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Entretanto, as disputas territoriais entre as potências e a má distribuição dos benefícios do progresso entre a
população criavam um clima de instabilidade constante. O risco de um confronto iminente pairava no ar. Até que, em
1914, as previsões se confirmaram, com o início da "guerra que ia acabar com todas as guerras", como se costumava
dizer na época. Na prática, não foi isso que o mundo assistiu. Outro conflito, maior e ainda mais devastador, iria
eclodir 25 anos depois.
A expressão” Grande Guerra”, cunhada para o conflito que pela primeira vez na história envolveu todo o planeta,
se justifica pelas proporções que o confronto alcançou, pelo aparato bélico que foi mobilizado e pela devastação que
provocou. As novas armas, fruto do desenvolvimento industrial, e os métodos inéditos empregados nos combates
deram aos países capitalistas o poder quase absoluto de matar e destruir.
Por volta de 1914, havia motivos de sobra para o acirramento das divergências entre os países europeus. Era
grande, por exemplo, a insatisfação entre as nações que tinham chegado tarde à partilha da África e da Ásia; a
disputa ostensiva por novos mercados e fontes de matérias-primas envolvia muitos governos imperialistas; e as
tensões nacionalistas, acumuladas durante décadas, pareciam prestes a explodir. O que estava em jogo eram
interesses estratégicos para vencer a eterna competição pela hegemonia na Europa e no mundo.
Causas do conflito
A disputa colonial: buscando novos mercados para a venda de seus produtos, os países industrializados entravam
em choque pela conquista de colônias na África e na Ásia.
A concorrência econômica: cada um dos grandes países industrializados dificultara a expansão econômica do país
concorrente. Essa briga econômica foi especialmente intensa entre Inglaterra e Alemanha. Graças à sua indústria, a
Inglaterra dominava a maioria dos mercados consumidores mundiais. Mas, a indústria alemã, logo após a unificação
(1870), desenvolveu-se e o país passou a procurar mercados consumidores e fontes de matérias-primas. A
Alemanha projetou a construção de uma estrada de ferro ligando a cidade de Berlim a Bagdá para ter acesso ao
petróleo do Golfo Pérsico e aos mercados orientais. A Inglaterra foi contra porque criaria dificuldades para o comércio
com suas colônias.
A disputa nacionalista: em diversas regiões da Europa surgiram movimentos nacionalistas que pretendiam agrupar
sob um mesmo Estado os povos de raízes culturais semelhantes. O nacionalismo exaltado provocava um desejo de
expansão territorial.
Movimentos nacionalistas: os interesses da Alemanha, Rússia e França.
Entre os principais movimentos nacionalistas que se desenvolveram na Europa no início do século XX, podemos
destacar os seguintes:
Pan-eslavismo: buscava a união de todos os povos eslavos da Europa oriental. Era liderado pela Rússia.
Pangermanismo: buscava a expansão da Alemanha através dos territórios ocupados por povos germânicos da
Europa central. Era liderado pela Alemanha.
Revanchismo francês: visava desforrar a derrota francesa para a Alemanha em 1870 (Guerra Franco-prussiana) e
recuperar os territórios da Alsácia-Lorena, cedidos aos alemães. A situação conflituosa deu origem à chamada paz
armada. Como o risco de guerra era bastante grande, as principais potências trataram de estimular a produção de
armas e de fortalecer seus exércitos.
A paz armada:Os governos capitalistas clamavam pela paz, mas estimulavam a fabricação de armamentos e
recrutavam civis para o exército. O militarismo cresceu e era cada vez mais difícil manter o equilíbrio entre as nações
imperialistas. Os focos de tensão e a disputa pela supremacia levaram os países europeus à corrida armamentista.
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A política das alianças:
O clima de tensão internacional levou as grandes potências a firmar tratados de alianças com certos países. O
objetivo desses tratados era somar forças para enfrentar a potência rival.
O sistema de alianças: Em 1904, a França aliou-se à Inglaterra por ter perdido a Alsácia-Lorena (parte importante
do seu território, rica em ferro e carvão) para a Prússia (Guerra Franco-Prussiana, 1870-71) que, depois passou a ser
Alemanha. O ódio francês voltou-se contra a Alemanha que ainda detinha essa parte do seu território. França e
Alemanha também disputavam o domínio do Marrocos, no norte da África.
A formação da Tríplice Entente e da Tríplice Aliança: Para defender seus interesses, as nações europeias
buscaram alianças. Surgiram dois blocos: a Tríplice Entente (França, Inglaterra e Rússia) e a Tríplice Aliança
(Alemanha, Itália e Áustria-Hungria).
