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UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO - UPE

NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA – NEAD


6º PERÍODO DO CURSO DE LICENCIATURA EM LETRAS

A ULTIMA TRAGÉDIA

AUTORES: MIRIAN DA SILVA NUNES


MAGNO DA SILVA NUNES

AFRÂNIO/PE
2017
AUTOR: MIRIAN DA SILVA NUNES
MAGNO DA SILVA NUNES

LEITURA E ANÁLISE DO LIVRO: A ÚLTIMA TRAGÉDIA (ABDULAI SILA)

Trabalho apresentado ao professor José Aldo Ribeiro


da Silva como requisito avaliativo da disciplina
literatura africana de língua portuguesa II para
obtenção de nota no Curso de Licenciatura em Letras
pela Universidade UPE (Universidade de
Pernambuco).

AFRÂNIO/PE
2017
A última tragédia, livro de Abdulai Sila escritor guineense, traz a luz um ponto
de vista aproximado da relação existente entre o povo negro africano, tido como
serviçais e o povo branco colonizador e patrão. O romance envereda nas desventuras
de uma jovem chamada Ndani, estigmatizada por seu próprio povo, a jovem ao ser
avisada que porta em seu corpo um espirito mal, foge do preconceito entre sua raça
e busca abrigo no mundo do colonizador onde as crenças são diferentes e ela poderia
ser aceita, porem a visão do povo branco em relação ao negro é de inferioridade, e os
maus tratos mudam apenas de pretexto para acontecerem.
O texto é ambientado no período colonial, por isso comporta vários modos de
como o povo de Guiné Bissau lutou pela sua independência, a relação de classes
entre colonialista e colonizado e o preconceito existente entre eles.
A personagem Ndani foco central do romance é uma jovem africana,
aculturada, alfabetizada, batizada, catequizada e violentada pelo colonizador
português, passa horas em frente à casa de Maria Deolinda a procura de um emprego
passando fome e humilhações. Nesse contexto o autor mostra a ideia colonizadora
em consonância com o pensamento cristão de que estariam a fazer o bem aos povos
colonizados, sendo assim introduzindo a sua cultura e crenças em detrimento das
culturas locais.
– Sabes, Daniela, estive ontem a conversar sobre o assunto com o
meu marido; tens que começar a ir à igreja comigo.
Waah! Afinal esta é que era a conversa daquele dia. Mas igreja era
coisa de branco, o Deus deles é que estava lá dentro. Lembrou-se de
um dia ter dado uma espreitadela para o interior da igreja que fica no
centro da praça. As figuras que viu no sitio onde disseram ser o lugar
do padre eram todas figuras de brancos. Não havia nada de preto lá.
Até ela sabia que a igreja de preto era na baloba e o Deus dos pretos
era o Yran. Agora confundir as duas coisas... (SILA, 2011, p.39)

O povo colonizado se vê obrigado a abandonar seus dogmas e crenças, além


da sua forma de vida e aderir ao modo de vida do colonizador, que se considerava
superior e não aceitava nenhuma forma de demonstração de qualquer outra crença,
essa denominação de superioridade não se limitava ao ambiente religioso pois o
colonizador se sentia superior como raça.
O colonizador impõe seus princípios e costumes como verdadeiro modo de vida
não importando com a cultura local, e o nativo vê o homem branco como um ser mais
inteligente, onde a cultura negra fica subalterna a sua concorrente, isso pode ser
evidenciado no trecho em que o personagem Régulo deseja a vingança contra a
vergonha que passou perante o atual chefe do posto, pois esse o havia cobrado os
impostos atrasados, trazendo espanto ao chefe da aldeia pois existia um acordo que
desobrigava-o de tal pagamento, ao descobrir que não passava de uma brincadeira o
Régulo se sentiu humilhado e procurou um feiticeiro para que pudesse obter a
vingança:
- E o Régulo quer para eu fazer o quê?
- Pô-lo no lampran.
- Lampran?
- Lampran, sim. Sabes pôr, ou não sabes?
- Mas não com branco.
- Por que não?
- Não dá!
- Quem é que falou que não dá?
- Eu sei que não dá. (SILA, 2011, p.80).

É possível perceber no trecho que o feiticeiro indica ao Régulo que seus


feitiços não servem para homens brancos, assumindo dessa forma que sua cultura é
inferior à do colonizador, é possível notar também que a produção do homem branco
é de serventia de ambas as raças, porem tudo que é produzido pelo negro, em termos
de cultura, religião, e dogmas são apenas para seu próprio povo. No enredo do
romance é possível identificar que o homem branco desvaloriza a cultura do povo
colonizado para assim enaltecer sua própria cultura. O próprio chefe Régulo utiliza de
uma forma de parlamento, onde três grandes homens o auxiliam em suas decisões
artificio que foi duramente criticado por todos na aldeia, que diziam não acreditar
nesse tipo de governo de homem branco, que antes nenhum chefe usou isso
anteriormente, porem o próprio regulo tinha intrínseco na cabeça que o homem branco
trabalhava pouco e pensava muito, e o preto pensava pouco e trabalhava muito, sendo
assim o sistema desenvolvido pelo homem branco deveria ser melhor.
O texto de Abdulai Sila esta sedimentado na desnudação do sentimento
guineense em relação a sua colonização, evidenciando assim o sofrimento de suas
mulheres que padecem em casas de senhores colonizadores por muitas vezes
violentadas e violadas, sem perspectiva de vida muito menos sonhos, nesse mesmo
sentido é evidenciado as relações dos homens nas aldeias e seus conflitos inerentes
com o homem branco. Da mesma forma que o autor vê a moça jovem Ndani passar
pela vida sem perspectiva alguma ele vê a nação de Guiné Bissau sem um horizonte
palpável, por isso o título do texto “A Última Tragédia”.
Referências bibliográficas.

Sila, Abdulai, 1958- A última tragédia / Abdulai Sila. Rio de Janeiro: Pallas. 2011
http://www.artistasgauchos.com/conexao/08/08Zuleide.pdf acesso em:
24/05/17.
http://pos-graduacao.uepb.edu.br/ppgli/?wpfb_dl=73 acesso em: 24/05/17
http://blogdadanielli.blogspot.com.br/2008/11/ltima-tragdia-resumo-
comentado.html acesso em: 24/05/17

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