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AS CRENGAS DE ATIVISTAS POLITICOS Seja qual for 0 alcance com que os fatores descritos nos eapitulos precedentes {mpelem um pafs para um regime hegeménico ov para a contestagio pablica e a : poliarquia, eles devem operar, de algum modo, através das erengas das pessoas, particularmente daquelas mais envolvidas na vida politica, Antes de mais nada, entdo, as crencas dos ativistas politicos sfio um estgio decisivo nos complexos pelos quais as seqiiéncias hist6ricas ou as clivagens subculturais, por processos exemplo, io convertidas em sustentagio de um tipo ou outro de regime, Suposigaes ‘As relagdes examinadas neste capitulo poderiam ser representadas como se segue, em que uma flecha simples significa “explica” ou “tem por conseqiléncia”, easeta—P — significa “afeta a probabilidade de”: 1 Mm Vv Fatores determinantes > Crencas ——> Agoes ——> P —> Regimes politicas das crengas politicas 127 PORARQUL entio, © quanto as crengas (ID) determin, f MN afetando ass As SII AS Chaneos de un esto ¢ em quest 7 ode um pais, 3 aqui segundo o tanto de hogemon O que es politic: 1s (IE nado tipo de re pilblica e potian regimes, pretender problemas com este P problemas. | De inicio, fique cl ingdes entre crengas ¢ entificar crengas que nos parecem verdadeitamente bem fundadlg, is talvez. A maioria de nis Se dispde a chamae as erengs de yo a; entretanto, muitos de ngs Em politi ) da populagao det ime (IV), detinido icon possi, No que toed a0 BEAU COM QUE AS croNGas afetany os (Na muitos bord quia que mos saber quais fatores determinam crengas aradigma, mas o paradigma em si nos ajuda lar es aro que uso o fermo “crengas” num sentido amplo. Na iio conhecimento, Por conhecimento gerainny 8 le farei di queremos id incontrovertive fisico sobre fisica d serfamos menos caridosos ¢ to” de uma pessoa ¢, freqiientemente, a descrenga de outra. ‘Ao que me é dado saber, nenhuma pessoa ponderada nega @ relevanci crengas para a agdo. As crengas guiam a agio nio sd porque influenciam ou dio corpo aos valores ¢ metas mais distantes de alguém — sua salvagio religiosa, por também ie seu “conhecimento” de fisi om suas crengas politic , 0 “conhecimen- da exemplo, sua seguranga na velhice, ou a independéncia de seu pais —ma porque as crencas estruturam nossos pressupostos sobre a realidade, sobre o cariter do passado e do presente, nossas expectativas sobre 0 futuro, nossa compreensio dos “comos” e “porqués” da aco: em suma, nosso “conhecimento”. A importancia do elemento puramente cognitivo em nossas crengas, sejam elas politicas ou sobre outras coisas, dificilmente poderiam ser superestimadas. 0 conhecimento das regras de um jogo, por exemplo, tem significado nao s6 norma fados tivo mas também cognitivo, como perceberam muitos estrangeiros nos E: Unidos ao assistirem a seu primeiro jogo de beisebol. O estrangeiro pode nio se importar se as regras de beisebol sio “boas” ou se deveriam ser observadas, mas, como nao conhece as regras, é totalmente incapaz de entender 0 que esté se Passando diante de seus olhos. Um norte-americano assistindo a um jogo de criquete fica igualmente perdido. O que acontece com o beisebol ¢ o criquete Scontece na politica: aquilo em que acreditamos influencia nfo s6 0 que queremos eee ere que efetivamente pensamos que acontece. Em 2 closerve aa ne coca » omarxismo pode ser um caso es um apelo e ie x ae questiio, Apesar de Sec cc i — exclusivamente eae. 2 inquestionavel, isis sass manifesto é ‘ que acontecen, ext nao moral. Para o marxista, a obra de Marx exp! . 7 ; : “ fica 0 Fagan uecendo € acontecers; somente por implicagao ela espe! que deveria acontecer. AS CRENCAS. “AS DE Arrvistas PoLiticos widente, també parece evide m, que as crencas individuais influe: < ai nciam as goletivas e, com 880, 8 eStrUIUTA © © funcionamento de instt is dificil pereeber como uma Poliarquia Poderia existir se = ae spicamenteatuante dem pats screditasse frmemente que ae nico seria mais des : ipges antidemocriticos. Num regime hegem@nico, os lieres, presi elo menos, devem preferir a hegemonia a qualquer alternative. a Como esses exemplos sugerem, a maneira como diferentes eren a gistribuidas na populacio de um pafs também € importante. Uma ae provavelmente exige uma erenca muito mais difundida na desejabilidade sae Fstema do que a necesséria para manter um regime hegemdnico. Mas se éverdade gue em todos os sistemas pessoas diferentes provocam um impacto desigual nos resultados politicos, entdo é importante saber quem alimenta quais crencas. As rengas de Lenin, ¢, posteriormente, de Stalin, seguramente influiram muito mais jos acontecimentos da Unio Soviética deste século do que as crencas de, digamos ‘fois camponeses russos escolhidos aleatoriamente. © modo como as instituicdes governamentais funcionaram nos Estados Unidos desde 1787 tem sido determina- do muito mais pelas crengas dos 55 homens da Convencao Constitucional de 1787 pelas crengas de 55 cidadaos comuns de Filadélfia daquele ano. Percebo do que que minha suposicao corre o risco de abrir a velha controvérsia Sobre 0 papel do Grande Homem na hist6ria, que nao pretendo abordar aqui. Mas espero que 2 maioria dos leitores partilhe minha hip6tese. De qualquer modo, neste capitulo estarei concentrado principalmente nas crencas das pessoas mais envolvidas na acio politica, como ativistas, militantes e, em particular, daquelas com maior poder manifesto ou implicito, real ou potencial, os lideres ou lideres em potencial. Este enfoque nao significa que as crengas presentes nas camadas menos influentes sejam inelevantes, mas apenas que uma abordagem mais consistente pode ser feita tratando-se das crengas da camada politicamente mais atuante e envolvida como um importante fator explanatério. A abordagem é reforgada por evidéncias de diversos outros aspectos das crengas politicas,|Em determinado pais, quanto mais rudimentares € desorganiza- das as crengas politicas individuais, mais incerta a relagio, se existir, entre crenga . agio./A titulo de exemplo hipotético, uma pessoa cujo sistema de crengas contém ¢fetivamente os pontos fundamentais da argumentagao de Mill sobre liberdade, muito provavelmente se opord a um regime que ameace impor @ censura i imprensa 0u.a supressio de partidos politicos. Uma outra cujas crengas contém, efetivamen- reegazmentas centrais do Manifesto Comunista, provavelmente ae vas de contestagao de um partido ou regime burgués pelas organi”! POLIAKQUIA oporiras. Mas é muito diffi prever © tipo de tegime, movinentsg, ooo ia oposigio ou respalcto de alguém CHO eFeU0 Politico pode sey Pio yg sofreria . nas COMO CU eStAO Na pio, neste py rem 7 eae das pessoas, a0 que parece, {em Feng Poti mt i tares Sistemas ricos ¢ complexos docrongas Politicas pertencem apenas 4 Mime, evidéneias atuais, 6 rzodvel pensar que, apesar dy jn Peg inorias. Pela: minorias. Pel © Ser very, Comat forma tna ™MPLCKAS. Em gorat engas noticel : z . SCU interegse envolvimento na politica. De fato, parece evidente que o componente uramene cognitivo~ conhecimento de uma diversidade de aspects da vida poten incl, sive das regras do jogo — deve ser maior entre lideres ¢ ativistas entre os habitantes politicamente apaticos de um pais Resumindo, é razodvel pensar que os ativistas ¢ Iideres sio mai ises, quanto mais baixo 0 nivel médio de edug politi deiro em todos o . pais, menor 0 porte da minoria com crenga probabilidade de que alguém fenha um conjunto complexo de ey inter-rolacionadas aumenta com seu nivel de educagio © com do que, digamo inclinados do que outras pessoas a 1. ter sistemas de crengas politicas moderadamente elaborados, s crencas politicas em suas agdes 2. ser guiados por suas 3. ¢ ter mais influéncia nos acontecimentos politicos, inclusive acontecimen- abilidade ou a transformagio dos regimes, tos que afetam a es! Diversas questdes se colocam: Primeiro: que tipos de crengas de ativis de contestagao publica ¢ poliarquia? Segundo: como surgem essas crenc: Terceiro: pode ima explicagio sobre o surgimento das crengas politicas dar plenamente conta delas, de tal forma que as cren scjam tratadas como simples varidveis influentes? Em outras palavras, seria util tratar as crencas politicas de ativistas como fator explanatério independénte, compardvel, em significado, com aqueles descritos em capitulos anteriores? ‘as afetam crucialmente as chances 1. Phil wd, Ideol08! Philip E. Converse, “The Nature of Be ief Systems in Mass Publics”, em David E. Apter et and, Discontent, Ne Idem, pp. 218 cn Yo The Free Press of Glencoe, 1964, pp. 213 € 5s. AS CRENCAS Dg. SAS DE ATIISTAS poy S PoLin ‘os Algwnas ¢, is Crengas 'S Cruciaiy jamentivel que ninguém poss ‘A responder sat dia, Certamente, 6 pi ler sa hole ee ssivel se dizer alguma gos giforemtes paises (6M UM aPeRO diferenciadg a g oie aradign Q Acer cies eM II no paradigma apresentado mais g : gobre variagoes r Naas =~ : ‘ees, poliarquil a | paises, P - | wag em regimes tee Speran, Ag ni # alguns as ee freqientons eens sch cias indiretas da Ttélia e da Alemanha como subs femente usamos evider. fe 6 en. lutos, na supos a explicar gu; grengas de italianos e alemies possam ajudar fascismo e 0 nazismo. Devido ao pequeno mimero de paises estudados ¢ Aco quias, hoje é impossivel demonstrar conclusivamente que aie (em 1) afetam significativamente as chances de poliarquia ant 1). 0 problema ¢ cercado de incertezas sobre as rel : comportamento (em Ill). Estritamente falando, entdo, as asserges sobre o impacto das ere; cardter de um regime devem ser tratadas como hipéteses que ainda nao foe eS de qui : Ie as ‘WS experigncias com jas com o ‘io em poliat- es em crencas 1 ou de hegemonia (em agées que interferem no testadas satisfatoriamente com base em dados relevantes ¢ confidveis. No entanto, o possivel papel das crengas é grande demais para ser ignorado. Iss0 porque hé raz6es plausiveis para se pensar que certas crengas afetam as chances de hegemonia ou de poliarquia. Como’ as evidéncias sio muito fragmentérias, pretendo apenas oferecer algumas ilustragGes. Legitimidade da poliarquia Comegarei apresentando trés proposig6es. Primeiro, quanto maior a crenca na legitimidade das instituigdes da poliarquia de um pals, maiores as chances da poliarquia. is para merecer uma Apesar de uma tal afirmacdo poder parecer auto-evidente dema cers fitar nas instituigoes discussio, alguns comentarios servirdo para completé-la. Acted i, estar08 das num determinado pass esa7™ vs oe rmodais’. os problemas cOneP ersonalidade modal Como as crengas sao raramente, se é que sao, uniforme! i Preocupados com variacoes ou diferengas “significativas” mf! tuase metodolégicos envolvidos so analogos as do estudo 8 ees Character: The Thee 4uma cultura, Cf. Alex Inkeles e Daniel J. Levinson, Nat psyholes ed, Gardner Lindley Personality ‘ , sdbook of ty and Sociocultural System”, The Han 8-506. Elliot Aronson, 2. ed., Reading, Mass., Addison-Wesley» 1969, 4 41 POLIARQUIA da polarqia significa area, n0 mimo, na legitimidade tanto de contesae, pitblica como da participagio. Na prtca, essas duas dimensSes da poliaruia sa. tim tanto independentes, nfo s6 historicamente, como indiquei no capitulo 1, mre também como crengas. Por ocasiio da reforma do Parlamento Briténico de 1g39 muitos Whigs (reformadores) e Liberals (liberais) afirmavam por atos e palavras suas erengas na legitimidade das instituigbes de contestacio piblica que vinham evoluindo na Gra-Bretanha por mais de um século. Se a base legal para algumas dessas formas de contestagio era menos evidente do que hoje ~ a liberdade da imprensa para criticar 0 governo, por exemplo ~ na pratica, esses limites eram bastante amplos e essas liberdades de facto eram apoiadas pela maioria dos reformadores e liberais./O que distinguia mais nitidamente os reformadores ¢ liberais dos radicais era, porém, 0 compromisso dos radicais com um suftigio muito amplo, universal mesmo/ Provavelmente, a maioria dos reformadores ¢ liberais dos anos 1830 acreditava que a Lei de Reforma fora longe demais; entretanto, aquela reforma deixara cerca de seis adultos homens em sete sem direito de voto—um grau de exclusao que os radicais consideravam inaceitavel. Nao custa dizer, entio, que nos anos de 1830, a maioria dos reformadores e muitos liberais poliarquia. Eles acreditavam firmemente na nao acreditavam na legitimidade legitimidade daquilo que chamei de oligarquia competitiva. E possivel acreditar também na legitimidade da incluso mas nao da contes- tagio ptblica. A ditadura de Perén, na Argentina, tentou fazer o que nenhum regime anterior fizera para incorporar a camada trabalhadora na vida argentina - econd- mica, social ¢ politica, Por paradoxal que possa parecer as tinicas eleigdes na Argentina que foram razoavelmente honestas, limpas ¢ com ampla participagio do eleitorado ¢ cujo resultado nio foi desprezado pelos militares, desde 1930, ocorreu durante a ditadura de Perén, Nao que Perdn acreditasse ou defendesse a poliarquia; em seu governo, as oposigdes foram crescentemente tolhidas. No entanto, 0 peronismo defendia, ¢ até hoje defende, a plena incluso da camada trabalhadora no sistema politico, e apesar de poder dar legitimidade a uma ditadura, ele nega legitimidade a qualquer sistema que exclua ou discrimine a camada trabalhadora ou seus representantes Como acontece com outras crengas, as opinides de ativistas e Iideres prova- velmente sio mais decisivas do que as de outras pessoas. Entretanto, como até mesmo camadas exclufdas ou inatuantes podem ser ocasionalmente mobilizadas, Suas crengas sao significativamente relevantes. Como acontece com outras crengas, também, a complexidade e a riqueza das crencas sobre a legitimidade da poliarquia cerlamente aumentam com a educagio, o interesse politico e 0 envolvimento. Mesmo em poliarquias bem-estabelecidas, nfo se pode esperar que criancas muito aan 48 CHIN, MAS vontiacoy novas acreditem em “democrnejyn, i ela" 8 Dalavin significado, afinal, para a maioyig qu! cre 2 SONI fe ey ‘qualquer indieam que os Estados Unido, ny nay tl Mase evidéne formagio escolar, uma maioria substan, cin 6a melhor forma de governo”, Nis eles comegaram a aprender também alps solg ‘Assim, uma proporgiio substancial day ¢ graus inferiores de formagio pare danos do que beneficios, ma yelhos expressam essa crenga, P politicos concorrentes pare totalmente confusos, ma 1 Alemany, « ovens coneanu| HAM detathes ie MANO term Hein que ‘OCIEION 8 esas ere wi renga Faaitetdo dete compromises rere O6-tmertennan Cura oy ilar que MH pollticn caun sng 4a don entudant le-amnericanas, HnitiOn © indene We desenvolvem, tendey q 8 5 ‘demo bin artiCos: fivcin, ow aadquirir in de que a pessoas no” no é familiar c Gas mais velhaw aprenderam tas criangas nor em inicialmente dean na medida em que clay a erenga na desejabilidade de partidos concorrentes, A ide deveriam poder se manifestar “contra nosso. tipo de gover apropriada a criangas novas, mas muitas erian aceita-la*. Com tudo o que se sabe atualmente sobre erengas politicas, seria terrivelmen: tc iteal esperar, mesmo num pais como os Estados Unidos, onde uma ideologia democritica tem sido 0 sistema de erenga dominante durante geragies, que muitas pessoas possuam uma tcoria demoeritiea elaborada, ‘Tome-se um democrata eo- mum cniose terd um Locke, um Rousseau, um Jefferson, nem mesmo um Lincoln, No entanto, a logitimidade da poliarquia ow a erenga de que “a democracia a melhor forma de governo” provavelmente nio existe num vacuo total. Como crenga, ela nao est4 completamente isolada, ordinariamente, de one Coe Assim, € uma conjectura razodvel, sustentada por algumes sae el veremos em breve, que um individuo é mais propenso a a raegitin = das instituigdes polidrquicas se também possuir omen crengas. de examiné-las, permitam-me fazer mais duas proposigh reditam na legitimidade da tas (¢ outros) a Os paises variam muito no quanto os ativis Poliarquia, , ae Essas variagGes so, em certa medida, independentes , e dens politicas Sociais do pais: dois pafses com muitas similaridades em suas ordens p Aitetir signticativamente no quanto seus ati polarguia jo Demo: litical Socialization De 4 . ey Stiefbotd, {ack Dennis, Leon Lindberg, Donald MeCrone e Rodney SHeIDAI aby. “omparative P “ralic Orientations in Four Western Systems”, Comparative 1968: 78, 86, 89- 133. POLIARQUIA Argentina: 0 Caso nem-tanto-desviante’. Para ilustrar ¢ trazer al, a easas proposig&es, particularmente & tiltima, é instrutivo compara com, digamos, a Suécia, Curiosamente, o desenvolvimento politico no final do século XIX seguiu um caminho no sentido da poli semelhante ao da Suécia, da Gri-Bretanha ede algumas outras poliar. 