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Instituto Politécnico de Saúde do Norte

Escola Superior de Saúde do Vale do Sousa


2º ano do 2º curso de Licenciatura em Enfermagem
2º grupo de alunos a estagiar no Hospital Nossa Senhora da Conceição
de Valongo
Ano lectivo 2001/2002

Necessidade de movimento e

exercício:

Posicionamentos terapêuticos

Autores:
Ana Ferreira
Ana Silva
Ana Sofia Silva
Andreia Fernandes
António Oliveira
Cláudia Pereira
Isabel Martins
Sónia Pinheiro

Gandra, Outubro de 2002


Sumário:

0 - Introdução..............................................................................................4

1 – Exercícios de Reablitação.....................................................................5

2 - Técnicas de Posicionamento.................................................................8
2.1. Decúbito Dorsal ........................................................................9
2.2 Decúbito Lateral.........................................................................9
2.3. Decúbito Ventral......................................................................10
2.4. Posição de Fowler...................................................................11

3 – Mecânica Corporal..............................................................................13
3.1 Princípios básicos da mecânica corporal.................................14

4 - Conclusão...........................................................................................16

Bibliografia.................................................................................................17

Anexos
Anexo A - Panfleto: “Exercícios de amplitude e movimento para pessoas
acamadas e
deambulantes”........................................................................................18
Anexo B - Panfleto: “Posicionamentos no doente
acamado”................................................................................................20

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Índice de imagens:

Fig.1-Exercício isométrico...............................................................................7

Fig.2– Exercício isotónico................................................................................8

Fig.3– Movimento e exercício..........................................................................8

Fig.4 – Decúbito dorsal..................................................................................10

Fig.5 – Decúbito lateral..................................................................................11

Fig. 6 – Decúbito ventral................................................................................11

Fig. 7 – Posição de Fowler............................................................................12

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0. Introdução:

Como alunos do 2º ano do II curso de Licenciatura em Enfermagem, a


realizar o Ensino Clínico III ( vertente de Medicina ) no serviço de Medicina
Mulheres do Hospital N. Sra. Conceição – Valongo, propomo-nos a elaborar
este trabalho escrito, subordinado ao tema “ Doente acamado: exercícios,
posicionamentos e mecânica corporal “.

Resolvemos escolher este tema pois consideramos que este trabalho terá
grande utilidade prática e importância, não só para o nosso enriquecimento
pessoal, como também para fornecer informação correcta e precisa aos
doentes e seus familiares/cuidadores. Assim, ao longo deste documento
serão abordados e desenvolvidos os seguintes assuntos:
1) Exercícios de Reabilitação
2) Técnica de Posicionamento
3) Mecânica Corporal

Para além deste documento, achamos relevante a elaboração de dois


panfletos informativos, que se destinam aos doentes acamados e
principalmente aos seus familiares/cuidadores (anexo A e anexo B).

Na elaboração deste trabalho utilizamos o método expositivo /descritivo,


uma vez que pretendemos transmitir sucintamente e de uma forma clara e
objectiva a informação que reunimos.

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1 – Movimentos no leito

Movimento e exercício é uma necessidade humana básica que não pode ser
esquecida pelos profissionais de saúde, nem mesmo pelos cuidadores de
um doente acamado.

A palavra movimento é sinónimo de vida. Todo o organismo necessita de se


mover para se sentir estimulado para a vida do dia-a-dia. O exercício, seja
ele, activo ou passivo é fundamental para a manutenção do tónus muscular,
prevenindo complicações, tais como o atrofiamento muscular.

São conhecidos diferentes tipos de movimentos articulares, sendo eles:

Flexão: é um movimento que reduz o ângulo que dois ossos articulados


fazem entre si

Extensão: este movimento aumenta o ângulo que dois ossos articulados


fazem entre si. É o movimento oposto ao de extensão

Abdução: é um movimento de um membro ou segmento que permite afastá-


lo do plano médio do corpo ou do outro membro.

Adução: é o movimento contrário ao de abdução, isto é, permite aproximar


um membro ou segmento do plano médio do corpo ou de um outro membro

Circundação: corresponde aos quatro movimentos anteriores unidos,


permite que um membro ou segmento deste descreva um cone.

Rotação: movimento de uma parte do corpo em torno do seu eixo.

