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TRIBUTÁRIO - Início da matéria da P2 - Caderno Anna

Aula 21 maio 2018 - Caderno Anna complementado com a transcrição

→ Não-incidência, imunidades e isenções

● Incidência é a subsunção da norma ao fato


● Não-incidência é a ​não adequação/ subsunção da norma ao fato
● Imunidade é hipótese de não-incidência ​constitucionalmente qualificada
● Aplicável somente aos impostos?
● Imunidades do artigo 150, VI, CF
● Imunidade recíproca ou federativa

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Agora vamos estudar o exercício negativo, ou seja, a não tributação.

Alguns doutrinadores falam que não incidência seria gênero, do qual as imunidades e
isenções seriam espécies. A escola da PUC e outros autores, por outro lado, entendem que
cada um desses se refere a um tipo diferente, sem que seja subespécie de outro. Essa
diferenciação é um critério meramente didático. Pouco importa o critério adotado. O
relevante é diante de situações concretas a gente conseguir identificar isso é uma
imunidade, isso é uma isenção e qual é o regramento jurídico que se aplica ao nosso
sistema.

→ Incidência é a subsunção da norma ao fato

Começando pela incidência, quem se adéqua a quem? É a lei que incide sobre os fatos ou
os fatos se encaixam na lei?

Quando a gente pode afirmar que se dá e se efetiva a incidência tributária? Quando ocorre
um fato gerador em relação a determinada pessoa, em determinada data e em determinado
local (quando, onde e quem).

A incidência é caracterizada por esse fenômeno da subsunção, isto é a adequação da


norma ao fato. Muita gente fala que a subsunção é a adequação do fato a norma. Será que
é a mesma coisa, tem diferença? O que se encaixa em que? O fenômeno de incidência é a
adequação da subsunção do fato a norma, é o fato que está se encaixando na lei ou é a
subsunção a adequação da lei que se encaixa no fato? Se a gente afirmasse que a
subsunção é adequação do fato a norma a gente teria que partir do seguinte pressuposto:
então é o fato que tá se encaixando na lei então eu tenho que partir do pressuposto que a
lei é imutável e o fato que é mutável e que se amolda e se encaixa nessa lei. Fatos mudam?
Há a possibilidade de mudar os fatos? Não! Fatos não mudam, ocorrem novos fatos
distintos ou similares, mas uma vez ocorrido o fato ele não muda. Além disso, eu teria que
partir do pressuposto que a lei é imutável e pode incidir ou não sobre os fatos. Então, o
fenômeno de incidência é a adequação da lei/norma/legislação que vai se encaixar no fato
ou não. A lei tributária foi criada estabelecendo que aquele assunto seria relevante para fins
de tributação.

→ Não-incidência

Se incidência é subsunção da adequação da norma ao fato, não incidência é a não


adequação/subsunção da norma ao fato. Ou seja, eu não tenho esse encaixe da norma ao
fato.

Também é conhecida por não incidência natural ou não incidência pura e simples, isto é,
são situações que naturalmente não são tributadas. Essa pode ocorrer por dois motivos: a
não subsunção da norma ao fato por ausência de dispositivo legal ou por ausência de
ocorrência fática. O resultado é o mesmo nas duas hipóteses: não haverá tributação, mas é
necessário perceber essa diferença porque em um contexto para ocorrer uma tributação
futura vai depender de atuação do Estado e no outro contexto vai depender de atuação do
sujeito passivo.

A hipótese de ausência de dispositivo legal ocorre quando ainda não houve o exercício da
regra de competência pelo ente responsável pelo tributo. Ex: Todo mundo sabe que o
Lemann é milionário. Ele é detentor de uma grande fortuna, mas ele vai ser tributado por
esse fato aqui no Brasil? Não, pois há ausência de dispositivo legal, ou seja, nós ainda não
tivemos o exercício da regra de competência que determina a tributação sobre grandes
fortunas. Nesse caso, para que haja uma tributação no futuro, vai depender da
movimentação do Estado, sujeito ativo da obrigação tributária.

A hipótese de ausência de ocorrência fática se dá quando o fato que ocorreu não é


abrangido pela norma. Ex: Eu sou proprietária de uma bicicleta, nesse caso vai haver
incidência de IPVA sobre mim? Não, mas porque não tem lei? Não, lei tem, mas EU não
pratico fato gerador tributário. Ou seja, a minha circunstância não está inserta naquele
descritivo legal. Uma tributação futura vai depender de mim, basta eu passar a ser
proprietária de um veículo automotor.

→ Imunidade

Mas a não-tributação pode ser natural ou jurídica. Um livro por exemplo, é uma mercadoria,
um produto industrializado, é passível de importação/exportação, ou seja, é um bem com
várias tributações possíveis. Mas o Constituinte entendeu que embora seja possível tributar,
por conta de uma extrafiscalidade, eu (Constituinte) provoco, eu determino a não-tributação.
Eu não quero que o livro seja tributado porque eu acho que é uma forma de disseminar a
cultura, a informação, está atrelado à educação. Enfim, com base numa justificativa de
extrafiscalidade, eu tenho uma não-incidência forçada, provocada. Isso se chama
imunidade, que é uma hipótese de ​não-incidência qualificada, formada, determinada,
provocada, forçada, estabelecida pela Constituição Federal​, movida por circunstâncias
extrafiscais.
E qual é a diferença da situação anterior? A primeira é uma circunstância de não-incidência
natural, pura e simples. Ninguém faz nada, naturalmente não tem tributação porque não tem
lei ou não tem fato. Aqui não. Aqui existem várias circunstâncias em que haveria tributação
normal, mas veio o Constituinte e disse: eu não quero tributar aqui. Se nada fosse dito,
haveria a tributação normal.

→ A imunidade se aplica só aos impostos?

Não! Embora o artigo 150 fale apenas de impostos, há exemplos na Constituição de


imunidades de outros tipos tributários, como o artigo 5, XXXIV (taxa) e o artigo 195 §7°
(contribuições para custeio da seguridade social). Além dessas, há outros dispositivos da
CF que trazem imunidades. Ou seja, a afirmação que as imunidades se referem só a
impostos não se sustenta diante de outras previsões do texto constitucional. Se eu estiver
diante de uma circunstância de serviço público específico e divisível e venha menção a
gratuidade, não pagamento ou algo do tipo isso se configura uma imunidade.

Obs: ​Imunidade é prevista na CF, isenção é prevista em lei.

Pode haver revogação da imunidade?

Precisaremos falar da chamada Teoria da Isenção Constitucional (balela criada para


justificar a maluquice do Supremo). A jurisprudência tradicional do STF sempre tratou as
imunidades como cláusula pétrea. A imunidade recíproca por exemplo, sempre foi
considerada inserta pelo artigo 60, § 4, inciso 1 e as demais eram conhecidas como
atreladas aos princípios do cidadão contribuinte então estariam insertas pelo artigo 60, § 4,
inciso 4.

Mas a EC 20/98 revogou a imunidade do Imposto de Renda sobre os proventos de


aposentadoria dos maiores de 65 anos (embora essa imunidade nunca tenha sido aplicada
por falta de regulamentação).

O STF acatou essa revogação, através do voto do Ministro Carlos Velloso que entendeu
que haveria uma classificação das imunidades. Ou seja, que algumas eram cláusula pétrea,
e outras não. ​Frana disse que cai demais em concurso, só para saber se o candidato está
antenado.

A partir daí a doutrina, tentando justificar o injustificável (essa decisão do STF que entendeu
a constitucionalidade de se remover uma imunidade da CF), disse que essa era uma
hipótese de não-incidência inicialmente mascarada de imunidade mas, sendo passível de
revogação, ou seja, sendo passível de alteração por parte do poder constituído derivado
significa que tecnicamente ela não era uma imunidade e sim uma isenção constitucional.

