Beruflich Dokumente
Kultur Dokumente
1
ENGENHARIA DE CUSTOS • MAIO 2013
Custos em revista
C
ustos em revista é uma
publicação que pre-
tende ser semestral e
opinativa, com textos
Revista técnicos escritos por associados
Engenharia de Custos sobre a engenharia de custos e
informando sobre as diferentes
Distribuição Gratuita atividades que o IBEC vem ofere-
cendo aos que se interessam pela
Engenharia de Custos.
Presidente
Atualmente estamos concen-
Paulo Roberto Vilela Dias
trando nossos esforços na reali-
Vice-Presidente Financeiro zação do 10º Congresso Mundial
Marílio Santos Fonseca
Fernando de Paiva Paes Leme do ICEC a ser realizado na cida-
de do Rio de Janeiro. A temática
Vice-Presidente Executivo
será o desenvolvimento de uma
Fernando José da Rocha Camargo
metodologia de custos em termos sociais, buscando ir além de uma sim-
Vice-Presidente Internacional ples equação financeira para outra que envolva parâmetros de avaliação em
José Chacon de Assis um universo sustentável. Neste, a prioridade será os desdobramentos nas
melhorias das condições da qualidade de vida das populações, seja quanto
Diretor de Relações Institucionais
ao emprego, à renda ou ao consumo. Um exemplo é o investimento que o
José Roberto Leiros
Brasil está fazendo para atender às exigências das Olimpíadas, da Copa do
Presidente do Conselho Mundo e das Confederações que irão acontecer em território nacional. Esses
Marílio Santos Fonseca eventos exigem a melhoria de toda a infraestrutura para atender ao público
que irá prestigiá-los.
Conselheiros
Angela Dias Por outro lado, o IBEC busca informar os acontecimentos nas diferentes
Carlos Dias sessões regionais criadas pelo nosso presidente eng. Paulo Dias, ampliando
Jorge Garcia
a presença da Engenharia de Custos em todo o território nacional. Dessa
Rivamar Muniz
forma, o IBEC, em paralelo aos seus cursos e conferências, está editando
Gerente de Comunicação e Marketing uma série de textos técnicos que estarão disponibilizados em nossas sedes
Paola Araujo regionais. Também informaremos sobre o desenvolvimento de nossa atua-
ção como consultores nas questões de custeio que praticamos. Com esse
Assistente de Comunicação
tipo de atuação, o IBEC se faz presente no esforço que o Brasil apresenta
Vanessa Perrone
quanto a um desenvolvimento sustentável exemplar em um mundo em crise.
Jornalista Responsável Nossa revista está aberta a participações de governos e empresas que
Andala Iara
engenheiros atuantes em custos tenham interesse em divulgar. Temos or-
Foto de Capa ganizado palestras e conferências incentivando, com indicações e prêmios,
Marinha do Brasil empresas e profissionais que se destaquem na Engenharia de Custos.
Projeto Gráfico e Diagramação: Com atenção especial, estamos nos dedicando à metodologia das estima-
VX Comunicação tivas de custos essenciais para os projetos que necessitam de urgência quan-
to à decisão de prioridades nos investimentos, bem como na constatação da
Impressão: Gráfica Primil otimização comparativa dos mesmos. Atualmente, quanto à necessidade de
CNPJ:04.885.116/0001-06
transparência dos gastos, surge a qualificação dos engenheiros que buscam
Tiragem: 5.000 exemplares melhorar seus conhecimentos quanto a custos e benefícios, visto que existe
uma lacuna nos cursos universitários quanto a essa disciplina. Essa nossa
A Revista Engenharia de Custos é uma pu- revista estará disponível aos interessados mediante solicitação ao IBEC.
blicação semestral do Instituto Brasileiro de
Engenharia de Custos e não se responsabi- Acompanhe as notícias do nosso Congresso Mundial e venha também
liza por opiniões emitidas em artigos assina- participar desse importante conclave que o IBEC conseguiu trazer para o
dos, sendo de inteira responsabilidade dos Brasil, quando da última reunião do ICEC ocorrida na África do Sul. Mais
seus autores.
informações no site ibec.org.br.
IBEC-Brasil: Rua Sete de Setembro, 43
9º andar, sala 905
Rio de Janeiro – RJ – Brasil
Marílio Santos Fonseca
CEP: 20.050-003 Presidente do Conselho do IBEC
MAIO 2013 • ENGENHARIA DE CUSTOS
N
ós que fundamos o IBEC em custos e possa conseguir mais facil-
1978 e estamos na presidên- Através da Pós-graduação em enge- mente seu primeiro emprego.
cia dessa renomada institui- nharia de custos, o IBEC realiza com
ção, temos o prazer de publi- sucesso, há mais de 12 anos, a profis- Mais uma atividade social que de-
car a primeira revista sobre Engenharia sionalização da engenharia de custos, senvolvemos é o fornecimento de
de Custos. No último ano, alguns acon- livros que o IBEC disponibiliza gra-
tecimentos abrilhantaram nossa entida- tuitamente no site www.ibec.org.br.
de, principalmente, o 1º Fórum Brasileiro Temos também a preocupação am-
de Custos de Obras Públicas, um dese- Tenho certeza de biental, pois sabemos que nossos
jo e uma necessidade do país que gerou
a Orientação Técnica sobre o preço de
que vamos conse- eventos produzem carbono e nossa
preocupação com o meio ambiente é
referência de obras públicas, disponível guir transformar o elevada. Fizemos um convênio com
para todos os interessados no site www.
forumobraspublicas.com.br. Além do
que é hoje uma arte... a sociedade brasileira de engenhei-
ros florestais e essa entidade realiza,
Fórum, foi muito valioso também para numa ciência mensalmente, o plantio de árvores na
nós o fato de que, no último Congresso cidade do Rio de Janeiro de forma a
Mundial do ICEC (Conselho Internacio- compensar o carbono produzido.
nal de Engenharia de Custos), na África
do Sul, em 2012, nos credenciamos a pois não existe essa disciplina nas uni- Não podemos esquecer que todo o
realizar o Congresso Mundial de Enge- versidades, na graduação de engenha- nosso suporte técnico é obtido atra-
nharia de Custos em 2016, na cidade ria. Nossos cursos de capacitação têm vés do ICEC, do qual somos membros
maravilhosa do Rio de Janeiro. se traduzido, para muitos profissionais, desde 1981. Participamos de ativida-
numa fonte inesgotável de conheci- des como seminários e congressos
É importante lembrar que certamen- mento. Em nosso site temos artigos, mundiais, de forma a ganhar o conhe-
te esse evento será um salto qualitativo palestras e vídeos que podem ser con- cimento necessário da área de enge-
na engenharia de custos brasileira. Te- sultados sobre a ciência da engenharia nharia de custos mundial, trazendo
nho certeza de que vamos transformar de custos. aos colegas do Brasil as informações
o que é hoje uma arte – haja vista cada necessárias para que a engenharia
um fazer da maneira que acha melhor Finalmente, como uma entidade sem de custos seja bem utilizada. É impor-
o trabalho da engenharia de custos – fins lucrativos, o IBEC, desde junho do tante ainda salientar que o IBEC está
numa ciência. O mundo todo já reco- ano passado, pôde elevar sua partici- em conjunto com o ICEC preparando
nhece esse ramo da engenharia (temos pação na área socioambiental, criando a certificação internacional dos profis-
livros datados de 1919), porém, aqui no o IBEC Social. Nesse programa, temos sionais brasileiros em engenharia de
Brasil, ainda estamos muito atrasados. assistentes sociais, pedagogos e pro- custos, outro sonho que acalentamos
Quero convidar a todos para se enga- fessores que levam gratuitamente aos há muito tempo e que em 2013 preten-
jarem no Congresso Mundial de Enge- interessados ou necessitados cursos demos conseguir realizar.
ENGENHARIA DE CUSTOS • MAIO 2013
5 O IBEC e a Engenharia
de Custos Internacional
página 5
18 1º Fórum Brasileiro de
Custos de Obras Públicas
elabora Orientação
Técnica
24 Câmara de Conciliação,
Mediação e Arbitragem
de Preços Contratuais
do IBEC já está em
funcionamento
28 Entrevistas:
Homenageados de 2013
falam sobre sua trajetória
página 18
profissional
• Aroldo Cedraz
• José Tadeu da Silva
• Edinho Bez
• Francis Bogossian
40 As Obras do PROSUB
Especial: Entrevista
com o Diretor da
página 40
44 Artigos Técnicos
O IBEC e a Engenharia de
Custos internacional
F
undado em
1978, com
represen-
tações em
15 cidades do país
e sede nacional na
cidade do Rio de Janeiro, o IBEC - Ins-
tituto Brasileiro de Engenharia de Cus- Carsten Wredstrom
tos é o único representante no Brasil Presidente do ICEC
do ICEC – International Cost Engine-
ering Council, desde 1981. O ICEC é
um organismo mundial que congrega
entidades de Engenharia de Custos
de 60 países. Comprometido com a
promoção e a cooperação entre or-
ganizações nacionais e internacionais
voltadas à Engenharia de Custos e ao
Gerenciamento de Projetos, o ICEC foi
fundado em 1976. Seus principais ob- Engenharia de Custos no o IBEC conseguiu eleger Alexia Nalewaik
jetivos são incentivar e desenvolver a mundo. O ICEC também o Brasil, país sede para Vice-Presidente Senior
ciência da Engenharia de Custos em promove encontros regio- a realização do 10º Con-
todo o mundo, organizando congres- nais anualmente em cada gresso Mundial de Enge-
sos internacionais e promovendo seu uma das quatro regiões nharia de Custos, na ci-
reconhecimento com atividades téc- da organização (Américas, dade do Rio de Janeiro,
nicas e desenvolvimento de normas e Europa, África e Ásia). O em 2016.
padrões internacionais. primeiro aconteceu em
Montreal, no Canadá. Em O próximo Congresso
De dois em dois anos, desde 1972, seu 8º Congresso Mun- Mundial do ICEC será en-
o ICEC realiza congressos mundiais dial, realizado em Dur- tre os dias 19 e 23 de ou-
Peter Smith
reunindo todos os países membros do ban, na África do Sul, no tubro de 2014, em Milão,
Secretário Geral
Instituto com o objetivo de discutir a dia 24 de junho de 2012, na Itália.
5
ENGENHARIA DE CUSTOS • MAIO 2013
A Associação dos
Ex-Alunos do IBEC
F
undada em 23 de maio de 2006, a ASEA/IBEC As principais finalidades da ASEA/IBEC são a pro-
(Associação dos Ex-Alunos do IBEC) é resulta- moção da integração e a troca de experiências de seus
do do desejo dos profissionais do IBEC, em ter afiliados, a contribuição para o desenvolvimento e a
uma entidade representativa dos que concluíram sustentabilidade da ASEA/IBEC e a prestação de servi-
seus cursos de extensão e pós-graduação no Instituto ços de caráter colaborativo. Entende-se que, através da
Brasileiro de Engenharia de Custos – IBEC. A ASEA/ ASEA/IBEC, os ex-alunos poderão estabelecer relações
IBEC está baseada no princípio da gestão horizontal e mútuas de cooperação e desenvolvimento, promovendo
participativa, constituída de uma Diretoria executiva e de atividades entre seus associados, debate e discussão de
um Conselho Fiscal: temas relevantes acerca da atividade e da instituição,
tornando a ASEA/IBEC, uma instituição cada dia mais
Diretoria Executiva: presente e dinâmica.
6
MAIO 2013 • ENGENHARIA DE CUSTOS
P
ara lançamento do 10º Con- a conclusão das obras. O IBEC está custos para se garantir a qualidade de
gresso Mundial do ICEC, o cumprindo adequadamente essa mis- vida da população”, disse José Cha-
IBEC realizou uma solenida- são”, concluiu Paulo Dias. con de Assis.
de, na noite de 7 de novem-
bro de 2012, no Clube de Engenha- O engenheiro José Chacon de Para ele, a presença política e de
ria-RJ, apresentando sua Comissão Assis, presidente da FAEARJ e inte- vários estados da federação brasilei-
Organizadora. grante da Comissão Organizadora do ra fez o lançamento do 10º Congres-
Congresso, ressaltou a relevância da so ser bem sucedido. “Nosso evento
O engenheiro Paulo Dias, presiden- engenharia de custos e do 10º Con- de apresentação da comissão de no-
te do IBEC e coordenador da Comis- gresso do ICEC para a instauração táveis que organizará o congresso
são de Organização do Congresso, do preço justo de obras públicas em mundial foi um sucesso. Tivemos a
destacou a importância do evento todo o país. “O papel do IBEC é fun- presença do presidente do Confea,
para o conhecimento da engenharia damental para a conscientização de que é uma pessoa importantíssima
de custos no Brasil. “O IBEC vem, há que gastos bem realizados e preços em relação a qualquer projeto a nível
muitos anos, tentando transformar a melhor estimados são indispensáveis nacional e internacional, de deputados
engenharia de custos numa ciência para garantir a qualidade dos servi- e das diversas empresas públicas lo-
no Brasil, assim como ocorre em to- ços públicos. Por isso, é fundamental cais. Como precisamos ter uma inser-
dos os países do mundo. Então, esse que se tenha uma boa engenharia de ção local importante, acho que nosso
congresso mundial de engenharia de
custos propiciará essa mudança ra-
dical numa área em que cada um faz
o que quer em uma ciência”, afirmou
Paulo Dias.
7
ENGENHARIA DE CUSTOS • MAIO 2013
Na oportunidade, o presidente do
IBEC, Paulo Dias e o presidente do In-
ternational Project Management Asso-
ciation do Brasil (IPMA BR), Raphael
Albergarias, assinaram um convênio
Paulo Dias e José Chacon de Assis de cooperação em eventos entre as
duas instituições. A parceria entre o
ICEC e o IPMA Internacional já acon-
evento foi coroado de êxito, demos o (CEDAE), engenheiro Wagner Victer, tece há anos. “Essa parceria que tem
primeiro passo para organizar o me- representado pelo engenheiro Jair o foco na gestão de projetos, com esse
lhor congresso mundial de engenharia Otero; e o Deputado Federal por San- evento, é de extrema relevância para
de custos do país”, afirmou José Cha- ta Catarina, Edinho Bez, representado o cenário brasileiro e mundial, tendo
con de Assis. pelo engenheiro José Roberto Leiros. em vista que esse conhecimento está
sendo produzido no Brasil e levado
Os integrantes da Comissão Orga- Os integrantes da para fora. Antigamente apenas impor-
nizadora do 10º Congresso Mundial távamos o conhecimento e, de algu-
do ICEC foram oficialmente apre- Comissão Organizadora ma maneira, tentávamos fazer adap-
sentados, e os presentes receberam do 10º Congresso Mun- tações. Hoje criamos e inovamos. É
certificado de membro da Comissão dial do ICEC foram oficial- essa importância e esse cenário que
pelas mãos da Diretoria do IBEC. Os temos que desenvolver no Brasil para
notáveis que compareceram foram os mente apresentados abancarmos os engenheiros do pre-
Deputados do Estado do Rio de Ja- sente e criarmos mais no futuro”, afir-
neiro, Luiz Paulo Corrêa da Rocha e A Deputada Federal pelo Espírito mou Raphael Albergarias.
