apenas o poço da empresa DURATEX S/A trabalha com profundidade elevada o
suficiente para atingir o Guarani, portanto, realizou-se apenas o estudo sobre o Serra Geral, já
que esses poços são os que representam a realidade das indústrias do município de Uberaba.
Portanto, observa-se que a explotação de água subterrânea por parte das indústrias
ainda é baixa, porém ela é mais vantajosa economicamente, se comparada à água fornecida
pela concessionária e deveria ser tratada com mais afinco pelos empreendimentos presentes
na região. Assim, espera-se que o presente trabalho atinja seus objetivos de mostrar à
sociedade industrial uberabense a importância e viabilidade da água subterrânea em seus
negócios.
Apesar de todas as vantagens inerentes à exploração de águas subterrâneas já
comentadas, esse recurso não é infinito, portanto deve haver um planejamento e gestão
estratégica do seu uso para evitar problemas futuros.
Alguns dos principais instrumentos de gestão de águas subterrâneas são: o
monitoramento quantitativo e qualitativo desse bem, realizado através da instalação de
piezômetro em poços estratégicos do município, para observar a variação dos níveis
dinâmicos (profundidade do nível da água dentro do poço, quando está em bombeamento) e
estáticos (profundidade do nível da água dentro do poço, quando não está em bombeamento
por um bom período de tempo) e definir a reserva de água subterrânea que pode ser explotada
e quais os elementos químicos presentes nela. Com um monitoramento correto e um estudo
completo acerca da hidrogeologia do local, cabe ao governo, a instauração da cobrança do uso
da água, ou seja, o Estado deve fiscalizar e exigir o cadastramento de todas as pessoas físicas
e jurídicas que fazem uso do recurso, bem como executar a cobrança em forma de
compensação financeira pela utilização dos mananciais subterrâneos.
Caso essa gestão seja tratada com seriedade pelos governantes, pode-se evitar o que
vem acontecendo no município de Ribeirão Preto - SP, onde quase 100% da sua demanda por
água é suprida pelo aquífero Guarani, porém, devido a falta de um planejamento estratégico, a
extração de recurso hídrico subterrâneo é treze vezes maior que a capacidade de recarga do
aquífero na região.
REFERÊNCIAS
CASANOVA, Marta Zednik de. Origens e trajetória histórica de Uberaba. Disponível em:
<http://www.uberaba.mg.gov.br/portal/conteudo,328>. Acesso em: 19 jun. 2015.
EBARVIA, Maria Corazon M.. Pricing for Groundwater Use of Industries in Metro Manila,
Philippines. Manila: Desconhecido, 2003. 37 p.
EDITORIA (Brasil). Mapas auxiliam o ensino de Geografia. 2013. Disponível em: <MAPAS
auxiliam o ensino de Geografia. 2013. Disponível em: . Acesso em: 26 jun. 2015.>. Acesso
em: 26 jun. 2015.
FIESP (São Paulo). Orientação para a utilização de águas subterrâneas no Estado de São
Paulo. São Paulo: Fiesp, 2005. 40 p.
JACOB, Ana Caroline Pitzer. Ciclo hidrológico. 2015. Disponível em: <http://www.aquaflux
us.com.br/ciclo-hidrologico/>. Acesso em: 12 nov. 2015.
CÂNDIDO, Keila. Aquífero Guarani, o gigante subterrâneo. Globo Rural, São Paulo, 22
mar. 2010. Mensal. Disponível em:<http://revistagloborural.globo.com/GloboRur
al/0,6993,EEC1709439-2454,00.html>. Acesso em: 25 nov. 2015.
LANNA, Antonio Eduardo L.; BRAGA, Benedito. Hidroeconomia. In: REBOUÇAS, Aldo da
Cunha; BRAGA, Benedito; TUNDISI, José Galizia..Águas doces no Brasil. 3. ed. São Paulo:
Escrituras, 2006. p. 607-637.
LIMA, José do Espírito Santo. Sistema Aquífero Bauru–Caiuá no Estado de Minas Gerais.
Bacia Sedimentar do Paraná. Belo Horizonte: Cprm, 2012. 37 p.