Nessa linha de raciocínio, houve a inserção de mais uma imunidade a alínea “e” no inciso VI
do artigo 150 que criou a chamada imunidade musical. E por ter sido criada pelo poder
constituinte derivado não seria imunidade e sim um exemplo de isenção constitucional.
Portanto, as situações revogadas ou as inseridas ​a posteriori no texto constitucional são
chamadas de ​isenções constitucionais.

→ Imunidades do art. 150, VI, CF (todos impostos)

● Art. 150, VI, “a” - Imunidade recíproca

O primeiro aspecto e primeira pegadinha ​que cai muito na OAB é “vedada às entidades
federativas instituir impostos sobre”. Cuidado que não se trata de imunidade a todo e
qualquer imposto. É imposto que recaia sobre o patrimônio, renda ou serviço. O intuito da
alínea “a” é o de restringir. É fato que no momento não há nenhum imposto que não recaia
sobre o patrimônio, renda ou serviço, mas se no futuro por exemplo a gente tiver um
exercício de poder derivado e a criação, de acordo com o artigo 154, de imposto de
competência residual que não recaia sobre o patrimônio, renda ou serviço ele seria
normalmente tributado. Então cuidado com as pegadinhas que falam em imunidade de
impostos. Não são todos, são apenas os que recaem sobre o patrimônio, renda ou serviço.

Qual o motivo de extrafiscalidade está por trás dessa imunidade, isto é, a ideia de vedação
de tributação mútua entre as entidades federativas? A isonomia entre as entidades. A ideia
de que todas as entidades são isonômicas sobre a questão federativa, cada uma com suas
competências constitucionalmente atribuídas. Ok, eu não posso tributar a título de imposto,
mas posso tributar a título de taxa ou outras espécies? Sim! Essa contestação chegou ao
Supremo. O Hugo de Britto Machado sempre defendeu a extensão da imunidade alegando
o rompimento do pacto federativo, mas isso não é verdade. Primeiro porque a tributação a
título de contribuições seria uma situação muito pouco provável e a título de taxa é resolvido
na questão das isenções. O Supremo entendeu que mesmo que haja eventual tributação a
título de taxa, mesmo que não houvesse leis isentivas, a questão federativa brasileira não
será resolvida pelas imunidades. As imunidades são o empurrãozinho mas eu tenho vários
outros mecanismos para implementar essa isonomia. Então isso foi corroborado pelo
Supremo no sentido que o grosso da tributação, isso é, a tributação mais relevante é a título
de impostos então eu já consigo fazer o papel de incentivador mediante a não tributação
mútua de impostos.

O que tem sido mais relevante e discutido sobre imunidade recíproca é o artigo 150, §2° da
CF, que estendeu essa imunidade recíproca ou federativa para outras entidades (autarquias
e fundações instituídas e mantidas pelo poder público) que são pessoa jurídica de direito
público, atuando ​longa manus do Estado e vinculadas à sua atividade específica.

A interpretação do STF era restrita, de que só pessoa jurídica de direito público poderia ter
imunidade. Mas, diante de um novo modelo estatal em que são cada vez mais comuns as
parcerias público-privadas, será que seria correto manter essa interpretação restrita?

Aos poucos o STF foi mudando a jurisprudência, entendendo que, mais do que o regime de
direito público ou privado, deve-se olhar para a atividade desempenhada, defendendo que
as empresas públicas prestadoras de serviços públicos ​estão albergadas pela
imunidade tributária recíproca por extensão. Assim, as empresas públicas que são
exploradoras de atividade econômica estariam totalmente fora das imunidades, que poderia
ser aplicada apenas a empresas públicas prestadoras de serviço público. Hoje, mais de 30
empresas públicas conseguiram a extensão, sempre provocando o Judiciário, a primeira
tendo sido a ECT. Nesse caso, o primeiro voto em 2005 o Ministro Carlos Velloso invocou
que embora a ECT tenha um monopólio e seja uma empresa pública ela exerce função
pública pela sua essência e concedeu imunidade aos imóveis. Em 2007 aos veículos e
2009 para a renda. A partir de 2011 o Supremo abriu muito mais a guarda para as demais
empresas. A tendência é que no futuro isso seja modificado.
Aula 04 junho 2018 - Caderno Anna complementado com a transcrição

→ Continuação das imunidades: Art 150, VI, CF

● Imunidade dos templos de qualquer culto: art. 150, VI, “b”


- Vide art. 150, §4°, CF
- Vide art. 5, VI a VIII, CF
- Hermenêutica jurídica

● Imunidades dos partidos políticos, suas fundações, entidades sindicais dos


trabalhadores, instituições de educação e de assistência social sem fins
lucrativos: art. 150, VI, “c”
- Vide art. 14 CTN + Súmulas 724 e 730 STF

● Imunidade do livro, jornal, periódicos e do papel destinado à sua impressão: art.


150, VI, “d”
- Vide Súmula 657 STF

● Imunidade musical: art. 150, VI, “e”


- Vide EC 75/2013

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Lembrando a última aula:


Na aula passada, começou-se a falar sobre o outro lado da moeda, as situações de não
incidência tributária. Primeiramente se discutiu a não incidência natural, também conhecida
como pura e simples. Se a incidência é a subsunção, a adequação da norma ao fato, a não
incidência é a não adequação, a não subsunção da norma ao fato, por dois motivos:
Ausência de dispositivo legal ou por ausência de ocorrência fática. O resultado prático é o
mesmo, mas em uma circunstância é necessário autuação do poder público e na outra
depende da atuação do particular. Essa não incidência é caracterizada por aquelas
situações em que normalmente não há tributação.

Já em relação à imunidade, há uma relação de não incidência forçada, não é mais natural,
estando atrelada a um motivo de extra fiscalidade, é determinada constitucionalmente,
tendo como grande exemplo a imunidade dos livros.

E a isenção constitucional? Nada mais é do que o estabelecimento de não incidência ou a


retirada de uma previsão de não incidência pelo poder derivado, por isso na prática não é
uma imunidade, porque a doutrina tradicional sempre entendeu a imunidade como cláusula
pétrea, e ao inserir esta circunstância no sistema por EC, por atuação do poder derivado,
não seria imunidade, que é privativa do poder constituinte originário, como por exemplo, a
“imunidade” musical.
Continuemos a tratar das imunidades do artigo 150, VI, CF:
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União,
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI - instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
b) templos de qualquer culto;
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das
entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social,
sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei;
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.
e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras musicais ou
literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros
bem como os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de
replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser.

→ Imunidades do art. 150, VI, CF (todos impostos)

1) Art. 150, VI, “a” - Imunidade recíproca ou federativa.


A extrafiscalidade por trás deste dispositivo é a isonomia das entidades federativas.

2) Art. 150, VI, “b” - Imunidade dos templos de qualquer culto

O que pode ser entendido como templo? Em teoria, “templo” se refere ao espaço físico para
celebração religiosa. A extrafiscalidade por trás dessa imunidade é o presente nos incisos
VI a VIII da CF, a liberdade à crença religiosa.

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade,
à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício
dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas
liturgias;
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis
e militares de internação coletiva;
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção
filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e
recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei.

O artigo 5°, em seus incisos VI, VII e VIII, traz direitos e garantias individuais e sociais. A
crítica que se faz a esses incisos é que eles seriam muito programáticos. Nesse sentido, a
isenção trazida pelo art. 150, VI, “b” seria uma busca de trazer efetividade a estes preceitos
relacionados à garantia da liberdade de crença.
Num contexto geral, é difícil apontar o Brasil como repressor de crenças religiosas, então
seria mesmo necessária tanta pró atividade do Estado em colocar no texto constitucional
uma imunidade para sedimentar essa liberdade religiosa?
Além disso, o dispositivo traz uma redação muito ardilosa:
Art. 150: § 4º - As vedações expressas no inciso VI, alíneas "b" e "c", compreendem somente
o patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais das entidades
nelas mencionadas.