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Pronação: movimento de rotação efectuado com o antebraço que faz com
que a região palmar da mão fique voltada para baixo. É um termo que só se
aplica aos membros superiores.
Supinação: é o movimento oposto ao de pronação e que faz com que
através de um efeito de rotação a região palmar da mão fique voltada para
cima.

Considerando os diferentes movimentos e sabendo que muitos dos doentes


acamados necessitam de ajuda para realiza-los, podemos classificar os
diferentes exercícios, que um cuidador pode realizar, tendo em conta se
estes se realizam com ou sem ajuda do doente acamado, em:

1. Activos – exercício que é realizado pelo doente sem a ajuda do


cuidador
2. Passivo – exercício realizado pelo cuidador sem ajuda do doente
3. Activo- assistido – exercício realizado pelo doente com ajuda do
cuidador
4. Resistência – exercício activo, realizado pelo doente, trabalhando
contra uma resistência, produzida tanto por meios manuais como
mecânicos
5. Isométrico ou muscular – exercício que consiste em alternadamente
contrair e relaxar o músculo, enquanto se mantém o doente em
posição fixa, exercício esse realizado pelo paciente que aumenta
conscientemente a tensão dos músculos

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Fig. 1: Exercício isométrico, in “Pessoas Idosas, uma Abordagem
Global”, pág 305

6. Isotónico – exercício activo em que o doente exercita activamente os


músculos, alterando a sua posição, aumentando assim a força, tónus
muscular e mobilidade articular

Fig. 2: Exercício Isotónico in “Pessoas Idosas uma Abordagem Global”,


pág. 305

O cuidador deve incentivar o doente acamado a auto - movimentar-se e a


participar no seu próprio cuidado. Assim, deverá conduzi-lo à sua
independência na realização da actividade física.

Este processo deverá evoluir de forma gradual, sistemática e dentro das


capacidades do paciente. Inicialmente poderá ser incentivado a escovar o
cabelo e os dentes e posteriormente partir para movimentos mais
complexos.

É fundamental pensar que o movimento e exercício é uma necessidade de


cada ser humano, para a sua auto- realização e bem estar pessoal.

7
Fig.3: Movimento e exercicio in “Pessoas Idosas, uma Abordagem
Global”, pág 305

2- Técnicas de Posicionamento Terapêutico

Os doentes com comprometimento do sistema nervoso, ósseo ou muscular


e com aumento da fadiga e fraqueza, são , frequentemente, mantidos em
repouso no leito ou possuem as suas actividades limitadas. Outros
problemas que geralmente são observados passam pelo aparecimento de
contractura da articulação, deformidades e úlceras de pressão.

Estas pessoas necessitam, pois, da ajuda de outras pessoas ( cuidadores)


para manter o alinhamento corporal adequado, visto que este é a principal
arma no combate às complicações relacionadas com o doente acamado.

Os cuidadores devem ajudar o doente a manter o posicionamento e


alinhamento adequados. As posições básicas mais comuns são:
1. posição dorsal
2. posição lateral
3. posição ventral
4. posição de Fowler

De seguida, vamos descrever de forma simples e sucinta em que consiste


cada uma das posições acima mencionadas.

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2.1 Decúbito Dorsal
Posicionar o doente de costas com a cabeceira do leito na horizontal
a) Alinhar a cabeça com a coluna e colocar uma almofada sob a
cabeça;
b) Posicionar o tronco, com o objectivo de minimizar a flexão do
quadril;
c) Flectir os braços ao nível do cotovelo e apoiar as mãos sobre o
abdómen;
d) Apoiar os calcâneos com uma pequena almofada ou rolo de
toalha, que se coloca debaixo dos tornozelos;
e) Manter os dedos dos pés rectos, a apontar para cima, por meio
de botas de protecção para prevenir a queda plantar ou
colocando uma tábua contra a planta dos pés;

f) Rolar uma toalha longitudinalmente e colocá-la sob o grande


trocanter, de forma a prevenir a rotação externa do quadil.

fig. 4 Decúbito dorsal: in “Fundamentos de Enfermagem,


conceitos, processos e prática”, pág, 845

2.2 Decúbito Lateral


a)Baixar a cabeceira da cama completamente;
b)Posicionar o doente na lateral do leito:
1. para virar o doente de lado, flectir o joelho do doente que está
oposto ao colchão, colocar uma das suas mãos sob o quadril e
a outra mão sobre o ombro;

