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Aula 02

Legislação Penal Extravagante p/ Polícia Civil-GO (Agente e Escrivão) Com videoaulas

Professores: Marcos Girão, Paulo Guimarães, Thiago Farias


Legislação Penal Extravagante para PC-GO (Agente e Escrivão)
Teoria e exercícios comentados
Prof. Paulo Guimarães – Aula 02

AULA 02: Titulo II da Lei nº 8.078/1990 e


alterações (Crimes contra as Relações de
Consumo). Lei nº 7.210/1984 e suas alterações
(Lei de execução penal).

Observação importante: este curso é protegido por direitos autorais


(copyright), nos termos da Lei 9.610/98, que altera, atualiza e
consolida a legislação sobre direitos autorais e dá outras
providências.

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SUMÁRIO PÁGINA
1. Crimes contra as Relações de Consumo (Lei n.º
2
8.078/90)
2. Lei n.º 7.210/84 (Lei de Execução Penal) 17
3. Resumo do Concurseiro 57
4. Questões comentadas 63
5. Questões sem comentários 85

Olá, amigo concurseiro!


O tempo está correndo hein? O sucesso vem para aqueles que
correm atrás! Nossa missão de hoje é estudar duas leis que são bastante
importantes para a sua prova de legislação penal. Vamos lá!?

Bons estudos!

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Teoria e exercícios comentados
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1. CRIMES CONTRA AS RELAÇÕES DE CONSUMO (LEI N.º
8.078/90)

A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 prevê


a defesa do consumidor como uma de suas cláusulas pétreas, decorrentes
dos direitos e garantias fundamentais por ela assegurados.
Em 1990, dada a necessidade de regulamentação do assunto,
foi editado o Código de Defesa do Consumidor, que regula as relações de
consumo e garante a busca pela tutela jurisdicional com maior peso e força.
O CDC é uma lei bastante abrangente, que trata de vários
aspectos atinentes às relações de consumo. Há disposições acerca da
responsabilidade civil do fornecedor, mas também há disposições
administrativas e penais.
Claro que o conteúdo que nos interessa é o penal, que conta
inclusive com a tipificação de crimes, que estudaremos a partir de agora.
Os crimes contra as relações de consumo, entretanto, não estão presentes
apenas no Código de Defesa do Consumidor. Outras leis também tratam do
tema, além do próprio Código Penal, mas hoje o objeto do nosso estudo
será apenas a Lei nº 8.078/1990.
Lembre-se de que há alguns princípios que guiam
especificamente o Direito do Consumidor, entre eles a proteção ao
consumidor, que vem em decorrência de sua situação de hipossuficiência
econômica quando posto contra os grandes conglomerados da indústria e
do comércio.

Art. 61. Constituem crimes contra as relações de consumo previstas


neste código, sem prejuízo do disposto no Código Penal e leis especiais, as
condutas tipificadas nos artigos seguintes.

São consideradas relações de consumo aquelas travadas sob


certas circunstâncias. De um lado está o fornecedor: empresas ou pessoas

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que produzem, montam, criam constroem, transformam, importam,
exportam, distribuem ou vendem produtos ou serviços.
Do outro lado está o consumidor: a pessoa que adquire os
produtos ou serviços.
Quero chamar sua atenção para um aspecto muito importante
acerca dos crimes contra as relações de consumo: em geral são crimes de
perigo abstrato, ou seja, a conduta do agente é capaz de colocar em risco
o bem jurídico tutelado pelo tipo penal.
Esses bens jurídicos são aqueles classificados como de natureza
coletiva ou difusa, a exemplo da vida, da saúde pública, da economia
popular, da integridade corporal, etc.
O dolo de perigo é considerado elemento subjetivo do ilícito.
Existe, portanto, uma presunção absoluta de perigo. Isso significa que
não é necessária a comprovação de que a conduta do agente efetivamente
colocou em risco o bem jurídico tutelado.

Passaremos agora ao estudo dos tipos penais, um a um.

Art. 63. Omitir dizeres ou sinais ostensivos sobre a nocividade ou


periculosidade de produtos, nas embalagens, nos invólucros, recipientes
ou publicidade:
Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa.
§ 1° Incorrerá nas mesmas penas quem deixar de alertar, mediante
recomendações escritas ostensivas, sobre a periculosidade do serviço a
ser prestado.

Os doutrinadores dizem que este tipo penal tem o condão de


reforçar o que o CDC determina em seu art. 9º, pois ratifica a obrigações
que o fornecedor tem de informar nos rótulos dos produtos e nas
mensagens publicitárias acerca dos aspectos de nocividade e periculosidade
do produto ou serviço. Vamos ver o que diz o art. 9º?

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Art. 9° O fornecedor de produtos e serviços potencialmente nocivos
ou perigosos à saúde ou segurança deverá informar, de maneira
ostensiva e adequada, a respeito da sua nocividade ou
periculosidade, sem prejuízo da adoção de outras medidas cabíveis em
cada caso concreto.

Além deste, o art. 31 do CDC também determina que a “oferta


e apresentação dos produtos devem assegurar informações corretas,
claras, precisas, ostensivas e em língua portuguesa” acerca dos riscos que
apresentam à saúde e segurança dos consumidores.
A nocividade e a periculosidade do produto ou serviço são
elementos normativos do tipo penal, pois se o produto ou serviço não
for nocivo ou perigoso, não pode haver crime.
A nocividade está relacionada à certeza de dano, enquanto a
periculosidade diz respeito ao seu potencial.
No que diz respeito ao §1º, estendeu-se a abrangência da
norma penal aos prestadores de serviços perigosos e ou nocivos à vida ou
segurança dos consumidores.
O crime conta ainda com uma modalidade culposa, para a qual
a pena será mais branda.

§ 2° Se o crime é culposo:
Pena - Detenção de um a seis meses ou multa.

O crime é omissivo próprio e, portanto, não é possível punir


a tentativa.

Art. 64. Deixar de comunicar à autoridade competente e aos


consumidores a nocividade ou periculosidade de produtos cujo
conhecimento seja posterior à sua colocação no mercado:
Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa.

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Parágrafo único. Incorrerá nas mesmas penas quem deixar de
retirar do mercado, imediatamente quando determinado pela autoridade
competente, os produtos nocivos ou perigosos, na forma deste artigo.

A conduta tipificada pelo dispositivo é a omissão de


informações sobre riscos conhecidos posteriormente à introdução no
mercado do produto ou serviço. É o caso do comerciante que começa a
vender a mercadoria e só então descobre que ela é nociva ou perigosa.
Perceba que o tipo penal trata tanto da comunicação às
autoridades quanto da informação aos consumidores. A Doutrina diverge
sobre o assunto, mas para fins de prova é suficiente que você lembre que
se a comunicação é feita a um dos dois, não haverá crime.
Esse tipo penal reforça o direito assegurado ao consumidor pelo
art. 6º, I do CDC:

Art. 6º São direitos básicos do consumidor:


I - a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos
provocados por práticas no fornecimento de produtos e serviços
considerados perigosos ou nocivos;

Será ainda apenado por esse crime quem deixar de retirar do


mercado os produtos nocivos ou perigosos, quando determinado pela
autoridade competente, conforme o parágrafo único do dispositivo em
estudo.
O tipo penal é omissivo próprio, e a conduta só será punida
quando for dolosa.

Art. 65. Executar serviço de alto grau de periculosidade,


contrariando determinação de autoridade competente:
Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa.

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Parágrafo único. As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo
das correspondentes à lesão corporal e à morte.

Em decorrência da imprecisão da expressão “alto grau de


periculosidade”, o crime em estudo é considerado norma penal em
branco.
Trata-se de um delito de mera conduta, comissivo e doloso. É
admissível a tentativa, pois trata-se de crime comissivo e plurissubsistente.
Apesar dessa possibilidade, ao menos teórica, a caracterização da
interrupção do serviço não é tarefa das mais fáceis.
O objeto jurídico tutelado é o direito do consumidor de ter sua
vida, saúde e segurança protegidas. O sujeito ativo é qualquer prestador
de serviço que contrariar determinação de autoridade competente na
execução do serviço perigoso. Os sujeitos passivos por sua vez são a
coletividade, os consumidores difusamente considerados e o exposto
diretamente ao serviço perigoso prestado.
Quanto ao parágrafo único, vou me valer das palavras de
Passarelli: “Em síntese, o fornecedor que deixa de observar a determinação
da autoridade competente acerca da execução de um serviço entendendo
como de alto grau de periculosidade, e em decorrência vem a matar
uma pessoa, atenta contra dois objetos jurídicos diversos (as relações
de consumo e a vida humana), devendo ser punido pela violação de
ambos”.

Art. 66. Fazer afirmação falsa ou enganosa, ou omitir


informação relevante sobre a natureza, característica, qualidade,
quantidade, segurança, desempenho, durabilidade, preço ou garantia de
produtos ou serviços:
Pena - Detenção de três meses a um ano e multa.
§ 1º Incorrerá nas mesmas penas quem patrocinar a oferta.
§ 2º Se o crime é culposo;
Pena - Detenção de um a seis meses ou multa.

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Aqui, a finalidade do legislador foi de proteger o direito do


consumidor à informação clara e não contraditória, assegurado pelo
art. 30 e seguintes do CDC. Luc Bihl dizia que “só um consumidor
completamente informado pode contratar, em pleno conhecimento de
causa, com os fornecedores e desempenhar o papel que deve ser o seu, o
de parceiro econômico”.
A responsabilidade criminal aqui pode atingir inclusive o
responsável pela entidade que veicula a informação, posto que o CDC, no
seu art. 75, dispõe que, quem, de qualquer forma, concorrer para os crimes
nele referidos, incide nas penas a esses cominadas na medida de sua
culpabilidade, bem como o diretor, administrador ou gerente da pessoa
jurídica que promover, permitir ou por qualquer modo aprovar o
fornecimento, oferta, exposição à venda ou manutenção em depósito de
produtos ou oferta e prestação de serviços nas condições legalmente
proibidas.
O crime conta com uma modalidade comissiva (fazer afirmação
falsa ou enganosa) e outra omissiva (omitir informação relevante).
Somente na modalidade comissiva é possível a tentativa.

Art. 67. Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria saber


ser enganosa ou abusiva:
Pena - Detenção de três meses a um ano e multa.

Numa primeira olhada, esse crime parece ser próprio dos


profissionais que criam e produzem publicidade, além dos responsáveis por
sua veiculação, mas muitos Doutrinadores entendem que quem contrata os
serviços desses profissionais, ou seja, o fornecedor, também pode ser
sujeito ativo do crime.
Nesse sentido, as palavras de Antonio Herman Benjamin (grifos
nossos):

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"O ato de publicidade tem três sujeitos: o anunciante, a agência e o
veículo, este último também chamado de meio de suporte. O responsável
principal, embora não exclusivo, é o anunciante, já que a aprovação final do
anúncio é sua. O direito cria, em relação ao anunciante, uma obrigação de
vigilância, cabendo-lhe controlar, antes de sua difusão, todo o conteúdo da
publicidade, na medida em que é ele o melhor posicionado para fazê-lo."

O crime conta ainda com uma modalidade de dolo direto


(sabe) e uma de dolo eventual (deveria saber). Alguns autores enxergam
nessa última possibilidade uma modalidade culposa, mas a Doutrina
majoritária entende pela existência de dolo eventual, pois o crime culposo
deve sempre ser previsto expressamente. A tentativa é admissível.
O próprio CDC, em seu art. 37, proíbe a publicidade
enganosa e abusiva e faz as definições apropriadas.

Art. 37. É proibida toda publicidade enganosa ou abusiva.


§ 1° É enganosa qualquer modalidade de informação ou comunicação
de caráter publicitário, inteira ou parcialmente falsa, ou, por qualquer outro
modo, mesmo por omissão, capaz de induzir em erro o consumidor a
respeito da natureza, características, qualidade, quantidade, propriedades,
origem, preço e quaisquer outros dados sobre produtos e serviços.
§ 2° É abusiva, dentre outras a publicidade discriminatória de
qualquer natureza, a que incite à violência, explore o medo ou a
superstição, se aproveite da deficiência de julgamento e experiência da
criança, desrespeita valores ambientais, ou que seja capaz de induzir o
consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa à sua saúde
ou segurança.

Art. 68. Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria saber


ser capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou
perigosa a sua saúde ou segurança:
Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa:

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Este crime normalmente é chamado de publicidade abusiva.


Como se trata de um delito que cuida diretamente da vida e segurança
do consumidor, o legislador cominou uma pena que é duas vezes maior que
a do artigo anterior.
Neste delito, o legislador tratou de uma modalidade específica
de publicidade abusiva: “aquela capaz de induzir o consumidor a se
comportar de forma prejudicial ou perigosa a sua saúde ou segurança”.
Podemos concluir, portanto, que só haverá crime quando a propaganda
induzir o comportamento do consumidor de tal maneira que coloque em
risco a sua saúde ou segurança.
Se esse risco não for observado, e houver publicidade abusiva
ou enganosa, o crime praticado será o tipificado pelo art. 67. Ainda assim,
a maior parte dos Doutrinadores identifica aqui um crime de perigo
abstrato.
Tem como elemento subjetivo o dolo. A tentativa é
admissível.

Art. 69. Deixar de organizar dados fáticos, técnicos e científicos


que dão base à publicidade:
Pena - Detenção de um a seis meses ou multa.

É crime próprio, pois o sujeito ativo é só o fornecedor, uma


vez que a ele se impõe o dever de arquivar os dados, nos termos do art.
36, parágrafo único, do CDC:

Art. 36. A publicidade deve ser veiculada de tal forma que o


consumidor, fácil e imediatamente, a identifique como tal.
Parágrafo único. O fornecedor, na publicidade de seus produtos ou
serviços, manterá, em seu poder, para informação dos legítimos

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interessados, os dados fáticos, técnicos e científicos que dão
sustentação à mensagem.

Trata-se de crime omissivo próprio, caracterizado pelo núcleo


do tipo “deixar”. Como elemento subjetivo do tipo, temos o dolo. Inexiste
punição a título de culpa. A tentativa não é admissível.

Art. 70. Empregar na reparação de produtos, peça ou componentes


de reposição usados, sem autorização do consumidor:
Pena - Detenção de três meses a um ano e multa.

Esse artigo protege expressamente o que diz o art. 21 do CDC:

Art. 21. No fornecimento de serviços que tenham por objetivo a


reparação de qualquer produto considerar-se-á implícita a obrigação do
fornecedor de empregar componentes de reposição originais adequados e
novos, ou que mantenham as especificações técnicas do fabricante, salvo,
quanto a estes últimos, autorização em contrário do consumidor.

Trata-se de crime de perigo presumido, que não depende da


efetiva ocorrência prejuízo ou dano. Esse posicionamento, entretanto, não
é unânime na Doutrina, pois autores importantes, como René Ariel Dotti e
Paulo José da Costa Jr. entendem como necessária a ocorrência, de fato,
de dano ou prejuízo.
O elemento subjetivo é o dolo. A tentativa é, ao menos em tese,
admissível. O sujeito ativo, mais uma vez, é o fornecedor de serviços.

Art. 71. Utilizar, na cobrança de dívidas, de ameaça, coação,


constrangimento físico ou moral, afirmações falsas incorretas ou
enganosas ou de qualquer outro procedimento que exponha o consumidor,

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injustificadamente, a ridículo ou interfira com seu trabalho, descanso ou
lazer:
Pena - Detenção de três meses a um ano e multa.

Neste crime o agente utiliza, para cobrar dívida, de meios


imorais, causando constrangimento ao consumidor, expondo-o ao ridículo,
tentando coagi-lo ou proferindo ofensas ou amaças.
Em vez de utilizar esses meios ilícitos e vexatórios, a conduta
correta a ser adotada pelo credor de dívida vencida é recorrer aos ofícios
de protesto e/ou ao Poder Judiciário, que detém o monopólio da “violência
legítima” do Estado, e pode apropriar-se dos bens do devedor para
satisfazer o direito do credor.
O elemento subjetivo é o dolo. A tentativa é admissível, exceto
no caso de conduta que não pode ser fracionada (unissubsistente), como,
por exemplo, a formulação de ameaça verbal.
O CDC trata do assunto em seu art. 42.

Art. 42. Na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente não será


exposto a ridículo, nem será submetido a qualquer tipo de constrangimento
ou ameaça.

Art. 72. Impedir ou dificultar o acesso do consumidor às


informações que sobre ele constem em cadastros, banco de dados, fichas
e registros:
Pena - Detenção de seis meses a um ano ou multa.

Este crime normalmente é chamado de perturbação do


acesso aos arquivos de consumo.
O sujeito ativo deste crime não é necessariamente o
fornecedor, mas qualquer pessoa que tenha função relacionada à
administração de registros.