O parágrafo 4º do art. 150 da CF fala que a isenção compreende o patrimônio, a renda e os


serviços das entidades, enquanto o art. 150, VI, “b” fala de templo, que englobaria só a
parte relacionada à celebração do culto religioso. Como resolver essa diferença?

Imagine que alguém queira criar uma religião e compre um grande terreno, bem espaçoso,
e divida em várias partes: o lugar de celebração propriamente dito, uma loja (de
lembrancinhas fabricadas pelos próprios e comercializadas ali com o dinheiro revertido para
a instituição), uma residência para o pastor, uma área esportiva com piscina olímpica, onde
também são realizados batismos e um estacionamento, que funciona como lugar de culto
quando houver algum evento especial, com o valor cobrado revertido para a igreja, e por
fim, um salão de festa com serviço de buffet, que é alugado para festas e eventos.

E qual seria a incidência tributária? IPTU ou ITR pelo terreno como um todo e, analisando
especificamente, seria devido à loja a incidência de IR, ICMS, ISS; o estacionamento
deveria gerar IR e ISS; o salão de festas ISS e IR. Levando em conta a literalidade do inciso
VI, b, e a palavra templo como um local de culto, só seria imune o espaço do culto em si, o
estacionamento e o espaço da piscina. Durante muito tempo, só era considerado imune
onde se celebra o culto, e por isso as igrejas começaram a alterar suas configurações para
ter culto em todos os lugares, utilizando até os espaços de estacionamento. Em relação a
isso, o Supremo decidiu que é um benefício aos fiéis, que participam dos cultos. O TJ do
Rio também tem decisão sobre a não necessidade dos espaços estarem reunidos, como
acontece em algumas igrejas, onde a pia batismal fica fora da nave central.

O que a jurisprudência entendeu é que todas as atividades relacionadas à religião estariam


englobados pela isenção. Na lógica da Súmula 724 do STF, se a atividade reverte dinheiro
em favor da igreja então estaria englobada pela isenção.

Súmula 724 STF: Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel
pertencente a qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI, "c", da Constituição, desde
que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades essenciais de tais entidades.

Então o intuito desta alínea era trazer efetividade à garantia da liberdade de crença, mas
hoje isso gera alguns abusos, particularmente dentro do segmento evangélico.

Mas todo tipo de culto tem direito à imunidade? Alguns grupos que se definem como “culto”
tentaram se aproveitar dessa imunidade, como a maçonaria. Mas é preciso que se trate de
culto religioso, pois o que se deseja garantir é a liberdade de crença. Por isso, o
entendimento foi que esse dispositivo se aplica apenas a instituições religiosas que sejam
abertas a qualquer pessoa, de modo que a Maçonaria, embora seja um culto, não estaria
englobada pela isenção, uma vez que suas reuniões não têm livre acesso ao público.

Hoje, então, a imunidade a que têm direito os templos leva em conta todo o patrimônio,
toda a renda e os serviços geridos e desenvolvidos por grupos religiosos. Mas isso tem sido
muito criticado e pode ser revisto daqui a algum tempo, e a tendência é que a interpretação
venha a conceder imunidade apenas para os locais físicos de culto, que é a literalidade da
alínea ​b.

3) Art. 150, VI, “c” - Imunidades dos partidos políticos, suas fundações, entidades
sindicais dos trabalhadores, instituições de educação e de assistência social sem fins
lucrativos

Primeiramente, é preciso ressaltar que:


● Não se trata de imunidade do político, e sim dos partidos e suas fundações.
● A imunidade das entidades sindicais engloba apenas as obreiras não patronais,
pois o objetivo é dar um benefício ao lado mais fraco da organização.

Sobre as entidades educacionais e assistenciais sem fins lucrativos

Não ter fim lucrativo não significa que não pode haver cobrança. Qual a justificativa para
esse raciocínio? Essas instituições têm gastos, principalmente com funcionários, e todas as
pessoas devem ser remuneradas. Mas e o trabalho voluntário? O trabalho voluntário
abrange no máximo 4 horas por semana de dedicação, de forma que os voluntários não
dariam conta de todo o trabalho desenvolvido nessas entidades. A assistência social e
educacional é obrigação do Estado, que não é hábil nessa prestação de serviço em
quantidade e qualidade suficientes para o atendimento de toda a população, precisando da
ajuda e do apoio da iniciativa privada. Por esse motivo, como uma forma de estímulo ao
desenvolvimento, garante-se imunidade tributária a essas instituições.

Além do requisito constitucional de ser sem fins lucrativos, outros podem ser criados
mediante lei complementar.

Para corroborar o “sem fins lucrativos”, a instituição deveria manter toda a renda
arrecadada, sem remessa para o exterior e sem distribuição de lucro para os sócios e
administradores. Nesse sentido, o artigo 14 do CTN:

Código Tributário Nacional


Art. 9º É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
IV - cobrar imposto sobre:
c) o patrimônio, a renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das
entidades sindicais dos trabalhadores, das ​instituições de educação e de assistência
social, sem fins lucrativos​ [...];;

Art. 14. O disposto na alínea c do inciso IV do artigo 9º é ​subordinado à observância dos


seguintes requisitos​ pelas entidades nele referidas:
I – ​não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas​, a qualquer
título;
II - ​aplicarem integralmente, no País, os seus recursos na manutenção dos seus
objetivos institucionais​;
III - manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de formalidades
capazes de assegurar sua exatidão.
§ 1º Na falta de cumprimento do disposto neste artigo, ou no § 1º do artigo 9º, a autoridade
competente pode suspender a aplicação do benefício.
§ 2º Os serviços a que se refere a alínea c do inciso IV do artigo 9º são exclusivamente, os
diretamente relacionados com os objetivos institucionais das entidades de que trata este
artigo, previstos nos respectivos estatutos ou atos constitutivos.

Mas e no caso da boa administração, quando a entidade gera algum recurso e para
otimizá-lo investe em fundo de investimento ou na bolsa a fim de reinvestir na sua própria
atividade eventual lucro? O fisco passou a tributar esses casos e a matéria foi parar no
judiciário. O STJ disse que, nesses casos, a entidade perderia a imunidade. Mas o STF
entendia que não havia problema nisso, posto que esse reinvestimento era decorrente da
boa administração, e que, inclusive, as escolas podem cobrar mensalidade visando a sua
própria manutenção.
Súmula 724 STF: Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel
pertencente a qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI, "c", da Constituição, desde
que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades essenciais de tais entidades.

Limitação à essa imunidade tributária: Lei 9532/97 e LC 104/2001

Em sede tributária, visando a acabar com a imunidade de várias entidades educacionais e


assistenciais, a União editou a lei ordinária 9532/97, que impedia o investimento e aplicação
de qualquer renda auferida por essas instituições. Essa lei foi considerada inconstitucional
porque só lei complementar pode tratar de limitação ao poder de tributar.

Art. 146. Cabe à lei complementar:


II - regular as limitações constitucionais ao poder de tributar;

Depois foi editada a LC 104/2001, que alterou o inciso I do at. 14 do CTN, impedindo a
reaplicação de eventuais rendas arrecadadas por entidades educacionais e assistenciais.

Hoje o STF tem um entendimento mais rígido no que tange às imunidades das entidades
educacionais.

