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do

RECURSO ESPECIAL ELEITORAL Nº 3112-85.2014.6.07.0000 - CLASSE 32 - BRASÍLIA - DISTRITO FEDERAL

Relator: Ministro Luiz Fux


Recorrente: Liliane Maria Roriz
Advogados: Rodrigo Terra Cyrineu e outra
Recorrido: Ministério Público Eleitoral

DECISÃO

EMENTA: ELEIÇÕES 2010. RECURSO ESPECIAL ELEITORAL. AÇÃO PENAL. CORRUPÇÃO ELEITORAL E FALSIDADE
IDEOLÓGICA. ACÓRDÃO CONDENATÓRIO PROFERIDO PELO TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO DISTRITO FEDERAL.
PEDIDO DE EXECUÇÃO PROVISÓRIA DA PENA. PENA RESTRITIVA DE DIREITO. POSSIBILIDADE. PEDIDO DEFERIDO.

Trata-se de recurso especial eleitoral interposto por Liliane Maria Roriz contra acórdão proferido
pelo Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal que imputou à recorrente a pena de 4 anos, 5
meses e 8 dias de reclusão, substituída por pena restritiva de direitos, em razão da prática dos
crimes previstos nos artigos 299 e 350 do Código Eleitoral.
Nas razões do especial, a recorrente pleiteou que o presente apelo fosse recebido com efeito
suspensivo, cujo pedido indeferi a fls. 1.698-1.701, por não ter vislumbrado os requisitos
autorizadores do provimento vindicado.
Por sua vez, o Ministério Público Eleitoral, tendo em conta a aludida condenação imposta a Liliane
Maria Roriz pela prática dos crimes previstos nos artigos 299 e 350 do Código Eleitoral, requer a
execução provisória da pena (fls. 1.735-1.736).
A recorrente apresentou contrarrazões ao pedido formulado pelo Ministério Público Eleitoral (fls.
1.739-1.743).
É o relatório. Decido.
Ab initio, anoto que, consoante entendimento fixado pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento do
ARE nº 964246/SP, analisado sob o rito da repercussão geral, a execução provisória de acórdão
penal condenatório proferido em grau recursal não compromete o princípio constitucional da
presunção de inocência.
Essa conclusão, conforme jurisprudência da Suprema Corte, não se restringe às penas privativas de
liberdade, mas deve ser aplicada inclusive às restritivas de direito, que são de igual forma
sanção penal. Nesse sentido, confira-se precedente de minha relatoria:

"AGRAVO REGIMENTAL NO HABEAS CORPUS. PENAL E PROCESSUAL PENAL. CRIMES CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA.
[...] EXECUÇÃO PROVISÓRIA SUPERVENIENTE À CONDENAÇÃO EM SEGUNDA INSTÂNCIA E ANTES DO TRÂNSITO EM
JULGADO DO PROCESSO. POSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL DA PRESUNÇÃO
DE INOCÊNCIA. INEXISTÊNCIA DE TERATOLOGIA, ABUSO DE PODER OU FLAGRANTE ILEGALIDADE. APLICABILIDADE
DO ENTENDIMENTO FIRMADO PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL EM SEDE DE REPERCUSSÃO GERAL. TEMA 925.
AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO.
1. A execução provisória de pena restritiva de direitos imposta em condenação de segunda
instância, ainda que pendente o efetivo trânsito em julgado do processo, não ofende o princípio
constitucional da presunção de inocência, conforme decidido por esta Corte Suprema no julgamento
das liminares nas ADC nºs 43 e 44, no HC nº 126.292/SP e no ARE nº 964.246, este com repercussão
geral reconhecida - Tema nº 925. Precedentes: HC 135.347-AgR, Primeira Turma, Rel. Min. Edson
Fachin, DJe de 17/11/2016, e ARE 737.305-AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe de
10/8/2016. 2. In casu, o recorrente foi condenado, em sede de apelação, à pena de 3 (três) anos, 7
(sete) meses e 16 (dezesseis) dias de reclusão, em regime aberto, substituída por restritivas de
direitos, bem como ao pagamento de 16 (dezesseis) dias-multa pela prática do crime previsto no
artigo 1º, I e II, da Lei n. 8.137/1990.
3. A competência originária do Supremo Tribunal Federal para conhecer e julgar habeas corpus está
definida, exaustivamente, no artigo 102, inciso I, alíneas d e i, da Constituição da República,
sendo certo que o paciente não está arrolado em qualquer das hipóteses sujeitas à jurisdição desta
Corte.
4. Agravo regimental desprovido" .
(STF - HC nº 141978 AgR/SP, de minha relatoria, Primeira Turma, DJe de 1º/8/2017) .

In casu, a recorrente foi condenada a pena privativa de liberdade pela prática do crime disposto
no art. 299 e no art. 350 do Código Eleitoral, com a substituição pela pena restritiva de direito,
gerando título condenatório passível de execução, tendo em conta, especialmente, o esgotamento das
instâncias ordinárias.
Ex positis, defiro o pedido do Ministério Público Eleitoral, para que se proceda ao início da
execução provisória da pena da recorrente, com a consequente extração da cópia dos autos.
Publique-se.
Brasília, 8 de junho de 2018.

MINISTRO LUIZ FUX

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