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O tipo penal busca proteger os direitos já assegurados pelo art.
43 do CDC:

Art. 43. O consumidor, sem prejuízo do disposto no art. 86, terá


acesso às informações existentes em cadastros, fichas, registros e dados
pessoais e de consumo arquivados sobre ele, bem como sobre as suas
respectivas fontes.
§ 1° Os cadastros e dados de consumidores devem ser objetivos,
claros, verdadeiros e em linguagem de fácil compreensão, não podendo
conter informações negativas referentes a período superior a cinco anos.
§ 2° A abertura de cadastro, ficha, registro e dados pessoais e de
consumo deverá ser comunicada por escrito ao consumidor, quando não
solicitada por ele.

Atualmente o crédito é muito relevante no mercado


consumidor, principalmente considerando que as compras a prazo
representam elevado percentual das transações comerciais.
Dificuldades opostas ao consumidor, mantendo-o afastado das
informações constantes dos cadastros podem dificultar a obtenção de
crédito.
Neste caso, teremos apenas uma sanção, que será de detenção
ou de multa. A proteção aqui recai sobre as relações de consumo e sobre
o direito a informação por parte do consumidor. Este é mais um crime
doloso, e a tentativa não é possível.

Art. 73. Deixar de corrigir imediatamente informação sobre


consumidor constante de cadastro, banco de dados, fichas ou registros que
sabe ou deveria saber ser inexata:
Pena - Detenção de um a seis meses ou multa.

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Esse artigo é uma forma de desdobramento do anterior.
Cometerá o crime o fornecedor ou qualquer outra pessoa responsável
(sujeito ativo) e que não corrigir imediatamente informação sobre
consumidor (sujeito passivo) que conste em cadastro, banco de dados,
fichas ou registros que sabe ou deveria saber não estar correto. Pune-se
apenas com uma sanção, que pode ser de detenção ou multa.
Neste delito o legislador abarcou os parágrafos 3º, 4º, e 5º do
referido artigo 43:

Art. 43. O consumidor, sem prejuízo do disposto no art. 86, terá


acesso às informações existentes em cadastros, fichas, registros e dados
pessoais e de consumo arquivados sobre ele, bem como sobre as suas
respectivas fontes.
[...]
§ 3° O consumidor, sempre que encontrar inexatidão nos seus dados
e cadastros, poderá exigir sua imediata correção, devendo o arquivista, no
prazo de cinco dias úteis, comunicar a alteração aos eventuais
destinatários das informações incorretas.
§ 4° Os bancos de dados e cadastros relativos a consumidores, os
serviços de proteção ao crédito e congêneres são considerados entidades
de caráter público.
§ 5° Consumada a prescrição relativa à cobrança de débitos do
consumidor, não serão fornecidas, pelos respectivos Sistemas de Proteção
ao Crédito, quaisquer informações que possam impedir ou dificultar novo
acesso ao crédito junto aos fornecedores.
O §3º acima citado regula o que vem a ser a correção
“imediata”, e prevê um prazo de 5 (cinco) dias para que ela seja feita. O
§4º confere caráter público a esses bancos de dados e aos serviços de
proteção ao crédito e congêneres. Sendo assim há a possibilidade do
interessado impetrar habeas data. O §5º diz que quando ocorrer a
prescrição no que diz respeito a dívida do consumidor, este não será mais
obstado de qualquer transação econômica, por informações impeditivas a

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concessão de crédito. Ocorrendo a prescrição, a informação sobre isso no
SPC, por exemplo, torna-se ilegítima, e, se não for mudada, incorrerá em
crime o responsável.
O crime é omissivo puro. A tentativa é inadmissível.
Admitem-se o dolo direto (conduta do que sabe) e o eventual (conduta
do que deveria saber). Não há modalidade culposa.

Art. 74. Deixar de entregar ao consumidor o termo de garantia


adequadamente preenchido e com especificação clara de seu conteúdo;
Pena - Detenção de um a seis meses ou multa.

Nessa tipificação criminal, pune-se quem deixar de entregar


(sujeito ativo) ao consumidor (sujeito passivo junto com a coletividade) o
termo de garantia adequadamente preenchido com indicação clara do
conteúdo. Esse artigo corrobora com o disposto no artigo 50:

Art. 50. A garantia contratual é complementar à legal e será conferida


mediante termo escrito.
Parágrafo único. O termo de garantia ou equivalente deve ser
padronizado e esclarecer, de maneira adequada em que consiste a mesma
garantia, bem como a forma, o prazo e o lugar em que pode ser exercitada
e os ônus a cargo do consumidor, devendo ser-lhe entregue, devidamente
preenchido pelo fornecedor, no ato do fornecimento, acompanhado de
manual de instrução, de instalação e uso do produto em linguagem
didática, com ilustrações.

Há Doutrinadores que trazem ponderações no sentido de quem


nem sempre é necessário que o fornecedor entregue o termo de garantia,
pois nem todas as mercadorias comercializadas no varejo permitem, pela
sua natureza, a emissão do termo.
O elemento subjetivo é o dolo. A tentativa é inadmissível.

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Art. 76. São circunstâncias agravantes dos crimes tipificados neste


código:
I - serem cometidos em época de grave crise econômica ou por
ocasião de calamidade;
II - ocasionarem grave dano individual ou coletivo;
III - dissimular-se a natureza ilícita do procedimento;
IV - quando cometidos:
a) por servidor público, ou por pessoa cuja condição econômico-
social seja manifestamente superior à da vítima;
b) em detrimento de operário ou rurícola; de menor de dezoito ou
maior de sessenta anos ou de pessoas portadoras de deficiência mental
interditadas ou não;
V - serem praticados em operações que envolvam alimentos,
medicamentos ou quaisquer outros produtos ou serviços essenciais.

As agravantes devem ser memorizadas por você. Perceba que


algumas delas trazem cláusulas abertas, a exemplo de expressões como
“grave crise econômica”, “calamidade” e “grave dano”.
Algumas dizem respeito ao cometimento dos crimes em alguns
períodos, outras envolvem o sujeito ativo e o sujeito passivo, enquanto a
última diz respeito ao objeto.

CRIMES CONTRA AS RELAÇÕES DE CONSUMO -


AGRAVANTES
Serem cometidos em época de grave crise
econômica ou por ocasião de calamidade
PERÍODO OU MODUS OPERANDI
Ocasionarem grave dano individual ou coletivo
DO ILÍCITO
Dissimular-se a natureza ilícita do
procedimento
SUJEITO ATIVO E SUJEITO Quando cometidos:
PASSIVO

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a) por servidor público, ou por pessoa cuja
condição econômico-social seja
manifestamente superior à da vítima;
b) em detrimento de operário ou rurícola; de
menor de dezoito ou maior de sessenta anos
ou de pessoas portadoras de deficiência mental
interditadas ou não
Serem praticados em operações que envolvam
OBJETO alimentos, medicamentos ou quaisquer outros
produtos ou serviços essenciais

Art. 77. A pena pecuniária prevista nesta Seção será fixada em dias-
multa, correspondente ao mínimo e ao máximo de dias de duração da pena
privativa da liberdade cominada ao crime. Na individualização desta multa,
o juiz observará o disposto no art. 60, §1° do Código Penal.
Art. 78. Além das penas privativas de liberdade e de multa, podem
ser impostas, cumulativa ou alternadamente, observado o disposto nos
arts. 44 a 47, do Código Penal:
I - a interdição temporária de direitos;
II - a publicação em órgãos de comunicação de grande circulação ou
audiência, às expensas do condenado, de notícia sobre os fatos e a
condenação;
III - a prestação de serviços à comunidade.

Quanto a este dispositivo, o que merece destaque é a


possibilidade de imposição de penas alternativas, entre elas aquela prevista
no inciso II: publicação de notícia sobre os fatos e a condenação. Essa
publicação deve ser feita em órgãos de comunicação de elevada
penetração, e deve ser custeada pelo condenado.
Por fim temos dois dispositivos que tratam de aspectos
processuais, relacionados à fixação do valor da fiança e da intervenção de
certas pessoas na condição de assistentes do Ministério Público.

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Art. 79. O valor da fiança, nas infrações de que trata este código, será
fixado pelo juiz, ou pela autoridade que presidir o inquérito, entre cem e
duzentas mil vezes o valor do Bônus do Tesouro Nacional (BTN), ou índice
equivalente que venha a substituí-lo.
Parágrafo único. Se assim recomendar a situação econômica do
indiciado ou réu, a fiança poderá ser:
a) reduzida até a metade do seu valor mínimo;
b) aumentada pelo juiz até vinte vezes.
Art. 80. No processo penal atinente aos crimes previstos neste código,
bem como a outros crimes e contravenções que envolvam relações de
consumo, poderão intervir, como assistentes do Ministério Público, os
legitimados indicados no art. 82, inciso III e IV, aos quais também é
facultado propor ação penal subsidiária, se a denúncia não for oferecida no
prazo legal.

2. LEI N.º 7.210/84 (LEI DE EXECUÇÃO PENAL)

A Lei de Execução Penal (LEP) é considerada por diversos


estudiosos uma das mais avançadas do mundo em termos humanitários,
apesar de, na prática, não ser integralmente aplicada.
A partir de agora, estudaremos de forma objetiva os
dispositivos mais importantes da lei.

Art. 1º A execução penal tem por objetivo efetivar as disposições de


sentença ou decisão criminal e proporcionar condições para a harmônica
integração social do condenado e do internado.

A execução é a fase do processo penal em que o Estado aplica


a punição ao agente criminoso. A execução penal não deixa de ser um
processo jurisdicional, apesar de estar vinculado à atividade administrativa,

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responsabilidade precípua do Poder Executivo. Trata-se, portanto, de
atividade desenvolvida simultaneamente nos planos judicial e
administrativo.
Segundo a Exposição de Motivos da LEP, o Direito de Execução
Penal é o “ramo autônomo do Direito Público que se ocupa da efetivação
da pena aplicada, orientando-se por princípios próprios, porém
intimamente ligado ao Direito Penal e ao Direito Processual Penal”.
A execução penal se dá a partir do momento em que há
sentença penal condenatória transitada em julgado, impondo pena
privativa de liberdade, restritiva de direitos ou multa, bem como sentença
absolutória imprópria, que imponha medida de segurança.
É possível ainda que a pena privativa de liberdade seja
executada provisoriamente em caráter excepcional, quando for medida
benéfica ao condenado, mesmo que não tenha ocorrido o trânsito em
julgado da sentença.

Art. 2º A jurisdição penal dos Juízes ou Tribunais da Justiça


ordinária, em todo o Território Nacional, será exercida, no processo de
execução, na conformidade desta Lei e do Código de Processo Penal.
Parágrafo único. Esta Lei aplicar-se-á igualmente ao preso provisório
e ao condenado pela Justiça Eleitoral ou Militar, quando recolhido a
estabelecimento sujeito à jurisdição ordinária.

Em regra, a execução penal é competência da Justiça Comum,


no âmbito estadual. Existem situações, contudo, em que o cumprimento da
pena se dará em estabelecimento penal federal de segurança máxima.
Estudaremos essa hipótese mais adiante.
O Código de Processo Penal é aplicável de forma subsidiária na
execução penal, apenas diante da omissão da LEP.
Conforme entendimento do STF, a execução de pena privativa
de liberdade antes do trânsito em julgado da sentença condenatória viola
o princípio da não culpabilidade. A prisão cautelar do réu pode ser

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decretada apenas quando atendidos os requisitos previstos no art. 312 do
CPP.
Caso a condenação tenha sido decidida pelos ramos da Justiça
Especializada (Justiça Eleitoral, Justiça Militar), a execução da sentença
caberá à Justiça Comum estadual, desde que os presos estejam em
estabelecimentos penais estaduais, devendo ser aplicada a LEP.

Art. 3º Ao condenado e ao internado serão assegurados todos os


direitos não atingidos pela sentença ou pela lei.
Parágrafo único. Não haverá qualquer distinção de natureza racial,
social, religiosa ou política.

Aqui cabe um comentário interessante acerca dos direitos


políticos. A sentença penal condenatória atinge uma série de direitos
constitucionais. A liberdade de locomoção, obviamente, é cerceada, mas
junto com ela também outros direitos, a exemplo dos direitos políticos. Os
condenados, portanto, não podem votar ou candidatar-se a cargos eletivos.
Cabe a você lembrar, contudo, que as pessoas presas em
razão de decisões cautelares não foram condenadas, e por isso não têm
seus direitos políticos suspensos. O TSE, inclusive, já determinou a
instalação de Seções Eleitorais em estabelecimentos penais e unidades de
internação de adolescentes, a fim de que essas pessoas possam exercer
seu direito a voto.

Os condenados, em geral, têm seus direitos políticos


suspensos, mas não os presos cautelarmente. Por essa razão, o TSE já
determinou a instalação de Seções Eleitorais em estabelecimentos penais

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e unidades de internação de adolescentes, a fim de que essas pessoas
possam exercer seu direito a voto.

Art. 5º Os condenados serão classificados, segundo os seus


antecedentes e personalidade, para orientar a individualização da execução
penal.
Art. 6o A classificação será feita por Comissão Técnica de
Classificação que elaborará o programa individualizador da pena privativa
de liberdade adequada ao condenado ou preso provisório.

Esse dispositivo atende o princípio da individualização da pena,


positivado pelo art. 5º, XLVI, da Constituição Federal.

XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre


outras, as seguintes:
a) privação ou restrição da liberdade;
b) perda de bens;
c) multa;
d) prestação social alternativa;
e) suspensão ou interdição de direitos;
A Comissão Técnica de Classificação deve elaborar um
programa, a fim de orientar o cumprimento da pena para cada preso. O
art. 6º foi alterado pela Lei nº 10.792/2003, de forma que a comissão não
acompanha mais a execução, e nem propõe mais à autoridade judicial as
progressões e regressões de regime e as conversões.
Há uma comissão em cada estabelecimento prisional para
tratar dos condenados a pena privativa de liberdade. Essa comissão é
presidida pelo Diretor do estabelecimento, e composta por no mínimo 2
dois chefes de serviço, 1 psiquiatra, 1 psicólogo e 1 assistente
social.

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Nos demais casos (pena não privativa de liberdade) a Comissão
atuará junto ao Juízo da Execução e será integrada por fiscais do serviço
social.

Com as alterações promovidas pela Lei nº 10.792/2003, a


Comissão Técnica de Classificação não acompanha mais a execução, e
nem propõe mais à autoridade judicial as progressões e regressões de
regime e as conversões.

Para cumprir suas atribuições, a comissão poderá, além de


examinar o condenado, entrevistar pessoas, requisitar dados e informações
sobre o condenado de repartições ou estabelecimentos privados, bem como
realizar outras diligências e exames necessários.

Art. 8º O condenado ao cumprimento de pena privativa de liberdade,


em regime fechado, será submetido a exame criminológico para a
obtenção dos elementos necessários a uma adequada classificação e com
vistas à individualização da execução.
Parágrafo único. Ao exame de que trata este artigo poderá ser
submetido o condenado ao cumprimento da pena privativa de liberdade em
regime semi-aberto.

A LEP exige exame criminológico para fins de classificação do


condenado a pena privativa de liberdade em regime fechado. O exame é
facultativo para o condenado em regime semi-aberto.

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Art. 9o-A. Os condenados por crime praticado, dolosamente, com
violência de natureza grave contra pessoa, ou por qualquer dos
crimes previstos no art. 1o da Lei no 8.072, de 25 de julho de 1990,
serão submetidos, obrigatoriamente, à identificação do perfil genético,
mediante extração de DNA - ácido desoxirribonucleico, por técnica
adequada e indolor.
§ 1o A identificação do perfil genético será armazenada em banco de
dados sigiloso, conforme regulamento a ser expedido pelo Poder Executivo.
§ 2o A autoridade policial, federal ou estadual, poderá requerer ao
juiz competente, no caso de inquérito instaurado, o acesso ao banco de
dados de identificação de perfil genético.

Acredito fortemente na cobrança desse dispositivo na sua


prova, simplesmente porque ele foi incluído na LEP por força da Lei nº
12.654/2012. Como as bancas adoram cobrar novidades, recomendo que
você preste muita atenção a ele.
Além do exame criminológico, obrigatório para os condenados
a pena privativa de liberdade em regime fechado, é obrigatória também a
coleta de dados do perfil genético do condenado por crime doloso
praticado com violência grave contra a pessoa, ou por crime
hediondo.
Esse perfil genético será armazenado em banco de dados
sigiloso, aos qual somente terá acesso a autoridade policial (federal ou
estadual) que fizer requerimento ao juíza competente, e apenas quando
houver inquérito policial instaurado.

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Além do exame criminológico, obrigatório para os condenados


a pena privativa de liberdade em regime fechado, é obrigatória também a
coleta de dados do perfil genético do condenado por crime doloso
praticado com violência grave contra a pessoa, ou por crime
hediondo.

Art. 10. A assistência ao preso e ao internado é dever do Estado,


objetivando prevenir o crime e orientar o retorno à convivência em
sociedade.
Parágrafo único. A assistência estende-se ao egresso.
Art. 11. A assistência será:
I - material;
II - à saúde;
III - jurídica;
IV - educacional;
V - social;
VI - religiosa.