Equiparação das entidades fechadas de previdência social

A súmula 730 estende a imunidade às entidades de previdência fechada que não


estabelecem contraprestação mínima aos beneficiários mínima.O supremo decidiu que em
razão da contribuição ser tão pequena ou inexistente e o benefício grande, equipara-se ao
assistencialismo. Todas as demais entidades de saúde e previdência permanecem não
tendo imunidade tributária.

Súmula 730 STF: A imunidade tributária conferida a instituições de assistência social sem fins
lucrativos pelo art. 150, VI, "c", da Constituição, somente alcança as entidades fechadas de
previdência social privada se não houver contribuição dos beneficiários.

4) Art. 150, VI, “d” - Imunidade do livro, jornal, periódicos e do papel destinado à sua
impress ão
Livros, jornais e periódicos são imunes de impostos, bem como o papel destinado à sua
impressão. Tem como extrafiscalidade o acesso à informação, à educação e à cultura.

A discussão que se trava atualmente é se o livro digital está abarcado pela imunidade. Hoje
é praticamente solidificada a ideia de que instrumentos como Kindle e outros livros digitais
são imunes, mas apenas no que tange ao conteúdo, e não para o aparelho eletrônico. O
primeiro reconhecimento de outras tecnologias foi a súmula 657.

Súmula 657 STF: A imunidade prevista no art. 150, VI, "d", da Constituição Federal abrange
os filmes e papéis fotográficos necessários à publicação de jornais e periódicos.

Uma outra questão: revista pornô é imune? A CF não estabelece qualquer critério de moral
ou de valor cultural ou estético para essa imunidade. Por isso, material pornô tem
imunidade, sim.

5) Art. 150, VI, “e” - Imunidade musical

A Frana não explicou esse ponto. Mas a chamada “imunidade musical” foi incluída na CF
pela EC 75/2013, e por isso não é uma imunidade propriamente falando e sim uma isenção
constitucional.

Três são os objetivos dessa imunidade:


a) o combate à pirataria;
b) o revigoramento do mercado fonográfico brasileiro; e
c) a difusão da cultura musical a todas as classes sociais do Brasil, em especial às
menos privilegiadas.
Aula 11/06 Michelle / ​Caderno Anna/ Marta

Lembrando:

Se incidência é a adequação do fato à norma, então não-incidência é a não subsunção do


fato à norma.

Imunidades são situações de não-incidência provocadas, determinadas pela CF.

Último item similar a esse são as isenções. É tema riquíssimo no direito tributário.
Professora encontrou mais de 23 definições diferentes para isenção no mestrado dela. Ela
pegou apenas duas definições das mais antagônicas porque as outras gravitam em torno
dessas.

→ ISENÇÕES

(1) Dispensa legal do pagamento do tributo?

ou

(2) Hipótese de não incidência legalmente qualificada?

→ Efeitos

→ Diferenças entre:
● Não-incidência
● Imunidades
● Isenções
● Alíquota zero
● Remissão
● Anistia

→ Modalidades de isenção:
● Determinada
● Indeterminada
● Condicional
● Incondicional
● Objetiva
● Subjetiva

→ Isenções “irrevogáveis”

---
Remissão = perdão (verbo remitir)
Remição = pagamento (verbo remir)

- ISENÇÕES -

O que seriam isenções? Seria uma hipótese de não incidência ou uma dispensa legal do
pagamento do tributo?

Vejamos o que afirma o CTN:

Artigo 175, CTN:​ excluem o crédito tributário a isenção e a anistia.

Temos que isenção e anistia são causas de exclusão, que ​impedem a criação do crédito
tributário.

Artigo 156, CTN: ​extinguem o crédito tributário a remissão e o pagamento (remição)​.

Diferentemente, a remissão e o pagamento são causas de ​extinção do crédito. ​O


pressuposto da extinção é a existência do crédito. Portanto, para que ocorra o perdão ou o
pagamento, o crédito ​tem que existir antes​.

Temos, então, que a remissão/remição são causas de extinção: o crédito tributário se


formou e foi posteriormente extinto.

Já a ​isenção é causa de exclusão do crédito tributário​, ou seja, ​impede a criação do


crédito ​tributário.

Portanto:

Pressuposto geral do CTN:​ Isenção é causa de exclusão.

E o que é uma situação de exclusão? A que impede formação, diferente da extinção que
pressupõe existência.

O que estaria fora do sistema positivado? A não incidência pura e simples, situações que
não ocorrem, ou seja, não tem fato e não tem lei por conseguinte.

Se na própria CF houver uma determinação de não incidência? Isso é uma imunidade. E se


não houver imunidade, se houver lei estabelecendo competência, e aí rola o fato gerador,
nasce a obrigação tributária. Aí vem em seguida o lançamento tributário.
Mas quando se constitui o crédito tributário?

O artigo 142 do CTN afirma que o crédito tributário é constituído pelo lançamento.

Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa ​constituir o crédito tributário


pelo lançamento​, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a
ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável,
calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a
aplicação da penalidade cabível.

A dificuldade se encontra em saber se o crédito surge com a ocorrência do fato gerador do


qual decorre a obrigação tributária, ou se a obrigação tributária (113, CTN) antecede o
crédito tributário, que surgiria apenas com o lançamento.

Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória.


§ 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o
pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela
decorrente.
§ 2º A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações,
positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos
tributos.
§ 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação
principal relativamente à penalidade pecuniária.

----
Outra questão importante: é possível haver obrigação tributária sem crédito? lembrar do
direito das obrigações.

Às vezes o lançamento ocorre anos depois, mas como que você vai ter obrigação tributária
sem existir o crédito (objeto dessa obrigação)? A questão é que o crédito existe mas não é
exigível até o lançamento, e é essa a principal função do lançamento, tornar exigível o
crédito tributário, OUTORGAR EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO QUE JÁ EXISTIA -
diferentemente da literalidade do 142 CTN que diz que o CRÉDITO SÓ EXISTE COM O
LANÇAMENTO.

Daí surge um racha na doutrina, turma mais antiga, fazendária, é mais literal no 142.
Considerando seu caráter fazendário e dispositivo que trata de prescrição, se entende o
porque:

“a prescrição vai ser contada a partir da constituição definitiva do crédito tributário”. Para
que a fazenda arrecade mais, é melhor que a prescrição demore a contar, e portanto, que o
crédito tributário seja constituído mais tardiamente, como invoca a literalidade do 142 que
diz que o crédito só constitui com o lançamento. Portanto pros fazendários o que é mais
benéfico é levar o 142 de maneira literal. Prazo prescricional conta mesmo a partir da
exigibilidade, mas considerar que o lançamento constitui de fato o crédito é bem a cara
dessa corrente.
A outra corrente, declarativista, diz que o lançamento só declara a existência do crédito,
tornando exigível. Isso é importante inclusive em termos de atos administrativos, que tem
presunção de legitimidade, ​imperatividade​, exigibilidade e executoriedade.

Agora vamos tentar inserir as duas definições de isenção, lembrando que os adeptos da
definição “dispensa legal do pagamento de tributo” equivale a remissão (existe o crédito
mas não precisa pagar), mais próximo de extinção.

Lembrando novamente: isenção é causa de exclusão. Impede formação.

Portanto, os da corrente literal a isenção está depois do fato gerador e antes do lançamento
(quando pra eles se forma o crédito).

Para os adeptos da interpretação mais literal do artigo 142 do CTN, portanto, o crédito
tributário se constitui no momento do lançamento, independentemente de quando ocorreu o
fato gerador.

A turma mais antiga de doutrinadores do direito tributário são favoráveis a essa literalidade
do CTN. Pelo 142, se dizia que quem cria o credito tributário é o lançamento. A gente está
diante de algo que tem que impedir a formação de crédito tributário pra uma causa de
exclusão. Então qual é o único local onde pode estar essa lei isentiva? Depois do fato
gerador ela tem que impedir a formação de crédito que se daria pelo lançamento.