9
2. rodar o doente de lado.
c)Colocar a almofada sobre a cabeça e pescoço do doente;
d)Posicionar ambos os braços em posição flectida e colocar uma
almofada na parte mais superior do braço, de forma a nivelá-lo
com o ombro;
e)Colocar uma almofada dobrada atrás das costas;
f)Colocar uma almofada sob a coxa semi-flectida, ao nível do
quadril.

fig. 5: Decúbito lateral: in “Fundamentos de Enfermagem,


conceitos, processos e prática”, pág, 846

2.3 Decúbito Ventral


a) Colocar a cabeceira da cama na horizontal;
b) Rolar o doente de forma a que fique na posição lateral e depois
ventral;
c) Abduzir e rotacionar externamente os braços ao nível da
articulação do cotovelo e flecti-lo;
d) Virar a cabeça do doente para um dos lados, devendo ser apoiada
com uma pequena almofada;
e) Colocar uma almofada pequena sob o abdómen, abaixo do
diafragma;
f) Colocar uma almofada por baixo das pernas, de forma a elevar os
dedos dos pés.

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fig. 6 Decúbito ventral: in “Fundamentos de Enfermagem,
conceitos, processos e prática”, pág, 845

2.4 Posição de Fowler


O período de tempo que o doente deve permanecer nesta posição
depende da sua doença e condição geral.
a) Colocar a cabeceira da cama elevada entre 45º e 60º;
b) Apoiar a cabeça do doente sobre uma almofada pequena e baixa,
assim como é necessário utilizar almofadas para apoiar ao braços
e as mãos, caso a doente não seja capaz de os controlar;
c) Elevar levemente os joelhos do doente sem causar pressão capaz
de restringir a circulação dos membros inferiores, colocando, para
o efeito, uma almofada pequena debaixo das coxas e sob os
tornozelos;
d) Colocar uma almofada na região lombar,
e) Colocar uma tábua na base dos pés para prevenir a queda
plantar;
f) Colocar a doente confortável.

fig. 7 Posição de Fowler: in “Fundamentos de Enfermagem,


conceitos, processos e prática”, pág, 844

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Para que o doente possa ser colocado nas posições acima descritas é
necessário reunir um conjunto de material como almofadas, lençóis,
tábuas de pés, rolos de trocanter, entre outro que se julgue pertinente.

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3 – Mecânica Corporal

Quando falamos em doentes acamados temos forçosamente de falar nas


pessoas que cuidam destes doentes.

Na sua maioria os doentes acamados são dependentes em actividades de


vida como lavar-se, vestir-se, despir-se e alimentar-se entre outras, assim o
cuidador revela-se indispensável no seu dia a dia.

O conforto do doente deve ser sempre assegurado e deve haver também a


manutenção do funcionamento dos músculos e articulações.

É muito importante saber cuidar do doente acamado, uma vez que a sua
resposta depende da forma como é tratado e dos estímulos que recebe. Mas
não será menos importante saber qual a forma mais correcta de o fazer sem
prejudicar o cuidador, prevenindo lombalgias, hérnias discais e cansaço fácil
entre outros.

Sendo assim, é necessário ter em conta os princípios básicos da mecânica


corporal, entendendo-se que esta consiste no conhecimento dos conceitos
anatómicos e fisiológicos básicos a postura e movimento do corpo
relacionada com o sistema esquelético, muscular e nervoso, que explicam a
relação e funcionamento desses sistemas na conservação da postura e na
produção de movimentos.

Os dois objectivos principais da mecânica corporal são:


 Criar hábitos pessoais de postura e movimento apropriados do
corpo
 Providenciar para que o doente tenha uma posição que lhe
proporcione conforto e bem estar.

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3.1 - Princípios básicos da mecânica corporal*

1- Sabemos que os grandes músculos não se cansam com tanta facilidade,


assim podemos evitar esforços desnecessários que podem ser prejudiciais,
optando por uma posição mais correcta;
Ex.: Fazemos menos esforço quando mantemos um objecto pesado
flexionando primeiro os joelhos do que dobrando o corpo pela cintura.