A prevenção do crime passa por diversos aspectos, entre eles


a assistência ao preso, ao internado e ao egresso. Essa assistência
consiste em ações positivas, por parte do Estado, para facilitar a
reintegração do preso à sociedade.
A assistência material ao preso e ao internado consistirá no
fornecimento de alimentação, vestuário e instalações higiênicas. A
assistência à saúde compreenderá atendimento médico, farmacêutico e
odontológico, especialmente tratando-se de mulheres, incluindo pré-natal
e pós-parto, estendida a assistência ao recém-nascido.

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A assistência jurídica deve ser prestada pela Defensoria
Pública e é destinada aos presos e aos internados sem recursos financeiros
para constituir advogado.
A assistência educacional compreenderá a instrução escolar
e a formação profissional do preso e do internado, sendo obrigatório o
ensino de 1º grau, hoje conhecido como Ensino Fundamental. Cada
estabelecimento deve ter uma biblioteca, e é possível a assinatura de
convênios com entidades que desejem instalar escolas ou oferecer cursos
especializados em estabelecimentos penais.
A assistência social tem por finalidade amparar o preso e o
internado e prepará-los para o retorno à liberdade. A assistência
religiosa, com liberdade de culto, deve ser prestada aos presos e aos
internados, permitindo sua a participação nos serviços organizados no
estabelecimento penal, bem como a posse de livros de instrução religiosa,
sendo obrigatório que cada estabelecimento disponha de local apropriado
para cultos religiosos.
A assistência ao egresso (liberado definitiva ou
condicionalmente) pode incluir a concessão de alojamento e alimentação
pelo período de 2 meses, bem como orientação e apoio na reintegração à
vida em sociedade, devendo a assistência social com ele colaborar para
encontrar trabalho.

Art. 28. O trabalho do condenado, como dever social e condição de


dignidade humana, terá finalidade educativa e produtiva.
§ 1º Aplicam-se à organização e aos métodos de trabalho as
precauções relativas à segurança e à higiene.
§ 2º O trabalho do preso não está sujeito ao regime da Consolidação
das Leis do Trabalho.

A execução do trabalho determinado constitui dever do


condenado, estabelecido pela própria LEP, e sua recusa é considerada falta

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grave. O trabalho, entretanto, não pode, por si só, representar punição,
pois a pena de trabalhos forçados é vedada pela Constituição Federal.
A execução de trabalhos, entretanto, só é obrigatória
para o condenado. O preso provisório pode trabalhar também se desejar,
e isso poder ser interessante, principalmente por causa das facilidades para
progressão de regime e remição da pena.
Seguindo os mesmos princípios, a LEP determina que o trabalho
executado pelo preso deverá ser remunerado, mediante prévia tabela, não
podendo ser inferior a 3/4 do salário mínimo. É interessante saber também
que essa obrigatoriedade de remuneração não abrange a prestação de
serviços à comunidade.
Os valores, entretanto, não vão para o “bolso do preso”.
Vejamos o que os parágrafos do art. 29 determinam sobre o assunto.

§ 1° O produto da remuneração pelo trabalho deverá atender:


a) à indenização dos danos causados pelo crime, desde que
determinados judicialmente e não reparados por outros meios;
b) à assistência à família;
c) a pequenas despesas pessoais;
d) ao ressarcimento ao Estado das despesas realizadas com a
manutenção do condenado, em proporção a ser fixada e sem prejuízo da
destinação prevista nas letras anteriores.
§ 2º Ressalvadas outras aplicações legais, será depositada a parte
restante para constituição do pecúlio, em Caderneta de Poupança, que
será entregue ao condenado quando posto em liberdade.

Perceba que a remuneração do preso já tem destinação certa,


e nem o que sobra deve ir diretamente para o preso, mas sim para a
constituição de pecúlio (reserva financeira) em Caderneta de Poupança,
a qual ele só terá acesso quando estiver em liberdade.

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O trabalho do preso deve ser, em regra, remunerado (exceto a


prestação de serviços à comunidade). A remuneração será destinada para:
a) Indenização dos danos causados pelo crime;
b) Assistência à família;
c) Despesas pessoais;
d) Ressarcimento ao Estado das despesas realizadas com a
manutenção do condenado.
Se depois disso tudo ainda sobrarem valores, serão destinados
à constituição do pecúlio, em Caderneta de Poupança, que será entregue
ao condenado quando posto em liberdade.
Art. 32. Na atribuição do trabalho deverão ser levadas em conta a
habilitação, a condição pessoal e as necessidades futuras do preso,
bem como as oportunidades oferecidas pelo mercado.
§ 1º Deverá ser limitado, tanto quanto possível, o artesanato sem
expressão econômica, salvo nas regiões de turismo.
§ 2º Os maiores de 60 (sessenta) anos poderão solicitar ocupação
adequada à sua idade.
§ 3º Os doentes ou deficientes físicos somente exercerão atividades
apropriadas ao seu estado.

Na atribuição do trabalho ao preso devem ser observados os


critérios da habilitação, da condição pessoal e necessidades futuras
do preso, bem como das oportunidades do mercado de trabalho. Isso
significa que o trabalho deve ter um propósito para além do cumprimento
da pena, relacionado à readaptação do preso à sociedade.
Salvo naquelas regiões em que a atividade econômica seja
fortemente ligada ao turismo, deve-se evitar o artesanato sem valor

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comercial, pois considera-se que essa atividade não trará grandes
benefícios ao preso do ponto de vista da reinserção no mercado de trabalho.
O legislador se preocupou, ainda, com o trabalho dos idosos
(maiores de 60 anos), doentes e deficientes físicos, que deverá ser
adaptado às suas condições.

Art. 33. A jornada normal de trabalho não será inferior a 6 (seis) nem
superior a 8 (oito) horas, com descanso nos domingos e feriados.
Parágrafo único. Poderá ser atribuído horário especial de trabalho
aos presos designados para os serviços de conservação e manutenção do
estabelecimento penal.

Os presos não estão submetidos ao regime de trabalho da CLT,


e por isso a LEP estabelece limites de horários. Em regra, a jornada de
trabalho não deve ser inferior a 6h e nem superior a 8h.
Os serviços de conservação e manutenção do estabelecimento
prisional podem ser realizados com atribuição de horário especial. Se
houver condenados que tenham a atribuição de realizar a manutenção
corretiva do encanamento, por exemplo, estes devem estar disponíveis
para resolver problemas no momento em que eles surgirem.

Art. 36. O trabalho externo será admissível para os presos em


regime fechado somente em serviço ou obras públicas realizadas por
órgãos da Administração Direta ou Indireta, ou entidades privadas,
desde que tomadas as cautelas contra a fuga e em favor da disciplina.
§ 1º O limite máximo do número de presos será de 10% (dez por
cento) do total de empregados na obra.
§ 2º Caberá ao órgão da administração, à entidade ou à empresa
empreiteira a remuneração desse trabalho.
§ 3º A prestação de trabalho à entidade privada depende do
consentimento expresso do preso.

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Art. 37. A prestação de trabalho externo, a ser autorizada pela direção
do estabelecimento, dependerá de aptidão, disciplina e responsabilidade,
além do cumprimento mínimo de 1/6 (um sexto) da pena.
Parágrafo único. Revogar-se-á a autorização de trabalho externo ao
preso que vier a praticar fato definido como crime, for punido por falta
grave, ou tiver comportamento contrário aos requisitos estabelecidos neste
artigo.

Pela própria natureza do regime fechado de cumprimento da


pena, nós já sabemos que não deve haver, em regra, trabalho externo.
A LEP, contudo, abre uma exceção, admitindo sua realização em serviços
ou obras públicas, desde que adotadas as cautelas contra fugas e
mantida a disciplina. Para tanto, do total de trabalhadores na obra, no
máximo 10% (dez por cento) podem ser presos.
O trabalho externo é autorizado pela direção do
estabelecimento, não sendo necessária autorização judicial. O preso
deverá ter cumprido pelo menos 1/6 da pena e demonstrar aptidão,
disciplina e responsabilidade.
A progressão do preso para o regime semi-aberto não
autoriza, por si só, o trabalho externo. Essa autorização deve ser concedida
pela direção do estabelecimento mediante pedido específico.
O benefício será revogado se o preso praticar crime (não se
exigindo processo nem condenação), bem como se for punido por falta
grave ou se apresentar comportamento incompatível.

Art. 40 - Impõe-se a todas as autoridades o respeito à integridade


física e moral dos condenados e dos presos provisórios.

Um dos fatores que rende elogios da Doutrina à LEP é o esforço


do legislador para assegurar a dignidade da pessoa humana. O Estado
é responsável pela integridade física e moral dos presos, podendo haver
inclusive responsabilização pela omissão de seus agentes.

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Os direitos do preso são previstos em rol exemplificativo pelo
art. 41 da LEP.

Art. 41 - Constituem direitos do preso:


I - alimentação suficiente e vestuário;
II - atribuição de trabalho e sua remuneração;
III - Previdência Social;
IV - constituição de pecúlio;
V - proporcionalidade na distribuição do tempo para o trabalho, o
descanso e a recreação;
VI - exercício das atividades profissionais, intelectuais, artísticas e
desportivas anteriores, desde que compatíveis com a execução da pena;
VII - assistência material, à saúde, jurídica, educacional, social e
religiosa;
VIII - proteção contra qualquer forma de sensacionalismo;
IX - entrevista pessoal e reservada com o advogado;
X - visita do cônjuge, da companheira, de parentes e amigos em dias
determinados;
XI - chamamento nominal;
XII - igualdade de tratamento salvo quanto às exigências da
individualização da pena;
XIII - audiência especial com o diretor do estabelecimento;
XIV - representação e petição a qualquer autoridade, em defesa de
direito;
XV - contato com o mundo exterior por meio de correspondência
escrita, da leitura e de outros meios de informação que não comprometam
a moral e os bons costumes.
XVI – atestado de pena a cumprir, emitido anualmente, sob pena da
responsabilidade da autoridade judiciária competente.
Parágrafo único. Os direitos previstos nos incisos V, X e XV poderão
ser suspensos ou restringidos mediante ato motivado do diretor do
estabelecimento.

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Quero chamar sua atenção para o parágrafo único, que permite
a suspensão ou restrição, por ato motivado do diretor do
estabelecimento, dos seguintes direitos: à proporcionalidade na
distribuição do tempo; ao recebimento de visitas; e ao contato com o
mundo exterior por meio da correspondência, leitura e de outros meios de
informação.
A suspensão desses direitos tem natureza de sanção disciplinar,
e consta no rol do art. 53.
O preso provisório e o submetido a medida de segurança
também devem ter assegurados esses direitos, sendo inclusive possível à
família do internado ou submetido a tratamento ambulatorial a contratação
de médico de sua confiança para acompanhar o tratamento.

Art. 49. As faltas disciplinares classificam-se em leves, médias e


graves. A legislação local especificará as leves e médias, bem assim as
respectivas sanções.
Parágrafo único. Pune-se a tentativa com a sanção correspondente
à falta consumada.

Não pode haver falta nem sanção disciplinar sem expressa e


anterior previsão nas normas disciplinares, que serão dadas a conhecer ao
condenado no início da execução da pena. As sanções obviamente não
poderão colocar em risco a integridade física e moral do condenado.
A LEP classifica as faltas em leves, médias e graves, deixando
a especificação das duas primeiras espécies sob atribuição do legislador
local. Já as faltas graves são tipificadas pela própria LEP em rol taxativo,
não cabendo ampliação por outro ato normativo.
Por expressa determinação legal, pune-se a falta disciplinar
tentada ou consumada com a mesma sanção, não se aplicando a redução
de pena da qual dispõe o Código Penal.

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Art. 50. Comete falta grave o condenado à pena privativa de
liberdade que:
I - incitar ou participar de movimento para subverter a ordem ou a
disciplina;
II - fugir;
III - possuir, indevidamente, instrumento capaz de ofender a
integridade física de outrem;
IV - provocar acidente de trabalho;
V - descumprir, no regime aberto, as condições impostas;
VI - inobservar os deveres previstos nos incisos II e V, do artigo 39,
desta Lei.
VII - tiver em sua posse, utilizar ou fornecer aparelho telefônico, de
rádio ou similar, que permita a comunicação com outros presos ou com o
ambiente externo.
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se, no que couber,
ao preso provisório.

Esse dispositivo traz rol taxativo de faltas graves, ao qual


deve ser acrescentada a falta grave prevista no art. 52: prática de fato
previsto como crime doloso.
O inciso VII foi incluído na LEP pela Lei nº 11.466/2007. Por
essa razão, é vedada a aplicação retroativa do dispositivo e, portanto,
somente pode ser penalizado o preso que detenha aparelho telefônico,
rádio ou similar a partir da entrada em vigor da referida alteração.
Perceba que este dispositivo se aplica ao condenado a pena
privativa de liberdade e ao preso provisório. As faltas graves cometidas
pelo condenado a pena restritiva de direitos são tipificadas no art. 51.

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Art. 51. Comete falta grave o condenado à pena restritiva de
direitos que:
I - descumprir, injustificadamente, a restrição imposta;
II - retardar, injustificadamente, o cumprimento da obrigação
imposta;
III - inobservar os deveres previstos nos incisos II e V, do artigo 39,
desta Lei.

O art. 39, II e V traz dois importantes deveres do condenado


que, se descumpridos, configuram falta grave: obediência ao servidor e
respeito a qualquer pessoa com quem deva relacionar-se; e execução do
trabalho, das tarefas e das ordens recebidas.

Art. 53. Constituem sanções disciplinares:


I - advertência verbal;
II - repreensão;
III - suspensão ou restrição de direitos (artigo 41, parágrafo único);
IV - isolamento na própria cela, ou em local adequado, nos
estabelecimentos que possuam alojamento coletivo, observado o disposto
no artigo 88 desta Lei.
V - inclusão no regime disciplinar diferenciado.

A suspensão ou restrição de direitos mencionada pelo inciso III


diz respeito à possibilidade prevista pelo art. 41, e pode ocorrer, assim
como todas as sanções previstas nos incisos I a IV, mediante ato
motivado do diretor do estabelecimento. O isolamento de que trata o
inciso IV, a restrição ou suspensão de direitos não poderão exceder o
período de 30 dias.
Entre as sanções, quero chamar sua atenção para o Regime
Disciplinar Diferenciado, cujos detalhes são trazidos pelo art. 52.

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Art. 52. A prática de fato previsto como crime doloso constitui
falta grave e, quando ocasione subversão da ordem ou disciplina internas,
sujeita o preso provisório, ou condenado, sem prejuízo da sanção penal, ao
regime disciplinar diferenciado, com as seguintes características:
I - duração máxima de trezentos e sessenta dias, sem prejuízo
de repetição da sanção por nova falta grave de mesma espécie, até o limite
de um sexto da pena aplicada;
II - recolhimento em cela individual;
III - visitas semanais de duas pessoas, sem contar as crianças,
com duração de duas horas;
IV - o preso terá direito à saída da cela por 2 horas diárias para
banho de sol.

Além de criar uma outra falta grave, o art. 52 autoriza a


administração penitenciária a sujeitar o preso ao Regime Disciplinar
Diferenciado (RDD).
Não vou entrar em maiores detalhes acerca do RDD, mas é
importante que você saiba que ele somente pode ser aplicado diante de
fato tipificado como crime doloso, quando for subvertida a ordem ou
a disciplina do estabelecimento. Não basta, portanto, que tenha sido
praticado fato típico, mas também que ele seja grave, de forma que possa
servir de “mal exemplo” para os demais presos.
Outra possibilidade autorizada pela LEP é a inclusão no RDD do
preso provisório ou condenado que apresente alto risco para a ordem e a
segurança do estabelecimento penal ou da sociedade.
O RDD não corresponde ao trancamento do preso em solitária,
como nós costumamos ver nos filmes. Aliás, a cela escura é
expressamente proibida pela LEP. O recolhimento deve dar-se em cela
individual, com direito ao recebimento de visitas semanais de duas
pessoas, com duração de duas horas. Além disso, o preso terá direito a
banho de sol de 2h por dia.

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A inclusão do preso no RDD deve ocorrer mediante
requerimento circunstanciado elaborado pelo diretor do estabelecimento ou
outra autoridade administrativa. Após a manifestação do membro do
Ministério Público e da defesa, o juiz decidirá sobre o assunto em 15 dias.
É possível que o preso que comete falta seja isolado por até 10
dias mediante ato da autoridade administrativa competente. A inclusão do
preso no RDD, entretanto, dependerá de despacho do juiz.

REGIME DISCIPLINAR DIFERENCIADO


Aplicável ao preso que pratica fato previsto como crime doloso,
quando ocasione subversão da ordem ou disciplina internas ou ao
preso provisório ou condenado que apresente alto risco para a ordem e
a segurança do estabelecimento penal ou da sociedade.
Duração máxima de 360 dias, sem prejuízo de repetição
da sanção por nova falta grave de mesma espécie, até o
limite de um sexto da pena aplicada

CARACTERÍSTICAS Cela individual


Visitas semanais de duas pessoas, sem contar as
crianças, com duração de duas horas
Saída da cela por 2 horas diárias para banho de sol

Art. 57. Na aplicação das sanções disciplinares, levar-se-ão em conta


a natureza, os motivos, as circunstâncias e as consequências do fato, bem
como a pessoa do faltoso e seu tempo de prisão.
[...]
Art. 59. Praticada a falta disciplinar, deverá ser instaurado o
procedimento para sua apuração, conforme regulamento, assegurado o
direito de defesa.
Parágrafo único. A decisão será motivada.