84M Tespaldo Ta Atgenting 4a Atgenting arquia muito Quias estaveis, Gria da Suécia, durante séculos: uma década de revolucio e luta pela indepenieicin a io 1820, uma década daquilo que Germani chamou de anarquia, caudillismo, nee civiles, seguida de duas décadas de uma autocracia unificadora’, Nos oitenta anve Ahistoria anterior da Argentina é certamente muito diferente da hist no minimo, a Argentina espremeu em algumas décadas o que oco seguintes, porém, a Argentina teve toda a aparéncia externa de uma poliarquia em desenvolvimento. Ela operava sob a Constituigio de 1853 (como continua a fazer, formalmente, até hoje). E bem verdade que a participacio era restita a ung pequena minoria, mas a participacio em eleigdes nao parece ter sido mais restrita na Argentina do que na Gra-Bretanha sob a Lei de Reforma de 1867, ou na Suécia ena Holanda até o final do século. Mais para o final do século, a classe média em acelerada expansio comegou ase fazer sentir na vida politica, Partidos organizados surgiram como poderosas forgas eleitorais — particularmente os radicais que, como representantes das classes médias, exigiam insistentemente sua inclusio no siste- ma. Em 1911, quase 2 mesma época em que a Suécia ¢ alguns anos antes da Holanda, a Argentina garantiu efetivamente o sufrigio universal masculino. Con- seqiientemente, a participagio eleitoral deu um grande salto — de 21% de todos os 5. As argumentagies ¢ os dados desta segio derivam das seguintes fontes: “Political Oppositions in Argentina”, um trabalho para seminirio nio-publicado de Guillermo O'Donnell, que foi o primeito 2 sugerir-me algumas das linhas mestras de interpretacio a seguir; Carlos Alberto Flora, “El Comper tamiento de la Oposicién en a Argentina”; Natalio R. Botana, “Las Crisis de Legitimidad en Arg°0'0" y el Desarrollo de los Partidos Politicos”; Mariano Grondona, “Algunas Observacianes 0% Evolucién Reciente del Sistema Politico Argentino”; ¢ Rafael Braun, “La Representa 0 Partidos Politicos y la InterpretaciGn del Interés Pabico por parte de las Fuerzas Arma’ Argentino” (Jodos eles trabalhos apresentados no Primer Encuentro Internaciona! de OT C4 Buenos Aires, ago, 1969); Carlos Alberto Floria, “Una Explicacién Politica de Ia ANS Revista Mensual del Centro de Investigacion y Accién Social 16, nov. 1967; ee ‘Gino Germans Argentina en el Tiempo y en El Mundo, Buenos Aires, Editorial Primera a a ‘Canton, "Milt? Politica y Sociedad en una Epoca de Transicién, Buenos Aires, Paidés, ss 5 in Armed Forces and Interventions in Argentina, 1900-1966”, trabalho apresentado na Conference 1" wypiversi Society Working Group, International Sociological Association, Londres, set. a ide Sociolost .ss0 Mundial d¢ c Suffrage as an Agent of Mobilization”, trabalho apresentado no VI oer 3. oe, Washoe Evian, Franga, set. 1966; e James W. Rowe, “The Argentine Election cpemset Institute for the Comparative Study of Political Systems, Sd. ay tareuto S-Di! 6. Politica y Sociedad, p. 196, ¢ em seu “Hacia una Democracia de Masi» °N puegas Alte : iversit al, Argentina, Sociedad de Masas, Buenos Aires, Editorial Univers! p.2il. AS CRENCAS DE ATIVISTAS POLITICOS 9 com mais de dezoito anos em 1910, a 69% em 1912. o ter caido nos doze anos seguintes, cla era comparivel, cidadios do sexo masculii Apesar de essa aproximadamente, a dos Estados Unidos, ¢ nio muito inferior & que se verificava na Suécia, na década de 20, Mais ainda, ela cresceu novamente para 81% em 1928 © 75% em 1930. Assim, em termos de participagio cleitoral, a Argentina era também comparavel a algumas outras poliarquias. E mais, com a vit6ria do candidato presidencial do Partido Radical, em 1916, a Argentina parecia conduzir sem violéncia a perigosa transigao de uma poliarquia competitiva a uma poliarquia baseada no sufrdgio universal. Houve ainda outros fatores favoraveis poliarquia. Segundo o critério tao freqiientemente usado hoje em dia para prever as chances de uma “democracia estdvel”, a Argentina fornecia uma sélida base para o otimismo. Sua populagao era altamente urbanizada, o analfabetismo era baixo, a educagdo era disseminada, o pafs era moderadamente préspero (seu PNB per capita era o mais alto da América Latina, provavelmente), ¢ ela possuia uma grande classe média. Sob todos esses aspectos, a Argentina estava tio bem, pelo menos, quanto os trés outros paises onde a poliarquia se mostrou mais duradoura do que na Argentina — Costa Rica, Chile e Uruguai. Este deus ex machina da teorizagao excessiva sobre democracia também nao nos ajuda muito: a propriedade rural era concentrada, certamente, mas aparen- temente menos do que no Chile, possivelmente menos ainda do que na Costa Rica, e, muito provavelmente, menos do que na Austrdlia. Como fez na maioria dos outros pafses, a Grande Depressdo de 1929 criou sérios problemas para a Argentina. Mas outras poliarquias também foram atingidas pela crise econémica, Algumas, que cram também altamente dependentes do comércio internacional, como a Suécia, e mesmo algumas que eram exportadoras pesadas de produtos agricolas, como Australia ¢ Nova Zelandia, enfrentaram a crise, porém, com agGes que conservaram, restauraram e, talvez, até mesmo aumentaram a confianga de seus cidadios na eficdcia de seus governos. Na Argentina, as coisas se passaram de outro modo. Apesar de’ os notdveis terem perdido poucos de seus privilégios sob os governos dos radicais, seus partidos perderam, sistematicamente, votos e parlamentares. No final dos anos 20, os conservadores atacavam cada vez mais as instituigdes poliérquicas na Argentina — sufrégio universal, partidos politicos, a Camara dos Deputados, a ineficdcia ¢ o personalismo do presidente. Veio entao a crise econdmica. Um golpe militar pos fim experiéncia da Argentina com a poliarquia. Depois de 1930, a poliarquia jamais foi efetivamente restaurada ' E curioso que a poliarquia tenha desmoronado na Argenti Suécia, na Australia e na Nova Zelandia, ou, alidis, na Costa Rica, 01 ina mas nfo na 1, se levarmos 135, POLIARQUIA iat emt 20 Chile e no Uruguai. Nao conhego nenhuma explicagio \ neia da poliarquia na Argentina. Entretanto, uma coisa parece clara: as diferencas nos regimes nao podem ser explicadas apelando-se para fatores explanatérios usuais — nivel de desenvolvimento socioecondmico, urbanizagio, educacio, dimensio da classe média, renda per capita, e assim por diante. Uma explicagio integral seria certamente muito complexa, mas um fator crucial emerge com chocante.clareza: os argentinos parecem nunca ter desenvolvido uma forte .srenga na legitimidade das instituigdes da poliarquia. Conseqiientemente, quando 0 regime enfrentou dificuldades sérias, a poliarquia foi facilmente descartada por ditaduras apoiadas principalmente pelas elites conservadoras, a assim chamada oligarquia, ¢ mais tarde, sob Perén, pelas classes trabalhadoras — nenhuma das quais jamais adquiriu uma convicgio muito profunda sobre a legitimidade da poliarquia. 7 Como qualquer estudioso da histéria argentina sabe, apesar das aparéncias, a poliarquia da Argentina nao se desenvolveu, de 1853 a 1930, segundo o modelo europeu ocidental padrao. A descrigio apresentada mais acima est correta ~ e no entanto, ela é também altamente enganosa, pois ignora dois fatores correlatos profundamente implicados na incapacidade de a poliarquia adquirir legitimidade na Argentina: (1) durante todo o seu perfodo de dominagao, os notaveis rejeitaram abertamente as eleigées como fundamento legitimo de seu poder de governar; e (2) uma grande parte da populagao permaneceu isolada ¢ alienada do sistema politico. Assim, enquanto percorria 0 caminho que leva de uma oligarquia competitiva a io conseguiu realizar 0 que alguns paises europeus 10: nem as elites argentinas, nem a camada média, uma poliarquia, a Argentina conseguiram durante sua transi nem as classes trabalhadoras foram convertidas 4 crenga na legitimidade da poliarquia. 1. Os notaveis nao conseguiram desenvolver e transmitir plenamente uma crenca na legitimidade de certas instituig6es da poliarquia. Apesar de os fatores mais remotos serem ilus6rios’, uma coisa se evidencia; por sua propria conduta, os notaveis ensinavam aos argentinos que as eleigdes nao precisavam ser coercivas para os perdedores ou potenciais perdedores. Eles negavam assim a legitimidade de uma instituigéo fundamental da poliarquia. Isso porque, durante o longo perfodo de governo aparentemente “constitucional” dos anos de 1860 a reforma eleitoral a pritica do 7. Flofia menciona como derivados da tradigio espanhola “o desrespeito comum pela lei", a “caciquismo", “organizado ilegalmente sob o slogan: ‘pelos amigos, mesmo quando estio errados £ Contra os inimigos, mesmo quando esto certos”, ¢ a pritica de recorréncia i forga quando 10 imeios legais dispontveis. Ele se refere também a uma tradicio liberal do séeulo XIX que harmoniziv “0 desprezo pelo homem comum com fé na democracia”. “El Comportamiento”, p. 6- vistas poLiricos AS CRENGAS DE ATIVISTA 08 requisites tanto para o suftigio universal. Segundo a lei « Na ‘ra universal, para homens apen ae ms jardearam, regular € publicamente, 2 situcionais Como Teg gio, “ovo1oe Se palfabetismo, 1 oe a Constitui- ; S, Sem qualquer pré-requisito rel jueza, propriedade ete.” Os not jos chegassem a ser cumpridos, iiveis evidentemente eee Ua pr6pria posicao governante er lestruida, Tal como ocorria na Espanha, na mesma época (e rey consequcncias similares), as eleigOes eram invariavelmente realizadas de spunea fraudulenta e cercadas de violencia. Os notiveis nao s6 exelufam a massa 3 populacio da participagio na vida politica; eles nio queriam sequer permitir que sx conflitos entre eles proprios fossem resolvidos através de eleicdes. Fles inter- pretavam suas diferencas internas (como 0 aleance da dominagio de Buenos Aires fopre as provincias) como conflitos de “soma zero” com conseqiléncias graves demais para serem determinados por meras eleigdes. ‘Assim, desde os primérdios do regime “constitucional”, os lideres do pais negavam que as eleigées fossem um meio legitimo de substituigio de um govern: para todos 0s efeitos, eles ndo deixavam qualquer alternativa & revolucao. £ bem verdade que em outros pafses onde a poliarquia posteriormente adquiriu uma legitimidade considervel, os notiveis também langaram mio de ilegalidade, corrupgao, ¢ até mesmo violencia para ganhar eleigdes. Os pleitos na Gri-Béetanha, no século XVIII, nao eram absolutamente um modelo de lisura. Mas a Argentina era diferente em trés aspectos. Primeiro, em volume e extensao, a fraude e a violéncia eram, sob todos os aspectos, extraordindrias — ndo muito diferentes daquelas famosas eleigGes na Espanha, no século XIX, em que o resultado era anunciado com antecedéncia’. Segundo, como na Espanha, despre- zando abertamente as leis e a Constituigdo que ostensivamente davam legitimidade a seu regime, os notaveis ajudavam a solapar a legitimidade de qualquer regime baseado em eleigées. Finalmente, na Argentina, diferentemente da Gra-Bretanha, nao houve periodo de transigdo entre 0 governo dos notdveis ¢ 0 sufrégio pleno durante 0 qual a camada politica viesse a acatar a legitimidade de eleiges limpas. A ligio dos notaveis transmitida entdo era a seguinte: quando as eleigdes no dio resultados favordveis, os perdedores nao estio obrigados a aceitar os resultados. Este foi o legado que as classes média e trabalhadora receberam quando finalmente puderam ter acesso a politica eleitoral através da reforma de 1911. Aquela reforma, que surgiu por pressio dos radicais (pressao esta que incluiu as "evoltas abortadas de 1893 e 1905), impunha efetivamente uma proviso constitt- Canton, “Univ " Genny gent SutTage”,p. 4. nan, The Spanish Labyrinth, Cambridge, Cambridge University Press, 1962 P 137 pouaRouta mnasculind, diSPUNDE SODTE a yojg, eederais para fiscalizar os pig dem reverter os 9S Tesultados cional existente sobre o suftigio universal tribunais eleitora com juiz icbes PO 7 que os derrotados 7 s eleigoes P' eis. E este-f sobre Bee damdne a astrado que mu atorial de 1955 @ 1966. Em 1962, quando os Petonistag puderam apresentar candidatos a0 Congresso ie fae Proviniis = conquistaram @ maior fatia dos yotos. Logo m seg " presidente Frondizi anulou a eleigio; mesmo assim, ale foi detido e derrubado do cargo por fore, militares antiperonistas descontentes com OS resultados eleitorais © temerosas de uma repetigao do peronismo. Quando foram mareadas eleigbes presidenciais par stituir Frondizi, em 1963, os peronistas foram proibidos de langar candidate, fw a parecer, em 1966, que 0S peronistas poderan ganhar muitos governos provinciais nas eleigdes seguintes, em vez de esperar anularas eleigées, os militares tomaram 0 poder, evidentemente com amplo suporte dos notiveis e das classes médias temerosas de um retorno ao peronismo e cansadas de um sistema de partidos fragmentados. A nova ditadura, sob © comando do general Ongan‘a, tentou por um fim a esses males suprimindo todos 0s partidos secreta ¢ cria\ Mas onde a regra d pela forga, a po! Argentina. Ficou viv breve interltidio nao dita alicerces fra ito pouco mudara desde 1939 oto arquia repousa amente demon subs Entretanto, quando comeg politicos ¢ as eleigdes e governando por decreto. @ Excluida da politica por notaveis que mostravam um aberto desprezo por provessos ctor a maioria da populagéo permaneceu isolada e alienada do sistema politico — muito po i i fl Saami ade unto aboot adultes : im vastamente ampliados por um outro fator: a quantidade enorme de nao-cidadaos que ficava, psicolégica e Iegalmente, de fora do proceso eleitoral. A taxa de imigracdo a Argentina superava em muito a dos Estados Unidos". Entretanto, enquanto um suftigio quase-univer- "7 sal ; partidos competitivos nos Estados Unidos garantiam que os imigrantes logo \ scien = poderem votar, na Argentina, 0 incentvo pate 9 | aa aan = ora reduzido pelo fato de que, até 1911, mesmo | tornou cidada, uma boa parte da oe ee te See ae a t de fora da poliarquia agen iz See semen Argentina ora composta de estrange 1914, quase um tergo da populads Paltica do pas, metade das pessoas stan Buenos Aire, > Droporges era ainda maiores 729 em Buenve Ait ae — 72% em Buenos Aires, 51% em om tos, 3 co das 10. Gi it lermani, Politica y Sociedad, pp, 247, 265 4S CReNe, De, EAT VISTAS PoLinicos provincias mais densamente po, adultos do sexo masculing (os fae 202% em oe 5 ° abi : eram ainda mais altas; talvez quatr Hados a vot, 'S Partes do in 5, “TO em eg - Buenos Aires, eram ndo-cidadios « rm cade cin, wa icipagio na vi iti . ?POttanto, a S€XO masculiy ticipag: ida politica do Pais. Os , + automaticament ssculino, em nalmente concentrados nas classe 4. TAME avam eehuidos de par- es tra : él 5 : Tabathadoras. Assiny eS 7 7 » a Argentina possu ao sistema politico argentino a um . s rande apego O desfecho do desenvolvimento politice argenti legitimidade das insttuigdes da poliarguia das eleigdes ~ 6 rasa, i segmen- alizar eleicbes regularmente na Grande Buenos Aires, em 1os militares, é muito reveladora tant 's poderiam receber um tergo ou mais dos votos: assim, impedir sua participagio significava proibir 0 maior grupo de eleitores da Argentina de ter seus préprios candidatos. Quase un quinto da Grande Buenos Aires considerou justa a medida; quase outro tanto nao expressou qualquer oposi¢ao a idéia. Mas o interessante, ainda que dificilmente surpreenden- te, € 