Paulo Ramos; o presidente do CREA Santo, Rose de Freitas; o Secretário
-RJ, engenheiro Agostinho Guerreiro; de Estado das Cidades de Mato Gros- O presidente da IPMA Brasil tam-
o presidente do CREA-MT, engenhei- so, Gonçalo Aparecido de Barros; o bém ressaltou a importância do Con-
ro Juarez Samaniego; o presidente presidente da Empresa de Obras Pú- gresso e da promoção da engenharia
do Conselho Federal de Engenharia blicas do Estado do Rio de Janeiro de custos para o país. “Classifico esse
e Agronomia (Confea), José Tadeu (EMOP), Ícaro Moreno Júnior; o presi- evento como um divisor de águas fun-
da Silva; e o Vice-almirante Diretor da dente da Autoridade Pública Olímpica damental para o Brasil no intuito de
Diretoria de Obras Civis da Marinha (APO), Márcio Fortes; o presidente da que somos uma nação construindo
(DOCM), Liseo Zampronio.
8
MAIO 2013 • ENGENHARIA DE CUSTOS
9
ENGENHARIA DE CUSTOS • MAIO 2013
A Comissão Organizadora
do 10º Congresso Mundial
do ICEC
José Tadeu da Silva nasceu em
1953, em Ouro Fino/MG, é casado
e pai de quatro filhos. Formado pela
PUCCAMP em 1976 (Campinas/SP),
ele é empresário e atua na área de
consultoria, perícia, avaliações e en-
genharia. Também é membro titular
do IBRAPE. José Tadeu da Silva fun-
dou várias Entidades de Classe. Foi
fundador e presidente da Associa-
Almirante Liseo ção dos Engenheiros e Arquitetos de
Mogi Guaçu (1982 a 1987), da Asso-
ciação dos Engenheiros e Arquitetos
Liseo Zampronio é vice-almiran- de Mogi Mirim (1990), da Associação
te, Diretor de Obras Civis da Marinha; dos Engenheiros e Arquitetos de Ita-
nascido em São Paulo. Ele é oriundo pira (1990), entre tantas outras. Foi Dep. Edinho Bez
da Esquadra, com aperfeiçoamento presidente da FAEASP (2000 a 2009)
em eletrônica e aplicação de sistemas e é o atual presidente da FEBRAE.
de armas. Foi adido naval e de Defe- Membro da UPADI e da WFEO/ Edinho Bez foi agricultor até 1972;
sa na África do Sul e em Moçambique, FMOI, José Tadeu também foi o pre- auxiliar de Escritório do Grupo Gra-
comandante do Centro de Apoio a Sis- sidente do CREA-SP (2006/2008 e vatal, em Santa Catarina, de 1971 a
temas Operativos (Casop) e diretor do 2009/2011). Atualmente, ele é presi- 1972; contador do Escritório do Edi-
Centro de Análises de Sistemas Navais dente do CONFEA. nho, em Gravatal – SC, de 1971 a
(Casnav). Em 2010, assumiu o coman- 1976; professor na Escola Básica Pro-
do da Força Aeronaval, justamente fessora Geraldina Maria Tavares de
quando esta empreendia uma série 1971 a 1974; chefe do INCRA de 1972
de programas de modernização, para a 1973, gerente da CEF nas agências
cumprir o papel destinado à Marinha do Tubarão, Lages, São Miguel do Oeste,
Brasil na Estratégia Nacional de Defe- Porto União, Pomerode, Araranguá e
sa, definida pelo governo federal. Criciúma, de 1973 a 1991; presidente
da Fundação Hospitalar Sílvio João
de Oliveira, de 1989 a 1990; secre-
tário de Infra-Estrutura do Estado de
Santa Catarina entre 2003 e 2005; vi-
ce-presidente do Fórum Nacional dos
Secretários de Transportes e Obras,
Claudio Calheiros
nos anos 2003 e 2005; coordenador
do Fórum Estadual de Transportes, em
2003 e 2005; presidente da Comissão
Claudio Pereira Calheiros é enge- Permanente de Ferrovias; Conselhei-
nheiro agrônomo e engenheiro de se- ro da Comissão do Aquífero Guarani.
José Tadeu da Silva gurança do trabalho. Atualmente é o Atualmente Edinho Bez é deputado fe-
diretor presidente da Mútua. deral por Santa Catarina.
10
MAIO 2013 • ENGENHARIA DE CUSTOS
Francis Bogossian
11
ENGENHARIA DE CUSTOS • MAIO 2013
12
MAIO 2013 • ENGENHARIA DE CUSTOS
Jobson Nogueira
13
ENGENHARIA DE CUSTOS • MAIO 2013
que empreendeu junto ao Conselho Gonçalo Aparecido de Barros, também é membro da AACEi (Ameri-
Estadual de Recursos Hídricos e no atual secretário municipal de Infraes- can Association of Cost Engineers In-
Conselho Federal de Recursos Hídri- trutura do município de Várzea Grande ternational) desde 1978, da ABC (Asso-
cos, como membro titular. -MT, tem 48 anos, é consultor jurídico, ciação Brasileira de Custos), e membro
formado em Direito pela Universidade fundador do IBEC (Instituto Brasileiro
de Cuiabá, técnico em Contabilidade, de Engenharia de Custos) desde 1978 e
ex-secretário de Estado das Cidades presidente nacional desde 1999. Paulo
de Mato Grosso- SECID-MT e ex-ser- Dias ministra cursos e palestras sobre
vidor da Associação Mato-grossense Engenharia de Custos em todo o Bra-
dos Municípios AMM. sil e publicou quatro livros sobre esse
ramo da Engenharia. Ele é ganhador
do Prêmio Internacional concedido pelo
ICEC (International Cost Engeneering
Council) - “2010 ICEC Award Winner”
e do Prêmio de Engenheiro Destaque
Raphael Albergarias
Nacional de 2010 oferecido pela Asso-
ciação Mineira de Engenheiros Civis.
14
MAIO 2013 • ENGENHARIA DE CUSTOS
15
ENGENHARIA DE CUSTOS • MAIO 2013
D
urban, África do Sul, ju- Olimpíadas de 2016. A proposta é O Congresso Mundial de Enge-
nho de 2012, a reunião do a realização do Congresso após as nharia de Custos de 2016 está sendo
Conselho do ICEC (Inter- Paraolimpíadas, momento em que preparado para receber 1.500 pro-
national Costs Engineering a capacidade hoteleira da cidade fissionais e interessados do Brasil e
Council), depois do voto declarado estará no ápice do crescimento que de todo mundo que lidam com orça-
a favor, festivo e entusiasmado do hoje vive com grande intensidade. O mentos, custos e gerenciamento de
seu presidente Murtala Oladapo, da Congresso de 2014 já estava sendo empreendimentos. Esperamos pro-
Nigéria, definiu por unanimidade que organizado em Milão, na Itália, e es- mover a Engenharia de Custos em
o Congresso Mundial do ICEC de távamos autorizados, a partir daque- nosso país, contribuindo para elevá
2016 seria realizado no Rio de Janei- le momento, a organizar o primeiro -la à condição de ciência, valorizan-
Congresso da América do Sul. O So- do seus profissionais. Este evento já
nho Brasileiro do IBEC de realização foi realizado em todos os continen-
do evento, acalentado por muitos tes, em países, entre outros, como
Esperamos pro- anos, finalmente começava a se tor- Estados Unidos, Canadá, França,
mover a Engenha- nar realidade. Holanda, Inglaterra, Austrália, África
do Sul, Eslovênia, México, Noruega
ria de Custos em A equipe do IBEC que foi propor e Malásia.
nosso país, contri- o Rio de Janeiro/Brasil como sede
do Congresso de 2016, integrada A partir da definição pelo Conse-
buindo para elevá por mim, representante do IBEC no lho Mundial de que o IBEC é a enti-
-la à condição de ICEC, e por Joyce Dias, teve a au- dade organizadora do 10º Congres-
sência sentida de Paulo Dias que so Mundial, colocamos mãos à obra
ciência, valorizando não pôde estar presente por proble- e a comissão interna de organização
seus profissionais. mas de saúde por ele enfrentados. iniciou contatando o Rio Convention
Nossa equipe também teve o reforço and Visitors Bureau, escritório de
de peso de Ângelo Vale, vice-presi- consultoria competente e que muito
ro, nossa cidade de belezas naturais dente do ICEC para as Américas, de nos tem ajudado, bem como, entra-
conhecidas em todo mundo, maior Sergio Arantes, da Petrobras, e por mos em contato com inúmeras em-
destino turístico do Brasil e que pas- Aldo Dórea da AACE Brasil. Todos presas de organização de eventos.
sa atualmente por profundas trans- trabalharam em conjunto para a de- Além disso, criamos o site www.bra-
formações urbanas que a preparam cisão, favorável ao Brasil, do Conse- ziliandream2016.com, nossa logo-
para a Copa do Mundo de 2014 e as lho Mundial. marca e escolhemos como mascote,
16
MAIO 2013 • ENGENHARIA DE CUSTOS
o famoso João de Barro, pássaro -ES), Luiz Paulo Corrêa da Rocha todo o país – e aqui vale lembrar a
construtor, verdadeiro símbolo do (Deputado Estadual-RJ), Paulo Ra- solenidade de aniversário do IBEC e
Brasil por estar presente em muitas mos (Deputado Estadual-RJ), Fran- comemoração pelo Dia do Engenhei-
regiões e por construir, com método cis Bogossian (Presidente do Clube ro de Custos desde 2007, o Primeiro
próprio, suas casas maravilhosas. de Engenharia), Márcio Fortes (Pre- Fórum Brasileiro de Obras Públicas,
Era também necessário planejar físi- sidente da APO), Ícaro Moreno Jr. que aconteceu em oito capitais do
ca e financeiramente, divulgar o mais (Presidente da EMOP), Aldo Dórea país – é necessária a construção
amplamente possível e o que é mais (Presidente da AACE Brasil), Wag- de um amplo arco de apoio e parti-
importante, formar uma Comissão ner Victer (Presidente da CEDAE), cipação da comunidade científica e
de Notáveis, que dividissem com o Alexandre da Silva (Secretário de tecnológica, bem como de empresas
IBEC esta enorme responsabilidade Obras da Prefeitura do Rio), Jobson públicas e privadas, envolvidas com
de construir um dos maiores con- Nogueira de Andrade (Presidente empreendimentos de construção e
gressos da engenharia já ocorridos do CREA-MG) e Juarez Samaniego montagem. É fundamental garantir
em nosso país. Juntamos tudo, lan- (Presidente do CREA-MT). a presença do Sistema CONFEA/
çamos o Congresso e apresentamos CREA’s, das entidades represen-
oficialmente a Comissão de Notáveis Esperamos con- tativas de profissionais da enge-
em concorrida solenidade no dia 07 nharia, de órgãos fiscalizadores, de
de novembro de 2012, no Clube de tar com o aporte Universidades, de parlamentares e
Engenharia do Rio de Janeiro. de propostas e de da própria sociedade que necessita
que obras públicas sejam concluídas
Compõem a Comissão o enge- ideias no sentido de com preço e tempo justos.
nheiro Paulo Dias (Presidente do realizarmos o maior
IBEC), José Chacon de Assis (Vice Estamos no momento de defini-
-Presidente Internacional do IBEC e e melhor Congres- ção do local para a realização do 10º
Presidente da FAEARJ), Liseo Zam- so do ICEC de toda Congresso Mundial de Engenharia de
pronio (Vice-Almirante Diretor da Custos 2016, na divulgação interna-
DOCM), José Tadeu da Silva (Presi- sua história cional do evento e também de fecha-
dente do CONFEA), Agostinho Guer- mento inicial de possíveis patrocínios.
reiro (Presidente do CREA-RJ), Clau- Para a realização deste grande Esperamos contar com o aporte de
dio Calheiros (Presidente da Mútua), evento, além da experiência acumu- propostas e de ideias no sentido de re-
Edinho Bez (Deputado Federal-SC), lada pelo IBEC, há muitos anos, de alizarmos o maior e melhor Congresso
Rose de Freitas (Deputada Federal inúmeros eventos de sucesso em do ICEC de toda sua história.