E se não houvesse essa lei isentiva e só depois do lançamento eu tivesse uma lei
dispensando o recolhimento do tributo, tecnicamente isso seria o que? Extinção por
remissão, porque houve a formação do crédito com o lançamento mas se a lei dispensa
depois, se está perdoando (para os doutrinadores desse grupo 1).

De forma diversa, a doutrina mais técnica (chamada de declarativista ou declaratória)


entende que a função do lançamento não é constituir o crédito mas apenas declarar um
crédito que surgiu no momento do fato gerador. Assim, o crédito tributário nasce com fato
gerador, que cria a obrigação tributária. Ele apenas ainda não é exigível: a exigibilidade é
outorgada pelo lançamento.

A turma 2 é dos doutrinadores que criticaram essa literalidade do art 142, que diz que não é
o lançamento que forma crédito tributário, mas sim ele só “outorga” exigibilidade; quem
formaria o crédito tributário seria o próprio fato gerador. Lembrando do pressuposto do
próprio CTN de que isenção é uma causa que impede a formação desse crédito.

Pra quem acha então que isenção é uma hipótese de não incidência legalmente qualificada,
ela estaria entre a lei e o fato gerador, ou seja, tem lei mas então a isenção seria uma
situação que impede a própria ocorrência de fato gerador tributário. Se a dispensa fosse
depois do fato gerador, seria remissão, para a turma 2. O ponto de embate entre os
doutrinadores é o que ocorre entre o fato gerador e o lançamento. Pro pessoal da primeira
linha teórica isso é isenção. Pro pessoal do segundo grupo, seria remissão. Tecnicamente,
entre dispensa legal do pagamento de tributo e hipótese de não incidência legal, isenção
seria a segunda, pois pressupõe a existência de um crédito.

Obs: Lembrando que as duas correntes entendem que o prazo prescricional é sempre
contado da exigibilidade

De forma diversa, a doutrina mais técnica (chamada de declarativista ou declaratória)


entende que a função do lançamento não é constituir o crédito mas apenas declarar um
crédito que surgiu no momento do fato gerador. Assim, o crédito tributário nasce com fato
gerador, que cria a obrigação tributária. Ele apenas ainda não é exigível: a exigibilidade é
outorgada pelo lançamento.

A turma 2 (Ataliba, Carraza e outros) é dos doutrinadores que criticaram essa literalidade do
art 142, que diz que não é o lançamento que forma crédito tributário, mas sim ele só
“outorga” exigibilidade; quem forma o crédito tributário é o próprio fato gerador. Lembrando
do pressuposto do próprio CTN de que isenção é uma causa que impede a formação desse
crédito.

Pra quem acha então que isenção é uma hipótese de não incidência legalmente qualificada,
ela estaria entre a lei e o fato gerador, ou seja, tem lei mas então a isenção seria uma
situação que impede a própria ocorrência de fato gerador tributário. Se a dispensa fosse
depois do fato gerador, seria remissão, para a turma 2. O ponto de embate entre os
doutrinadores é o que ocorre entre o fato gerador e o lançamento. Pro pessoal da primeira
linha teórica isso é isenção. Pro pessoal do segundo grupo que critica, seria remissão.
Tecnicamente, entre dispensa legal do pagamento de tributo e hipótese de não incidência
legal, isenção seria a segunda, pois pressupõe a existência de um crédito, que pelo CTN
não forma um crédito, isso está confundindo, na verdade, por conta daquele prazo
prescricional, que pressupõe existência de crédito, uma situação extintiva de uma situação
de exclusão.

Obs: As duas correntes entendem que o prazo prescricional é sempre contado da


exigibilidade

Sobre alguns conceitos importantes:

Alíquota zero é isenção? isenção em uma conclusão mais técnica é uma situação de não
incidência legalmente unificada que impede a ocorrência do fato gerador tributário.

E a alíquota tecnicamente tem que perceber que tem uma mudança abissal em relação a
isenção, só quem não aceita é Roque Carraza. Ela ocorre no lançamento.
Alíquota zero é uma regra de incidência tributária, quando tem a lei sabe que não pagar
nada, funciona assim: tem a Constituição, que não cria tributos, traz uma série de regras de
competência, tem a lei, ocorre o fato gerador, tem o nascimento da ação tributária que
incide o tributo. Mas, pela alíquota ser zero, no lançamento o custo final é zero. Embora
seja uma situação de incidência, o efeito final é o mesmo da não incidência. é uma situação
de incidência tributária que tem o mesmo efeito da isenção, que é, não recolher nada de
tributo.

E a anistia? Não existe “anistia de tributos”, art. 175 CTN: “excluem o crédito tributário: a
isenção e a anistia”, logo ela é impeditiva de formação de crédito tributário. Anistia não pode
ser crédito, não é positivado e nem aquela obrigação principal, é a dispensa do
recolhimento de obrigação acessória ou de multa e demais encargos (multa não é tributo).
Anistia diz respeito a multa ou a obrigação acessória.

Exemplos Lei isentiva, remissiva, anistia


- mulheres excelentes motoristas não recolhem IPVA – isentiva, pois a isenção sempre
olha para o futuro, impedindo a formação do crédito tributário.
- não há necessidade de empresas recolherem IR desde 2016 em atrasos nem multas e
impostos – remissiva e anistia.
- Refiz, as empresas estão dispensadas no recolhimento de multas de 2015 – anistia

Não existe em Tributário, como no Civil, ter perdão para obrigação principal e também ter
para a obrigação acessória
Pode ter uma lei só anistiante, que dispense os encargos do Refis, por exemplo, ou uma lei
só remissiva, quando perdoa os tributos mas tem que pagar os encargos. Para que seja as
duas coisas, a lei tem que ser expressa, remissiva e anistiante. Cuidado com notícias de
jornal que diz Governo concedeu anistia de tributos, não existe, só terá anistia de multas,
anistia de obrigação acessória em relação a tributos.
Se for uma situação futura, isenção, se for situação passada, remissão, pois a remissão e a
anistia olham para o passado, pressupondo a existência do crédito tributário.

Pra gravar bem, isenção sempre para um fato que vai acontecer, a remissão e anistia para
situações pretéritas, porque pressupõe que já teve o tributo, portanto, extinção do tributo.

Consolidando todos esses conceitos:

1) ​Não-incidência pura e simples é a não subsunção de norma ao fato por ausência de


dispositivo legal ou por ausência de ocorrência fática;

2) ​Imunidade ​é hipótese de não incidência constitucionalmente qualificada;

3) ​Isenção ​é causa excludente do crédito tributário, portanto impeditiva de sua formação,


caracterizada como hipótese de não incidência legalmente qualificada;

obs: aqui na faculdade a gente gosta de pensar, mas o STF por enquanto está na decisão
de 1975 até hoje, a definição é a mesma de 75, o efeito prático é considerar os problemas
apontados, que ocorre o fato gerador quando tem isenção, quando não tem, terá que
recomeçar a história, tem que observar todos os princípios constitucionais tributários,
complica mais. Isso é para concurso, não para a matéria nossa [não entendi direito]
4) ​Remissão ​é causa extintiva do crédito tributário, pressupondo, portanto, sua existência, e
caracterizada pela dispensa legal do recolhimento do tributo;

5) ​Alíquota zero configura, na realidade, situação de incidência tributária onde o


multiplicador matemático é zero, gerando, portanto, nenhum tributo a ser recolhido;

6) ​Anistia ​é a dispensa legal do cumprimento de obrigações acessórias ou do recolhimento


de multas e demais encargos.