0 quanto a questao da proibigdo aos peronistas era uma questo de classe, A tabela mostra que a idéia de barrar os candidatos peronistas era mais forte na camada superior, na qual a oposigio ao peronismo era mais forte, e mais fraca na Tabela 8.1. “Vocé consideraria bom ou ruim se 0 governo proibisse a participacio peronista em futuras eleig6es?” Beto TT patie 64% 19% 11% Por escolaridade 16% 19% Analfabetos ou com educagio priméria 65% ie 13% Educacao secundaria 63% i 15% Educacao universitéria 7 fe 1967, zimavers = 1966, relatado em Polls Fonte: Encuestas Gallup de Ia Argentina, margo de 190% 139 POLIARQUIA camada inferior, na qual 0 apoio ao peronismo era maior. Apenas a metade do grupo mais instruido se opunha a proibigdo; este seria também 0 segmento que viria a apoiar © golpe militar. O fato de que os menos instruidos se opunham a proibicag dificilmente poderia ser lido como um compromisso com eleic6es livres de sua parte; seria interessante saber quantos teriam apoiado uma proibigao total de cleigdes de qualquer tipo sob um regime peronista. Assim, uma formulagio um tanto cinica mas nao totalmente exagerada de uma regra basica na politica argentina seria a seguinte: acredito em eleigdes desde que possa ter certeza de que meus oponentes nao ganhario. Autoridade Varios autores salientaram a importincia de crengas sobre a autoridade ou atitudes para com ela"". Assim, na teoria que desenvolveu durante alguns anos, Eckstein atribui importincia central aos padrées de autoridade que prevalecem em um pais. Eckstein propés a hipstese de que uma democracia seria mais estavel se os padrGes de autoridade do governo fossem “congruentes” com os padrées de outras instituigdes e associagGes do pais”. Presumivelmente, padrées de autoridade “congruentes” facilitariam também a permanéncia de regimes hegeménicos. A idéia de que as crengas sobre a natureza das relagdes de autoridade entre governo e governados é crucial para as chances de surgimento de diferentes tipos de governo é altamente plausivel, certamente. Tratando a questo de mancira extrema: se a maioria dos habitantes de um pafs acredita que a tinica relagio apropriada do povo com seu governo é de total hierarquia de governantes para subordinados, de mando e obediéncia, as chances s de que o regime seja hegeménico so seguramente grandes. Sob esse ponto de vista, dificilmente haveria lugar para a contestacio piblica. E pode acontecer também, como afirma Eckstein, de as pessoas encontrarem dificuldade em conciliar crengas marcadamente diferentes sobre a autoridade; é estressante ser levado a acreditar na validade da autoridade hegeménica em um relacionamento, ¢ na autoridade democratica em outro. Ecks- tein, que escolheu a Noruega para um teste limitado de sua teoria, argumentou que os noruegueses tém sido singularmente bem-sucedidos no manejo de seus conflitos eclivagens porque eles acreditam, quase uniformemente, em (¢ aderem a) relagoes de autoridade democriticas, 1, Inkeles e Levinson, “National Character”, pp. 448 e ss. 12, Harry Eckstein, Division and Cohesion in Democracy: A Study of Norway, Princeton, Pat University Press, 1966, apénd. B, 1961, e passim. nceton 140 48 cen $48 De arses poviney Unicos Como as normas democréticas perme assoringées econdmicas © amisosas, grupos t eo é de se estranhar que Os noruegue ms pormal,e nfo meramente uma forma que tem mers (0s p: fam a vidy iS © mora Fa © gy Boverno nacig um “modo de vid onal, A Noruega pode representar a extremidade de polirguia parece Ser coerente com vatingses confi autoridade™. Com efeito, como a poliarquia ean Ye organizagdes como uma capacidade de inventar Caceitar solucdes é argumentével que esta combinagio de conflito e conciling se uma dose considerdvel de autoridade hierarquica for aceita d zagbes. Lijphart enfatizou a forte tendéncia dos holandeses “om — bere ¢ leais - independentemente de circunstancias Particulares”, 3 ee qual as clivagens fortemente organizadas da Holanda ja poderiam ter satay ; poliarquia naquele pais's. Mesmo os noruegueses democri ae ticos sto descritos por Eckstein como deferentes para com a “competéncia funcional especializada” que “leva a uma valorizagao particularmente alta do expert e do especialista”". Desde Bagehot, pelo menos, os ingleses tém-se caracterizado como deferentes para com seus “superiores sociais” para com a autoridade governamental””, Os norte-ame- ticanos so considerados muito menos deferentes para com o governo ¢ as elites sociais do que os ingleses"* e podem ser menos deferentes para com a especializa- cdo do que os noruegueses. compromisso, Possa ser facilitada No entanto, é altamente improvavel que a poliarquia seja igualmente coerente com todas as crengas sobre autoridade. Alguns padrdes extremos certamente sio muito mais favordveis A hegemonia. As crengas do grupo tribal governante da Etidpia, os Amhara, oferecem um exemplo. Segundo Levine: 13. Idem, p. 173. 14, Idem, p. 189. is y in the Netherlands, 'S. Atend Lijphart, The Potties of Accommodation: Pluralism and Democracy it he WOT Bakley e Los Angeles, University of California Pres, 1968, pp. 44s. Ver ampam 08 STS de Hans Daalder, “The Netherlands: Opposition in a Segmented Society » : ess, 1966, p. 197. Political Oppositions in Western Democracies, New Haven, Yale University Pr ‘ Idem, p. 166, i bém Richard Pe i Little, Brown, 1964, Idem, pp. 156, 183. Ver também Richard Rose, Politics in England, Boston, TN Pp. 38-41, Algumas evidéneins fragmenta mais hicrirqu “An Ay Techni indo de manera : c inglesas verem o mun Se canta 2 a ‘Greenstein e Sidney Tarrow, or pon: The Use of a Semi-Projective ‘Association, set. 1969. ‘a do que as criangas norte-americanas esti ee ‘PPrOach to the Study of Comparative Political Social Falak Science que”, trabalho apresentado nos encontros da American Politic 1a} POLIARQUIA O complexo de crengas,simbolose valores referents uy nente-chave da cultura politica Amhara, Por toda a cultura Am Siu autoridade, enquanto (al, 6 boa: indispensavel para o bem agree Pee 0 constante deferéncia, obediéneia e louvaca gio das criangas Amhara... Esta expe cultura Ambar... Patrirea fmt, chefeparogual, reo prope eelesissicos, dignitiios politicos, oicais militares todos sao pereebnre da patemidade; todos sio objetos de aitudes comparativas com respurn, 8 devida e aos beneficios que delas se pode esperar... Todos esses emerge ee mais completa e, em grande escala, em conexio com a mais clevads imperador. O incumbente deste papel tem sido o recebedor das foy obediéncia, Tem sido habitual, por exemplo, os sito etopesprostra erguerem os olhos em sua presenca, tema Tas, Cia a eles '© Peteebidos na form Figura de autordads, 4 Mas mais extremas de rem-se sua frente ¢ nag Pontos de vista desse género dificilmente conduzirao a contestagao piiblica, A cultura Amhara profbe a critica piblica direta e franca a qualquer autoridade. Nas relag6es autoritérias — e, novamente, toda interagao politica entre os Amhara esté contida dentro de relagées autoritérias — hd trés alternativas apenas: total deferéncia, aquiescéncia e bajulaio; a critica por meios tortuosos ¢ dissimulados; ou a rebelido total. Nessas circunstancias, nio é de se estranhar que as idéias favordveis is instituig6es poliarquicas caiam em terreno totalmente estéri Apesar da existéncia de individuos educados no Ocidente que promoveram a idéia de representaco parlamentar na Etipia durante mais de sessenta anos, a idéia é to contréria a0 molde autoritério da cultura politica Amhara que os procedimentos eleitorais simplesmente nfo sio levados a sério'”. Eficacia it jor, 60.que Outro conjunto relevante de crencas, como sugeri no capitulo anterior, €0 4" imes no tratamento de se refere as expectativas sobre a eficdcia de diferentes regi Bee problemas eriticos®. Como estamos lidando aqui principalmente com as crete ativistas e Iideres, um “problema” existe e é “critico” se é percebido enol uma proporgio significativa de ativistas ou Ifderes. (Naturalmente, esta man ‘ teenie peri 0 diferente.) definir um “problema critico” poderia ser insatisfatéria num context ey Verba, «Sid em Lucian W. Pye © Signe 19. Donald N. Levine, “Ethiopia: Identity, Authority, and Realism”, ai eae eds., Political Culture and Political Development, Princeton, Princeton UniversiY 250-251, 253. : 20. Cf. Seymour Martin Lipset, Political Man, Garden City, Doubleday, 1960, p- m2 AS cre AS OF ary TAS PoLITCog As expectativas sobre eticicin pox ixo na cultura politic Sovemamental pode, cou menos fixo na cultura politica de wns Pas: og jor eee SEE UM elemento tnatg socializados na crenga de que se jovens U governo ¢, He tet ser normatmente mente inefieaz. Assim, quando elevada de norte-american ‘ + altamente ef atinge) i i ais AUDEN 8 oitava série ee She S braneos adquire 4. Scolar, uy até recentemente) de que seu governog » dos estudantes de oitava série erros com muita freqiiéncia a propargio tz, Num studo impo acreditays a Screditavam que o governo norte ee aque ‘Americano comete § quase 60% aereditavam que o Bovero comete ef ag ase trés tava abe raramente ou quase nunca. Quase tras uartos acreditavam qe o gov a ” on is : mais do que todos” ou “sabe mais do que ; ais do que a maioria das pe ee eee impacto desse processo de socializagio, n apenas 2, emo 10 € de se estranhar pergunta na pesquisa com cinco nagées feita por Almond. genericamente, quais Que, em resposta a © Verba, “Falando que vocé mais se orgutha?”, des Os norte-americanos nio s6 mencionaram orgulho pel 10 as coisas deste governo de 85% dos norte-americanos mencionaram as instituigdes politicas ¢ seu governo, as instituigdes politicas com freqiiéncia muito maior do que qualquer outra coisa, mas também a proporgio norte-americana superou em muito a de outros Paises™. E os ativistas politicos nos Estados Unidos mostraram-se muito mais propensos do que 8 outras pessoas a manifestar seu orgulho pelas instituigdes politicas norte-americanas F Apesar de nao ter conseguido encontrar dados — estritamente com- pariveis sobre expectativas com a eficécia governamental, no hi duvides de que, em alguns paises, uma proporgio si; | = dapat Pee 1 = a i ianga na capacidade do gov e problemas do pas B ssi como as renga ant anerionss to emi vei egitimacy, New i Jack Dennis, Children in the Political System: Origins of Potiea! ne an 21. ae eoaean 1969, p. 133. Ver também seu artigo, “The cris Lath ees The Annals ofthe Americen Academy of Plitca and Soa ie elas Ee, 30% ee Preemie ney Mee Th Cee eae aires cee ne ee io controlada, os pesqui ges politicas m i re See aac manifestaram oul por pea ae 199).A ean freqiientemente do que os de “competéncia subjetiva” baixa ( ‘ atividade e 0 envolvimento poli cia subjetiva”, por sua vez, esti fortemente Roemer passin. : Cf. Tab. V2, p. 144; VIII, p. 189, ¢ VIIL2, p. 1935 ¢ C st daelite politica iranian Por exemplo, entrevistas feitasem 1964-1965 com 1) ent “No todo, voce an através de uma anilise de reputagio em dois estigios”, ised ‘ou mal?”, as respostas Politico iraniano esté funcionando muito bem, nio muito a 23. i identificada que o sistema 24, 5,6 Muito bem : ‘ Razoavelmente bem 315 26,3 Nao muito bem 143 POLIARQUIA confiar na eficdcia de seu governo, em outros paises as criancas @prendem rata. mente 0 oposto*. No entanto, MENA sejam i dquiri fo si freqiientemente a no signi : ica que las devam permanecerinalteradas. A performance deum governo podem = — ou pode ser percebida como tendo mudado. oO ceticismo dos aldeses na Italia i Franca ov na india esté enraizado em séculos de experiéneias com seus Préptiog wernos. Entretanto, como a performance do governo muda, os aldedes dg Sul en Franca ou da india também mudam; eles passam a acreditar que 0 governo nig precisa ser meramente uma forga inepta ou nociva, mas que pode ajudar no enfrentamento dos problemas”. Ou, entao, expectativas confiantes como as dos norte-americanos podem ser revertidas por fracassos. Dada a inacreditavel f¢ de jovens norte-americanos em seu governo, descrita mais atrés, nao é de se estranhar que, quando os jovens se viram diante de fracassos do governo no tratamento dos mesmo que as crencas sobre a eficécia govern idas através da socializacdo na infancia, isto go Mau 15,0 Nao sei etc. 11,4 (Marvin Zonis, “Political Elites and Political Cynicism in Iran”, Comparative Political Studies 1, out, 1968: 363). ‘Numa pesquisa da DOXA, na Itélia, em 1967, respondendo & questo: “Voce sente que as coisas na Itélia vao bem ou mal com respeito a performance da administracio do governo (ministérios, funcio- nitios piblicos etc.)?”, as respostas foram: Muito bem 2% Suficientemente bem Nem bem nem mal 2 Bastante mal 26 Muito mal 8 Niio sabem 2 Em comparacio com outros paises, a performance da administracao foi julgada “Melhor do que em outros paises” por 16%, pior por 34%, e nao sabem por 49%, Uma resposta similar foi dada a uma enum Sobre a honestidade ¢ a dedicagio dos estadistas italianos. (Polis 3, n. 4, 1968: 62, #13, #15, 25. No vilarejo da Provenga estudado por Wylie, as criancas “ouvem constantemente os adultos s¢ referirem 20 governo como fonte do mal ¢ aos homens que o dirigem como instrumentos do mal. Nao : nada de pessoal nesta crenga. Ela nio diz respeito a um governo em particular composto de um nae &rupo de homens. Diz respeito ao governo em toda parte ¢ o tempo todo”. (Laurence 26. Em ceri mere Vaucluse, tev. ed. , New York, Harper and Row, 1964, p. 208) . ‘Ten Years Late” isto pode ter ocorrido no vilarejo de Wylie. Ver seus comentirios sobre “Peyrane 1", em idem, pp. 364-365. Ver também as mudancas relatadas pela Sra. Wiser na vila de Karimpur, na india, em Willia em William e Cha iser, Behin : a ‘rir ma eer ae Crane Wiser, Behind Mud Walls, 1930-1960, Berkeley, Uni 144 AS CRENCAS DE ary VISTAS poy LitICos problemas eruciais de raga, pobreza e guerra, alginn ma” ¢ tornaram-se alienados, cinicos oy Tadicai S Perderam a cong, {Ali onde as crengas sobre a eficécia do governs Tanga “ng acontece freqiientemente com, novos Tegimes, uma per perigosa. Assim, a ineapacidade revelada pe} itélia, Alemanha ¢ Espanha, no efetivo trata sister Sio j ates or formance j pla é Sa . i‘ 26 is 9S Poliarquias recog het mento de problemas n.1 Repiiblica havia sido, depois de1929, “reforcada pe ea gravidade dos problemas com que a nacio al Jargamente a ineficiicia do governo™”, Ascrengas sobre e icdcia governamental podem ser influenciadas nio s6 a performance do proprio governo, mas também pelos éxitos ou fracassos a. . em outros governos, antigos ou contemporaneos. Fildsofos, publicistas, Propa _ distas, idedlogos ¢ muitos outros exploram as experiéncias de outros governos convencer seus concidadaos sobre a relativa eficdcia de diversos tipos de regimes. Como muitos autores posteriores, Maquiavel e Rousseau usaram a Roma republi- cana como pardmetro. Montesquieu fez da Gra-Bretanha seu modelo —¢ influen- ciou os norte-americanos. Tal como a Gra-Bretanha no século XVIII ¢ os Estados Unidos no século XIX, diversas performances influenciaram as percepedes particularmente entre os intelectuais ~ da eficécia relativa de diferentes tipos de regimes no século XX. Nos anos 30, os éxitos de ditaduras na Itdlia, Alemanha e Unido Soviética competiam com as tealizagdes de uma “terceira via”, na Suécia, ¢ 0 New Deal, nos Estados Unidos. Na América Latina, a influéncia de modelos autoritdrios tem sido freqiientemente grande: 0 PRI no México, Perénna Argentina, Castro em Cuba, e, mais recentemente, a junta militar reformista no Peru. As evidéncias indicam, entdo, que as crengas sobre eficécia governamental Sao fortemente influenciadas tanto pela socializagio politica como pela maneira como a performance de diferentes regimes é percebida. As crencas sobre eficdcia governamental podem reforcar, enfraquecer ou alterar as crengas dominantes sobre autoridade". Se um governoé percebido como 121 2, HOH Abel, The Nazi Movement, New York, Atherton Pes, 196, re ites de que? " {clotmulagio de Eckstein € diferente mas nao ineoerente com est. Ele re acilnt “etuencia entre 0 padrio de autoridade [do governo] € 0s padrbes de a yerno”. y vance de um gov 0 6 a ae i ara a“alta performance te apregado; “iedade” é uma condigio necesséria mas nio suficiente p conceito de efiedcia aqui emPres roximada- de disputas, que set rm pri ne a durabilidade, # legitimi “el ki 'Agio de Eckstein, a performance mais ampla do que © © 36 eficitncia produzida ea capacidade de eviie Valentes a meu conceito de ¢ mas també 145 POLIARQUIA axitos provavelmente aumentarao 0 prestigig do, 2, seus effea 9 inverso é verdadeiro quando ele fal, S 7 Pacltbes dg aur de que ele incorporas . 