17
ENGENHARIA DE CUSTOS • MAIO 2013
1º Fórum Brasileiro de
Custos de Obras Públicas
elabora Orientação
Técnica
O
IBEC – Instituto Brasileiro
de Engenharia de Custos –
realizou o 1º Fórum Brasilei-
ro de Custos de Obras Pú-
blicas nas principais capitais do país,
entre novembro de 2011 e agosto de
2012. O objetivo do Fórum foi discutir
metodologias adequadas para a ela-
boração de orçamentos de licitações
de obras públicas. Nesse contexto, foi
apresentada pelo IBEC uma proposta
de Orientação Técnica, aprimorada ao
decorrer do Fórum. Cada sessão reu- Mesa de Abertura SP 03.08.2012
niu representantes do IBEC de todo o
país e de suas respectivas regionais,
bem como parceiros do evento, entre mesa de abertura da sessão, comen- “A engenharia é a solução. Nós, pro-
Órgãos Públicos Contratantes, Ór- tou sobre a importância do reconheci- fissionais da engenharia que temos o
gãos Públicos de Auditoria e Fiscali- mento da engenharia de custos como notório conhecimento técnico e cientí-
zação e as empresas construtoras, ciência no país e sua luta para garan- fico é que podemos auditar licitações
associações e sindicatos. tir o preço socialmente justo. “Há 34 de obras”, afirmou José Tadeu.
anos nos esforçamos para promover o
A sessão nacional do Fórum aconte- conhecimento da engenharia de cus- O eng. Márcio Soares da Rocha, re-
ceu em São Paulo, no dia 03 de agos- tos no Brasil. Com os orçamentos das presentante regional do IBEC em For-
to de 2012, e contou com o apoio do obras públicas bem feitos e preços taleza, fez uma reflexão crítica sobre
Instituto de Engenharia, do Sinduscon melhor estimados, os gastos serão os limites de preços mínimos na Lei
-SP, do CREA-SP, do SINICESP, do bem realizados e o custo das obras de Licitações. Segundo ele, o subfa-
SINAENCO, da ABECE, da ABIFER, públicas será justo, garantido a quali- turamento causa muitos problemas à
da Associação Brasileira de Cimento dades dos serviços públicos”, afirmou. sociedade e um deles é a obra para-
Portland, do CREA-DF, do Sobratema, lisada. Para o engenheiro, a maioria
do Prof. Figueiredo Consultoria, da 90 A importância do Fórum foi desta- das obras inacabadas é consequên-
Tecnologia da Informação e do Sin- cada pelo eng. José Tadeu da Silva, cia de sua má qualidade. “Quem mais
duscon-DF. presidente do CONFEA. A contribui- sofre é a população de baixa renda
ção do Fórum, segundo ele, será não porque é a principal usuária das obras
O eng. Paulo Roberto Vilela Dias, apenas para a Engenharia de Custos, públicas, como escolas, hospitais e
presidente do IBEC, que mediou a como também, para toda a sociedade. casas populares”, afirmou Márcio da
18
MAIO 2013 • ENGENHARIA DE CUSTOS
Rocha. De acordo com ele, a lei das nicipais para que sejam cumpridos. Só Barros, secretário de estado do MT.
licitações possui dois dispositivos assim, vamos valorizar nossa catego-
que visam a evitar o preço irrisório, ria de engenheiros”, alegou Kurimori. O eng. José Chacon de Assis, vi-
no entanto, são ineficientes. Por isso, ce-presidente internacional do IBEC,
o engenheiro defende a reflexão e a A Subsecretaria de Infraestrutura que esteve presente no Congresso
melhoria desses dispositivos para Urbana de São Paulo - Siurb, respon- Mundial do ICEC 2012 (em Durban,
que a sociedade não sofra com obras sável pela elaboração da tabela BDI, África do Sul) indicando o Instituto
públicas de má qualidade. adotada nos orçamentos das obras de para realizar o Congresso de 2016 no
infraestrutura e edificações, foi repre- Rio de Janeiro, também foi um dos
O conselheiro do Instituto de Enge- sentada no Fórum pela coordenadora participantes do Fórum. O eng. Paulo
nharia e participante do debate, eng. de Assessoria de Custos. Alice Jesus Dias também destacou a importância
Camil Eid, falou sobre as normas téc- Delgado Matias discursou sobre os do Congresso de 2016 para o IBEC.
nicas para a elaboração de orçamento critérios utilizados na adoção da tabe- “Temos um grande desafio pela frente
de obras de construção civil. Segundo la e na ideia de melhorar a esfera do para que o Congresso seja o melhor
ele, o assunto é de fundamental im- orçamento público. Ignacio Soloven- que já teve”, afirmou.
portância para o mercado da constru- tisk, engenheiro do Siurb, explicou as
ção, que se encontra carente de regu- modificações feitas na tabela para a Ao final do Fórum, a Comissão
lamentações e normas que orientem modernização dos serviços em edifi- Técnica responsável pela compilação
os profissionais da área. Camil Eid cações. Segundo ele, visando à trans- da proposta de Orientação Técnica
também apresentou os fundamen- parência e à qualidade dos serviços mediou um ciclo de debates com os
tos que devem reger a elaboração de prestados pelo órgão, a tabela de cus- espectadores. Os professores Wilton
orçamentos de obras e serviços nos tos foi publicada na internet. de Alvarenga Vianna Baptista (IBEC
mais variados segmentos da enge- Belo Horizonte), Márcio Soares da
nharia civil. Também estiveram presentes no Fó- Rocha (IBEC Fortaleza), Francisco
rum Nacional o Eng. Flávio Correa de das Chagas Figueiredo (IBEC Brasí-
Moacir Sevilha Duarte, diretor-pre- Souza, presidente do CREA-DF, Sér- lia) e Paulo Dias, presidente do IBEC,
sidente da ABCR, destacou que o gio Marques Assumpção, o diretor do esclareceram dúvidas dos presentes
tema discutido no fórum é de particu- Sinaenco-SP, Carlos Roberto Lopes de no evento e dos que participavam do
lar interesse para o Setor de Conces- Araújo, da ABCR e Gonçalo Aparecido Fórum por videoconferência.
sões de Rodovias. Segundo Sevilha,
esses tipos de contratos são de longo
prazo, durante o qual, surge a neces-
sidade de investimentos não previs-
tos. O diretor-presidente da ABCR
afirmou que a grande dificuldade do
setor é a definição dos custos desses
investimentos que têm que ser incor-
porados aos contratos. “Essa é a ra-
zão por que a ABCR se sentiu honra-
da em poder apoiar a realização do
evento e aproveitar para a discussão
da questão de obras públicas que é
específica do setor”. Público Participante Florianópolis 09.07.2012
19
ENGENHARIA DE CUSTOS • MAIO 2013
A
primeira sessão regional foi
realizada em Cuiabá, no dia
1 de dezembro de 2011, e
contou com o apoio da AMM
(Associação Mato-Grossense dos
Municípios), do Sinduscon do MT, do
SINCOP-MT (Sindicato da Indústria
da Construção Pesada do Estado de
Mato Grosso), do TC/MT (Tribunal de
Contas de Mato Grosso), da Secreta-
ria de Estado das Cidades e do Go- Eng. José Chacon de Assis (FAEARJ) em apresentação RJ 30.01.2012
verno do Estado de Mato Grosso.
20
MAIO 2013 • ENGENHARIA DE CUSTOS
O
IBEC realizou este Fórum em oito capitais do
país a fim de garantir uma metodologia ade-
quada para o cálculo do preço de referência
das obras públicas. O país necessita urgente-
mente de uma metodologia capaz de assegurar à enge-
nharia nacional meios para o cálculo de um preço justo
para as obras públicas. À vista disso, foi elaborada uma
Orientação Técnica inicial.
21
ENGENHARIA DE CUSTOS • MAIO 2013
IBEC apresenta
resultado do 1º
Fórum Brasileiro de
Obras Públicas
A
pós realização do 1º Fórum
Brasileiro de Obras Públi-
cas em oito capitais brasi- Mesa de Abertura Cuiabá 30.11.2011
leiras, entre 2011 e 2012, o
IBEC realiza a Palestra Técnica “Or-
çamentos de Obras Públicas - Apre- mentação de obras públicas no país.
sentação da Orientação Técnica OT- Compuseram a mesa de abertura, o
004-2013-IBEC”. presidente do CREA-MG, eng. Job-
son de Andrade; o diretor do Sinaen-
Compilada pelo núcleo da comis- co, eng. Yuzo Sato; diretor regional
são técnica do IBEC, composta pe- do IBEC-BH, eng. Wilton Baptista; o
los engenheiros Paulo Roberto Vilela presidente da FAEARJ (Federação
Dias (coordenador da OT), Francis- das Associações de Engenheiros e
co das Chagas Figueiredo (membro Arquitetos do Estado do Rio de Ja-
da Comissão Técnica da OT do DF), neiro), eng. José Chacon Assis; e o
Público Participante Fortaleza 11.05.2012
Wilton de Alvarenga Vianna Baptis- presidente do IBEC-Brasil, eng. Pau-
ta (membro da Comissão Técnica da lo Roberto Vilela Dias, que conduziu
OT de MG) e Marcio Soares da Ro- a palestra.
cha (membro da Comissão Técnica sociação Matogrossense de Municí-
da OT do CE), a Orientação Técnica A segunda Palestra Técnica de pios, local onde aconteceu o evento.
está sendo apresentada pelas regio- 2013 aconteceu em Cuiabá, no dia 14 Estiveram presentes, ainda, a enge-
nais que receberam o fórum, porém de março. Compuseram a mesa de nheira Sheila Marcon (Sinduscon) e
o objetivo é levá-la para as demais abertura, o Secretário de Habitação o engenheiro Jean Augusto Moraes
capitais brasileiras a partir do próxi- (Secretaria Estadual de Saúde).
mo semestre.
A Orientação Técni- Em Fortaleza, a Palestra Técni-
ca está sendo apresen- ca foi realizada no dia 22 de março.
Compuseram a mesa de abertura, o
tada pelas regionais gerente de logística do Departamento
que receberam o fó- Estadual de Rodovias (DER), Ademir
rum, porém o objetivo é Teixeira; a presidente do SENGE-CE,
engª. Tereza Neumman de Freitas; o
levá-la para as demais secretário especial de Saúde Indíge-
capitais brasileiras na, Jorge Luiz Rodrigues Cursino; o
Auditor do Departamento de Arquite-
e Desenvolvimento Urbano de Vár- tura e Engenharia (DAE), Francisco
Público Participante BH 15.02.2012 zea Grande, eng. Tarciso Bassan; o Alves de Aguiar; o presidente da FAE-
presidente do CREA-MT, eng. Juarez ARJ e vice-presidente do IBEC, eng.
Até o momento, a Palestra Téc- Samaniego; o presidente da FAEARJ José Chacon de Assis; o presidente
nica aconteceu em Belo Horizonte, e vice-presidente do IBEC, eng. José do IBEC, eng. Paulo Roberto Vilela
Cuiabá, Fortaleza e Florianópolis. No Chacon de Assis; o presidente do Dias; e o engenheiro Márcio Soares
dia 07 de março, o IBEC apresentou IBEC, eng. Paulo Roberto Vilela Dias; da Rocha, do IBEC de Fortaleza.
a Orientação Técnica no auditório o eng. Luciano Kanacilo, represen-
do CREA-MG. Estiveram presentes tando a Caixa Econômica Federal e a E a última capital a apresentar a
aproximadamente 50 profissionais Arquiteta Fernanda Amorim, Gerente Orientação Técnica foi Florianópolis,
interessados na discussão da orça- da Central de Projetos da AMM, As- na manhã do dia 05 de abril. Constitu-
22
MAIO 2013 • ENGENHARIA DE CUSTOS
íram a mesa de abertura o presiden- para elaboração da Orientação Técni- A Palestra Técnica de Florianó-
te do IBEC, eng. Paulo Riberto Viella ca, apresentada neste evento. Entre polis recebeu uma contribuição
Dias; o presidente do CREA-SC, eng. os diversos participantes, estiveram do Deputado Federal Edinho Bez,
Carlos Alberto Kita Xavier; o vice presentes representantes do Banco agregando valor ao evento. O De-
-presidente internacional do IBEC e do Brasil, Eletrobras, AGESC, INSS, putado falou sobre a importância
presidente da FAEARJ (Federação UFSC, e demais profissionais de Ór- na fomentação do tema, orçamen-
das Associações de Engenheiros e gão Públicos, fiscalizadores e empre- tos de obras públicas, para o Esta-
Arquitetos do Estado do Rio de Ja- sas privadas. do e o país.
neiro), eng. José Chacon de Assis; o
presidente da ACE (Associação Cata-
rinense de Engenheiros), eng. Celso Calendário das próximas palestras
Ternes Leal; o coordenador do IBEC
-SC, Adriano Carlos Ribeiro; e o De-
putado Federal Edinho Bez. Brasília: 07/05 Vitória: 14/06
A Orientação Técnica
OT-004-2013-IBEC
C
omprometido Na Orientação Técnica, profissionais de empresas en-
com a quali- volvidas no processo de construção podem encontrar, por
dade e o bom exemplo, modelos de planilha de composição de custo uni-
andamento tário de serviço, planilha para cálculo dos encargos sociais
das obras públicas de e complementares, modelo de cálculo percentual do BDI
nosso país e em busca (Benefício e Despesas Indiretas), entre outras referências.
do preço socialmente O BDI, elemento orçamentário destinado a cobrir todas as
justo, o IBEC (Instituto despesas indiretas de um empreendimento (mão de obra
Brasileiro de Engenha- e equipamentos, por exemplo), é a parcela de custo que,
ria de Custos) elaborou agregada aos gastos diretos de uma obra devidamente or-
a Orientação Técnica çada, permite apurar o seu custo total.
OT-004-2013-IBEC. Vi-
sando a evitar obras Para que uma obra de engenharia seja feita com segu-
mal feitas, utilização de rança, economia e técnica faz-se necessária a elaboração
materiais de baixa qua- de Orçamentos de Referência das licitações de obras e
lidade e prejuízo a toda serviços de Engenharia, de acordo com os conceitos e téc-
a sociedade brasileira, a nicas da Engenharia de Custos e conforme o exigido nos
OT apresenta uma metodologia para cálculo do preço de preceitos legais. Por isso, a OT também apresenta defini-
referência de obras públicas. ções básicas dessa área para controle dos recursos mo-
netários necessários à realização dos serviços que consti-
Como o Brasil é carente de normas técnicas, pesquisa tuem uma obra.
e bibliografia sobre a Engenharia de Custos, a Orientação
Técnica contribui para o conhecimento dessa área no país. A Dessa forma, as normas técnicas contidas na Orienta-
OT fornece as ferramentas necessárias para que um serviço ção Técnica asseguram a qualidade dos projetos de en-
de engenharia tenha seu preço devido, englobando todos genharia, a transparência dos processos licitatórios e a
os custos devidos ao prestador de serviços para que este observação da compatibilidade dos preços das obras e
possa ter o ressarcimento integral da prestação de serviço. serviços do mercado local.