Atenção​: a isenção é sempre voltada para fatos futuros, já a remissão e a anistia voltam-se
para situações pretéritas.

MODALIDADES DE ISENÇÃO

a) Isenção ​determinada ou com prazo certo → é aquela cuja lei que outorga o benefício
estabelece prazo de duração deste; ex: será concedida isenção ISS para os médicos por 3
anos; de IR para pacientes cardiopatas por 5 anos.

b) Isenção ​indeterminada ​→ quando a lei não estabelece prazo; ex: será concedida
isenção de ISS aos médicos, sem prazo algum

c) Isenção ​condicional ou onerosa ou bilateral ou com encargos → para que se receba


o benefício há a necessidade de se cumprir um ônus, normalmente atrelado a políticas de
extrafiscalidade. Por exemplo: concede-se isenção de ISS para médicos que abram
consultório num bairro determinado, como forma de atrair profissionais para região
particularmente carente; no caso de cirurgiões plásticos que queiram ter consultórios no
bairro de Bangu, com isenção de 3 anos de ISS, nesse caso a isenção é de prazo (3 anos)
e de condicional (bairro e especialidade)

d) Isenção ​incondicional ​→ quando não se estabelecem encargos para a isenção, não há


critério algum;

essas duas próximas dizem respeito ao núcleo:

e) Isenção ​subjetiva ​→ olha para a figura do beneficiário. Por exemplo: isenção de IPI para
taxistas, independentemente do modelo de carro que eles dirijam; ex: tem isenção para os
taxistas, pouco importa qual o seu carro, beneficiando ao taxista, não ao veículo

f) Isenção ​objetiva ​→ olha para o objeto da isenção. Por exemplo: isenção de IPI para
veículos populares. Se algum milionário quer comprar carro popular, vai beneficiar ao carro,
não a ele.

pode ser determinável de várias maneiras: a isenção pode ser pode ser determinada,
condicional ou objetiva; indeterminada, incondicional, subjetiva... sempre tem pares e pares.

ISENÇÃO IRREVOGÁVEL​ - Art. 178, CTN


se tiver uma isenção determinada, condicional e se tiver o implemento da condição, ela gera
direito adquirido e pode usufruir do direito ate o final, não pode ser revogada antes do
tempo
Se a isenção for determinada e condicional, é garantido o benefício até o final do prazo
mesmo que a lei que concedeu a isenção seja revogada antes do tempo.

Por exemplo:
Uma lei é publicada garantindo isenção de ISS durante 3 anos para médicos que abram
consultório em Bangu. Tem prazo certo, 3 anos, e tem que montar o consultório no bairro X.
A lei é publicada em 10/jan/2018. No entanto, um ano depois da edição da lei, ela é
revogada. O que acontece? Esse é um caso de isenção “irrevogável”, e esses médicos têm
direito adquirido à isenção do ISS por 3 anos.
Caso o médico estava pensando, sonhando, não chegou a montar o consultório, não
efetivou o benefício para ser adquirido até o final.

Se for isenção só condicional - será concedida isenção para médico montar consultório em
Bangu - e a lei é revogada em 6 meses, perde o benefício, porque a lei não estabeleceu
tempo. O máximo que acontece é, caso seja revogada (a revogação é uma surpresa),
observa-se o principio da anterioridade, e até 1 janeiro do exercício seguinte estará isento
de tributos, mas depois será tributado normalmente. Portanto, aplica a anterioridade se tiver
condição mas não prazo.
TRIBUTÁRIO Aula 12 junho 2018 - Caderno Anna

Lançamento tributário: art. 142, CTN

Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo
lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência
do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o
montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da
penalidade cabível.

→ ​Titularidade​:

O artigo 142 do CTN afirma que compete privativamente à autoridade administrativa


constituir o crédito tributário (quando o lançamento é feito diretamente, de ofício, pela
administração).

No entanto, o lançamento não compete apenas à autoridade administrativa. Ele também


pode ser pelo próprio contribuinte, quando ocorre o chamado lançamento misto, no qual o
contribuinte apresenta uma declaração que constitui o crédito tributário (Exemplo:
preenchimento do valor do imóvel na guia de arrecadação do imposto de transmissão -
ITBI).

O lançamento também pode ser feito por homologação [não peguei direito].

Portanto, são três as modalidades de lançamento:

→ Modalidades de lançamento
● Direto (de ofício)
● Misto (por declaração)
● Por homologação

---

Continuando na análise do artigo 142 do CTN, este afirma “constituir o crédito tributário pelo
lançamento”.

Mas qual a função do lançamento? Existem três teorias:

→ Teorias quanto à função:


● Constitutiva
● Declaratória
● Mista (híbrida)

Para a teoria constitutiva, o lançamento constitui (cria) o crédito tributário. Essa teoria
separa o crédito da obrigação tributária.
Para a teoria declaratória, a obrigação tributária nasce com o fato gerador. O lançamento é
apenas a declaração de um crédito já surgido com aquele fato gerador. Para essa teoria, o
lançamento declara a exigência do crédito e outorga os termos da sua exigibilidade, ou seja,
torna esse crédito exigível. É a teoria mais técnica e mais aceita pela doutrina.

Existe também uma terceira teoria, chamada teoria mista, para a qual lançamento declara
obrigação e constitui o crédito. Essa teoria continua separando os momentos do nascimento
da obrigação e do crédito, ou seja, não há diferença dessa teoria para a primeira.

E o prazo de prescrição? Não muda: para a primeira teoria, a prescrição é contada da


criação do crédito, que é no lançamento; para a segunda teoria, conta-se da exigibilidade,
que também é no lançamento. Ou seja, em qualquer caso o prazo de prescrição é contado
do lançamento.

Obs​:
- Entre o fato gerador e o lançamento = prazo decadencial.
- A partir do lançamento = prazo prescricional.

---

Continuando a análise do artigo 142 do CTN, temos a definição de lançamento nos


seguintes termos: “assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a
ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável,
calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo…”

Mas qual a natureza jurídica do lançamento? Existem também três teorias:

→ Teorias quanto à natureza jurídica:


● Procedimento administrativo (bilateralidade, garantia do contraditório e ampla
defesa)
● Ato administrativo (unilateralidade)
● Procedimento-ato

Procedimento administrativo

O procedimento administrativo é marcado pela bilateralidade, ampla defesa e


contraditório.
O lançamento pode ser um ato complexo, mas não é um procedimento
administrativo porque nele não há bilateralidade.

Ato administrativo

O ato administrativo é sempre unilateral, seja ele simples ou complexo. Trata-se de


uma emanação da vontade do Estado ou de quem lhe faça as vezes, no exercício de
prerrogativa pública, com o intuito de dar fiel cumprimento à lei.
Quais os atributos do ato administrativo? São quatro: presunção de legitimidade,
autoexecutoriedade, imperatividade e tipicidade.
Pela própria definição percebemos que o lançamento é um ato administrativo, tendo
inclusive suas características, como presunção de legitimidade e autoexecutoriedade.

Procedimento-ato

Essa teoria surgiu nos últimos anos e vem ganhando força. O lançamento poderia
ser melhor caracterizado como um procedimento-ato porque envolve uma cadeia complexa:
existe um ato administrativo que faz o lançamento, mas antes é necessário um
procedimento para que seja feito esse lançamento, pela própria complexidade dos fatos.
Por exemplo: o particular entra em contato com o fisco para tirar dúvidas sobre como
recolher, alíquotas, esclarecer fatos, etc.

---

→ Aplicação de penalidades: auto de infração

Na última parte do artigo 142 do CTN, temos um trecho sobre a aplicação de penalidades
dentro da própria definição de lançamento. Mas cabe aplicação de penalidade no
lançamento? Não, o lançamento não é o momento adequado para aplicar penalidades, que
ocorrem apenas em momento posterior.