8 (Figura 8p, ia, Figura 8.1 governto Padres de ay Ages de ¢___________Creneas sobre _ Percebidas Sg eficazes OO ay SS Sobre, governo autoridade Percebidas como enfraquecidas ineficazes Como todos os governos falham parcialmente, a Socializagio Constr; y ‘i oa . 7 reservatério de expectativas confiantes que funcionam como Teserva durante 0s periodos de adversidade. Em regimes novos, esses reservatorios estig baixos, oy mesmo vazios; em regimes antigos, com um registro de conquistas Consideriye, 0s reservatrios provavelmente estario mais altos. Na Ilia, de 1919 a 1993 o¢ Alemanha de Weimar e na Espanha republicana, as novas poliarquias tinham poucas reservas para explorar, ao passo que o reservat6rio de confianga na capa. cidade do governo em solucionar os problemas ajudou as poliarquias na Gra-Bre- tanha e nos Estados Unidos a sobreviverem ao desafio do desemprego em massa dos anos 30”. impregnagio que € definida como “a habilidade de uma estrutura Politica extrair recursos de, ¢ para suas diretrizes nos diversos segmentos de seu espaco social”. (Harry Eckstein, “Authority Relations and Governmental Performance: A Theoretical Framework", Comparative Poltical Suds 2, out. 1969: 283.287), 29. Apesar do aspecto Conjectural disso, as evidéncias sio extremamente persuasivas. Nao consegui realize ti evidéncia de pesquisa relevante anterior a uma Pesquisa sobre Condicées de Vi realizada nos Estados Unidos em marco de 1940, Naquela ocasio, cerca de 15% da forca de trabalho, ou mais de oito milhdes de Pessoas, ainda estavam desempregadas. A pesquisa perguntava: Guat das seguites afirmagdes representa, mais de perto sua opiniéo sobre a forma de gover a) Nossa forma de governo, baseada na Consttuigio, 6 a mais perfeita ee tices Bae importante deveria ser feita a este tespeito. (2) A ccna? tar 38 necessidades alysis nay S© “esatualizou e deveria ser inteiramente revisada para se 10 unis: (3) Os sistemas de capitalismo privado e democracia estio desmoromn’® Poderfamos reconhy iecer Por inctivel que pareen so o4® Ou lade teremos de ter uma nova forma de governo. releitaram a terceings OSPectvamente, mesmo os pobres preferiram a primeira e, esp Se AEIOT Tim See GT al nacionat a Présperos 42% 19,2% 52% 11,4% pa 142 24 35 ntosamente OC RENSAS DE ATIVISTAS POLITICOS Confianca Jemento de crenga freqiientemente enfatizado é “até onde os membros stem politico tém confianga em seus atores politicos”, LaPalombara jeu SP maportancia da deserenca na cultura politica italiana (ou : “aspeita, desconfianca © hostilidade”. “Sou levado : “o clima geral 6 a afirmar”, escreve in base 12S evidéncias & minha disposicio, as atitudes tomadas pelos italianos so essen- gos oo pobbesianas, que a hist6ria do pais sugere que, quando o estado da natureza se torna ciel domais, é também para uma solugdo hobbesiana, com respeito ao governo, que os aa se voltam. O fato de 0 governo republicano permanecer relativamente intato... [nao ae quea Repablica possa sobreviver por muito mais tempo sobre suas bases culturalmente sii a vents probleméticas”. it Levine chamou a atengao também para os altos niveis de descrenga entre os ‘Amhara, na Etiopia: ‘As caracterfsticas particulares que dominam a imagem dos Amhara sobre a natureza pumanaem geral sio a agressividade inerente ao homem ¢ a sua inconfiabilidade... Relacionada com esta visio da poderosa hostilidade latente do homem esté a nogio de que 0 homem nio é confiével™. Acconfianca miitua favorece de trés modos, pelo menos, a poliarquia ¢ a contestagio ptiblica, ao passo que a desconfianga extrema favorece a hegemonia. Em primeiro lugar, a poliarquia exige a comunicacao miitua on de mio dupla, ea comunicago de mao dupla fica bloqueada entre pessoas"que nao confiam umas nas outras. Assim, Almond e Verba encontraram niveis muito maiores de confianga entre seus pesquisados norte-americanos e britinicos do que na Alemanha e na Italia, Provavelmente, os regimes autoritarios na Alemanha e na Italia solaparam Sey cont, eee ee Afirmagio #1 Afirmagio #2. Afirmagio #3 Afirmagio #4 eae 14 19,8 37 51 cae ia 64,1 20,5 52 10,2 58,4 18,6 76 15,4 et eae © Mildred Strunk, Public Opinion, 1935-1946, Princeton, Princeton University Press, iney Verba, i ” era, Polit , p.535. 2, gi LaPao Conclusion: Comparative Political Culture”, em Pye ¢ Verba, Political Culture p. iopigr, 52%, “Italy: Fragmentation, Isolation, and Alienation”, em ibidem, pp. 290, 297. PP. 257, 258, 147 PoLAaRouIA agudamente a confianga métua; como os comentarios de acima sugerem, a transformagdo da poliarquia em hege tada também por um nivel relativamente baixo de confi ¢ a. De qual forma, Almond ¢ Verba descobriram também que a Porcentagem que respons que nao se sentia livre para discutir assuntos politicos com outras pessoas a nitidamente maior na Alemanha (32%) ¢ na Itilia (34%) do que na Gr: Brea (12%) ¢ nos Estados Unidos (18%). Segundo, um certo nivel de confianca mitua 6 reunirem livremente para promover seus objetivos, comando, com autoridade de cima para baixo, pode necessariamente eficientes) com desconfianga mitu: influéncia recfproca sao dificeis de constituir e mai fianga. Por isto, Levine argumenta que a extrema necessdrio para as pessoas se As organizagées baseadas em m ser possiveis (ainda que nao ‘a; as organizacées baseadas em inter numa atmosfera de descon- desconfianga que prevalece entre os etfopes ajuda a explicar “a falta de organizagdes para a articulacio e a aglatina. go de interesses na Etiépia”. Esta falta, assinala ele, € 0 resultado niio s6 do cardter autoritério do regime, respaldado como pelas atitudes tradicionais Amhara para com a autoridade. Reflete também a dificuldade que os etiopes encontram de empreender qualquer tipo de acto concatenada, particularmente na esfera politica, Aqui, novamente, a concepgdo Amhara da natureza humana é um fator de significado mais do que académico. A desconfianga métua ea falta de cooperacio que informa o clima politico do pais esto dirctamente relacionadas com uma consideragio muito pequena da capacidade do homem para a solidariedade ¢ 0 consenso... A idéia de que € possivel transcender a atmosfera de ansiedade ¢ suspeita dominante confiando uns nos outros... demorou para aparecer ¢ € extremamente rara™*. Finalmente, os conflitos so mais ameacadores para as pessoas que descon- fiam umas das outras. A contestagio piiblica requer uma boa dose de confianga no adversério: eles podem ser adversarios mas nao sao inimigos implacaveis. “Um sentimento de confianga”, escreve Richard Rose, na Gra-Bretanha, “é constante na cultura politica... Em nivel de governo, a confianga é importante entre companhei- ari arti esté ros ¢ adversarios partidarios porque garante a todos que o grupo particular = . a Santee rc no comando no tiraré vantagem da falta de restrigdes constitucionais aos po" i va e desconfianga, ver # 33. The Civie Culture, Tab. 118, p. 83. Sobre as respostas a respeito de confianga e descOl rT Tab. IX.2,p. 213. Como em muitas outrastabelas, os dados sobre o México sfo ments Ti, cexplicdveis. Assim, a porcentagem de pesquisados mexicanos que nio se sent olitica foi de 21% ~ ligeiramente superior & cifta dos Estados Unidos. 34, “Ethiopia”, pp. 277-288. M8 AN CHICAS OM ATIVISTAS pon SiICOR Favor into niio seria uma viol sins dogove™ da Jel e sim da confianga, ¢ os Kideres poten Jorizam sua repulagio de eontiabilidad Cooperagao Aconfiangi, como ewsas obycrvagiien deixam elaro, certamente aicidade de um povo de engajar-se livre © fa std relacio- ilmente em nada com a ci ativas™. cooper “Tal como acontece com A confianga, as erengas sobre a possibilidade e a sbilidade de cooperag fio variam bastante, ¢, como sugere o comentario de iis razbes para se pensar que a incapacidade de cooperar reduz as Levine, hf b chances de uma poliarquia, As unidade: individiais, mas conjuntas — facgées, partidos, classes sociais, regides, coisas im,/O que nos interessa, entio, relevantes para a cooperagio ou 0 conflito nao precisam s fio as crengas que as pessoas tém sobre a cpectivas de cooperagiio ¢ conflito entre atores relevantes da vida politica, sejam pel clos individuos, organizagbes ou outros/Com isso em mente, sera itil distinguir trés manciras diferentes de se observar a cooperagio ¢ 0 conflito entre atores politicos relevantes. Em um extremo, as relagées entre atores pode ser vista como tum jogo estritamente competitivo (som zero), em que a regra central é a seguinte: fo que voot ganha, eu perco, ¢ 0 que eu perco, voce ganha. Como temos tudo a perder e nada a ganhar na cooperagiio, acreditamos que a melhor estratégia para um alor 6a competigio estrita: nunca cooperar ow fazer acordos mas tentar ganhar 5 questées. Segundo LaPalombara, é assim que os completamente em todas italianos tendem a ver a politica: 0 falo € que o italiano tipico sente que as elei¢des sto disputas entre grupos mitua ¢ fundamentalmente antagonicos — entre o “nds” ¢ “o inimigo”. Dé-se por suposto que os vence- dores tiraréo vantagem dos perdedores ¢ tratardo de exploré-los. Para muitos, a eleigho é descrita essencialmente como uma luta de vida e morte entre modos de vida opostos ¢ irreconcilidveis™”. 35. Politics in England, p. 43, Rose escreve também: “Esta profundidade de confianca 6 evidenciada pela manutengio, durante séculos, de um sistema de governo ‘estavel sem uma Constituigao a (England, The Traditionally Modetn Political Culture", em Pye ¢ Verba, Political Cultures Py 96 D Como demonstraram alguns psicdlogos sociais. Assim, uma pesquisa de atitude i 1 universitérios revelow que uma pessoa com alta classificagio em confianga no Pov? — aereditari que 0 conflito internacional pode ser reduzido ou acertado alraves da conn ariel Compreensio mitua; classificagdes baixas provavelmente Jevardo a sentir que viniea mi deassuntosintenacionais € através dn coergio, da forgae do poder. (Mons Rose and Attitudes toward International Affairs”, Journal of Conflict Resolution, 1,1 4 Maly”, pp. 290-291, avelmente pouiaRQuia artidos principais provavelmente guard am, dois P* Io que pessoas menos envolvidas em, ais: forte d vias dos partidos Comunista e Democrat ae sient de cada um deles vé 0 mundo em” como um conflito entre forgas dicotémica, Ss seu proprio partido, é claro, ¢ o Mal, ores podem ser vistas como estrita. Jo s6 nao ha qualquer conflito entre icos ¢ to entrelagados que nos a melhor estratégia € cooperar re ee um ponto de vista desses retalmente eevila flito. ee suge! éum elemento importante nas cren ranhadas na psicologia dos indianos, oS lideres, intelectuais jonais da india consideram 0s conflitos dentro de sua sociedade Enquanto a nogio de competiGlo ¢ conflito € fundamental para a americanos, as nogoes de cooperagio, harmonia e, para ‘gintese”, sio fundamentais para © pensamento os conflito na india do que nos Estados em geral, adaptam-se facilmente por razées profundamente ent «¢ burocratas dos partidos nac intrinsecamente indesejaveis- vida e 0 pensamento politicos none empregar uma palavra indiana muito usada, indiano. Isto nfo significa que aja mais cooperaciio e men Unidos, mas simplesmente que, enquanto OS norte-americanos, a situagbes de conflto, 2 elite indiana geralmente considera tais situagoes intolerdveis. Os eseritos histricos indianos costumam destacar *% unidades do passado e minimizar os confitos eas lulas pelo poder. OS intelectuais indianos geralmente enxergam a8 aldeias pré-britinicas como unidades sociais © politicas harmoniosas. E os escritos hist6ricos contem- porineos sobre a [ula pela independéncia tenclem 2 subestimar as grandes dissensbes internes (que existiam. ‘A maior parte da lideranga nacional eliminar os contflitos no interior da india rura ser envidado pata acredita que todo esforgo deveria argumentagio; |, Nenhum progresso, prossegue jvettie Antonio Tosi, L’ANiHie Cristo Democrat ‘0 do mundo” ittorio Capecchi, Agopik Manoukian, Franca Oli (08 ativistas dos partidos: com sua “vi 38, Francesco Alberoni i Paro, Bolonha, I! Mulino, 1967, pp. 381-387. Os 1 1C) e Comunista (PCI) foram classificados como se segue, de acordo De Absolutamente dicotémica A : 3 Predominantemente dicotémica if Concebe a re: said eo uma disputa ou Juta entre posigdes pee idade mais articulada para as Nada dicotémica ‘ S pee eee ae AS CRENCAS DE ATIVISTAS pow fricos jana 88 ARTA NOTH PHD jo wt ea se nine OU el rao a) Nt pats posted avangan’s i" Harmonia © cooperagtio. Simitarmente, 0 MINWY eM Lodos Os niveis a . it Sociedade, pois somente vé as rela col > vist : Um toreedo ponte do vist sOe8 Com Cooperativo-competitivas ‘lito competigho © CoOperagio Sho todos vistos como a iais que contribuem para wun aspectos normais das la : Sociedade progressista, vigorosa : ulivel: Desse porto de vista, grandes beneficios podem ser auferidos audivel . yes soli — através da aperagis mas como ninguém pode concordar com todos ou com todas as coisas, caopett S$ AS COisas, ans contlitos sito inevitiveis, O conflito nio 6 nee algus uriamente ruim; ele faz ac frequenremnenlCy de um processo maior em que os atores: ae ‘m conflito acabam todos mothor do que estavam, A estratégia importante num conflito é buscar values mutuamente benéficas. Longe de ser uma traigio ao principio, o acordo ‘ana coisa esseneialmente bo, © 0 espirito de acordo, vital. Actonca nas virludes ¢ nas possibilidades de relagdes cooperativo-competi- jivas 6 fundamental para 0 pens mento liberal inglés. Ela estava no cerne tanto d nogio revolucioniria dos resultados benéticos da competigéio, de Adam Smith, comonactissica defesa dos beneficios advindos da liberdade de expressar opinides conflitantes, de J. S. Mill. © que podemos concluir sobre as conseqiiéneias dessas crengas para a ligemonia © a poliarquia? Seria espantoso se o primeiro ponto de vista nio bloqueass seriamente a cooperagio entre os diversos atores. Experiéncias feitas por psicdlogos sociai revelaram efetivamente que este é 0 caso". E isto é preci- 5-236. iro, Trata-se de um jogo para duas : (1) A melhor alternativa de A, que é a pior para B. (2) A ra A. (3) A pior alternativa para ambos. (4) Uma alternativa Ia um deles, mas um pouco menos satisfat6ria para cada um 58, Myton Weiner, “India: Two Political Cultures", em Pye e Verba, Political Culture, pp. 40. Um conhecido jogo usado em experimentos & o Dilema do Prisiot Pessoas com quatro resultados possiv melhor alternativa de B, que é a pior salisfatiria, methor do que o pior para ‘Woque seu melhor, Um exemplo seria: B escolhe alternati osm Boscolo are x 2 @) a pA ganha US 9 A i a ig ANescothe a ir B ganha US 9 B ganha alternativa Bs a A perde US 10 Aperde & B ganha US 10 B perde ve wh a com tv ‘omunicy “Scolhendo p, 8 poderia am Be tenta ser cooperative 0 entte os jogadores. Claramente, se A confia em B ee et a eeacaha eieTi, raicloe escolher y, como em (1). Da mesma forma, se B eon €traido por A, con y ge recusam a cOOperAT, AMDOS mo em (1). Se cada um desconfia do outro ¢ eles se recusm ‘coop pOLIARQUIA jtica italiana concluem. LaPal, da politica i alombara svadores : Jos obS¢! muit eo que eee amente ® ¢conclui Be? = em} i Ee a Poe nizacional €a extrema polarizacio do sent; ipacio orga! on onsen Leia ve partidos poiticos.. A fragmentaio que ersce dase renee, em partes 2 PR naticamente retratada quando olhamos para as associzeses poe suse mos ¢ ho, por exemplo, [2s organi2agbes rabalhists)..eprogy, a, No campo 60 organizado 0s intensos sentimentos que caractrizam as 2 TE organizagées agriclas,associagbes profisionsis, clubs 2 jovens, oe de mulheres, movimentos de estudantes universtiios — pos de - ee ociagbes voluntrias~ provavelmente val-se encontréla fragmn, anita, socialist, atic € fascist pelo menos". numnivel urn que se antagoni secundirias da I seme itensitica #8 frias.fs relagoes interparticres [ atlticos, cefetivamente 0 Ie tadas nas f Se o ponto de vista estritamente competitivo impede o grau de cooperacio ¢ confianga exigido para a poliarquia, 0 ponto de vista contrario, de que todas as relagses so ou deveriam ser estritamente cooper i de dificuldades 0 funcionamento de uma poliarquia. Isso porque ele tende a solapar alegitimidade de certas instituigdes-chaves numa poliarquia, particularmente a dos partidos politicos, Os partidos politicos necessariamente se engajam em conflitos; eles podem inclusive exacerbar os conflitos. Mas se 0 conflito politico é um mal itredimivel, entao os partidos politicos concorrentes certamente sao um mal. Eesta, com certeza, a ideologia popular em muitos paises controlados por regimes hegeménicos; em paises comunistas, certos aspectos do pensamento de Marx forneceram um embasamento légico ¢ persuasivo sobre o qual Lenin e seus sucessores puderam erigir uma justificativa tedrica e pritica para reprimir todos os partidos que nio o partido tinico governante**. ¢ cooperativas, nao livra nem um pouco eo — oe iy ') Assim, ambos podem evitar perder © ganhar, como em (A), soment piipbee hiner a ¢ tentarem cooperar. Em uma experiéncia com um jogo deste = 1 mesma instregt, eee a = Da © foram informados também de que seu oponente ee ae eae tae ee is inclinados a corret 0 risco envolvido em confiat aoa menio pessoal de sou poner uit o resultado (4), mesmo na auséncia de comunicag?0 ¢ eee esinse mel deg tip Quando se disse a cada um para fazer 0 melhor possivel paras PPT" (Moron Deutsch Than ner eS $8 mestraram mais inclinadas a escoler @ Piet ee expetimente posterior inn auicion”s Journal of Confit Resolution 2, n. 4, dez. 1958: 265).