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MAIO 2013 • ENGENHARIA DE CUSTOS

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ENGENHARIA DE CUSTOS • MAIO 2013

Custos em revista

C
ustos em revista é uma
publicação que pre-
tende ser semestral e
opinativa, com textos
Revista técnicos escritos por associados
Engenharia de Custos sobre a engenharia de custos e
informando sobre as diferentes
Distribuição Gratuita atividades que o IBEC vem ofere-
cendo aos que se interessam pela
Engenharia de Custos.
Presidente
Atualmente estamos concen-
Paulo Roberto Vilela Dias
trando nossos esforços na reali-
Vice-Presidente Financeiro zação do 10º Congresso Mundial
Marílio Santos Fonseca
Fernando de Paiva Paes Leme do ICEC a ser realizado na cida-
de do Rio de Janeiro. A temática
Vice-Presidente Executivo
será o desenvolvimento de uma
Fernando José da Rocha Camargo
metodologia de custos em termos sociais, buscando ir além de uma sim-
Vice-Presidente Internacional ples equação financeira para outra que envolva parâmetros de avaliação em
José Chacon de Assis um universo sustentável. Neste, a prioridade será os desdobramentos nas
melhorias das condições da qualidade de vida das populações, seja quanto
Diretor de Relações Institucionais
ao emprego, à renda ou ao consumo. Um exemplo é o investimento que o
José Roberto Leiros
Brasil está fazendo para atender às exigências das Olimpíadas, da Copa do
Presidente do Conselho Mundo e das Confederações que irão acontecer em território nacional. Esses
Marílio Santos Fonseca eventos exigem a melhoria de toda a infraestrutura para atender ao público
que irá prestigiá-los.
Conselheiros
Angela Dias Por outro lado, o IBEC busca informar os acontecimentos nas diferentes
Carlos Dias sessões regionais criadas pelo nosso presidente eng. Paulo Dias, ampliando
Jorge Garcia
a presença da Engenharia de Custos em todo o território nacional. Dessa
Rivamar Muniz
forma, o IBEC, em paralelo aos seus cursos e conferências, está editando
Gerente de Comunicação e Marketing uma série de textos técnicos que estarão disponibilizados em nossas sedes
Paola Araujo regionais. Também informaremos sobre o desenvolvimento de nossa atua-
ção como consultores nas questões de custeio que praticamos. Com esse
Assistente de Comunicação
tipo de atuação, o IBEC se faz presente no esforço que o Brasil apresenta
Vanessa Perrone
quanto a um desenvolvimento sustentável exemplar em um mundo em crise.
Jornalista Responsável Nossa revista está aberta a participações de governos e empresas que
Andala Iara
engenheiros atuantes em custos tenham interesse em divulgar. Temos or-
Foto de Capa ganizado palestras e conferências incentivando, com indicações e prêmios,
Marinha do Brasil empresas e profissionais que se destaquem na Engenharia de Custos.

Projeto Gráfico e Diagramação: Com atenção especial, estamos nos dedicando à metodologia das estima-
VX Comunicação tivas de custos essenciais para os projetos que necessitam de urgência quan-
to à decisão de prioridades nos investimentos, bem como na constatação da
Impressão: Gráfica Primil otimização comparativa dos mesmos. Atualmente, quanto à necessidade de
CNPJ:04.885.116/0001-06
transparência dos gastos, surge a qualificação dos engenheiros que buscam
Tiragem: 5.000 exemplares melhorar seus conhecimentos quanto a custos e benefícios, visto que existe
uma lacuna nos cursos universitários quanto a essa disciplina. Essa nossa
A Revista Engenharia de Custos é uma pu- revista estará disponível aos interessados mediante solicitação ao IBEC.
blicação semestral do Instituto Brasileiro de
Engenharia de Custos e não se responsabi- Acompanhe as notícias do nosso Congresso Mundial e venha também
liza por opiniões emitidas em artigos assina- participar desse importante conclave que o IBEC conseguiu trazer para o
dos, sendo de inteira responsabilidade dos Brasil, quando da última reunião do ICEC ocorrida na África do Sul. Mais
seus autores.
informações no site ibec.org.br.
IBEC-Brasil: Rua Sete de Setembro, 43
9º andar, sala 905
Rio de Janeiro – RJ – Brasil
Marílio Santos Fonseca
CEP: 20.050-003 Presidente do Conselho do IBEC
MAIO 2013 • ENGENHARIA DE CUSTOS

nharia de Custos que já começamos a de informática, reforço escolar e cesta


produzir. básica. Também participamos da im-
pressão de livros técnicos, com nossa
Além disso, temos realizado pales- reserva de capital. Muito nos satisfaz
tras técnicas no país todo para levar o poder hoje participar da sociedade
conhecimento da engenharia de cus- através desse trabalho social.
tos onde quer que seja, onde houver
interessados. Hoje, o país exige pre- No ano passado, tivemos em torno
ço de obras justo, que recompense os de 600 participantes dos cursos em
profissionais, as empresas da área de nossa atividade social. Fazemos tam-
engenharia, e que não seja um trans- bém outro trabalho importante na área
torno para os governos. Diante desse social, universalizando o conhecimento
quadro, houve uma necessidade de para técnicos em edificações, com o
Paulo Dias transformação do IBEC e passamos qual vamos às escolas técnicas ofere-
a oferecer serviços de consultoria aos cendo o curso de engenharia de cus-
órgãos públicos. Temos uma quantida- tos. Nossa intenção com o programa
A Palavra de elevada de empresas públicas que
procuraram, no IBEC, apoio à área de
denominado PROTEC (Programa de
Empregabilidade para Técnicos em En-

do Presidente engenharia de custos. Isso muito nos


honrou e esperamos que tenhamos re-
genharia de Custos) é fazer com que o
aluno da escola técnica, ao se formar,
alizado serviços de qualidade. tenha um diploma em engenharia de

N
ós que fundamos o IBEC em custos e possa conseguir mais facil-
1978 e estamos na presidên- Através da Pós-graduação em enge- mente seu primeiro emprego.
cia dessa renomada institui- nharia de custos, o IBEC realiza com
ção, temos o prazer de publi- sucesso, há mais de 12 anos, a profis- Mais uma atividade social que de-
car a primeira revista sobre Engenharia sionalização da engenharia de custos, senvolvemos é o fornecimento de
de Custos. No último ano, alguns acon- livros que o IBEC disponibiliza gra-
tecimentos abrilhantaram nossa entida- tuitamente no site www.ibec.org.br.
de, principalmente, o 1º Fórum Brasileiro Temos também a preocupação am-
de Custos de Obras Públicas, um dese- Tenho certeza de biental, pois sabemos que nossos
jo e uma necessidade do país que gerou
a Orientação Técnica sobre o preço de
que vamos conse- eventos produzem carbono e nossa
preocupação com o meio ambiente é
referência de obras públicas, disponível guir transformar o elevada. Fizemos um convênio com
para todos os interessados no site www.
forumobraspublicas.com.br. Além do
que é hoje uma arte... a sociedade brasileira de engenhei-
ros florestais e essa entidade realiza,
Fórum, foi muito valioso também para numa ciência mensalmente, o plantio de árvores na
nós o fato de que, no último Congresso cidade do Rio de Janeiro de forma a
Mundial do ICEC (Conselho Internacio- compensar o carbono produzido.
nal de Engenharia de Custos), na África
do Sul, em 2012, nos credenciamos a pois não existe essa disciplina nas uni- Não podemos esquecer que todo o
realizar o Congresso Mundial de Enge- versidades, na graduação de engenha- nosso suporte técnico é obtido atra-
nharia de Custos em 2016, na cidade ria. Nossos cursos de capacitação têm vés do ICEC, do qual somos membros
maravilhosa do Rio de Janeiro. se traduzido, para muitos profissionais, desde 1981. Participamos de ativida-
numa fonte inesgotável de conheci- des como seminários e congressos
É importante lembrar que certamen- mento. Em nosso site temos artigos, mundiais, de forma a ganhar o conhe-
te esse evento será um salto qualitativo palestras e vídeos que podem ser con- cimento necessário da área de enge-
na engenharia de custos brasileira. Te- sultados sobre a ciência da engenharia nharia de custos mundial, trazendo
nho certeza de que vamos transformar de custos. aos colegas do Brasil as informações
o que é hoje uma arte – haja vista cada necessárias para que a engenharia
um fazer da maneira que acha melhor Finalmente, como uma entidade sem de custos seja bem utilizada. É impor-
o trabalho da engenharia de custos – fins lucrativos, o IBEC, desde junho do tante ainda salientar que o IBEC está
numa ciência. O mundo todo já reco- ano passado, pôde elevar sua partici- em conjunto com o ICEC preparando
nhece esse ramo da engenharia (temos pação na área socioambiental, criando a certificação internacional dos profis-
livros datados de 1919), porém, aqui no o IBEC Social. Nesse programa, temos sionais brasileiros em engenharia de
Brasil, ainda estamos muito atrasados. assistentes sociais, pedagogos e pro- custos, outro sonho que acalentamos
Quero convidar a todos para se enga- fessores que levam gratuitamente aos há muito tempo e que em 2013 preten-
jarem no Congresso Mundial de Enge- interessados ou necessitados cursos demos conseguir realizar.
ENGENHARIA DE CUSTOS • MAIO 2013

5 O IBEC e a Engenharia
de Custos Internacional

7 IBEC lança oficialmente o


10º Congresso Mundial do
ICEC de 2016

página 5

18 1º Fórum Brasileiro de
Custos de Obras Públicas
elabora Orientação
Técnica

24 Câmara de Conciliação,
Mediação e Arbitragem
de Preços Contratuais
do IBEC já está em
funcionamento

28 Entrevistas:
Homenageados de 2013
falam sobre sua trajetória
página 18

profissional
• Aroldo Cedraz
• José Tadeu da Silva
• Edinho Bez
• Francis Bogossian

40 As Obras do PROSUB
Especial: Entrevista
com o Diretor da
página 40

DOCM, Almirante Liseo


Zampronio

44 Artigos Técnicos

60 IBEC Social página 60


MAIO 2013 • ENGENHARIA DE CUSTOS

O IBEC e a Engenharia de
Custos internacional

F
undado em
1978, com
represen-
tações em
15 cidades do país
e sede nacional na
cidade do Rio de Janeiro, o IBEC - Ins-
tituto Brasileiro de Engenharia de Cus- Carsten Wredstrom
tos é o único representante no Brasil Presidente do ICEC
do ICEC – International Cost Engine-
ering Council, desde 1981. O ICEC é
um organismo mundial que congrega
entidades de Engenharia de Custos
de 60 países. Comprometido com a
promoção e a cooperação entre or-
ganizações nacionais e internacionais
voltadas à Engenharia de Custos e ao
Gerenciamento de Projetos, o ICEC foi
fundado em 1976. Seus principais ob- Engenharia de Custos no o IBEC conseguiu eleger Alexia Nalewaik
jetivos são incentivar e desenvolver a mundo. O ICEC também o Brasil, país sede para Vice-Presidente Senior
ciência da Engenharia de Custos em promove encontros regio- a realização do 10º Con-
todo o mundo, organizando congres- nais anualmente em cada gresso Mundial de Enge-
sos internacionais e promovendo seu uma das quatro regiões nharia de Custos, na ci-
reconhecimento com atividades téc- da organização (Américas, dade do Rio de Janeiro,
nicas e desenvolvimento de normas e Europa, África e Ásia). O em 2016.
padrões internacionais. primeiro aconteceu em
Montreal, no Canadá. Em O próximo Congresso
De dois em dois anos, desde 1972, seu 8º Congresso Mun- Mundial do ICEC será en-
o ICEC realiza congressos mundiais dial, realizado em Dur- tre os dias 19 e 23 de ou-
Peter Smith
reunindo todos os países membros do ban, na África do Sul, no tubro de 2014, em Milão,
Secretário Geral
Instituto com o objetivo de discutir a dia 24 de junho de 2012, na Itália.

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ENGENHARIA DE CUSTOS • MAIO 2013

A Associação dos
Ex-Alunos do IBEC

Foto: Banco de Imagens

F
undada em 23 de maio de 2006, a ASEA/IBEC As principais finalidades da ASEA/IBEC são a pro-
(Associação dos Ex-Alunos do IBEC) é resulta- moção da integração e a troca de experiências de seus
do do desejo dos profissionais do IBEC, em ter afiliados, a contribuição para o desenvolvimento e a
uma entidade representativa dos que concluíram sustentabilidade da ASEA/IBEC e a prestação de servi-
seus cursos de extensão e pós-graduação no Instituto ços de caráter colaborativo. Entende-se que, através da
Brasileiro de Engenharia de Custos – IBEC. A ASEA/ ASEA/IBEC, os ex-alunos poderão estabelecer relações
IBEC está baseada no princípio da gestão horizontal e mútuas de cooperação e desenvolvimento, promovendo
participativa, constituída de uma Diretoria executiva e de atividades entre seus associados, debate e discussão de
um Conselho Fiscal: temas relevantes acerca da atividade e da instituição,
tornando a ASEA/IBEC, uma instituição cada dia mais
Diretoria Executiva: presente e dinâmica.

Diretor Presidente: É objetivo da ASEA/IBEC manter a disposição de seus


Engº Eliézer Alves dos Reis associados na biblioteca da entidade e a livros, aposti-
las, monografias, documentos informativos etc, seja para
Diretor Administração: consulta ou aquisição, com descontos e vantagens. Des-
Engº Jorge Ribeiro sa forma, possibilitamos aos associados o acesso rápido
à informação atualizada, seja escrita, oral ou em mídia
Diretora de Finanças: eletrônica.
Engº Heloísa Xavier da Silva
A estrutura funcional da ASEA/IBEC está baseada nas
Conselho Fiscal: seguintes linhas de ação: Disponibilização de mecanis-
mo de circulação ou online de informação acerca das
Engº Carlos Antonio Fernandes da Silva atividades da ASEA/IBEC; Promoção de ferramentas e
oportunidades de relacionamento entre ex-alunos, com
Engº Mauricio Zaroni Sewaybricker foco na troca de experiências profissionais; Fomento ao
debate e discussão de temas relevantes acerca da ativi-
Engº Rogério Lacerda Todaro dade e da instituição; Promover anualmente o encontro
de ex-alunos do IBEC.

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MAIO 2013 • ENGENHARIA DE CUSTOS

IBEC lança oficialmente


o 10º Congresso Mundial
do ICEC de 2016

P
ara lançamento do 10º Con- a conclusão das obras. O IBEC está custos para se garantir a qualidade de
gresso Mundial do ICEC, o cumprindo adequadamente essa mis- vida da população”, disse José Cha-
IBEC realizou uma solenida- são”, concluiu Paulo Dias. con de Assis.
de, na noite de 7 de novem-
bro de 2012, no Clube de Engenha- O engenheiro José Chacon de Para ele, a presença política e de
ria-RJ, apresentando sua Comissão Assis, presidente da FAEARJ e inte- vários estados da federação brasilei-
Organizadora. grante da Comissão Organizadora do ra fez o lançamento do 10º Congres-
Congresso, ressaltou a relevância da so ser bem sucedido. “Nosso evento
O engenheiro Paulo Dias, presiden- engenharia de custos e do 10º Con- de apresentação da comissão de no-
te do IBEC e coordenador da Comis- gresso do ICEC para a instauração táveis que organizará o congresso
são de Organização do Congresso, do preço justo de obras públicas em mundial foi um sucesso. Tivemos a
destacou a importância do evento todo o país. “O papel do IBEC é fun- presença do presidente do Confea,
para o conhecimento da engenharia damental para a conscientização de que é uma pessoa importantíssima
de custos no Brasil. “O IBEC vem, há que gastos bem realizados e preços em relação a qualquer projeto a nível
muitos anos, tentando transformar a melhor estimados são indispensáveis nacional e internacional, de deputados
engenharia de custos numa ciência para garantir a qualidade dos servi- e das diversas empresas públicas lo-
no Brasil, assim como ocorre em to- ços públicos. Por isso, é fundamental cais. Como precisamos ter uma inser-
dos os países do mundo. Então, esse que se tenha uma boa engenharia de ção local importante, acho que nosso
congresso mundial de engenharia de
custos propiciará essa mudança ra-
dical numa área em que cada um faz
o que quer em uma ciência”, afirmou
Paulo Dias.

Segundo ele, a qualidade de vida


da população brasileira depende do
comprometimento do IBEC em cum-
prir a missão de pesquisa e transfe-
rência de conhecimento para os pro-
fissionais da engenharia de custos do
país. “Nós vemos que todos os proble-
mas que decorrem das obras de má
qualidade, corrupção, paralisações,
são frutos dos preços mal calculados.
Assim, esperamos que, após esse
congresso, tenhamos oportunidade
de calcular o preço das obras públicas
de acordo com as regras e os custos
internacionais previstos na legislação, O IBEC dá as boas vindas
que possam garantir a qualidade e

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ENGENHARIA DE CUSTOS • MAIO 2013

American Association Cost Engineers


do Brasil (AACE Brasil), Aldo Dórea Mat-
tos e o presidente da Mútua (Caixa de
Assistência dos Profissionais do CREA),
Cláudio Pereira Calheiros também são
integrantes da Comissão de Organiza-
ção do Congresso, no entanto, não pu-
deram comparecer à solenidade.

Na oportunidade, o presidente do
IBEC, Paulo Dias e o presidente do In-
ternational Project Management Asso-
ciation do Brasil (IPMA BR), Raphael
Albergarias, assinaram um convênio
Paulo Dias e José Chacon de Assis de cooperação em eventos entre as
duas instituições. A parceria entre o
ICEC e o IPMA Internacional já acon-
evento foi coroado de êxito, demos o (CEDAE), engenheiro Wagner Victer, tece há anos. “Essa parceria que tem
primeiro passo para organizar o me- representado pelo engenheiro Jair o foco na gestão de projetos, com esse
lhor congresso mundial de engenharia Otero; e o Deputado Federal por San- evento, é de extrema relevância para
de custos do país”, afirmou José Cha- ta Catarina, Edinho Bez, representado o cenário brasileiro e mundial, tendo
con de Assis. pelo engenheiro José Roberto Leiros. em vista que esse conhecimento está
sendo produzido no Brasil e levado
Os integrantes da Comissão Orga- Os integrantes da para fora. Antigamente apenas impor-
nizadora do 10º Congresso Mundial távamos o conhecimento e, de algu-
do ICEC foram oficialmente apre- Comissão Organizadora ma maneira, tentávamos fazer adap-
sentados, e os presentes receberam do 10º Congresso Mun- tações. Hoje criamos e inovamos. É
certificado de membro da Comissão dial do ICEC foram oficial- essa importância e esse cenário que
pelas mãos da Diretoria do IBEC. Os temos que desenvolver no Brasil para
notáveis que compareceram foram os mente apresentados abancarmos os engenheiros do pre-
Deputados do Estado do Rio de Ja- sente e criarmos mais no futuro”, afir-
neiro, Luiz Paulo Corrêa da Rocha e A Deputada Federal pelo Espírito mou Raphael Albergarias.
Paulo Ramos; o presidente do CREA Santo, Rose de Freitas; o Secretário
-RJ, engenheiro Agostinho Guerreiro; de Estado das Cidades de Mato Gros- O presidente da IPMA Brasil tam-
o presidente do CREA-MT, engenhei- so, Gonçalo Aparecido de Barros; o bém ressaltou a importância do Con-
ro Juarez Samaniego; o presidente presidente da Empresa de Obras Pú- gresso e da promoção da engenharia
do Conselho Federal de Engenharia blicas do Estado do Rio de Janeiro de custos para o país. “Classifico esse
e Agronomia (Confea), José Tadeu (EMOP), Ícaro Moreno Júnior; o presi- evento como um divisor de águas fun-
da Silva; e o Vice-almirante Diretor da dente da Autoridade Pública Olímpica damental para o Brasil no intuito de
Diretoria de Obras Civis da Marinha (APO), Márcio Fortes; o presidente da que somos uma nação construindo
(DOCM), Liseo Zampronio.

Os membros da Comissão Organi-


zadora que não puderam comparecer
ao lançamento do Congresso, mas
enviaram representantes, foram o pre-
sidente do Instituto de Engenharia de
São Paulo, Aluisio de Barros, repre-
sentado pelo engenheiro Edemar de
Souza Amorim; o presidente do Clube
de Engenharia, engenheiro Francis
Bogossian, representado pelo enge-
nheiro Jacques Sherique; o presiden-
te do CREA-MG, Jobson Nogueira,
representado pelo engenheiro Jean
Marcus Ribeiro; o presidente Com- Ao centro, Almirante da DOCM Liseo Zampronio
panhia Estadial de Águas e Esgotos

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MAIO 2013 • ENGENHARIA DE CUSTOS

Fernando Paes Leme, Dep. Estadual Paulo Ramos, José Chacon


de Assis e Paulo Dias Ao centro, Raphael Albergarias, presidente do IPMA BR

Diretoria e colaboradores do IBEC

Pedro Katayama; o coordenador da


Câmara de Agronomia do CREA-RJ,
Glauber Pinheiro; o diretor da AFEA,
José Geraldo Leite; o presidente do
Conselho Diretor do Instituto de En-
genharia Legal (IEL), Antero Jorge Pa-
rahyba; e Renato da Silva Castro, da
Sociedade Brasileira de Engenharia
de Segurança (SOBES-RIO).

Na ocasião, foi iniciada enquete


para escolha de nome do mascote do
Congresso. O mascote escolhido foi o
Ao centro, Juarez Samaniego, presidente do CREA-MT pássaro João-de-barro, um sábio ani-
mal construtor, e as opções de nomes
para escolha são três, Jão Jão, Mestre
um futuro gigantesco. A engenharia melhor orçamentação no Brasil”, con- Jão e João Construtor. Os interessados
de custos vem sendo negligenciada cluiu Albergarias. poderão votar e sugerir outros nomes
ao longo dos anos por falta de conhe- no site: www.braziliandream2016.com.
cimento e investimento do poder pú- Também estiveram presentes no
blico nas próprias universidades em evento os representantes do Sindica- Após a Solenidade, foi oferecido
detrimento da capacitação técnica e to dos Engenheiros de Volta Redonda, um coquetel para todos os convida-
de gestão. Esse evento vai permitir o Antônio Carlos Issa e Sidnei Fran- dos em comemoração ao lançamen-
resgate da engenharia de custos e a cisco; o representante do CREA-SP, to Congresso.

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ENGENHARIA DE CUSTOS • MAIO 2013

A Comissão Organizadora
do 10º Congresso Mundial
do ICEC
José Tadeu da Silva nasceu em
1953, em Ouro Fino/MG, é casado
e pai de quatro filhos. Formado pela
PUCCAMP em 1976 (Campinas/SP),
ele é empresário e atua na área de
consultoria, perícia, avaliações e en-
genharia. Também é membro titular
do IBRAPE. José Tadeu da Silva fun-
dou várias Entidades de Classe. Foi
fundador e presidente da Associa-
Almirante Liseo ção dos Engenheiros e Arquitetos de
Mogi Guaçu (1982 a 1987), da Asso-
ciação dos Engenheiros e Arquitetos
Liseo Zampronio é vice-almiran- de Mogi Mirim (1990), da Associação
te, Diretor de Obras Civis da Marinha; dos Engenheiros e Arquitetos de Ita-
nascido em São Paulo. Ele é oriundo pira (1990), entre tantas outras. Foi Dep. Edinho Bez
da Esquadra, com aperfeiçoamento presidente da FAEASP (2000 a 2009)
em eletrônica e aplicação de sistemas e é o atual presidente da FEBRAE.
de armas. Foi adido naval e de Defe- Membro da UPADI e da WFEO/ Edinho Bez foi agricultor até 1972;
sa na África do Sul e em Moçambique, FMOI, José Tadeu também foi o pre- auxiliar de Escritório do Grupo Gra-
comandante do Centro de Apoio a Sis- sidente do CREA-SP (2006/2008 e vatal, em Santa Catarina, de 1971 a
temas Operativos (Casop) e diretor do 2009/2011). Atualmente, ele é presi- 1972; contador do Escritório do Edi-
Centro de Análises de Sistemas Navais dente do CONFEA. nho, em Gravatal – SC, de 1971 a
(Casnav). Em 2010, assumiu o coman- 1976; professor na Escola Básica Pro-
do da Força Aeronaval, justamente fessora Geraldina Maria Tavares de
quando esta empreendia uma série 1971 a 1974; chefe do INCRA de 1972
de programas de modernização, para a 1973, gerente da CEF nas agências
cumprir o papel destinado à Marinha do Tubarão, Lages, São Miguel do Oeste,
Brasil na Estratégia Nacional de Defe- Porto União, Pomerode, Araranguá e
sa, definida pelo governo federal. Criciúma, de 1973 a 1991; presidente
da Fundação Hospitalar Sílvio João
de Oliveira, de 1989 a 1990; secre-
tário de Infra-Estrutura do Estado de
Santa Catarina entre 2003 e 2005; vi-
ce-presidente do Fórum Nacional dos
Secretários de Transportes e Obras,
Claudio Calheiros
nos anos 2003 e 2005; coordenador
do Fórum Estadual de Transportes, em
2003 e 2005; presidente da Comissão
Claudio Pereira Calheiros é enge- Permanente de Ferrovias; Conselhei-
nheiro agrônomo e engenheiro de se- ro da Comissão do Aquífero Guarani.
José Tadeu da Silva gurança do trabalho. Atualmente é o Atualmente Edinho Bez é deputado fe-
diretor presidente da Mútua. deral por Santa Catarina.

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MAIO 2013 • ENGENHARIA DE CUSTOS

Obras. Na prefeitura do Rio de Janei-


ro, assumiu três pastas: a Secretaria
de Obras, a de Urbanismo e Meio
Ambiente, e a de Transporte. Na sua
gestão, entregou mais de quatro mil
obras em toda a cidade, gerando
mais de 120 mil empregos diretos.

Entre 1995 e 1998, foi vice-gover-


nador, na gestão Marcello Alencar. Agostinho Guerreiro
Em diversos períodos foi governa-
Dep. Rose de Freitas dor em exercício. Em 2002, foi elei-
to deputado estadual pelo PSDB, Agostinho Guerreiro é engenhei-
exercendo o segundo mandato. Em ro agrônomo formado pela UFRRJ e
Rose de Freitas é jornalista, radia- 2010, foi reeleito para o 3º mandato. mestre em engenharia de produção
lista, professora, produtora rural, dese- Luiz Paulo participa da Comissão de pela Coppe/UFRJ. Foi presidente do
nhista-projetista e agrimensora. Ela foi Constituição e Justiça e da Comis- Clube de Engenharia e vice-presiden-
assessora da Presidência da Repúbli- são de Orçamento. É Líder da Ban- te do Senge-RJ entre 1983 e 1986,
ca; Diretora Administrativa Financeira cada do PSDB, além de ser presi- tendo participado da histórica gestão
da EMBRATUR; Diretora Administra- dente do Diretório Estadual. que iniciou a democratização do Sen-
tiva Financeira do CODES. Rose de ge-RJ, em 1980. Atualmente é presi-
Freitas é, atualmente, deputada fede- dente do CREA-RJ.
ral pelo Espírito Santo.