Lembrando: ​multa não é tributo​!

Mas o que é o auto de infração? A que ele se destina?


Vamos ver as semelhanças e diferenças entre o lançamento e o auto de infração:

LANÇAMENTO AUTO DE INFRAÇÃO

AGENTE autoridade fiscal (fisco) autoridade fiscal (fisco)

OBJETO formalizar o crédito tributário formalizar a penalidade que vai


ser aplicada (o auto de
infração)

FORMA auto auto

MOTIVO ter ocorrido fato gerador ter ocorrido o descumprimento


(olha para o passado: obrigacional tributário
por quê?)

FINALIDADE possibilitar o recolhimento do possibilitar o recolhimento da


(olha para o futuro: tributo devido multa
para quê?)
Obrigação tributária: art. 113, CTN

Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória.


§ 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o
pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela
decorrente.
§ 2º A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações,
positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos
tributos.
§ 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação
principal relativamente à penalidade pecuniária.

→ Obrigação principal e acessória

A obrigação tributária pode ser principal ou acessória. Não é necessária a relação de


dependência entre elas, são obrigações de caráter distinto.

A obrigação é principal tem caráter patrimonial.

A obrigação acessória se refere a um dever instrumental ou de contorno. É uma obrigação


de fazer ou não fazer, não havendo prestação em pecúnia. Por exemplo: obrigação de
enviar declaração do IR, manter escrituração contábil e emitir nota fiscal.

O parágrafo 1º fala que a obrigação tributária “tem por objeto o pagamento de tributo ou
penalidade”. Mas isso está errado, pois a sanção não é objeto da obrigação tributária!
Apenas crédito tributário, fruto de atividade lícita, pode ser objeto da obrigação tributária.

O parágrafo 2º fala que “a obrigação acessória decorre da legislação tributária”. É


importante perceber que a obrigação acessória pode estar prevista não há pena em lei, mas
também em atos normativos administrativos, porque você não cria nenhuma obrigação de
caráter pecuniário.

→ Análise do parágrafo terceiro

§ 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação


principal relativamente à penalidade pecuniária.

O que esse parágrafo quer dizer é que, se for aplicada penalidade (multa) por
descumprimento da obrigação principal ou acessória, essa penalidade vai ser exigida com
as mesmas garantias e privilégios da obrigação tributária (como se fosse tributo, ou seja,
segue-se a lei de execução tributária).

Sujeitos da obrigação tributária:

Já estudamos o sujeito ativo da obrigação tributária no semestre passado:

→ Sujeito ativo:
● Direto (exerce competência tributária original)
● Indireto (um terceiro exerce essa competência)
○ parafiscal
○ auxiliar

O sujeito passivo é aquele contra quem pode ser exigido o cumprimento da obrigação.

→ Sujeito passivo: art. 121, CTN


● Direto (contribuinte)
● Indireto (responsável)

O sujeito passivo ​direto ​é o ​contribuinte​, aquele que diretamente pratica o fato gerador.

O sujeito passivo é ​indireto ​quando o responsável pelo recolhimento do tributo não é quem
praticou o fato gerador, mas uma pessoa ​habilitada pela lei para o cumprimento da
obrigação. Por exemplo, se um incapaz herda um imóvel do seu avô, cabe a ele pagar o
IPTU? Lógico que não. Nesse caso o sujeito passivo é indireto: é o responsável quem vai
pagar o tributo.

O sujeito passivo também pode ser substituído. Ocorre ​substituição ​quando, ​no exato
momento em que ocorre o fato gerador​, essa obrigação já é do terceiro. Ou seja, a
responsabilidade recai no terceiro no exato momento do fato gerador.

A substituição tributária pode ser regressiva, progressiva ou linear.

→ Substituição
● Regressiva (“para trás”)
● Progressiva (“para frente”)
● Linear

Substituição regressiva

Para entender como se opera a substituição regressiva, imaginemos como funciona


a cadeia tributária. Por exemplo, quando você vai comprar um carro, você não vai direto na
montadora, você vai numa concessionária. Então a montadora vende o carro para
concessionária, que vende para você.
Nesse meio do caminho, em um ou vários elos da cadeia, incidem impostos, como o
IPI, o ISS, às vezes o II. Mas normalmente o recolhimento do tributo é feito quando da
venda ao consumidor final.
A substituição é regressiva quando se opera “para trás”, ou seja, quando a
substituição do verdadeiro devedor do tributo ocorre no momento futuro quanto a uma
obrigação ocorrida em etapa anterior da cadeia.

Substituição progressiva

A substituição progressiva encontra previsão no art. 150, § 7º da CF:


§ 7º A lei poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação tributária a condição de responsável
pelo pagamento de imposto ou contribuição, cujo fato gerador deva ocorrer posteriormente,
assegurada a imediata e preferencial restituição da quantia paga, caso não se realize o fato
gerador presumido.

Ocorre quando você substitui um fato que ainda não aconteceu (e nem se sabe ao
certo que vai acontecer), ou seja, ocorre recolhimento prévio do tributo, antes da ocorrência
do fato gerador.
Pela doutrina, a substituição progressiva sempre foi tida como anticonstitucional.

Substituição linear → Idêntica à substituição regressiva

---

Pode ocorrer também a ​transferência ​do sujeito passivo, que ocorre quando um ​fato novo
transfere a obrigação para terceiro ​após a ocorrência do fato gerador​. A transferência se
opera em três hipóteses:

→ Transferência:
● solidariedade
● sucessão → quando o sujeito passivo morre e alguém o sucede na obrigação
● responsabilidade legal → caso de incapazes, empresas, etc.
Aula 12/06/2018 - Márcio

LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO Art. ​142 CTN

“Compete privativamente à autoridade administrativa​1​constituir​2 o crédito tributário pelo


lançamento, assim entendido o procedimento administrativo​3 tendente a verificar a ocorrência
do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o
montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo o caos, propor a aplicação
da penalidade​4​ cabível.”

1) Quanto à Titularidade - modalidades de lançamentos:

a. Direto​ ou de ofício: exclusivamente pelo fisco 149 CTN → IPTU p. ex.

b. Misto​: dados fornecidos pelo sujeito passivo + fisco faz o lançamento 147 CTN
→ ITBI e ITR (até 1996, agora é por homologação)

c. Por Homologação​: cada sujeito passivo verifica sua situação tributária, calcula o
montante devido, efetua os recolhimentos e remete os dados ao fisco + fisco
homologa (Receita Federal diz se está correto ou manda retificar) 150 CTN → IR
p. ex. (85% dos casos)

1​
autoridade judicial também​, no caso de herança p. ex. + custas judiciais (taxas)