* xi cito por Scodel er al., quando se disse a 22 pares de jogadores P31 Ro decorrer do jo apenas 2 dos 22 pares colaboraram, ea colaboragio io Su impediu de dar a Perlmentos,o fro de que muitos jogadores encararam oe Seu oponente qualquer chance de vencé-los tentande € Telagdes cooperstn Perativas. (Alvin Se Games” Win Scodel et al, So Ze ames”, Journal of Conflict patentee ‘Some Descriptive Aspects of Two-Person. No™ 114). gantar® ‘© “tan 22 hy”, Pp. 291-293, 3.n.2, jun. 1 % CF. Rober. Dani, “Manx as Yam and Fee Panties", Journal of Polities 10, n. 4, nov. 1948: 787° AS CRENCAS DE ATIVISTAS PoLtricos Mesmo entre oS que acreditam firmemente na democracia, a crenga na operagio estrila one males do conflito provavelmente deve solapar a legitimi- ade de partidos politicos. Dadas as crengas sobre cooperacao e conflito na cultura qian, 190 é de surpreender que alguns intelectuais indianos, particularmente Jos de inspiracio gandhiana, s (© defensores da democracia sem partidos. O renomado defensor deste ponto de vista é Jayaprakash Narayan, or do que ele chama de sociedade ‘comunitéria’, aquel a “um firme il ale vie na qual os partidos politicos seriam climinados ¢ as eleigGes populares seriam substituidas por um sistema de elcicoes indiretas desde os conselhos de aldeia até o Parlamento nacional’ Nos diltimos anos [Myron Weiner escreveu em 1965], Jayaprakash ¢ muitos de seus seguidores levaram sua critica da democracia parlamentar a muitas partes da india. A democracia patlamentr, argumentava ele, com seu sistema de partidos politicos, intensificou o conflito em todos 0s nfveis da sociedade indiana, dividiu as aldeias da India, agravou as tensbes comunais, edecasta ¢ encorajou os homens a buscar o poder pelo poder. Ele acredita fervorosamente que épossivel aumentar os poderes dos governos locais (uma posigao que defende firmemente) sem aumentar, simultaneamente, os conflitos locais, com a condigéo de os partidos politicos se atsterem voluntariamente de participar da vida na aldeia.. Mesmo os que rejeitam a solugio de Jayaprakash como ut6pica, esto preparados para actitar suas criticas do sistema parlamentarista ¢ seu pressuposto basico de que a harmonia é& 1m pré-requisito do desenvolvimento nacional... Diversas... verses desse ponto de vista... ‘ncontram apoio entre alguns Ideres nacionais. Uma delas... é que 0 atual sistema te governo partidario deveria ser substituido por um governo “nacional” a ser constituido por {od0s 0s partidos politicos da India. O argumento de que... 0 conflito politico seria transferido te fora do governo para dentro do governo é contraposto pela resposta de que num governo "cional”, todos os partidos politicos teriam de desistir de suas proprias ambigées politicas "81 servir ao objetivo comum de unidade e desenvolvimento nacionais". Evidentemente, seria errado rotular tais opinides como antidemocraticas, mas ‘mente evidente que crengas desse tipo so hostis & poliarquia. E concebivel Weas crenca i i i i i Sctencas desse tipo, quando mobilizadas, poderiam produzir um sistema mais democtition dg : } “atretanto, ela €igu que a poliarquia (a meu ver, isto seria altamente improvavel); Alesae | ae a legitimidade da poliarquia. Seas MSideray ¢ papas cextamente poderiam sustentar os dois ponte & Ve tal, ¢ pe eee como estritamente competitiva, devido ao estat cay falo de Jar ardentemente, também, que a politica fosse estritamente coop: " “uitos italianos se sentirem da mesma maneira ésugerido pela constata a4 “India, "Pp. 236-037, POLIARQUIA aa atviatas democratasctisl0s Pereebiam a Sociedade comy yp m 54 atv calmente poderiam trabalhar juntas harmoniosamens encontro de Forgas AY ante do leninismo € 0 modo como combina os doi, Uma ee burguesas, a politica em seu aspecto mais elementar ¢ i stritamente competitivo, jogado entre a burguesia co proleta. proletéria elimine as classes, a politi ‘enfogues: em SO yma zero, ¢ Jogo a revolugio ica deve ge nar, necessariamente, estritamente cooperativa, Nao € de se estranhar, pois, que nar, , a manine in Itélia os ativistas do PCI percebam, em sua esmagadora maioria, a Tealidade na : nae social como uma colisdo entre “grupos ¢ interesses antagOnicos, uma uta de sntre burguesiae proletariado, uma oposicio entre capital e trabalho”, Seria mais eendente se muitos deles, particularmente os militantes mais velhos jogo de so riado, mas to surpr © mais ortodoxos, nio acreditassem também, com Lenin, que uma revolugio proletitia bem-sucedida produziria uma sociedade governada pela cooperagio harmonica na qual os partidos concorrentes seriam, portanto, desnecessérios, Enquanto as crencas extremas, seja na competigao estrita, seja na cooperagio estrita, geram um ambiente provavelmente desfavordvel & poliarquia, o leque de crengas sobre cooperaco e conflito compativeis com a poliarquia pode ser muito amplo. O funcionamento da poliarquia e o da contestagio piiblica exigem ambos a cooperagao ¢ o conflito em instituigdes altamente visiveis, tais como cleigées, partidos e parlamentos. Daf por que é de se esperar que a poliarquia seja favorceida por crengas que enfatizem a possibilidade ¢ a desejabilidade, tanto do conflito, como da cooperagio, particularmente, talvez, onde o conflito politico possa ser visto como um elemento de uma ordem de cooperagio superior ¢ limitado por ela Nao tenho conhecimento de dados nacionais que tratem dirctamente desta questéo, mas evidéncias esparsas sobre atitudes para com o acordo podem ser relevantes, pois, no sentido geral do termo, 0 acordo 6 uma conseqiiéncia normal € desejivel de conflitos limitados pela cooperagio. Apesar da precariedade das evidéncias, parece haver diferengas significativas entre os paises no que 10° ctengas sobre acordos. Em alguns pafses com longas ¢ arraigadas tradigoes ¢ Poliarquia e contestagao puiblica, o acordo é certamente honroso tanto em pals Como em atos. Por exemplo, “o acordo é considerado tradicionalmente a teen Sueca em politica, e a palavra ‘acordo? evidentemente soa de maneira agradive 408 eleitores suecos”™®, Considere-se também a Holanda: 44. Alberoni et al, 45, Idem, p. 347, 46. Nils Stiemnquis, “Sweden: Stab ity Western Democracies, P. 139. B opor A. Rustow ¢ intitulado Sweden: Th U’Autivista di Partito, p. 356. or Deadlock’ rtuno observar que 0 conhecide Livro sobr ¢ Politics of Compromise, Princeton, Prince! 154. AS CRENCAS DE ATIVISTAS POLfTICOS a holandesa € uma politica de acomoda A poltic bolndest um c cio. E este o segredo de seu sucesso. O 4 zcomodagio € usado aqui no sentido de acerto de questées e conflites divisores em que eat ay rum consenso ménimO” + exis! 0s holandeses, ¢ particularmente seus lideres, tomam a existéncia de “dife- rengas jdeoldgicas como realidades basicas que nao podem, nem devem, ser mudadas”. Jsto impée a obrigagdo de os lideres buscarem (¢ os nao-lideres gocitarem) acordos que podem ser accitos por todos os blocos**, Parece evidente que a crenga nas virtudes ¢ nas possibilidades do acordo prevalega em muitas poliarquias. Tal crenga tem sido fundamental na politica norle-americana. O sistema suigo nao poderia funcionar sem ela. Na Gri-Bretanha, onde os partidos seguem estratégias estritamente competitivas nas cleigé formagio do gabinete, a cooperagio ¢ facilitada por um espirito de compromisso”. ena Seria interessante dispor de mais evidéncias sobre paises onde o “acordo” é condenado ou desprezado. Como um exemplo possivel, o correlato compromiso espanhol cobre uma diversidade de significados muito diferentes daqueles da palavra inglesa ¢ o significado mais proximo do uso inglés € considerado como dotado de uma conotagio um tanto depreciativa (como no termo “estar compro- metido” - 10 be compromised ~ em inglés). Na medida em que essas diferengas de lingua refletem diferengas de perspectivas, como parece ser 0 caso, partidos politicos podem ganhar respeito com seus acordos na Suécia, mas menosprezo na Espana e na América Latina. Nos lugares onde os acordos sio menosprezados, a Cooperacdo € dificil e os conflitos, mais provavelmente, permanecerao sem solu- G0. Se 0 conflito for insuportdvel, a hegemonia poderd ser vista entio como a melhor mancira de forgar a cooperacio. Explicagao de Crengas: Um Paradigma Enganoso Como adverti anteriormente, as crengas que descrevi nao passam de ilustra- bes, : : i Nem cheguei perto das possiveis conseqiiéncias de conjuntos de crengas mais 1955. Rus i tow sido um a, Maltos dese 4g, Phan, Th 49, he B16 Pr ia de ace 1 = jstido hi tanto tempo apressanye sot Pacificamente as diferengns politicas tem existide hi tanto KerPe 4 ‘Em normas culturais bisieas referentes ao acordo, a autocontengio ¢ 2 P SP © dever partidério” (Rose, Polities in England, p. 157) pare, a téenica do acordo homens podem conviver. 230-231). ‘comenta: “Na Suécia, talvez mais do que em qualquer outra ingrediente essencial da arte de propor os termos pelos quais os homens 8S poticos de desiaque...{ém sido consumados mestres nesta téenica” (PP « Politics of Accommodation, pp. 103, 124, 125. ‘que acabou se fagio do dever icionat 155 POLIARQUIA Cocrentes que possam unir os fragmentos espeetticas a ‘eoria ou ideologia mais abrangente o uni aoe inadequadas para respaldar hipdteses recém-mencionado ¢ suas conse: crengas ou ideologias com regimes s Alguém poderia argumentar qu Tesponsveis por diferencas om regi Proprias crengas sao melhor interpretada tes. Afinal, ditiam, se podemos ene 1 Planat6rios mais “basics” que a6 recida pelo paradigma sugerido mais acima Se € verdade que: A. Fatores determinantes de erencas Crengas politicas > Aséespoliticas — P + Regimes entdo parece razoavel argumentar que: B. Fatores determinantes de crencas. = —____ p Re ———> Regimes O paradigma simplificado B é, porém, totalmente enganoso. Primeiro, ele Pressupde sabermos muito mais do que sabemos. Na verdade, os dados ¢ as teorias existentes sdo absolutamente incapazes de demonstrar a validade, ou mesmo a Plausibilidade, de B. Ble representa, portanto, uma espécie de simplificagio que nao é garantida por fundamentos cientificos. Inquestionavelmente, a explicagio mais popular para as crengas 6 atribui-las ao interesse proprio. A dificuldade com esta particular forma de explicagio reducionista nao esté tanto no fato de ela estar errada mas sim em sua quase insignificancia. Pode ser perfeitamente verdade que as crengas inteiramente altruis- ticas sejam raras; na verdade, ¢ dificil imaginar como alguém aderiria a uma crenga que fosse contra os proprios “interesses” em todos os niveis, conscientes e incons- cientes. Mas é af, exatamente, que reside o problema: dizer “interesse proprio” é, a despeito da ilusio de preciso, dizer muito pouco*. O que uma pessoa identifica como o “eu” varia de um individuo para outro, de uma situagio e papel para outra, 50. “O ew compreende todas as coisas e pessoas preciosas que siio relevantes para a vida de um individu, 1a conotagio original e a proposigo de que o homem & egoista se Ihes dizem respeito por isto o termo egofsta perde su adi ci ‘as pessoas se interessam por coisas que resolve na afirmacio circular de que as pessoas se int as gu hes di (Gardner Murphy, “Social Motivation", em G. Lindzey, ed. Handbook of Socal Psychol 19), (RE Mass., Addison-Wesley, 1954, 2: 625). 156 AS CRENGAS DE ATIVISTAS PoLfricos sultura ou subcultura para outra, Na cultura de « acl “protecionis A de mt or ida ltdlia descrita por Banfield, para relaci Onismo familiar ° ay" dosul ie , Chicionamentos fora da f i A a 8 agem como ge esti ‘amitig a0! familia, ¢ 08 aldeGes agem como se estivessem seoy; ia, y ga fan Seguindo esta eu Sta regr: ° _ ize o material, vantagem de curto prazo da familia nuch jaximiZe © . uel suponha que Y jo da mesma maneira. Ponha que todos os tls # (gs aldedes agem também de acordo com certas implicagées desta rogra 1, Numa sociedade de protecionis mo familiar amoral, ning 7 uém promoverd do grupo ou da comunidade, exceto se for de Seu interesse privado nApenas 0s funciondrios se preocupardo com os assuntos pilicos, pois apenas eles 0 pagos para isso. O fato de um eidadao privado apresentar um sério nteresse por um assunto piiblico serd considerado anormal e mesmo inde- vido". Entretanto, nao hd nada de universal no “protecionismo familiar amoral”. Por exomplo, no kibutz de Israel estudado por Spiro, a identificagio de um membro com sua familia 6 enfraquecida tanto por sua identificagio com o kibutz como um (odo, quanto para o sabra que foi criado no kibutz, como grupo de dezesseis criangas em cuja companhia cresceu do jardim de infincia ao colégio, a kevutza, orga desses lagos emocionais é indicada pelo fato de que, para os sabras, 0 tabu do incesto se estende & kevutza ¢ até mesmo ao kibutz todo, e por uma grande quantidade de evidéncias de que os sabras tém um forte senso de responsabilidade para com 0 kibutz ¢ seus membros™. Se o “cu” é um tanto eld stico, 0 “interesse” préprio o é ainda mais. Em Primeiro lugar, as concepgdes de interesse dependem de crengas cognitivas, ¢ estas Sio conformadas por muitos fatores diferentes: por influéncias culturais, por Sxemplo, uma pessoa com 0 apéndice supurado pode esfregar banha de ovelha em Suabartiga ou chamar um médico. Conseqtientemente, as concepgoes de interesse 51 85-87. fea C. Banfield, The Moral Basis of a Backward Society, Glencoe, The Free Press 1958, pp. fos no ong oe ginal te Bn runs tac, hem, até onde nos é dado saber, um sabra teve relagdes sexuais com UI aunstincia alguma os sabras da mesma kevutza mantém relagoes 8° apres i 08 imtt® pelos sabras para sua exogamia & interessant: les veem ms 805 OUG7 3 taney eon. Spiro, Children of the Kibbutz, New York, Schocken B Hg apesa serene Kibbutz, Ventre in Utopia, New York, Schocken BOOKS: 19630. sg geixa did ©. muitos aspectos do kibuaz e A diserepincin entre ideal eeatigades "74 365 ea fo “hildren of "38 do apego do sabra i sua kevutzae a0 kibutz, Ver, 6 Childe ro} easou-se com uma compan it alguma um sabra (do kibutz estudado por Spiro] casou-se « sma companheita sabra vais entre si, © motivo dizem, como 347). Ver Spiro PoLARQUIA proprio ou de interesse de grupo variam bastante, Assim, néo ajuda muito explicar as crengas como expresses de interesse proprio, pois 0 que é visto. como interesse préprio depende das crengas de cada um‘. _. ‘A forma mais comum da explicagio por interesse proprio provavelmente interpreta as crengas como uma reflexao da posigio de um individuo na sociedade ena economia, Iniimeros estudos, tanto sistematicos como casuais, revelam ten. déncias desse tipo, mas eles mostram também que a correlagao entre as crengas de um individuo e suas caracteristicas socioeconémicas é, quase sempre, muito fraca, A descoberta significativa nao é que existe alguma relagio, e sim 0 quio fraca ¢ incerta ela se mostra™. a : E tentador pensar que, se 0 “interesse proprio” ¢ a posigao socioecondmica sio psicologicamente ingénuos demais para servirem de fatores explanat6rios, uma explicagio psicolégica mais sofisticada bastard. Poderdo as crengas de um ativista politico ser adequadamente explicadas como reflexo da estrutura de sua persona- lidade? Um dos principais investigadores das relagdes entre politica e personalida- de adverte contra redugdes deste tipo, argumentando que: Estruturas de personalidade # crenga politica # aco politica individual » estruturas processos politicos agregados onde significa “nio prediz necessariamente”. Ele prossegue dizendo: Nao pretendo inferir uma auséncia de conexao politica entre esses vérios clos... 0 que mais precisa ser enfatizado 6 que as conexSes so empiricas... ¢ que as relagées nio sio necessariamente fortes, nem positivas, especialmente aquelas que cruzam mais de um dos elos. ‘A fraqueza do primeiro desses elos est em que Como freqiientemente se assinala, pessoas com caracterfsticas de personalidade subja- cente similares so capazes de possuir crengas politicas diferentes, e aquelas com crengas similares podem ter caracteristicas de personalidade subjacente diferentes. Os elementos psiqui- cos de personalidade subjacente ¢ crenca sio capazes de variagio independente®. 