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Deve ser observado amplamente o princípio do


contraditório, com a presença do advogado ou do defensor público
designado. Nesta situação não é aplicável a Súmula Vinculante nº do STF,
segundo a qual a “falta de defesa técnica por advogado no processo
administrativo disciplinar não ofende a constituição”.
Por outro lado, não é necessária a instauração de um
procedimento administrativo disciplinar formal, sendo possível a aplicação
da medida punitiva em audiência de justificação.
O STJ já decidiu em mais de uma ocasião que, por ausência de
previsão legal, em caso de prática de falta grave, não há a interrupção do
lapso necessário para a obtenção de benefícios da execução penal, tais
como a progressão de regime e o livramento condicional (vide HC
109.121/SP, HC 174.617/RS).
O STF também já decidiu que a fuga do preso não interrompe
o cumprimento da pena privativa de liberdade, e nem autoriza o reinício da
contagem do período de prisão, em caso de unificação de penas (vide
Informativo nº 479).
Quanto à prescrição da para aplicação da sanção
administrativa, os Tribunais Superiores já firmaram entendimento no
sentido de que, diante do silêncio da LEP, deve ser aplicado o art. 109, VI
do Código Penal, considerando-se o menor tempo previsto (3 anos).
A respeito da possibilidade da transferência de presos para
estabelecimentos penais federais de segurança máxima, o assunto é
tratado pela Lei nº 11.671/2008, e regulamentado pelo Decreto n°
6.877/2009. Trata-se de medida excepcional, de caráter temporário. Em
regra, a medida deve ser adotada por prazo não superior a 360 dias,
renovável mediante decisão motivada do juízo de origem. Podem ser
transferidos para os estabelecimentos prisionais federais tanto os presos
condenados quanto os provisórios.

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Art. 55. As recompensas têm em vista o bom comportamento
reconhecido em favor do condenado, de sua colaboração com a disciplina
e de sua dedicação ao trabalho.
Art. 56. São recompensas:
I - o elogio;
II - a concessão de regalias.
Parágrafo único. A legislação local e os regulamentos estabelecerão
a natureza e a forma de concessão de regalias.

O legislador falhou em não trazer maiores detalhes acerca das


regalias. Estas não podem ser constituir privilégios exagerados ou
discriminação, e podem ser concedidas tanto aos presos em regime fechado
como semiaberto.

Art. 65. A execução penal competirá ao Juiz indicado na lei local de


organização judiciária e, na sua ausência, ao da sentença.
O STJ se pronunciou, no julgamento do CC 112.113/SC, no
sentido de que a competência para execução da pena cabe ao juízo do
local da condenação.

Art. 71. O Departamento Penitenciário Nacional, subordinado ao


Ministério da Justiça, é órgão executivo da Política Penitenciária Nacional
e de apoio administrativo e financeiro do Conselho Nacional de Política
Criminal e Penitenciária.
Art. 72. São atribuições do Departamento Penitenciário Nacional:
I - acompanhar a fiel aplicação das normas de execução penal em todo
o Território Nacional;
II - inspecionar e fiscalizar periodicamente os estabelecimentos e
serviços penais;
III - assistir tecnicamente as Unidades Federativas na implementação
dos princípios e regras estabelecidos nesta Lei;

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IV - colaborar com as Unidades Federativas mediante convênios, na
implantação de estabelecimentos e serviços penais;
V - colaborar com as Unidades Federativas para a realização de cursos
de formação de pessoal penitenciário e de ensino profissionalizante do
condenado e do internado.
VI - estabelecer, mediante convênios com as unidades federativas, o
cadastro nacional das vagas existentes em estabelecimentos locais
destinadas ao cumprimento de penas privativas de liberdade aplicadas pela
justiça de outra unidade federativa, em especial para presos sujeitos a
regime disciplinar.
Parágrafo único. Incumbem também ao Departamento a
coordenação e supervisão dos estabelecimentos penais e de internamento
federais.

O Depen é um órgão que compõe a estrutura do Ministério


da Justiça. Ele planeja e coordena a política penitenciária nacional, e tem
uma importante atuação especialmente na colaboração com as unidades
federativas para capacitação e assistência técnica.
Entre as atribuições mencionadas pela LEP, chamo sua atenção
para o inciso VI, que trata o cadastro nacional das vagas do sistema
prisional. Por meio desse cadastro é possível que os Estados tenham
conhecimento da existência de vagas em unidades prisionais de outras
localidades. Os condenados de um local, portanto, podem ser remanejados
para outro, quando houver vaga, mediante convênio.

Art. 84. O preso provisório ficará separado do condenado por


sentença transitada em julgado.
§ 1° O preso primário cumprirá pena em seção distinta daquela
reservada para os reincidentes.
§ 2° O preso que, ao tempo do fato, era funcionário da
Administração da Justiça Criminal ficará em dependência separada.

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Perceba que esse dispositivo determina que seja criada uma
série de segmentações nas unidades prisionais. Primeiramente, o preso
provisório, que tem sua liberdade restringida em sede cautelar, não deve
dividir o mesmo espaço com aqueles cuja culpabilidade já foi chancelada
pelo Poder Judiciário por meio de sentença condenatória.
Algumas pessoas têm direito a prisão cautelar especial,
separada dos demais presos. É o caso, por exemplo, dos advogados. Tal
benefício somente persiste enquanto a prisão tiver natureza cautelar. Uma
vez condenado, ele será enviado para o mesmo local dos demais.
A separação entre o preso primário e o reincidente tem o
condão de afastar os “criminosos profissionais” daqueles que têm uma
maior chance de ressocialização.
Já a separação do funcionário da Administração da Justiça
Criminal tem o condão de assegurar sua integridade física.

Art. 85. O estabelecimento penal deverá ter lotação compatível


com a sua estrutura e finalidade.
Parágrafo único. O Conselho Nacional de Política Criminal e
Penitenciária determinará o limite máximo de capacidade do
estabelecimento, atendendo a sua natureza e peculiaridades.
Art. 86. As penas privativas de liberdade aplicadas pela Justiça de
uma Unidade Federativa podem ser executadas em outra unidade, em
estabelecimento local ou da União.
§ 1o A União Federal poderá construir estabelecimento penal em local
distante da condenação para recolher os condenados, quando a medida se
justifique no interesse da segurança pública ou do próprio condenado.
§ 2° Conforme a natureza do estabelecimento, nele poderão trabalhar
os liberados ou egressos que se dediquem a obras públicas ou ao
aproveitamento de terras ociosas.
§ 3o Caberá ao juiz competente, a requerimento da autoridade
administrativa definir o estabelecimento prisional adequado para abrigar o

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preso provisório ou condenado, em atenção ao regime e aos requisitos
estabelecidos.

O tema da lotação dos estabelecimentos prisionais é um


dos maiores desafios enfrentados no sistema prisional hoje. Essa
determinação da LEP certamente não é cumprida na atualidade, e as
condições de vários presídios e penitenciárias pelo país são muito graves.
Nada impede que as penas aplicadas em um local sejam
cumpridas em outro, por questões de segurança, de estrutura, ou
simplesmente porque há vagas em outro local e não no local da
condenação. Você deve lembrar, por exemplo, das inúmeras transferências
de um traficante muito conhecido que foi preso em 2002.
Atualmente a União conta com 4 estabelecimentos prisionais
em funcionamento, nas cidades de Porto Velho (RO), Mossoró (RN), Campo
Grande (MS) e Catanduvas (PR). Há planos para construção de outro em
Brasília.

Art. 87. A penitenciária destina-se ao condenado à pena de reclusão,


em regime fechado.
Parágrafo único. A União Federal, os Estados, o Distrito Federal e os
Territórios poderão construir Penitenciárias destinadas, exclusivamente,
aos presos provisórios e condenados que estejam em regime fechado,
sujeitos ao regime disciplinar diferenciado, nos termos do art. 52 desta Lei.

O cumprimento da pena de reclusão em regime fechado deve


se dar em penitenciária, mas nada impede que os Estados, o Distrito
Federal e os Territórios construam estabelecimentos exclusivos para os
presos provisórios e aos presos que estejam cumprindo RDD.

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A penitenciária destina-se ao condenado à pena de reclusão,


em regime fechado.

A LEP traz a seguir uma série de requisitos para as instalações


da penitenciária. Esses requisitos definitivamente não são cumpridos, mas
você precisa conhecê-los.

Art. 88. O condenado será alojado em cela individual que conterá


dormitório, aparelho sanitário e lavatório.
Parágrafo único. São requisitos básicos da unidade celular:
a) salubridade do ambiente pela concorrência dos fatores de aeração,
insolação e condicionamento térmico adequado à existência humana;
b) área mínima de 6,00m2 (seis metros quadrados).
Art. 89. Além dos requisitos referidos no art. 88, a penitenciária de
mulheres será dotada de seção para gestante e parturiente e de
creche para abrigar crianças maiores de 6 (seis) meses e menores de 7
(sete) anos, com a finalidade de assistir a criança desamparada cuja
responsável estiver presa.
Parágrafo único. São requisitos básicos da seção e da creche
referidas neste artigo:
I – atendimento por pessoal qualificado, de acordo com as diretrizes
adotadas pela legislação educacional e em unidades autônomas; e
II – horário de funcionamento que garanta a melhor assistência à
criança e à sua responsável.

Além dos detalhes acerca das instalações das celas e das


penitenciárias femininas, a LEP traz ainda a determinação de que a

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penitenciária masculina seja construída fora dos centros urbanos, mas
não tão longe que prejudique a visitação.

O cumprimento da pena em regime semi-aberto deve ocorrer


em colônia agrícola, industrial ou similar. Nesse caso, o alojamento
pode ocorrer em compartimento coletivo, desde que os presos sejam
selecionados adequadamente e que a capacidade máxima seja limitada de
forma a não prejudicar a individualização da pena.
A pena privativa de liberdade em regime aberto e a pena de
limitação de fim de semana devem ser cumpridas em casa de
albergado. O prédio deve estar localizado em centro urbano e contar com
local para cursos e palestras. Além disso, não pode haver obstáculos que
impeçam a fuga.
Para atender os inimputáveis e semi-imputáveis deve haver
Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico, e para que haja
internação é obrigatório o exame psiquiátrico. O tratamento ambulatorial
pode ser realizado no mesmo estabelecimento ou em outro local com
dependência médica adequada.
Já a cadeia pública deve existir em todas as comarcas, e
destina-se ao recolhimento de presos provisórios, devendo ser instalada
próxima de centro urbano, de forma a resguardar o interesse da
Administração da Justiça Criminal e a permanência do preso em local
próximo ao seu meio social e familiar.

Art. 105. Transitando em julgado a sentença que aplicar pena


privativa de liberdade, se o réu estiver ou vier a ser preso, o Juiz ordenará
a expedição de guia de recolhimento para a execução.
Art. 106. A guia de recolhimento, extraída pelo escrivão, que a
rubricará em todas as folhas e a assinará com o Juiz, será remetida à
autoridade administrativa incumbida da execução e conterá:
I - o nome do condenado;

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II - a sua qualificação civil e o número do registro geral no órgão oficial
de identificação;
III - o inteiro teor da denúncia e da sentença condenatória, bem como
certidão do trânsito em julgado;
IV - a informação sobre os antecedentes e o grau de instrução;
V - a data da terminação da pena;
VI - outras peças do processo reputadas indispensáveis ao adequado
tratamento penitenciário.

A guia de recolhimento é expedida após o trânsito em


julgado, tendo como destinatário o juízo da execução. Ninguém pode ser
preso para cumprimento de pena privativa de liberdade sem a expedição
da guia.
Por meio desse documento, o juízo da execução é informado de
que a sentença transitou em julgado e que o réu, agora sentenciado, deve
começar cumprir a reprimenda imposta ele pelo Estado. Se houver alguma
alteração quanto ao início da execução ou ao tempo de duração da pena, a
guia deve ser alterada.
Nada impede a execução provisória da pena, mediante
expedição de guia, desde que o réu já esteja preso cautelarmente. Os
recursos especial ou extraordinário, por exemplo, não têm efeito
suspensivo, e por isso não impedem a execução provisória da pena.
O marco inicial da competência do juízo da execução é a prisão
do condenado, se assim dispuser a sentença. Se houver suspensão
condicional da pena, esse marco inicial deverá ser a audiência admonitória.
A guia então deve ser enviada à autoridade administrativa
responsável pela execução, com ciência do Ministério Público.

Art. 110. O Juiz, na sentença, estabelecerá o regime no qual o


condenado iniciará o cumprimento da pena privativa de liberdade,
observado o disposto no artigo 33 e seus parágrafos do Código Penal.

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Art. 111. Quando houver condenação por mais de um crime, no
mesmo processo ou em processos distintos, a determinação do regime de
cumprimento será feita pelo resultado da soma ou unificação das penas,
observada, quando for o caso, a detração ou remição.
Parágrafo único. Sobrevindo condenação no curso da execução,
somar-se-á a pena ao restante da que está sendo cumprida, para
determinação do regime.

A omissão do juízo da condenação acerca do regime inicial de


cumprimento da pena importa em nulidade da decisão, pois esta é uma
garantia relacionada à individualização da pena.
Quando houver condenação em concurso de crimes, o regime
inicial será fixado de acordo coma pena unificada, não se considerando as
penas cada um dos crimes. O período em que o condenado esteve preso
provisoriamente deve ser descontado, bem como o período remido por
meio do trabalho ou estudo.
Em caso de ser condenada a pessoa que já esteja cumprindo
pena, será feita nova unificação. A nova pena deve ser somada ao restante
da pena que já está sendo cumprida.

Art. 112. A pena privativa de liberdade será executada em forma


progressiva com a transferência para regime menos rigoroso, a ser
determinada pelo juiz, quando o preso tiver cumprido ao menos um
sexto da pena no regime anterior e ostentar bom comportamento
carcerário, comprovado pelo diretor do estabelecimento, respeitadas as
normas que vedam a progressão.
§ 1o A decisão será sempre motivada e precedida de manifestação do
Ministério Público e do defensor.
§ 2o Idêntico procedimento será adotado na concessão de livramento
condicional, indulto e comutação de penas, respeitados os prazos previstos
nas normas vigentes.

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A progressão de regime é direito do condenado a partir do
momento em que tenha cumprido os requisitos legais: cumprimento de
1/6 da pena no regime anterior e bom comportamento carcerário. O
cálculo do tempo para nova progressão deve considerar apenas o tempo
que ainda falta para que a pena seja cumprida. O novo período, portanto,
não será de 1/6 do total da pena.
A Súmula nº 715 do STF determina que o tempo da pena
unificada não deve servir de base de cálculo para a progressão de regime.

SÚMULA Nº 715 DO STF


Pena Unificada - Limite de Trinta anos de Cumprimento -
Consideração para a Concessão de Outros Benefícios
A pena unificada para atender ao limite de trinta anos de cumprimento,
determinado pelo art. 75 do Código Penal, não é considerada para a
concessão de outros benefícios, como o livramento condicional ou regime
mais favorável de execução.

A competência para decidir acerca da progressão é do juízo da


execução, com oitiva do Ministério Público e do advogado do preso.
Muito já se discutiu acerca da progressão de regime do preso
provisório. Caso haja o trânsito em julgado da condenação, a progressão
de regime será calculada com base na pena aplicada. Entretanto, se ainda
for cabível recurso da acusação, o STF já se manifestou no sentido de que
o cálculo deve considerar o máximo da pena cominada em abstrato, que
corresponderá à situação mais gravosa possível (vide HC 90893/SP –
Informativo nº 470).

Art. 114. Somente poderá ingressar no regime aberto o condenado


que:
I - estiver trabalhando ou comprovar a possibilidade de fazê-lo
imediatamente;

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II - apresentar, pelos seus antecedentes ou pelo resultado dos exames
a que foi submetido, fundados indícios de que irá ajustar-se, com
autodisciplina e senso de responsabilidade, ao novo regime.
Parágrafo único. Poderão ser dispensadas do trabalho as pessoas
referidas no artigo 117 desta Lei.

Para a progressão do regime semi-aberto para o regime aberto,


há outros requisitos, além dos que vimos no dispositivo anterior. O
condenado precisa comprovar que está trabalhando ou que o fará
imediatamente, além demonstrar aptidão para um regime de
autodisciplina e senso de responsabilidade.
Por razões humanitárias, o legislador dispensa das obrigações
acima as pessoas referidas no artigo 117, da LEP: condenado maior de
setenta anos ou acometido de doença grave e condenada gestante ou com
filho menor ou deficiente físico ou mental. Essas pessoas podem ser
recolhidas em residência particular, sendo possível inclusive a
fiscalização eletrônica.
O juiz pode estabelecer outras condições, devendo
determinar obrigatoriamente as seguintes: fixação de horários para sair e
voltar, permanência no local designado nos dias de repouso e de folga,
permanecer na cidade, comparecer a juízo para relatar suas atividades.
Essas condições podem ser modificadas de ofício, a requerimento do MP,
da autoridade administrativa ou do próprio condenado.