23
ENGENHARIA DE CUSTOS • MAIO 2013
A
Acaba de entrar em fun- As regras da Mediação e Arbitragem
cionamento a Câmara de são definidas a partir da Lei Federal O objetivo do IBEC é tornar mais rápi-
Conciliação, Mediação e nº 9.307 de 23 de setembro de 1996, das possíveis soluções que venham a
Arbitragem de Preços Con- definindo que a “arbitragem se realize surgir em litígios contratuais, gerados
tratuais do IBEC, mais um serviço a com base nos princípios gerais de di- por problemas criados por lacunas na
ser prestado pela entidade na cons- reito, nos usos e costumes e nas re- legislação ou nas normas existentes e
trução de uma melhor relação entre gras internacionais de comércio”. A que tem difícil solução pelos caminhos
órgãos públicos e empresas contra- Mediação é uma técnica consensual judiciais usuais.
tadas em nosso país, com o objetivo em que um terceiro, o Mediador, ten-
prioritário de garantir o bom andamen- ta auxiliar partes a encontrar soluções José Chacon de Assis
to de obras públicas. que não eram vislumbradas por elas Vice-Presidente Internacional do IBEC
C
omo conquista de sua luta desenvolvimento da ciência de cus- 2010
pelo reconhecimento da tos e na busca de maior e merecido Jeferson Faria Vianna
Engenharia de Custos en- reconhecimento na área, o IBEC ho- Nelson Castello Branco Rodrigues
quanto ciência e do profis- menageia profissionais que se empe- Jorge Willian Ferreira Teixeira
sional dessa área, foi instituída a Lei nham pela Engenharia Nacional. Des- 2011
nº 4.095/2006 que comemora o Dia do de 2007, o IBEC realiza a premiação Luciana Barbosa Ramos Reis
Engenheiro de Custos. A lei foi criada desses destaques na solenidade do Maria das Graças Silveira Farias
no dia 09 de novembro de 2006 pelos “Dia do Engenheiro de Custos”. Além
deputados estaduais Luiz Paulo Cor- das homenagens aos Engenheiros de 2012
Ícaro Moreno Jr.
rêa da Rocha e Paulo Ramos. Custos, também são homenageados, Sérgio Arantes
neste dia, outros profissionais com os
No mês de maio de todo ano, por títulos “Destaque do Ano”, “Persona- 2013
ocasião da data de sua fundação, o lidade do Ano” e “Professor do Ano”, José Tadeu da Silva
IBEC realiza uma solenidade para co- bem como “Empresa Destaque”.
24
MAIO 2013 • ENGENHARIA DE CUSTOS
Dia do Engenheiro
de Custos 2013
N
este ano, na solenidade pelo Dia do Engenheiro Bez, Nelton Friedrich (Itaipu Binacional), Clovis Lascosque
de Custos e seus 35 anos, o IBEC prestará ho- (CODESA) e Jorge Luiz Macedo Bastos (ANTT).
menagem a José Tadeu da Silva, com o título de
“Engenheiro de Custos do Ano”. O Ministro Arol- As Associações de Engenheiros do Estado do Rio
do Cedraz será homenageado com o título “Personalidade de Janeiro serão especialmente homenageadas, as-
do Ano”. Por sua contribuição para um país melhor, recebe- sim como os deputados Luiz Paulo Corrêa da Rocha e
rão o título de “Destaques do Ano” os profissionais: Almi- Paulo Ramos, criadores da Lei do Dia do Engenheiro
rante Liseo Zampronio (DOCM), Deputado Federal Edinho de Custos.
25
ENGENHARIA DE CUSTOS • MAIO 2013
Dep. Paulo Ramos Nas obras públicas, no entanto, as Hoje torcemos para que o IBEC seja
licitações, muitas vezes, dão a vitória muito mais conhecido, e que os pró-
a quem ofertou o menor preço, não prios gestores públicos passem a ter
S
ou oriundo dos quadros da permitindo a realização de uma obra uma interlocução com o IBEC, para
Polícia Militar e deixei a cor- de qualidade. Por outro lado, temos a que amanhã as obras públicas e seu
poração como Major. Sou situação do superfaturamento, como o custo não sejam alvos de tantas sus-
advogado, fiz administração caso do Maracanã, reformado ao cus- peições e críticas. Além disso, o IBEC
e vários outros cursos. Fui deputado to de quase um bilhão de reais. Isso dá ao profissional uma estrutura de
federal por dois mandatos e sou depu- assusta a população. proteção para que ele possa cumprir
tado estadual por quatro. Sempre me sua responsabilidade social e não fi-
envolvi muito nas questões ligadas ao A Engenharia de Custos hoje tem que à mercê de interesses mais liga-
papel do Estado e aos serviços públi- um papel preponderante e precisa dos ao lucro ou ao desvio de recursos
cos. Por isso, tenho grande admiração ser levada em consideração. Ela vem públicos. O IBEC está de parabéns
e fico muito feliz por ter me aproxima- ocupando um espaço que deveria ser pelo seu dia.
nosso país. O custo jamais foi estuda- Fizemos aprovar a lei 4.905 do ano de
do nas faculdades de forma aprofun- 2006, e o IBEC tem comemorado, des-
dada, isto é, nas suas composições. de então, o Dia do Engenheiro de Cus-
E o IBEC cuida especificamente para tos. Com isso, divulga essa atividade
Dep. Luiz Paulo Corrêa Rocha que a obra tenha o preço justo, não o tão importante da Engenharia para
menor, pois o preço aviltante leva a todo o país, mostrando sua importân-
obras de pouca qualidade. É um gran- cia aos Tribunais de Contas do Esta-
de trabalho de vanguarda do IBEC le- do, ao Tribunal de Contas da União e
S
ou engenheiro civil formado var o conhecimento àqueles que se in- aos principais órgãos contratantes de
pela UFRJ, com mestrado teressam pelo custo final de uma obra. obras públicas.
em transportes, também pela
COPPE. Já fui secretário de A Engenharia de Custos, no entan- Gostaria de saudar o IBEC que está
obras da cidade do Rio de Janeiro, to, não vinha tendo uma grande divul- completando 35 anos de existência.
de meio ambiente, de urbanismo e de gação pública. Dessa forma, o deputa- Já deixou há muito a adolescência e
transportes. A Engenharia de Custos, do Paulo Ramos e eu, ao irmos a um chegou à maturidade. Dando demons-
promovida pelo IBEC com grande in- evento do IBEC, verificamos que seria trações de que veio para ficar e produ-
sistência, é fundamental para melho- muito interessante uma divulgação da zir um bom resultado para a Engenha-
rar a qualidade das obras públicas em promoção do engenheiro de custos. ria Nacional.
26
MAIO 2013 • ENGENHARIA DE CUSTOS
As Associações
de Engenheiros e
Arquitetos do Estado
Rio de Janeiro
Mesa da Reunião de Diretoria da FAEARJ
C
om a principal missão de defender e representar os interesses dos engenheiros e arquitetos do Estado do
Rio de Janeiro, e de serem uma importante instância social e cultural, as Associações de Engenheiros e
Arquitetos desempenham papel fundamental em nosso estado, integrando essa grande malha de entidades
formadoras do Sistema CONFEA/CREAS.
Por sua história de lutas e de atuação pela valorização dos profissionais da Engenharia e Arquitetura em nosso estado
e em todo país, essas associações merecem destaque e, por isso, são homenageadas pelo IBEC.
No entanto, as associações no Estado do Rio estão carentes, principalmente do apoio do Sistema CON-
FEA /CREAS, para garantirem a própria sobrevivência, necessitando do trabalho conjunto institucional e de
apoio financeiro para continuarem sua contribuição à Engenharia Brasileira.
AGEA – Associação Gonçalense de ANFEA – Associação Norte Fluminen- SEANI – Sociedade de Engenheiros e
Engenheiros e Arquitetos se de Engenheiros e Arquitetos Arquitetos de Nova Iguaçu
AEANF – Associação dos Engenhei- APEA – Associação Petropolitana de SENGE – Sindicato dos Engenheiros
ros e Arquitetos de Nova Friburgo Engenheiros e Arquitetos no Estado do Rio de Janeiro
AEARJ – Associação dos Enge- APEFERJ – Associação Profissional SOBES-RIO – Sociedade Brasilei-
nheiros Agrônomos do Estado do de Eng. Florestais do Estado do Rio ra de Engenharia de Segurança do
Rio de Janeiro de Janeiro Trabalho
27
ENGENHARIA DE CUSTOS • MAIO 2013
Entrevista
José Tadeu da Silva
Presidente do CONFEA e da FEBRAE
Formado pela PUCCAMP em 1976 e empresário atuante na área de consultoria, perícia, avaliações e engenharia,
José Tadeu da Silva é um dos homenageados do IBEC no Dia do Engenheiro de Custos de 2013. Fundador de várias
Entidades de Classe e da Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Mogi Guaçu, José Tadeu é o atual presidente
do CONFEA (Conselho Federal de Engenharia e Agronomia) e da Febrae (Federação das Associações de Engenharia,
Arquitetura e Agronomia do Estado de São Paulo). José Tadeu também foi eleito presidente da UPADI (União Pan Ame-
ricana de Associações de Engenheiros) para o período de 2015 a 2017.
A organização que promove a integração das entidades representativas da engenharia da região pan-americana pos-
sui 27 países membros. Criada em 20 de julho de 1949, a UPADI teve sua última sede (de caráter flutuante até então)
instalada na Costa Rica, entre 2009 e 2012. Recentemente, os países membros da União determinaram que sua sede
internacional seria permanente e o Brasil foi o país escolhido para sediá-la. A partir de 2013, a sede definitiva da UPADI
passou a ser no Rio de Janeiro, em um espaço cedido pelo IBEC, na sua sede nacional. Essa mudança e os benefícios
por ela trazidos à Engenharia Nacional são tratadas por José Tadeu da Silva, nessa entrevista. Além de contar sobre
sua trajetória profissional, ele nos conta como é a atuação do CONFEA e da Febrae na Engenharia do Brasil e do Rio de
Janeiro. Leia a íntegra da entrevista.
A Revista Engenharia de Custos: de Luiz Carlos Moura, tendo-o suce- concorrer à presidência do Confea
Conte-nos um pouco sobre sua traje- dido na presidência. Minha vida até a e presido o Conselho Federal desde
tória de vida e seu ingresso no Confea. presidência da Febrae passou por uma 2012, com mandato até 2014.
história de militância nas entidades de
José Tadeu da Silva: Iniciei minha classe de São Paulo e, depois, do Rio A Revista Engenharia de Cus-
vida na política classista em 1982, na de Janeiro, na Febrae, inclusive partici- tos: Quais são as expectativas para
cidade de Mogi Guaçu (SP), na Asso- pando com as entidades de todo o nos- a nova sede da UPADI no Brasil e
ciação de Engenheiros e Arquitetos so Brasil. Na militância junto às entida- quais os benefícios dessa contri-
de lá. Depois fui para a Faeasp onde des de classe, meu nome foi indicado buição do IBEC?
ocupei todos os cargos, inclusive o para a presidência do CREA-SP logo
de presidente, de 2000 a 2006. Como que concluí meu mandato na Faeasp. José Tadeu da Silva: Em Cuba,
uma entidade que congrega mais de No CREA-SP, cumpri dois mandatos Havana, no ano de 2012, tivemos a
200 entidades federais, a Faeasp é fi- eleitos pelas entidades de classe. De Convenção da UPADI, onde houve a
liada à Febrae, para a qual fui indica- 2006 a 2008 e de 2009 a 2011. Ao final eleição para sua presidência, tendo
do como representante da Faeasp. Na de 2011, essas mesmas entidades do sido eleito Luiz Havelino, de Hondu-
Febrae, participei da gestão do eng. Estado de São Paulo e de todo o país ras, de 2013 a 2015, que sucedeu nos-
Ramalho Ortigão, e fui vice-presidente filiadas à Febrae me indicaram para sa presidenta Irene Campos. Fui eleito
28
MAIO 2013 • ENGENHARIA DE CUSTOS
presidente da UPADI para o período pais filiadas à Febrae. Agora, com a cujo decreto foi regulamentado em
de 2015 a 2017. Antecedendo essa UPADI funcionando no espaço cedi- 1966 pela lei federal 5.194. Hoje, 50
reunião, no final de 2011, houve a As- do pelo IBEC, temos certeza de que anos depois, a lei já está arcaica. Para
sembleia da UPADI, aqui no Brasil. a ciência da Engenharia de Custos irá o momento, no entanto, a lei cumpria o
Com a alteração do Estatuto, foi criada crescer muito, não só no Brasil, mas papel de regulamentação das nossas
uma sede permanente em um dos pa- também junto aos países que com- profissões. Contudo, estamos no sé-
íses a ela filiados. Na ocasião, o Brasil põe as três Américas. É importante culo 21, e há uma necessidade muito
pleiteou essa sede. A partir de 2013, que se trate a Engenharia de Custos grande de darmos a contribuição ne-
passamos a sediar a UPADI. Aqui na como uma ciência que permite aos cessária ao país com a atualização da
sede da Febrae, no entanto, não con- empreendimentos de engenharia se- legislação. Isso é o que o CONFEA faz
seguimos o espaço mais avantajado rem feitos com o cálculo correto, com nesse momento. Abrimos uma grande
que gostaríamos de dar para a estru- custos, licitações e projetos. Para que discussão sobre o marco regulatório
tura da UPADI, e o IBEC, nossa enti- possamos fazer um correto custo de nas nossas legislações e resoluções
dade federada, colocou um espaço à empreendimento de engenharia, há do Conselho Federal, para que pos-
disposição da União. Hoje, na sede necessidade de planejamento, e um samos avançar e colocar o sistema
nacional do IBEC, funciona a sede da CONFEA/CREA em sintonia com nos-
UPADI. Acredito que a sede perma- so país e o mundo, pois a engenharia
nente com a estrutura oferecida pelo está globalizada e precisamos moder-
IBEC dará toda a condição à UPADI Pois nenhum país nizar nossa legislação. É isso o que
de desempenhar seu papel junto aos
países da América Central, do Norte e
se desenvolve ou estaremos fazendo na Semana Oficial
da Engenharia, em Gramado, entre os
do Sul para que possamos fazer uma cresce sem a Enge- dias 7 e 14 de setembro deste ano, e
integração da Engenharia Internacio-
nal com relação às Américas. Aqui no
nharia que é a cara no Congresso Nacional de Profissio-
nais, que vai acontecer também em
Brasil, a Febrae é responsável pela do progresso e do Gramado. Nos congressos regionais
integração das entidades de classe e e estaduais que já estão ocorrendo
ela tem cuidado, com muita competên- desenvolvimento do desde março, estamos movimentando
cia, da questão nacional, com quase Brasil toda a nossa categoria profissional.
todas as entidades brasileiras a ela fi- Mais de um milhão de profissionais
liadas. Agora, com a sede permanente
da UPADI no Brasil, passamos então bom projeto é o que salta o país. Acre-
a interagir com as associações de en- dito que com a tríade planejamento, Esses são os princí-
genheiros que a compõe de todos os projetos e Engenharia de Custos, va- pios que estamos pleite-
países das Américas. mos dar uma grande contribuição ao
país, principalmente, nesse momento
ando juntamente com a
em que o Brasil é a sexta maior potên- atualização do nosso sis-
O IBEC é uma das en- cia econômica do mundo e precisa de tema CONFEA/CREA.
tidades mais importan- muita infraestrutura, principalmente, na
área pública. O Brasil carece de infra-
tes de nosso país e está estrutura em todas as áreas, transpor- do sistema CONFEA/CREA/MUTUA e
entre as principais filia- tes, habitação, hospitais e as próprias 200 mil empresas registradas no sis-
das à Febrae arenas construídas para a Copa e as tema, estão discutindo nossos marcos
Olimpíadas. Não tenho dúvida de que regulatórios, no sentido de modernizar
a Engenharia de Custos e o IBEC têm a legislação a fim de colocarmos o sis-
papel muito importante para cumprir tema profissional em sintonia com o
A Revista Engenharia de Custos: junto à Engenharia Nacional. Pois ne- momento que o país atravessa, garan-
Na sua visão, qual a importância da nhum país se desenvolve ou cresce tindo conhecimento técnico e notório
Engenharia de Custos para o Brasil? sem a Engenharia que é a cara do pro- saber que compõe todos os sistemas
Como presidente do Conselho Fede- gresso e do desenvolvimento do Brasil. CONFEA/CREA e estão à disposição
ral de Engenharia e Agronomia, qual do país. Pois nenhum país pode ser
a sua opinião sobre o empenho do A Revista Engenharia de Custos: O uma grande nação se não tiver um
IBEC em transformar a Engenharia sr. pode falar sobre a representação do grande investimento na área da edu-
de Custos em uma ciência? CONFEA e sua participação no desen- cação, na ciência, na tecnologia e na
volvimento da Engenharia Nacional? inovação. Esses são os princípios que
José Tadeu da Silva: O IBEC é estamos pleiteando juntamente com
uma das entidades mais importantes José Tadeu da Silva: Temos o sis- a atualização do nosso sistema CON-
de nosso país e está entre as princi- tema CONFEA/CREA criado em 1933, FEA/CREA.