53. Cr. comentirio de Clifford Geertz sobre a “teoria do interesse” como determinante para a ideologi ‘Os principais defeitos da teoria do interesse so que sua psicologia é anémica demais e sua sociologi® 7 ‘musculosa demais” (“Ideology as a Cultural System”, em Apter, ed., Ideology and Discontent, p-53)- Por exemplo, ver Donald D. Seating, “The Comparative Study of Elite Socialization”, Comparative Political Studies 1, jan. 1969: 471-500, particularmente pp. 488-489. $5: Fred I, Greenstein, Personality and Politics, Chicago, Markham, 1969, pp. 124-126. 158 Seum espitito reducionista tevin gy algum tempo, os efeitos das. creng, diferentes tipos de regimes, mais recent cultura politica deu, indirctamente, um politicas. ; A cultura politica tem sido defini simbolos expres mente um in Pes 4 Enfase renova Nleresse py da impor importing; Scenes como “o ivos © valores que defi fornece a ori Sema de erengas empiri ne a situa nagio subjetiva a pot na cultura politica d 4 aGho politica + Hoje j e Varios paises sistemas politicos, Arela entre cultura politica eerengas, no sentido em que em aqui, é confusa. Certamente, muitas das crengas mantid: podem ser encaradas como um i fo om que acontece. F amplamente que as diferen Se reconhe as diferengas na natureza de seus s ajudam a entender PFO o termo as por ativistas politicos 4 Parte, ou um produto, da cultura politica de um pais. Mas o enfoque deste capitulo nas crengas de ativis distinguido, em dois aspectos, do recente interesse pel os estudos sobre cultura politi Politicos pode ser cultura politica, Primeiro, jendem a se concentrar exclusivamente em visies das pela socializagio, num sistema de ereng das culturas politica ciar fontes de mudanga nas crengas, Como as crenga estiveis ¢ persistentes, produ: as vigente; com i s pode facilmente negligen- 6 nio-ortodoxas, esotéricas e estranhas de um perfodo podem se tornar parte da cultura politica num perfodo posterior, os processos que agem na introdugio de mudangas nas importantes quanto aqueles para a sua es 0, a investiga crengas sio tio processos que, a exemplo da socializagio, contribuem abilidade, Segundo, apesar de estudiosos da cultura politica chama- Tem a atengio para as diferengas entre culturas politicas de elite e de massa, eles ifundidos ¢ difusos da cultura Se concentraram principalmente nos aspectos mais difundidos ¢ difusos da cultur: Politica amplamente partilhada de um p i i iticos. Conseqi . sabemos, alencio as crengas de elites ¢ ativistas politicos. Conseqiientemente, a istas em diversos paises. fas produzidas pelo to, tirando vantagem da vel desenvolver ; oe 1 politica, pode ser possivel des: interesse rece; jo na cultura politica, po ‘lida Se recentemente revivid Pp s causas, tanto da estabilidade ais; até agora, cles deram muito menos Pouco sobre as diferengas nas crengas cognitivas de ativis ‘ No enta percepgdes ¢ evidénc' tma melhor compreensio de algumas das possiveis como da mudanga nas crengas de ativistas politicos. 56, Sidney Verb, em Pye © Verba, Political Culture, p. 159 poLIARQUIA jisigao de Crenees Politicas AAg! ymento religioso & moral € fundado ~ corretarn, cr es, a saber: te, inal todo tre" : ents 10° gupostos simPl us erengas durante um perfodo em que € particu + 6 altamente receptiva durante, € apenas reed i eT rante, a al desse perfodo, a visio da pessoa tomas fg velmente ficario mais estaveis, Ou vire su vida, No fi as da pessoa Prova as eren¢? jstas socials jnteressados em cultura politica colocam . “ancia da socializagio precoce, eles trilham 9 ania, st6teles sobre ética, e das igrejas, sobre religiao™, inho ae 7 supor, certamente, que as crengas politicas so inteiramente Seria svntalizad, sem possibilidade de mudangas, depois de terminado 9 formadas es | da socializagio dos jovens. Mudaneas podem ocorrer posteriormen- ae gradual, soja, caso menos freqiiente, de forma abrupta. Ordina- le quando as crengas mudam na vida posterior, a mudanga ca transformagio do jovem radical no conservador de de na impo te, soja d riamente, a0 que parece, é gradual, como na classi : meia-idade. Uma mudanga gradual desse género nao precisa envolver 0 tipo de crise associado a “perda de crenga”. Pode-se dizer que novas crengas preenchem o espago deixado pela erosdo da antiga. Com a rapida modificagao das crengas numa pessoa madura, porém, é mais provavel haver um interltidio entre a velhae anova quando a pessoa sofre com a sensagio de ter perdido suas crengas. A perda das crencas vem acompanhada, ao que parece, de um estado doloroso desagradavel demais para durar. Daf que a perda das crengas coincide, provavelmente, com um perfodo de alta receptividade — até mesmo de uma busca ativa de novas crengas para substituir as antigas. A urgéncia da busca garante que 0 periodo de receptivi- dade seja curto. Ordinariamente, ele é rapidamente sucedido pela aquisicie de novas crencas que, por ser a ameaga de perda insuportvel, podem ser conservadis de maneira ainda mais rigida do que as antigas. | a e ae poder sofrer também uma sibita perda anuiggs yadial is le, na juventude, parece ser, tipicamente, um proce en ‘ermitente, de teste da realidade, reaprendizado © cris} de crenga, ° cosso de 57. “Asvirtudes nio che, Pela natureza de Entio, 0 fa gama nds, ent ‘ezam ans, enifo, nm por natureza, nema despeito danatul Node ceanugctPaciade de reeebé-ls, © somos aperfeigondos acostumados dessa ou daquela maneira desde a in Pequena e sim ci TBH pp 262 Yetta mesmo, faz toda a diferenga” (The Ehies Oe tote, Lomi pou{Ticos as enENGAS DE ATIVISTAS a so jovem & iniciado nas erengas rele eae Minepas inate grupo do wmigos. “AS eriangns NOVAS: MET par tao Ce st arainha como real governante da 2 Soave opti i istro en! sce com 0 pass ntre a rai se média édio adquiriu entdo a crenca trabalhadora.” © inglés adulto médio adquiriu 2 mae ina ii 5 a CFC \ormativa de s «1 reina mas nio governa; a erenga n : a reina mas nao Bi See j etlange oon aie n ; i muito mais F co primeiro-mi apidamente entre in In classe gas ian ! ognitiva ca que a ai colocou umn jov' ma legalmente o pais & ¢ emocional para com am primeiro-ministro 6 uma n : do”; e, muito possivelmen em de doze anos, “ sob seu coman ais ¢ tem homens sob seu c ; : onarquia e uma neutralidade para go te, um ardor afetivo com o primeiro-ministro. ser ti nto, distinguir doi Pode ser titil, portanto, I ; foteaeee tividade relativamente alta para a obtengio de crengas: 0 perlo ae ivi 2 agio precoce ¢ situagio mais anormal que ocorre quando, tendo j i fi i . Quais adquirido uma erenga, a pessoa a perde ¢ fica com um sentimento de perda. Qt ; que influenciam 0 contetido das crengas individuais que uma pessoa adquite durante seus perfodos de receptividade? Exposigao Um fator determinante evidente é a intensidade em que a pessoa fica exposta uma determinada visio politica, o que depende, por sua vez, de diversos fatores. A chance de estar exposto a uma idéia particular depende, certamente, do fato de «sta idgia estar presente em seu proprio ambiente. Duas condigdes necessirias sao, evidentemente, que a idéia tenha sido formulada e difundida para o ambiente do individuo. Isto parece bastante evidente. A invencio e a difusio dotam a pessoa de modelos disponiveis, Esquemas {erepresentacdo, por exemplo, existiam bem antes do século XVIII, mas o modelo oe ee para o Estado nio. Este modelo ainda precisava ser eee my = ee austen Depois de tersido formulado, duranteo séeulo ti ence ceca Politicos ~ Jefferson e Madison, na Amé- um problema me aa Le poe uma brithant nsoliivel: como combinar d plo, fe nova descoberta que resolveu lemocracia com o grande Estado, Tomand 0 Outro @; a éia ai ®xemplo, a idéia de uma convengao constitucional foi uma total St Ctl Grensicin, V. M. Herta ts ye ye sosntm, Robert Stradlin ¢ Elia Zurick, “Queen and Prime Ministe 14,23 out. 1969, pp. 26-27. and Prime Minister: The 161 ., oma nssinalow Palmer, até 4 Kevolugio Americana promover mange rover as diversas constity duals 6, certamente, a Convengio Constitucional de 1787, na Fi novidade conve: ides esta. iladéltia, LONVENGOES PN CSCIEVER O11 ICE © que mais impressionon os franeeses fol 0 prbprio ato da feitura co consttuigho ou reconstitaigio de govern através do principio do povo come pod ibilidade dese ter uma +, com Mstitucional, a ler constituinte : ‘ssembléia ou convencig este sentido... veio para a iduais americanas. © fato de siditos de governs repudiatem « desmnantelarem seus pevvernos, reverterem a umm estado de “natureza’ e entns por planejamento delitverado, constituirean governos novos, inventarem € delimitarem novos cargos © autoridades, dotando a de garantian de poder por escrito foi pelo menos io sentido jurdies ‘veméncia mesma da revolugin, 0 exercicio prético do contrato social ea afitmacio da soberani, do povo™, O que cles aprenderam com a Asnérica fo MMe propria palavia “conv " antuinte, Agatti g ; iia ane staves da (raducio das constituigées A intensidade em que uma pessoa fica exposta a uma determinada erenga durante a juventude, o perfodo normal de alta receptividade, depende da quantidade de influéncia que on portadores da erenga tém sobre 0 processo de socializagio, particularmente na familia, na igreja, na escola ¢ na universidade. Uma instancia notdvel foi a extraordindsia influéncia de escolas primérias, gin nas pers intelcctuais, estudiosos, jornalistas, professore: sios € universida- dex ingleses, ou estabelecidos por inglese pectivas politicas de muitos elfderes politicos indianos que ajudaram a aumcntar 4 aceitagao para idéias ¢ instituigdes liberais democriticas antes ¢ depois da independéncia". O efeito das universidades ingle- sas foi amplificado por sua influéncia indircta nas universidades indianas. As perpectivas dos indianos ocidentalizados, ow anglicizados, ficaram em profundo desacordo, freqiientemente, com o cardter ¢ efetivo desenvolvimento da India. Se, com isto, 0 impacto final da educagio ingles nunca pode ser precisamente determinado, certamente nio 6 exagero dizer que, se o# intelectuais © outros Hderes indianos tivessem ficado expostos a idéias antide- moeriticas ou antiliberais na mesma proporgio, durante sua educagao superior, as chances de uma poliarquia na {ndia teriam sido significativamente reduzidas. a no desenvolvimento politico da india 59, KM. Palmer, The Age of the Democratic Revolution: A Political History of Europe and Americas 1700-1400, The Challenge, Princeton, Princeton University Press, 1959, p. 267. 60, “Pio vital quanto a que é ensinado no efeito so quem ensina. 6 ‘ierqulia Bonitla-sSilvert com profe Indleon 908 ee inclufam pessoas com mais mobilidade para bi no doque para cima, equeasalinuesdesses Pr com mobilidade para baixo estavam sitwadas em classifie ito alta em a afta (Alfred Stepan, “Political Development Theory: The Latin American Experience”, / - Monat Affairs 20, 0. 2, 190: 242). G1, Weiner, “India”, pp. 239-240, na, No Chill, @ us nimeros ores de 102 ASCH ENGAS DE ATIVISTAS POLITICOS Prestigio Como esse exemplo sugere, as crengas particulares que um individuo adquire durante seus perfodos de receptividade, quer na juventude, quer posteriormente, dependem nao s6 da quantidade de exposi¢fio mas também do relativo prestigio das idéias e crengas a que estd exposto, O prestigio de uma determinada crenga es e antagonistas seus defensor ituigdes que simbolizam politica depende, entre outras coisas, do prestigio de ¢ dos éxitos ou fracassos das pessoas, organizagées ¢ ins| acrenca. Tal como aconteceu com Benjamin Franklin em Paris, o portador de uma crenca (neste caso, uma crenga nas virtudes ¢ nas potencialidades do governo representativo ¢ da igualdade politica) pode, ele préprio, conquistar estima como representante de uma nova idéia ¢, ao mesmo tempo, aumentar a estima que cerca a propria idéia devido a seu préprio prestigio especial — no caso de Franklin, como sibio, génio natural, inteligente e amigo do grandioso, do famoso ¢ do elegante. O prestigio de Gandhi, em décadas recentes, tem muitas origens diferenciadas de sua defesa da resisténcia nao-violenta, mas o prestigio daquela idéia certamente foi reforcado por sua associago com o santo Gandhi. O mesmo ocorreu com seu martirizado seguidor, Martin Luther King. Seja emprestando prestigio a uma crenca, seja depreciando-a, os intelectuais e estudiosos novamente ocupam uma posigdo estratégica; aos que nao investigam independentemente a validade da crenga, 0 intelectual, 0 estudioso, 0 cientista ou algum outro especialista gabaritado freqiientemente fornece a necessiria valida- scritores ¢ estudiosos dentro do sistema cio. E certamente ¢ 0 relativo prestigio de es educacional de um pais que Ihes dé um grau de influéncia relativamente alto sobre a socializagio politica. Nos Estados Unidos, por exemplo, os criticos do Liberal Establishment, tanto da direita como da esquerda, garantem que o contetido do curriculo do jardim de infancia até a universidade 6 bem mais “liberal” do que o Pais como um todo. A acusagio é muito provavelmente verdadeira, pois os ” do que a intelectuais e estudiosos norte-americanos nao sé sao mais “liberai Populagio em geral, como tém mais influéncia sobre 0 contetido e as praticas das instituigdes educacionais, ainda que muito menos do que muitos deles gostariam. Otelativo prestigio de uma idéia depende também do que se considera sejam Suas realizagdes. Estas esto incorporadas em pessoas, instituigdes ou organiza- SOes. Apesar da auséncia de dados sisteméticos sobre o prestigio relativo de Sistemas de crengas, algumas impressdes bem fundadas podem bastar para defen- der este ponto de vista. Palmer escreve sobre 0 impacto da Revolugio Americana Nos curopeu: 163 rouanoua oe viram na Revoluctio Americana ung erica ae gg iberais do Huminismo podtan, 1 queas idéias dos direitos humans vsivel e soberania popular, de fo de poderes ¢ constiluigh ropa, como havia na Ant a humanidade, Ela provow que as & postamente mostou fa respon Ha muitos, na E ligdo ¢ um estimulo para em prética, Ela mostrou, ous social, de liberdade ¢ iguel ie de penssamento e de pal dade, de cidadani avra, separa ir no reino da especula o efetivo tecido da vida publica entre gente re; s io, entre os c liberdade religiosa, liberdad escritas deliberadamente elaboradas, s poderiam se tornar escritores de livros neste mundo, agora. Assim foi criado 0 mito, ou mir movimentos do m1! 