Francis Bogossian

Francis Bogossian é engenheiro


Dep. Paulo Ramos civil formado pela ENE da Universida-
Dep. Luiz Paulo
de do Brasil. Há mais de 40 anos, atua
como empresário, professor e líder de
Paulo Ramos, atual líder da ban- classe. Fundou a Geomecânica S.A em
Luiz Paulo Correa da Rocha é cada do PDT, foi deputado federal por 1972, deu aulas, como professor titular,
engenheiro civil, formado na UFRJ, dois mandatos (1986 a 1990 e 1990 de Mecânica dos Solos e Fundações,
com mestrado em transporte pela a 1994). No primeiro mandato, como durante mais de 15 anos, na Escola de
Coppe. Em 1984, teve a oportunida- deputado federal constituinte, teve Engenharia da UFRJ e na UVA.
de de fazer um curso de aperfeiço- destacada participação como autor e
amento em construção de estradas defensor dos dispositivos da Constitui- Participou das diretorias e dos con-
no Japão, patrocinado por aquele ção Brasileira que asseguram direitos selhos da ABENGE, ABMS, Clube de
país. Em seguida, concluiu um curso e vantagens aos militares e servidores Engenharia, SECONCI-Rio e CBIC,
de projetos de estradas por compu- civis, aposentados e pensionistas. Por Crea-RJ, A3P e ABENC/RJ. Foi presi-
tador, no renomado Instituto Militar sua atuação exemplar em defesa dos dente da AEERJ e participou dos con-
de Engenharia. Ainda durante sua direitos e garantias dos trabalhadores, selhos da Geomecânica S.A., FIRJAN,
vida acadêmica, Luiz Paulo foi pro- ganhou o título de Constituinte Nota ACRJ, ABMS. É membro da Academia
fessor de topografia e de engenharia 10 dado pelo DIAP - Departamento In- Nacional de Engenharia, da Academia
civil. No Governo do Estado, exer- tersindical de Assessoria Parlamentar Brasileira de Educação e da Academia
ceu a função de engenheiro e entre - órgão de assessoria de sindicatos e Panamericana de Ingeniería. Atualmen-
1988/89 assumiu a Direção Geral de trabalhadores de todo o país. te é presidente do Clube de Engenharia.

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ENGENHARIA DE CUSTOS • MAIO 2013

pecializadas e anais de eventos acadê-


micos e profissionais. Pronunciamentos
frequentes em entrevistas e palestras
públicas e na mídia televisiva, radiodifu-
sora e escrita. Profissionalmente dedi-
cado ao ramo de Engenharia Consultiva
para obras pesadas e de infraestrutura
socioeconômica, tendo coordenado, di-
rigido e participado de cerca de duzen-
tos empreendimentos.
Aluizio de Barros
Márcio Fortes

Marcio Fortes foi secretário-execu- Aluizio de Barros Fagundes é Enge-


tivo do Ministério de Minas e Energia nheiro Civil, 1967, Escola de Engenharia
na gestão do ministro Pratini de Mora- de São Carlos da Universidade de São
es no governo do presidente Fernando Paulo – USP; Mestre em Engenharia,
Collor. Assumiu interinamente a pasta 1979, Escola Politécnica da Universi-
no governo Itamar Franco e presidiu o dade de São Paulo – USP; Mediador e
conselho de administração de várias Árbitro, 1999, Instituto de Engenharia.
estatais do setor como Light (1992), Atividades no Instituto de Engenharia:
Furnas Centrais Elétricas (1992), Presidente, 2 mandatos de 2009 a 2013; Alexandre Pinto
Eletrosul Centrais Elétricas (1992) Membro do Conselho Deliberativo em 4
e Companhia Siderúrgica Nacional mandatos; Membro Vitalício do Conse-
(CSN - 1992). Também foi membro do lho Consultivo; Vice Presidente de Re- Alexandre Pinto da Silva assumiu
conselho de administração da Itaipu lações Externas (2001/2002); Diretor o cargo de subsecretário em junho de
Binacional (1992/1993) e da Eletro- Regional do Rio de Janeiro (2002/2006); 2009, após passar o primeiro semestre
brás. Assumiu a secretaria-executiva Organizador e primeiro Diretor Geral da no comando da Coordenadoria Geral
do Ministério da Agricultura durante Câmara de Mediação e Arbitragem do de Obras. Nascido no Rio de Janeiro,
o governo do presidente Fernando IE (2000/2002). Vice Presidente da FE- formou-se em Engenharia e tem mes-
Henrique Cardoso e presidiu os con- BRAE – Federação Brasileira de Asso- trado em Recursos Hídricos. Ingressou
selhos de administração da Empresa ciações de Engenheiros. (2003/2005). nos quadros de servidores da Prefeitu-
Brasileira de Pesquisa Agropecuária Sócio Fundador da ABCON – Associa- ra em 1987, quando atuou como diretor
(Embrapa) e da Companhia Nacional ção Brasileira de Concessionárias de da Coordenadoria Geral de Conserva-
de Abastecimento (Conab). Água e Esgotos (1997). Conselheiro da ção (CGC) e da própria CGO antes de
FIESP – Federação das Indústrias de assumir o cargo máximo deste órgão.
No governo Lula, assumiu a se- São Paulo, desde 2009. Também foi presidente da Rio-Águas e
cretaria-executiva do Ministério do subsecretário de Águas Municipais.
Desenvolvimento comandado pelo Conselheiro da ACSP – Associação
ministro Luiz Fernando Furlan. Em 21 Comercial de São Paulo, desde 2011.
de julho de 2005, assumiu, depois da Comendador da Ordem do Mérito Ma-
saída do ministro Olívio Dutra, o mi- noel Moraes Rego, Estado de Pernam-
nistério das Cidades como um técnico buco. Comendador da Ordem do Mérito
indicado pelo PP. Em 06 de julho de da Marinha Brasileira, 1º Distrito Naval,
2011 foi nomeado presidente da Au- Rio de Janeiro. Membro e Conselheiro
toridade Pública Olímpica (APO), pela da ABRAEE – Associação Brasileira
presidenta Dilma Rousseff, após seu de Engenheiros Escritores, 2012. Prê-
nome ter sido aprovado no Senado. A mio de Responsabilidade Social com Wagner Victer
APO é um consórcio que coordena a o Programa “Planeta Água - O Sane-
participação da União, do Estado do amento vai à Escola”, do CREA-RJ,
Rio de Janeiro e do Município do Rio 2005. Professor Universitário: FAAP Wagner Victer é presidente da Ce-
de Janeiro na preparação de infraes- (1975-1979); Escola Politécnica da USP dae, secretário de estado de Energia,
trutura e serviços para a realização (1975/1985); Instituto Mauá de Tecno- da Indústria Naval e do Petróleo do Rio
dos Jogos Olímpicos de 2016, asse- logia (1979/1985); Escola de Engenha- de Janeiro de 1999 a 2006, membro do
gurando o cumprimento das obriga- ria da UNIP (1988/1991); USJT (desde Conselho Nacional de Política Energé-
ções assumidas perante o Comitê 2013). Autor de uma centena de publica- tica (CNPE) e diretor do Instituto de Pe-
Olímpico Internacional. ções técnicas no magistério, revistas es- tróleo, da Universidade Estácio de Sá.

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MAIO 2013 • ENGENHARIA DE CUSTOS

sidente do Conselho exercendo a fun-


ção por dois anos e, no mesmo ano, foi
nomeado Secretário Adjunto de Obras
do município de Betim-MG.

Jobson Nogueira

Aldo Dórea Mattos


Jobson Nogueira de Andrade é
engenheiro civil e iniciou sua carreira
Aldo Dórea Mattos tem formação profissional como Coordenador Técni-
como Engenheiro Civil, MSc em Ge- co da AVSI, Organização Não Governa- Ícaro Moreno Junior
ofísica e advogado. Ele foi diretor de mental Italiana. Desenvolveu trabalhos
Meio Ambiente e Indústria da Isolux técnicos específicos para a Assessoria
Corsán do Brasil; Gerente de Projeto de Arquitetura da Secretaria Municipal
do estudo de viabilidade da conces- de Saúde de Belo Horizonte nas áreas Ícaro Moreno Júnior é presiden-
são do Anel Viário do Cairo (Egito) de planejamento, fiscalização e super- te da Empresa de Obras Públicas do
e do projeto de upgrade da rodovia visão de obras próprias da Saúde para Estado do Rio de Janeiro – EMOP
para padrão freeway. É sócio-diretor implantação de estruturas preventivas, – nomeado pelo Governador Sérgio
da Dórea Mattos Projetos e Constru- profiláticas, terapêuticas, e manuten- Cabral, desde 01/01/2007. Engenhei-
ções. Foi coordenador da Qualidade ção das estruturas existentes. Neste ro Civil formado pela Universidade do
de Obras entre 1999 e 2002 na Con- ano, fundou a empresa de construção Estado do Rio de Janeiro – UERJ – em
der (Companhia de Desenvolvimento civil Senso Engenharia Ltda, onde ocu- 1980, integrante do quadro do Instituto
Urbano do Estado da Bahia). pou o cargo de Diretor Comercial. Em dos Engenheiros do Estado do Rio de
1999, assumiu a chefia técnica de en- Janeiro, Ícaro Moreno Júnior tem um
Foi gerente de Projeto da monta- genharia da Administração Regional histórico profissional pontuado pelo
gem de consórcio para concessão Barreiro da Prefeitura de Belo Horizonte. comando de empresas públicas como
do Metrô de Salvador da SETPS em a RIOLUZ e a RIOURBE, da Prefeitura
1998. Foi instrutor de cursos nas áre- Em 2000, foi eleito pelo Sindica- carioca e a SERLA, da Secretaria do
as de Gerenciamento, Planejamento, to dos Engenheiros de Minas Gerais Estado do Ambiente, do Governo Es-
Orçamento, Fiscalização de Obras, (Senge-MG), Conselheiro da Câmara tadual. Pós-graduado em Engenharia
Teoria e Prática de Pequenas Obras, Especializada de Engenharia Civil do Sanitária e Ambiental, pela UERJ.
MS Project, entre outros; Consultor Crea-Minas. Em 2004, foi eleito diretor
de planejamento e gerenciamento de do Senge-MG, quando cumpriu man- Atualmente é Coordenador de En-
obras em diversas empresas públi- dato de três anos. Em 2006, assumiu a genharia das Obras do Maracanã.
cas e privadas; Palestrante em vários assessoria parlamentar do Crea-Minas E, Coordenador das Intervenções de
simpósios, conferências e congres- e foi indicado para o Conselho Estadual Emergência e recuperação da Região
sos; Autor do livro Como Preparar Or- de Desenvolvimento Econômico e Re- Serrana. Como presidente da RIOLUZ
çamentos de Obras (Ed. Pini, 2006); gional pelo então governador de Minas (1994/1996) foi o responsável pela ilu-
Autor de vários artigos técnicos nas Gerais. Ocupou ainda, por indicação minação das praias, 72 monumentos
revistas Construção Mercado, Téch- do Crea-Minas, a Secretaria Executiva e pontos turísticos importantes do Rio
ne e Revista de Licitações e Contra- Estadual do Fórum Lixo e Cidadania e de Janeiro, como as igrejas do Outeiro
tos (ILC), entre outras; Professor da a Secretaria Executiva Estadual do Nú- da Glória, Nossa Senhora da Penha, o
UFBA (1987), da UCSAL (2005), da cleo Gestões dos planos diretores geri- Teatro Municipal, a Sala Cecília Mei-
UEFS (desde 1999) e da UNIFACS do pelo Ministério das Cidades. Rece- reles e o Morro Dois Irmãos. Durante
(2002); Orientador de trabalhos de beu o prêmio Destaque da Engenharia os quatro anos à frente da SERLA,
monografia na UEFS; Organizador de Custos 2009 pelo IBEC – Instituto sua presidência caracterizou-se por
do Fórum Baiano de Gestão Imobili- Brasileiro de Engenharia de Custos, ter transformado a empresa que era
ária (2004/2005). Ele é associado ao instituição representativa da Engenha- considerada uma “tocadora de obras”
AACEI – Association for the Advan- ria de Custos nacional em todo o mun- em órgão gestor de recursos hídricos
cement of Cost Engineers e ao PMI – do. Ainda em 2009, foi homologado do Estado do Rio de Janeiro, com res-
Project Management Institute. pelo Plenário do Crea-Minas, vice-pre- peitabilidade crescente, pela dinâmica

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ENGENHARIA DE CUSTOS • MAIO 2013

que empreendeu junto ao Conselho Gonçalo Aparecido de Barros, também é membro da AACEi (Ameri-
Estadual de Recursos Hídricos e no atual secretário municipal de Infraes- can Association of Cost Engineers In-
Conselho Federal de Recursos Hídri- trutura do município de Várzea Grande ternational) desde 1978, da ABC (Asso-
cos, como membro titular. -MT, tem 48 anos, é consultor jurídico, ciação Brasileira de Custos), e membro
formado em Direito pela Universidade fundador do IBEC (Instituto Brasileiro
de Cuiabá, técnico em Contabilidade, de Engenharia de Custos) desde 1978 e
ex-secretário de Estado das Cidades presidente nacional desde 1999. Paulo
de Mato Grosso- SECID-MT e ex-ser- Dias ministra cursos e palestras sobre
vidor da Associação Mato-grossense Engenharia de Custos em todo o Bra-
dos Municípios AMM. sil e publicou quatro livros sobre esse
ramo da Engenharia. Ele é ganhador
do Prêmio Internacional concedido pelo
ICEC (International Cost Engeneering
Council) - “2010 ICEC Award Winner”
e do Prêmio de Engenheiro Destaque
Raphael Albergarias
Nacional de 2010 oferecido pela Asso-
ciação Mineira de Engenheiros Civis.

Raphael Albergarias é administra-


dor de Empresas, com MBA em Ge-
renciamento de Projetos pela UFRJ,
mestre em Administração de Empre- Juarez Samaniego
sas pela FGV e doutorando em Gestão
de Projetos pela Université François
Rabelais de Tours. Possui mais de 10 Juarez Samaniego, presidente
anos de experiência em gestão de pro- do CREA-MT, Engenheiro Civil Gra-
jetos e consultoria empresarial e parti- duado pela Universidade Federal de
cipação em mais de 50 projetos, desde Mato Grosso-UFMT. Ex-conselheiro
implantação de megaprojetos deups- titular por dois mandatos (2005-2007 José Chacon de Assis
tream e downstream até implementa- e 2008-2010) da Câmara Especializa-
ção de ERP e Modelagem de Proces- da de Engenharia Civil do Conselho
sos. Albergarias é membro fundador e Regional de Engenharia e Agronomia José Chacon de Assis é engenhei-
presidente do IPMA Brasil. Ele é sócio de Mato Grosso (Crea-MT), além de ro eletricista formado pela Escola de
do IDGP (Instituto de Desenvolvimento ter exercido diversos cargos dentro Engenharia da UFF e atua em ques-
em Gestão e Projetos), consultoria em do Conselho, entre eles, de vice-pre- tões sociais e ambientais há mais de 40
start-up em gestão de projetos, com sidente, diretor financeiro e coordena- anos. Como engenheiro, trabalhou na
foco em desenvolvimento da gestão de dor da Câmara de Engenharia Civil. Light Rio, na Companhia Siderúrgica
projetos como competência essencial Nacional, Centrais Elétricas do Sul do
das organizações e da sociedade. Ra- Brasil (Eletrosul), Amazônia Mineração
fael também é palestrante internacional (AMZA), Albras - Alumínio Brasileiro S.
em gestão de projetos, com foco em A, Aeroporto Internacional do Rio de
desenvolvimento da cultura de gestão Janeiro, Bahia Sul - Celulose e Papel,
de projetos como ferramenta para atin- Cenibra - Celulose Nipo-Brasileira S.A,
gir resultados das organizações. Companhia de Cervejaria Brahma e
como consultor, do CONFEA Conse-
lho Federal de Engenharia, Arquitetura
e Agronomia para assuntos de Meio
Ambiente, Recursos Hídricos e Agenda
Paulo Dias 21. Atualmente, exerce o cargo de Vice
-Presidente do IBEC – Instituto Brasilei-
ro de Engenharia de Custos, desde ja-
Paulo Roberto Vilela Dias é enge- neiro de 2012, atuando na coordenação
nheiro civil formado pela UFRJ e mes- de trabalhos na área de orçamentação
tre em Engenharia de Custos pela UFF. e custos, elaboração de manuais de
Paulo Dias é coordenador e professor custos, bem como na organização de
Gonçalo de Barros do curso de pós-graduação lato sensu eventos nacionais e internacionais. Foi
em Engenharia de Custos do INPG. Ele diretor do Sindicato dos Engenheiros

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MAIO 2013 • ENGENHARIA DE CUSTOS

do Estado do Rio de Janeiro nos anos sui Graduação em Engenharia Civil


de 1980 a 1988. Diretor e presidente pela Universidade Veiga de Almei-
da Associação Fluminense de Enge- da (1980), mestrado em Engenha-
nheiros e Arquitetos, AFEA, de 1981, ria Civil pela Universidade Federal
por diversos períodos intercalados, até Fluminense (1987) e doutorado em
a atualidade, sendo atualmente seu Engenharia de Transportes pela Uni-
presidente. Foi diretor e conselheiro versidade Federal do Rio de Janeiro
do Conselho Regional de Engenharia, (2004). Atualmente é Coordenador
Arquitetura e Agronomia do Estado do do Programa de Pós-graduação em
Rio de Janeiro (CREA-RJ) de 1994 a Engenharia Civil da Universidade
1997, e elegeu-se Presidente do CRE- Federal Fluminense. Tem experiên-
A-RJ em 1997 com mandato até 1999. cia na área de Engenharia Civil, com
Foi reeleito com segundo mandato até Orlando Celso Longo ênfase em Construção Civil, atuando
dezembro de 2002. Atualmente preside principalmente nos seguintes temas:
a Federação das Associações de En- Orlando Celso Longo. Profes- construção civil, custos, gerencia-
genheiros e Arquitetos do Estado do sor do Programa de Pós-Graduação mento, orçamento e administração
Rio de Janeiro. em Engenheria Civil da UFF. pos- de projetos.

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ENGENHARIA DE CUSTOS • MAIO 2013

O sonho brasileiro está


sendo realizado
O Congresso Mundial do ICEC 2016 será
no Rio de Janeiro

José Chacon de Assis

D
urban, África do Sul, ju- Olimpíadas de 2016. A proposta é O Congresso Mundial de Enge-
nho de 2012, a reunião do a realização do Congresso após as nharia de Custos de 2016 está sendo
Conselho do ICEC (Inter- Paraolimpíadas, momento em que preparado para receber 1.500 pro-
national Costs Engineering a capacidade hoteleira da cidade fissionais e interessados do Brasil e
Council), depois do voto declarado estará no ápice do crescimento que de todo mundo que lidam com orça-
a favor, festivo e entusiasmado do hoje vive com grande intensidade. O mentos, custos e gerenciamento de
seu presidente Murtala Oladapo, da Congresso de 2014 já estava sendo empreendimentos. Esperamos pro-
Nigéria, definiu por unanimidade que organizado em Milão, na Itália, e es- mover a Engenharia de Custos em
o Congresso Mundial do ICEC de távamos autorizados, a partir daque- nosso país, contribuindo para elevá
2016 seria realizado no Rio de Janei- le momento, a organizar o primeiro -la à condição de ciência, valorizan-
Congresso da América do Sul. O So- do seus profissionais. Este evento já
nho Brasileiro do IBEC de realização foi realizado em todos os continen-
do evento, acalentado por muitos tes, em países, entre outros, como
Esperamos pro- anos, finalmente começava a se tor- Estados Unidos, Canadá, França,
mover a Engenha- nar realidade. Holanda, Inglaterra, Austrália, África
do Sul, Eslovênia, México, Noruega
ria de Custos em A equipe do IBEC que foi propor e Malásia.
nosso país, contri- o Rio de Janeiro/Brasil como sede
do Congresso de 2016, integrada A partir da definição pelo Conse-
buindo para elevá por mim, representante do IBEC no lho Mundial de que o IBEC é a enti-
-la à condição de ICEC, e por Joyce Dias, teve a au- dade organizadora do 10º Congres-
sência sentida de Paulo Dias que so Mundial, colocamos mãos à obra
ciência, valorizando não pôde estar presente por proble- e a comissão interna de organização
seus profissionais. mas de saúde por ele enfrentados. iniciou contatando o Rio Convention
Nossa equipe também teve o reforço and Visitors Bureau, escritório de
de peso de Ângelo Vale, vice-presi- consultoria competente e que muito
ro, nossa cidade de belezas naturais dente do ICEC para as Américas, de nos tem ajudado, bem como, entra-
conhecidas em todo mundo, maior Sergio Arantes, da Petrobras, e por mos em contato com inúmeras em-
destino turístico do Brasil e que pas- Aldo Dórea da AACE Brasil. Todos presas de organização de eventos.
sa atualmente por profundas trans- trabalharam em conjunto para a de- Além disso, criamos o site www.bra-
formações urbanas que a preparam cisão, favorável ao Brasil, do Conse- ziliandream2016.com, nossa logo-
para a Copa do Mundo de 2014 e as lho Mundial. marca e escolhemos como mascote,

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MAIO 2013 • ENGENHARIA DE CUSTOS

Congresso Mundial África do Sul 2012

o famoso João de Barro, pássaro -ES), Luiz Paulo Corrêa da Rocha todo o país – e aqui vale lembrar a
construtor, verdadeiro símbolo do (Deputado Estadual-RJ), Paulo Ra- solenidade de aniversário do IBEC e
Brasil por estar presente em muitas mos (Deputado Estadual-RJ), Fran- comemoração pelo Dia do Engenhei-
regiões e por construir, com método cis Bogossian (Presidente do Clube ro de Custos desde 2007, o Primeiro
próprio, suas casas maravilhosas. de Engenharia), Márcio Fortes (Pre- Fórum Brasileiro de Obras Públicas,
Era também necessário planejar físi- sidente da APO), Ícaro Moreno Jr. que aconteceu em oito capitais do
ca e financeiramente, divulgar o mais (Presidente da EMOP), Aldo Dórea país – é necessária a construção
amplamente possível e o que é mais (Presidente da AACE Brasil), Wag- de um amplo arco de apoio e parti-
importante, formar uma Comissão ner Victer (Presidente da CEDAE), cipação da comunidade científica e
de Notáveis, que dividissem com o Alexandre da Silva (Secretário de tecnológica, bem como de empresas
IBEC esta enorme responsabilidade Obras da Prefeitura do Rio), Jobson públicas e privadas, envolvidas com
de construir um dos maiores con- Nogueira de Andrade (Presidente empreendimentos de construção e
gressos da engenharia já ocorridos do CREA-MG) e Juarez Samaniego montagem. É fundamental garantir
em nosso país. Juntamos tudo, lan- (Presidente do CREA-MT). a presença do Sistema CONFEA/
çamos o Congresso e apresentamos CREA’s, das entidades represen-
oficialmente a Comissão de Notáveis Esperamos con- tativas de profissionais da enge-
em concorrida solenidade no dia 07 nharia, de órgãos fiscalizadores, de
de novembro de 2012, no Clube de tar com o aporte Universidades, de parlamentares e
Engenharia do Rio de Janeiro. de propostas e de da própria sociedade que necessita
que obras públicas sejam concluídas
Compõem a Comissão o enge- ideias no sentido de com preço e tempo justos.
nheiro Paulo Dias (Presidente do realizarmos o maior
IBEC), José Chacon de Assis (Vice Estamos no momento de defini-
-Presidente Internacional do IBEC e e melhor Congres- ção do local para a realização do 10º
Presidente da FAEARJ), Liseo Zam- so do ICEC de toda Congresso Mundial de Engenharia de
pronio (Vice-Almirante Diretor da Custos 2016, na divulgação interna-
DOCM), José Tadeu da Silva (Presi- sua história cional do evento e também de fecha-
dente do CONFEA), Agostinho Guer- mento inicial de possíveis patrocínios.
reiro (Presidente do CREA-RJ), Clau- Para a realização deste grande Esperamos contar com o aporte de
dio Calheiros (Presidente da Mútua), evento, além da experiência acumu- propostas e de ideias no sentido de re-
Edinho Bez (Deputado Federal-SC), lada pelo IBEC, há muitos anos, de alizarmos o maior e melhor Congresso
Rose de Freitas (Deputada Federal inúmeros eventos de sucesso em do ICEC de toda sua história.

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ENGENHARIA DE CUSTOS • MAIO 2013

1º Fórum Brasileiro de
Custos de Obras Públicas
elabora Orientação
Técnica

O
IBEC – Instituto Brasileiro
de Engenharia de Custos –
realizou o 1º Fórum Brasilei-
ro de Custos de Obras Pú-
blicas nas principais capitais do país,
entre novembro de 2011 e agosto de
2012. O objetivo do Fórum foi discutir
metodologias adequadas para a ela-
boração de orçamentos de licitações
de obras públicas. Nesse contexto, foi
apresentada pelo IBEC uma proposta
de Orientação Técnica, aprimorada ao
decorrer do Fórum. Cada sessão reu- Mesa de Abertura SP 03.08.2012
niu representantes do IBEC de todo o
país e de suas respectivas regionais,
bem como parceiros do evento, entre mesa de abertura da sessão, comen- “A engenharia é a solução. Nós, pro-
Órgãos Públicos Contratantes, Ór- tou sobre a importância do reconheci- fissionais da engenharia que temos o
gãos Públicos de Auditoria e Fiscali- mento da engenharia de custos como notório conhecimento técnico e cientí-
zação e as empresas construtoras, ciência no país e sua luta para garan- fico é que podemos auditar licitações
associações e sindicatos. tir o preço socialmente justo. “Há 34 de obras”, afirmou José Tadeu.
anos nos esforçamos para promover o
A sessão nacional do Fórum aconte- conhecimento da engenharia de cus- O eng. Márcio Soares da Rocha, re-
ceu em São Paulo, no dia 03 de agos- tos no Brasil. Com os orçamentos das presentante regional do IBEC em For-
to de 2012, e contou com o apoio do obras públicas bem feitos e preços taleza, fez uma reflexão crítica sobre
Instituto de Engenharia, do Sinduscon melhor estimados, os gastos serão os limites de preços mínimos na Lei
-SP, do CREA-SP, do SINICESP, do bem realizados e o custo das obras de Licitações. Segundo ele, o subfa-
SINAENCO, da ABECE, da ABIFER, públicas será justo, garantido a quali- turamento causa muitos problemas à
da Associação Brasileira de Cimento dades dos serviços públicos”, afirmou. sociedade e um deles é a obra para-
Portland, do CREA-DF, do Sobratema, lisada. Para o engenheiro, a maioria
do Prof. Figueiredo Consultoria, da 90 A importância do Fórum foi desta- das obras inacabadas é consequên-
Tecnologia da Informação e do Sin- cada pelo eng. José Tadeu da Silva, cia de sua má qualidade. “Quem mais
duscon-DF. presidente do CONFEA. A contribui- sofre é a população de baixa renda
ção do Fórum, segundo ele, será não porque é a principal usuária das obras
O eng. Paulo Roberto Vilela Dias, apenas para a Engenharia de Custos, públicas, como escolas, hospitais e
presidente do IBEC, que mediou a como também, para toda a sociedade. casas populares”, afirmou Márcio da

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MAIO 2013 • ENGENHARIA DE CUSTOS

Rocha. De acordo com ele, a lei das nicipais para que sejam cumpridos. Só Barros, secretário de estado do MT.
licitações possui dois dispositivos assim, vamos valorizar nossa catego-
que visam a evitar o preço irrisório, ria de engenheiros”, alegou Kurimori. O eng. José Chacon de Assis, vi-
no entanto, são ineficientes. Por isso, ce-presidente internacional do IBEC,
o engenheiro defende a reflexão e a A Subsecretaria de Infraestrutura que esteve presente no Congresso
melhoria desses dispositivos para Urbana de São Paulo - Siurb, respon- Mundial do ICEC 2012 (em Durban,
que a sociedade não sofra com obras sável pela elaboração da tabela BDI, África do Sul) indicando o Instituto
públicas de má qualidade. adotada nos orçamentos das obras de para realizar o Congresso de 2016 no
infraestrutura e edificações, foi repre- Rio de Janeiro, também foi um dos
O conselheiro do Instituto de Enge- sentada no Fórum pela coordenadora participantes do Fórum. O eng. Paulo
nharia e participante do debate, eng. de Assessoria de Custos. Alice Jesus Dias também destacou a importância
Camil Eid, falou sobre as normas téc- Delgado Matias discursou sobre os do Congresso de 2016 para o IBEC.
nicas para a elaboração de orçamento critérios utilizados na adoção da tabe- “Temos um grande desafio pela frente
de obras de construção civil. Segundo la e na ideia de melhorar a esfera do para que o Congresso seja o melhor
ele, o assunto é de fundamental im- orçamento público. Ignacio Soloven- que já teve”, afirmou.
portância para o mercado da constru- tisk, engenheiro do Siurb, explicou as
ção, que se encontra carente de regu- modificações feitas na tabela para a Ao final do Fórum, a Comissão
lamentações e normas que orientem modernização dos serviços em edifi- Técnica responsável pela compilação
os profissionais da área. Camil Eid cações. Segundo ele, visando à trans- da proposta de Orientação Técnica
também apresentou os fundamen- parência e à qualidade dos serviços mediou um ciclo de debates com os
tos que devem reger a elaboração de prestados pelo órgão, a tabela de cus- espectadores. Os professores Wilton
orçamentos de obras e serviços nos tos foi publicada na internet. de Alvarenga Vianna Baptista (IBEC
mais variados segmentos da enge- Belo Horizonte), Márcio Soares da
nharia civil. Também estiveram presentes no Fó- Rocha (IBEC Fortaleza), Francisco
rum Nacional o Eng. Flávio Correa de das Chagas Figueiredo (IBEC Brasí-
Moacir Sevilha Duarte, diretor-pre- Souza, presidente do CREA-DF, Sér- lia) e Paulo Dias, presidente do IBEC,
sidente da ABCR, destacou que o gio Marques Assumpção, o diretor do esclareceram dúvidas dos presentes
tema discutido no fórum é de particu- Sinaenco-SP, Carlos Roberto Lopes de no evento e dos que participavam do
lar interesse para o Setor de Conces- Araújo, da ABCR e Gonçalo Aparecido Fórum por videoconferência.
sões de Rodovias. Segundo Sevilha,
esses tipos de contratos são de longo
prazo, durante o qual, surge a neces-
sidade de investimentos não previs-
tos. O diretor-presidente da ABCR
afirmou que a grande dificuldade do
setor é a definição dos custos desses
investimentos que têm que ser incor-
porados aos contratos. “Essa é a ra-
zão por que a ABCR se sentiu honra-
da em poder apoiar a realização do
evento e aproveitar para a discussão
da questão de obras públicas que é
específica do setor”. Público Participante Florianópolis 09.07.2012

O presidente do CREA-SP, eng.