Art. 118. A execução da pena privativa de liberdade ficará sujeita à


forma regressiva, com a transferência para qualquer dos regimes mais
rigorosos, quando o condenado:
I - praticar fato definido como crime doloso ou falta grave;
II - sofrer condenação, por crime anterior, cuja pena, somada ao
restante da pena em execução, torne incabível o regime (artigo 111).

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§ 1° O condenado será transferido do regime aberto se, além das
hipóteses referidas nos incisos anteriores, frustrar os fins da execução ou
não pagar, podendo, a multa cumulativamente imposta.
§ 2° Nas hipóteses do inciso I e do parágrafo anterior, deverá ser
ouvido previamente o condenado.

Este é o outro lado da moeda. Trata-se das situações que


ensejam a regressão de regime. Em regra, não pode haver o que os
doutrinadores chamam de “regressão per saltum”, ou seja, regressão do
regime aberto para o fechado em razão de uma única infração. Entretanto,
há uma exceção: a condenação superveniente, quando o tempo da pena
resultante da unificação justifique o regime fechado (inciso II).
No caso da prática de fato tipificado como crime doloso ou
falta grave, não é necessário que haja condenação. Assim já se posicionou
o STF (HC 78.503; HC 93.782).

Art. 120. Os condenados que cumprem pena em regime fechado ou


semi-aberto e os presos provisórios poderão obter permissão para sair do
estabelecimento, mediante escolta, quando ocorrer um dos seguintes
fatos:
I - falecimento ou doença grave do cônjuge, companheira,
ascendente, descendente ou irmão;
II - necessidade de tratamento médico (parágrafo único do artigo
14).
Parágrafo único. A permissão de saída será concedida pelo diretor
do estabelecimento onde se encontra o preso.
Art. 121. A permanência do preso fora do estabelecimento terá a
duração necessária à finalidade da saída.

Perceba que o art. 120 não determina prazo para a autorização


de saída, e que esta deve ocorrer com o acompanhamento de escolta.
Também não há necessidade de autorização do juízo da execução.

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Quanto à hipótese de tratamento médico, a saída somente
deve ser autorizada em casos extremos, quando não for possível o
tratamento nas dependências do estabelecimento prisional.

Art. 122. Os condenados que cumprem pena em regime semi-


aberto poderão obter autorização para saída temporária do
estabelecimento, sem vigilância direta, nos seguintes casos:
I - visita à família;
II - frequência a curso supletivo profissionalizante, bem como de
instrução do 2º grau ou superior, na Comarca do Juízo da Execução;
III - participação em atividades que concorram para o retorno ao
convívio social.
Parágrafo único. A ausência de vigilância direta não impede a
utilização de equipamento de monitoração eletrônica pelo condenado,
quando assim determinar o juiz da execução.

Essas hipóteses de saída temporária dizem respeito apenas aos


condenados que cumprem pena no regime semi-aberto. Nesses casos
não é necessária a escolta, o que não faria sentido, pois estamos tratando
de presos que já têm o hábito de retornar ao estabelecimento diariamente.
Entretanto, é possível o monitoramento eletrônico, se assim determinar
o juízo da execução.
O prazo máximo dessa saída é de 7 dias, podendo ser renovado
por mais 4 vezes durante o ano. Além disso, é necessário cumprir os
requisitos do art. 123.

Art. 123. A autorização será concedida por ato motivado do Juiz da


execução, ouvidos o Ministério Público e a administração penitenciária e
dependerá da satisfação dos seguintes requisitos:
I - comportamento adequado;
II - cumprimento mínimo de 1/6 (um sexto) da pena, se o condenado
for primário, e 1/4 (um quarto), se reincidente;

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III - compatibilidade do benefício com os objetivos da pena.
Art. 124. A autorização será concedida por prazo não superior a 7
(sete) dias, podendo ser renovada por mais 4 (quatro) vezes durante
o ano.
§ 1o Ao conceder a saída temporária, o juiz imporá ao beneficiário as
seguintes condições, entre outras que entender compatíveis com as
circunstâncias do caso e a situação pessoal do condenado:
I - fornecimento do endereço onde reside a família a ser visitada ou
onde poderá ser encontrado durante o gozo do benefício;
II - recolhimento à residência visitada, no período noturno;
III - proibição de frequentar bares, casas noturnas e estabelecimentos
congêneres.
§ 2o Quando se tratar de frequência a curso profissionalizante, de
instrução de ensino médio ou superior, o tempo de saída será o necessário
para o cumprimento das atividades discentes.
§ 3o Nos demais casos, as autorizações de saída somente poderão ser
concedidas com prazo mínimo de 45 (quarenta e cinco) dias de intervalo
entre uma e outra.

Perceba que aqui também há condições que devem ser fixadas


obrigatoriamente pelo juiz, que também poderá estabelecer outras que
entender compatíveis com as circunstâncias do caso e a situação pessoal
do condenado.
O benefício será automaticamente revogado quando o
condenado praticar fato definido como crime doloso, for punido por falta
grave, desobedecer as condições impostas ou revelar baixo grau de
aproveitamento no curso. O direito à saída temporária poderá ser
recuperado em caso de absolvição no processo penal, de cancelamento da
punição disciplinar ou da demonstração do merecimento do condenado.

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Art. 126. O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou
semiaberto poderá remir, por trabalho ou por estudo, parte do
tempo de execução da pena.
§ 1o A contagem de tempo referida no caput será feita à razão de:
I - 1 (um) dia de pena a cada 12 (doze) horas de frequência escolar -
atividade de ensino fundamental, médio, inclusive profissionalizante, ou
superior, ou ainda de requalificação profissional - divididas, no mínimo, em
3 (três) dias;
II - 1 (um) dia de pena a cada 3 (três) dias de trabalho.

O conhecimento desse dispositivo é muito importante para sua


prova. Lembre-se que aqui estamos tratando da REMIÇÃO (com Ç!) na
pena.
A remição da pena em razão do trabalho sempre existiu na LEP,
mas a possibilidade de remição pelo estudo foi incluída por meio da Lei nº
12.433/2011. Por isso acredito que haja maior possibilidade de cobranças
desses dispositivos na sua prova, pois se tratam de uma novidade.

§ 2o As atividades de estudo a que se refere o § 1o deste artigo


poderão ser desenvolvidas de forma presencial ou por metodologia de
ensino a distância e deverão ser certificadas pelas autoridades
educacionais competentes dos cursos frequentados.
§ 3o Para fins de cumulação dos casos de remição, as horas diárias de
trabalho e de estudo serão definidas de forma a se compatibilizarem.
§ 4o O preso impossibilitado, por acidente, de prosseguir no trabalho
ou nos estudos continuará a beneficiar-se com a remição.
§ 5o O tempo a remir em função das horas de estudo será acrescido
de 1/3 (um terço) no caso de conclusão do ensino fundamental, médio ou
superior durante o cumprimento da pena, desde que certificada pelo órgão
competente do sistema de educação.
§ 6o O condenado que cumpre pena em regime aberto ou
semiaberto e o que usufrui liberdade condicional poderão remir, pela

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frequência a curso de ensino regular ou de educação profissional, parte do
tempo de execução da pena ou do período de prova, observado o disposto
no inciso I do § 1o deste artigo.
§ 7o O disposto neste artigo aplica-se às hipóteses de prisão
cautelar.
§ 8o A remição será declarada pelo juiz da execução, ouvidos o
Ministério Público e a defesa.

REMIÇÃO DA PENA NA LEP


Podem remir a pena condenados que cumpram pena em regime
aberto ou semiaberto e presos provisórios.
TRABALHO ESTUDO
1 dia de pena a cada 3 dias de trabalho 1 dia de pena a cada 12 horas de
frequência escolar - atividade de ensino
fundamental, médio, inclusive
profissionalizante, ou superior, ou ainda de
requalificação profissional - divididas, no
mínimo, em 3 dias
As atividades poderão ocorrer de forma
presencial ou a distância
O tempo a remir será acrescido de 1/3no
caso de conclusão do ensino fundamental,
médio ou superior durante o cumprimento
da pena
O condenado que cumpre pena em regime
aberto ou semiaberto e o que está em
liberdade condicional poderão remir
parte do tempo restante pela frequência a
curso de ensino regular ou de educação
profissional
O preso impossibilitado, por acidente, de prosseguir no trabalho ou nos estudos
continuará a beneficiar-se com a remição.

Em caso de falta grave, o juiz poderá revogar até 1/3 do


tempo remido, recomeçando a contagem a partir da data da infração

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disciplinar. Os Tribunais Superiores entendem que o trabalho ou estudo
gera apenas expectativa de direito à remição da pena.

Art. 131. O livramento condicional poderá ser concedido pelo Juiz


da execução, presentes os requisitos do artigo 83, incisos e parágrafo
único, do Código Penal, ouvidos o Ministério Público e Conselho
Penitenciário.

Vamos relembrar quais são os requisitos presentes no Código


Penal para a concessão do livramento condicional?

Art. 83 - O juiz poderá conceder livramento condicional ao


condenado a pena privativa de liberdade igual ou superior a 2 (dois) anos,
desde que:
I - cumprida mais de um terço da pena se o condenado não for
reincidente em crime doloso e tiver bons antecedentes;
II - cumprida mais da metade se o condenado for reincidente em
crime doloso;
III - comprovado comportamento satisfatório durante a execução
da pena, bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído e aptidão
para prover à própria subsistência mediante trabalho honesto;
IV - tenha reparado, salvo efetiva impossibilidade de fazê-lo, o dano
causado pela infração;
V - cumprido mais de dois terços da pena, nos casos de
condenação por crime hediondo, prática da tortura, tráfico ilícito de
entorpecentes e drogas afins, e terrorismo, se o apenado não for
reincidente específico em crimes dessa natureza.
Parágrafo único - Para o condenado por crime doloso, cometido com
violência ou grave ameaça à pessoa, a concessão do livramento ficará
também subordinada à constatação de condições pessoais que façam
presumir que o liberado não voltará a delinqüir.

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O livramento condicional é a última etapa na progressão de
regime. Não se trata propriamente de um regime de cumprimento da pena,
pois não há restrição à liberdade. O livrado, entretanto, precisa submeter-
se a certas condições.

Art. 132. Deferido o pedido, o Juiz especificará as condições a que


fica subordinado o livramento.
§ 1° Serão sempre impostas ao liberado condicional as obrigações
seguintes:
a) obter ocupação lícita, dentro de prazo razoável se for apto para o
trabalho;
b) comunicar periodicamente ao Juiz sua ocupação;
c) não mudar do território da comarca do Juízo da execução, sem
prévia autorização deste.
§ 2° Poderão ainda ser impostas ao liberado condicional, entre
outras obrigações, as seguintes:
a) não mudar de residência sem comunicação ao Juiz e à autoridade
incumbida da observação cautelar e de proteção;
b) recolher-se à habitação em hora fixada;
c) não freqüentar determinados lugares.

Mais uma vez há condições obrigatórias, e o juiz está livre para


impor outras que considerar necessárias. O rol do §1º é obrigatório,
enquanto o do §2º é exemplificativo e facultativo.

Art. 140. A revogação do livramento condicional dar-se-á nas


hipóteses previstas nos artigos 86 e 87 do Código Penal.
Parágrafo único. Mantido o livramento condicional, na hipótese da
revogação facultativa, o Juiz deverá advertir o liberado ou agravar as
condições.

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A revogação do livramento condicional é obrigatória quando o
liberado é condenado a pena privativa de liberdade por crime cometido na
vigência do livramento ou em período anterior. Será facultativa quando o
liberado deixar de cumprir qualquer das obrigações a ele impostas, ou for
irrecorrivelmente condenado, por crime ou contravenção, a pena não
privativa de liberdade.

Art. 146-A. (VETADO).


Art. 146-B. O juiz poderá definir a fiscalização por meio da
monitoração eletrônica quando:
I - (VETADO);
II - autorizar a saída temporária no regime semiaberto;
III - (VETADO);
IV - determinar a prisão domiciliar;
V - (VETADO);
Parágrafo único. (VETADO).
Art. 146-C. O condenado será instruído acerca dos cuidados que
deverá adotar com o equipamento eletrônico e dos seguintes deveres:
I - receber visitas do servidor responsável pela monitoração eletrônica,
responder aos seus contatos e cumprir suas orientações;
II - abster-se de remover, de violar, de modificar, de danificar de
qualquer forma o dispositivo de monitoração eletrônica ou de permitir que
outrem o faça;
III - (VETADO);
Parágrafo único. A violação comprovada dos deveres previstos
neste artigo poderá acarretar, a critério do juiz da execução, ouvidos o
Ministério Público e a defesa:
I - a regressão do regime;
II - a revogação da autorização de saída temporária;
III - (VETADO);
IV - (VETADO);
V - (VETADO);

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VI - a revogação da prisão domiciliar;
VII - advertência, por escrito, para todos os casos em que o juiz da
execução decida não aplicar alguma das medidas previstas nos incisos de
I a VI deste parágrafo.
Art. 146-D. A monitoração eletrônica poderá ser revogada:
I - quando se tornar desnecessária ou inadequada;
II - se o acusado ou condenado violar os deveres a que estiver sujeito
durante a sua vigência ou cometer falta grave.

A monitoração eletrônica é uma novidade, inserida na LEP pela


Lei nº 12.258/2010, que permite ao juiz da execução estabelecer esse tipo
de fiscalização na concessão de saída temporária no regime
semiaberto e na prisão domiciliar. O tema foi regulamentado por meio
do Decreto nº7.627/2011.
O monitorado deverá ser instruído detalhadamente acerca de
suas obrigações e dos cuidados que deve tomar com o dispositivo
eletrônico. O descumprimento desses deveres acarretará advertência,
revogação da saída temporária, revogação da prisão domiciliar ou, ainda,
a regressão de regime.

Art. 147. Transitada em julgado a sentença que aplicou a pena


restritiva de direitos, o Juiz da execução, de ofício ou a requerimento do
Ministério Público, promoverá a execução, podendo, para tanto, requisitar,
quando necessário, a colaboração de entidades públicas ou solicitá-la a
particulares.
Art. 148. Em qualquer fase da execução, poderá o Juiz,
motivadamente, alterar, a forma de cumprimento das penas de prestação
de serviços à comunidade e de limitação de fim de semana, ajustando-as
às condições pessoais do condenado e às características do
estabelecimento, da entidade ou do programa comunitário ou estatal.

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A pena restritiva de direitos é autônoma e substituirá a
privativa de liberdade diante dos seguintes requisitos:
a) A pena privativa de liberdade aplicada não for superior a
quatro anos e o crime não for cometido com violência ou grave ameaça à
pessoa ou, qualquer que seja a pena aplicada, se o crime for culposo;
b) O réu não for reincidente em crime doloso;
c) A culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a
personalidade do condenado, bem como os motivos e as circunstâncias
indicarem que essa substituição seja suficiente.
As penas restritivas de direitos podem ser de prestação de
serviços à comunidade, limitação de fim de semana, e interdição
temporária de direitos.

Art. 156. O Juiz poderá suspender, pelo período de 2 (dois) a 4


(quatro) anos, a execução da pena privativa de liberdade, não superior a
2 (dois) anos, na forma prevista nos artigos 77 a 82 do Código Penal.
Art. 157. O Juiz ou Tribunal, na sentença que aplicar pena privativa
de liberdade, na situação determinada no artigo anterior, deverá
pronunciar-se, motivadamente, sobre a suspensão condicional, quer a
conceda, quer a denegue.

Estes dispositivos tratam do “sursis”, ou seja, da suspensão


condicional da pena. Essa medida tem por finalidade evitar que seja
privada de sua liberdade a pessoa que cometeu crime considerado de
menor potencial ofensivo, cuja pena privativa de liberdade seja de até 2
anos.
A própria LEP determina que o juiz ou tribunal deverá
pronunciar-se motivadamente sobre a suspensão condicional da
pena na sentença que aplicar pena privativa de liberdade.

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Art. 158. Concedida a suspensão, o Juiz especificará as condições a
que fica sujeito o condenado, pelo prazo fixado, começando este a correr
da audiência prevista no artigo 160 desta Lei.

Quando o sursis for concedido por Tribunal, caberá a este


estabelecer as condições, que poderão ser modificadas ao longo do
período de suspensão, a pedido do Ministério Público ou do Conselho
Penitenciário, ouvido o condenado.