2- Os músculos estão sempre ligeiramente contraídos, mas existem


determinados músculos que quando contraídos facilitam o movimento;
Ex.: Levantamos melhor um objecto pesado se contrairmos primeiro os
músculos
-do abdómen.
-da pelve
-glúteos

3- A estabilidade de um objecto é sempre maior quando há uma ampla base


de sustentação e um baixo centro de gravidade. O mesmo acontece quando
a linha de gravidade é perpendicular ao solo e cai dentro da base de
sustentação;
Ex.: Ao ajudar o doente a movimentar-se o enfermeiro deve afastar os pés e
flectir os joelhos, em vez de inclinar o corpo assim obterá uma posição mais
estável e maior equilíbrio.

4- A quantidade de esforço necessário parar mover um corpo depende da


resistência exercida pela força da gravidade.
Ex.: Há um menor dispêndio de energia ao levantar um doente acamado do
que na posição de sentado.

5- É aconselhável mudar posição ao realizar as actividades pois estas


mudanças ajudam a manter o tónus muscular e evitam a fadiga.
Ex.: A enfermeira deve mudar frequentemente de posição ao executar as
suas tarefas.

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6- Quando a linha de gravidade está longe do centro da base de
sustentação a força necessária para manter o equilíbrio torna-se maior.
Ex. Ao transportar um peso junto do nosso corpo do que longe dele o
esforço é menor assim ao passar um doente do leito para a maca é mais
fácil se o enfermeiro levantar o corpo o mais perto possível do seu.

7- A fricção actua como resistência ao movimento.


Ex.: As superfícies lisas criam menor fricção
A enfermeira pode aplicar este principio para movimentar os doentes.

8- Puxar ou fazer deslizar requer menos esforço do que levantar.


Ex. :A enfermeira baixa a cabeceira da cama do doente, antes de puxá-lo
para cima fazendo menos esforço.

9- O enfermeiro deve usar o próprio peso para contrabalançar o peso do


doente, assim há um menor gasto de energia no movimento.

*Adaptado de: DUGAS, B.U. – “Enfermagem Pratica”, 4ª edição, Rio de Janeiro,


Guanabara, 1984, Capitulo 20

15
4. Conclusão:

Com a realização deste trabalho, esperamos ter contribuído para uma


melhoria na prestação de cuidados ao doente acamado, por parte do
cuidador e do próprio doente.

Foi nossa intenção transmitir clara e sucintamente, conhecimentos que


se revelam extremamente importantes na prestação de cuidados
específicos ao doente acamado e que promovam o seu bem-estar e
conforto.

Falamos acerca da necessidade e importância do movimento e exercício,


objectivos e importância dos posicionamentos e por último sobre
mecânica corporal e forma de prevenir lesões ao cuidador.

Assim, esperamos ter alcançado o nosso principal objectivo que é


informar os cuidadores dos doentes acamados para que prestem
cuidados mais eficazes e adequados a estes doentes com mobilidade
reduzida. Consideramos importante que a pessoa que cuida destes
doentes tenha a noção da importância de determinados factores, que
podem influenciar positivamente na evolução e no conforto do doente
acamado.

Esperamos que este pequeno manual se torne útil a quem necessita de


informação nesta área, pois queremos atingir um dos principais
objectivos da Enfermagem, e como tal também nosso, que é contribuir
para uma melhoria de cuidados.

16
Bibliografia:

Apontamentos fornecidos pela Enfª Fátima Ribeiro nas aulas da disciplina


Fundamentos de Enfermagem ( 1º ano )

SMELTZER, Suzanne C., Bare, Brenda G., “Tratado de Enfermagem


Médico-Cirúrgica”, 9ª edição, Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan
S.A., 2002, vol. 1, unidade 4, cap.10, pág. 113-136

POTTER, Patrícia A., PERRY, Anne Griffen – “Fundamentos de


Enfermagem - conceitos, processos e prática” – 4ª edição, Rio de Janeiro:
editora Guanabara Koogan S.A., 1999, vol. 2, cap. 37, pág. 819-869

Louise Berger, M. Éd., Danielle Mailloux – POIRER, M. Sc. Inf., “ Pessoas


Idosas – uma abordagem global, Processo de Enfermagem por
necessidades “, Lusodidacta, 1995, cap. 14, pág. 285-315

DUGAS, B.U. – “Enfermagem Pratica”, 4ª edição, Rio de Janeiro,


Guanabara, 1984, Capitulo 20

17
Anexo A

Panfleto: “Exercícios de amplitude e movimento para pessoas acamadas e


deambulantes”

18
Anexo B

Panfleto: “Posicionamentos no doente acamado”

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