29
ENGENHARIA DE CUSTOS • MAIO 2013
Entrevista
Edinho Bez
Deputado Federal
Edinho Bez
Deputado Federal em seu quinto mandato consecutivo, após um mandato como deputado estadual, o catarinense
Edinho Bez possui origem humilde, tendo sido agricultor até 1972, quando ingressou no mercado de trabalho como
auxiliar de escritório. Sua trajetória política foi marcada pela nomeação como secretário de Infraestrutura do Estado
de Santa Catarina, entre os anos de 2003 e 2005. Edinho Bez foi vice-presidente do Fórum Nacional dos Secretários
de Transportes e Obras, no mesmo período, e presidente da Comissão Permanente de Ferrovias.
Responsável pelo projeto de lei de criação do Dia Nacional do Engenheiro de Custos (hoje apenas no âmbito do
Estado do Rio de Janeiro), Edinho Bez é um dos homenageados do IBEC. Em entrevista à nossa Revista, o depu-
tado federal fala sobre sua trajetória profissional e comenta a importância da Engenharia de Custos para o Brasil
e da valorização do profissional dessa área. Segundo ele, muitos setores do governo ainda não têm a consciência
do trabalho do IBEC e da relevância da Engenharia de Custos para o bom planejamento de uma obra e sua conse-
quente qualidade.
A Revista Engenharia de Custos: da qualidade de cada empresa e re- Deputados, onde acompanhamos as
Conte-nos um pouco sobre sua na gião. Já estou no sexto mandato de concessões e liberações de recursos
carreira política. deputado, um como estadual e cinco públicos para todo o Brasil. Também
sou membro da Frente Parlamentar
Edinho Bez: Sou um deputado fe- Mista do Congresso Nacional, que
deral que representa, no Congresso coordena a área de portos e vias na-
Nacional, o Estado de Santa Catari- Na Câmara dos De- vegáveis, com atuação firme na área
na. Tenho discutido questões nacio- putados, apresentei mais de ferrovias, rodovias e aerovias.
nais e internacionais. Recentemente, de 100 projetos de lei, Também presido a Comissão Espe-
viajei à Espanha coordenando uma cial que vai regulamentar os Seguros
missão oficial que objetiva o estreita- mais de 500 iniciativas no Brasil. Para que todos tenham uma
mento da parceria de negócios entre e usei a tribuna mais de ideia, nosso PIB vem crescendo entre
o país e o Brasil. Embora a crise na 2.500 vezes 1% e 3%, enquanto o seguro cresce
Espanha seja superior a de outros 17% ao ano. Além disso, estamos
países, há muitos empresários inte- defasados em termos de legislação.
ressados em investir no Brasil. Bem Por isso, pretendemos, nos próximos
como, muitos empresários brasileiros como federal. Atualmente sou presi- 60 ou 90 dias, apresentar nossa pro-
têm interesse em investir na Espa- dente da Comissão e Fiscalização Fi- posta para uma nova regulamentação
nha, dependendo da característica e nanceira de Controle da Câmara dos do Seguro no Brasil. Desde a época
30
MAIO 2013 • ENGENHARIA DE CUSTOS
Precisamos tra-
balhar com bons pro-
jetos e bons profis-
sionais que analisem
o custo da obra.
Foto: Banco de Imagens
A Revista Engenharia de Custos: jetos e cumpri-los, pois não se avalia responsável pela Secretaria do Esta-
Como o senhor vê a Engenharia de uma obra pelo preço. Dessa forma, do de Infraestrutura, na qual batemos
Custos no país? sem dúvida a obra terá muito mais um recorde de construções, observo
durabilidade do que as realizadas a importância da Engenharia de Cus-
Edinho Bez: Desde 1993, quando atualmente, sem o mínimo conheci- tos para as obras públicas.
assumi a Secretaria de Estado de In- mento em termos de ciência de Enge-
fraestrutura de Santa Catarina, sen- A Revista Engenharia de Custos:
ti a necessidade de ter um controle O senhor pode falar um pouco so-
sobre isso. Muitas vezes, não temos A Engenharia de bre o certificado do Engenheiro de
projetos de qualidade e, consequen-
temente, o resultado não é tão posi-
Custos é tão impor- Custos, um projeto de sua autoria?
tivo. Precisamos trabalhar com bons tante que enten- Edinho Bez: A Engenharia de
projetos e bons profissionais que
analisem o custo da obra. O IBEC tem
di ser importante Custos é tão importante que enten-
di ser importante homenagearmos
isso e pode detectar o problema de homenagearmos essa ciência da engenharia que é
acordo com a característica de cada tão diferenciada e, portanto, mere-
uma. Na maioria das vezes, não te- essa ciência da en- ce um tratamento diferenciado. Por
mos o controle do custo da obra e o
IBEC identifica isso. O custo de uma
genharia isso, propomos, numa discussão
com os profissionais da área, home-
obra não se avalia só pelo tamanho nageá-los com o Dia do Engenheiro
ou pela distância, e sim pela qualida- nharia de Custos. Por isso, precisa- de Custos. No momento, estamos
de do projeto e a execução da obra. mos aproveitar o Dia do Engenheiro analisando a viabilidade técnica,
Com o planejamento correto dos cus- de Custos com a finalidade de discu- a constitucionalidade e o objetivo
tos, garantimos obras de qualidade, tir esse assunto tão importante para do projeto que está em andamento
sem desperdiçar o dinheiro público, o país. Parabenizo o IBEC pelo tra- na Câmara dos Deputados, na luta
que é o mais importante para nossa balho que vem fazendo e com o qual pela representatividade desse im-
população. Precisamos ter bons pro- fiquei tão encantado. Na qualidade de portante segmento.
31
ENGENHARIA DE CUSTOS • MAIO 2013
Entrevista
Francis Bogossian
Presidente do Clube de Engenharia
Francis Bogossian
Engenheiro civil formado pela ENE da Universidade do Brasil, Francis Bogossian, presidente do Clube de Engenharia, atua
como empresário, professor e líder de classe, há mais de 40 anos. Fundou a Geomecânica S.A em 1972 e foi professor titular
de Mecânica dos Solos e Fundações durante mais de 15 anos, na Escola de Engenharia da UFRJ e na Universidade Veiga
de Almeida.
Francis Bogossian foi presidente da AEERJ (Associação das empresas de Engenharia do Rio de Janeiro) e é membro
da Academia Nacional de Engenharia, da Academia Brasileira de Educação e da Academia Panamericana de Ingenie-
ría. Por sua contribuição à Engenharia Nacional e do Rio de Janeiro, Francis Bogossian é um dos homenageados do
IBEC. Em entrevista à nossa Revista, além de falar sobre sua trajetória profissional, Bogossian explica como o Clube de
Engenharia atua em prol da Engenharia Nacional e sua relação com o IBEC, instituto que luta pelo reconhecimento da
Engenharia de Custos como ciência no Brasil. Leia a íntegra da entrevista.
A Revista Engenharia de Custos: ria, decepcionado, e perdi um ano. privada de onde fui diretor da Escola
O senhor pode falar um pouco sobre Meu pai me obrigou a voltar. Minha de Engenharia. Presidi a Associação
a trajetória de sua vida e sua repre- vida começou aí, tornando a estudar Brasileira de Mecânica dos Solos,
sentação no Clube de Engenharia? engenharia e acabei me apaixonan- especialidade por mim escolhida na-
quela época, a geotecnia (mecânica
Francis Bogossian: Comecei es- dos solos), que era uma grande novi-
tudando engenharia e me decepcio-
Fiz uma empresa de dade. Fiz uma empresa de mecânica
nei com o básico do curso. Não por mecânica dos solos em dos solos em 1972 que tem mais de
não gostar das matérias de exatas, 1972 que tem mais de 40 anos, que depois se transformou
eu até dava aulas particulares de numa empresa de Engenharia Civil,
matemática, física e química, mas
40 anos a Geomecânica S.A. Desde então
ao entrar na faculdade de engenha- emprego centenas de pessoas. Tam-
ria, pensei que começaria a vê-la do. Eu me formei em 1965, come- bém presido a Associação das Em-
propriamente dita. Então, depois de cei a dar aula em 66, no Largo São presas de Engenharia, AEERJ, e no
dois anos, vendo matemática, física Francisco e, em 1968, no Fundão. próximo ano vou completar 20 anos
e química, eu quis largar a engenha- Dei aula também na universidade na presidência. Fui eleito e reelei-
32
MAIO 2013 • ENGENHARIA DE CUSTOS
to para a presidência do Clube de explorado e refinado por nosso país, tem um custo, sobre o qual incide o
Engenharia, há quatro anos. Dessa oferecendo empregos na construção BDI – a bonificação das despesas
forma, estou sempre envolvido com e na operação de refinarias. Não te- diretas – dentro dele está a adminis-
a engenharia, seja como engenhei- mos mais a pressa de obter petróleo, tração central e em alguns casos a
ro, professor, empresário ou mem- pois já produzimos num volume su- administração da obra. Tivemos um
bro das associações técnicas. Fui administrador aqui no Rio que cortou
vice-presidente da sociedade inter- o BDI dos preços. Sempre houve dis-
nacional, e de outras. Procuro estar cussões se o BDI era 30% ou 28,9%,
em todas as áreas para as quais Nossas portas nunca ouvi alguém querer dizer que
sou convidado. estão abertas tam- o BDI é zero. Isso ocorreu aqui no
Brasil, e recorremos ao IBEC que
A Revista Engenharia de Custos: bém para todos os fez uma exposição muito importante
Conte-nos sobre a história do Clu-
be e sua participação nas grandes
partidos políticos dentro da AEERJ, sendo claro e in-
cisivo o seu presidente em mostrar
lutas da Engenharia Nacional. que o BDI não pode ser zero, pois
sem ele não há qualidade nas obras,
Francis Bogossian: O Clube de nem lucro – distribuído entre os par-
Engenharia não é só do Rio de Ja- ficiente e este é um dos pontos im- ticipantes das boas empresas de en-
neiro como o conhecem, mas é uma portantes. O outro é a defesa de li- genharia. O BDI é fundamental para
entidade nacional fundada em 1880, berdade de imprensa, queremos uma se fazer uma boa obra, principal-
durante o Império, e tem, portanto, imprensa com liberdade de expres- mente as públicas, indispensáveis à
mais de 120 anos de idade. Hoje são, pois não estamos mais na dita- população. Precisamos de qualidade
existem institutos, clubes e asso- dura, mas somos contra ela, seja civil e só a atingimos com bons preços.
ciações de engenharia em todos os ou militar. Também convidamos aqui Costumo dizer que a Petrobras, uma
Estados, mas são entidades esta- pessoas para fazerem exposições de empresa que admiro – eu diria até
duais ou regionais, e o Clube de En- novas tecnologias, sejam brasileiras que é meu maior cliente e me orgulho
ou estrangeiras. Esse é o Clube de de dizer isso, nos 41 anos da minha
Engenharia que estende suas mãos empresa, dos quais há 40 estamos
O Clube de En- para todas as outras entidades da com a ela – não quer o menor, mas
Engenharia. Nossas portas estão o melhor preço, perante o qual po-
genharia é uma abertas também para todos os parti- demos dar qualidade, produtividade,
entidade em defe- dos políticos. O Clube de Engenharia
tem uma parte técnica com 19 divi-
responsabilidade social e seguran-
ça. Então, uma instituição com esta
sa da Engenharia sões especializadas nas diferentes idoneidade, com essa competência e
áreas da Engenharia, que são o cére- dedicação à causa, acho que é fun-
de todo o territó- bro técnico do Clube de Engenharia. damental para o país.
rio nacional
A Revista Engenharia de Custos:
O senhor pode falar um pouco so-
genharia é uma entidade em defesa
Estamos sempre bre a atuação cultural do Clube?
da Engenharia de todo o território lutando em prol da cul-
nacional. Nada contra a estrangei- Francis Bogossian: Esse é ou-
ra, pelo contrário, em alguns casos, tura que é fundamen- tro ponto importante a considerar, a
precisamos transferir a tecnologia do tal para uma nação atividade cultural do Clube de Enge-
exterior para o Brasil, mas também nharia. Temos diretores culturais que
podemos transferir nossa tecnologia se ocupam especificamente desta
para outros países. Temos grandes área. O Clube tem uma biblioteca que
empresas de engenharia trabalhan- A Revista Engenharia de Custos: mantém verdadeiras obras-primas
do na África, na Europa e nos Esta- Para o senhor, qual a importância acessíveis a todos os interessados.
dos Unidos. Sempre fui a favor da do Dia do Engenheiro de Custos? Tivemos a oportunidade, em nossa
empresa brasileira e contra a venda, gestão anterior, de reformá-la e mo-
por exemplo, da Petrobras, em de- Francis Bogossian: O custo é dernizá-la totalmente. No 19º andar,
fesa do nosso petróleo. O Clube de fundamental porque é a partir dele há uma sala de jogos e de cinema,
Engenharia já se posicionou junto à que conseguimos atingir a qualida- com uma divisão técnica especiali-
Presidência da República contra a de. Recorri ao IBEC para a defesa do zada que dessa área. Estamos sem-
entrega do petróleo a entidades es- BDI, em relação ao qual não pode- pre lutando em prol da cultura que é
trangeiras. Queremos que ele seja mos ser contra ou a favor. O preço fundamental para uma nação.