Francisco Kurimori, destacou a ne-
cessidade de regulamentação de uma
orientação técnica adequada e de um
critério único para todos os envolvidos
(órgãos públicos contratantes, em-
preiteiros, controle social e institucio-
nal, entre outros). “Tudo isso tem que
se transformar em regulamento, não
apenas em desejo, isso tem que estar
aprovado no Congresso Nacional, nas
assembleias legislativas dos estados Público Participante SP 03.08.2012
e aprovado também nas câmaras mu-

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ENGENHARIA DE CUSTOS • MAIO 2013

O Fórum pelo país

A
primeira sessão regional foi
realizada em Cuiabá, no dia
1 de dezembro de 2011, e
contou com o apoio da AMM
(Associação Mato-Grossense dos
Municípios), do Sinduscon do MT, do
SINCOP-MT (Sindicato da Indústria
da Construção Pesada do Estado de
Mato Grosso), do TC/MT (Tribunal de
Contas de Mato Grosso), da Secreta-
ria de Estado das Cidades e do Go- Eng. José Chacon de Assis (FAEARJ) em apresentação RJ 30.01.2012
verno do Estado de Mato Grosso.

A regional do Rio de Janeiro, que de Obras, Rodoviárias), do EcoCons-


realizou o Fórum no dia 30 de janeiro truct Brazil, do Fórum Agenda 21 de
de 2012, teve o apoio do Clube de En- Minas Gerais, do MCPA (Movimento
genharia do Rio de Janeiro, do CRE- de Cidadania Pelas Águas Brasil),
A-RJ, do Sinduscon-RIO, da AEERJ da DA (Società DANTE ALIGHIERI),
(Associação das Empresas de Enge- do Sinduscon-MG, da CODEMIG, do
nharia do Rio de Janeiro), da FAE- DEOP (Departamento de Obras Pú-
ARJ (Federação das Associações de blicas do Estado de Minas Gerais e
Engenheiros e Arquitetos do Estado do GOVERNO DE MINAS GERAIS -
do Rio de Janeiro), do TCE-RJ, da Transportes e Obras Públicas.
Fórum em Florianópolis
ALERJ e da SMO/PCRJ (Secretaria
Municipal de Obras da Cidade do Rio
de Janeiro / Prefeitura da Cidade do
As discussões fo-
Rio de Janeiro). ram acaloradas e ob- TUA-CE, do Sinduscon-CE, da Caixa
tiveram um resulta- Econômica Federal, do TCU (Tribunal
de Contas da União / SECEX-CE), do
do ímpar TCE do Ceará, da FUNASA, da Geo-
Pac Engenharia e Consultoria Ltda.,
Em Vitória, o Fórum foi realizado do ESPLAM (Escritório de Assesso-
no dia 14 de abril de 2012 e contou ria em Projetos Públicos), e do IAECE
com o apoio do CREA-ES, do Siste- (Instituto de Auditoria de Engenharia
ma FINDES, do Instituto de Arquite- do Ceará).
tos do Brasil, do Porto de Vitória, do
Sinduscon-ES e do Sinprocim. No dia Em Florianópolis, o Fórum foi re-
Mesa de abertura BH 15.02.2012 24 do mesmo mês, foi a vez do Fó- alizado no dia 09 de julho de 2012
rum de Custos de Obras Públicas na e contou com o apoio do Governo
Na regional de Belo Horizonte, o regional de Brasília, com o apoio do Federal, da Eletrobras Eletrosul, da
Fórum de Custos de Obras Públicas CREA-DF, do Sinduscon-DF, do MU- ACE (Associação Catarinense de
foi realizado em 15 de fevereiro de TUA-DF (Caixa de Assistência dos Engenheiros), do Sistema FIESC,
2012 com o apoio do CREA-MG, do Profissionais do CREA), SENGE-DF do CREA-SC, do Tractebel Energia
SICEPOT-MG (Sindicato da Indústria (Sindicato dos Engenheiros no Distri- S.A., do SINAENCO-SC e do Sin-
da Construção Pesada do Estado de to Federal), Sinaenco-DF, do CENB duscon Fpolis.
Minas Gerais), do Instituto Internacio- (Clube de Engenharia de Brasília), da
nal de Engenharia, do SINGEO-MG ASBRACO (Associação Brasiliense Todas as sessões do Fórum con-
(Sindicato de Geólogos do Estado de de Construtores), da NOVACAP e da taram com um público privilegiado e
Minas Gerais), da INFRAERO, do Ins- Prof. Figueiredo Consultoria. interessado na discussão do tema em
tituto Águas da Terra, do SINAENCO função da melhoria de todos os pro-
-MG, do DNIT, do DER-MG, do IEA-TM Na regional de Fortaleza, o Fó- cessos que envolvem a elaboração
(Instituto de Engenharia e Arquitetu- rum foi realizado no dia 11 de maio de orçamentos pré-licitatórios dentro
ra do Triângulo Mineiro), da ANEOR de 2012 e teve o apoio do CREA-CE, dos critérios técnicos existentes na
(Associação Nacional das Empresas do SENGE-CE, do SEINFRA, do MU- engenharia de custos. As discussões

20
MAIO 2013 • ENGENHARIA DE CUSTOS

Público Participante Vitória 14.04.2012

foram acaloradas e obtiveram um re-


sultado ímpar, que pode ser observa-
Palestra Florianópolis do na qualidade do documento final
da Orientação Técnica.

O êxito dos eventos também pode


ser evidenciado pela quantidade do
público presente. Entre participantes
presenciais e por videoconferência, o
Fórum contou com aproximadamente
1.000 pessoas.

O IBEC, no entanto, é consciente


de que esta iniciativa é só mais uma
Mesa de Abertura RJ 30.01.2012 Mesa de Debates Cuiabá 30.11.2011 etapa da continuidade necessária a
ser seguida em prol do preço justo.

O sucesso do 1º Fórum Brasileiro


de Custos de Obras Públicas

O
IBEC realizou este Fórum em oito capitais do
país a fim de garantir uma metodologia ade-
quada para o cálculo do preço de referência
das obras públicas. O país necessita urgente-
mente de uma metodologia capaz de assegurar à enge-
nharia nacional meios para o cálculo de um preço justo
para as obras públicas. À vista disso, foi elaborada uma
Orientação Técnica inicial.

A participação de profissionais, entidades represen-


tativas, empresas e governo foi ampla, atingindo mais
de 1.000 pessoas, além de contribuições via internet, Mesa de abertura Fortaleza 11.05.2012
que geraram um produto final resultante da visão de
toda a sociedade.
execução das obras, como também pela impossibilidade
Portanto, a Orientação Técnica para Cálculo do Preço de aproveitamento e utilização dos serviços que seriam
de Referência das Obras Públicas, produzida pelo Fó- prestados pela construção.
rum, é fundamental para que governo e empresas priva-
das convivam harmoniosamente, com preço justo e ga- O sucesso foi enorme tendo em vista que, pela pri-
rantindo à sociedade obras com qualidade, prazo e sem meira vez, foram colocados lado a lado profissionais do
paralisações. Algumas obras definitivas oneram sobre- sistema CONFEA/CREA’s e suas entidades representa-
maneira o Estado, prejudicando a qualidade de vida da tivas, órgãos públicos contratantes, auditores e empre-
população, não só pelo longo prazo e desnecessário de sas prestadoras de serviço.

21
ENGENHARIA DE CUSTOS • MAIO 2013

IBEC apresenta
resultado do 1º
Fórum Brasileiro de
Obras Públicas

A
pós realização do 1º Fórum
Brasileiro de Obras Públi-
cas em oito capitais brasi- Mesa de Abertura Cuiabá 30.11.2011
leiras, entre 2011 e 2012, o
IBEC realiza a Palestra Técnica “Or-
çamentos de Obras Públicas - Apre- mentação de obras públicas no país.
sentação da Orientação Técnica OT- Compuseram a mesa de abertura, o
004-2013-IBEC”. presidente do CREA-MG, eng. Job-
son de Andrade; o diretor do Sinaen-
Compilada pelo núcleo da comis- co, eng. Yuzo Sato; diretor regional
são técnica do IBEC, composta pe- do IBEC-BH, eng. Wilton Baptista; o
los engenheiros Paulo Roberto Vilela presidente da FAEARJ (Federação
Dias (coordenador da OT), Francis- das Associações de Engenheiros e
co das Chagas Figueiredo (membro Arquitetos do Estado do Rio de Ja-
da Comissão Técnica da OT do DF), neiro), eng. José Chacon Assis; e o
Público Participante Fortaleza 11.05.2012
Wilton de Alvarenga Vianna Baptis- presidente do IBEC-Brasil, eng. Pau-
ta (membro da Comissão Técnica da lo Roberto Vilela Dias, que conduziu
OT de MG) e Marcio Soares da Ro- a palestra.
cha (membro da Comissão Técnica sociação Matogrossense de Municí-
da OT do CE), a Orientação Técnica A segunda Palestra Técnica de pios, local onde aconteceu o evento.
está sendo apresentada pelas regio- 2013 aconteceu em Cuiabá, no dia 14 Estiveram presentes, ainda, a enge-
nais que receberam o fórum, porém de março. Compuseram a mesa de nheira Sheila Marcon (Sinduscon) e
o objetivo é levá-la para as demais abertura, o Secretário de Habitação o engenheiro Jean Augusto Moraes
capitais brasileiras a partir do próxi- (Secretaria Estadual de Saúde).
mo semestre.
A Orientação Técni- Em Fortaleza, a Palestra Técni-
ca está sendo apresen- ca foi realizada no dia 22 de março.
Compuseram a mesa de abertura, o
tada pelas regionais gerente de logística do Departamento
que receberam o fó- Estadual de Rodovias (DER), Ademir
rum, porém o objetivo é Teixeira; a presidente do SENGE-CE,
engª. Tereza Neumman de Freitas; o
levá-la para as demais secretário especial de Saúde Indíge-
capitais brasileiras na, Jorge Luiz Rodrigues Cursino; o
Auditor do Departamento de Arquite-
e Desenvolvimento Urbano de Vár- tura e Engenharia (DAE), Francisco
Público Participante BH 15.02.2012 zea Grande, eng. Tarciso Bassan; o Alves de Aguiar; o presidente da FAE-
presidente do CREA-MT, eng. Juarez ARJ e vice-presidente do IBEC, eng.
Até o momento, a Palestra Téc- Samaniego; o presidente da FAEARJ José Chacon de Assis; o presidente
nica aconteceu em Belo Horizonte, e vice-presidente do IBEC, eng. José do IBEC, eng. Paulo Roberto Vilela
Cuiabá, Fortaleza e Florianópolis. No Chacon de Assis; o presidente do Dias; e o engenheiro Márcio Soares
dia 07 de março, o IBEC apresentou IBEC, eng. Paulo Roberto Vilela Dias; da Rocha, do IBEC de Fortaleza.
a Orientação Técnica no auditório o eng. Luciano Kanacilo, represen-
do CREA-MG. Estiveram presentes tando a Caixa Econômica Federal e a E a última capital a apresentar a
aproximadamente 50 profissionais Arquiteta Fernanda Amorim, Gerente Orientação Técnica foi Florianópolis,
interessados na discussão da orça- da Central de Projetos da AMM, As- na manhã do dia 05 de abril. Constitu-

22
MAIO 2013 • ENGENHARIA DE CUSTOS

íram a mesa de abertura o presiden- para elaboração da Orientação Técni- A Palestra Técnica de Florianó-
te do IBEC, eng. Paulo Riberto Viella ca, apresentada neste evento. Entre polis recebeu uma contribuição
Dias; o presidente do CREA-SC, eng. os diversos participantes, estiveram do Deputado Federal Edinho Bez,
Carlos Alberto Kita Xavier; o vice presentes representantes do Banco agregando valor ao evento. O De-
-presidente internacional do IBEC e do Brasil, Eletrobras, AGESC, INSS, putado falou sobre a importância
presidente da FAEARJ (Federação UFSC, e demais profissionais de Ór- na fomentação do tema, orçamen-
das Associações de Engenheiros e gão Públicos, fiscalizadores e empre- tos de obras públicas, para o Esta-
Arquitetos do Estado do Rio de Ja- sas privadas. do e o país.
neiro), eng. José Chacon de Assis; o
presidente da ACE (Associação Cata-
rinense de Engenheiros), eng. Celso Calendário das próximas palestras
Ternes Leal; o coordenador do IBEC
-SC, Adriano Carlos Ribeiro; e o De-
putado Federal Edinho Bez. Brasília: 07/05 Vitória: 14/06

A palestra ministrada pelo enge- São Paulo: 22/05 Aracaju: 10/07


nheiro Paulo Dias recebeu a pre-
sença de mais de 60 profissionais Rio de Janeiro: : 25/06 Salvador: A confirmar
interessados na discussão de meto-
dologias adequadas para a elabora-
ção de orçamentos de licitações de Para mais informações, acesse o site: forumobraspublicas.com.br
obras públicas, principal motivação

A Orientação Técnica
OT-004-2013-IBEC

C
omprometido Na Orientação Técnica, profissionais de empresas en-
com a quali- volvidas no processo de construção podem encontrar, por
dade e o bom exemplo, modelos de planilha de composição de custo uni-
andamento tário de serviço, planilha para cálculo dos encargos sociais
das obras públicas de e complementares, modelo de cálculo percentual do BDI
nosso país e em busca (Benefício e Despesas Indiretas), entre outras referências.
do preço socialmente O BDI, elemento orçamentário destinado a cobrir todas as
justo, o IBEC (Instituto despesas indiretas de um empreendimento (mão de obra
Brasileiro de Engenha- e equipamentos, por exemplo), é a parcela de custo que,
ria de Custos) elaborou agregada aos gastos diretos de uma obra devidamente or-
a Orientação Técnica çada, permite apurar o seu custo total.
OT-004-2013-IBEC. Vi-
sando a evitar obras Para que uma obra de engenharia seja feita com segu-
mal feitas, utilização de rança, economia e técnica faz-se necessária a elaboração
materiais de baixa qua- de Orçamentos de Referência das licitações de obras e
lidade e prejuízo a toda serviços de Engenharia, de acordo com os conceitos e téc-
a sociedade brasileira, a nicas da Engenharia de Custos e conforme o exigido nos
OT apresenta uma metodologia para cálculo do preço de preceitos legais. Por isso, a OT também apresenta defini-
referência de obras públicas. ções básicas dessa área para controle dos recursos mo-
netários necessários à realização dos serviços que consti-
Como o Brasil é carente de normas técnicas, pesquisa tuem uma obra.
e bibliografia sobre a Engenharia de Custos, a Orientação
Técnica contribui para o conhecimento dessa área no país. A Dessa forma, as normas técnicas contidas na Orienta-
OT fornece as ferramentas necessárias para que um serviço ção Técnica asseguram a qualidade dos projetos de en-
de engenharia tenha seu preço devido, englobando todos genharia, a transparência dos processos licitatórios e a
os custos devidos ao prestador de serviços para que este observação da compatibilidade dos preços das obras e
possa ter o ressarcimento integral da prestação de serviço. serviços do mercado local.

23
ENGENHARIA DE CUSTOS • MAIO 2013

Câmara de Conciliação, Mediação e Arbitragem


de Preços Contratuais do IBEC já está em
funcionamento
no início das negociações e que, em
geral, levam à sua interrupção.

A Arbitragem tem semelhança com


o Processo Judicial apesar de uma
diferença fundamental, a primeira é
administrada por uma Câmara de
Arbitragem, um processo privado
em que o árbitro é escolhido pelas
partes, o segundo é administrado
pelo Estado.

A
Acaba de entrar em fun- As regras da Mediação e Arbitragem
cionamento a Câmara de são definidas a partir da Lei Federal O objetivo do IBEC é tornar mais rápi-
Conciliação, Mediação e nº 9.307 de 23 de setembro de 1996, das possíveis soluções que venham a
Arbitragem de Preços Con- definindo que a “arbitragem se realize surgir em litígios contratuais, gerados
tratuais do IBEC, mais um serviço a com base nos princípios gerais de di- por problemas criados por lacunas na
ser prestado pela entidade na cons- reito, nos usos e costumes e nas re- legislação ou nas normas existentes e
trução de uma melhor relação entre gras internacionais de comércio”. A que tem difícil solução pelos caminhos
órgãos públicos e empresas contra- Mediação é uma técnica consensual judiciais usuais.
tadas em nosso país, com o objetivo em que um terceiro, o Mediador, ten-
prioritário de garantir o bom andamen- ta auxiliar partes a encontrar soluções José Chacon de Assis
to de obras públicas. que não eram vislumbradas por elas Vice-Presidente Internacional do IBEC

O Dia do Engenheiro de Custos “Engenheiros de Custos


do Ano”:
memorar o Dia do Engenheiro de Cus- 2007
tos. A festividade reúne autoridades José Marques Ferreira Vicente
públicas e engenheiros que se desta- Miguel Stabile
Celso Ragazzi
caram no ramo da Engenharia de Cus-
tos ou contribuíram para a promoção e 2008
aplicação desta ciência no país. Maçahico Tisaka
Foto: Banco de Imagem
Acreditando que a valorização des- 2009
Mário Romualdo de Oliveira
ses profissionais agrega benefícios no

C
omo conquista de sua luta desenvolvimento da ciência de cus- 2010
pelo reconhecimento da tos e na busca de maior e merecido Jeferson Faria Vianna
Engenharia de Custos en- reconhecimento na área, o IBEC ho- Nelson Castello Branco Rodrigues
quanto ciência e do profis- menageia profissionais que se empe- Jorge Willian Ferreira Teixeira
sional dessa área, foi instituída a Lei nham pela Engenharia Nacional. Des- 2011
nº 4.095/2006 que comemora o Dia do de 2007, o IBEC realiza a premiação Luciana Barbosa Ramos Reis
Engenheiro de Custos. A lei foi criada desses destaques na solenidade do Maria das Graças Silveira Farias
no dia 09 de novembro de 2006 pelos “Dia do Engenheiro de Custos”. Além
deputados estaduais Luiz Paulo Cor- das homenagens aos Engenheiros de 2012
Ícaro Moreno Jr.
rêa da Rocha e Paulo Ramos. Custos, também são homenageados, Sérgio Arantes
neste dia, outros profissionais com os
No mês de maio de todo ano, por títulos “Destaque do Ano”, “Persona- 2013
ocasião da data de sua fundação, o lidade do Ano” e “Professor do Ano”, José Tadeu da Silva
IBEC realiza uma solenidade para co- bem como “Empresa Destaque”.

24
MAIO 2013 • ENGENHARIA DE CUSTOS

Dia do Engenheiro
de Custos 2013

N
este ano, na solenidade pelo Dia do Engenheiro Bez, Nelton Friedrich (Itaipu Binacional), Clovis Lascosque
de Custos e seus 35 anos, o IBEC prestará ho- (CODESA) e Jorge Luiz Macedo Bastos (ANTT).
menagem a José Tadeu da Silva, com o título de
“Engenheiro de Custos do Ano”. O Ministro Arol- As Associações de Engenheiros do Estado do Rio
do Cedraz será homenageado com o título “Personalidade de Janeiro serão especialmente homenageadas, as-
do Ano”. Por sua contribuição para um país melhor, recebe- sim como os deputados Luiz Paulo Corrêa da Rocha e
rão o título de “Destaques do Ano” os profissionais: Almi- Paulo Ramos, criadores da Lei do Dia do Engenheiro
rante Liseo Zampronio (DOCM), Deputado Federal Edinho de Custos.

tão de Projetos, pelo Instituto Brasilei- e de Salvador, na Bahia; Universida-


ro de Mercados de Capitais - IBMEC, de Salgado de Oliveira, como diretor
em Gestão de Negócios pela Funda- responsável pela implantação do cam-
ção Getúlio Vargas e especialista em pus de Brasília; e no Senado Federal,
Planejamento, Gestão e Controle dos onde foi assessor técnico do gabinete
Transportes Terrestres pelo Centro do Senador Wellington Salgado e do
Interdisciplinar de Estudos em Trans- gabinete do Senador Hélio Costa.
portes da Universidade de Brasília.
Empossado no cargo de diretor da
Sua experiência profissional regis- ANTT em setembro de 2010, além
tra atividades tanto no setor público de ativa participação nos processos
como na iniciativa privada, com des- deliberativos da ANTT, Jorge Bastos
taque para atuações bem sucedidas promoveu importantes eventos de ca-
nos seguintes pontos e instituições: na ráter nacional e internacional sobre a
Jorge Bastos Consultoria Ouro Preto, como consul- questão ferroviária brasileira, trazen-
tor sênior, onde atuou na área admi- do à agenda de debates do setor te-
nistrativa; Associação Salgado de Oli- mas relativos ao transporte regional
Jorge Luiz Macedo Bastos é gra- veira, exercendo o cargo de assessor de passageiros e padronização de
duado em administração de empre- da presidência, responsável pela im- sistemas de comunicação e sinaliza-
sas pelo Centro Universitário Augusto plantação dos campi de Juiz de Fora ção, este último, com vistas à intero-
Motta, com pós-graduação em Ges- e Belo Horizonte, em Minas Gerais, perabilidade no transporte ferroviário.

Clovis Lascosque foi indicado Dois anos depois, foi contratado


pela Secretaria de Portos (SEP) e to- como engenheiro, tendo passado
mou posse como presidente, em 29 nos anos seguintes por diversos
de novembro de 2011, da Companhia cargos na empresa. Capixaba de
Docas do Espírito Santo (CODESA). Vila Velha, Lascosque é casado e
Ele é funcionário de carreira da Com- tem duas filhas. Ele é considera-
panhia. Lascosque é formado em Tec- do pelos colegas como um profis-
nologia Mecânica pela Universidade sional exemplar, dedicado, e que
Federal do Espírito Santo (UFES). En- tem tido uma atuação brilhante
Clovis Lascosque trou na CODESA como estagiário de nos setores em que passou pela
engenharia em 26 de agosto de 1976. Companhia.

25
ENGENHARIA DE CUSTOS • MAIO 2013

Deputado Paulo Ramos


do dos que cuidam da Engenharia de mais amplo, em homenagem à morali-
Custos. Tenho procurado estabelecer dade pública e em respeito ao dinheiro
uma discussão entre a qualidade e da população. Numa das reuniões do
os custos das obras públicas, minha IBEC, o deputado Luiz Paulo Corrêa da
maior preocupação. Pois, nas obras Rocha, que é engenheiro, e eu vimos
ligadas à iniciativa privada, os interes- a necessidade de existir um dia para
ses em jogo já cuidam para que haja homenagear o engenheiro de custos, e
um custo adequado. sugerimos uma proposta de lei.

Dep. Paulo Ramos Nas obras públicas, no entanto, as Hoje torcemos para que o IBEC seja
licitações, muitas vezes, dão a vitória muito mais conhecido, e que os pró-
a quem ofertou o menor preço, não prios gestores públicos passem a ter

S
ou oriundo dos quadros da permitindo a realização de uma obra uma interlocução com o IBEC, para
Polícia Militar e deixei a cor- de qualidade. Por outro lado, temos a que amanhã as obras públicas e seu
poração como Major. Sou situação do superfaturamento, como o custo não sejam alvos de tantas sus-
advogado, fiz administração caso do Maracanã, reformado ao cus- peições e críticas. Além disso, o IBEC
e vários outros cursos. Fui deputado to de quase um bilhão de reais. Isso dá ao profissional uma estrutura de
federal por dois mandatos e sou depu- assusta a população. proteção para que ele possa cumprir
tado estadual por quatro. Sempre me sua responsabilidade social e não fi-
envolvi muito nas questões ligadas ao A Engenharia de Custos hoje tem que à mercê de interesses mais liga-
papel do Estado e aos serviços públi- um papel preponderante e precisa dos ao lucro ou ao desvio de recursos
cos. Por isso, tenho grande admiração ser levada em consideração. Ela vem públicos. O IBEC está de parabéns
e fico muito feliz por ter me aproxima- ocupando um espaço que deveria ser pelo seu dia.

Deputado Luiz Paulo


Corrêa da Rocha

nosso país. O custo jamais foi estuda- Fizemos aprovar a lei 4.905 do ano de
do nas faculdades de forma aprofun- 2006, e o IBEC tem comemorado, des-
dada, isto é, nas suas composições. de então, o Dia do Engenheiro de Cus-
E o IBEC cuida especificamente para tos. Com isso, divulga essa atividade
Dep. Luiz Paulo Corrêa Rocha que a obra tenha o preço justo, não o tão importante da Engenharia para
menor, pois o preço aviltante leva a todo o país, mostrando sua importân-
obras de pouca qualidade. É um gran- cia aos Tribunais de Contas do Esta-
de trabalho de vanguarda do IBEC le- do, ao Tribunal de Contas da União e

S
ou engenheiro civil formado var o conhecimento àqueles que se in- aos principais órgãos contratantes de
pela UFRJ, com mestrado teressam pelo custo final de uma obra. obras públicas.
em transportes, também pela
COPPE. Já fui secretário de A Engenharia de Custos, no entan- Gostaria de saudar o IBEC que está
obras da cidade do Rio de Janeiro, to, não vinha tendo uma grande divul- completando 35 anos de existência.
de meio ambiente, de urbanismo e de gação pública. Dessa forma, o deputa- Já deixou há muito a adolescência e
transportes. A Engenharia de Custos, do Paulo Ramos e eu, ao irmos a um chegou à maturidade. Dando demons-
promovida pelo IBEC com grande in- evento do IBEC, verificamos que seria trações de que veio para ficar e produ-
sistência, é fundamental para melho- muito interessante uma divulgação da zir um bom resultado para a Engenha-
rar a qualidade das obras públicas em promoção do engenheiro de custos. ria Nacional.