2) Teorias quanto à função​2 (não é quanto à natureza jurídica, mas quanto à função que
exerce):
a. Constitutiva (ou constitutivista): [SQN] não é, de fato, a autoridade administrativa que
vai constituir (criar) o crédito tributário... nosso sistema tributário é legalista, direito
tributário rígido, fechado, decorrente da LEI (a obrigação tributária nasce com o Fato
Gerador. Em alguns casos, pode levar 5 anos entre o fato gerador e o lançamento,mas não
se pode separar crédito de obrigação). Toda obrigação tem que ter um objeto (no nosso
caso é o crédito tributário. Prevalente no CTN.A prescrição é contada a partir da
constituição do crédito tributário.
b. Mista (ou híbrida): o STF entende que o lançamento é declaratório a obrigação e
constitutivo o crédito; vem perdendo força. Declara a obrigação e constitui o crédito (mas
lembre-se que, para a Frana, separar o crédito da obrigação é um erro). Constitutiva e
Mista ​são teorias fazendárias​, têm semelhanças. A prescrição é contada a partir da sua
exigibilidade (=definitividade).
c. Declaratória​(ou declarativista): defende que a função do lançamento é de declarar a
existência de um crédito tributário, coisa que já nasceu lá atrás quando ocorreu o Fato
Gerador, ou seja, declara a existência do crédito outorgando sua exigibilidade. Não é o
lançamento que constitui o crédito tributário (constituição significa tornar exigível, mas o
crédito já existe no exato momento em que ocorreu o Fato Gerador (​é a mais aceita pela
doutrina, a mais técnica​): o lançamento é declaratório e apenas outorga os termos de sua
exigibilidade. No IR p. ex. a apuração de renda ocorre entre 01 de janeiro até 31 de
dezembro, mas o crédito tributário só se torna exigível no dia em que você faz a entrega
da declaração ou após 30 de abril. O crédito já existia antes. Não separa a obrigação do
crédito.
Obs.: ​o ​STF​entende que o lançamento ​declara a obrigação​ e ​constitui o crédito​.
Prazo ​decadencial (5 anos para formaçãodo crédito) ​≠ Prazo ​prescricional (5 anos para
cobrar) a partir da constituição definitiva do crédito tributário (pela literalidade do CTN), data
do lançamento para a teoria constitutiva (mais vantajosa para a Fazenda). Mas a data da
exigibilidade é que deve ser observada.

3) Teorias quanto à natureza​3​ jurídica***:


a. Procedimento Administrativo (CTN diz que o lançamento é): só que não é de fato um
Procedimento Administrativo (CF 1988 é sinônimo de processo, deve ter bilateralidade,
garantia do contraditório, recursos... não presentes no ​lançamento​).
b. Hoje ​é mais ​Ato Administrativo​: “emanação de vontade do Estado (ou de quem lhe faça
as vezes) no exercício de uma prerrogativa pública, com o intuito de dar cumprimento à
lei (ou excepcionalmente à Constituição)”. Lembrar dos ​atributos dos Atos
Administrativos: ​presunção de legitimidade​, imperatividade, ​exigibilidade e
executoriedade... (mais aceito pela doutrina). O ​Ato Administrativo final será sempre o
lançamento​: o valor a ser pago será “x”.
c. Procedimento Ato (​esta corrente vem se fortalecendo​): por exemplo, a Pessoa Jurídica
pode iniciar um pequeno processo administrativo para consultar a Fazenda se pode
exercer determinadas deduções para IR da PJ, para se chegar a uma conclusão, precisa de
um ​procedimento​ anterior para se chegar a uma ​sentença​.

4) Aplicação de penalidades(na verdade, no lançamento não é momento adequado para se


aplicar penalidades). Notificação pode gerar o pagamento; o pagamento gera a extinção do
crédito tributário. Se não pagar: notificação 2 (ato administrativo) = principal + encargos.
Continuou sem pagar: ​inscrição em dívida ativa (​ato administrativo que transforma o crédito
tributário em dívida ativa tributária), passa a ter executoriedade (cobrança com base na Lei de
Execuções Fiscais). ​Atenção às diferenças e semelhanças​:

(elementos dos atos LANÇAMENTO AUTO DE INFRAÇÃO


administrativos) (ato administrativo) (ato administrativo)

Agente Autoridade fiscal Autoridade fiscal

Objeto Formalizar o ​crédito Formalizar a ​penalidade


tributário cabível​ que será aplicada
Forma Auto Auto

Motivo (por que) Ter ocorrido ​fato gerador Ter ocorrido


aponta para o passado descumprimento da
obrigação tributária

Finalidade (para que) Possibilitar o recolhimento Possibilitar o recolhimento


aponta para o futuro do ​tributo da ​multa

5) Obrigação Tributária: 113 CTN


a. Obrigação principal ou acessória → “vínculo surgido pela lei que dá um direito ao credor
o direito de exigir do devedor o cumprimento de uma prestação”. A obrigação assessória
pode estar prevista em regulamento, instrução normativa... No Direito Tributário a regra
de “o acessório segue o principal” deve ser desconsiderada. São duas obrigações
patrimoniais distintas: a principal (obrigação tributária de caráter patrimonial, com valor
pecuniário, uma obrigação de dar) e a acessória (obrigação tributária não patrimonial,
caracterizada por um fazer ou não fazer).
b. Análise do §3º (outro SQN: tributo, em seu conceito, não é sanção ou penalidade) usar a
expressão “crédito tributário”, resultado de atividade lícita. Multa não é o caso. Ao
receber uma penalidade, ela será exigida com as mesmas garantias e privilégios do crédito
tributário (§§ 1º e 3º). Mas são coisas separadas.
c. Sujeitos da Obrigação Tributária:
Sujeito ativo: direto ou indireto (este pode ser parafiscal, auxiliar...)

6) Sujeito passivo: 121 CTN


Revisão:
ONDE ocorre o fato gerador e onde deve ser cumprida a obrigação tributária;
QUANDO ocorre o fato gerador e quando deve ser cumprida;
O QUE qual é o fato gerador, base de cálculo e alíquota;
QUEM sujeito ATIVO e sujeito PASSIVO.
a. Sujeito ​Ativo Direto​: aquele diretamente exerce a competência tributária;
b. Sujeito ​Ativo Indireto​: auxiliar ou parafiscal, um terceiro designado pela lei;
c. Sujeito ​Passivo Direto​: contribuinte, realiza o fato gerador diretamente;
d. Sujeito ​Passivo Indireto​: uma criança ganha um apartamento de um parente distante, os
pais assumem a responsabilização de terceiro ou o apartamento é vendido para a quitação
tributária.

6.1) Substituição (a responsabilidade recai sobre o terceiro no exato momento do fato


gerador). A empresa deve reter ​no ato do pagamento do salário que é o fato gerador, a
empresa se torna responsável por esta obrigação (para em seguida repassar o imposto de
renda e o INSS).
a. Regressiva (para trás) exemplo: 40 produtores de leite vendem (fato gerador) para uma
indústria de laticínios os insumos para a venda de produtos ao consumidor final. A
indústria de laticínios paga ao fisco e recebe algum benefício fiscal (fica mais fácil para o
fisco ir atrás de uma indústria que daqueles 40 produtores).

b. ​ rogressiva (para frente) exemplo: montadora fornece 25 automóveis a uma


P
concessionária (a qual já paga os tributos ao fisco) antes do fato gerador do ICMS do
veículo (ou seja, antes da venda ao consumidor final que é o fato gerador). O STF já
declarou inconstitucional, não com Súmula (por declaração de voto em 1998).

c. ​ inear (semelhante à regressiva, a Professora ficou de comentar mais) serviços


L
prestados por terceiros

6.2) ​Transferência →ocorre o fato gerador na figura do sujeito passivo normal, mas antes do
final do cumprimento ocorre um fato novo que produz a transferência. Por exemplo: IPVA
em 15 de fevereiro, mas em 18 de fevereiro o titular faleceu, gerando a sucessão (o sucessor
passa a ser responsável).

a. Solidariedade​: o imóvel ficou para três irmãos, mas o fisco pode cobrar o IPTU integral
de qualquer um deles, mesmo daquele que ficou com apenas 20% do imóvel na partilha.
b. Sucessão​: IPVA pago pelo herdeiro, por exemplo.
c. ​Responsabilidade legal​: por exemplo das empresas, em que o sócio administrador é o
responsável... o exemplo acima, em que uma criança ganhou um apartamento de um
parente distante, os pais assumem a responsabilização de terceiro ou o apartamento é
vendido para a quitação tributária.

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