33
ENGENHARIA DE CUSTOS • MAIO 2013
Entrevista
Aroldo Cedraz
Ministro do Tribunal de Contas da União
Aroldo Cedraz
Responsável pela implantação do Ministério da Defesa e pela criação da ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil), o
atual ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Aroldo Cedraz, teve uma trajetória profissional marcada por impor-
tantes contribuições ao país. Entre projetos de lei para a economia do Brasil e a saúde da população, o ministro do TCU
realizou trabalhos relevantes no Congresso Nacional que marcaram seus 16 anos de dedicação à vida pública.
Sempre em defesa da democracia e da valorização dos recursos públicos, o ministro Aroldo Cedraz, em entrevista
exclusiva à nossa Revista, defende a Engenharia de Custos que, segundo ele, proporciona transparência na execução
das obras públicas. O ministro nos conta sua trajetória profissional e fala sobre a atuação do TCU na administração dos
recursos públicos, fazendo um paralelo com os conceitos e as técnicas da Engenharia de Custos.
Por sua grande contribuição ao país, o IBEC homenageia o Ministro do TCU, Aroldo Cedraz, como Personalidade do
Ano na comemoração pelo Dia do Engenheiro de Custos de 2013. Confira a entrevista na íntegra.
A Revista Engenharia de Custos: te, ingressei na Universidade Federal Veterinária de Hannover, na Alema-
O senhor pode falar um pouco so- da Bahia, no curso de medicina vete- nha. De lá pra cá fui aos poucos me
bre a trajetória de sua vida e o seu rinária, em que me graduei. Realizei direcionando por uma série de coin-
ingresso no TCU? cidências para uma dedicação à vida
De lá pra cá fui aos pública. Inicialmente, como secretário
Aroldo Cedraz: Formei minha per- de Estado de Recursos Hídricos e Ir-
sonalidade como cidadão brasileiro
poucos me direcionando rigação na década de 80, na Bahia.
com as missões de minha casa e de por uma série de coinci- Nesse mesmo período, ocupei a presi-
minha primeira escola. Nasci em Va- dências para uma dedica- dência da Companhia de Engenharia
lente na Bahia, mas para dar continui- ção à vida pública. Rural da Bahia. Tive uma passagem
dade à minha formação escolar, com pela Prefeitura de Salvador como se-
11 anos, passei a morar em Salvador, o curso de mestrado na Universidade cretário-chefe da Casa Civil. Fui eleito
cursando o nível médio de contabilida- Federal de Santa Maria (RS) e douto- democraticamente pelo povo da Bahia
de no Colégio Marista. Posteriormen- rado na Escola Superior de Medicina como parlamentar federal, permaneci
34
MAIO 2013 • ENGENHARIA DE CUSTOS
por quatro mandados na câmara dos que lá estive. Em decorrência do meu ma importância para o planejamento
deputados no exercício de uma sé- trabalho cotidiano, recebi o apoio dos das atividades de uma entidade, bem
rie de funções muito honrosas como meus colegas que me escolheram como serve de auxílio às decisões
presidente da Comissão de Relações para representar o partido na disputa gerenciais. Nos casos dos contratos
Exteriores e relator da Lei dos Re- da vaga no TCU. Primeiro foi a vitória públicos, a Engenharia de Custos per-
cursos Hídricos, nº 9.433/97, aprova- intrapartidária, não esperada, e tal- mite que se faça melhor uso do dinhei-
da depois de 12 anos de tentativa no vez tenha sido a mais difícil de todas, ro público ao estabelecer parâmetros
Congresso. Também espero ter dado quando ganhei por 3 ou 2 votos. A que refletem a realidade da obra e que
uma contribuição na aprovação, fina- segunda grande barreira foi o plená- consideram a adequação dos preços
lização e relatoria da lei de falências, rio, pois eu disputava com candidatos aos praticados no mercado.
que hoje contribui muito para o de- extremamente competentes, inclusive
senvolvimento econômico do país. Na apoiados pelo Executivo Nacional. A Revista Engenharia de Custos:
área de saúde, a reforma congressual Não foi uma tarefa fácil, mas a vitória Qual a importância do trabalho do
que imprimimos ao SUS, numa pers- foi de maneira democrática, acima de TCU para a Engenharia de Custos?
pectiva da equalização dos recursos tudo, com a responsabilidade que te-
da saúde, viabilizou o repasse de re- nho hoje de representar a Câmara dos Aroldo Cedraz: A Engenharia de
cursos federais para os Estados que Deputados no TCU. Pois esta é a que, Custos tem papel relevante para o
eram menos contemplados até então. de fato, representa o povo brasilei- controle de gastos e obras públicas,
A medida permitiu que 23 estados ro. Posteriormente, fui aprovado pelo pois constitui-se ferramenta capaz de
brasileiros que não tinham serviços Senado Federal e depois sancionado proporcionar transparência a todo o
pelo Presidente da República. Quero processo. Na sua atividade de contro-
dizer que é com muita honra que re- le externo, o TCU aplica técnicas de
Foram esses presento a Câmara dos Deputados no Engenharia de Custos para aferir a
TCU porque venho com a mesma res-
trabalhos que mar- ponsabilidade que tinha no Congresso
caram minha pre- Nacional, de buscar fazer com que os
recursos públicos atendam cada vez Quero dizer que
sença no parlamen- mais às necessidades do povo brasi-
é com muita honra
to além da defesa leiro. Acho que essa é, na verdade, a
grande tarefa cuja contribuição o TCU que represento a
intransigente da de- dá ao Brasil a cada dia, renovar, por
Câmara dos Depu-
meio de suas decisões e do conheci-
mocracia mento técnico dos seus quadros alta- tados no TCU
mente capacitados, essa ideia de que
o mais importante é o respeito ao ci-
de atendimentos pelo SUS, de alta e dadão, aos democráticos e às institui-
média complexidade, passassem a tê ções, dando atenção à aplicação dos adequação dos gastos do poder públi-
-los e a qualificar pessoal nessa área, recursos, na busca permanente da co. Para exercer tal função, o Tribunal
além de adquirir equipamentos e ter eficiência e da eficácia das políticas utiliza tabelas referenciais que contêm
hospitais credenciados com esse tipo públicas no Brasil. preços de mercado e composições
de serviço que hoje atende boa parte de serviços em que são quantificados
da população brasileira. Foram esses A Revista Engenharia de Custos: materiais, ferramentas, equipamentos
trabalhos que marcaram minha pre- Para o senhor, qual a importância da e mão de obra empregados na realiza-
sença no parlamento além da defesa Engenharia de Custos para o Brasil, e ção de cada item do empreendimento,
intransigente da democracia, onde do trabalho de promoção do conheci- exatamente para verificar se os va-
tive sempre um cuidado especial em mento dessa área que o IBEC realiza? lores contratados são adequados. É
relação à área de ciência e tecnologia importante destacar que, nas análises
de recursos hídricos, da educação e Aroldo Cedraz: O desenvolvimento de obras empreendidas pela Corte de
da aviação. da Engenharia de Custos é importan- Contas, são avaliadas as especificida-
te na medida em que contribui para a des de cada contrato com o objetivo
A Revista Engenharia de Custos: formação e formulação do orçamento, de obter resultados bastante precisos.
Conte-nos sobre seu ingresso no TCU. pois busca adotar uma obra ou servi-
ço de boa qualidade. Assim, por meio A Revista Engenharia de Custos:
Aroldo Cedraz: Meu ingresso no de técnicas e métodos cientificamente Aroldo Cedraz: A lei de licitações é
TCU foi uma consequência do rela- aceitos, estima-se com certa precisão um importantíssimo instrumento para
cionamento pessoal que travei no o valor de determinado empreendi- regular os processos de seleção e
Congresso ao longo dos 16 anos em mento. Essa informação é de extre- contratação de fornecedores de bens
35
ENGENHARIA DE CUSTOS • MAIO 2013
de serviços por parte da administra- e paralisações das obras públicas obras, temos no TCU o Fiscobras. Ele
ção pública. Como qualquer legisla- no Brasil? Quais atitudes o governo é importante porque ressalta as even-
ção, esta pode vir a ser aperfeiçoada tem tomado para evitar esse tipo de tuais paralisações não diretamente
em determinados aspectos pontuais. situação? determinadas pelo Tribunal. Havendo
É importante notar que o Congresso irregularidades, a prerrogativa de blo-
Nacional vem fazendo isso constante- Aroldo Cedraz: Historicamente,
mente quando entende que é necessá- diversas obras pelo Brasil foram pa-
rio. Com o atual pacto das alterações ralisadas pela falta de recurso. Por Como professor uni-
exemplo, uma obra era licitada sem a versitário, posso dizer
previsão de recursos suficientes para
sua conclusão, ou então era totalmente
que foi o momento de
A cartilha do TCU escolha mais difícil para
descaracterizada a ponto de os recur-
visa a orientar órgãos sos inicialmente previstos não serem mim do ponto de vista
e entidades da adminis- suficiente para sua conclusão. O TCU profissional.
realizou o trabalho sobre esse tema no
tração pública que... não ano de 2006, em que se identificou a
possuam equipes técni- existência de 400 obras inconclusas quear a aplicação de recursos públicos
na época, 80% das quais haviam tido em determinados empreendimentos é
cas especializadas sua execução interrompida em virtude exatamente do Congresso Nacional,
de problemas em seus fluxos orça- conforme consta de todas as leis de
mentários. Os resultados desse estu- diretrizes orçamentárias.
da lei em contratos públicos já pactua- do foram importantes para desmentir
dos, é importante termos em mente a os discursos que pretendiam imputar, A Revista Engenharia de Custos:
regra geral de que o ato jurídico perfei- O senhor já foi professor universitá-
to não pode ser prejudicado pela nova rio. Qual a importância do incentivo
lei, que é exatamente esse princípio A Lei de Responsabi- à educação no país e o que precisa
da irretroatividade da lei, previsto no lidade Fiscal trouxe me- ser melhorado?
Artigo 5º da nossa Constituição. As-
sim, como regra geral, eventuais mu-
canismos para prevenir Aroldo Cedraz: Como professor
danças na lei alcançariam apenas os a paralisação de empre- universitário, posso dizer que foi o mo-
contratos futuros. endimentos por falta de mento de escolha mais difícil para mim
recursos do ponto de vista profissional. Mas, fiz
A Revista Engenharia de Custos: essa opção livremente quando veri-
A quem se destina a cartilha “Reco- fiquei, depois da minha graduação,
mendações básicas para contrata- indevidamente, ao Tribunal de Contas que as universidades brasileiras se-
ção e fiscalização de obras de edi- da União, a culpa pela estagnação riam talvez, na época, a única opção
ficações públicas”, publicada pelo de projetos de infraestrutura consi- que eu teria para buscar diminuir um
Tribunal de Contas? derados essenciais para alavancar pouco minha ignorância, e para que
a expansão da atividade econômica eu pudesse também contribuir para a
Aroldo Cedraz: A cartilha do TCU do país, visto que, menos de 2% das tarefa mais importante à minha frente,
visa a orientar órgãos e entidades da obras paralisadas identificadas na- a qualificação do homem, a formação
administração pública que, porventu- quela oportunidade tiveram como mo- de jovens, a busca permanente pelo
ra, não possuam equipes técnicas es- tivo determinante alguma deliberação conhecimento, o que só vem mesmo
pecializadas quanto aos procedimen- da Corte de Contas. A Lei de Respon- por meio do trabalho científico e da
tos a serem adotados na execução de sabilidade Fiscal trouxe mecanismos pesquisa. E, naquela época, as uni-
obras, desde a licitação até a cons- para prevenir a paralisação de empre- versidades tinham essa responsabili-
trução, passando pela elaboração de endimentos por falta de recursos em dade do desenvolvimento científico e
projetos e pela respectiva fiscalização. seu Artigo 45. Observado o disposto tecnológico nacional. Na universida-
Por exemplo, prefeituras de pequenos no Parágrafo 5º, a Lei Orçamentária e de, não só me dediquei bastante ao
e médios municípios. Esse material as de créditos adicionais só incluirão magistério, mas acima de tudo, com
também pode ser utilizado por municí- novos projetos após adequadamente muito afinco à questão da construção
pios de maior porte, bem como, pelos atendidos os que estão em andamen- de uma nova ciência e tecnologia no
demais órgãos públicos. to e contempladas as despesas de Brasil, participando até mesmo de
preservação do patrimônio público, grandes eventos nacionais organiza-
A Revista Engenharia de Custos: nos termos em que dispuser a Lei de dos pelo CNPQ, assumindo a gestão
Sr. Ministro, na sua visão, qual ra- Diretrizes Orçamentárias. No que se da área de pesquisa e pós-graduação
zão para os constantes embargos refere ao ciclo anual de fiscalização de durante dois anos na Universidade
36
MAIO 2013 • ENGENHARIA DE CUSTOS
37
ENGENHARIA DE CUSTOS • MAIO 2013
Entrevista
Nelton Miguel Friedrich
Diretor de Coordenação e Meio Ambiente
da Itaipu Binacional
Responsável por um belo trabalho de proteção dos recursos da bacia hidrográfica do Paraná, Nelton Miguel Frie-
drich é especialista em desenvolvimento sustentável. Diretor de coordenação e Meio Ambiente da Itaipu Binacional e
coordenador do programa Cultivando Água Boa, Nelton tem se dedicado às causas ambientais há 30 anos.
O programa que Nelton Friedrich coordena possui, atualmente, 20 programas e 70 ações de responsabilidade socio-
ambiental e prevenção na Bacia Hidrográfica do Rio Paraná 3, uma das maiores hidrelétricas do mundo em geração de
energia, segundo a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica). O Cultivando Água Boa é uma estratégia local para
o enfrentamento de uma das mais graves crises pelas quais o planeta já passou: as mudanças climáticas, que põem
em risco a sobrevivência humana e estão diretamente relacionadas com a água e seus múltiplos usos.