26
MAIO 2013 • ENGENHARIA DE CUSTOS

As Associações
de Engenheiros e
Arquitetos do Estado
Rio de Janeiro
Mesa da Reunião de Diretoria da FAEARJ

C
om a principal missão de defender e representar os interesses dos engenheiros e arquitetos do Estado do
Rio de Janeiro, e de serem uma importante instância social e cultural, as Associações de Engenheiros e
Arquitetos desempenham papel fundamental em nosso estado, integrando essa grande malha de entidades
formadoras do Sistema CONFEA/CREAS.

Por sua história de lutas e de atuação pela valorização dos profissionais da Engenharia e Arquitetura em nosso estado
e em todo país, essas associações merecem destaque e, por isso, são homenageadas pelo IBEC.

No entanto, as associações no Estado do Rio estão carentes, principalmente do apoio do Sistema CON-
FEA /CREAS, para garantirem a própria sobrevivência, necessitando do trabalho conjunto institucional e de
apoio financeiro para continuarem sua contribuição à Engenharia Brasileira.

As Associações de Engenheiros e AEEFL – Associação dos Engenhei- APENARQUI – Associação Profis-


Arquitetos do Estado do Rio de Ja- ros da Estrada de Ferro Leopoldina sional de Engenharia e Arquitetura
neiro são: de Itaboraí
AENFER – Associação de Engenhei-
AAEZO – Associação de Engenheiros ros Ferroviários APG-RJ – Associação profissional
e Arquitetos da Zona Oeste dos Geólogos do Estado do Rio
AERO – Associação de Engenheiros e de Janeiro
ABEA – Associação Brasileira de En- Arquitetos de Rio das Ostras
genheiras e Arquitetas ASAERLA – Associação de Arquitetos
AEVR – Associação de Engenheiros e Engenheiros da Região dos Lagos
ABENC RJ – Associação Brasileira de de Volta Redonda
Engenheiros Civis CLUBE DE ENGENHARIA
AFEA – Associação Fluminense de
ABPE – Associação Brasileira de Pon- Engenheiros e Arquitetos SARJ – Sindicato dos Arquitetos e Ur-
tes e Estruturas banistas no Rio de Janeiro
ALFEA – Associação Leste Flumi-
ADAE – Associação Duquecaxiense nense de Engenheiros, Arquitetos SEAERJ – Sociedade Engenheiros Ar-
de Arquitetos e Engenheiros e Arquitetas quitetos do Estado do Rio de Janeiro

AGEA – Associação Gonçalense de ANFEA – Associação Norte Fluminen- SEANI – Sociedade de Engenheiros e
Engenheiros e Arquitetos se de Engenheiros e Arquitetos Arquitetos de Nova Iguaçu

AEANF – Associação dos Engenhei- APEA – Associação Petropolitana de SENGE – Sindicato dos Engenheiros
ros e Arquitetos de Nova Friburgo Engenheiros e Arquitetos no Estado do Rio de Janeiro

AEARJ – Associação dos Enge- APEFERJ – Associação Profissional SOBES-RIO – Sociedade Brasilei-
nheiros Agrônomos do Estado do de Eng. Florestais do Estado do Rio ra de Engenharia de Segurança do
Rio de Janeiro de Janeiro Trabalho

27
ENGENHARIA DE CUSTOS • MAIO 2013

Entrevista
José Tadeu da Silva
Presidente do CONFEA e da FEBRAE

José Tadeu da Silva

Formado pela PUCCAMP em 1976 e empresário atuante na área de consultoria, perícia, avaliações e engenharia,
José Tadeu da Silva é um dos homenageados do IBEC no Dia do Engenheiro de Custos de 2013. Fundador de várias
Entidades de Classe e da Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Mogi Guaçu, José Tadeu é o atual presidente
do CONFEA (Conselho Federal de Engenharia e Agronomia) e da Febrae (Federação das Associações de Engenharia,
Arquitetura e Agronomia do Estado de São Paulo). José Tadeu também foi eleito presidente da UPADI (União Pan Ame-
ricana de Associações de Engenheiros) para o período de 2015 a 2017.

A organização que promove a integração das entidades representativas da engenharia da região pan-americana pos-
sui 27 países membros. Criada em 20 de julho de 1949, a UPADI teve sua última sede (de caráter flutuante até então)
instalada na Costa Rica, entre 2009 e 2012. Recentemente, os países membros da União determinaram que sua sede
internacional seria permanente e o Brasil foi o país escolhido para sediá-la. A partir de 2013, a sede definitiva da UPADI
passou a ser no Rio de Janeiro, em um espaço cedido pelo IBEC, na sua sede nacional. Essa mudança e os benefícios
por ela trazidos à Engenharia Nacional são tratadas por José Tadeu da Silva, nessa entrevista. Além de contar sobre
sua trajetória profissional, ele nos conta como é a atuação do CONFEA e da Febrae na Engenharia do Brasil e do Rio de
Janeiro. Leia a íntegra da entrevista.

A Revista Engenharia de Custos: de Luiz Carlos Moura, tendo-o suce- concorrer à presidência do Confea
Conte-nos um pouco sobre sua traje- dido na presidência. Minha vida até a e presido o Conselho Federal desde
tória de vida e seu ingresso no Confea. presidência da Febrae passou por uma 2012, com mandato até 2014.
história de militância nas entidades de
José Tadeu da Silva: Iniciei minha classe de São Paulo e, depois, do Rio A Revista Engenharia de Cus-
vida na política classista em 1982, na de Janeiro, na Febrae, inclusive partici- tos: Quais são as expectativas para
cidade de Mogi Guaçu (SP), na Asso- pando com as entidades de todo o nos- a nova sede da UPADI no Brasil e
ciação de Engenheiros e Arquitetos so Brasil. Na militância junto às entida- quais os benefícios dessa contri-
de lá. Depois fui para a Faeasp onde des de classe, meu nome foi indicado buição do IBEC?
ocupei todos os cargos, inclusive o para a presidência do CREA-SP logo
de presidente, de 2000 a 2006. Como que concluí meu mandato na Faeasp. José Tadeu da Silva: Em Cuba,
uma entidade que congrega mais de No CREA-SP, cumpri dois mandatos Havana, no ano de 2012, tivemos a
200 entidades federais, a Faeasp é fi- eleitos pelas entidades de classe. De Convenção da UPADI, onde houve a
liada à Febrae, para a qual fui indica- 2006 a 2008 e de 2009 a 2011. Ao final eleição para sua presidência, tendo
do como representante da Faeasp. Na de 2011, essas mesmas entidades do sido eleito Luiz Havelino, de Hondu-
Febrae, participei da gestão do eng. Estado de São Paulo e de todo o país ras, de 2013 a 2015, que sucedeu nos-
Ramalho Ortigão, e fui vice-presidente filiadas à Febrae me indicaram para sa presidenta Irene Campos. Fui eleito

28
MAIO 2013 • ENGENHARIA DE CUSTOS

presidente da UPADI para o período pais filiadas à Febrae. Agora, com a cujo decreto foi regulamentado em
de 2015 a 2017. Antecedendo essa UPADI funcionando no espaço cedi- 1966 pela lei federal 5.194. Hoje, 50
reunião, no final de 2011, houve a As- do pelo IBEC, temos certeza de que anos depois, a lei já está arcaica. Para
sembleia da UPADI, aqui no Brasil. a ciência da Engenharia de Custos irá o momento, no entanto, a lei cumpria o
Com a alteração do Estatuto, foi criada crescer muito, não só no Brasil, mas papel de regulamentação das nossas
uma sede permanente em um dos pa- também junto aos países que com- profissões. Contudo, estamos no sé-
íses a ela filiados. Na ocasião, o Brasil põe as três Américas. É importante culo 21, e há uma necessidade muito
pleiteou essa sede. A partir de 2013, que se trate a Engenharia de Custos grande de darmos a contribuição ne-
passamos a sediar a UPADI. Aqui na como uma ciência que permite aos cessária ao país com a atualização da
sede da Febrae, no entanto, não con- empreendimentos de engenharia se- legislação. Isso é o que o CONFEA faz
seguimos o espaço mais avantajado rem feitos com o cálculo correto, com nesse momento. Abrimos uma grande
que gostaríamos de dar para a estru- custos, licitações e projetos. Para que discussão sobre o marco regulatório
tura da UPADI, e o IBEC, nossa enti- possamos fazer um correto custo de nas nossas legislações e resoluções
dade federada, colocou um espaço à empreendimento de engenharia, há do Conselho Federal, para que pos-
disposição da União. Hoje, na sede necessidade de planejamento, e um samos avançar e colocar o sistema
nacional do IBEC, funciona a sede da CONFEA/CREA em sintonia com nos-
UPADI. Acredito que a sede perma- so país e o mundo, pois a engenharia
nente com a estrutura oferecida pelo está globalizada e precisamos moder-
IBEC dará toda a condição à UPADI Pois nenhum país nizar nossa legislação. É isso o que
de desempenhar seu papel junto aos
países da América Central, do Norte e
se desenvolve ou estaremos fazendo na Semana Oficial
da Engenharia, em Gramado, entre os
do Sul para que possamos fazer uma cresce sem a Enge- dias 7 e 14 de setembro deste ano, e
integração da Engenharia Internacio-
nal com relação às Américas. Aqui no
nharia que é a cara no Congresso Nacional de Profissio-
nais, que vai acontecer também em
Brasil, a Febrae é responsável pela do progresso e do Gramado. Nos congressos regionais
integração das entidades de classe e e estaduais que já estão ocorrendo
ela tem cuidado, com muita competên- desenvolvimento do desde março, estamos movimentando
cia, da questão nacional, com quase Brasil toda a nossa categoria profissional.
todas as entidades brasileiras a ela fi- Mais de um milhão de profissionais
liadas. Agora, com a sede permanente
da UPADI no Brasil, passamos então bom projeto é o que salta o país. Acre-
a interagir com as associações de en- dito que com a tríade planejamento, Esses são os princí-
genheiros que a compõe de todos os projetos e Engenharia de Custos, va- pios que estamos pleite-
países das Américas. mos dar uma grande contribuição ao
país, principalmente, nesse momento
ando juntamente com a
em que o Brasil é a sexta maior potên- atualização do nosso sis-
O IBEC é uma das en- cia econômica do mundo e precisa de tema CONFEA/CREA.
tidades mais importan- muita infraestrutura, principalmente, na
área pública. O Brasil carece de infra-
tes de nosso país e está estrutura em todas as áreas, transpor- do sistema CONFEA/CREA/MUTUA e
entre as principais filia- tes, habitação, hospitais e as próprias 200 mil empresas registradas no sis-
das à Febrae arenas construídas para a Copa e as tema, estão discutindo nossos marcos
Olimpíadas. Não tenho dúvida de que regulatórios, no sentido de modernizar
a Engenharia de Custos e o IBEC têm a legislação a fim de colocarmos o sis-
papel muito importante para cumprir tema profissional em sintonia com o
A Revista Engenharia de Custos: junto à Engenharia Nacional. Pois ne- momento que o país atravessa, garan-
Na sua visão, qual a importância da nhum país se desenvolve ou cresce tindo conhecimento técnico e notório
Engenharia de Custos para o Brasil? sem a Engenharia que é a cara do pro- saber que compõe todos os sistemas
Como presidente do Conselho Fede- gresso e do desenvolvimento do Brasil. CONFEA/CREA e estão à disposição
ral de Engenharia e Agronomia, qual do país. Pois nenhum país pode ser
a sua opinião sobre o empenho do A Revista Engenharia de Custos: O uma grande nação se não tiver um
IBEC em transformar a Engenharia sr. pode falar sobre a representação do grande investimento na área da edu-
de Custos em uma ciência? CONFEA e sua participação no desen- cação, na ciência, na tecnologia e na
volvimento da Engenharia Nacional? inovação. Esses são os princípios que
José Tadeu da Silva: O IBEC é estamos pleiteando juntamente com
uma das entidades mais importantes José Tadeu da Silva: Temos o sis- a atualização do nosso sistema CON-
de nosso país e está entre as princi- tema CONFEA/CREA criado em 1933, FEA/CREA.

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ENGENHARIA DE CUSTOS • MAIO 2013

Entrevista
Edinho Bez
Deputado Federal

Edinho Bez

Deputado Federal em seu quinto mandato consecutivo, após um mandato como deputado estadual, o catarinense
Edinho Bez possui origem humilde, tendo sido agricultor até 1972, quando ingressou no mercado de trabalho como
auxiliar de escritório. Sua trajetória política foi marcada pela nomeação como secretário de Infraestrutura do Estado
de Santa Catarina, entre os anos de 2003 e 2005. Edinho Bez foi vice-presidente do Fórum Nacional dos Secretários
de Transportes e Obras, no mesmo período, e presidente da Comissão Permanente de Ferrovias.

Responsável pelo projeto de lei de criação do Dia Nacional do Engenheiro de Custos (hoje apenas no âmbito do
Estado do Rio de Janeiro), Edinho Bez é um dos homenageados do IBEC. Em entrevista à nossa Revista, o depu-
tado federal fala sobre sua trajetória profissional e comenta a importância da Engenharia de Custos para o Brasil
e da valorização do profissional dessa área. Segundo ele, muitos setores do governo ainda não têm a consciência
do trabalho do IBEC e da relevância da Engenharia de Custos para o bom planejamento de uma obra e sua conse-
quente qualidade.

Confira a entrevista na íntegra.

A Revista Engenharia de Custos: da qualidade de cada empresa e re- Deputados, onde acompanhamos as
Conte-nos um pouco sobre sua na gião. Já estou no sexto mandato de concessões e liberações de recursos
carreira política. deputado, um como estadual e cinco públicos para todo o Brasil. Também
sou membro da Frente Parlamentar
Edinho Bez: Sou um deputado fe- Mista do Congresso Nacional, que
deral que representa, no Congresso coordena a área de portos e vias na-
Nacional, o Estado de Santa Catari- Na Câmara dos De- vegáveis, com atuação firme na área
na. Tenho discutido questões nacio- putados, apresentei mais de ferrovias, rodovias e aerovias.
nais e internacionais. Recentemente, de 100 projetos de lei, Também presido a Comissão Espe-
viajei à Espanha coordenando uma cial que vai regulamentar os Seguros
missão oficial que objetiva o estreita- mais de 500 iniciativas no Brasil. Para que todos tenham uma
mento da parceria de negócios entre e usei a tribuna mais de ideia, nosso PIB vem crescendo entre
o país e o Brasil. Embora a crise na 2.500 vezes 1% e 3%, enquanto o seguro cresce
Espanha seja superior a de outros 17% ao ano. Além disso, estamos
países, há muitos empresários inte- defasados em termos de legislação.
ressados em investir no Brasil. Bem Por isso, pretendemos, nos próximos
como, muitos empresários brasileiros como federal. Atualmente sou presi- 60 ou 90 dias, apresentar nossa pro-
têm interesse em investir na Espa- dente da Comissão e Fiscalização Fi- posta para uma nova regulamentação
nha, dependendo da característica e nanceira de Controle da Câmara dos do Seguro no Brasil. Desde a época

30
MAIO 2013 • ENGENHARIA DE CUSTOS

em que fui secretário de Estado da


Infraestrutura em Santa Catarina, no
primeiro mandato do governador Luiz
Henrique da Silveira, até quando re-
tornei ao Congresso Nacional, marco
presença na Comissão de Aviação e
Transporte, pois sinto a necessidade
de todos estarmos voltados para o
investimento e a ampliação da infra-
estrutura nacional. Na Câmara dos
Deputados, apresentei mais de 100
projetos de lei, mais de 500 iniciativas
e usei a tribuna mais de 2.500 vezes.
Dados oficiais apontam que sou um
dos deputados mais atuantes de San-
ta Catarina.

Precisamos tra-
balhar com bons pro-
jetos e bons profis-
sionais que analisem
o custo da obra.
Foto: Banco de Imagens

A Revista Engenharia de Custos: jetos e cumpri-los, pois não se avalia responsável pela Secretaria do Esta-
Como o senhor vê a Engenharia de uma obra pelo preço. Dessa forma, do de Infraestrutura, na qual batemos
Custos no país? sem dúvida a obra terá muito mais um recorde de construções, observo
durabilidade do que as realizadas a importância da Engenharia de Cus-
Edinho Bez: Desde 1993, quando atualmente, sem o mínimo conheci- tos para as obras públicas.
assumi a Secretaria de Estado de In- mento em termos de ciência de Enge-
fraestrutura de Santa Catarina, sen- A Revista Engenharia de Custos:
ti a necessidade de ter um controle O senhor pode falar um pouco so-
sobre isso. Muitas vezes, não temos A Engenharia de bre o certificado do Engenheiro de
projetos de qualidade e, consequen-
temente, o resultado não é tão posi-
Custos é tão impor- Custos, um projeto de sua autoria?

tivo. Precisamos trabalhar com bons tante que enten- Edinho Bez: A Engenharia de
projetos e bons profissionais que
analisem o custo da obra. O IBEC tem
di ser importante Custos é tão importante que enten-
di ser importante homenagearmos
isso e pode detectar o problema de homenagearmos essa ciência da engenharia que é
acordo com a característica de cada tão diferenciada e, portanto, mere-
uma. Na maioria das vezes, não te- essa ciência da en- ce um tratamento diferenciado. Por
mos o controle do custo da obra e o
IBEC identifica isso. O custo de uma
genharia isso, propomos, numa discussão
com os profissionais da área, home-
obra não se avalia só pelo tamanho nageá-los com o Dia do Engenheiro
ou pela distância, e sim pela qualida- nharia de Custos. Por isso, precisa- de Custos. No momento, estamos
de do projeto e a execução da obra. mos aproveitar o Dia do Engenheiro analisando a viabilidade técnica,
Com o planejamento correto dos cus- de Custos com a finalidade de discu- a constitucionalidade e o objetivo
tos, garantimos obras de qualidade, tir esse assunto tão importante para do projeto que está em andamento
sem desperdiçar o dinheiro público, o país. Parabenizo o IBEC pelo tra- na Câmara dos Deputados, na luta
que é o mais importante para nossa balho que vem fazendo e com o qual pela representatividade desse im-
população. Precisamos ter bons pro- fiquei tão encantado. Na qualidade de portante segmento.

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ENGENHARIA DE CUSTOS • MAIO 2013

Entrevista
Francis Bogossian
Presidente do Clube de Engenharia

Francis Bogossian

Engenheiro civil formado pela ENE da Universidade do Brasil, Francis Bogossian, presidente do Clube de Engenharia, atua
como empresário, professor e líder de classe, há mais de 40 anos. Fundou a Geomecânica S.A em 1972 e foi professor titular
de Mecânica dos Solos e Fundações durante mais de 15 anos, na Escola de Engenharia da UFRJ e na Universidade Veiga
de Almeida.

Francis Bogossian foi presidente da AEERJ (Associação das empresas de Engenharia do Rio de Janeiro) e é membro
da Academia Nacional de Engenharia, da Academia Brasileira de Educação e da Academia Panamericana de Ingenie-
ría. Por sua contribuição à Engenharia Nacional e do Rio de Janeiro, Francis Bogossian é um dos homenageados do
IBEC. Em entrevista à nossa Revista, além de falar sobre sua trajetória profissional, Bogossian explica como o Clube de
Engenharia atua em prol da Engenharia Nacional e sua relação com o IBEC, instituto que luta pelo reconhecimento da
Engenharia de Custos como ciência no Brasil. Leia a íntegra da entrevista.

A Revista Engenharia de Custos: ria, decepcionado, e perdi um ano. privada de onde fui diretor da Escola
O senhor pode falar um pouco sobre Meu pai me obrigou a voltar. Minha de Engenharia. Presidi a Associação
a trajetória de sua vida e sua repre- vida começou aí, tornando a estudar Brasileira de Mecânica dos Solos,
sentação no Clube de Engenharia? engenharia e acabei me apaixonan- especialidade por mim escolhida na-
quela época, a geotecnia (mecânica
Francis Bogossian: Comecei es- dos solos), que era uma grande novi-
tudando engenharia e me decepcio-
Fiz uma empresa de dade. Fiz uma empresa de mecânica
nei com o básico do curso. Não por mecânica dos solos em dos solos em 1972 que tem mais de
não gostar das matérias de exatas, 1972 que tem mais de 40 anos, que depois se transformou
eu até dava aulas particulares de numa empresa de Engenharia Civil,
matemática, física e química, mas
40 anos a Geomecânica S.A. Desde então
ao entrar na faculdade de engenha- emprego centenas de pessoas. Tam-
ria, pensei que começaria a vê-la do. Eu me formei em 1965, come- bém presido a Associação das Em-
propriamente dita. Então, depois de cei a dar aula em 66, no Largo São presas de Engenharia, AEERJ, e no
dois anos, vendo matemática, física Francisco e, em 1968, no Fundão. próximo ano vou completar 20 anos
e química, eu quis largar a engenha- Dei aula também na universidade na presidência. Fui eleito e reelei-

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MAIO 2013 • ENGENHARIA DE CUSTOS

to para a presidência do Clube de explorado e refinado por nosso país, tem um custo, sobre o qual incide o
Engenharia, há quatro anos. Dessa oferecendo empregos na construção BDI – a bonificação das despesas
forma, estou sempre envolvido com e na operação de refinarias. Não te- diretas – dentro dele está a adminis-
a engenharia, seja como engenhei- mos mais a pressa de obter petróleo, tração central e em alguns casos a
ro, professor, empresário ou mem- pois já produzimos num volume su- administração da obra. Tivemos um
bro das associações técnicas. Fui administrador aqui no Rio que cortou
vice-presidente da sociedade inter- o BDI dos preços. Sempre houve dis-
nacional, e de outras. Procuro estar cussões se o BDI era 30% ou 28,9%,
em todas as áreas para as quais Nossas portas nunca ouvi alguém querer dizer que
sou convidado. estão abertas tam- o BDI é zero. Isso ocorreu aqui no
Brasil, e recorremos ao IBEC que
A Revista Engenharia de Custos: bém para todos os fez uma exposição muito importante
Conte-nos sobre a história do Clu-
be e sua participação nas grandes
partidos políticos dentro da AEERJ, sendo claro e in-
cisivo o seu presidente em mostrar
lutas da Engenharia Nacional. que o BDI não pode ser zero, pois
sem ele não há qualidade nas obras,
Francis Bogossian: O Clube de nem lucro – distribuído entre os par-
Engenharia não é só do Rio de Ja- ficiente e este é um dos pontos im- ticipantes das boas empresas de en-
neiro como o conhecem, mas é uma portantes. O outro é a defesa de li- genharia. O BDI é fundamental para
entidade nacional fundada em 1880, berdade de imprensa, queremos uma se fazer uma boa obra, principal-
durante o Império, e tem, portanto, imprensa com liberdade de expres- mente as públicas, indispensáveis à
mais de 120 anos de idade. Hoje são, pois não estamos mais na dita- população. Precisamos de qualidade
existem institutos, clubes e asso- dura, mas somos contra ela, seja civil e só a atingimos com bons preços.
ciações de engenharia em todos os ou militar. Também convidamos aqui Costumo dizer que a Petrobras, uma
Estados, mas são entidades esta- pessoas para fazerem exposições de empresa que admiro – eu diria até
duais ou regionais, e o Clube de En- novas tecnologias, sejam brasileiras que é meu maior cliente e me orgulho
ou estrangeiras. Esse é o Clube de de dizer isso, nos 41 anos da minha
Engenharia que estende suas mãos empresa, dos quais há 40 estamos
O Clube de En- para todas as outras entidades da com a ela – não quer o menor, mas
Engenharia. Nossas portas estão o melhor preço, perante o qual po-
genharia é uma abertas também para todos os parti- demos dar qualidade, produtividade,
entidade em defe- dos políticos. O Clube de Engenharia
tem uma parte técnica com 19 divi-
responsabilidade social e seguran-
ça. Então, uma instituição com esta
sa da Engenharia sões especializadas nas diferentes idoneidade, com essa competência e
áreas da Engenharia, que são o cére- dedicação à causa, acho que é fun-
de todo o territó- bro técnico do Clube de Engenharia. damental para o país.
rio nacional
A Revista Engenharia de Custos:
O senhor pode falar um pouco so-
genharia é uma entidade em defesa
Estamos sempre bre a atuação cultural do Clube?
da Engenharia de todo o território lutando em prol da cul-
nacional. Nada contra a estrangei- Francis Bogossian: Esse é ou-
ra, pelo contrário, em alguns casos, tura que é fundamen- tro ponto importante a considerar, a
precisamos transferir a tecnologia do tal para uma nação atividade cultural do Clube de Enge-
exterior para o Brasil, mas também nharia. Temos diretores culturais que
podemos transferir nossa tecnologia se ocupam especificamente desta
para outros países. Temos grandes área. O Clube tem uma biblioteca que
empresas de engenharia trabalhan- A Revista Engenharia de Custos: mantém verdadeiras obras-primas
do na África, na Europa e nos Esta- Para o senhor, qual a importância acessíveis a todos os interessados.
dos Unidos. Sempre fui a favor da do Dia do Engenheiro de Custos? Tivemos a oportunidade, em nossa
empresa brasileira e contra a venda, gestão anterior, de reformá-la e mo-
por exemplo, da Petrobras, em de- Francis Bogossian: O custo é dernizá-la totalmente. No 19º andar,
fesa do nosso petróleo. O Clube de fundamental porque é a partir dele há uma sala de jogos e de cinema,
Engenharia já se posicionou junto à que conseguimos atingir a qualida- com uma divisão técnica especiali-
Presidência da República contra a de. Recorri ao IBEC para a defesa do zada que dessa área. Estamos sem-
entrega do petróleo a entidades es- BDI, em relação ao qual não pode- pre lutando em prol da cultura que é
trangeiras. Queremos que ele seja mos ser contra ou a favor. O preço fundamental para uma nação.

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ENGENHARIA DE CUSTOS • MAIO 2013

Entrevista
Aroldo Cedraz
Ministro do Tribunal de Contas da União

Aroldo Cedraz

Responsável pela implantação do Ministério da Defesa e pela criação da ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil), o
atual ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Aroldo Cedraz, teve uma trajetória profissional marcada por impor-
tantes contribuições ao país. Entre projetos de lei para a economia do Brasil e a saúde da população, o ministro do TCU
realizou trabalhos relevantes no Congresso Nacional que marcaram seus 16 anos de dedicação à vida pública.

Sempre em defesa da democracia e da valorização dos recursos públicos, o ministro Aroldo Cedraz, em entrevista
exclusiva à nossa Revista, defende a Engenharia de Custos que, segundo ele, proporciona transparência na execução
das obras públicas. O ministro nos conta sua trajetória profissional e fala sobre a atuação do TCU na administração dos
recursos públicos, fazendo um paralelo com os conceitos e as técnicas da Engenharia de Custos.

Por sua grande contribuição ao país, o IBEC homenageia o Ministro do TCU, Aroldo Cedraz, como Personalidade do
Ano na comemoração pelo Dia do Engenheiro de Custos de 2013. Confira a entrevista na íntegra.

