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1 INTRODUÇÃO
Considerando o período contemporâneo da história do Brasil, já se vão mais
de 30 anos de experiência de administração pública, dado o fim do golpe militar no
Brasil em 1985, porém, ainda se enfrenta desafios (cada vez maiores) no tocante a
boa gestão. O contexto atual nos mostra que as velhas práticas de administração
em causa própria estão sendo colocadas à prova, dado os inúmeros escândalos de
corrupção vindos à tona graças às denúncias por parte da população, pelos autores,
que buscam amenizar suas responsabilidades através da delação premiada, e pelas
investigações a cargo do ministério público e polícia federal.
Com o fim do regime militar no Brasil, a administração pública passou a ser
de encargo da sociedade civil, que não estava preparada para esta missão. Todo
cidadão brasileiro podia se candidatar e, se eleito, passaria a gerir o governo (União,
Estados e Municípios) e indicaria os administradores dos ministérios, estatais e
autarquias, muitos desses, sem a menor formação técnica necessária para o cargo.
Logo se percebeu que muitos desses gestores administravam em causa
própria, com enriquecimento ilícito, negociatas e outros tipos de ações
escarnecedoras da moral e ética, a exemplo de escândalos da década de 80 e 90.
Buscando mitigar essa prática, a Constituição Federal de 1988 contemplou o
setor público (e privado) com o estabelecimento de cinco princípios básicos na
administração pública, considerando as três esferas de governo. São eles:
Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência. (CHIAVENATO,
2008).
Os princípios, sob a ótica jurídica, podem ser entendidos como um conjunto
de normas básicas ou principais requisitos de base que sedimenta o ordenamento
jurídico. Esses princípios, quando levados à regra, norteiam o trato com a
administração pública e alicerçam as decisões dos gestores. Quando não, o
resultado é sabido por todos, cabendo à justiça imputar as responsabilidades aos
não cumpridores das leis.
Diante disso, a profissionalização da gestão se faz necessário para ajudar a
combater esse mal que corrompe o cerne da administração pública e zelar para que
os recursos oriundos dos sacrifícios dos contribuintes sejam trabalhados com ética,
moral, transparência, atendendo as leis e de forma eficiente. Postulado, este
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2 DESENVOLVIMENTO
2.1 Legalidade
Conforme Coelho (2012, p.50) “O princípio da legalidade é o que estabelece a
supremacia da lei escrita, condição sem a qual não poderia existir o Estado
Democrático de Direito. O objetivo principal desse princípio é evitar o arbítrio dos
governantes”.
É oportuno também trazer a este trabalho a lição de Mello (2006, p. 89), que
sobre o princípio da legalidade acrescenta: “[...] ele é a tradução jurídica de um
propósito político: o de submeter os exercentes do poder em concreto –
administrativo – a um quadro normativo que embargue favoritismos, perseguições
ou desmandos”.
Esse princípio é próprio do Estado Democrático de Direito, ele explicita a
subordinação do Estado às leis. Ao administrador público, que está sujeito aos
mandamentos da lei em toda a sua atividade funcional, cabe aplicação da lei e
execução do que esta autoriza. Diferente da administração particular, que o que a lei
não proíbe, pode ser feito sem que venha a incorrer em crime. Em suma, de acordo
com esse princípio, o administrador público só pode realizar as disposições legais da
Lei.
2.2 Impessoalidade
Sobre o princípio da Impessoalidade, Di Pietro (2002, p.71) nos traz a
redação abaixo:
Para Pestana (2008), este princípio está direcionado aos atos administrativos
discricionários, determinando ao agente público que a decisão que será tomada,
deverá ser em atenção ao interesse público, nem a favor ou desfavor de outrem.
O princípio da Impessoalidade coloca que os atos da Administração Pública
não devem ser destinados a beneficiar ou prejudicar determinadas pessoas, mas
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2.3 Moralidade
Acerca da Moralidade, Coelho (2012, p.55) declina que:
2.4 Publicidade
É sabido que a administração pública tem o dever de dar transparência em
todos os seus atos, sobre o princípio da publicidade, Rosa (2003. P.14) nos traz que:
2.5 Eficiência
Para Meirelles (1989), esse princípio é o mais moderno da administração
pública, pois não basta simplesmente ser legal, preconiza que os resultados sejam
positivos, contribuindo para o interesse comum.
A eficiência na administração pública precisa ser buscada a
todo modo, pois trata-se de otimizar os recursos coletivos e, muitas vezes escassos.
Sobre isso, Filho (2008) acrescenta que:
Vale dizer, o administrador público, no desempenho de suas atividades
administrativas, tem o dever de adotar as medidas e soluções, entre as
admitidas em abstrato no ordenamento jurídico, mais positivas (de maior
rentabilidade, congruência e eficácia) para a satisfação das necessidades
da Coletividade. (FILHO, 2008, p. 25).
3 CONCLUSÃO
Ao analisar os princípios constitucionais da administração pública, ainda que
de forma sucinta, a primeira conclusão que se tem é que eles se precedem e se
completam, de forma alguma se excluem. Eles estabelecem correlação ao Direito
Administrativo através de sua unidade e servem como norte para a conduta dos
gestores públicos.
Os princípios constitucionais buscam formatar um padrão de ação, passivo de
observação, onde as decisões dos gestores possam ser fiscalizados e colocadas à
prova. Cabe à administração pública condicionar seus atos aos princípios
constitucionais, do contrário, estará se expondo civil e ou criminalmente às
responsabilidades previstas na lei. Observa-se que o constituinte ao inserir os
princípios na Constituição, buscou a efetividade no trato com a administração
pública, visando garantir o melhor desempenho dos recursos coletivos.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
CHIAVENATO, I. Administração geral e pública. 2.ed. Rio de Janeiro: Elsevier,
2008.
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 14. ed. São Paulo: Atlas,
2002.
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. São Paulo: RT, 1989.
MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. 20. ed. São
Paulo: Malheiros, 2006.
ROSA, Márcio Fernando Elias. Direito Administrativo. 5ª. ed. São Paulo: Editora
Saraiva, 2003.