REBOUÇAS, Aldo da C.. Água doce no mundo e no Brasil. In: REBOUÇAS, Aldo da
Cunha; BRAGA, Benedito; TUNDISI, José Galizia (Org.). Águas doces no Brasil. 3. ed. São
Paulo: Escrituras, 2006. Cap. 1. p. 1-35.
ROSSETTI, J. P. Introdução à Economia. 10. ed. São Paulo: Editora Atlas S/A. 1984.
SILVA, Gil Anderi da; KULAY, Luiz Alexandre. Água na Indústria. In: REBOUÇAS, Aldo
da Cunha; BRAGA, Benedito; TUNDISI, José Galizia (Org.). Águas Doces no Brasil. 3. ed.
São Paulo: Escrituras, 2006. Cap. 11. p. 367-398.
02192/2007 BLACK & DECKER DO BRASIL LTDA. 19°42'10'' 47º59'02" 10,3 12 3708 136 152
03184/2007 INDUSTRIAL LTDA (EX ATLANTICA 19º43'55" 47º58'39" 17,5 10 5250 198 152,4
BRASIL INDUSTRIAL LTDA)
MIDORI ATLANTICA BRASIL
03185/2007 INDUSTRIAL LTDA (EX ATLANTICA 19º43'59" 47º58'47" 18 10 5250 222 152,4
BRASIL INDUSTRIAL LTDA)
MIDORI ATLANTICA BRASIL
03186/2007 INDUSTRIAL LTDA (EX ATLANTICA 19º44'04" 47º58'48" 17,5 10 5250 264 152,4
BRASIL INDUSTRIAL LTDA)
13150/2008 FMC QUIMICA DO BRASIL LTDA 19º58'55" 47º53'05" 6 4 720 138 150
ANEXO A – POÇOS TUBULARES INDUSTRIAIS OUTORGADOS
(continuação)
Horas/dia de
Vazão Consumo Profundidade Diâmetro
Processo Empreendimento Latitude Longitude bombeamento
Outorga (m³/h) mensal (m³/mês) (m) (mm)
(h)
FMC QUIMICA DO BRASIL
13151/2008 19º58'50" 47º53'04" 4 5 600 138 150
LTDA
Petrobrás Transporte S.A -
02291/2008 19º59'50" 47º53'54" 2,5 2 150 118 150
TRANSPETRO
FERTILIZANTES
16238/2009 CIPLAN - Cimento Planalto S.A 19º46'21" 47º58'24" 10 4,28 1284 100 150
Frigorifico Boi Bravo Indústria e
12407/2009 19º45'47" 47º54'47" 10 15 4500 160 154
Comércio Ltda
Frigorifico Boi Bravo Indústria e
12408/2009 19º45'49" 47º54'52" 5 16 2400 180 154
Comércio Ltda
ANEXO A – POÇOS TUBULARES INDUSTRIAIS OUTORGADOS
(continuação)
Horas/dia de Consumo
Vazão Profundidade Diâmetro
Processo Empreendimento Latitude Longitude bombeamento mensal
Outorga (m³/h) (m) (mm)
(h) (m³/mês)
INTEGRAL ENGENHARIA LTDA
08899/2009 EQUIPAMENTOS INDUSTRIAIS - ÁREA 19°46'32'' 47°56'48'' 5,14 0,75 115,65 139 152
URBANA
Frigorifico Boi Bravo Indústria e Comércio
00247/2010 19º45'52'' 47º54'53' 9 10 2700 150 154
Ltda
06210/2010 Mercoquímica Indústria e Comércio Ltda 19º44'10" 47º58'42" 14,35 1,25 538,125 174 152,4
03607/2010 Ouro Fino Química Ltda 19°57'59'' 47°53'24'' 18,33 12 6598,8 87 150
00265/2012 Central Beton Ltda 19º44'33'' 47º58'52'' 1 22 660 105 150
05911/2012 Super Forte Concreto Ltda 19º46'55'' 47º55'04'' 8,3 4,25 1058,25 180 203,2
03428/2013 Duratex S/A 19º44'15'' 47º58'43'' 135 12,5 50625 605 444,5
01663/2013 Rodoborges Transportes Ltda 19°47'09'' 47°56'34,9 6,1 3 549 100 152
Fonte: Minas Gerais (2015)