A Revista Engenharia de Custos: te, ingressei na Universidade Federal Veterinária de Hannover, na Alema-
O senhor pode falar um pouco so- da Bahia, no curso de medicina vete- nha. De lá pra cá fui aos poucos me
bre a trajetória de sua vida e o seu rinária, em que me graduei. Realizei direcionando por uma série de coin-
ingresso no TCU? cidências para uma dedicação à vida
De lá pra cá fui aos pública. Inicialmente, como secretário
Aroldo Cedraz: Formei minha per- de Estado de Recursos Hídricos e Ir-
sonalidade como cidadão brasileiro
poucos me direcionando rigação na década de 80, na Bahia.
com as missões de minha casa e de por uma série de coinci- Nesse mesmo período, ocupei a presi-
minha primeira escola. Nasci em Va- dências para uma dedica- dência da Companhia de Engenharia
lente na Bahia, mas para dar continui- ção à vida pública. Rural da Bahia. Tive uma passagem
dade à minha formação escolar, com pela Prefeitura de Salvador como se-
11 anos, passei a morar em Salvador, o curso de mestrado na Universidade cretário-chefe da Casa Civil. Fui eleito
cursando o nível médio de contabilida- Federal de Santa Maria (RS) e douto- democraticamente pelo povo da Bahia
de no Colégio Marista. Posteriormen- rado na Escola Superior de Medicina como parlamentar federal, permaneci

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MAIO 2013 • ENGENHARIA DE CUSTOS

por quatro mandados na câmara dos que lá estive. Em decorrência do meu ma importância para o planejamento
deputados no exercício de uma sé- trabalho cotidiano, recebi o apoio dos das atividades de uma entidade, bem
rie de funções muito honrosas como meus colegas que me escolheram como serve de auxílio às decisões
presidente da Comissão de Relações para representar o partido na disputa gerenciais. Nos casos dos contratos
Exteriores e relator da Lei dos Re- da vaga no TCU. Primeiro foi a vitória públicos, a Engenharia de Custos per-
cursos Hídricos, nº 9.433/97, aprova- intrapartidária, não esperada, e tal- mite que se faça melhor uso do dinhei-
da depois de 12 anos de tentativa no vez tenha sido a mais difícil de todas, ro público ao estabelecer parâmetros
Congresso. Também espero ter dado quando ganhei por 3 ou 2 votos. A que refletem a realidade da obra e que
uma contribuição na aprovação, fina- segunda grande barreira foi o plená- consideram a adequação dos preços
lização e relatoria da lei de falências, rio, pois eu disputava com candidatos aos praticados no mercado.
que hoje contribui muito para o de- extremamente competentes, inclusive
senvolvimento econômico do país. Na apoiados pelo Executivo Nacional. A Revista Engenharia de Custos:
área de saúde, a reforma congressual Não foi uma tarefa fácil, mas a vitória Qual a importância do trabalho do
que imprimimos ao SUS, numa pers- foi de maneira democrática, acima de TCU para a Engenharia de Custos?
pectiva da equalização dos recursos tudo, com a responsabilidade que te-
da saúde, viabilizou o repasse de re- nho hoje de representar a Câmara dos Aroldo Cedraz: A Engenharia de
cursos federais para os Estados que Deputados no TCU. Pois esta é a que, Custos tem papel relevante para o
eram menos contemplados até então. de fato, representa o povo brasilei- controle de gastos e obras públicas,
A medida permitiu que 23 estados ro. Posteriormente, fui aprovado pelo pois constitui-se ferramenta capaz de
brasileiros que não tinham serviços Senado Federal e depois sancionado proporcionar transparência a todo o
pelo Presidente da República. Quero processo. Na sua atividade de contro-
dizer que é com muita honra que re- le externo, o TCU aplica técnicas de
Foram esses presento a Câmara dos Deputados no Engenharia de Custos para aferir a
TCU porque venho com a mesma res-
trabalhos que mar- ponsabilidade que tinha no Congresso
caram minha pre- Nacional, de buscar fazer com que os
recursos públicos atendam cada vez Quero dizer que
sença no parlamen- mais às necessidades do povo brasi-
é com muita honra
to além da defesa leiro. Acho que essa é, na verdade, a
grande tarefa cuja contribuição o TCU que represento a
intransigente da de- dá ao Brasil a cada dia, renovar, por
Câmara dos Depu-
meio de suas decisões e do conheci-
mocracia mento técnico dos seus quadros alta- tados no TCU
mente capacitados, essa ideia de que
o mais importante é o respeito ao ci-
de atendimentos pelo SUS, de alta e dadão, aos democráticos e às institui-
média complexidade, passassem a tê ções, dando atenção à aplicação dos adequação dos gastos do poder públi-
-los e a qualificar pessoal nessa área, recursos, na busca permanente da co. Para exercer tal função, o Tribunal
além de adquirir equipamentos e ter eficiência e da eficácia das políticas utiliza tabelas referenciais que contêm
hospitais credenciados com esse tipo públicas no Brasil. preços de mercado e composições
de serviço que hoje atende boa parte de serviços em que são quantificados
da população brasileira. Foram esses A Revista Engenharia de Custos: materiais, ferramentas, equipamentos
trabalhos que marcaram minha pre- Para o senhor, qual a importância da e mão de obra empregados na realiza-
sença no parlamento além da defesa Engenharia de Custos para o Brasil, e ção de cada item do empreendimento,
intransigente da democracia, onde do trabalho de promoção do conheci- exatamente para verificar se os va-
tive sempre um cuidado especial em mento dessa área que o IBEC realiza? lores contratados são adequados. É
relação à área de ciência e tecnologia importante destacar que, nas análises
de recursos hídricos, da educação e Aroldo Cedraz: O desenvolvimento de obras empreendidas pela Corte de
da aviação. da Engenharia de Custos é importan- Contas, são avaliadas as especificida-
te na medida em que contribui para a des de cada contrato com o objetivo
A Revista Engenharia de Custos: formação e formulação do orçamento, de obter resultados bastante precisos.
Conte-nos sobre seu ingresso no TCU. pois busca adotar uma obra ou servi-
ço de boa qualidade. Assim, por meio A Revista Engenharia de Custos:
Aroldo Cedraz: Meu ingresso no de técnicas e métodos cientificamente Aroldo Cedraz: A lei de licitações é
TCU foi uma consequência do rela- aceitos, estima-se com certa precisão um importantíssimo instrumento para
cionamento pessoal que travei no o valor de determinado empreendi- regular os processos de seleção e
Congresso ao longo dos 16 anos em mento. Essa informação é de extre- contratação de fornecedores de bens

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ENGENHARIA DE CUSTOS • MAIO 2013

de serviços por parte da administra- e paralisações das obras públicas obras, temos no TCU o Fiscobras. Ele
ção pública. Como qualquer legisla- no Brasil? Quais atitudes o governo é importante porque ressalta as even-
ção, esta pode vir a ser aperfeiçoada tem tomado para evitar esse tipo de tuais paralisações não diretamente
em determinados aspectos pontuais. situação? determinadas pelo Tribunal. Havendo
É importante notar que o Congresso irregularidades, a prerrogativa de blo-
Nacional vem fazendo isso constante- Aroldo Cedraz: Historicamente,
mente quando entende que é necessá- diversas obras pelo Brasil foram pa-
rio. Com o atual pacto das alterações ralisadas pela falta de recurso. Por Como professor uni-
exemplo, uma obra era licitada sem a versitário, posso dizer
previsão de recursos suficientes para
sua conclusão, ou então era totalmente
que foi o momento de
A cartilha do TCU escolha mais difícil para
descaracterizada a ponto de os recur-
visa a orientar órgãos sos inicialmente previstos não serem mim do ponto de vista
e entidades da adminis- suficiente para sua conclusão. O TCU profissional.
realizou o trabalho sobre esse tema no
tração pública que... não ano de 2006, em que se identificou a
possuam equipes técni- existência de 400 obras inconclusas quear a aplicação de recursos públicos
na época, 80% das quais haviam tido em determinados empreendimentos é
cas especializadas sua execução interrompida em virtude exatamente do Congresso Nacional,
de problemas em seus fluxos orça- conforme consta de todas as leis de
mentários. Os resultados desse estu- diretrizes orçamentárias.
da lei em contratos públicos já pactua- do foram importantes para desmentir
dos, é importante termos em mente a os discursos que pretendiam imputar, A Revista Engenharia de Custos:
regra geral de que o ato jurídico perfei- O senhor já foi professor universitá-
to não pode ser prejudicado pela nova rio. Qual a importância do incentivo
lei, que é exatamente esse princípio A Lei de Responsabi- à educação no país e o que precisa
da irretroatividade da lei, previsto no lidade Fiscal trouxe me- ser melhorado?
Artigo 5º da nossa Constituição. As-
sim, como regra geral, eventuais mu-
canismos para prevenir Aroldo Cedraz: Como professor
danças na lei alcançariam apenas os a paralisação de empre- universitário, posso dizer que foi o mo-
contratos futuros. endimentos por falta de mento de escolha mais difícil para mim
recursos do ponto de vista profissional. Mas, fiz
A Revista Engenharia de Custos: essa opção livremente quando veri-
A quem se destina a cartilha “Reco- fiquei, depois da minha graduação,
mendações básicas para contrata- indevidamente, ao Tribunal de Contas que as universidades brasileiras se-
ção e fiscalização de obras de edi- da União, a culpa pela estagnação riam talvez, na época, a única opção
ficações públicas”, publicada pelo de projetos de infraestrutura consi- que eu teria para buscar diminuir um
Tribunal de Contas? derados essenciais para alavancar pouco minha ignorância, e para que
a expansão da atividade econômica eu pudesse também contribuir para a
Aroldo Cedraz: A cartilha do TCU do país, visto que, menos de 2% das tarefa mais importante à minha frente,
visa a orientar órgãos e entidades da obras paralisadas identificadas na- a qualificação do homem, a formação
administração pública que, porventu- quela oportunidade tiveram como mo- de jovens, a busca permanente pelo
ra, não possuam equipes técnicas es- tivo determinante alguma deliberação conhecimento, o que só vem mesmo
pecializadas quanto aos procedimen- da Corte de Contas. A Lei de Respon- por meio do trabalho científico e da
tos a serem adotados na execução de sabilidade Fiscal trouxe mecanismos pesquisa. E, naquela época, as uni-
obras, desde a licitação até a cons- para prevenir a paralisação de empre- versidades tinham essa responsabili-
trução, passando pela elaboração de endimentos por falta de recursos em dade do desenvolvimento científico e
projetos e pela respectiva fiscalização. seu Artigo 45. Observado o disposto tecnológico nacional. Na universida-
Por exemplo, prefeituras de pequenos no Parágrafo 5º, a Lei Orçamentária e de, não só me dediquei bastante ao
e médios municípios. Esse material as de créditos adicionais só incluirão magistério, mas acima de tudo, com
também pode ser utilizado por municí- novos projetos após adequadamente muito afinco à questão da construção
pios de maior porte, bem como, pelos atendidos os que estão em andamen- de uma nova ciência e tecnologia no
demais órgãos públicos. to e contempladas as despesas de Brasil, participando até mesmo de
preservação do patrimônio público, grandes eventos nacionais organiza-
A Revista Engenharia de Custos: nos termos em que dispuser a Lei de dos pelo CNPQ, assumindo a gestão
Sr. Ministro, na sua visão, qual ra- Diretrizes Orçamentárias. No que se da área de pesquisa e pós-graduação
zão para os constantes embargos refere ao ciclo anual de fiscalização de durante dois anos na Universidade

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MAIO 2013 • ENGENHARIA DE CUSTOS

A Revista Engenharia de Cus-


tos: Sr. Ministro, o IBEC promoveu maiores da sociedade brasileira e que,
o 1º Fórum Brasileiro de Custos de
A sala de aula é Obras Públicas, de novembro de
acima de tudo, represente nossa inte-
ligência com o planejamento da sua
onde me sinto mais 2011 a agosto de 2012, com a inten- utilização com a perspectiva de mos-
ção de contribuir com diretrizes para
à vontade, onde pos- os órgãos públicos federais, estadu-
trar esse reflexo a todos. Por meio do
conhecimento científico e das técnicas
so entrar em contato ais e municipais elaborarem os orça- de avaliação de custos de obras pú-
mentos de referências das licitações
com os jovens, ensi- e serviços de engenharia, de acordo
blicas é que conseguiremos multipli-
car os poucos recursos nacionais que
nar e aprender, e dar com os conceitos e técnicas da En- sempre estão faltando em qualquer
genharia de Custos e como exigido
o que mais o Brasil nos preceitos legais. Qual sua opi-
área do país, a exemplo da educação,
da saúde e, principalmente, na área
precisa que é educa- nião sobre essa iniciativa? de infraestrutura que, de certo modo,
ção pela cidadania. Aroldo Cedraz: Entendo que o 1º
pode atrapalhar o desenvolvimento da
economia brasileira.
Fórum Brasileiro de Custos de Obras
Públicas foi uma iniciativa extrema- A Revista Engenharia de Custos:
mente feliz do IBEC, pois todos que O senhor vai receber, pelo IBEC, o prê-
possuem algum vínculo com a apli- mio de Personalidade do Ano. Como
cação de recursos públicos no Brasil o senhor recebe essa homenagem?
Federal da Bahia, que tinha grandes precisavam entender a importância
dificuldades devido a suas carências, desse conhecimento que detém esta Aroldo Cedraz: Essa homenagem
mas detentora de um quadro de alto grande instituição. Há também a ne- que me é muito cara, seguramente
nível e de uma inteligência que con- cessidade de um debate democrático não é pelos meus méritos pessoais,
sidero muito própria do meu Estado para que possamos ter parâmetros mas pelos méritos da instituição à
da Bahia. Esse foi um momento im- confiáveis e marcos regulatórios que qual pertenço. Tenho a honra de di-
portante na minha vida como profes- nos permitam, através da economia zer que participo de um colegiado
sor universitário. A sala de aula, para de mercado, crescer, gerar empregos de altíssimo nível composto por mi-
mim, é onde me sinto mais à vontade, e ter qualidade nas realizações que nistros do TCU e também por mem-
onde posso entrar em contato com os são feitas por meio dos recursos pú- bros do Ministério Público. Por essa
jovens, ensinar e aprender, e posso blicos de obras, enfim, do atendimen- razão, gostaria de transferi-la à mi-
dar o que mais o Brasil precisa que é to que o Estado tem que dar para que nha instituição, o TCU, aos meus co-
educação pela cidadania. o cidadão possa usufruir de um país legas de colegiado e também, acima
de tudo, às equipes técnicas que o
A Revista Engenharia de Custos: compõem e atuam por meio de uma
Temos visto, na mídia, reclamações instituição que a sociedade brasileira
sobre a interferência do Governo na
Entendo que o 1º pouco conhece, a universidade cor-
formação de preços das obras pú- Fórum Brasileiro de porativa Instituto Cezedeiro Correa,
blicas. Como o senhor vê isso? Custos de Obras Pú- e pelo esforço que cada um faz para
melhor se qualificar no exercício de
Aroldo Cedraz: Na verdade, a pre-
blicas foi uma iniciati- suas funções dentro da nossa casa,
ocupação da administração pública va extremamente feliz a Corte de Contas. Tenho a certeza
é estabelecer preços razoáveis para do IBEC de que esses méritos não são meus,
suas contratações. Por isso, são cons- são da instituição à qual pertenço,
truídas tabelas de custos referenciais são daqueles que me ajudam a cada
que definem preços condizentes com justo e eficiente. Afinal, não basta ser dia a construir um novo Brasil que vê
os praticados no mercado. Em suma, justo, o país também deve ser eficien- a credibilidade do TCU crescer inter-
a administração não quer, de maneira te na medida em que suas instituições namente em nosso país e também
alguma, interferir na formação de pre- funcionem e que as obras sejam reali- no seio das entidades congêneres,
ços privados, pois isso é definido pela zadas pelo governo para que possa se a nível internacional por meio da En-
empresa, de acordo com sua realida- atender às demandas dos cidadãos, tosae, nossa entidade coordenadora
de. O que se pretende é estabelecer independentemente de sua condição internacional em todos os foros dos
um preço justo a ser pago por determi- social, ideológica, física ou partidária. quais temos participado, discutindo
nado bem ou serviço como faz qual- Podemos ter no Brasil obras que res- sempre questões do maior interesse
quer comprador ou contratante. Assim peitem as questões ambientais, que relacional e para o desenvolvimento
quer também a administração pública. atendam efetivamente as demandas da administração pública no Brasil.

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ENGENHARIA DE CUSTOS • MAIO 2013

Entrevista
Nelton Miguel Friedrich
Diretor de Coordenação e Meio Ambiente
da Itaipu Binacional

Nelton Miguel Friedrich

Responsável por um belo trabalho de proteção dos recursos da bacia hidrográfica do Paraná, Nelton Miguel Frie-
drich é especialista em desenvolvimento sustentável. Diretor de coordenação e Meio Ambiente da Itaipu Binacional e
coordenador do programa Cultivando Água Boa, Nelton tem se dedicado às causas ambientais há 30 anos.

O programa que Nelton Friedrich coordena possui, atualmente, 20 programas e 70 ações de responsabilidade socio-
ambiental e prevenção na Bacia Hidrográfica do Rio Paraná 3, uma das maiores hidrelétricas do mundo em geração de
energia, segundo a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica). O Cultivando Água Boa é uma estratégia local para
o enfrentamento de uma das mais graves crises pelas quais o planeta já passou: as mudanças climáticas, que põem
em risco a sobrevivência humana e estão diretamente relacionadas com a água e seus múltiplos usos.

Para prevenir essas alterações no ta, ele falou sobre sua trajetória em grandes questões nacionais, com as
clima, desde 2003, o programa es- defesa do meio ambiente, sobre sua áreas estratégicas que envolvem o
tabelece uma rede de proteção dos atuação na Itaipu Binacional e expli- país e também o sonho de um projeto
recursos dessa Bacia Hidrográfica. cou como funciona o Cultivando Água de nação. Ao mesmo tempo, aos 30
Suas ações compreendem a recupe- Boa, programa que concilia o desen- anos, tive uma vivência muito signifi-
ração de microbacias, a proteção das volvimento à preservação da nature- cativa como secretário de Estado do
matas ciliares e da biodiversidade, e za. Nelton também comentou sobre o Paraná porque envolvia energia, meio
a disseminação de valores que con- trabalho do IBEC e destacou sua im- ambiente, controle à erosão, sanea-
tribuem para a formação de cidadãos portância para o Brasil. mento básico e habitação popular.
dentro da concepção de respeito ao Tive a experiência rica de viver um
meio ambiente. Em 2005, o Cultivan- Confira a entrevista na íntegra. momento palpitante em nosso país,
do Água Boa conquistou reconhe- na Assembleia Nacional Constituinte
cimento mundial através do prêmio A Revista Engenharia de Custos: e com uma presença muito forte dos
Carta da Terra, entregue em Amster- Conte-nos um pouco sobre sua tra- grandes temas que envolvem um pro-
dã, na Holanda. jetória profissional. jeto de nação, especialmente o orde-
namento jurídico, econômico, social,
Por essa e outras iniciativas, Nelton Nelton Friedrich: Minha trajetória, cultural e ambiental. Na sequência,
Friedrich é um dos homenageados do que começou cedo, tem como pauta participei de vários estudos, inclusi-
IBEC. Numa entrevista à nossa revis- principal esse envolvimento com as ve de um projeto para o Brasil. E, há

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MAIO 2013 • ENGENHARIA DE CUSTOS

nove anos, ingressei na diretoria da gráfica do Rio Paraná Parte 3, onde


Itaipu Binacional. temos 1 milhão e 40 mil pessoas,
29 municípios, buscando recuperar
O programa Cul-
A Revista Engenharia de Custos: a microbacia, com resultados muito tivando Água Boa
Como é o trabalho da Itaipu Bina- convincentes. Por exemplo, já alcan-
cional? çamos 881 quilômetros de estradas tem 20 progra-
readequadas, portanto estradas que
Nelton Friedrich: A Itaipu Bina- não são erosivas e, principalmen- mas dentro dele, a
cional possui uma visão estratégica
de médio e longo prazo e, acima de
te, possibilitando esse consórcio
de uma obra de engenharia com a
seiva principal está
tudo, tem a preocupação de ser uma questão ambiental. Não podemos no envolvimento
empresa cidadã, além de ser uma deixar de destacar também o re-
geradora de energia elétrica de alta sultado de estarmos com 1322 qui- das comunidades.
qualidade e quantidade. A Itaipu tem lômetros de cerca com mata ciliar
a responsabilidade social e ambiental posta nas margens dos pequenos Hoje temos mais
para impulsionar o desenvolvimento
econômico, turístico e tecnológico,
rios desses municípios, tudo isso
com um grande envolvimento comu-
de 2300 parceiros
mas sustentável, no Brasil e no Para- nitário. O programa Cultivando Água do programa
guai. Essa missão ampliada, que surge Boa tem 20 programas dentro dele, a
em 2003, possibilitou à Itaipu Binacio- seiva principal está no envolvimento
nal se transformar num grande agente das comunidades. Hoje temos mais principalmente, com a visão de futu-
de envolvimento e integração, não só de 2300 parceiros do programa, não ro do paradigma da qualidade e do
diretamente nos seus negócios, mas são pessoas físicas, são represen- cuidar, no sentido profundo da ética
evidente em toda a área que ela in- tações de organizações, entidades, do cuidado e da sustentabilidade.
fluencia e da qual sofre influência. instituições que compõe essa extra-
ordinária arquitetura participativa. A Revista Engenharia de Custos:
Também destacamos programas de Como o senhor vê a promoção da
desenvolvimento rural sustentável Engenharia de Custos realizada
A Itaipu tem a com ênfase na agricultura orgâni- pelo IBEC e quais os benefícios
ca. Hoje, 55% da merenda escolar desse trabalho para o Brasil?
responsabilidade nos 29 municípios já é orgânica e
Nelton Friedrich: É fundamental
social e ambiental produzida por pequenos produtores
locais. Temos, também, um trabalho reconhecermos e valorizarmos um
para impulsionar o extraordinário com a planta medici- dos trabalhos mais importantes que
nal no seu sentido da terapia do aro- podemos ter no país que é o papel
desenvolvimento mático, do rudimentar, da indústria do IBEC. Ele inaugura, cada vez mais
econômico, turístico de matéria-prima para o cosmético.
Em outras palavras, tudo isso faz
presente na vida brasileira, desde a
área do estudo, da capacitação dos
e tecnológico, mas com que tenhamos também um tra- cursos de pós-graduação, até o en-
balho intenso com a área social, com volvimento em mais de 16 iniciativas
sustentável, no Bra- os catadores, as comunidades indí- diretamente para que tenhamos pa-
sil e no Paraguai genas, os pescadores, a representa-
ção quilombola, a juventude e com
drões condizentes, atualizados e re-
ferenciais, de valores e ética, no que
o pequeno produtor. Numa aborda- diz respeito aos custos e isso tem
gem sistêmica, num grande trabalho um significado histórico e estratégico
socioambiental, toda a fisionomia de para um país, para nosso mundo. É
uma região é transformada, pelos re- muito importante ressaltar o signifi-
A Revista Engenharia de Custos: sultados quantitativos e qualitativos cado do IBEC. Se analisarmos o que
O senhor é coordenador do progra- alcançados. Tudo isso, permeando a temos a avançar na continuidade das
ma Cultivando Água Boa. Qual a educação ambiental formal, não for- obras e da presença da engenharia
finalidade e a abrangência do pro- mal e difusa, compreendendo a im- de custos nas obras públicas tem,
grama? portância de mudarmos os padrões portanto, um significado estratégico,
de produção e consumo porque os mas também de confiança, de honra-
Nelton Friedrich: O programa existentes são insustentáveis. Toda bilidade e de certeza de que o dinhei-
Cultivando Água Boa é um programa essa abordagem que estamos traba- ro público está sendo bem aplicado
que tem todo um componente estru- lhando tem o compromisso profundo e principalmente, que possamos ter
turante porque atua na Bacia Hidro- com a natureza, com o social, mas efetividade, eficiência e eficácia.

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ENGENHARIA DE CUSTOS • MAIO 2013

As Obras do PROSUB

A
Marinha do Brasil é a força submarinos, incorporando à armada Nacionais Residenciais, Bases e
militar responsável pela con- brasileira o primeiro dos submarinos aquartelamentos em apoio ao funcio-
dução das Operações Na- convencionais, ainda nesta década, e namento administrativo e operativo
vais que protegem as águas mais adiante o submarino com propul- da Força.
brasileiras, cujas atribuições abrangem são nuclear.
a salvaguarda de mais de 8.500 Km Para enfrentar adequadamente a
de fronteira do mar territorial brasilei- Desse modo, para que a Marinha complexidade das obras civis relativas
ro, que é denominada Amazônia Azul, possa atingir os seus objetivos na ao PROSUB, a DOCM necessita agir
bem como dos rios navegáveis como construção do Complexo de Itaguaí, eficazmente em três frentes distintas:
por exemplo da Bacia Amazônica, que dentro dos prazos, recursos e crono-
contém cerca de 20% das águas flu- gramas definidos, torna-se imperativo • Análise pormenorizada das planilhas
viais do planeta. que haja um planejamento e gestão orçamentárias, no que concerne as
do programa de monitoramento de obras civis;
Para desenvolver a sua missão, a vi- projetos do EBN, a fim de otimizar os
são de futuro da Marinha é ser uma for- custos, os tempos e movimentos das • Análise dos Projetos de Engenharia
ça moderna, equilibrada e balanceada, ações, eliminado os obstáculos dos ca- (básico e executivo), e
dispondo de meios navais, aeronavais minhos críticos que podem ensejar em
e anfíbios, assim como de um quadro aumento de despesas para a União. • Fiscalização das obras civis.
técnico compatível com a inserção po- Para isto a Marinha do Brasil criou uma
lítico-estratégica do Brasil no cenário Coordenadoria específica para efetuar Foi então criado, dentro da estrutu-
internacional e em sintonia com os o gerenciamento dos vários contratos ra organizacional da DOCM, um setor
anseios da sociedade brasileira. Para do PROSUB, denominada COGESN específico para exercer este gerencia-
isso, é necessário estar preparada para (Coordenadoria-Geral do Programa de mento, chamado de: “Grupo de Geren-
atuar no mar e em águas interiores, de Desenvolvimento do Submarino com ciamento dos Projetos e de Fiscalização
forma singular ou combinada, de modo Propulsão Nuclear). A COGESN é as- das Obras Civis relativas ao PROSUB
a atender aos propósitos estatuídos em sessorada por diversas Organizações - DOCM-06”, com acesso direto ao Di-
sua missão. Militares (OM) da Marinha, conforme retor de Obras Civis da Marinha.
suas especialidades.
Para materializar seus objetivos, a As obras do PROSUB estão dividi-
Marinha vem investindo em inúmeros Através desse planejamento e ges- das em três localizações distintas:
projetos estratégicos, dos quais se tão, no que se referem às obras civis de
destaca o Programa de Desenvolvi- infraestrutura, sejam elas industriais, • Unidade de Fabricação de Estruturas
mento de Submarinos com Propulsão prediais ou marítimas, coube esta tare- Metálicas – UFEM;
Nuclear – PROSUB. fa à Diretoria de Obras Civis da Mari-
nha (DOCM). • Área Norte (Base Naval Norte); e
Dentro deste contexto, o Brasil cele-
brou um acordo internacional com Go- A DOCM é uma Diretoria Especiali- • Área Sul (Base Naval Sul e Estaleiro).
verno Francês, visando obter transfe- zada do Setor de Material da Marinha,
rência de tecnologia que contribua para criada com o propósito de realizar ati- Embora tenha certa autonomia para
construção desses submarinos, bem vidades normativas, técnicas e geren- os serviços técnicos, a Marinha ainda não
como para a operação e manutenção ciais relacionadas com a engenharia e possui “expertise” para todas as especia-
do Complexo Industrial e Naval situado arquitetura voltadas às obras civis da lidades da engenharia. Dessa forma, ve-
em Itaguaí-RJ. Desse modo caberá à Marinha do Brasil, como por exemplo, rificou-se a necessidade de contratação
Marinha do Brasil acompanhar, discu- a manutenção e reparo das instalações de consultoria técnica especializada, a
tir e aprovar todos os projetos ao longo terrestres da Marinha e a ampliação fim de obter os conhecimentos técnicos
de sua execução, para construção de do seu Patrimônio Imobiliário, que se necessários para a execução da análise
um estaleiro e uma base naval (EBN), constitui basicamente da infraestrutura de conformidade de custos e de projetos
dedicados à fabricação e ao apoio de indispensável de edificações, Próprios da Base Naval e do Estaleiro.