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3. RESUMO DO CONCURSEIRO

CRIMES CONTRA AS RELAÇÕES DE CONSUMO


Art. 63. Omitir dizeres ou sinais Art. 69. Deixar de organizar dados
ostensivos sobre a nocividade ou fáticos, técnicos e científicos que dão
periculosidade de produtos, nas base à publicidade:
embalagens, nos invólucros, recipientes Pena - Detenção de um a seis meses ou
ou publicidade: multa.
Pena - Detenção de seis meses a dois
anos e multa.
§ 1° Incorrerá nas mesmas penas quem
deixar de alertar, mediante
recomendações escritas ostensivas,
sobre a periculosidade do serviço a ser
prestado.
§ 2° Se o crime é culposo:
Pena - Detenção de um a seis meses ou
multa.
Art. 64. Deixar de comunicar à Art. 70. Empregar na reparação de
autoridade competente e aos produtos, peça ou componentes de
consumidores a nocividade ou reposição usados, sem autorização do
periculosidade de produtos cujo consumidor:
conhecimento seja posterior à sua Pena - Detenção de três meses a um
colocação no mercado: ano e multa.
Pena - Detenção de seis meses a dois
anos e multa.
Parágrafo único. Incorrerá nas
mesmas penas quem deixar de retirar
do mercado, imediatamente quando
determinado pela autoridade
competente, os produtos nocivos ou
perigosos, na forma deste artigo.
Art. 65. Executar serviço de alto grau Art. 71. Utilizar, na cobrança de dívidas,
de periculosidade, contrariando de ameaça, coação, constrangimento
determinação de autoridade físico ou moral, afirmações falsas
competente: incorretas ou enganosas ou de qualquer
outro procedimento que exponha o

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Pena - Detenção de seis meses a dois consumidor, injustificadamente, a
anos e multa. ridículo ou interfira com seu trabalho,
Parágrafo único. As penas deste artigo descanso ou lazer:
são aplicáveis sem prejuízo das Pena - Detenção de três meses a um
correspondentes à lesão corporal e à ano e multa.
morte.
Art. 66. Fazer afirmação falsa ou Art. 72. Impedir ou dificultar o acesso
enganosa, ou omitir informação do consumidor às informações que
relevante sobre a natureza, sobre ele constem em cadastros, banco
característica, qualidade, quantidade, de dados, fichas e registros:
segurança, desempenho, durabilidade, Pena - Detenção de seis meses a um
preço ou garantia de produtos ou ano ou multa.
serviços:
Pena - Detenção de três meses a um
ano e multa.
§ 1º Incorrerá nas mesmas penas quem
patrocinar a oferta.
§ 2º Se o crime é culposo;
Pena - Detenção de um a seis meses ou
multa.
Art. 67. Fazer ou promover publicidade Art. 73. Deixar de corrigir
que sabe ou deveria saber ser enganosa imediatamente informação sobre
ou abusiva: consumidor constante de cadastro,
Pena - Detenção de três meses a um banco de dados, fichas ou registros que
ano e multa. sabe ou deveria saber ser inexata:
Pena - Detenção de um a seis meses ou
multa.
Art. 68. Fazer ou promover publicidade Art. 74. Deixar de entregar ao
que sabe ou deveria saber ser capaz de consumidor o termo de garantia
induzir o consumidor a se comportar de adequadamente preenchido e com
forma prejudicial ou perigosa a sua especificação clara de seu conteúdo;
saúde ou segurança: Pena - Detenção de um a seis meses ou
Pena - Detenção de seis meses a dois multa.
anos e multa:

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CRIMES CONTRA AS RELAÇÕES DE CONSUMO -
AGRAVANTES
Serem cometidos em época de grave crise
econômica ou por ocasião de calamidade
PERÍODO OU MODUS OPERANDI
Ocasionarem grave dano individual ou coletivo
DO ILÍCITO
Dissimular-se a natureza ilícita do
procedimento
Quando cometidos:
a) por servidor público, ou por pessoa cuja
condição econômico-social seja
SUJEITO ATIVO E SUJEITO manifestamente superior à da vítima;
PASSIVO b) em detrimento de operário ou rurícola; de
menor de dezoito ou maior de sessenta anos
ou de pessoas portadoras de deficiência mental
interditadas ou não
Serem praticados em operações que envolvam
OBJETO alimentos, medicamentos ou quaisquer outros
produtos ou serviços essenciais

Os condenados, em geral, têm seus direitos políticos


suspensos, mas não os presos cautelarmente. Por essa razão, o TSE já
determinou a instalação de Seções Eleitorais em estabelecimentos penais
e unidades de internação de adolescentes, a fim de que essas pessoas
possam exercer seu direito a voto.

Com as alterações promovidas pela Lei nº 10.792/2003, a


Comissão Técnica de Classificação não acompanha mais a execução, e
nem propõe mais à autoridade judicial as progressões e regressões de
regime e as conversões.

Além do exame criminológico, obrigatório para os condenados


a pena privativa de liberdade em regime fechado, é obrigatória também a
coleta de dados do perfil genético do condenado por crime doloso
praticado com violência grave contra a pessoa, ou por crime
hediondo.

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O trabalho do preso deve ser, em regra, remunerado (exceto a


prestação de serviços à comunidade). A remuneração será destinada para:
a) Indenização dos danos causados pelo crime;
b) Assistência à família;
c) Despesas pessoais;
d) Ressarcimento ao Estado das despesas realizadas com a
manutenção do condenado.
Se depois disso tudo ainda sobrarem valores, serão destinados
à constituição do pecúlio, em Caderneta de Poupança, que será entregue
ao condenado quando posto em liberdade.

REGIME DISCIPLINAR DIFERENCIADO


Aplicável ao preso que pratica fato previsto como crime doloso,
quando ocasione subversão da ordem ou disciplina internas ou ao
preso provisório ou condenado que apresente alto risco para a ordem e
a segurança do estabelecimento penal ou da sociedade.
Duração máxima de 360 dias, sem prejuízo de repetição
da sanção por nova falta grave de mesma espécie, até o
limite de um sexto da pena aplicada

CARACTERÍSTICAS Cela individual


Visitas semanais de duas pessoas, sem contar as
crianças, com duração de duas horas
Saída da cela por 2 horas diárias para banho de sol

A penitenciária destina-se ao condenado à pena de reclusão,


em regime fechado.

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REMIÇÃO DA PENA NA LEP
Podem remir a pena condenados que cumpram pena em regime
aberto ou semiaberto e presos provisórios.
TRABALHO ESTUDO
1 dia de pena a cada 3 dias de trabalho 1 dia de pena a cada 12 horas de
frequência escolar - atividade de ensino
fundamental, médio, inclusive
profissionalizante, ou superior, ou ainda de
requalificação profissional - divididas, no
mínimo, em 3 dias
As atividades poderão ocorrer de forma
presencial ou a distância
O tempo a remir será acrescido de 1/3no
caso de conclusão do ensino fundamental,
médio ou superior durante o cumprimento
da pena
O condenado que cumpre pena em regime
aberto ou semiaberto e o que está em
liberdade condicional poderão remir
parte do tempo restante pela frequência a
curso de ensino regular ou de educação
profissional
O preso impossibilitado, por acidente, de prosseguir no trabalho ou nos estudos
continuará a beneficiar-se com a remição.

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Finalmente chegamos ao fim da parte teórica da aula de hoje!
Agora resolva as questões, e, se tiver alguma dúvida, estou à disposição.

Grande abraço!

Paulo Guimarães
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4. QUESTÕES COMENTADAS

1. TJDFT – Juiz de Direito – 2016 – Cespe (adaptada). A conduta


consistente em empregar, na reparação de produtos, peças ou
componentes de reposição usados, sem autorização do consumidor,
configura crime contra as relações de consumo, sancionado com pena de
detenção.

COMENTÁRIOS: Este crime está tipificado no art. 70, e a pena cominada


é de detenção de 3 meses a 1 ano, e multa.

GABARITO: C

2. TJDFT – Juiz de Direito – 2016 – Cespe (adaptada). Constitui


circunstância agravante, prevista no CDC, o fato de haver sido o crime
praticado por preposto ou administrador de pessoa jurídica em estado
falimentar.

COMENTÁRIOS: As circunstâncias agravantes estão previstas no art. 76


do CDC, mas esta não aparece entre elas. Vamos relembrar!?

Art. 76. São circunstâncias agravantes dos crimes tipificados neste


código:
I - serem cometidos em época de grave crise econômica ou por
ocasião de calamidade;
II - ocasionarem grave dano individual ou coletivo;
III - dissimular-se a natureza ilícita do procedimento;
IV - quando cometidos:
a) por servidor público, ou por pessoa cuja condição econômico-
social seja manifestamente superior à da vítima;

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b) em detrimento de operário ou rurícola; de menor de dezoito ou
maior de sessenta anos ou de pessoas portadoras de deficiência mental
interditadas ou não;
V - serem praticados em operações que envolvam alimentos,
medicamentos ou quaisquer outros produtos ou serviços essenciais.

GABARITO: E

3. TJDFT – Juiz de Direito – 2016 – Cespe (adaptada). A conduta


consistente em deixar de entregar ao consumidor o termo de garantia
adequadamente preenchido e com especificação clara de seu conteúdo, a
despeito de não se encontrar tipificada, de modo a configurar crime
autônomo, pode ser considerada como circunstância legal agravante.

COMENTÁRIOS: Essa conduta é considerada crime autônomo sim,


tipificada no art. 74.

GABARITO: E

4. DPE-PE – Defensor Público – 2015 – Cespe. A situação econômica


do réu ou do indiciado é critério que pode ser considerado para fixação do
valor da fiança no caso de infração penal prevista no CDC.

COMENTÁRIOS: O parágrafo único do art. 79, que trata da fiança,


possibilita sua redução até a metade do valor mínimo ou seu aumento até
vinte vezes, a depender da situação econômica do réu.

GABARITO: C

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5. DPE-RS – Defensor Público – 2014 – FCC. O instituto conhecido
doutrinariamente como delação premiada NÃO está previsto

a) na Lei nº 11.343/06 (Lei de Drogas).


b) na Lei nº 9.613/98 (Lavagem de Dinheiro).
c) na Lei nº 8.137/90 (Crimes Contra a Ordem Tributária, Econômica e
Contra as Relações de Consumo).
d) na Lei nº 8.078/90 (Proteção ao Consumidor).
e) no art. 159 do Código Penal, que trata da extorsão mediante sequestro.

COMENTÁRIOS: Questão interessante, que exige que você sistematize


conhecimentos a respeito de diversas leis penais e também do próprio
Código Penal. Na aula de hoje não vimos nada sobre delação premiada no
Código de Defesa do Consumidor, não é mesmo?

GABARITO: D

6. TJ-RJ – Juiz de Direito – 2014 – VUNESP. A respeito dos crimes


contra as relações de consumo, assinale a alternativa correta.

a) Se assim recomendar a situação econômica do indiciado ou réu, a fiança


poderá ser reduzida até a metade do seu valor mínimo, ou aumentada pelo
juiz até trinta vezes.
b) No processo penal, o Procon poderá intervir, como assistente do
Ministério Público, sendo-lhe, também, facultado propor ação penal
subsidiária, se a denúncia não for oferecida no prazo legal.
c) A prática em época de crise econômica, a ocorrência de grave dano
coletivo e a prática por pessoa cuja condição econômico-social seja igual à
da vítima, são circunstâncias agravantes.
d) Além das penas privativas de liberdade e de multa, pode ser imposta,
apenas alternadamente, a publicação, em órgãos de comunicação de

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grande circulação ou audiência, às expensas do condenado, de notícia
sobre os fatos e a condenação.

COMENTÁRIOS: A alternativa A está incorreta porque o aumento de pena


pode dar-se em até 20 vezes (art. 79, parágrafo único). A alternativa C
está incorreta porque a última das três circunstâncias trazidas não é
agravante. A agravante neste caso estará presente quando a condição
econômica do agente for manifestamente superior à da vítima. A
alternativa D está incorreta porque a publicação pode ser imposta
alternativa ou cumulativamente com as outras penas previstas no art. 78.

GABARITO: B

7. MPE-AC – Promotor de Justiça – 2014 – Cespe (adaptada). A


conduta de o fornecedor deixar de entregar ao consumidor o termo de
garantia adequadamente preenchido e com especificação clara de seu
conteúdo acarreta, tão somente, responsabilidade civil e administrativa,
não havendo previsão de sanção penal.

COMENTÁRIOS: A conduta de deixar de entregar ao consumidor o termo


de garantia adequadamente preenchido e com especificação clara de seu
conteúdo é crime, tipificado pelo art. 74 do CDC, com pena cominada de
detenção de 1 a 6 meses, ou multa.

GABARITO: E

8. MPE-AC – Promotor de Justiça – 2014 – Cespe (adaptada). Todos


os delitos contra as relações de consumo estão tipificados no CDC.

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COMENTÁRIOS: Na realidade há crimes contra as relações de consumo
tipificadas em outras leis. A principal delas é a Lei nº 8.137/1990.

GABARITO: E

9. PROCON-RJ – Advogado – 2012 – Ceperj. No âmbito dos crimes que


podem surgir nas relações de consumo, existe um sistema de penalizações.
Além da pena privativa de liberdade, pode ser aplicada ao infrator a pena
de:

a) interdição temporária de direitos.


b) perda de direitos políticos.
c) extinção da nacionalidade.
d) expulsão do território nacional.
e) prestação de serviços ao consumidor.

COMENTÁRIOS: A interdição temporária de direitos é uma das penas


previstas no art. 78 do CDC.

GABARITO: A

10. TJ-CE – Juiz – 2012 – Cespe. A propósito das normas de direito penal
e processual penal previstas no CDC, assinale a opção correta.

a) O CDC prevê, expressamente, como crime a conduta de não entregar ao


consumidor o termo de garantia adequadamente preenchido e com
especificação clara de seu conteúdo.
b) Assim como ocorre no direito ambiental, é prevista, no direito do
consumidor, a responsabilização criminal da pessoa jurídica cujos

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representantes legais ou empregados cometam fatos tipicamente previstos
na legislação específica como crimes.
c) O CDC não prevê infração penal na modalidade culposa, de modo que,
no âmbito do direito do consumidor, o infrator somente responderá
criminalmente se agir dolosamente.
d) O sujeito passivo dos crimes contra as relações de consumo é o
consumidor pessoa física, considerando-se atípico o crime cometido contra
consumidor pessoa jurídica ou consumidor por equiparação, em face do
princípio da vedação à responsabilidade objetiva.
e) Constitui crime contra as relações de consumo fazer ou promover
publicidade manifestamente fantasiosa.

COMENTÁRIOS: O crime da alternativa A é previsto pelo art. 74 do CDC.


A alternativa B está incorreta porque não há previsão de responsabilidade
penal da pessoa jurídica no Direito do Consumidor.
A alternativa C está errada porque há previsão de crimes culposos no CDC.
A alternativa D está incorreta porque a definição de consumidor trazida pelo
próprio CDC engloba também pessoas jurídicas.
A conduta típica do art. 67 do CDC é “fazer ou promover publicidade que
sabe ou deveria saber ser enganosa ou abusiva”. Em momento algum se
menciona a publicidade fantasiosa.

GABARITO: A

11. DPE-SE – Defensor Público – 2012 – Cespe. Constitui conduta


tipificada no CDC como crime contra as relações de consumo

a) falsificar ou alterar substância ou produto alimentício destinado a


consumo, tornando-o nocivo à saúde ou reduzindo- lhe o valor nutritivo.
b) empregar, no fabrico de produto destinado a consumo, revestimento,
gaseificação artificial, matéria corante, substância aromática, antisséptica,

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conservadora ou qualquer outra não expressamente permitida pela
legislação sanitária.
c) exigir cheque-caução, nota promissória ou qualquer garantia, bem como
o preenchimento prévio de formulários administrativos, como condição
para o atendimento médico- hospitalar emergencial.
d) fazer afirmação falsa ou enganosa, ou omitir informação relevante sobre
a natureza, característica, qualidade, quantidade, segurança, desempenho,
durabilidade, preço ou garantia de produtos ou serviços.
e) fabricar, sem licença da autoridade competente, substância ou engenho
explosivo, gás tóxico ou asfixiante, ou material destinado à sua fabricação.

COMENTÁRIOS: Apenas a conduta mencionada na alternativa D é


tipificada pelo CDC. As demais condutas são todas criminosas, mas são
tipificadas pelo Código Penal: arts. 272, 274, 135-A e 278,
respectivamente.

GABARITO: D

12. DPE-AC – Defensor Público – 2012 – Cespe. A respeito das


infrações penais, assinale a opção correta.

a) O fornecedor que deixa de organizar dados fáticos, técnicos e científicos


que dão base à publicidade pratica crime contra as relações de consumo.
b) O CDC, assim como o CP e as leis extravagantes, prevê circunstâncias
agravantes e atenuantes para os crimes que tipifica.
c) As condutas tipificadas no CDC constituem crime de dano, sendo
imprescindível para a caracterização do delito a comprovação do efetivo
dano ao consumidor.
d) Os crimes contra as relações de consumo estão previstos no CDC de
forma exclusiva e taxativa.

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e) O tipo penal consistente em fazer afirmação falsa ou enganosa, ou omitir
informação relevante sobre a natureza de produto ou serviço inadmite a
forma culposa.

