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DEFINIÇÃO: Síndrome caracterizada pela obstrução crônica e difusa das vias aéreas inferiores, de caráter irreversível, com destruição
progressiva do parênquima pulmonar. Geralmente estão incluídos nesta definição os pacientes com bronquite obstrutiva crônica
e/ou com enfisema pulmonar, os dois principais componentes da doença, ambos relacionados à exposição à fumaça do tabaco
1. Epidemiologia
- É uma doença de adultos mais velhos, manifestando-se na quinta ou sexta década de vida, principalmente em homens
- O tabagismo é o principal fator de risco para a DPOC: as substâncias do tabaco estimulam a produção de muco e hipertrofia das
glândulas submucosas, reduzem o movimento ciliar das células epiteliais, ativam macrófagos a secretar fatores quimiotáticos para
neutrófilos, ativam neutrófilos que passam a produzir mais elastase e inibem a atividade da alfa1-antitripsina (enzima inibidora
fisiológica da elastase)
- A asma e DPOC podem se superpor, porém na asma a inflamação é dependente de linfócitos TCD4, eosinófilos, basófilos e
mastócitos, havendo pouca ou nenhuma fibrose. Já a bronquite é dependente de linfócitos TCD8, macrófagos e neutrófilos,
estimulando a fibrose das vias aéreas.
- Deficiência de alfa1-antitripsina é uma doença genética autossômica recessiva que cursa frequentemente com enfisema pulmonar
isolado em crianças ou adolescentes. A ausência dessa enzima deixa livre a elastase neutrofílica que vai degradando paulatinamente
o parênquima pulmonar
- Outros fatores de risco: tabagismo passivo, poluição atmosférica extra e intradomiciliar (fogões a lenha), exposição ocupacional a
poeiras orgânicas (minas de carvão, ouro), fumaças (cadmio) e vapores.
2. Fisiopatologia
HISTOPATOLÓGICO
- A maioria dos pacientes com DPOC apresenta dois importantes e distintos componentes: bronquite obstrutiva crônica e enfisema
pulmonar
Duas consequências: surgimento do auto-PEEP, isto é, uma pressão alveolar positiva no final da expiração,
que pode amentar o trabalho da musculatura respiratória na inspiração e alteração da mecânica do
diafragma, que apresenta tendência a retificação tornando improdutiva sua contração para puxar o ar
inspirado, sendo necessário o uso da musculatura acessória
EXAME FÍSICO
- Nos pacientes dispneicos, o esforço é na expiração, havendo contração da musculatura abdominal (alguns pacientes expiram como
se estivessem soprando)
- Nos casos mais avançados, o paciente pode mostra-se pletórico. O motivo é a policitemia reativa à hipoxemia crônica, mediada pelo
aumento da eritropoietina renal. A dessaturação da Hb associada à eritrocitose leva à cianose. A mistura do tom avermelhado com o
tom azulado da cianose dá o aspecto da eritrocianose
- Tórax em tonel (hiperinsuflação pulmonar)
- Pacientes com cor pulmonale: edema de MMII e turgência de jugular patológica
- Baqueteamento digital NÃO é um sinal de DPOC!
TC DE TÓRAX
- É considerada atualmente o reste definitivo para o estabelecimento da presença ou não de enfisema nos pacientes DPOC
- Influencia pouco nas decisões terapêuticas, existindo apenas uma indicação precisa e aceita: avaliação dos pacientes candidatos à
terapia cirúrgica da DPOC
EXACERBAÇÃO
- Pacientes com DPOC possuem baixa reserva pulmonar. Nesse caso, qualquer insulto pode piorar o quadro clínico, levando a
exacerbação da dispneia e eventualmente da insuficiência respiratória
- O principal fator de descompensação é a infecção respiratória bacteriana ou viral
- Outros fatores desencadeantes são a hiper-reatividade brônquica (broncoespasmo), drogas depressoras do centro respiratório, IC,
TEP e Pntx
- Dados clínicos que sugerem infecção bacteriana: aumento do volume do escarro e alteração do seu aspecto, tornando-se purulento
4. Classificação da doença
- Intensidade dos sintomas: mMRC (avalia a dispneia)
- Avaliação dos riscos de exacerbações: maior fator de risco é a história de exacerbações prévias, particularmente quando estas
motivaram uma internação hospitalar.
- Presença de comorbidades: a importância de considerar as comorbidades existentes reside no fato de que às vezes elas podem
modificar a conduta terapêutica, tornando-a mais complexa e/ou limitada
- Classificação integrada: A → baixo risco e pouco sintomático (mMRC 0-1 e < 2 riscos para internação ou < 1 sem internamento)
B → baixo risco e muito sintomático (mMRC ≥ 2 e < 2 riscos para internação ou < 1 sem internamento)
C → alto risco e pouco sintomático (mMRC 0-1 e ≥ 2 ou ≥ 1 risco com internação)
D → alto risco e muito sintomático (mMRC ≥ 2 e ≥ 2 ou ≥ 1 risco com internação)
5. Tratamento