7 nerimentando nos tiltimos duzentos anos”. americano, “0 primeiro desses grandes agem, ou sonho “que 0 homem moderno vem rum autor recente, Licismo secular”, para cl cou Tocqueville, o simples fato de a democracia Unidos, fragilizou os argumentos dos antide- Posteriormente, como test parecer funcionar bem nos Estados mocratas. Durante todo o século XIX, o reli parece ter sido alto em toda a Europa ¢ as Américas. Como as instituigdes polidrquicas estavam historicamente associadas ao capitalismo, 0 surgimento da Grande Depressio reduziu indubitavelmente o pres- tigio ndo s6 do capitalismo mas também da poliarquia. Apesar de o aparente éxito de eovernos reformistas em alguns paises com regimes polidirquicos ~ 0 New Deal, 1s, na Suécia ¢ outros pais ativo prestigio das crengas democriticas nos Estados Unidos, as reformas de governos trabalhi — restauraram provavelmente uma parte do prestigio da poliarquia; os aparentes triunfos de regimes hegemsnicos de partido tinico na Uniiio Soviética, na Itélia e na Alemanha nos anos 30 certamente reforgaram 0 prestigio desses regimes ¢ ideologias que eles pretendiam refletir’, Entretanto, por incrivel que parega, olhando-se retrospectivamente, a Uniiio Soviética sob o governo de Stalin era vista is ¢ escritores de inclinagées liberais, de esquerda ou socialistas do Ocidente, como a corporificagao do que Sidney e Beatrice Webb cpa por chamar, desastrosamente, de Nova Civilizagio™. Se a derrota das poténcias do Eixo na Segunda Guerra Mundial representou um duro golpe par 0 Prestigio do fascismo e do nazismo, a Unio Soviética emergia com uma luz herdica € respeitavel através de seus sacrificios ¢ vitérias militares, enquanto na Italia ¢ na Franga, a participacio dedi i Franga, a patcipagio dedicada e eficaz de comunistas na Resisténcia ajudou © artido Comuni vel, Na Améric: por alguns renomados intelectua a, particularmente na Itilia, a conseguir um prestigio consider’ ‘a Latina ence : e a Latina, o fracasso dos sistemas politicos competitivos tanto past 62, Age of the Democratic Revolutic i cratic Revolution, pp. 239-240. Sobre a Argentina, v ; ina, ver Mariano Grondona, entin See ata ssiano Grondons, La Argentina em e 64. Sidney « Beatrice Webs. ‘I Tiempo y en ef Mundo, Buenos Aite ee oa eee i ae yoforma quanto para a revolucio de Castro em Cyt junta feta féxic faoe Ham cas UM MPACLO SODLE pray, na ofereeer um exemple final, 0 envolvimenrs dos vyjaind parece fer rebaixado drasticamente ; Nressariamente das crencas demo mente, de OUtFWS Partes do mundos, a geinstrago 20 argumento geral: um jovem que eee “mpl final pode servir fal dos anos 60 com toda probabilidade nao icy, Estados Unidos no deum jovem em, digam ie 1950001900, mes Tia exposto a crencas diferentes panievarmente tal como ela esté incomporada n esaia mais baixo. Resulta daf que a proporcio de jovens que acredigg fiferente da poliarquia, pelo menos tal como ela mramem algo cra provavelmente maior do que em certos peri Coeréncia com crengas anteriores Um terceiro fator determinante das chances de um individuo de adquirir uma seteminada erenga politica é 0 quanto ele a sente coerente com suas erencas amis, Evidentemente, mesmo se uma nova idéia ¢ incoerente com uma erenca jéaccita, se alguém considerar a nova crenca atraente, ele pode rejeitar a velha ov concluir que a nova e a velha nao sio efetivamente incoerentes. Entretanto, se ele considerar que o novo ponto de vista entra em conflito com as crencas existentes, aschances de que esta pessoa venha a adoti-lo serdo evidentemente reduzidas. £ isto que acontece, na verdade, quando um perfodo de alta receptividade chega ao fimeapessoa emerge dele com um conjunto de crengas mais ou menos cristalizado. Dali em diante, a pessoa testa consciente ou inconscientemente as novas crengas Som respeito & sua coeréncia com as antigas ¢ rejeita, de ordindrio, as novas quando “sile que sio incoerentes. Quando novas idéias entram em choque com crengas inligas © solidamente aceitas, 6 necessdria uma carga enorme de Percepgoes ‘nlraditérias para provocar uma perda de crenga; ¢ as vezes parece que onivel ‘ittedicdo por tris da barragem de velhas crengas cresce secretamente até var rw é {cil perceber também < “Pria barragem e nio restar nada além da descrenga. Etec p er ie : garam recentemente big a cultura politica especifica em que UI ldo jy 4 Sti mPortantes na explicagao da vida politica, como real Jean-Marie «6 Ke sd, 1968, p- 1 mca Kison, Young Radicals, New York, Harcourt, Brace a wee an es © Reber pt Lidéologie du Mouvement”, Esprit, 36° Année, 280 erential, 1964 pp. 44 © Lane e David O, Sears, Public Opinion, Englewood Cill, 165 Pouianourn . Isso porque a cultura consiste daquelas mesm, alguns cientistas s que so trans s ¢ habitos mentai nitidos aos jovens e for postos conscientes ¢ inconscientes contra os quais sideradas geralmente insuficient dade de cocréncia 8 crengas, necem, por. 48 novas cren perspectiv tanto, os pres Icas, bjetiva nas crencas que certa vida propria as idéias, um desenvolvimento auténomo nio o controle ou a manipulagio de interes iais. Apesar de haver inquestionavel- mente mais determinismo em crengas sociais e politicas do que em sistemas de crengas altamente abstratos como os da matemitica e da fi : ajuda a dar uma inteiramente Sob engas 7 ica, uma vez que um principio social ou politico entranha-se firmemente na cultura politica, ele pode servir, quase literalmente, como um axioma a partir do qual novas conelusces néo antecipadas ¢ aparentemente inevitaveis podem ser tiradas. As “func&es original- mente preenchidas por um principio, os “interesses” inicialmente servidos por ele, ja nao podem mais controlar ou dominar as conclusées a se tirar dele, / As crengas sobre igualdade ou desigualdade politica freqiientemente se basciam nesta qualidade axiomética. Sempre que principios de igualdade politica foram usados por representantes das classes médias para justificar sua entrada no sistema politico, niio demorou muito para representantes de grupos excluidos tirarem as conseqiiéncias légicas, mostrarem a inconsisténcia da exclusio e insis- tirem em que os governos de classe média tinham de honrar seus prdprios ¢ sagrados principios ou perderiam sua legitimidade. Na verdade, certos agrupamen- tos de crengas politicas apresentam-se com tanta regularidade em circunstancias diferentes que cles parecem quase refletir a necessidade com que certas conclusdes seguem certas premissas. Acreditar em igualdade politica numa grande associagio de pessoas parece trazer consigo, como que por implicacio, alguns principios; abordando mais cautelosamente 0 mesmo ponte, a tentativa de idealizar principios consistentes com a igualdade politica estreita as chances para um subconjunto muito menor’. icil acreditar, por exemplo, que idéias democraticas cram simplesmente inventadas num determi- passa de um resultado de difusio. Considere-s¢ elaborou um relat6rio que foi 67. E nado tempo € lugar e que a subseqiiente repetigio ni 0 seguinte caso: Em 1781, “um comité de reforma em Westminster... ee muito além de qualquer uma das novas constituig6es estnduais americanas em sua teoria de TePh” sentagio democritica. O relatério, rascunhado por John Jeb, exigin o suftigio universal, ous? Ut ‘a eleigio anual do Parlamento, a representagao de eleitore alarios a representantes cleitos a eleigio dos Comuns. All terra cerca de votacio em urnas em vez da votagio oral, proporcionais a mimeros em distritos eleitorais igual €.a remogio de todas as qualificagées por motivo de propriedade para estavam todos os seis pontos da Carta do Povo que se tornariam famosos na Inglat almer, Age of the Democratic Revolution, pp. 208-209). , © pagamento de cingiienta anos mais tarde”. ( 166 AS CRENCAS DE ATiVIsTaS PoLITICOs Coeréncia com experié incia cofedibilidade dos aspectos cognitivos da crenga, 20 realidade da pessoa se chocam com as mantis die, eno, para reduzir a tensio, a pessoa pr oP pes, a existéncia de uma discrepancia, 01 a LCL ———_. me ‘Aqui, novamente, fica evidente o quit Pois se as préprias percepcoes is na nova crenga ao qual ela se ecisa rejeitar ou as suas préprias ua validade da nova idéia. Apesar ‘orter, a dltima 6, sem duivida, mais importante é a cultura em que o individuo € criado, pois ele é condicionado a interpretar os acontecimentos de sua vide de uma determinada maneira, O que a pessoa vivencia ¢ configurado parcial- mente por sua propria cultura; assim, pessoas de culturas diferentes podem viven- ciaro “mesmo” acontecimento de maneiras muito diferentes. Por isso, também, pessoas com perspectivas politicas diferentes — sejam elas sistemas de crengas fragmentados, precariamente organizados ou ideologias coerentes — podem perce- ber o mesmo acontecendo de modos muito diferentes, e assim cada pessoa pode acumular experiéncias que confirmam suas crencas existentes*. Entretanto, exceto para psicdticos e, em menor escala, criangas novas, a percepgio seletiva é limitada pela realidade®. Dos pontos de vista a que fica exposto, 0 jovem seleciona aqueles que parecem melhor combinar com suas Proprias experiéncias. Apesar da percepgio seletiva, este processo persiste durante toda a vida, e discrepancias drésticas entre experiéncias pessoais e crencas podem 'evara uma mudanga nas erengas. As experiéncias pessoais levaram ao colapso de ‘xércitos: 0 russo, em 1917, o francés, em 1940, o alemfo, em 1945. Os soldados 8. 0 fendmeno & cert inconscientemente Gesagradiveis vari Simples de nega Preenchem os va mente familiar a psicanalists, psiquatras © psicslogos. “Durante todo o dia Percebemos seletivamente o mundo que nos cerca. © homem pode evitar percepcses ando sua atengio e pela percepgio ou pelo pensamento voluntitios..A forma mais "40 € apagar a percepgio desviando a atencio dela... As pessoas freqientement 2108" com percepcdes que preenchem os desejos” (Irving L. Janis, George F. Mahl, ant Kagan © Robert R. Holt, Personality Dyanamics, Development and Assessment, New York, © so ppent Brace and World, 1969, p. 354, Grifos no original). Prego 2 egagio ga St8ho defensivo {negagio] pode ser alto: a incapa ede vie to man et ie Posting ¢ ees imente se interrompe antes da alucinagao extrema da psicose: nodal, opesamene aldade, QoetS 4 lendéncia para ele sio geralmente limitados por serem ntoniades cam mesmo no acontece com a crianga, porém, cujo comportamento conforma "aZer do que ao principio da realidade” (Idem, p. 354). Picipio do py 167 POLIARQUIA a] renderam-se individualmente, depois em 7 equen cident ne : andes multiddes errantes durante todo o més de ai Ae abr a le 1 desesperid . perigneia nos campos de bataha, de que A ft alemies frente crupos, fit 3045 refer 2 P eee ae vam convencidss Pe ‘ ja initil. Entretanto, al; ando en jalmentes am & prop’ , pela eX ean a de Berlim que as instava a | e + Poi 3 cuns meses antes apel nee estav cia seri guns meses antes apenas, muitos aa : istencia S vi aesmos s0rdados es wan dos, uma quantigade signe chamou de “confronto com 2 iniqiiid Iberal e adoton posigoes mals radicais: rnigadamente. Nos anos 60, $ 60, Nos Esta Estados - vam Tut dejovens, depois de vivenciar oque Ke, en ade”, perdeu a confianga na politica reform nista, s desempregados do centro da cidade, em exeu » EM excursies javelas, ou num detalhado estudo ¢ da sssem eles trabalhando com 1, com famil ses jovens radicais eram forgados a um co fore ifronto pessoal Estive registro de eleitores no Sul nericana no Vietn’, es: cas da vida da politica american negras nas para ’ politica a imediato com as inj 10 idio 8, OULTAS Si Algumas experiéneias sio amplamente partilhad on cas, As diferengas de experiéncia histérica so wma das fontes do famoso conflito de geragées pois aquela pessoa cuja visio é estruturnda por uma determinada experiéncia histérica acha cada vez mais dificil, com o passar do tempo, transmit as geragies seguintes 0 significado ¢ a “realidade” daquela experiéneia, para Mesmo que “os velhos soldados nunca morram”, eles geralmente perdem suas audiéncias. Tem-se observado freqiientemente que, no final dos anos 60, 0 “signi- ficado” € 0 risco de um governo totalitério comegou a parecer muito diferente a pessoas com menos de trinta anos, na Europa Ocidental ¢ na América do Norte, ¢ 4 ae 7 pessoas mais velhas, particularmente curopéias, que tinham vivido 0 auge do triunfo totalitari : talitério dos anos 30 ¢ para quem os riscos de um pais retormar a0 as mais velhas, 0a de is fi 7 sey barbaro sempre seria grande. Para muitas dessas pe! a poliarquia pareci ee ae iS parecia tanto mais frigil quanto mais preciosa do que para as pes 1s que nunea havia : que nunca haviam experimentado o despotismo extremo mas apenas @ poliarquia, com t , com todas as suas deficiéncia ideais demo- ae is suas deficiéncias quando comparada aos ideais demo- Experiéncii i ia is ow idiossi s acidentais ou idiossincraticas também podem desempenhar um" papel decisivo, Q ). Quar in ti ie der, foi enforcado nndo Lenin tinha dezessete anos, seu irmio mais velho, Ales sae Por tomar parte numa conspiragio montada pot estuda assassinar 0 cza : n oe eg ere ae urea . Segundo sua irma, Lenin foi ‘ond a0". Pela execugé gio de Al of lexander e comegou a pensar seriamente m4 revolts 70. Keniston, Young 7A, Edmund Wace! Radicals. 127, To the Fintan land Station, New York, Harcourt, Brace, 1940, p. 36!- 168 [AS CRENGAS DE ATIVISTAS POLITICOS nto de Gandhi e de sua doutrina de Satyagraha jteralmente, “forga verdadeira”, traduzida também como resisténcia nao-violenta (iter gncia militante), Erikson 4 uma énfase especial as experiéncias de Gandhi na Africa do Sul e numa greve em Ahmedabad, em 1918”. O modo como presidente norte-americano exeree Sta atividade - seu “estilo” ~ é, segundo am fer, “um reflexo dos modos de agir com que foi bem-sucedido nas €pocas, geralente do final da adolescéncia e comego da idade adulta, em que ele surgi Bio personalidade diferenciada de sua heranca familiar, num papel envolvendo sina patiipagio relativamente intensa em um conjunto socialmente organizado”. ‘0 “sucesso” inicial que desencadeia o desenvolvimento de um estilo posterior ( seareira que leva a presidéncia) é, freqiientemente, bastante acidental”®, Em suas satrevistas com jovens que participaram do “Vietnam Summer”, em 1967, Kenis- ton eonsiderou necessario enfatizar nfo s6 a “significagio psicolégica do desen- tolvimento de radicais” mas também “a importincia daquilo que, de um ponto de vista psicol6gico, parecem ser ‘acidentes’”. ‘Tentando investigar 0 desenvolvime! 0 desenvolvimento desses jovens radicais muitas vezes foi profundamente afetado por cosas que “aconteceram” a eles sem plano, motivo ou designio proprio: uma doenca séria na familia, problemas psicol6gicos de irmaos ou irmas; a chance de mudar para outra escola em outra cidade, Ninguém pode avaliar exatamente o impacto de tais eventos num individuo em formagio: muito depende de seu estigio de desenvolvimento ¢ de sua sensibilidade na época- Em muitos casos, por exemplo, muilos transtornos familiares no comeco da adolescéncia privaram os jovens radicais da atengio dos pais, foreando-os a se tornar independentes muito Jntes da maioria dos adolescentes. Em outro caso, o “acidente” de ir para uma escola particular reforgou tendéncias psicol6gicas que nio teriam sido normalmente fortalecidas™, Outro paradigma Venho enfatizando alguns fatores - exposigio, prestigio, coeréncia com crengas ¢ experiéncias anteriores ~ que ajudam a determinar se um dado individuo vai adquirir uma determinada crenca durante um determinado periodo (ou perfo- dos) de receptividade. Mas esses mesmos fatores podem ser concebidos também como influenciando varias pessoas durante o mesmo periodo de tempo; assim eles ajudam a produzir aquelas mudancas amplas ¢ decisivas de percepgio que os 7 Bil aie eH rks, Gand’ Truth, New York, W. W. Norton, 1969. 