Para prevenir essas alterações no ta, ele falou sobre sua trajetória em grandes questões nacionais, com as
clima, desde 2003, o programa es- defesa do meio ambiente, sobre sua áreas estratégicas que envolvem o
tabelece uma rede de proteção dos atuação na Itaipu Binacional e expli- país e também o sonho de um projeto
recursos dessa Bacia Hidrográfica. cou como funciona o Cultivando Água de nação. Ao mesmo tempo, aos 30
Suas ações compreendem a recupe- Boa, programa que concilia o desen- anos, tive uma vivência muito signifi-
ração de microbacias, a proteção das volvimento à preservação da nature- cativa como secretário de Estado do
matas ciliares e da biodiversidade, e za. Nelton também comentou sobre o Paraná porque envolvia energia, meio
a disseminação de valores que con- trabalho do IBEC e destacou sua im- ambiente, controle à erosão, sanea-
tribuem para a formação de cidadãos portância para o Brasil. mento básico e habitação popular.
dentro da concepção de respeito ao Tive a experiência rica de viver um
meio ambiente. Em 2005, o Cultivan- Confira a entrevista na íntegra. momento palpitante em nosso país,
do Água Boa conquistou reconhe- na Assembleia Nacional Constituinte
cimento mundial através do prêmio A Revista Engenharia de Custos: e com uma presença muito forte dos
Carta da Terra, entregue em Amster- Conte-nos um pouco sobre sua tra- grandes temas que envolvem um pro-
dã, na Holanda. jetória profissional. jeto de nação, especialmente o orde-
namento jurídico, econômico, social,
Por essa e outras iniciativas, Nelton Nelton Friedrich: Minha trajetória, cultural e ambiental. Na sequência,
Friedrich é um dos homenageados do que começou cedo, tem como pauta participei de vários estudos, inclusi-
IBEC. Numa entrevista à nossa revis- principal esse envolvimento com as ve de um projeto para o Brasil. E, há
38
MAIO 2013 • ENGENHARIA DE CUSTOS
39
ENGENHARIA DE CUSTOS • MAIO 2013
As Obras do PROSUB
A
Marinha do Brasil é a força submarinos, incorporando à armada Nacionais Residenciais, Bases e
militar responsável pela con- brasileira o primeiro dos submarinos aquartelamentos em apoio ao funcio-
dução das Operações Na- convencionais, ainda nesta década, e namento administrativo e operativo
vais que protegem as águas mais adiante o submarino com propul- da Força.
brasileiras, cujas atribuições abrangem são nuclear.
a salvaguarda de mais de 8.500 Km Para enfrentar adequadamente a
de fronteira do mar territorial brasilei- Desse modo, para que a Marinha complexidade das obras civis relativas
ro, que é denominada Amazônia Azul, possa atingir os seus objetivos na ao PROSUB, a DOCM necessita agir
bem como dos rios navegáveis como construção do Complexo de Itaguaí, eficazmente em três frentes distintas:
por exemplo da Bacia Amazônica, que dentro dos prazos, recursos e crono-
contém cerca de 20% das águas flu- gramas definidos, torna-se imperativo • Análise pormenorizada das planilhas
viais do planeta. que haja um planejamento e gestão orçamentárias, no que concerne as
do programa de monitoramento de obras civis;
Para desenvolver a sua missão, a vi- projetos do EBN, a fim de otimizar os
são de futuro da Marinha é ser uma for- custos, os tempos e movimentos das • Análise dos Projetos de Engenharia
ça moderna, equilibrada e balanceada, ações, eliminado os obstáculos dos ca- (básico e executivo), e
dispondo de meios navais, aeronavais minhos críticos que podem ensejar em
e anfíbios, assim como de um quadro aumento de despesas para a União. • Fiscalização das obras civis.
técnico compatível com a inserção po- Para isto a Marinha do Brasil criou uma
lítico-estratégica do Brasil no cenário Coordenadoria específica para efetuar Foi então criado, dentro da estrutu-
internacional e em sintonia com os o gerenciamento dos vários contratos ra organizacional da DOCM, um setor
anseios da sociedade brasileira. Para do PROSUB, denominada COGESN específico para exercer este gerencia-
isso, é necessário estar preparada para (Coordenadoria-Geral do Programa de mento, chamado de: “Grupo de Geren-
atuar no mar e em águas interiores, de Desenvolvimento do Submarino com ciamento dos Projetos e de Fiscalização
forma singular ou combinada, de modo Propulsão Nuclear). A COGESN é as- das Obras Civis relativas ao PROSUB
a atender aos propósitos estatuídos em sessorada por diversas Organizações - DOCM-06”, com acesso direto ao Di-
sua missão. Militares (OM) da Marinha, conforme retor de Obras Civis da Marinha.
suas especialidades.
Para materializar seus objetivos, a As obras do PROSUB estão dividi-
Marinha vem investindo em inúmeros Através desse planejamento e ges- das em três localizações distintas:
projetos estratégicos, dos quais se tão, no que se referem às obras civis de
destaca o Programa de Desenvolvi- infraestrutura, sejam elas industriais, • Unidade de Fabricação de Estruturas
mento de Submarinos com Propulsão prediais ou marítimas, coube esta tare- Metálicas – UFEM;
Nuclear – PROSUB. fa à Diretoria de Obras Civis da Mari-
nha (DOCM). • Área Norte (Base Naval Norte); e
Dentro deste contexto, o Brasil cele-
brou um acordo internacional com Go- A DOCM é uma Diretoria Especiali- • Área Sul (Base Naval Sul e Estaleiro).
verno Francês, visando obter transfe- zada do Setor de Material da Marinha,
rência de tecnologia que contribua para criada com o propósito de realizar ati- Embora tenha certa autonomia para
construção desses submarinos, bem vidades normativas, técnicas e geren- os serviços técnicos, a Marinha ainda não
como para a operação e manutenção ciais relacionadas com a engenharia e possui “expertise” para todas as especia-
do Complexo Industrial e Naval situado arquitetura voltadas às obras civis da lidades da engenharia. Dessa forma, ve-
em Itaguaí-RJ. Desse modo caberá à Marinha do Brasil, como por exemplo, rificou-se a necessidade de contratação
Marinha do Brasil acompanhar, discu- a manutenção e reparo das instalações de consultoria técnica especializada, a
tir e aprovar todos os projetos ao longo terrestres da Marinha e a ampliação fim de obter os conhecimentos técnicos
de sua execução, para construção de do seu Patrimônio Imobiliário, que se necessários para a execução da análise
um estaleiro e uma base naval (EBN), constitui basicamente da infraestrutura de conformidade de custos e de projetos
dedicados à fabricação e ao apoio de indispensável de edificações, Próprios da Base Naval e do Estaleiro.
40
MAIO 2013 • ENGENHARIA DE CUSTOS
Conclusão:
Conclui-se que a DOCM procurou, em tempo hábil, capacitar-se e buscar
o apoio devidamente qualificado para fazer frente ao gerenciamento do em-
preendimento do PROSUB, seja nas análises de projetos e orçamento, bem
como na fiscalização das obras civis propriamente ditas.
A solução adotada foi a contratação de consultoria com Instituições de
notório prestígio e reconhecimento em suas áreas de atuações, que no caso
são o IBEC e a FGV, para o assessoramento que se fizer necessário.
Como o gerenciamento de uma obra deste vulto é dinâmico, a DOCM Capitão-de-Mar-e-Guerra (EN)
estará sempre pronta a fazer os ajustes que se fizerem necessários para Marcos Araujo Braz de Oliveira
manter, de forma adequada, a correspondência entre o nível dos profissio- Chefe do Grupo de Gerenciamento
nais de engenharia envolvidos e a diversidade e especificação dos serviços dos Projetos e de Fiscalização das
em andamento e futuros. Obras Civis Relativas ao PROSUB, a
cargo da DOCM.
41
ENGENHARIA DE CUSTOS • MAIO 2013
Entrevista
Liseo Zampronio
Vice-Almirante Diretor de Obras Civis da Marinha
Liseo Zampronio
Formado em 1977 e oriundo da esquadra, área da Marinha Brasileira ligada à embarcação de navios, o almirante Liseo
Zampronio, Diretor de Obras Civis da Marinha (DOCM) desde 2011, é um dos homenageados do IBEC deste ano. Seu
empenho no desenvolvimento de atividades voltadas à Engenharia e à Arquitetura mereceu destaque na comemoração
pelo Dia do Engenheiro de Custos 2013.
Em entrevista a nossa Revista, o almirante Liseo Zampronio destacou a importância da Engenharia de Custos para o
país e comentou sobre a atuação do IBEC pelo reconhecimento dessa área como ciência no Brasil. Segundo ele, a Enge-
nharia de Custos é fundamental na execução de qualquer projeto. “Ela é específica dentro da engenharia e isso é fruto do
IBEC, que trouxe uma metodologia científica toda especial para facilitar a organização dos orçamentos e nós, que somos
gestores do dinheiro público, devemos ter o cuidado sempre de sermos justos tanto com o dinheiro que aplicamos quanto
com as empresas contratadas”, afirmou o almirante Liseo.
Para o almirante, a nova meto- Almirante Liseo: Eu me formei em do um pouco mais dessa importante
dologia apresentada pelo IBEC ex- 1977, sempre fui de navios, da es- atividade.
tinguiu o antigo método de conjun- quadra, sou do corpo da armada, vivi
ção da quantidade e do preço em praticamente minha vida toda embar- A Revista Engenharia de Cus-
planilhas, introduzindo uma nova cado ou, senão, diretamente ligado à tos: Na visão da Marinha, qual a
técnica de trabalhar com custos. embarcação da esquadra ou de busca importância da Engenharia de Cus-
“O IBEC desenvolve um trabalho e salvamento. Conforme a carreira vai tos para o Brasil, e do trabalho de
brilhante criando meios fáceis que andando, passamos a ficar mais volta- promoção do conhecimento dessa
estabeleçam critérios justos para do para a atividade administrativa. Fui área que o IBEC realiza?
fazer o cálculo e a orçamentação promovido a almirante em 2007. Exer-
dos projetos”. ci já alguns cargos e, desde dezembro Almirante Liseo: Na visão da Ma-
de 2011, sou diretor de obras civis da rinha, a Engenharia de Custos é mais
Confira a entrevista na íntegra. Marinha, que é uma diretoria técnica que uma metodologia, quem é do po-
que cuida da área específica de arqui- der público e lida com o dinheiro pú-
A Revista Engenharia de Custos: tetura e obras civis. É uma área que blico tem que sempre ter a justiça de
O senhor pode falar um pouco so- eu não estava acostumado a executar emprego desse dinheiro e também ser
bre a trajetória de sua vida e o seu no dia a dia, mas estou gratificado de justo com quem você está contratan-
ingresso na DOCM? estar nesse período aqui e conhecen- do, para cumprir as demandas do po-
42
MAIO 2013 • ENGENHARIA DE CUSTOS
der público. A Engenharia de Custos Almirante Liseo: O PROSUB é um turas metálicas onde vão ser monta-
é uma metodologia que traz sempre programa de ponta da Marinha do país das as estruturas de submarinos, em
um processo científico para se obter porque talvez seja um dos programas parceria com a NUCLEP (Nuclebras
uma maneira de não fazer como an- mais complexos desenvolvidos hoje Equipamentos Pesados S/A). Poste-
tigamente, o jogo de planilha que é a com todas as áreas de Engenharia riormente, já em fase de execução e
quantidade de custos, mas fazendo aplicadas nesse programa, que con- construção, teremos um estaleiro fun-
isso de maneira mais técnica, com siste numa parceria que o Brasil fez cionando e uma base naval no muni-
uma metodologia calculada. O IBEC com a França de chegarmos à cons- cípio de Itaguaí.
tem um papel importantíssimo nessa trução de um submarino de propulsão
área de conhecimento porque ele dis- nuclear. O Brasil já desenvolveu o A Revista Engenharia de Custos:
semina essa nova metodologia, fruto sistema de propulsão, e vem desen- Qual a importância do trabalho de
de sua experiência, e facilita a apli- volvendo isso há muito tempo. Essa análise de conformidade de preços
cação da metodologia com planilhas tecnologia não é transferida, mas o realizado pelo IBEC para uma obra
Brasil não detinha ainda a tecnologia desse porte?
de projetos de submarinos. Nós cons-
truímos submarinos há décadas, mas Almirante Liseo: O IBEC é um
Nós construí- a tecnologia de projetos ainda não ti- grande parceiro nesse projeto porque
mos submarinos nha sido desenvolvida no Brasil. Essa
parceria com a França fez com que a
a diretoria de obras civis da Marinha
sempre desenvolveu a Engenharia
há décadas, mas a gente pudesse ter a oportunidade de de Custos, mas nossa amplitude não
tecnologia de pro- trazer alguém transferindo e economi-
zando caminhos para a gente nessa
permitiria acompanhar um projeto
complexo como é a construção des-
jetos ainda não ti- tecnologia. O programa é ambicioso sas instalações, que permitirão o de-
nha sido desenvol- que visa chegar a esse submarino de
propulsão nuclear. Agora está acon-
senvolvimento do PROSUB. O IBEC
trouxe essa assessoria, pois precisá-
vida no Brasil tecendo a primeira etapa dele, que é vamos de um órgão especializado em
a construção de três submarinos de Engenharia de Custos que aplicasse e
propulsão convencional juntamente trouxesse sua metodologia que, junta-
e outras técnicas para que os jovens com a França num consórcio. Temos mente com a DOCM, está sendo apli-
comecem a aprender e entrem nessa uma empresa brasileira que é a Ode- cado. Isso é fundamental para nosso
área capacitados. Eu diria que hoje, a brecht junto com a DCNS Francesa acompanhamento como órgão público
Engenharia de Custos é fundamental e, para execução desse projeto, está da obra que está sendo realizada.
para qualquer processo, projeto ou li- sendo construída em Itaguaí toda a
citação para o serviço público. estrutura física que vai permitir esse A Revista Engenharia de Custos:
Almirante, quais são suas conside-
A Revista Engenharia de Cus- rações finais sobre a parceria entre
tos: Qual sua opinião sobre o Marinha e o IBEC?