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MAIO 2013 • ENGENHARIA DE CUSTOS

PROSUB (Programa de Desenvolvimento de Submarinos)

Consultorias Especializadas: de orçamentos, por meio de uma meto- Autores


dologia de engenharia de custos desen-
Tendo em vista que a DOCM ainda volvida especialmente para este fim.
não possui, em seus quadros de car-
reira, o profissional de Engenharia de Além de apoiar na análise de cus-
Custos, bem como nas outras especia- tos propriamente dita, o IBEC também
lidades da engenharia não existem en- presta assessoria nas análises de pro-
genheiros em números suficientes para jetos de engenharia pertinentes.
atender às demandas crescentes de
solicitações da própria Marinha, além A FGV presta consultoria à DOCM
de que, elaborar técnicas de avaliação de duas maneiras: a primeira, na ela-
de insumos inéditos não é missão or- boração de metodologia e análise de
dinária da Diretoria. A DOCM procu- conformidade orçamentária e de cum-
rou fazer parcerias com Instituições primento das normas técnicas e da le-
de notório reconhecimento nacional e gislação pertinente, relativas às obras
internacional e contratou as seguintes de construção da Base Naval e do Es- Capitão-de-Mar-e-Guerra (EN)
instituições: o Instituto Brasileiro de En- taleiro do PROSUB, no qual disponibi- José Paulo Nóbrega de Oliveira
genharia de Custos (IBEC) e a Funda- lizou um modelo completo de análise Vice-Diretor da DOCM.
ção Getulio Vargas (FGV). adequado às necessidades da DOCM,
além disto, a FGV apoia e assessora
O IBEC presta serviço de orientação nossos engenheiros de campo, na apli-
dos profissionais da Marinha na análise cação da metodologia desenvolvida.

Conclusão:
Conclui-se que a DOCM procurou, em tempo hábil, capacitar-se e buscar
o apoio devidamente qualificado para fazer frente ao gerenciamento do em-
preendimento do PROSUB, seja nas análises de projetos e orçamento, bem
como na fiscalização das obras civis propriamente ditas.
A solução adotada foi a contratação de consultoria com Instituições de
notório prestígio e reconhecimento em suas áreas de atuações, que no caso
são o IBEC e a FGV, para o assessoramento que se fizer necessário.
Como o gerenciamento de uma obra deste vulto é dinâmico, a DOCM Capitão-de-Mar-e-Guerra (EN)
estará sempre pronta a fazer os ajustes que se fizerem necessários para Marcos Araujo Braz de Oliveira
manter, de forma adequada, a correspondência entre o nível dos profissio- Chefe do Grupo de Gerenciamento
nais de engenharia envolvidos e a diversidade e especificação dos serviços dos Projetos e de Fiscalização das
em andamento e futuros. Obras Civis Relativas ao PROSUB, a
cargo da DOCM.

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ENGENHARIA DE CUSTOS • MAIO 2013

Entrevista
Liseo Zampronio
Vice-Almirante Diretor de Obras Civis da Marinha

Liseo Zampronio

Formado em 1977 e oriundo da esquadra, área da Marinha Brasileira ligada à embarcação de navios, o almirante Liseo
Zampronio, Diretor de Obras Civis da Marinha (DOCM) desde 2011, é um dos homenageados do IBEC deste ano. Seu
empenho no desenvolvimento de atividades voltadas à Engenharia e à Arquitetura mereceu destaque na comemoração
pelo Dia do Engenheiro de Custos 2013.

Em entrevista a nossa Revista, o almirante Liseo Zampronio destacou a importância da Engenharia de Custos para o
país e comentou sobre a atuação do IBEC pelo reconhecimento dessa área como ciência no Brasil. Segundo ele, a Enge-
nharia de Custos é fundamental na execução de qualquer projeto. “Ela é específica dentro da engenharia e isso é fruto do
IBEC, que trouxe uma metodologia científica toda especial para facilitar a organização dos orçamentos e nós, que somos
gestores do dinheiro público, devemos ter o cuidado sempre de sermos justos tanto com o dinheiro que aplicamos quanto
com as empresas contratadas”, afirmou o almirante Liseo.

Para o almirante, a nova meto- Almirante Liseo: Eu me formei em do um pouco mais dessa importante
dologia apresentada pelo IBEC ex- 1977, sempre fui de navios, da es- atividade.
tinguiu o antigo método de conjun- quadra, sou do corpo da armada, vivi
ção da quantidade e do preço em praticamente minha vida toda embar- A Revista Engenharia de Cus-
planilhas, introduzindo uma nova cado ou, senão, diretamente ligado à tos: Na visão da Marinha, qual a
técnica de trabalhar com custos. embarcação da esquadra ou de busca importância da Engenharia de Cus-
“O IBEC desenvolve um trabalho e salvamento. Conforme a carreira vai tos para o Brasil, e do trabalho de
brilhante criando meios fáceis que andando, passamos a ficar mais volta- promoção do conhecimento dessa
estabeleçam critérios justos para do para a atividade administrativa. Fui área que o IBEC realiza?
fazer o cálculo e a orçamentação promovido a almirante em 2007. Exer-
dos projetos”. ci já alguns cargos e, desde dezembro Almirante Liseo: Na visão da Ma-
de 2011, sou diretor de obras civis da rinha, a Engenharia de Custos é mais
Confira a entrevista na íntegra. Marinha, que é uma diretoria técnica que uma metodologia, quem é do po-
que cuida da área específica de arqui- der público e lida com o dinheiro pú-
A Revista Engenharia de Custos: tetura e obras civis. É uma área que blico tem que sempre ter a justiça de
O senhor pode falar um pouco so- eu não estava acostumado a executar emprego desse dinheiro e também ser
bre a trajetória de sua vida e o seu no dia a dia, mas estou gratificado de justo com quem você está contratan-
ingresso na DOCM? estar nesse período aqui e conhecen- do, para cumprir as demandas do po-

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MAIO 2013 • ENGENHARIA DE CUSTOS

der público. A Engenharia de Custos Almirante Liseo: O PROSUB é um turas metálicas onde vão ser monta-
é uma metodologia que traz sempre programa de ponta da Marinha do país das as estruturas de submarinos, em
um processo científico para se obter porque talvez seja um dos programas parceria com a NUCLEP (Nuclebras
uma maneira de não fazer como an- mais complexos desenvolvidos hoje Equipamentos Pesados S/A). Poste-
tigamente, o jogo de planilha que é a com todas as áreas de Engenharia riormente, já em fase de execução e
quantidade de custos, mas fazendo aplicadas nesse programa, que con- construção, teremos um estaleiro fun-
isso de maneira mais técnica, com siste numa parceria que o Brasil fez cionando e uma base naval no muni-
uma metodologia calculada. O IBEC com a França de chegarmos à cons- cípio de Itaguaí.
tem um papel importantíssimo nessa trução de um submarino de propulsão
área de conhecimento porque ele dis- nuclear. O Brasil já desenvolveu o A Revista Engenharia de Custos:
semina essa nova metodologia, fruto sistema de propulsão, e vem desen- Qual a importância do trabalho de
de sua experiência, e facilita a apli- volvendo isso há muito tempo. Essa análise de conformidade de preços
cação da metodologia com planilhas tecnologia não é transferida, mas o realizado pelo IBEC para uma obra
Brasil não detinha ainda a tecnologia desse porte?
de projetos de submarinos. Nós cons-
truímos submarinos há décadas, mas Almirante Liseo: O IBEC é um
Nós construí- a tecnologia de projetos ainda não ti- grande parceiro nesse projeto porque
mos submarinos nha sido desenvolvida no Brasil. Essa
parceria com a França fez com que a
a diretoria de obras civis da Marinha
sempre desenvolveu a Engenharia
há décadas, mas a gente pudesse ter a oportunidade de de Custos, mas nossa amplitude não
tecnologia de pro- trazer alguém transferindo e economi-
zando caminhos para a gente nessa
permitiria acompanhar um projeto
complexo como é a construção des-
jetos ainda não ti- tecnologia. O programa é ambicioso sas instalações, que permitirão o de-
nha sido desenvol- que visa chegar a esse submarino de
propulsão nuclear. Agora está acon-
senvolvimento do PROSUB. O IBEC
trouxe essa assessoria, pois precisá-
vida no Brasil tecendo a primeira etapa dele, que é vamos de um órgão especializado em
a construção de três submarinos de Engenharia de Custos que aplicasse e
propulsão convencional juntamente trouxesse sua metodologia que, junta-
e outras técnicas para que os jovens com a França num consórcio. Temos mente com a DOCM, está sendo apli-
comecem a aprender e entrem nessa uma empresa brasileira que é a Ode- cado. Isso é fundamental para nosso
área capacitados. Eu diria que hoje, a brecht junto com a DCNS Francesa acompanhamento como órgão público
Engenharia de Custos é fundamental e, para execução desse projeto, está da obra que está sendo realizada.
para qualquer processo, projeto ou li- sendo construída em Itaguaí toda a
citação para o serviço público. estrutura física que vai permitir esse A Revista Engenharia de Custos:
Almirante, quais são suas conside-
A Revista Engenharia de Cus- rações finais sobre a parceria entre
tos: Qual sua opinião sobre o Marinha e o IBEC?
PROTEC, programa social realiza-
do pelo IBEC que promove a edu-
Aprendi muito Almirante Liseo: O IBEC é um
cação e a capacitação de jovens esse ano, ao longo parceiro. Aprendi muito esse ano, ao
profissionais? dessa minha esta- longo dessa minha estada aqui na
DOCM, como é importante termos a
Almirante Liseo: Acho que o PRO- da aqui na DOCM, metodologia de Engenharia de Custos
TEC é uma iniciativa louvável e mui- como é importan- bem arraigada e bem desenvolvida
to bem feita pelo IBEC, ao levar essa dentro de um projeto, ainda mais num
nova ciência do conhecimento para o
te termos a me- projeto como o PROSUB. Quero para-
jovem técnico, fazendo com que isso todologia de Enge- benizar os engenheiros de custos, pro-
seja aplicado. Dessa forma, o IBEC
cria um novo campo de opções de
nharia de Custos fissionais desse ramo da Engenharia
que ainda é pouco reconhecido. A En-
emprego para o jovem que está se bem arraigada genharia de Custos, no entanto, está
formando e criando mais massa de crescendo, como fruto do trabalho que
conhecimento nessa área específica o IBEC tem desenvolvido no Brasil.
da Engenharia. Parabenizo o IBEC por esse trabalho
desenvolvimento. Em início de março, de desenvolvimento e disseminação
A Revista Engenharia de Cus- foi inaugurada uma fábrica chamada de metodologias para utilização des-
tos: O senhor pode falar sobre o OFEM no município de Itaguaí, que sa área de conhecimento em todos os
PROSUB? é a unidade de fabricação de estru- projetos de Engenharia.

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ENGENHARIA DE CUSTOS • MAIO 2013

Artigos técnicos

Orçamento
Operacional Eng. Inaiara de Oliveira

Mestre em Orçamentos
pela UFRGS

O
orçamento é uma das etapas proposta é a utilização da Ferramenta os projetos executivos, bem como es-
mais importantes na área de de Orçamento Operacional. pecificações técnicas detalhadas, dis-
planejamento e controle de pondo-se no momento do lançamento,
custos, na medida em que o O sistema orçamentário tem sofrido de anteprojetos ou projetos legais e
custo de um empreendimento é fator pouca evolução nas últimas décadas, memoriais de venda. Os problemas da
limitante para sua concepção e imple- enquanto os sistemas de planejamen- falta de projeto executivo e especifica-
mentação. O orçamento de uma obra ções técnicas bem definidas não ocor-
gera as informações que o investidor Sabe-se que 40% dos rem somente em incorporação imobili-
precisa para analisar a viabilidade de ária, mas também em obras públicas,
um projeto, sendo imprescindível para erros cometidos em obras e tornam frequente a necessidade do
um bom planejamento. Um orçamen- são decorrentes de proje- orçamentista definir junto com o pro-
to mal elaborado não espelha todos tos mal concebidos. Daí a jetista uma série de lacunas da obra.
os custos da construção da obra, pois
está baseado em anteprojetos ou pro- importância dos orçamen- Sabe-se que 40% dos erros come-
jetos legais, aumentando o abismo en- tistas se embasarem em tidos em obras são decorrentes de
tre o custo orçado e realizado da obra. projetos completos projetos mal concebidos. Daí a im-
portância dos orçamentistas se em-
Este artigo apresenta um roteiro basarem em projetos completos, bem
para transformar o orçamento, de um to e o controle dos processos constru- executados e em discriminações téc-
mero documento burocrático e incon- tivos vêm constantemente sofrendo nicas claras e objetivas. Uma modifi-
sistente, em um documento com valor reformulações, através da aplicação cação em um projeto de obra de arte,
gerencial, que oriente todos os outros de novas abordagens dadas à execu- por exemplo, pode representar custos
setores afins e deseja incentivar a mu- ção das atividades (BAZANELLI; DE- 25 vezes menores que depois da obra
dança cultural relativa a orçamentos, MARZO; CONTE, 2003, p. 1). executada e utilizada (FRANARIN,
que considere o plano de ataque esta- 2005, p. 1). Um estudo minucioso do
belecido da obra, gere um orçamento Outro aspecto a considerar, segun- projeto antes do início da obra, além
com formato e custos mais adequados do Assumpção e Fugazza (2000), é de um criterioso e eficiente acompa-
à realidade planejada, facilitando as que no mercado de incorporações é nhamento de custos são fatores pri-
programações, contratações e nego- comum definir o produto e comercia- mordiais para um resultado lucrativo
ciações de empreendimentos. Nossa lizá-lo sem ainda ter-se desenvolvido e o sucesso do produto.

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MAIO 2013 • ENGENHARIA DE CUSTOS

Conceituação de Tipos de Librelotto et al. (1998), apontam como cia direta no custo de um empreendi-
Orçamentos primeiro passo, a necessidade de di- mento de construção civil, tais como
vidir a empresa em centros de custos. o prazo da obra, a velocidade de mo-
O orçamento discriminado é o re- Divide-se o centro de produção, ou bilização dos recursos, o tamanho da
sultado da avaliação de custos obtida seja, a obra em centros de custos (se- equipe gerencial, a utilização de equi-
através de levantamento de quanti- gundo funções construtivas). Elabo- pamentos e seus tempos de perma-
dades de materiais, da mão de obra ra-se o detalhamento de cada centro nência (HEINECK, 1986 apud KERN,
e da composição de preços unitários, de custo, constituído desta vez, pelos 2005, p. 52). Forbes e Shoyles (1963
efetuadas na etapa de projeto concei- serviços da obra. Para finalizar, os apud KERN, 2005, p. 52-53) citam
tual ou básico. É efetuado a partir da serviços são desagregados ao nível como vantagem da utilização dessa
composição de custos e de cuidadosa de operação. técnica uma melhor comunicação en-
pesquisa de preços dos insumos. tre o custeio e o setor de produção.
O orçamento operacional utiliza a Segundo Librelotto et al. (1998), o mé-
O orçamento convencional não re- matriz de custos para visualizar de todo também fornece um grande nú-
flete a maneira pela qual o trabalho maneira clara os custos e de onde mero de informações sobre programa-
será conduzido no canteiro. Desta eles são originados - dos níveis ope- ção e estratégia de condução de obra.
forma, mais tarde, ele não refletirá os racionais até níveis administrativos
custos reais de construção, já que os – dividindo-os em centro de custos
itens de trabalho são medidos pela comuns, auxiliares, produtivos, comer-
quantidade e agrupados por equipe, ciais e independentes. O orçamento A noção do orça-
independentemente de onde os traba- operacional não utiliza o conceito de
lhos ocorrem ou da dificuldade da sua custos unitários, os mantém somente mento operacional
execução. Não espelha a média geral para o consumo de materiais, desde surgiu para adequar
dos custos serviços. Este tipo de Orça- que sejam expressos por unidades
mento não serve para apoiar a tomada de compra e possuam características as informações for-
de decisão referente ao planejamento totalmente variáveis. A mão de obra necidas pelo orça-
da produção, seleção de tecnologias, é avaliada a partir da duração da per-
contratação de subempreiteiros e se- manência no canteiro, bem como a mento aos dados
gurança para área comercial efetivar maioria dos outros custos. A noção obtidos na obra
descontos ao cliente. do orçamento operacional surgiu para
adequar as informações fornecidas
O orçamento operacional é para pelo orçamento aos dados obtidos na
uso em controle e planejamento da obra segundo o conceito de operação, O orçamento operacional é
obra, e busca essencialmente adequar ou seja, toda a tarefa executada por um composto por sete partes:
as informações fornecidas aos dados mesmo tipo de mão de obra, de forma
obtidos em obra segundo o conceito contínua, com início e fim definidos. a) programação da obra via crono-
de operação. Ele leva à viabilização grama de Gantt, redes PERT/CPM, ou
do gerenciamento do processo cons- No orçamento convencional a esti- EAP (Estrutura Analítica do Projeto)
trutivo, uma vez conhecido o nível de mativa de custos é feita com base no - WBS – (Work Breakdow Structure)
precisão da estimativa. projeto (produto final), desconsideran- distingue as operações por categoria
do-se o processo envolvido na fase de mão de obra;
Só a partir de uma visão operacional, de execução. No operacional, parte-
baseada no planejamento da produção se de um planejamento da produção, b) quadro de informações ge-
é possível analisar as implicações nos analisa-se detalhadamente todo o rais, onde não constam preços,
métodos construtivos em termos de processo construtivo, para chegar-se mas justificativas e descrições que
prazo, utilização de equipamentos, di- a uma estimativa de custo detalhada se façam necessárias. Aqui são
mensionamento de equipes, transtor- (CABRAL, 1988, p. 46-47). Solano feitas as especificações dos ma-
nos no canteiro, e em outras situações (1996, p. 6) considera que o custo de teriais e a discriminação técnica
que não podem ser consideradas numa materiais é proporcional à quantidade dos serviços, assim como todas as
simples análise dos custos. produzida e que o custo de mão de decisões que resultaram no custo
obra e equipamentos é proporcional apresentado;
De acordo com Thompson (1981 ao tempo.
apud CABRAL, 1988, p. 46) a estimati- c) operações executadas em
va operacional é o processo de compi- A partir de uma visão operacional obra, seguindo o fluxo da progra-
lação do custo total do trabalho, consi- na realização do orçamento, é possí- mação, discriminando-se os mate-
derando as operações constituintes ou vel identificar melhor as atividades e riais e a mão de obra, incluindo aí,
atividades definidas na programação. outras variáveis que possuem influên- os quantitativos e preços;

45
ENGENHARIA DE CUSTOS • MAIO 2013

d) operações especializadas onde e) equipamentos: são quantificados custo de compras a prazo, o custo do
se incluem os componentes não exe- segundo a sua disponibilidade e for- dinheiro tomado por empréstimos;
cutados em canteiro ou que exigem ma de locação de mercado. Exemplo:
mão de obra especializada para ins- aluguel diário de vibrador, mesmo que g) impostos, taxas da obra e segu-
talação. Exemplo: instalação de ele- seja usado apenas por duas horas; ros. Exemplo: IPTU do terreno da obra,
vadores, subempreiteiro de cerâmi- ART relativa a projetos e execução da
ca, pastilhas e pintura, colocação de f) custo financeiro da obra, onde se obra, seguros de responsabilidade ci-
vidros, serralheria, estruturas pré-fa- quantificam, por exemplo, o custo de vil e incêndio, taxas municipais de li-
bricadas; oportunidade do capital investido, o cenciamento, aprovação e habite-se.

As vantagens
As vantagens do orçamento
do orçamento operacional e) a administração de compras de materiais e de equipa-
mentos é beneficiada; possibilita o investimento em mate-
operacional riais ou aluguéis de equipamentos, o orçamento operacio-
nal diz quando cada material ou equipamento será utilizado
De acordo com Cabral (1988, p. 51- 52), a possibilida- em cada fase de obra e em que quantidade;
de de gerenciar a obra a partir do orçamento operacional
proporciona inúmeras vantagens em relação ao orçamento f) previsão dos reajustes salariais pelos dissídios coleti-
convencional. Por exemplo: vos, uma vez que o orçamento operacional também consi-
dera o tempo em que os custos são incorridos;
a) administração da obra sob os mesmos princípios de
administração adotados na produção fabril, tanto relacio- g) consideração do custo de tempo improdutivo de cer-
nados ao custo, quanto ao tempo; tas operações, inclusive o tempo de equipamentos para-
dos, uma vez que este orçamento tem como parâmetro,
b) a tomada de decisão é facilitada para os intervenien- além do custo dos insumos, o tempo;
tes no processo;
h) avaliação de métodos construtivos, não só em termos
c) o balanceamento das equipes de trabalho a partir de de custos diretos, mas também em custos provenientes da
pré-programação, através de instrumentos como, curvas economia de tempo, como por exemplo, as despesas do
de agregação de recursos, linha de balanço, programação escritório central, que incidem indiretamente em cada obra
de recursos; e o custo financeiro;

d) previsão do custo de mobilização e desmobilização de i) a programação da obra subsidia a elaboração do res-


mão de obra ao longo do tempo, assim como no item an- pectivo fluxo de caixa, que em conjunturas inflacionárias,
terior, permite utilizar as curvas de agregação de recursos; torna-se um instrumento de elevada importância.

As desvantagens do
As desvantagens do orçamento operacional b) a técnica impõe certa rigidez ao programa de obra e
orçamento operacional à alocação de custos em períodos predeterminados, até
porque uma obra pode ser conduzida de maneira diversa
daquela que fora prevista no orçamento (CABRAL, 1988,
É preciso salientar que o orçamento operacional é fruto p 52);
da especialização do orçamentista que é um profissional
altamente especializado no setor da construção civil (SO- c) o tempo para elaboração do orçamento operacional é
LANO, 1996, p. 6). A não aplicação desta técnica pode ser maior do que o tempo necessário para o orçamento con-
justificada por diversas causas: vencional (CABRAL, 1988, p. 53). O trabalho dispendido
pelo orçamentista e a necessidade de profundo conheci-
a) consagração da utilização do orçamento discriminado mento do processo construtivo são maiores do que os re-
pelas construtoras, utilizando-se índices de consumo por queridos no orçamento convencional, o que também eleva
insumo para cada serviço, uma vez que a técnica do orça- o seu custo (SOLANO, 1996, p. 6);
mento operacional corre o risco de não ser aceita por ser
nova (CABRAL, 1988, p 52). Segundo Solano (1996, p. 6), d) necessidade da elaboração dos projetos e plane-
existe resistência a mudanças e por esse motivo esta téc- jamento da produção antes da realização do orçamento
nica é pouco utilizada; operacional (KERN, 2005, p. 54).

46
MAIO 2013 • ENGENHARIA DE CUSTOS

No orçamento operacional o forma- ções nos orçamentos, projetos, plane-


to da informação gerada é mais deta- jamento da produção que vão desde
lhado que o orçamento convencional, obtenção de produtividade da mão de A possibilida-
pois ao invés de orçar apenas as ativi-
dades de transformação da obra, são
obra abaixo da estimada, perdas de
materiais aplicados em obra acima da
de de gerenciar a
orçadas todas as atividades planeja- quantidade estimada devido à utiliza- obra a partir do
das da produção (KERN, 2005, p. 52). ção de técnica construtiva distinta na
A grande importância desta técnica produção e no orçamento, revisões de orçamento opera-
está nos conceitos por ela introduzi-
dos, os quais nos levam a aperfeiçoar
projeto que alterem soluções técnicas
quem impactem no custo do empreen-
cional proporcio-
o orçamento convencional. Nos em- dimento etc. na inúmeras van-
preendimentos de construção civil há
um grande risco do custo final de um Sustenta-se neste artigo a premissa
tagens
de que antes de iniciar a obra, conside-
rando que desde o início do processo
O orçamento de projeto, os orçamentos são elabo-
rados dentro das limitações existentes
projeto executivo. Nesta fase, deve-se
refazer a estimativa, ou seja, elaborar
operacional pro- em cada fase do empreendimento. o orçamento operacional, com o proje-
to executivo e discriminações técnicas
picia maior quali- À medida em que se avança com o definitivas, além de consultar a produ-
dade da previsão empreendimento, a qualidade das in- ção sobre o plano de ataque da obra
formações aumenta: detalham-se os (EAP) e ou planejamento executivo.
dos custos envol- projetos, obtém-se as especificações
vidos na execução de marcas, referências de produtos,
para que as quantidades possam ser
A integração entre orçamento e
planejamento/controle da produção
de uma obra levantadas e mensuradas através de mostrou-se fundamental, tanto na ela-
cotações junto a fornecedores com boração do orçamento considerando
maior qualidade na obtenção dos cus- as estratégias de produção, como no
equipamento ser diferente do custo tos correspondentes. controle de custos e no setor de pro-
estimado, se o orçamento de um em- jetos, para monitorar as alterações co-
preendimento for realizado sem con- muns que ocorrem ao longo do prazo
siderar a visão da produção. Skoyles de realização do empreendimento.
(1964 apud KERN, 2005, p. 59), expli- O orçamen-
cita que é possível concluir que pou-
cos arquitetos disponibilizam informa-
to operacional é Recomenda-se uma valorização
do orçamento com visão operacional,
ções suficientemente detalhadas para para uso em con- que agrega qualidade e eficiência no
permitir a elaboração de um orçamen- controle de custos e na produção das
to operacional nas fases iniciais de trole e planeja- obras, o que sem dúvida é fundamen-
empreendimento, e em muitos deles o
processo de projeto é desenvolvido de
mento da obra. E tal ao sucesso dos empreendimentos.
Essa valorização, segundo Goldman
forma simultânea com o processo de busca essencial- (1999, p.141), beneficiará diretamen-
produção. Porém, algumas empresas
do setor, de construção civil, princi-
mente adequar te o mercado imobiliário, uma vez que
a maior precisão do orçamento per-
palmente as incorporadoras, utilizam as informações mite maior segurança na execução
esta estimativa inicial para controle de dos empreendimentos, nas análises
custos quando a obra inicia, ou seja, fornecidas aos de viabilidade e, consequentemente,
uma prática incorreta, pelo fato dela dados obtidos uma maior participação econômica no
sofrer inúmeras alterações ao longo mercado. O orçamento operacional
do processo. propicia maior qualidade da previsão
dos custos envolvidos na execução
Por consequência, alterações sig- Contudo, na fase de anteprojeto ou de uma obra, o que é fundamental
nificativas das estimativas realizadas projeto legal (Básico) se executa o Or- para a sobrevivência de uma empresa
no início da obra podem ocorrer du- çamento Convencional e após a em- de construção civil no atual mercado
rante a fase de produção e devem ser presa vencer a licitação pública e/ou competitivo.
monitoradas mediante um controle de contratar a obra privada, se providen-
custos ocorridos, em comparação com cia imediatamente a contratação dos Eng. Inaiara de Oliveira
os custos estimados. Exemplo: altera- projetos complementares, bem como o Mestre em Orçamentos pela UFRGS

47
ENGENHARIA DE CUSTOS • MAIO 2013

para o futuro, depende de uma integra- o de qualificar profissionais no âmbito


ção imediata entre os ministérios e en- nacional, formando-os a médio prazo,
tre as secretarias estaduais. a nível de MBA e de Pós-Graduação,
e também qualificamos profissionais
O Governo precisa fazer parcerias a curto prazo através de cursos de
com entidades não governamentais, capacitação. Desta forma, estamos
para que possa solucionar este pro- atendo a esta demanda de mercado,
blema. As universidades públicas es- qualificando e requalificando enge-
tão engessadas. Outro aspecto des- nheiros e arquitetos, como também
te cenário é que muitos engenheiros especializando administradores, eco-
que se formaram há cinco anos foram nomistas e contadores dentro das
absorvidos pelo mercado financeiro. disciplinas associadas à Gestão de
Rubens Borges Como ocorreram muitas fusões entre Custos de Engenharia e à Gestão de
as instituições financeiras, temos mui- Projetos de Engenharia.
Diretor Regional
tos engenheiros desqualificados para
IBEC - SP
a realidade atual do mercado de enge- Milhares de profissionais já se qua-
nharia. Temos que trazê-los de volta lificaram através do IBEC e o reconhe-
O Momento é este! para o mercado de Engenharia. Temos cimento de que estas qualificações são
que requalificá-los. Há ainda um pro- relevantes no mercado de engenharia,
Uma reflexão sobre o cenário blema adicional, e grave, que é a falta é dado pelo testemunho de todos os
da Engenharia no Brasil. de equalização dos conceitos dos cus- alunos que fizeram os nossos cursos.
tos de obras públicas, entre os órgãos O segundo papel que cumprimos é o