COMENTÁRIOS: A conduta tratada pela alternativa A é crime contra as


relações de consumo, previsto pelo art. 69 do CDC.
Quanto à alternativa B, seu erro está em afirmar que o CDC prevê
circunstâncias atenuantes e agravantes. Na realidade, há apenas
agravantes.
Os crimes previstos pelo CDC são, em geral, de perigo. Por essa razão, não
é necessário demonstrar a efetiva ocorrência de dano. A alternativa C,
portanto, está errada.
A alternativa D está errada, pois há crimes contra as relações de consumo
previstos em outras leis, e inclusive no próprio Código Penal.
A alternativa E está errada porque o tipo penal do art. 66 prevê uma
modalidade culposa.

GABARITO: A

13. DPE-MA – Defensor Público – 2011 – Cespe (adaptada).


Considere a seguinte situação hipotética.
Afrânio, comerciante, afixou lista com nome de fregueses inadimplentes na
porta externa de sua padaria, causando prejuízo a Raimundo, que perdeu
o crédito perante os demais fornecedores de alimentos do bairro onde
mora, o que comprometeu, inclusive, a subsistência e dignidade de sua
família. Nessa situação, embora tenha praticado infração administrativa,
Afrânio não praticou crime contra as relações de consumo.

COMENTÁRIOS: Afrânio praticou o crime tipificado no art. 71 do CDC.

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Art. 71. Utilizar, na cobrança de dívidas, de ameaça, coação,
constrangimento físico ou moral, afirmações falsas incorretas ou enganosas
ou de qualquer outro procedimento que exponha o consumidor,
injustificadamente, a ridículo ou interfira com seu trabalho, descanso ou
lazer:
Pena Detenção de três meses a um ano e multa.

GABARITO: E

14. DPE-MA – Defensor Público – 2011 – Cespe (adaptada). O fato


de o fornecedor encaminhar cartão de crédito para a residência do
consumidor, sem prévio requerimento, constitui prática abusiva que
caracteriza infração administrativa, mas não infração penal.

COMENTÁRIOS: Realmente não há crime neste caso. Trata-se de uma


infração administrativa, prevista no art. 39 do CDC.

GABARITO: C

15. TJ-ES – Juiz – 2011 – Cespe. Rodrigo, gerente de uma loja de


bicicletas, orientou Marcelo, de quem é chefe, a não entregar aos
consumidores o termo de garantia referente aos produtos por ele vendidos.

a) Marcelo e Rodrigo poderão ser considerados agentes ativos de crime


previsto no CDC.
b) somente Marcelo poderá ser agente ativo de crime previsto no CDC.
c) somente Rodrigo poderá ser agente ativo de crime previsto no CDC.
d) não caberá, em relação à conduta descrita, ação penal subsidiária nem
assistência.

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e) o CDC não considera crime a conduta apresentada, mas infração
administrativa.

COMENTÁRIOS: O crime mencionado é tipificado pelo art. 74. Nele não


há previsão específica acerca do agente. Além disso, é importante também
conhecer o teor do art. 75. Vamos relembrar?

Art. 74. Deixar de entregar ao consumidor o termo de garantia


adequadamente preenchido e com especificação clara de seu conteúdo;
Pena - Detenção de um a seis meses ou multa.
Art. 75. Quem, de qualquer forma, concorrer para os crimes
referidos neste código, incide as penas a esses cominadas na medida de
sua culpabilidade, bem como o diretor, administrador ou gerente da pessoa
jurídica que promover, permitir ou por qualquer modo aprovar o
fornecimento, oferta, exposição à venda ou manutenção em depósito de
produtos ou a oferta e prestação de serviços nas condições por ele
proibidas.

GABARITO: A

16. DETRAN-DF – Analista - Advocacia – 2009 – Cespe. Considere que


Tânia, que trabalha em uma entidade de cadastro de devedores
inadimplentes, tenha impedido que Manoel tivesse acesso às informações
que sobre ele constavam do referido cadastro. Nesse caso, Tânia praticou
crime contra as relações de consumo, devendo incidir circunstância
agravante, se Manoel for pessoa portadora de deficiência mental.

COMENTÁRIOS: A tipificação da conduta fica por conta do art. 72.

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Art. 72. Impedir ou dificultar o acesso do consumidor às informações
que sobre ele constem em cadastros, banco de dados, fichas e registros:
Pena - Detenção de seis meses a um ano ou multa.

Já a circunstância agravante fica por conta da previsão constante no art.


76.

Art. 76. São circunstâncias agravantes dos crimes tipificados neste


código:
[...]
IV - quando cometidos:
a) por servidor público, ou por pessoa cuja condição econômico-social
seja manifestamente superior à da vítima;
b) em detrimento de operário ou rurícola; de menor de dezoito ou
maior de sessenta anos ou de pessoas portadoras de deficiência mental
interditadas ou não;

GABARITO: C

17. ADAGRI-CE – Fiscal Estadual Agropecuário – 2009 – Cespe. João,


mecânico de automóveis, empregou peças de reposição já usadas ao
efetuar o conserto de certo automóvel, sem autorização do proprietário do
veículo. Nessa situação, João praticou crime contra as relações de
consumo, estando sujeito a multa e a pena de três meses a um ano de
detenção.
COMENTÁRIOS: Este crime é previsto pelo art. 70 do CDC.

Art. 70. Empregar na reparação de produtos, peça ou componentes


de reposição usados, sem autorização do consumidor:
Pena - Detenção de três meses a um ano e multa.

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GABARITO: C

18. TJ-MG – Juiz de Direito – 2005 – FUNDEP (adaptada). A prática


por servidor público de qualquer crime previsto no Código de Defesa do
Consumidor, prevalecendo-se da fraqueza ou ignorância do consumidor,
tendo em vista a idade, a saúde, o conhecimento ou a condição social deste,
gera a incidência de apenas uma circunstância agravante.

COMENTÁRIOS: Esta agravante está prevista no art. 76, IV, “a”:

Art. 76. São circunstâncias agravantes dos crimes tipificados neste


código:
[...]
IV - quando cometidos:
a) por servidor público, ou por pessoa cuja condição econômico-social
seja manifestamente superior à da vítima;

GABARITO: C

19. DPE-MA – Defensor Público – 2015 – FCC. O sentenciado que


trabalhou e estudou durante a execução da pena no regime semiaberto
terá o tempo remido computado como pena cumprida na razão de um dia
de pena a cada três dias trabalhados e

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a) 3 dias de pena a cada 16 horas de frequência escolar calculados do total
da pena.
b) um dia de pena a cada 12 horas de frequência escolar calculados do total
da pena.
c) um dia de pena a cada 12 horas de frequência escolar calculados para
todos os benefícios da execução penal.
d) um dia de pena a cada 16 horas de frequência escolar calculados do total
da pena.
e) um dia de pena a cada 16 horas de frequência escolar calculados para
todos os benefícios da execução penal.

COMENTÁRIOS: Para responder corretamente à questão você teria que


conhecer o art. 126, I da LEP, segundo o qual a contagem de tempo nesse
caso será feita à razão de 1 dia de pena a cada 12 horas de frequência
escolar - atividade de ensino fundamental, médio, inclusive
profissionalizante, ou superior, ou ainda de requalificação profissional -
divididas, no mínimo, em 3 dias.

GABARITO: C

20. DPE-MA – Defensor Público – 2015 – FCC. A autonomia da


execução penal implica a compreensão de que

a) o título executivo delimita o alcance e os limites da execução em


processo em que não há alteração fática.
b) há uma feição jurisdicional da execução da pena e plenitude das
garantias constitucionais penais e processuais penais.
c) há um caráter misto de regras administrativas e jurisdicionais e aplicação
mitigada das regras constitucionais.
d) os incidentes de execução são impulsionados somente pela defesa
técnica.

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e) há distinção das atividades da administração penitenciária e da função
jurisdicional ressalvado o procedimento administrativo que apura falta.

COMENTÁRIOS: Aqui temos uma questão de caráter conceitual, mas


bastante interessante para nos ajudar a entendermos a natureza jurídica
da execução penal. A execução é autônoma, no sentido de que trata-se de
um procedimento próprio, conduzido por magistrado que, em regra, é
diferente que proferiu a decisão condenatória. Apesar de alguns atos
administrativos fazerem parte da atuação do magistrado, sua intervenção
na execução da pena é essencialmente jurisdicional.

GABARITO: B

21. Depen – Técnico de Enfermagem – 2015 – Cespe. No âmbito da


assistência educacional, é garantido o acesso à instrução escolar e à
formação profissional ao preso, a quem é facultado cursar o ensino
fundamental ou realizar curso de aperfeiçoamento profissionalizante.

COMENTÁRIOS: Segundo os arts. 17 e 18 da LEP, A assistência


educacional compreenderá a instrução escolar e a formação profissional do
preso e do internado, mas o ensino de 1º grau (hoje chamado de ensino
fundamental) é obrigatório.

GABARITO: E

22. DPE-CE – Defensor Público – 2014 – FCC. Em relação à execução


penal, de acordo com entendimento sumulado dos Tribunais Superiores,
é correto afirmar que

a) é de dez dias o prazo para interposição de agravo contra decisão do Juiz


da Execução Penal.

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b) a frequência a curso de ensino formal é causa de remição de parte do
tempo de execução de pena apenas sob regime aberto.
c) em respeito à garantia da presunção de inocência, não se admite a
progressão de regime de cumprimento da pena antes do trânsito em
julgado da sentença condenatória.
d) a pena unificada para atender ao limite de 30 (trinta) anos de
cumprimento, determinado pelo artigo 75 do Código Penal, não é
considerada para a concessão de outros benefícios, como o livramento
condicional ou regime mais favorável de execução.
e) não foi recebida pela ordem constitucional vigente a possibilidade de
revogação de até um terço do tempo remido em razão de falta grave.

COMENTÁRIOS: A única alternativa correta aqui é a letra D, pois a


unificação da pena não é considerada para fins de cálculo de tempo para
concessão de outros benefícios, nos termos da Súmula nº 715 do STF.

GABARITO: D

23. DPE-MS – Defensor Público – 2014 – VUNESP. Com relação à Lei


de Execução Penal, é correto afirmar que:

a) o regime disciplinar diferenciado previsto no art. 52 da Lei de Execução


Penal é aplicável somente aos presos condenados em cumprimento de pena
privativa de liberdade.
b) são sanções disciplinares: a advertência verbal, repreensão, censura,
suspensão ou restrição de direitos e inclusão no regime disciplinar
diferenciado.
c) cabem apenas ao juiz da execução penal e ao ministério público a
obrigatoriedade de visitas aos estabelecimentos prisionais.

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d) ao condenado em regime fechado é assegurado o direito de cela
individual contendo dormitório, lavatório e aparelho sanitário, contendo
área mínima de 6 m² e ambiente salubre.

COMENTÁRIOS: A alternativa A está incorreta porque o regime disciplinar


diferenciado também poderá abrigar presos provisórios ou condenados,
nacionais ou estrangeiros, que apresentem alto risco para a ordem e a
segurança do estabelecimento penal ou da sociedade (art. 52, §1º). A
alternativa B está incorreta porque censura não é sanção disciplinar. Além
disso, falou também mencionar o isolamento na própria cela. A alternativa
C está incorreta porque há outros agentes públicos que também têm o
dever de visitar estabelecimentos penais, a exemplo do Conselho da
Comunidade (art. 81, I) e da Defensoria Pública (art. 81-B, V).

GABARITO: D

24. PC-SP – Delegado de Polícia – 2014 – VUNESP. “X”, primário e de


bons antecedentes, cumpre, com bom comportamento, pena de vinte
anos de reclusão em regime fechado, pela prática do crime de latrocínio.
Até o momento, “X” cumpriu quatorze anos do total da pena. Nesse caso,
a resposta correta para a pergunta – “X” tem direito à concessão de
algum benefício? – é:

a) “X” tem direito ao livramento condicional.


b) “X” tem direito à concessão da liberdade provisória.
c) “X” tem direito à concessão do sursis.
d) “X” tem direito à concessão da suspensão condicional da pena.
e) “X” não faz jus a nenhum benefício por ter praticado crime hediondo.

COMENTÁRIOS: Se o condenado por crime hediondo cumpriu dois terços


da pena, terá direito ao livramento condicional, nos termos do art. 83.

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GABARITO: A

25. TJ-ES – Analista Judiciário – 2011 – Cespe. Salvo o regime


disciplinar diferenciado, as sanções de suspensão, isolamento e restrição
de direitos não poderão ser superiores a trinta dias.

COMENTÁRIOS: Estes são os termos quase exatos do art. 58 da LEP.

Art. 58. O isolamento, a suspensão e a restrição de direitos não


poderão exceder a trinta dias, ressalvada a hipótese do regime disciplinar
diferenciado.

GABARITO: C

26. DPE-BA – Defensor Público – 2010 – Cespe. A prática de falta


grave interrompe a contagem do lapso temporal para a comutação da pena,
por imperativo expresso na lei de execução penal.

COMENTÁRIOS: Acredito que a intenção da banca tenha sido confundir o


candidato com relação ao teor do art. 127 da LEP, que permite ao juiz
revogar até 1/3 do tempo remido, recomeçando a contagem a partir da
infração disciplinar.

GABARITO: E

27. DPE-BA – Defensor Público – 2010 – Cespe. O monitoramento


eletrônico destina-se a sentenciados que, em regime semiaberto, estejam
em gozo do benefício de saídas temporárias, ou que estejam cumprindo

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prisão domiciliar, de acordo com as circunstâncias do caso submetido à
apreciação do juízo da execução.

COMENTÁRIOS: A redação original da Lei n° 12.258/2010 trazia outras


hipóteses, mas somente essas duas não foram vetadas. A monitoração
eletrônica pode ser usada para fiscalizar a saída temporária no regime
semiaberto, bem como a prisão domiciliar.

GABARITO: C

28. SEJUS-ES – Agente Penitenciário – 2009 – Cespe. Ao condenado


à pena privativa de liberdade é facultativa a atividade laboral, respeitadas
suas aptidões, sua capacidade e sua necessidade.

COMENTÁRIOS: A LEP obriga expressamente o preso a trabalhar, na


medida de suas aptidões e capacidade. Para o preso provisório, contudo, o
trabalho não é obrigatório e só poderá ser executado no interior do
estabelecimento.

GABARITO: E

29. SEJUS-ES – Agente Penitenciário – 2009 – Cespe. O condenado


por crime político está desobrigado ao trabalho.

COMENTÁRIOS: A LEP tem disposição expressa nesse sentido (art. 200).

GABARITO: C

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30. SEJUS-ES – Agente Penitenciário – 2009 – Cespe. A tentativa de


fuga do estabelecimento prisional é classificada como falta disciplinar
grave, punida com a sanção correspondente à falta consumada.

COMENTÁRIOS: Lembre-se de que, no que tange às infrações


disciplinares, a tentativa deve ser sempre punida com a pena prevista para
a falta consumada. A fuga está prevista no art. 50, II, da LEP.

GABARITO: C

31. SEJUS-ES – Agente Penitenciário – 2009 – Cespe. O poder


disciplinar só pode ser exercido pelo juiz da execução penal.

COMENTÁRIOS: O art. 47 da LEP determina expressamente que o poder


disciplinar é exercido pelo diretor do estabelecimento prisional.

GABARITO: E

32. SEJUS-ES – Agente Penitenciário – 2009 – Cespe. A prática de ato


previsto como crime doloso constitui falta grave e, quando ocasiona
subversão da ordem, sujeita o condenado ao regime disciplinar
diferenciado, com direito à saída da cela por duas horas diárias para banho
de sol.

COMENTÁRIOS: Uma assertiva bastante direta, mas que cobra


conhecimento de alguns dispositivos da LEP que dizem respeito ao RDD.
Vamos relembrar?

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REGIME DISCIPLINAR DIFERENCIADO
Aplicável ao preso que pratica fato previsto como crime doloso,
quando ocasione subversão da ordem ou disciplina internas ou ao
preso provisório ou condenado que apresente alto risco para a ordem e
a segurança do estabelecimento penal ou da sociedade.
Duração máxima de 360 dias, sem prejuízo de repetição
da sanção por nova falta grave de mesma espécie, até o
limite de um sexto da pena aplicada

CARACTERÍSTICAS Cela individual


Visitas semanais de duas pessoas, sem contar as
crianças, com duração de duas horas
Saída da cela por 2 horas diárias para banho de sol

GABARITO: C

33. SEJUS-ES – Agente Penitenciário – 2009 – Cespe. Os condenados


que cumprem pena em regime fechado ou semiaberto podem obter
autorização para saída temporária do estabelecimento prisional, nos casos
de falecimento de cônjuge, companheira, ascendente, descendente ou
irmão, sendo dispensada, conforme o caso, a vigilância direta.

COMENTÁRIOS: O art. 120 da LEP autoriza os condenados que cumprem


pena em regime fechado ou semiaberto e os presos provisórios a sair do
estabelecimento, mediante permissão do diretor do estabelecimento, no
caso de falecimento ou doença grave do cônjuge, companheiro,
ascendente, descendente, ou irmão. Também é possível a saída para
tratamento médico. Em todos os casos a saída só é possível com o
acompanhamento de escolta, e aí está o erro da assertiva.