A Tríplice Aliança: formada por Alemanha, Império Austro-húngaro e Itália.
A Tríplice Entente: formada por Inglaterra, França e Rússia.
O inicio da guerra
Um mês após o assassinato do herdeiro do Império austro-húngaro
em Sarajevo a Áustria declarou guerra à Servia.
Contou com o apoio da Rússia, que mobilizou seus exércitos contra a Áustria e a Alemanha.
A crise dos Bálcãs acabou envolvendo também outras nações europeias, numa autentica reação em cadeia:
Alemanha – declara guerra à Rússia e à França / Inglaterra – declara guerra à Alemanha, no momento em que o
exército alemão invadiu a Bélgica para, em seguida, atacar a França / Itália – entrou na guerra ao lado da entente
porque a Inglaterra lhe prometeu os territórios irredentos, que não conseguira conquistar da Áustria no processo de
unificação / Japão – aderiu aos Aliados porque estava interessado nas possessões alemãs no Oriente.
Nessa primeira fase da guerra, a Inglaterra decretou um bloqueio naval contra a Alemanha e seus aliados.
Enquanto isso, a França conseguia deter o avanço alemão sobre Paris.
Com o avanço da guerra, a indústria armamentista cresceu. Surgiram armas como a metralhadora, o lança-chamas e
os projeteis explosivos. Além disso, novos recursos foram utilizados, como a avião e o submarino.
Principais fases: Primeira Fase (1914/1915) movimentação de tropas e equilíbrio entre as forças rivais; Segunda
Fase (1915/1917) guerra de trincheiras; Terceira Fase (1917-1918) entrada dos Estados Unidos, ao lado da França e
da Inglaterra, e derrota da Alemanha.
Entrada dos Estados Unidos – Os norte-americanos tinham muitos investimentos nesta guerra com seus amigos
aliados (Inglaterra e França). Era preciso garantir o recebimento de tais investimentos. Utilizou-se como pretexto o
afundamento do navio “Lusitânia”, que conduzia passageiros norte-americanos.
Participação do Brasil – Os alemães, diante da superioridade naval da Inglaterra, resolveram empreender uma
guerra submarina sem restrições. Na noite de 3 de abril de 1917, o navio brasileiro “Paraná” foi atacado pelos
submarinos alemães perto de Barfleur, na França. O Brasil, presidido por Wenceslau Brás, rompeu as relações com
Berlim e revogou sua neutralidade na guerra. Novos navios brasileiros foram afundados. No dia 25 de outubro,
quando recebeu a noticia do afundamento do navio “Macau”, o Brasil declarou guerra à Alemanha. Enviou auxilio à
esquadra inglesa no policiamento do Atlântico e uma missão médica.
Em mensagem enviada ao Congresso americano em 8 de janeiro de 1918, o Presidente Wilson sumariou sua
plataforma para a Paz. Os "14 pontos" não previam nenhuma séria sanção para com os derrotados, abraçando a
ideia de uma Paz "sem vencedores nem vencidos". No terreno prático, poucas
propostas de Wilson foram aplicadas, pois o desejo de uma "VITORIA" por parte da
Inglaterra e principalmente da França prevaleceram sobre as intenções americanas.
Na Alemanha, a crise econômica e o avanço das ideias socialistas provocam inúmeras manifestações contra o
governo. Em 1918, Guilherme II, bastante enfraquecido, abdicou e a republica foi proclamada (9/11/1918). O novo
governo assina o Armistício de Compiègne. Reação do povo alemão
O povo alemão considerou injustas, vingativas e humilhantes as condições impostas pelo Tratado de Versalhes. O
país perdia 2/10 da população ativa, 1/6 das terras cultiváveis, 2/5 do carvão, 2/3 do ferro e 7/10 do zinco, gerando
sérios problemas econômicos.
A formação da Liga das Nações: em 28 de abril de 1919, a Conferência de Paz de Versalhes aprovou a criação da
Liga das Nações, com a missão de agir como mediadora nos casos de conflito internacional, preservando a paz
mundial. Entretanto, sem a participação de países importantes como os Estados Unidos, União Soviética e
Alemanha, a liga revelou-se um organismo impotente.
A ascensão econômica dos Estados Unidos no pós-guerra: os Estados unidos alcançaram significativo
desenvolvimento econômico através da exportação de produtos industrializados. A Europa tornou-se dependente dos
produtos americanos.