2upes David Baber, "Classifying and Predicting Presidential Style: Two Weak Presidents", Joural 1a, Seca ssues 24, jul 1968: 52 ¢ passim. : ' Young Radicals, p. 109 POLIARQUIA es deserevem ao eserever sobre a Renascengt, © Tuminismo oy ‘ s idéias democrat Nao se pode menosprezatr a dificuldade de se mover neste terreno, Se é fatoriamente a aquisiga em crengas. As teorias sobre crenga pe nistoriado! desenvolvimento diticiy la mais ditfeiy individu, ode crengas individuais, 6 aind considerar satis nie considerar as mudangas histori explicam, quando muito, por que algun cot ni aigum tempo; cas nfo dio conta de algo como fodos os individuos ou todas 36 grencas. Entretanto, as explanagées hist6rieas deixam inexplicada uma parte aindy maior dos fendmenos. Se os dados sio inadequados para testar teorias sobre come 9s individuos adquirem suas crengas, os dados € mesmo os conecitos necessitios para explicar mudangas hist6ricas sio bem piores. Pode-se identificar um individug ¢ faz algum sentido dizer, por exemplo, que “Robinson adquiriu crengas democra ticas quando adolescente”, Mas qual é 0 equivalente de Robinson quando falamos de mudangas histéricas? Conceitos como “sociedade curopéia” ou “o povo ameri- oas tem certas cren cano” sio amplos demais ou mal definidos. Certamente estaremos nos referindo a algum subconjunto de pessoas, mas 0 subconjunto é extremamente dificil de especificar precisamente. Freqiientemente, o que parece que se tem em mente sio aquelas pessoas de um pats, ou de algum conjunto de pafses, que formam o que poderia ser chamado de elites pensantes, os criadores ¢ portadores especiais de idéias — intelectuais de varios tipos, fildsofos, poctas, idedlogos, panfletirios, publicistas, jornalistas, cientistas e assim por diante. Pode-se ter em mente também as elites politicas, cujas crengas sio de excepcional importancia na vida politica devido a excepcional influéncia de seus portadores. Mas as fronteiras dessas elites so imprecisas e nio temos informagées suficientes sobre seus membros. Nao surpreende entio que, devido a sua preocupagiio com o rigor e sua insatisfacio com a “maleabilidade” da descriciio, generalizagao ¢ explicagio histéricas, a maioria . Como conse- dos cientistas sociais se afastou do movimento hist6rico de idéi qiiéncia, suas prdprias teorias, por “rigorosas” que possam ser, deixam de fora uma importante varidvel explanatéria e levam, freqiientemente, a um reducionismo ingénuo, como se alguém tentasse explicar o comportamento coletivo dos jogado- Tes num jogo de futebol americano atribuindo-o, principalmente, a0 treinamento de cada jogador do uso do banheiro em sua infancia. De maneira aproximada, os elementos discutidos na segio precedente podem ser usados na tentativa de verificar mudangas na freqiiéneia ou na intensidade de uma determinada crenga em um grupo de ativistas politicos. Em um pais, emesm? om uma regido mundial como a Europa, perfodos de relativa estabilidade em a crengas politicas dio lugar a perfodos de instabilidade, ruptura, receptividade V . So entio seguidos da cristalizagio de novas crengas e, durante algum femP® 170 4s cre SAS DE anistss pouncos celtivamente eSt3VeIS novame te. Assi ng! ximidades de Ro; 'M escreve Paulsoy A on was prox M2, Que ee cham eee PeulsOn sobre a aldeia it ‘astelfuoco: no final 62 Segunda Guerra Munda, 9 poy, © de jo popular AUNCA ANIES Visto, Muitos gener coStUOCO o trou num period ; Peravam Petiodo de feet amente 2 velha ordem. OS aristocratas encaravams nye BUCH tivesse esmagado tiv’ ai A, : ARAM a mort ftica @ gai ela civilizagio run. proximavacse wa extinggo. Aetna © © laps econs. jico FIN ai ren tinham sido desmascaradas ante 6 mundo N0-AS rutaidades ea coer i ; . < 7 ese momento de intensa busca de uma sociedade otro do que Pat © passado, 0s comunisasavangram wigan iunamente com ums nova classe drigente, 0s comunisas oe gcatvo paraaqueles que enfrentavam o choque deuma protundacnas eae se ynda Guerra Mundial. Esta crise vinha amadutcuende se oe a eae com o colapso do fascismo ea busca de ums nova ordem,aspecn eae ra onde Se VOI. mals justa, mais limpa, othando mais (Os comunistas... encontraram um compromisso no ideal de uma sociedade methor Este cxapromisso & contagioso ¢ inevitavelmente transforma seus detentores em “missions Xovazoespiitual epottico do pos-guerra, dante de uma oposigto mais ou menos liga sp sgatus quo, ele tem um imenso poder de penetrar nas mentes das massas”5, Entretanto, seria enganoso insistir estreitamente numa analogia com indivi- duos. Ainda que um agrupamento de individuos possa ser pensado, para alguns propésitos, como se fosse um ‘nico ator, algumas diferengas importantes devem serconsideradas. Mesmo durante os perfodos de relativa estabilidade no plano das idéias, alguns ativistas ¢ membros das elites pensantes sio receptivos a novas idéias. Inversamente, durante perfodos de receptividade, nem todos os ativistas estio abertos a uma nova crenga — ¢ certamente nao 0 esté o conjunto da populacio. Mesmo em Castelfuoco, que tem uma das porcentagens mais altas de votagio nos comunistas, na Italia, cerca da metade dos votos apenas vio para o Partido Comunista, um décimo para Os socialistas ¢ 0 resto distribui-se pelos outros pattidos”. Daf por que a cristalizagio nao leva necessariamente a uma tnica opiniéo dominante, como se poderia esperar de um ator individual. Pelo contrario, ascrencas conflitantes podem cristalizar-se, como aconteceu com a religiao duran- ‘eaReforma, ou com as cl ivagens politicas entre comunistas e nio-comunistas que “¢solidificaram na Itdlia e na Franca depois de 1945. Um perfodo de “estabilidade Ss cfencas pode nao provocar a estabilidade ou a tranqiiilidade politica; ele pode “tnificar guerras religiosas, conflitos ideolégicos, violéncia. %3, mn Town, a Paulson com Athos Ricci, The Searchers: Conflict and Communism in an Italian BO, } %6, len, paidtansle Books, 1966, pp. 321-326. POLIARQUIA Além do mais, as crengas individuais podem mudar sem afetar a distribuicio do agrupamento, o que parece ser aproximadamente 0 caso de alguns paises, pelo menos no curto prazo, com as lealdades partidarias. Os individuos, com efeito, podem morrer ¢ ser substituidos; em virtude dos processos de socializagio, quando as crencas sio incorporadas numa instituigio, como uma igreja ou um partido Politico, a distribuigao, e até mesmo a relativa intensidade das crengas, podem permanecer substancialmente inalteradas apesar da troca de individuos. Como assinalam Rokkan ¢ Lipset: Os sistemas partidérios dos anos 60 refletem, com poucas mas significativas excecdes, 4s estruturas de clivagem dos anos 20, Esta é uma caracteristica crucial da politica competitiva ocidental na era do “consumo de massa”: as alternativas partiddrias e, espantosamente, em muitos casos, as organizagées partidérias, sao mais antigas do que as maiorias dos eleitorados nacionais. Para a maioria dos cidadéos do Ocidente, os partidos atualmente atuantes tém sido parte do panorama politico desde sua infancia”. Essa cristalizagio em crengas que, com o passar do tempo estao cada vez mais desarticuladas das percepgGes da realidade, prepara o caminho para uma perda de 6 das pessdas maduras e da receptividade para novas alternativas por parte dos jovens. Finalmente, como as pessoas morrem ¢ sao substituidas por pessoas jovens que podem ter crengas diferentes, a distribuigdo de crengas entre os politicamente ativos ou as elites pensantes pode mudar mesmo que cada individuo mantenha as crengas que adquiriu na infancia. Na verdade, este processo de substituicio dos velhos grupos pelos novos pode ser 0 responsavel pela maioria das mudangas de grande monta nas crengas. A virada nos Estados Unidos, durante os anos 30, de uma maioria normalmente republicana para uma democrata, parece ter sido desse tipo”. Se, como em Castelfuoco, os grupos jovens entram com novas percepgies a0 mesmo tempo que os grupos que envelhecem sofrem uma perda de crenga, entio a quantidade total de mudanga é, certamente, muito ampliada. Na verdade, cada uma delas pode reforgar a outra: 0 enfraquecimento da crenga entre os velhos estimula novas crengas nos jovens, 0 que, por sua vez, provoca a perda de crenga entre os velhos. A despeito de uma opinio romantica comum de que 0 process sempre representa um saudavel rejuvenescimento, ele é, na verdade, moral ¢ aments: AM 77. Seymour M. Lipset ¢ Stein Rokkan, “Cleavage Structures, Party Systems, and Voter ‘ign ar Introduction”, em Lipset and Rokkan, eds., Party Systems and Voter Alignments, New Yo Press of Glencoe, 1967), p. $0. Grifos no original 78. Angus Campbell, Philip E. Converse, Warren E. Miller, ¢ Donald E. Stokes, The A\ York, Wiley, 1960, pp. 153-154, merican Voter, Ne 172. AS CRENGAS DE ATIVISTAS POLITICOS oliticamente neutro. Se é verdade que ele reforgou as opinides democraticas Pe ra as aristocraticas, nos Estados Unidos, no perfodo de Jefferson (como parece sovivel), © processo pode também ter enfraquecido crengas na democracia em sntre Deméstenes ¢ Péricl nee E algo desse processo muito provavelmente aongceu na Alemanha entre a Primeira Guerra Mundial e a ascensio de Hitler 20 poder”. : ‘Assim, apesar de as nogdes de receptividade, cristalizagio e estabilidade de crengas poderem aplicar-se a agrupamentos, a analogia com individuos deve ser tratada com cautela, Entretanto, quer tratemos de um individuo ou de um grupo de individuos, a chance de que o ator venha a adquirir uma determinada crenga durante «um perfodo de receptividade depende de: 1. O quanto o ator fica exposto 4 crenga, que, por sua vez a, exige que a crenga tenha sido formulada ¢ difundida para o ambiente do ator; e b. depende do grau de influéncia que os portadores da crenga exercem em processos de socializagio. 2. O relativo prestigio da crenga, que depende de a. 0 prestigio pessoal de seus defensores e adversirios; ¢ b. 08 éxitos e fracassos das pessoas, organizagées e instituigdes que simbolizam acrenca. 3. O quanto a nova crenga é coerente com as percepgbes do ator sobre a realidade na medida em que estas siio configuradas por a. as crencas atuais do ator; ¢ b. as experiéncias do ator. Este paradigma sugere algumas observag6es. Primeiro, todas as condigdes descritas em capitulos anteriores que afetam as Mudancas para a hegemonia, a contestagdo publica e a poliarquia devem fazé-lo influenciando as crengas através das conexGes acima listadas. Assim, 0 percurso hist6rico tomado por um pais até o presente ajuda a determinar os éxitos ¢ fracassos ue simbolizam uma crenca, o prestigio relativo daquela crenga ¢ também a chance de que cla seja adquirida por um individuo que fique exposto a ela durante um Perfodo de receptividade. Novamente, em um pais com diversas subculturas distintas, os membros de uma determinada subcultura adquirem crengas e expe~ Héncias que ajudam a dar forma a suas percepgdes da realidade e, assim, a “ceitabilidade de crengas adicionais as quais possam ficar expostos. 2. Abel, Abel, The Nazi Movement, pp. 172-174. POLIARQUIA a ‘1 anteriores determi- Segundo, enquanto as condigGes descritas em capitulos ea qe ivos a cren c nam parcialmente 0 quanto os ativistas so receptivos a FOF a relativa desejabilidade de contestacio puiblica ¢ participaga®, inteiramente 0 contetido de tais crengas. Por exemplo, n40 © oe cee explicagio satisfat6ria para a poliarquia na india, creio oN ae pe consideragao o peculiar impacto das idéias politicas anglowane' an s politicas indianas durante o perfodo critico de desenvolvimen| io ni al que ‘cto que veio, em parte, do papel recedeu ¢ se seguiu a independéncia; um impa ’ 4 om . ‘olitica de lideres-chaves. Ou, destacado das normas inglesas na socializagao P : ainda, 0 triunfo do nazismo na Alemanha é dificil de explicar sem levar em consideragio 0 efeito independente da ideologia nazista. Obviamente, Bowe outros fatores, mas ha forga no argumento de Theodore Abel de que a —. da idcologia “como uma determinante é pelo menos igual a da insatisfagao geral que existia & época Terceiro, ha acidentes e incertezas tanto na aquisigao de crengas como na aquisi¢ao de poder. Juntos, eles compdem, em grande medida, as dificuldades de explicacdo. A anélise precedente revela algumas das fontes de incertezas no processo de aquisi¢aio de crengas. Quanto 2 aquisigio de poder, este processo evidentemente é cheio de elementos incertos ¢ acidentais, exceto para um insistente determinismo. Quando dizemos que um evento é um “acidente”, nfio queremos necessaria- x mente dizer que ele nao seja desprovido de causa. Significa, porém, que a teoria com que operamos nao nos permite prever ou explicar tais eventos. Nossa teoria 86 pode lev-los em consideragao depois que eles ocorrem: ela nao pode classi cé-los em alguma lei, hipétese ou conjectura mais geral. Evidentemente, alguns tipos de acidentes sao sujeitos a previsées estatisticas bastante acuradas; sfio, nese sentido, “legitimos”. Mas muitos acidentes nfo 0 so: assassinatos, por exemplo. Mesmo onde as previs6es estatisticas sio razoavelmente precisas, porém, elas podem proporcionar pouca ou nenhuma ajuda a uma teoria que busca levar em consideragao certos tipos de acontecimentos histéricos nos quais o “acidente” desempenha um papel destacado, Considere-se novamente o caso de Lenin. A menos que se suponha que sua chegada 4 Unio Soviética, em abril de 1917, a histéria estava sujeita ao acaso. E se 0 volt teve nenhum efeito na historia, Ouse se tom vee sido exploido?Eees oven setters aide plodido? Esses eventos acidentais — acidentais Porque nenhuma teoria os torna eventos Previsiveis, legitimos — teriam mudado 80. Idem, p. 174, 174 AS CRENGAS DE ATIVISTAS argo da historia pelo tanto que a presen curso de Lenin na Riissia, apés fo curso da histéria. Seria precis : s set um determinista fanatico, istir em que no houve elementos acidentais na tomada de poder ada ler abril entio je 1917, muclou ; ara insi crcio ets por Leni. ‘Afora acide ates (ou niio-acidentes) que afetam as chances de um determinado ar o poder, seqiiéneias de eventos altamente incertas podem seqiiéneias da Segunda Guerra Mundial foram completamente ¢ admitir a possibilidade de que regimes poliarquicos nio se tilia, na Austria, na Alemanha © no Japio, nem regimes as 0 dos, dev curso € determin teriam imposto na I hegemdnicos na PolGnia, ma ‘Tehecoslovéquia, na Hungria e em outros paises. Soponnamos que as poténcias do Bixo tivessem ganado a guerra. Qu tivessem onseguido uma paz negociada. Ou que os exércites soviticos nao tivessem coupado a Tehecoslovaquia, Quando tento levar em consideragi nas em nosso entendimento do processo pelo qual os politicamente influentes io as complexidades, as incertezas ¢ as Jacul adquir ‘ma delas pareceré minimamente surpreendente a quem quer que aceite tranqilila- mente a importancia das “idéias” na historia. No entanto, ambas as conclusdes vio diretamente contra 0 reducionismo que prevalece em boa parte da ciéncia social em suas crengas conquistam poder, sou levado a duas conclusdes. Nenhu- contemporanea: ‘Atualmente ¢ num futuro imprevisivel, nenhuma teoria explanatéria pode dar conta salisfaloriamente das crengas de ativistas ¢ lideres politicos. Conseqiientemente, assim como qualquer teoria que tenta evar em consideragio as variagSes em regimes de diferentes paises precisa considerar, como varidveis independentes importantes, fatores como o nivel socioecondmico de um pais, a natureza ¢ o alcance das desigualdades, o alcance de clivagens subculturais ¢ outros fatores discutidos em capitulos anteriores, esta teria devers tratar também, como questio pritica, dus crengas ¢ das “igSias” e Ativistas politicos como uma importante varidvel independente. : 175

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