E
stamos vivendo um momento contratantes, os órgãos de auditoria e de equalizar os conceitos de custos de
ímpar na economia brasileira, as empresas/empreiteiras executoras obras públicas. Neste aspecto, temos
e o Governo está acionando destas obras. prestado já, há alguns anos, assesso-
planos emergenciais visando rias aos diversos órgãos públicos e tam-
adequar a nossa infraestrutura para bém a empresas públicas e privadas.
atender a nosso crescimento econô- Milhares de pro-
mico. Faltam portos, faltam estradas,
faltam aeroportos... A realidade é que
fissionais já se qua- Para consolidar esta contribuição, o
FÓRUM NACIONAL DE OBRAS PÚ-
está faltando gente capacitada para lificaram através BLICAS já ocorreu em nove capitais,
fazer projetos, e o orçamento previsto do IBEC nas quais foram coletadas informa-
para obras não está sendo executado ções, com o objetivo de elaborar uma
porque faltam projetos para que se fa- Isto ocorre porque não temos pro- Orientação Técnica (OT) que equalize
çam as licitações. Incrível, não está fal- fissionais especializados em quanti- os conceitos de custos de obras públi-
tando dinheiro! Faltam projetos! A falta dade suficiente para tratar deste as- cas. Esta OT ficou pronta e estamos
de mão de obra qualificada no segmen- sunto ocasionando divergências no voltando a todas as cidades onde ocor-
to de engenharia é um problema grave, tratamento destes conceitos entre os reram estes fóruns e apresentando a
o que está impactando em muito este interessados. As divergências de con- versão final desta orientação técnica.
cenário. Percebemos que este proble- ceitos quanto a estes custos de obras Estamos convidando para participar
ma não foi e não está sendo tratado de públicas, além dos desgastes e custos deste Fórum toda a sociedade: Contra-
forma adequada pelo governo. adicionais causados, causam prejuízos tantes, contratadas e auditores.
enormes à economia, seja pelos custos
Leva-se pelo menos cinco anos para de retomadas de obras paralisadas, ou Estamos cumprindo o nosso papel!
se preparar um engenheiro, e pelo me- pela indisponibilidade de infraestrutura Estamos também nos oferecendo para
nos sete se contarmos desde a sua de- que permita escoar a economia. todas as parcerias que sejam necessá-
cisão em se definir profissionalmente rias para ajudar a sociedade, tanto para
por este mercado. A quantidade de en- Já estamos cansados de ouvir que resolver os problemas da mão de obra
genheiros que temos hoje é insuficien- o custo Brasil é alto e estamos perden- qualificada do mercado de Engenharia,
te para atender à demanda das obras do a competitividade no mercado inter- como o da equalização dos conceitos
previstas. A quantidade que se forma nacional. A nossa Instituição, o IBEC de custos de obras públicas. O Momen-
anualmente não cobre a demanda. As - Instituto Brasileiro de Engenharia de to é este! Se você, sua empresa ou sua
empresas e o governo estão precisan- Custos, representante no Brasil do organização tem interesse em um des-
do de gente que saiba fazer já, e esta ICEC (Conselho Internacional de Enge- tes assuntos, faça contato conosco.
expertise não se adquire nos bancos nharia de Custos), está neste momento
da universidade. A equalização deste cumprindo um duplo papel neste cená- Rubens Borges
problema hoje, e que só trará soluções rio. O primeiro papel que cumprimos é Diretor Regional IBEC - SP

48
MAIO 2013 • ENGENHARIA DE CUSTOS

SINAPI x SIN: Análise


comparativa entre o Sistema
Nacional de Pesquisa
de Custos e Índices da
Construção Civil e o sistema
adotado pelo Governo do
Estado do RN – SIN, além do
comparativo com os preços Thiago M. de Melo Francinaldo Ataliba

pesquisados no mercado. Engenheiro Civil Engenheiro Civil


pela UFRN pela UFRN

O
presente trabalho compara, A princípio, faz-se apenas um com- tornar irreal, uma vez que se escolham
através de um estudo de parativo entre os orçamentos, que será fontes com preços fora dos praticados
caso, as diferenças de cus- entre o orçamento com fontes da SIN, no mercado.
to existentes entre algumas o orçamento com fontes do SINAPI e
das principais fontes referenciais de com o orçamento com base nos coe- Para execução da pesquisa uti-
preço que atualmente são utilizadas ficientes dos insumos da TCPO e pre- lizou-se como referência uma obra
na determinação do valor de contra- ços pesquisados. de pavimentação convencional a pa-
tação de obras públicas no Estado do ralelepípedo, pois este tipo de obra
RN, sendo uma delas a nível federal e Assim, esta pesquisa tem o intuito geralmente apresenta uma pequena
a outra a nível estadual, além do com- de tornar claras as diferenças entre os variedade de serviços, além de ser
parativo com os preços dos insumos, preços das bases citadas, esclarecen- bastante comum em obras públicas,
equipamentos e mão de obra aplica- do o quanto pode ser prejudicial à utili- abaixo se apresentam os serviços,
dos no mercado local, bem como in- zação de uma fonte em detrimento de seus respectivos quantitativos e suas
formar quais destas bases de preços outra, e de como o orçamento pode se unidades de medidas.
mais se aproxima dos preços dos ser-
viços aplicados no RN.
DESCRIçÃO UNIDADE QTDE
Dentre os sistemas disponíveis, e SERVIçOS PRELIMINARES DESCRIÇÃO UND. QTDE
em consonância com a lei nº 8.666/93 LOCAÇÃO
SERVIÇOS DE OBRAS
PRELIMINARES m 1.000,00
(licitações e contratos), os mais uti- LOCAÇÃO DE OBRAS
TRABALHOS EM TERRA m 1.000,00
TRABALHOS EM TERRA
lizados pelos órgãos públicos e por COMPACTAÇÃO
COMPACTAÇÃO E REGULARIZAÇÃO
E REGULARIZAÇÃO DE 20CM DE ESPESSURA
DE SUB-LEITO ATÉ m² 6.000,00
m 6.000,00
profissionais que atuam nesta área no SUB-LEITO ATÉ 20cm DE ESPESSURA
PAVIMENTAÇÃO
COLCHÃO DE AREIA PARA PAVIMENTAÇÃO COM ESPESSURA DE 10 cm m² 6.000,00
Estado do RN são o Sistema Nacio- PAVIMENTAçÃO
MEIO FIO EM PEDRA GRANITICA REJUNTADO COM ARGAMASSA DE CIMENTO E AREIA 1:3 m 2.000,00
nal de Pesquisa de Custos e Índices PARALELEPÍPEDO
COLCHÃO DEEMAREIA PEDRAPARA
GRANITICA REJUNTADO COM ARGAMASSA DE CIMENTO E
PAVIMENTAÇÃO m² 6.000,00
AREIA GROSSA, TRAÇO 1:3, EXCLUSIVE COLCHÃO DE AREIA m 6.000,00
da Construção Civil - SINAPI, manti- COM ESPESSURA DE 10 cm
PINTURA
do pela Caixa Econômica Federal; e MEIO DE
CAIAÇÃO FIO EMMEIO
MEIO PEDRA GRANITICA
FIO COM CAL VIRGEM REJUNTADO
m m 600,00
2.000,00
COM ARGAMASSA DE CIMENTO E AREIA 1:3
a SIN – Secretaria de Infraestrutura
PARALELEPÍPEDO EM PEDRA GRANITICA
do RN, desenvolvido e mantido pelo
REJUNTADOCOM ARGAMASSA DE CIMENTO 6.000,00
próprio órgão citado. Outra fonte bas- E AREIA GROSSA, TRAÇO 1:3, EXCLUSIVE
m
tante utilizada pelos orçamentistas é a COLCHÃO DE AREIA
TCPO – Tabelas de Composições de PINTURA
Preços para Orçamentos, criado pela CAIAÇÃO DE MEIO FIO COM CAL VIRGEM m 6.000,00
editora PINI.

49
ENGENHARIA DE CUSTOS • MAIO 2013

Composições de BDI de 124,60% aos encargos da SIN e o SIN: Realizaram-se duas planilhas
valor de 169,09% foi encontrado a par- com base no SIN, ambas de custo di-
Não existe apenas uma única for- tir da planilha do SINAPI, porém adi- reto, porém com uma delas sem BDI
ma de calcular o BDI. Nos orçamentos cionando as suas composições. Para e a outra com BDI de 25% (valor mé-
desta pesquisa serão utilizados BDI os encargos básicos, utilizaremos o dio utilizado pela maioria dos órgãos
calculados de duas formas distintas. mesmo valor do SINAPI/RN, que é de públicos). E os encargos sociais foram
A primeira é com base no acórdão do 123,93%, para horista. de 124,60% (composição SIN).
TCU, onde será adotado o valor mé-
dio utilizado pela maioria dos órgãos Para o município de Natal/RN, o LITERATURA: Depois de realizado
públicos, que é de 25%, e a segunda total das taxas complementares é de: os orçamentos com os preços unitá-
maneira é calculada como apresenta- 45,16%. Total dos encargos sociais: rios do SINAPI e da SIN, parte-se para
do na TCPO: 41,52%, em média. 169,09%. o orçamento com os preços aplicados
no mercado conforme a TCPO com as
Composições de Orçamentos e Composições seguintes configurações:
Encargos Sociais de Preços Unitários do Projeto

Os Encargos Sociais dividem-se SINAPI: A título de comparação, reali- LITERATURA “A”: Custo direto
em três níveis: Encargos Sociais Bá- zaram-se duas planilhas com base no SI- (BDI: 0% e encargos: 124,60%)
sicos e obrigatórios, Encargos Inci- NAPI, ambas de custo direto, porém com
dentes e Reincidentes e Encargos uma delas sem BDI e a outra com BDI de LITERATURA “B”: Custo direto
Complementares. Neste artigo os or- 25% (valor médio utilizado pela maioria (BDI: 25% e encargos: 124,60%)
çamentos apresentam os seguintes dos órgãos públicos) e os encargos so-
valores: 123,93% refere-se aos en- ciais foram de 123,93% (valor apresenta- LITERATURA “C”: Custo direto real
cargos apresentados pelo SINAPI, o do pelo SINAPI para o Estado do RN). (BDI: 41,52% e encargos: 169,09%)

Os Resultados

COMPARATIVO
COMPARATIVO A:A:Custo
Custodireto
direto (sem
(sem BDI)BDI)
FONTE R$ (Total) R$/m² de Pavimento
FONTE R$ (Total) R$/ m de Pavimento
PLANILHA ORÇAMENTÁRIA - SINAPI "A" (BDI: 0%) 261.440,00 43,57
PLANILHA ORÇAMENTÁRIA - SINAP “A” (BDI: 0%) 261.440,00 43,57
PLANILHA ORÇAMENTÁRIA - SIN "A" (BDI: 0%)
PLANILHA ORÇAMENTÁRIA - SIN “A” (BDI: 0%)
267.584,00
267.584,00
44,60
44,60
PLANILHA ORÇAMENTÁRIA
PLANILHA ORÇAMENTÁRIA - LITERATURA
- LITERATURA “A” (BDI: 0%) "A" (BDI: 0%) 232.224,00
232.224,00 38,70
38,70

COMPARATIVO A: Entre os orça-


mentos SINAPI, SIN e o real no
qual foi chamado de LITERATURA
“A”. Esses orçamentos não apre-
sentam BDI.

COMPARATIVO B:
COMPARATIVO B:Custo
Custodireto
direto(BDI: 25%)
(BDI: 25%)
FONTE
FONTE R$ (Total)
R$ (Total) R$/m²
R$/ mdedePavimento
Pavimento
PLANILHA ORÇAMENTÁRIA
PLANILHA ORÇAMENTÁRIA - SINAPI
- SINAP “B” "B" (BDI: 25%)
(BDI: 25%) 326.803,60
326.803,60 54,47
54,47

PLANILHA ORÇAMENTÁRIA
PLANILHA ORÇAMENTÁRIA - SIN “B” -(BDI:
SIN25%)
"B" (BDI: 25%) 334.528,00
334.528,00 55,75
55,75

PLANILHA ORÇAMENTÁRIA
PLANILHA ORÇAMENTÁRIA - LITERATURA
- LITERATURA “B” (BDI: 25%)"B" (BDI: 25%) 290.338,00
290.338,00 48,39
48,39

50
MAIO 2013 • ENGENHARIA DE CUSTOS

COMPARATIVO B: Entre os orçamen-


tos SINAPI “B” (encargos: 123,93%),
SIN “B” (encargos: 124,60%) e o LI-
TERATURA “B” (encargos: 124,60%),
BDI: 25%.

COMPARATIVO C: Custo direto (BDI: 25% e 41,52%. Encargos Sociais: 123,93%, 124,60% e 169,09%)
COMPARATIVO C: Custo direto (BDI: 25% e 41,52%. Encargos Sociais: 123,93%, 124,60% e 169,09%)
FONTE R$ (Total) R$/m² de Pavimento
PLANILHA
FONTE ORÇAMENTÁRIA - SINAPI "C" (BDI: 25% .:. ENCARGOS SOCIAIS: 123,93%) 326.803,60 R$/ m de Pavimento
R$ (Total) 54,47
PLANILHA
PLANILHAORÇAMENTÁRIA
ORÇAMENTÁRIA- SIN "C" (BDI:
- SINAP 25% 25%.:.
“B” (BDI: .:. ENCARGOS
ENCARGOSSOCIAIS: 124,60%)
SOCIAIS: 123,93%) 334.528,00
326.803,60 55,75
54,47
PLANILHA
PLANILHAORÇAMENTÁRIA
ORÇAMENTÁRIA- LITERATURA "C"25%.:.
- SIN “B” (BDI: (BDI:ENCARGOS
41,52% .:. ENCARGOS SOCIAIS: 169,09%)
SOCIAIS: 124,60%) 352.414,00
334.528,00 58,74
55,75

PLANILHA ORÇAMENTÁRIA - LITERATURA “B” (BDI: 25%.:. ENCARGOS SOCIAIS: 169,09%) 290.338,00 48,39

COMPARATIVO C: BDI, encargos


da SIN e SINAPI, e BDI e encar-
gos da TCPO.

Conclusões no mercado, houve uma disparidade elevadas das equipes de trabalho e


significativa, que é atribuída princi- sem atenderem às características lo-
Através da pesquisa, percebe-se palmente aos encargos sociais e ao cais e do projeto. Percentuais de BDI
que as planilhas SIN e SINAPI apre- BDI. Pois o BDI da TCPO apresenta ridiculamente baixos, em presença da
sentam os preços de serviços bas- valor quase dobrado ao valor médio necessidade e exigências da legisla-
tante próximos, apesar dos coeficien- adotado pela maioria dos órgãos ção atual LDO, que deverá estar de
tes, preços dos materiais e insumos públicos, isso porque elas não con- acordo com a ciência da Engenharia
distintos, o principal fator que influen- sideram os índices do Grupo E – en- de Custos, o que não tem ocorrido,
cia na diferença de preço dos servi- cargos complementares. causando graves prejuízos à Enge-
ços entre os bancos de preços do SIN nharia Nacional e seus profissionais.
e do SINAPI são os encargos sociais As obras públicas, a despeito de (DIAS, 2010)
aplicados sobre a mão de obra. alguns incrédulos, estão subfatura-
das. Talvez entre 15 a 25% do pre- Thiago Augusto M. de Melo
É notório que quando compara- ço de referência. Entre outros itens, Engenheiro Civil pela UFRN
dos os orçamentos da SIN e do SI- podemos citar a ausência ou valores
NAPI com o orçamento com base reduzidos, tais como vale transpor- Francinaldo Ataliba
na TCPO e nos preços pesquisados te, alimentação, EPI, produtividades Engenheiro Civil pela UFRN

51
ENGENHARIA DE CUSTOS • MAIO 2013

A Engenharia de Custos e
a Análise de Conformidade
de Preços
Paulo Roberto Dias Fernando José Camargo

Presidente Vice-Presidente
do IBEC Executivo do IBEC

A
globalização da economia estratégias de negócios, processos de Alojamento, adicional de transfe-
transforma o mercado onde, negócios e engenharia de produtos. rência, treinamento e participação
todos os dias, aparecem no- A nova Ciência do Conhecimento re- nos resultados.
vos participantes, sejam par- conhece que o conhecimento é cons-
ceiros, clientes ou competidores, com truído, mantido a partir da informação Atualmente estes custos para ope-
novos conceitos, métodos, tecnologias e desenvolvido através de processos rários da construção civil atingem
e produtos. Os processos são cada vez de comunicação e difusão de informa- até 300% sobre a remuneração base
mais dinâmicos e a Engenharia Simul- ções, adicionando-se as experiências do profissional.
tânea substitui gradativamente a Enge- pessoais de especialistas, conforme
nharia Serial, com reflexos nos custos as equações abaixo: Quanto aos Materiais, o desafio do
a partir dos novos regimes contratuais, prestador de serviço é maior tendo em
dos novos modelos de concessões e informação = dados + contexto vista o elevado risco envolvido, em ra-
das novas estruturas organizacionais, conhecimento = informação + zão da fixação do valor do insumo na
mais rasas, bem como a formação de experiência proposta e na natural oscilação do mer-
consórcios e pulverização de empresas. cado até a sua efetiva aquisição.
Quanto à Engenharia de Custos
A mensuração na Era do Conheci- atual, temos que o preço de venda de Ao se cotar determinado material, no
mento adquire novas formas, pela nova um serviço de engenharia é formado momento da elaboração do orçamento,
dinâmica proporcionada pela Tecnologia pela soma dos seguintes itens: as propostas apresentadas envolvem
de Informação e Comunicações, porém riscos econômicos que não são reduzi-
a arquitetura de informação permanece. dos pelo tamanho da amostra, porém,
PREÇO DE VENDA = MÃO DE OBRA
exigem um tratamento cuidadoso para
+ MATERIAIS + EQUIPAMENTOS +
O mercado está mudando rapida- expurgar as distorções e adotar o pre-
ADMINISTRAÇÃO LOCAL + BDI
mente, cada vez mais complexo, exi- ço mais adequado. Reduzindo desta
gindo que as companhias reduzam pre- maneira as eventuais necessidades da
ços, acelerem operações e aumentem Quanto à Mão de Obra, que é um aplicação de pleitos para recondução
qualidade e inovem constantemente. A item de elevado custo e de importância do contrato ao seu equilíbrio econômi-
resposta das empresas passa por di- estratégica, temos que considerar além co-financeiro, tendo em vista o prazo
versas transformações, do número de da remuneração do profissional, as de- para sua aquisição.
níveis hierárquicos, expansão lateral mais exigências da legislação, entre
de responsabilidades com os profissio- outros itens, citamos os seguintes: Quanto aos Equipamentos, temos
nais executando tarefas e não funções que analisar se os mesmos são pró-
e uma revisão constante de estraté- Encargos Sociais: prios ou de terceiros.
gias, táticas e processos operacionais. Encargos Complementares (Trans-
O desenvolvimento de Tecnologias de porte, alimentação, Normas de Proce- Se de terceiros, devemos admitir a
Informação e Comunicações (TIC) es- dimento - NP - do Ministério do Traba- mesma situação comentada para os
tabelece um elo muito importante entre lho, seguro de vida e de mercado) e; materiais. Quando próprios caberá à

52
MAIO 2013 • ENGENHARIA DE CUSTOS

empresa avaliar o enorme investimento necessário e a A Conformidade de Preços de um serviço é garantir para
necessidade de contratação de serviços continuamente as partes envolvidas a aplicação da legislação brasileira
onde esses sejam adequadamente aplicados. Em cons- pertinente, inclusive tributária, da boa técnica da Engenha-
trução civil o custo dos equipamentos não costuma ser ria de Custos e o efetivo cumprimento do escopo do projeto.
uma parcela expressiva.
A participação do IBEC no Programa do PROSUB, que
O custo da Administração Local do contrato é bastante compreende a aplicação correta destas teorias, técnicas e
significativo principalmente pelo fator mão de obra e tudo práticas, ao executar o Gerenciamento de Custos, é envol-
que foi anteriormente citado. Evidentemente elevando o pre- vente, instigante e desafiador para toda a equipe, pois, além
ço de venda. Deverá constar da planilha de quantidades. En- do grande conhecimento em Engenharia de Custos que exi-
volve, entre outros itens, engenheiros, mestre de obra, pes- ge de todos os participantes, devendo contar com profissio-
soal de escritório, almoxarife e segurança patrimonial. Sem nais experientes em orçamento, execução e acompanha-
esquecer veículos de apoio, bens patrimoniais, as contas de mento de obras em distintas disciplinas, bem como grande
água, luz e telefone e materiais de consumo. familiaridade com gerenciamento de empreendimentos de
porte, garantindo a conformidade dos preços dos serviços
Enquanto o BDI - Benefício e Despesas Indiretas, quando constantes da EAP – Estrutura Analítica do Projeto apre-
aplicado à Construção Civil, tem metodologia de cálculo que sentada na proposta da construtora, do ponto de vista não
envolve a margem de lucro das empresas, os tributos sobre só da legislação aplicável, como também, atendendo aos
a receita e variáveis definidas em percentuais, tais como, a órgãos de controle e aos interessados contratantes. Assim
Administração Central, os Seguros, a Garantia Contratual e como garantir as necessidades da organização executante.
o Custo Financeiro. O contratante deve, ainda, considerar a
Margem de Risco ou de Erro. A enorme dificuldade da construção exige da equipe
do Gerenciamento de Custos constante aprimoramento
Custos Indiretos = Administração Central técnico e aprofundamento no estudo dos casos ocorridos
no contrato.
+ Custo Financeiro + Seguros + Garantia
Contratual + Margem de Erro

A Administração Central sempre com tendência de alta


em função da necessidade de investir em novas tecnolo-
gias, técnicas e prospectar negócios inovadores.

BDI = Lucro + Custos Indiretos

Sabendo que o BDI é inversamente proporcional ao valor


do contrato e tem menor relação com o tipo de obra, das
suas condições específicas, o prazo da obra, bem como di-
versos fatores intrínsecos de cada obra, não tem sentido de-
finir um BDI médio, nem mesmo setorizado e sim, calcular o
BDI contrato por contrato, no caso do prestador de serviços.

O contratante calculará o BDI de Referência (ou médio


para as empresas que habitualmente participam de suas li-
citações) para cada faixa de valor de contrato.

A Administração Central, no caso do Contratante, deverá


ser adotada após a elaboração de pesquisa junto às empre-
sas executoras.

Eng. Paulo Roberto Vilela Dias,


Presidente do IBEC.

Fernando José da Rocha Camargo


Vice-Presidente Executivo do IBEC

53
ENGENHARIA DE CUSTOS • MAIO 2013

Necessidade de Novos Conceitos para


Elaboração do Preço de Referência em
Obras Públicas sem Preconceito
(O Preço de Venda das Obras Públicas está
Abaixo do Custo)

Paulo Roberto Dias

Presidente
do IBEC

Faremos um breve relato da situa- para os trabalhadores ou para o País, mo? Que eu saiba, nenhum.
ção das obras públicas no Brasil com porém, estes não são repassados
gravíssimas implicações para os pro- para os custos das obras pelos ór- Bem, os principais itens que estão
fissionais da Engenharia Nacional. gãos contratantes nos seus preços ausentes ou abaixo dos custos das
de referência. construções, são os seguintes:
É fato facilmente comprovável que
as obras públicas em nosso país es- O último exemplo, em janeiro de 2010 1- Encargos Complementares, isto
tão com os preços de venda abaixo do foi a criação do FAP - Fator Acidentário é, Vale Transporte, Alimentação, Se-
custo, a seguir citaremos alguns itens de Prevenção que elevou os Encargos guro de Vida, Consultas e Exames
que comprovam esta ridícula situa- Sociais em até 3%, qual o órgão público Médicos Periódicos e EPI – Equipa-
ção levando os profissionais da área que o incluiu em seu preço este acrésci- mentos de Proteção Individual.
a péssimas condições de vida e, ob-
viamente, fuga e dificuldade para as Encargos Complementares ( Exemplo: Grandes Cidades)
escolas formarem novos engenheiros,
pois, não existe nenhuma motivação Calculado sobre Salário %
atualmente na profissão. E o desen-
volvimento do país cada vez mais difí- Vale transporte (VT) VT= (T x n xN) - VT = (2,80x4x20)-
(Sx6%))/S (900,00x0,06))/900,00 18,89%
cil por ausência de profissionais.
Auxílio Alimentação (AA)
AA= (CALxN)/S AA = (10,00x20)/900,00 22,22%
O Preço de Venda de lici- Café da Manhã (CM)
CM = (4,00x20)/900,00 8,89%
tação baixo não necessar- CM=(CCMxN)/S

iamente representa satis- Equipamentos de Proteção EPI =


Individual (EPI) EPI=(CEPIxn1) / (n2xS) (260,00x3)/(12x900,00) 7,22%
fação garantida no final do
contrato. Aliás, geralmente Consultas e Exames CEM =
não traz bons frutos. Médicos (CEM) CEM= CCEM / (n3xS) (3*110,00)/(12x900,00) 3,06%

Seguro de Vida (SV) SV =CSV/S SV = 18,00/900,00 1,78%


Quanto aos preços de venda das
obras sabemos que desde 1988 fre- S= Salário Médio na S=40%xSServente+ R$ 900,00 62,06%
quentemente são criados novos cus- Construção 60%Soficial
tos, muitas vezes de grande interesse

54
MAIO 2013 • ENGENHARIA DE CUSTOS

Assim, o cálculo do percentual dos


Cálculo do Percentual de Encargos Complementares sobre o Preço de Venda
Encargos Complementares sobre o
Preço de Venda nos leva ao seguinte:
% Mão de Obra sobre o Preço de Venda 40 a 60% 40,00%

Assim, um total de 12% do % Encargos Sociais sobre o Salário 50% 50,00%

Preço de Venda não está


incluso nos orçamentos % Encargos Complementares sobre o Salário 60% 60,00%

das obras públicas.


% Encargos Complementares s/ Preço de Venda 40% x 50% x 60% 12,00%

2- BDI irrisório: segundo nossas 5- Margem de Erro - Sabemos, de


projeções para grandes contratos o Serviço 1 = (a x Serviço 2) ; onde: acordo com pesquisa realizada pelo
percentual do BDI deve situar-se entre ICEC – International Cost Engineering
30 e 36% do custo direto, entretanto o a = coeficiente de correção entre a Council que uma estimativa de custos,
usual nos preços de referências das dificuldade dos dois serviços e, geral- que é o caso do Preço de Referên-
obras públicas é de 23%. mente, varia entre 0,7 e 2. cia das licitações, elaborada a partir
de um Projeto Básico apresenta uma
Cada empresa pública deve ter sua margem de erro de 10 a 15%.
própria tabela de referência de custos.
Assim consideraremos
que está sendo reduz- Não esqueça que na fase
Adotaremos para fins deste arti-
ido indevidamente nas go que as composições de custos de proposta de preços
estimativas de custos unitários dos serviços represen- elaboramos uma mera
das obras públicas o tam uma redução indesejada na ESTIMATIVA DE CUSTOS
percentual aproximado estimativa de custos das obras do empreendimento. Ja-
de 7%. públicas em torno de 5%. mais seu custo real.
4- O custo da Administração
3- Nas composições de custos uni- Local da obra de uma maneira geral, Não será considerado este item na
tários de serviços vemos que pela essencial para a qualidade final dos redução do Preço de Venda das cons-
ausência de compatibilidade entre os serviços executados, muitas vezes ou truções, ora analisado.
bancos de dados referenciais adota- não é considerado ou é considerado
dos e os serviços efetivos que serão muito abaixo do valor correto. Entretanto, julgamos que no caso
executados existe uma diferença em do cálculo do Preço de Referência
torno de 5 a 15% no custo direto. Al- Nas grandes obras a taxa de Ad- pelos órgãos públicos em função da
gumas vezes, esta distorção se deve ministração Local é da ordem de 15% metodologia adotada, julgamos que a
por preço de insumos insuficientes em sobre o Preço de Venda. margem de erro é de 10%.
virtude da logística da obra, ou ainda,
do volume de serviço. Desta maneira, entendemos que 6- Paralisação de obra pública
este item está em torno de 5 a 15% pode significar grande prejuízo para a
Não existem duas obras ou serviços abaixo do custo real nos atuais orça- sociedade civil e para o País.
iguais por mais que se pareçam ou até mentos referenciais de obras públicas.
estejam no mesmo projeto em locali- A paralisação, bem como, a res-
zações diferentes. A logística, a topo- trição a um orçamento só poderia ser
grafia, o clima e a geotécnica alteram o Adotaremos para fins deste ar- adotada depois de exaustiva discussão
preço de venda da obra ou do serviço. tigo que a Administração Local e não houvesse mais nenhum questio-
namento ou dúvida quanto à decisão.
O mesmo vale para itens de servi-
representa uma redução indese- Decisão precipitada tem trazido muitos
ços, isto é, a comparação que se pode jada na estimativa de custos das prejuízos à sociedade brasileira e à En-
fazer entre dois serviços depende de obras públicas em torno de 8%. genharia Nacional tão fragilizada pelos
uma série de fatores, então temos: efeitos das últimas décadas.