GABARITO: E

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34. SEJUS-ES – Agente Penitenciário – 2009 – Cespe. O condenado
ao cumprimento de pena privativa de liberdade e restritiva de direitos deve
ser submetido a exame criminológico a fim de que sejam obtidos os
elementos necessários à adequada classificação e individualização da
execução.

COMENTÁRIOS: Opa! Só existe a exigência de exame criminológico para


o condenado a pena privativa de liberdade em regime fechado!

GABARITO: E

35. PC-RN – Delegado de Polícia – 2009 – Cespe (adaptada). A


prestação de trabalho externo, a ser autorizada pela direção do
estabelecimento penal, dependerá de aptidão, disciplina e
responsabilidade, além do cumprimento mínimo de dois terços da pena.

COMENTÁRIOS: A prestação de trabalho é externo já se torna possível


quando o condenado cumprir 1/6, e não 2/3 da pena.

GABARITO: E

36. PC-RN – Delegado de Polícia – 2009 – Cespe (adaptada). Para o


preso provisório, o trabalho é obrigatório e só poderá ser executado no
interior do estabelecimento.

COMENTÁRIOS: O erro da assertiva está em afirmar que o trabalho é


obrigatório para o preso provisório. Essa obrigatoriedade atinge apenas os
condenados.

GABARITO: E

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5. QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS

1. TJDFT – Juiz de Direito – 2016 – Cespe (adaptada). A conduta


consistente em empregar, na reparação de produtos, peças ou
componentes de reposição usados, sem autorização do consumidor,
configura crime contra as relações de consumo, sancionado com pena de
detenção.

2. TJDFT – Juiz de Direito – 2016 – Cespe (adaptada). Constitui


circunstância agravante, prevista no CDC, o fato de haver sido o crime
praticado por preposto ou administrador de pessoa jurídica em estado
falimentar.

3. TJDFT – Juiz de Direito – 2016 – Cespe (adaptada). A conduta


consistente em deixar de entregar ao consumidor o termo de garantia
adequadamente preenchido e com especificação clara de seu conteúdo, a
despeito de não se encontrar tipificada, de modo a configurar crime
autônomo, pode ser considerada como circunstância legal agravante.

4. DPE-PE – Defensor Público – 2015 – Cespe. A situação econômica


do réu ou do indiciado é critério que pode ser considerado para fixação do
valor da fiança no caso de infração penal prevista no CDC.

5. DPE-RS – Defensor Público – 2014 – FCC. O instituto conhecido


doutrinariamente como delação premiada NÃO está previsto

a) na Lei nº 11.343/06 (Lei de Drogas).


b) na Lei nº 9.613/98 (Lavagem de Dinheiro).
c) na Lei nº 8.137/90 (Crimes Contra a Ordem Tributária, Econômica e
Contra as Relações de Consumo).
d) na Lei nº 8.078/90 (Proteção ao Consumidor).
e) no art. 159 do Código Penal, que trata da extorsão mediante sequestro.

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6. TJ-RJ – Juiz de Direito – 2014 – VUNESP. A respeito dos crimes


contra as relações de consumo, assinale a alternativa correta.

a) Se assim recomendar a situação econômica do indiciado ou réu, a fiança


poderá ser reduzida até a metade do seu valor mínimo, ou aumentada pelo
juiz até trinta vezes.
b) No processo penal, o Procon poderá intervir, como assistente do
Ministério Público, sendo-lhe, também, facultado propor ação penal
subsidiária, se a denúncia não for oferecida no prazo legal.
c) A prática em época de crise econômica, a ocorrência de grave dano
coletivo e a prática por pessoa cuja condição econômico-social seja igual à
da vítima, são circunstâncias agravantes.
d) Além das penas privativas de liberdade e de multa, pode ser imposta,
apenas alternadamente, a publicação, em órgãos de comunicação de
grande circulação ou audiência, às expensas do condenado, de notícia
sobre os fatos e a condenação.

7. MPE-AC – Promotor de Justiça – 2014 – Cespe (adaptada). A


conduta de o fornecedor deixar de entregar ao consumidor o termo de
garantia adequadamente preenchido e com especificação clara de seu
conteúdo acarreta, tão somente, responsabilidade civil e administrativa,
não havendo previsão de sanção penal.

8. MPE-AC – Promotor de Justiça – 2014 – Cespe (adaptada). Todos


os delitos contra as relações de consumo estão tipificados no CDC.

9. PROCON-RJ – Advogado – 2012 – Ceperj. No âmbito dos crimes que


podem surgir nas relações de consumo, existe um sistema de penalizações.

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Além da pena privativa de liberdade, pode ser aplicada ao infrator a pena
de:

a) interdição temporária de direitos.


b) perda de direitos políticos.
c) extinção da nacionalidade.
d) expulsão do território nacional.
e) prestação de serviços ao consumidor.

10. TJ-CE – Juiz – 2012 – Cespe. A propósito das normas de direito penal
e processual penal previstas no CDC, assinale a opção correta.

a) O CDC prevê, expressamente, como crime a conduta de não entregar ao


consumidor o termo de garantia adequadamente preenchido e com
especificação clara de seu conteúdo.
b) Assim como ocorre no direito ambiental, é prevista, no direito do
consumidor, a responsabilização criminal da pessoa jurídica cujos
representantes legais ou empregados cometam fatos tipicamente previstos
na legislação específica como crimes.
c) O CDC não prevê infração penal na modalidade culposa, de modo que,
no âmbito do direito do consumidor, o infrator somente responderá
criminalmente se agir dolosamente.
d) O sujeito passivo dos crimes contra as relações de consumo é o
consumidor pessoa física, considerando-se atípico o crime cometido contra
consumidor pessoa jurídica ou consumidor por equiparação, em face do
princípio da vedação à responsabilidade objetiva.
e) Constitui crime contra as relações de consumo fazer ou promover
publicidade manifestamente fantasiosa.

11. DPE-SE – Defensor Público – 2012 – Cespe. Constitui conduta


tipificada no CDC como crime contra as relações de consumo

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a) falsificar ou alterar substância ou produto alimentício destinado a


consumo, tornando-o nocivo à saúde ou reduzindo- lhe o valor nutritivo.
b) empregar, no fabrico de produto destinado a consumo, revestimento,
gaseificação artificial, matéria corante, substância aromática, antisséptica,
conservadora ou qualquer outra não expressamente permitida pela
legislação sanitária.
c) exigir cheque-caução, nota promissória ou qualquer garantia, bem como
o preenchimento prévio de formulários administrativos, como condição
para o atendimento médico- hospitalar emergencial.
d) fazer afirmação falsa ou enganosa, ou omitir informação relevante sobre
a natureza, característica, qualidade, quantidade, segurança, desempenho,
durabilidade, preço ou garantia de produtos ou serviços.
e) fabricar, sem licença da autoridade competente, substância ou engenho
explosivo, gás tóxico ou asfixiante, ou material destinado à sua fabricação.

12. DPE-AC – Defensor Público – 2012 – Cespe. A respeito das


infrações penais, assinale a opção correta.

a) O fornecedor que deixa de organizar dados fáticos, técnicos e científicos


que dão base à publicidade pratica crime contra as relações de consumo.
b) O CDC, assim como o CP e as leis extravagantes, prevê circunstâncias
agravantes e atenuantes para os crimes que tipifica.
c) As condutas tipificadas no CDC constituem crime de dano, sendo
imprescindível para a caracterização do delito a comprovação do efetivo
dano ao consumidor.
d) Os crimes contra as relações de consumo estão previstos no CDC de
forma exclusiva e taxativa.
e) O tipo penal consistente em fazer afirmação falsa ou enganosa, ou omitir
informação relevante sobre a natureza de produto ou serviço inadmite a
forma culposa.

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13. DPE-MA – Defensor Público – 2011 – Cespe (adaptada).
Considere a seguinte situação hipotética.
Afrânio, comerciante, afixou lista com nome de fregueses inadimplentes na
porta externa de sua padaria, causando prejuízo a Raimundo, que perdeu
o crédito perante os demais fornecedores de alimentos do bairro onde
mora, o que comprometeu, inclusive, a subsistência e dignidade de sua
família. Nessa situação, embora tenha praticado infração administrativa,
Afrânio não praticou crime contra as relações de consumo.

14. DPE-MA – Defensor Público – 2011 – Cespe (adaptada). O fato


de o fornecedor encaminhar cartão de crédito para a residência do
consumidor, sem prévio requerimento, constitui prática abusiva que
caracteriza infração administrativa, mas não infração penal.

15. TJ-ES – Juiz – 2011 – Cespe. Rodrigo, gerente de uma loja de


bicicletas, orientou Marcelo, de quem é chefe, a não entregar aos
consumidores o termo de garantia referente aos produtos por ele vendidos.

a) Marcelo e Rodrigo poderão ser considerados agentes ativos de crime


previsto no CDC.
b) somente Marcelo poderá ser agente ativo de crime previsto no CDC.
c) somente Rodrigo poderá ser agente ativo de crime previsto no CDC.
d) não caberá, em relação à conduta descrita, ação penal subsidiária nem
assistência.
e) o CDC não considera crime a conduta apresentada, mas infração
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Tânia, que trabalha em uma entidade de cadastro de devedores
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que sobre ele constavam do referido cadastro. Nesse caso, Tânia praticou

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agravante, se Manoel for pessoa portadora de deficiência mental.

17. ADAGRI-CE – Fiscal Estadual Agropecuário – 2009 – Cespe. João,


mecânico de automóveis, empregou peças de reposição já usadas ao
efetuar o conserto de certo automóvel, sem autorização do proprietário do
veículo. Nessa situação, João praticou crime contra as relações de
consumo, estando sujeito a multa e a pena de três meses a um ano de
detenção.

18. TJ-MG – Juiz de Direito – 2005 – FUNDEP (adaptada). A prática


por servidor público de qualquer crime previsto no Código de Defesa do
Consumidor, prevalecendo-se da fraqueza ou ignorância do consumidor,
tendo em vista a idade, a saúde, o conhecimento ou a condição social deste,
gera a incidência de apenas uma circunstância agravante.

19. DPE-MA – Defensor Público – 2015 – FCC. O sentenciado que


trabalhou e estudou durante a execução da pena no regime semiaberto
terá o tempo remido computado como pena cumprida na razão de um dia
de pena a cada três dias trabalhados e

a) 3 dias de pena a cada 16 horas de frequência escolar calculados do total


da pena.
b) um dia de pena a cada 12 horas de frequência escolar calculados do total
da pena.
c) um dia de pena a cada 12 horas de frequência escolar calculados para
todos os benefícios da execução penal.
d) um dia de pena a cada 16 horas de frequência escolar calculados do total
da pena.
e) um dia de pena a cada 16 horas de frequência escolar calculados para
todos os benefícios da execução penal.

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20. DPE-MA – Defensor Público – 2015 – FCC. A autonomia da
execução penal implica a compreensão de que

a) o título executivo delimita o alcance e os limites da execução em


processo em que não há alteração fática.
b) há uma feição jurisdicional da execução da pena e plenitude das
garantias constitucionais penais e processuais penais.
c) há um caráter misto de regras administrativas e jurisdicionais e aplicação
mitigada das regras constitucionais.
d) os incidentes de execução são impulsionados somente pela defesa
técnica.
e) há distinção das atividades da administração penitenciária e da função
jurisdicional ressalvado o procedimento administrativo que apura falta.

21. Depen – Técnico de Enfermagem – 2015 – Cespe. No âmbito da


assistência educacional, é garantido o acesso à instrução escolar e à
formação profissional ao preso, a quem é facultado cursar o ensino
fundamental ou realizar curso de aperfeiçoamento profissionalizante.

22. DPE-CE – Defensor Público – 2014 – FCC. Em relação à execução


penal, de acordo com entendimento sumulado dos Tribunais Superiores,
é correto afirmar que

a) é de dez dias o prazo para interposição de agravo contra decisão do Juiz


da Execução Penal.
b) a frequência a curso de ensino formal é causa de remição de parte do
tempo de execução de pena apenas sob regime aberto.
c) em respeito à garantia da presunção de inocência, não se admite a
progressão de regime de cumprimento da pena antes do trânsito em
julgado da sentença condenatória.
d) a pena unificada para atender ao limite de 30 (trinta) anos de
cumprimento, determinado pelo artigo 75 do Código Penal, não é

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considerada para a concessão de outros benefícios, como o livramento
condicional ou regime mais favorável de execução.
e) não foi recebida pela ordem constitucional vigente a possibilidade de
revogação de até um terço do tempo remido em razão de falta grave.

23. DPE-MS – Defensor Público – 2014 – VUNESP. Com relação à Lei


de Execução Penal, é correto afirmar que:

a) o regime disciplinar diferenciado previsto no art. 52 da Lei de Execução


Penal é aplicável somente aos presos condenados em cumprimento de pena
privativa de liberdade.
b) são sanções disciplinares: a advertência verbal, repreensão, censura,
suspensão ou restrição de direitos e inclusão no regime disciplinar
diferenciado.
c) cabem apenas ao juiz da execução penal e ao ministério público a
obrigatoriedade de visitas aos estabelecimentos prisionais.
d) ao condenado em regime fechado é assegurado o direito de cela
individual contendo dormitório, lavatório e aparelho sanitário, contendo
área mínima de 6 m² e ambiente salubre.

24. PC-SP – Delegado de Polícia – 2014 – VUNESP. “X”, primário e de


bons antecedentes, cumpre, com bom comportamento, pena de vinte
anos de reclusão em regime fechado, pela prática do crime de latrocínio.
Até o momento, “X” cumpriu quatorze anos do total da pena. Nesse caso,
a resposta correta para a pergunta – “X” tem direito à concessão de
algum benefício? – é:

a) “X” tem direito ao livramento condicional.


b) “X” tem direito à concessão da liberdade provisória.
c) “X” tem direito à concessão do sursis.
d) “X” tem direito à concessão da suspensão condicional da pena.
e) “X” não faz jus a nenhum benefício por ter praticado crime hediondo.

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25. TJ-ES – Analista Judiciário – 2011 – Cespe. Salvo o regime


disciplinar diferenciado, as sanções de suspensão, isolamento e restrição
de direitos não poderão ser superiores a trinta dias.

26. DPE-BA – Defensor Público – 2010 – Cespe. A prática de falta


grave interrompe a contagem do lapso temporal para a comutação da pena,
por imperativo expresso na lei de execução penal.

27. DPE-BA – Defensor Público – 2010 – Cespe. O monitoramento


eletrônico destina-se a sentenciados que, em regime semiaberto, estejam
em gozo do benefício de saídas temporárias, ou que estejam cumprindo
prisão domiciliar, de acordo com as circunstâncias do caso submetido à
apreciação do juízo da execução.

28. SEJUS-ES – Agente Penitenciário – 2009 – Cespe. Ao condenado


à pena privativa de liberdade é facultativa a atividade laboral, respeitadas
suas aptidões, sua capacidade e sua necessidade.

29. SEJUS-ES – Agente Penitenciário – 2009 – Cespe. O condenado


por crime político está desobrigado ao trabalho.

30. SEJUS-ES – Agente Penitenciário – 2009 – Cespe. A tentativa de


fuga do estabelecimento prisional é classificada como falta disciplinar
grave, punida com a sanção correspondente à falta consumada.

31. SEJUS-ES – Agente Penitenciário – 2009 – Cespe. O poder


disciplinar só pode ser exercido pelo juiz da execução penal.

32. SEJUS-ES – Agente Penitenciário – 2009 – Cespe. A prática de ato


previsto como crime doloso constitui falta grave e, quando ocasiona
subversão da ordem, sujeita o condenado ao regime disciplinar

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diferenciado, com direito à saída da cela por duas horas diárias para banho
de sol.

33. SEJUS-ES – Agente Penitenciário – 2009 – Cespe. Os condenados


que cumprem pena em regime fechado ou semiaberto podem obter
autorização para saída temporária do estabelecimento prisional, nos casos
de falecimento de cônjuge, companheira, ascendente, descendente ou
irmão, sendo dispensada, conforme o caso, a vigilância direta.

34. SEJUS-ES – Agente Penitenciário – 2009 – Cespe. O condenado


ao cumprimento de pena privativa de liberdade e restritiva de direitos deve
ser submetido a exame criminológico a fim de que sejam obtidos os
elementos necessários à adequada classificação e individualização da
execução.

35. PC-RN – Delegado de Polícia – 2009 – Cespe (adaptada). A


prestação de trabalho externo, a ser autorizada pela direção do
estabelecimento penal, dependerá de aptidão, disciplina e
responsabilidade, além do cumprimento mínimo de dois terços da pena.

36. PC-RN – Delegado de Polícia – 2009 – Cespe (adaptada). Para o


preso provisório, o trabalho é obrigatório e só poderá ser executado no
interior do estabelecimento.

GABARITO
1. C 19. C
2. E 20. B
3. E 21. E

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4. C 22. D
5. D 23. D
6. B 24. A
7. E 25. C
8. E 26. E
9. A 27. C
10. A 28. E
11. D 29. C
12. A 30. C
13. E 31. E
14. C 32. C
15. A 33. E
16. C 34. E
17. C 35. E
18. C 36. E

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