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ENGENHARIA DE CUSTOS • MAIO 2013

7- Cálculo do Resumo de Falhas nas Estimativas de Custos de Obras Públicas

Logo, além das inúmeras falências de obras que remunerem todos os cus- O Estado não tem o privilégio
provocadas, contratos conduzidos de tos das empresas, isto é, temos que da virtude
maneira errônea, má qualidade dos conseguir o PREÇO SOCIALMENTE
serviços e sacrifício para os profis- JUSTO para as obras públicas. O Mercado não tem o privilé-
sionais da área de engenharia, só a gio do vício
elevada sonegação, uma vez que a
tributação atinge até 43% do Preço Temos que acabar com o precon-
de Venda das obras, explica os pre-
Não resolve realizar alte- ceito contra os prestadores de servi-
ços praticados ou aceitos por algumas rações em composições ços de engenharia.
empresas construtoras. analíticas de custos de ser-
viços de tabela referencial A meto dolo gia de auditoria ut i -
A Motivação lizada p elos Tribuna is de C ont a s
sem mudanças conceituais es t á em des ac ordo c om a b oa
Aos 63 anos de vida, minha motiva- na metodologia de cálculo prát ic a da Engenha ria C ons t ru -
ção é apenas lutar pelos profissionais do Preço de Referência e t i va e da Engenha ria de Cus tos
jovens da engenharia brasileira, que internaciona l.
um dia eu fui, para que tenham um sem acabar com o precon-
futuro promissor. E em nome da en- ceito em relação aos pres- Engenharia de Custos é uma ci-
genheira de produção Julia Dias (PU- tadores de serviços. ência. E não uma arte em que cada
C-RIO 2008), minha filha, eu homena- profissional se vira como pode. No
geio e desejo sorte a toda a juventude Brasil está sendo desta forma. É a
de nossa engenharia. hora da mudança de postura.
Sem Preconceito Vamos Re-
Vamos lutar por salários dignos. Va- duzir a Corrupção nas Obras
mos exigir que a engenharia nacional Públicas Engenheiro Civil Paulo Roberto Vilela
seja tratada como merece, sem pre- Dias, UFRJ - 1975
conceito por parte de quem quer que É sabido que o antigo provérbio a se- Mestre em Engenharia Civil, UFF – 2002
seja. Portanto, precisamos de preços guir citado é verdadeiro: Presidente do IBEC

56
MAIO 2013 • ENGENHARIA DE CUSTOS

Planejamento, Orçamento
e Composição de Custos

José Roberto Leiros

Diretor de Relações
Institucionais

N
o Cálculo da Estimativa de 3 – Início da Obra vis da Estação de Tratamento tem que
Custo de uma obra, há vá- combinar com a entrega dos equipa-
rios fatores que influem di- Um dos quesitos a ser levado em mentos mecânicos, elétricos e com a
retamente na composição consideração e, muitas vezes relega- tubulação de chegada dos efluentes.
de custo. O primeiro deles e o mais do, é o prazo ideal para o início da obra. Muitas vezes a Estação fica pronta,
importante é o planejamento da obra, Em certas regiões e em certos tipos de montada e acaba ficando parada por
que se inicia desde a necessidade obra, é preciso levar em consideração um prazo longo aguardando a chegada
desta até o seu término. Neste plane- seu início devido à época das chuvas, das tubulações, com isso deteriorando
jamento, deverá conter os seguintes principalmente em obras com grande as bombas, equipamentos elétricos e
tópicos: movimento de terraplanagem, como mecânicos, muitas vezes perdendo a
estradas, ferrovias, portos, aeroportos, garantia dos mesmos. Outro exemplo
1 – Nível do projeto Funcional se é a execução de uma rodovia, que tem
for o caso e se não, o nível dos Pro- num trecho, uma OAE (Obra de Arte
jetos Básico e Executivo. No Brasil, os Ór- Especial), Viadutos ou Pontes. Em
muitos casos, não se conclui no tempo
Antes de uma boa obra, vem sem-
gãos Contratantes pre- certo, ou a ponte é terminada e a rodo-
pre um bom projeto. No Brasil, os Ór- cisam dar mais valor à via não, ou vice-versa, com isso, preju-
gãos Contratantes precisam dar mais dicando as empresas, os profissionais
valor à qualidade do Projeto de um
qualidade do Projeto de e a sociedade. Um planejamento e um
Empreendimento. Quanto mais deta- um Empreendimento orçamento mal feitos acabam prejudi-
lhado o Projeto, mais teremos preci- cando todos nós.
são na Estimativa de Custo da Obra
e consequente qualidade da mesma. estações de tratamento de água e es- 5 – Acompanhamento da obra, com a
goto, assentamento de tubulações etc. apropriação dos custos e produção.
2 – Prazo da Obra Nestes casos, devemos começar na
época da seca, para não prejudicar a Todos os Órgãos Públicos, execu-
O Prazo de execução de uma qualidade e a produtividade do serviço. tores de obra, deveriam ter as suas
obra influi diretamente sobre seu apropriações, não só para o acompa-
custo. Existe o prazo técnico míni- 4 – As interfaces de uma obra nhamento da sua previsão e estimati-
mo para a execução de uma obra va, como para um banco de dados de
que se for minimizado, corre-se o Elas precisam ser muito bem plane- composições de custos para os próxi-
risco da estabilidade e da qualidade jadas, principalmente se há montagens mos serviços a serem executados.
da mesma. O prazo ideal é o custo elétricas e mecânicas. Um exemplo é
benefício entre o menor custo e um uma obra de tratamento de efluentes José Roberto Leiros
prazo compatível. de esgoto. A execução das obras ci- Diretor de Relações Institucionais

57
ENGENHARIA DE CUSTOS • MAIO 2013

dir essa prática. Orçamentos abaixo do materiais ou instalações de sua pro-


preço de mercado forçam a celebração priedade. Essa exceção parece indicar
de aditivos contratuais irregulares, que a possibilidade de que um construtor
por sua vez, depois de auditados, ge- venha a doar materiais de construção
ram as paralisações. de sua propriedade a um órgão público
contratante ou a utilizar equipamentos
A Lei das Licitações possui três dis- de sua propriedade na execução de
positivos, em dois dos seus artigos, obras públicas, sem cobrar pelos seus
que objetivam evitar o preço inexequí- usos. Em outras palavras, admite que,
vel e o preço irrisório ou simbólico em ao invés de obter lucro pela prestação
propostas orçamentárias: o parágrafo de um serviço ou pela entrega de uma
3º do art. 44, e os parágrafos 1º e 2º obra para a administração pública, o
Marcio Soares da Rocha do art. 48. Tais dispositivos legais pos- construtor possa deliberadamente ter
suem defeitos em seus textos que os prejuízo. Essa exceção inserida no pa-
Diretor Regional tornam ineficientes com relação aos rágrafo é estranha a uma economia de
IBEC - Fortaleza
propósitos para os quais foram conce- mercado e na realidade, se constitui
bidos, o que se passará a comentar e numa licença para a oferta de preços
demonstrar a seguir. inexequíveis, irrisórios e simbólicos nas
A Ineficiência da Lei das licitações públicas.
Licitações para Coibi- O parágrafo 3º do art. 44 proíbe o
ção de Preços Irrisó- preço simbólico ou irrisório nas propos- § 3o Não se admitirá proposta que
tas, porém, não define objetivamente o apresente preços global ou unitários
rios ou Inexequíveis em que é “preço irrisório” ou “preço simbó- simbólicos, irrisórios ou de valor zero,
Obras Públicas – Uma lico”; portanto, é confuso e ineficiente incompatíveis com os preços dos insu-
Reflexão Crítica. mos e salários de mercado, acrescidos
dos respectivos encargos, ainda que o
Quando o assunto é custos e pre-
ços de obras públicas, normalmente
Preços muito ato convocatório da licitação não tenha
estabelecido limites mínimos, exceto
as atenções estão voltadas ao “sobre- baixos em licita- quando se referirem a materiais e ins-
preço” ou “superfaturamento”. Pouca
atenção tem sido dada por parte dos
ções incentivam a talações de propriedade do próprio lici-
tante, para os quais ele renuncie a par-
gestores públicos, legisladores, audito- má qualidade cons- cela ou à totalidade da remuneração.
res, e líderes das entidades de classe
profissionais ao subpreço e ao subfa-
trutiva em obras (Brasil. Lei nº 8.666/1993, art. 44, § 3o).

turamento de obras e serviços públicos A falta de critérios objetivos (explíci-


de Engenharia, prática tão danosa à para o fim ao qual se destina. Embora tos) de definição do que sejam “preços
sociedade quanto o superfaturamento, esse dispositivo faça referência a pre- irrisórios” ou “preços simbólicos” com
pelas consequências que produz. ços que sejam incompatíveis com os relação a materiais e equipamentos,
preços dos insumos e salários pratica- bem como a exceção inserida no § 3o
Preços muito baixos em licitações dos no mercado (acrescidos dos res- do art. 44 da citada Lei tornam esse
incentivam a má qualidade construtiva pectivos encargos sociais e trabalhis- dispositivo legal impraticável. Uma
em obras e a entrega de construções tas), não há no seu texto (nem no artigo possível desclassificação de uma pro-
com baixa qualidade prejudica a socie- e nem em toda a Lei) um único critério posta que contenha preços unitários
dade, em especial as suas classes mais objetivo que defina os limites inferiores muito baixos com relação ao mercado
baixas, as quais são as principais usu- ou mínimos de preços para materiais de não encontra fundamentação nesta
árias das escolas públicas e das casas construção ou equipamentos, de modo Lei, especialmente neste artigo, tendo
populares executadas por programas e que, abaixo dos tais, os preços unitários em vista a sua defeituosa redação. Ne-
projetos governamentais, dentre outras de uma proposta orçamentária possam nhuma comissão de licitação consegue
benfeitorias públicas. Além disso, a ser considerados irrisórios ou simbóli- desclassificar uma proposta de preço
causa de boa parte das obras públicas cos, e assim desclassificáveis. com base nesse artigo. Sendo imprati-
que estão hoje paralisadas ou inacaba- cável, esse dispositivo provoca o efeito
das no país é que os orçamentos que Para piorar a situação, o parágrafo contrário, que é incentivar a prática de
originaram os seus respectivos con- 3º do art. 44 admite uma exceção, que, subpreço e subfaturamento – conheci-
tratos eram praticamente inexequíveis, na opinião deste autor, é destituída de dos popularmente como “mergulhos”.
porém os dispositivos atuais da Lei das praticidade, a qual se refere à possibili- Isso, além de, quase que inevitavel-
Licitações e Contratos Públicos (Lei nº dade do construtor renunciar “à parcela mente, gerar a falta de qualidade exe-
8.666/93) não são eficientes para impe- ou à totalidade da remuneração” por cutiva, afasta da execução das obras

58
MAIO 2013 • ENGENHARIA DE CUSTOS

públicas os construtores mais compe- a Lei já parte da admissibilidade de um Fica demonstrado, então, que o § 1º
tentes e sérios. preço global que esteja até 30% abai- do art. 48, como está, é ineficiente para
xo do valor orçado pela administração! evitar um preço global inexequível, e,
O único critério objetivo que pode Por que, ou como foi fixado este parâ- se não evita, autoriza e incentiva a prá-
ser utilizado para averiguar se um pre- metro de “mergulho”? Estaria embutida tica do preço inexequível em obras e
ço unitário ou global é irrisório ou sim- nesse artigo a possibilidade de que o serviços públicos de Engenharia.
bólico, embora não explícito na Lei, é a orçamento básico – elaborado pelos
prática de salários com valores abaixo profissionais do órgão contratante – O § 2º do art. 48 aumenta (muito)
dos convencionados nos respectivos contenha um erro tão grosseiro, da or- o problema, pois admite que uma pro-
acordos coletivos dos sindicatos. Um dem de 30%? Somente isso já seria su- posta esteja inferior ao mínimo calcu-
proponente que apresentar um orça- ficiente para se perceber o quão falho lado pelas regras do § 1º e ainda as-
mento de obra pública contendo, em é este artigo. Mas, lamentavelmente sim não seja desclassificada; por este
suas composições de custos, salários essa margem de “mergulho” inicial não parágrafo, basta, nesses casos, que o
mais baixos do que os valores constan- é nele o pior. órgão contratante exija do autor de tal
tes nas respectivas convenções coleti- proposta ínfima uma garantia adicio-
vas, deve ser desclassificado com base Fazendo uma simulação de acordo nal como condição para a assinatura
no art. 44, § 3o. Neste caso, o critério é com as regras deste parágrafo deste do contrato.
claro, pois as convenções coletivas de artigo, imagine-se que uma obra foi
trabalho registradas possuem efeito de orçada pelo órgão público contratante § 2º Dos licitantes classificados na
lei. Definem pisos salariais (valores mí- por R$ 1.000.000,00 (um milhão de re- forma do parágrafo anterior cujo valor
nimos), abaixo dos quais qualquer valor ais), e foram apresentadas as seguin- global da proposta for inferior a 80%
seria ilegal. tes propostas: (oitenta por cento) do menor valor a
que se referem as alíneas “a” e “b”,
Qualquer constru- • Proposta 1: R$ 712.000,00 será exigida, para a assinatura do con-
trato, prestação de garantia adicional,
tor percebe que uma • Proposta 2: R$ 540.000,00 dentre as modalidades previstas no §
redução desse nível tor- 1º do art. 56, igual a diferença entre o
na uma proposta orça- • Proposta 3: R$ 800.000,00 valor resultante do parágrafo anterior
e o valor da correspondente proposta.
mentária inexequível • Proposta 4: R$ 480.000,00 (Brasil. Lei nº 8.666/1993, art. 48, § 2o).

Já com relação aos §§ 1º e 2º do art. Neste caso, a média das propos- Necessário se faz que esses três
48, a situação é bem pior. Esses dispo- tas maiores do que 50% (cinquen- dispositivos legais aqui comentados
sitivos possuem critérios objetivos de ta por cento) do valor orçado é R$ sejam corrigidos, e logo, pois a Lei já
cálculo, todavia, da forma como estão, 684.000,00 (seiscentos e oitenta e está em vigor desde 1993 (embora o
em vez de inibir os preços inexequíveis quatro mil reais). Seguindo o racio- art. 48 tenha passado a fazer parte da
em obras de engenharia, eles fazem é cínio do artigo, o preço global míni- Lei 8.666 em 1998). Aliás, é surpreen-
incentivá-los. mo, neste caso, seria R$ 478.000,00 dente que tais problemas não tenham
(quatrocentos e setenta e oito reais), sido corrigidos na Lei até hoje.
§ 1º Para os efeitos do disposto que corresponde a 70% (setenta por
no inciso II deste artigo consideram- cento) da média aritmética dos valo- Os líderes das instituições que
se manifestamente inexeqüíveis, no res das propostas superiores a 50% compõem o sistema Confea-Crea
caso de licitações de menor preço para (cinquenta por cento) do valor orça- e outras que representam os profis-
obras e serviços de engenharia, as do pela administração. Como não sionais de Engenharia e os constru-
propostas cujos valores sejam inferio- há, neste exemplo, proposta de valor tores precisam analisar a questão e
res a 70% (setenta por cento) do menor inferior a 70% da média calculada, apresentar soluções a parlamenta-
dos seguintes valores: todas as propostas estariam classifi- res federais que venham a elaborar
cadas e a proposta vencedora seria um projeto de lei com o fito de fazer
a) média aritmética dos valores das a de R$ 480.000,00 (quatrocentos e desaparecer esta vergonhosa e lesi-
propostas superiores a 50% (cinqüenta oitenta mil reais), com redução (“mer- va prática do mergulho exagerado e
por cento) do valor orçado pela admi- gulho”) de 52% (cinquenta e dois por quase ilimitado na execução de obras
nistração, ou cento) abaixo do valor orçado pelo ór- e serviços públicos de Engenharia
gão contratante! Qualquer construtor para a administração pública brasilei-
b) valor orçado pela administração. com o mínimo de experiência percebe ra. A sociedade agradece.
(Brasil. Lei nº 8.666/1993, art. 48, § 1o). que uma redução desse nível torna
uma proposta orçamentária nitida- Marcio Soares da Rocha
Observa-se no texto do § 1º (b) que mente inexequível. Diretor Regional IBEC-CE

59
ENGENHARIA DE CUSTOS • MAIO 2013

O IBEC e seu projeto de


responsabilidade socioambiental

O
IBEC, comprometido com
a responsabilidade social e
preocupado em proporcio-
nar maior qualidade à esco-
larização da população menos favore-
cida, lançou no dia 25 de setembro de
2012 o projeto IBEC Social. Além de
promover a inclusão digital de jovens e
adultos, o IBEC busca facilitar a intro-
dução e permanência destes no mer-
cado de trabalho através do Programa
de Empregabilidade para Técnicos em
Engenharia de Custos (PROTEC).

O IBEC Social ofe-


rece aulas de apoio O IBEC Social oferece aulas de Acesse o site www.ibec.org.br/
escolar e informáti- apoio escolar e informática além de institucional-2/ibec-social/ e conheça
ca além de doar ces- doar cestas básicas procurando mini- mais sobre o IBEC Social. A sede fica
mizar situações emergenciais. As ati- localizada à Rua Eduardo Luiz Go-
tas básicas vidades que também incluem apoio à mes nº 13, no centro de Niterói e as
cultura e ao meio ambiente são acom- filiais estão situadas na Rua Sete de
O objetivo do pro- panhadas por pedagogos e assisten- Setembro nº 43, 9º andar, no centro
grama é introduzir o tes sociais. As aulas possuem carga do Rio e na Rua Comendador João
conceito da ciência horária de 9 horas semanais e são mi- Carneiro de Almeida nº 133, no Enge-
do custo na educação nistradas por professores experientes. nho de Dentro
de base, formando
novos gestores desta Horários:
ciência e garantindo
assim empregabili-
dade nesse setor em expansão. Além Niterói: (Informática e Apoio Escolar)
disso, espera-se que nos próximos Segunda-Feira, Quarta-Feira, Sexta-Feira
anos, cresça o número de profissio- Manhã: (9:00h às 10:30h e 10:30h às 12:00h)
nais especializados atuando no seg-
Tarde: (14:00h às 15:30h e 15:30h às 17:00h)
mento da Engenharia de Custos.

Para o presidente do instituto, eng. Rio de Janerio: (Informática)


Paulo Vilela Dias, o projeto vai criar Segunda-Feira, Quarta-Feira, Sexta-Feira
mais oportunidades de especializa- Manhã (09:00 às 10:30 e 10:30 às 12:00)
ção para alunos do ensino técnico. Tarde (14:00 às 15:30 e 15:30 às 17:00)
“Vimos que falta especialização para (Apoio Escolar)
este segmento tão importante na en- Segunda-Feira, Quarta-Feira, Sexta-Feira
genharia. Por isso criamos o progra- Tarde: (14:00h às 15:30h e 15:30h às 17:00h)
ma, incentivando a continuação dos
Terça-feira e Quinta-feira
estudos e garantindo uma educação
de qualidade no campo da Engenharia Tarde (13:30às 15:45 e 15:45 às 18:00)
de Custos no país”, afirmou.

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MAIO 2013 • ENGENHARIA DE CUSTOS

IBEC Social realiza


caminhada ecológica
D
ando sequência a sua pro-
posta pedagógico social, o
IBEC SOCIAL realizou, em
15 de novembro de 2012,
uma caminhada ecológica na Serra
Grande de Niterói com alunos, pro-
fessores e ecologistas. A caminhada
teve início na Vila Progresso e atra-
vessou a Serra, em área de rara be-
leza e boa conservação da cobertura
vegetal. O IBEC tem a proposta de
atuação com profunda preocupação
socioambiental, o que inclui o se-
questro de carbono de todas as ativi-
dades que realiza.

O IBEC também está comprometido


com a responsabilidade ambiental e
realiza o programa “livre de carbono”,
que neutraliza as emissões do dióxido
Caminhada Ecológica
de carbono na atmosfera através do
plantio de árvores da Mata Atlântica.

Livros ao alcance de todos


V
isando ao crescimento da
utilização de livros e leitores
digitais, e exercendo papel
fundamental pela Universali-
zação do Conhecimento, o IBEC dispo-
nibiliza em seu site as obras publicadas
por seu presidente, eng. Paulo Dias.
Referências obrigatórias para a prática
da Engenharia de Custos no Brasil, as
obras disponibilizadas contribuem para
a difusão do conhecimento da área em
todo o país e no mundo.

Segundo o eng. Paulo Dias, o


IBEC está cumprindo seu papel so-
cial ao disponibilizar as obras. “So-
mos uma entidade sem fins lucrati-
vos. Não queremos vender o livro, e
sim proporcionar a oportunidade de
profissionais de todos os estados
terem acesso a essas informações
sem custo algum”, disse.

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ENGENHARIA DE CUSTOS • MAIO 2013

Por que o IBEC faz um trabalho


de responsabilidade social
Silvia Passos

N
o meio empresarial, o tema Dado o contexto de exclusão/inclu- unidades de Niterói e Centro do Rio,
“responsabilidade social” são, e a importância que a educação e 2100 cestas básicas doadas apenas
vem ganhando destaque, assume neste processo, uma vez que no primeiro trimestre de existência do
principalmente no que se re- a escolarização o compõe como ín- programa. Em 2013, estamos até o
fere às propagandas veiculadas em dice de desenvolvimento humano, a momento com 250 inscritos nos pro-
diversas mídias, com o objetivo de me- atuação na busca de refletir sobre a gramas de informática e apoio escolar
lhorar a imagem da empresa perante o desigualdade social, seu impacto no nas unidades de Niterói, Rio e na mais
mercado e atrair os consumidores. sistema educacional e sobre alguns nova unidade situada no Engenho de
desafios inerentes à prática pedagó- Dentro, com a perspectiva de, até o fi-
Programas de Responsabilidade gica e a inclusão digital com vistas à nal deste ano, atingir o total de 3700
Social trazem para empresa e socie- superação deste quadro, o IBEC busca doações de cestas básicas.
dade resultados positivos, se forem colaborar auxiliando para que se alcan-
realizados de forma autêntica. Além ce a transformação desta realidade. O IBEC Social é, portanto, uma pro-
disso, a empresa que incorporar seus posta que transcende a ação do IBEC
princípios e os aplicarem corretamen- Neste sentido, o IBEC Social vem na busca de tornar “ciência” a Enge-
te terão resultados ótimos, como a va- proporcionar o acesso à educação nharia de Custos, e vai muito além do
lorização da imagem e da marca pe- básica, inclusão digital da população trabalho direto pela melhoria da quali-
rante a sociedade e longevidade. de baixa renda e o acesso a cestas dade de vida e do avanço da socieda-
básicas. Em seis meses de existên- de brasileira.
O IBEC surge com a finalidade pre- cia, atinge o patamar de 145 alunos
cípua de educação em nível de pós- que já concluíram os programas de Silvia Passos - Assistente Social do
graduação na área de engenharia de informática e Apoio Escolar, isto nas IBEC SOCIAL
custos, se desenvolve também na
prestação de serviços em consultoria,
com análise de custos e de projetos
e no gerenciamento de empreendi-
mentos. A criação do IBEC Social se
deu em setembro de 2012, como con-
sequência do entendimento de que o
compromisso social de empresas e
entidades é uma necessidade funda-
mental ao desenvolvimento, perme-
ando ações, que na crise em que vive
o planeta e em especial a sociedade
brasileira, torna-se fundamental a luta
constante pela diminuição das desi-
gualdades sociais, bem como a defe-
sa do meio ambiente, e que a procura
da sustentabilidade socioambiental é
uma das questões fundamentais de
nosso tempo, deve ser o objeto per- Diretoria, equipe e alunos do IBEC Social
manente de todos.

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MAIO 2013 • ENGENHARIA DE CUSTOS

Carbono Zero
de poluentes ou neutralizá-los. Comprometido com essa
responsabilidade social, o IBEC – Instituto Brasileiro de En-
genharia de Custos criou o Programa Carbono Zero.

Todo o consumo do IBEC é revertido em plantio. O car-


bono emitido, desde os preparativos para a realização de
eventos até o transporte de participantes e convidados, é
calculado pela SBEF – Sociedade Brasileira de Engenhei-
ros Florestais.
Carbono Zero
Através do programa, o IBEC se comprometeu em pro-
mover a neutralização de duas toneladas de gás carbônico

D
e alguma forma, todos impactamos no meio am- (CO2), mensalmente, a partir do plantio de essências nati-
biente, seja pela queima de combustível, pelo con- vas da Mata Atlântica. Estima-se que, em um ano, 24 tone-
sumo de energia ou, ainda, pela geração de lixo, ladas de CO2 foram neutralizados, e as árvores plantadas
problemas que aumentaram a concentração de contribuíram para a contenção de encostas, a recuperação
carbono na atmosfera. Para amenizar os efeitos dos gases de áreas degradas, tornando nossa cidade mais verde e
estufa no planeta, as empresas podem diminuir a emissão melhorando a qualidade de vida da população.

Equipe IBEC-Brasil e IBEC-Rio

DIRETORIA REGIONAL • SERGIPE - (79) 9995-1760 - Rubia Moisinho


• RIO DE JANEIRO - (21) 2221-6731 – Joice Dias • MATO GROSSO - (65) 3641-1881 / 9913-2057 - Robson Faustino
• SÃO PAULO - (11) 2364-1547 / 3794-1165 - Rubens Borges • CEARÁ - (85) 8103-0071 / 3133-1657 - Marcio Soares da Rocha
• SÃO JOSÉ DOS CAMPOS – (12) 9105-7416 - Adriana Oliveira • MARANHÃO - (98) 3227-0538 / 3235-6572 - Berli Moura
• CAMPINAS - (19) 2511-0411 / 4107-0607 - Beatriz Vargas • DISTRITO FEDERAL - (61) 3961-2845 - Francisco das Chagas Figueiredo
• MINAS GERAIS - (31) 9107-7365 / 3461-1084 - Wilton Baptista • BAHIA - (71) 9219-2915 / 8321-5323 - Carlos Roberto Lopes Araujo
• ESPÍRITO SANTO - (27) 3062-9433 / 8137-9090 - Eudes Mattar • PARANÁ - (41) 3333-3668 - Cesar Henrique Daher (Instituto IDD)
• PARAÍBA - (83) 8724-4111 - Hilda Cutrin • GOIÁS - (62) 3087 9520 - Paulo Vieira

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ENGENHARIA DE CUSTOS • MAIO 2013

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