PROTEC, programa social realiza-
do pelo IBEC que promove a edu-
Aprendi muito Almirante Liseo: O IBEC é um
cação e a capacitação de jovens esse ano, ao longo parceiro. Aprendi muito esse ano, ao
profissionais? dessa minha esta- longo dessa minha estada aqui na
DOCM, como é importante termos a
Almirante Liseo: Acho que o PRO- da aqui na DOCM, metodologia de Engenharia de Custos
TEC é uma iniciativa louvável e mui- como é importan- bem arraigada e bem desenvolvida
to bem feita pelo IBEC, ao levar essa dentro de um projeto, ainda mais num
nova ciência do conhecimento para o
te termos a me- projeto como o PROSUB. Quero para-
jovem técnico, fazendo com que isso todologia de Enge- benizar os engenheiros de custos, pro-
seja aplicado. Dessa forma, o IBEC
cria um novo campo de opções de
nharia de Custos fissionais desse ramo da Engenharia
que ainda é pouco reconhecido. A En-
emprego para o jovem que está se bem arraigada genharia de Custos, no entanto, está
formando e criando mais massa de crescendo, como fruto do trabalho que
conhecimento nessa área específica o IBEC tem desenvolvido no Brasil.
da Engenharia. Parabenizo o IBEC por esse trabalho
desenvolvimento. Em início de março, de desenvolvimento e disseminação
A Revista Engenharia de Cus- foi inaugurada uma fábrica chamada de metodologias para utilização des-
tos: O senhor pode falar sobre o OFEM no município de Itaguaí, que sa área de conhecimento em todos os
PROSUB? é a unidade de fabricação de estru- projetos de Engenharia.
43
ENGENHARIA DE CUSTOS • MAIO 2013
Artigos técnicos
Orçamento
Operacional Eng. Inaiara de Oliveira
Mestre em Orçamentos
pela UFRGS
O
orçamento é uma das etapas proposta é a utilização da Ferramenta os projetos executivos, bem como es-
mais importantes na área de de Orçamento Operacional. pecificações técnicas detalhadas, dis-
planejamento e controle de pondo-se no momento do lançamento,
custos, na medida em que o O sistema orçamentário tem sofrido de anteprojetos ou projetos legais e
custo de um empreendimento é fator pouca evolução nas últimas décadas, memoriais de venda. Os problemas da
limitante para sua concepção e imple- enquanto os sistemas de planejamen- falta de projeto executivo e especifica-
mentação. O orçamento de uma obra ções técnicas bem definidas não ocor-
gera as informações que o investidor Sabe-se que 40% dos rem somente em incorporação imobili-
precisa para analisar a viabilidade de ária, mas também em obras públicas,
um projeto, sendo imprescindível para erros cometidos em obras e tornam frequente a necessidade do
um bom planejamento. Um orçamen- são decorrentes de proje- orçamentista definir junto com o pro-
to mal elaborado não espelha todos tos mal concebidos. Daí a jetista uma série de lacunas da obra.
os custos da construção da obra, pois
está baseado em anteprojetos ou pro- importância dos orçamen- Sabe-se que 40% dos erros come-
jetos legais, aumentando o abismo en- tistas se embasarem em tidos em obras são decorrentes de
tre o custo orçado e realizado da obra. projetos completos projetos mal concebidos. Daí a im-
portância dos orçamentistas se em-
Este artigo apresenta um roteiro basarem em projetos completos, bem
para transformar o orçamento, de um to e o controle dos processos constru- executados e em discriminações téc-
mero documento burocrático e incon- tivos vêm constantemente sofrendo nicas claras e objetivas. Uma modifi-
sistente, em um documento com valor reformulações, através da aplicação cação em um projeto de obra de arte,
gerencial, que oriente todos os outros de novas abordagens dadas à execu- por exemplo, pode representar custos
setores afins e deseja incentivar a mu- ção das atividades (BAZANELLI; DE- 25 vezes menores que depois da obra
dança cultural relativa a orçamentos, MARZO; CONTE, 2003, p. 1). executada e utilizada (FRANARIN,
que considere o plano de ataque esta- 2005, p. 1). Um estudo minucioso do
belecido da obra, gere um orçamento Outro aspecto a considerar, segun- projeto antes do início da obra, além
com formato e custos mais adequados do Assumpção e Fugazza (2000), é de um criterioso e eficiente acompa-
à realidade planejada, facilitando as que no mercado de incorporações é nhamento de custos são fatores pri-
programações, contratações e nego- comum definir o produto e comercia- mordiais para um resultado lucrativo
ciações de empreendimentos. Nossa lizá-lo sem ainda ter-se desenvolvido e o sucesso do produto.
44
MAIO 2013 • ENGENHARIA DE CUSTOS
Conceituação de Tipos de Librelotto et al. (1998), apontam como cia direta no custo de um empreendi-
Orçamentos primeiro passo, a necessidade de di- mento de construção civil, tais como
vidir a empresa em centros de custos. o prazo da obra, a velocidade de mo-
O orçamento discriminado é o re- Divide-se o centro de produção, ou bilização dos recursos, o tamanho da
sultado da avaliação de custos obtida seja, a obra em centros de custos (se- equipe gerencial, a utilização de equi-
através de levantamento de quanti- gundo funções construtivas). Elabo- pamentos e seus tempos de perma-
dades de materiais, da mão de obra ra-se o detalhamento de cada centro nência (HEINECK, 1986 apud KERN,
e da composição de preços unitários, de custo, constituído desta vez, pelos 2005, p. 52). Forbes e Shoyles (1963
efetuadas na etapa de projeto concei- serviços da obra. Para finalizar, os apud KERN, 2005, p. 52-53) citam
tual ou básico. É efetuado a partir da serviços são desagregados ao nível como vantagem da utilização dessa
composição de custos e de cuidadosa de operação. técnica uma melhor comunicação en-
pesquisa de preços dos insumos. tre o custeio e o setor de produção.
O orçamento operacional utiliza a Segundo Librelotto et al. (1998), o mé-
O orçamento convencional não re- matriz de custos para visualizar de todo também fornece um grande nú-
flete a maneira pela qual o trabalho maneira clara os custos e de onde mero de informações sobre programa-
será conduzido no canteiro. Desta eles são originados - dos níveis ope- ção e estratégia de condução de obra.
forma, mais tarde, ele não refletirá os racionais até níveis administrativos
custos reais de construção, já que os – dividindo-os em centro de custos
itens de trabalho são medidos pela comuns, auxiliares, produtivos, comer-
quantidade e agrupados por equipe, ciais e independentes. O orçamento A noção do orça-
independentemente de onde os traba- operacional não utiliza o conceito de
lhos ocorrem ou da dificuldade da sua custos unitários, os mantém somente mento operacional
execução. Não espelha a média geral para o consumo de materiais, desde surgiu para adequar
dos custos serviços. Este tipo de Orça- que sejam expressos por unidades
mento não serve para apoiar a tomada de compra e possuam características as informações for-
de decisão referente ao planejamento totalmente variáveis. A mão de obra necidas pelo orça-
da produção, seleção de tecnologias, é avaliada a partir da duração da per-
contratação de subempreiteiros e se- manência no canteiro, bem como a mento aos dados
gurança para área comercial efetivar maioria dos outros custos. A noção obtidos na obra
descontos ao cliente. do orçamento operacional surgiu para
adequar as informações fornecidas
O orçamento operacional é para pelo orçamento aos dados obtidos na
uso em controle e planejamento da obra segundo o conceito de operação, O orçamento operacional é
obra, e busca essencialmente adequar ou seja, toda a tarefa executada por um composto por sete partes:
as informações fornecidas aos dados mesmo tipo de mão de obra, de forma
obtidos em obra segundo o conceito contínua, com início e fim definidos. a) programação da obra via crono-
de operação. Ele leva à viabilização grama de Gantt, redes PERT/CPM, ou
do gerenciamento do processo cons- No orçamento convencional a esti- EAP (Estrutura Analítica do Projeto)
trutivo, uma vez conhecido o nível de mativa de custos é feita com base no - WBS – (Work Breakdow Structure)
precisão da estimativa. projeto (produto final), desconsideran- distingue as operações por categoria
do-se o processo envolvido na fase de mão de obra;
Só a partir de uma visão operacional, de execução. No operacional, parte-
baseada no planejamento da produção se de um planejamento da produção, b) quadro de informações ge-
é possível analisar as implicações nos analisa-se detalhadamente todo o rais, onde não constam preços,
métodos construtivos em termos de processo construtivo, para chegar-se mas justificativas e descrições que
prazo, utilização de equipamentos, di- a uma estimativa de custo detalhada se façam necessárias. Aqui são
mensionamento de equipes, transtor- (CABRAL, 1988, p. 46-47). Solano feitas as especificações dos ma-
nos no canteiro, e em outras situações (1996, p. 6) considera que o custo de teriais e a discriminação técnica
que não podem ser consideradas numa materiais é proporcional à quantidade dos serviços, assim como todas as
simples análise dos custos. produzida e que o custo de mão de decisões que resultaram no custo
obra e equipamentos é proporcional apresentado;
De acordo com Thompson (1981 ao tempo.
apud CABRAL, 1988, p. 46) a estimati- c) operações executadas em
va operacional é o processo de compi- A partir de uma visão operacional obra, seguindo o fluxo da progra-
lação do custo total do trabalho, consi- na realização do orçamento, é possí- mação, discriminando-se os mate-
derando as operações constituintes ou vel identificar melhor as atividades e riais e a mão de obra, incluindo aí,
atividades definidas na programação. outras variáveis que possuem influên- os quantitativos e preços;
45
ENGENHARIA DE CUSTOS • MAIO 2013
d) operações especializadas onde e) equipamentos: são quantificados custo de compras a prazo, o custo do
se incluem os componentes não exe- segundo a sua disponibilidade e for- dinheiro tomado por empréstimos;
cutados em canteiro ou que exigem ma de locação de mercado. Exemplo:
mão de obra especializada para ins- aluguel diário de vibrador, mesmo que g) impostos, taxas da obra e segu-
talação. Exemplo: instalação de ele- seja usado apenas por duas horas; ros. Exemplo: IPTU do terreno da obra,
vadores, subempreiteiro de cerâmi- ART relativa a projetos e execução da
ca, pastilhas e pintura, colocação de f) custo financeiro da obra, onde se obra, seguros de responsabilidade ci-
vidros, serralheria, estruturas pré-fa- quantificam, por exemplo, o custo de vil e incêndio, taxas municipais de li-
bricadas; oportunidade do capital investido, o cenciamento, aprovação e habite-se.
As vantagens
As vantagens do orçamento
do orçamento operacional e) a administração de compras de materiais e de equipa-
mentos é beneficiada; possibilita o investimento em mate-
operacional riais ou aluguéis de equipamentos, o orçamento operacio-
nal diz quando cada material ou equipamento será utilizado
De acordo com Cabral (1988, p. 51- 52), a possibilida- em cada fase de obra e em que quantidade;
de de gerenciar a obra a partir do orçamento operacional
proporciona inúmeras vantagens em relação ao orçamento f) previsão dos reajustes salariais pelos dissídios coleti-
convencional. Por exemplo: vos, uma vez que o orçamento operacional também consi-
dera o tempo em que os custos são incorridos;
a) administração da obra sob os mesmos princípios de
administração adotados na produção fabril, tanto relacio- g) consideração do custo de tempo improdutivo de cer-
nados ao custo, quanto ao tempo; tas operações, inclusive o tempo de equipamentos para-
dos, uma vez que este orçamento tem como parâmetro,
b) a tomada de decisão é facilitada para os intervenien- além do custo dos insumos, o tempo;
tes no processo;
h) avaliação de métodos construtivos, não só em termos
c) o balanceamento das equipes de trabalho a partir de de custos diretos, mas também em custos provenientes da
pré-programação, através de instrumentos como, curvas economia de tempo, como por exemplo, as despesas do
de agregação de recursos, linha de balanço, programação escritório central, que incidem indiretamente em cada obra
de recursos; e o custo financeiro;
As desvantagens do
As desvantagens do orçamento operacional b) a técnica impõe certa rigidez ao programa de obra e
orçamento operacional à alocação de custos em períodos predeterminados, até
porque uma obra pode ser conduzida de maneira diversa
daquela que fora prevista no orçamento (CABRAL, 1988,
É preciso salientar que o orçamento operacional é fruto p 52);
da especialização do orçamentista que é um profissional
altamente especializado no setor da construção civil (SO- c) o tempo para elaboração do orçamento operacional é
LANO, 1996, p. 6). A não aplicação desta técnica pode ser maior do que o tempo necessário para o orçamento con-
justificada por diversas causas: vencional (CABRAL, 1988, p. 53). O trabalho dispendido
pelo orçamentista e a necessidade de profundo conheci-
a) consagração da utilização do orçamento discriminado mento do processo construtivo são maiores do que os re-
pelas construtoras, utilizando-se índices de consumo por queridos no orçamento convencional, o que também eleva
insumo para cada serviço, uma vez que a técnica do orça- o seu custo (SOLANO, 1996, p. 6);
mento operacional corre o risco de não ser aceita por ser
nova (CABRAL, 1988, p 52). Segundo Solano (1996, p. 6), d) necessidade da elaboração dos projetos e plane-
existe resistência a mudanças e por esse motivo esta téc- jamento da produção antes da realização do orçamento
nica é pouco utilizada; operacional (KERN, 2005, p. 54).
46
MAIO 2013 • ENGENHARIA DE CUSTOS
47
ENGENHARIA DE CUSTOS • MAIO 2013
E
stamos vivendo um momento contratantes, os órgãos de auditoria e de equalizar os conceitos de custos de
ímpar na economia brasileira, as empresas/empreiteiras executoras obras públicas. Neste aspecto, temos
e o Governo está acionando destas obras. prestado já, há alguns anos, assesso-
planos emergenciais visando rias aos diversos órgãos públicos e tam-
adequar a nossa infraestrutura para bém a empresas públicas e privadas.
atender a nosso crescimento econô- Milhares de pro-
mico. Faltam portos, faltam estradas,
faltam aeroportos... A realidade é que
fissionais já se qua- Para consolidar esta contribuição, o
FÓRUM NACIONAL DE OBRAS PÚ-
está faltando gente capacitada para lificaram através BLICAS já ocorreu em nove capitais,
fazer projetos, e o orçamento previsto do IBEC nas quais foram coletadas informa-
para obras não está sendo executado ções, com o objetivo de elaborar uma
porque faltam projetos para que se fa- Isto ocorre porque não temos pro- Orientação Técnica (OT) que equalize
çam as licitações. Incrível, não está fal- fissionais especializados em quanti- os conceitos de custos de obras públi-
tando dinheiro! Faltam projetos! A falta dade suficiente para tratar deste as- cas. Esta OT ficou pronta e estamos
de mão de obra qualificada no segmen- sunto ocasionando divergências no voltando a todas as cidades onde ocor-
to de engenharia é um problema grave, tratamento destes conceitos entre os reram estes fóruns e apresentando a
o que está impactando em muito este interessados. As divergências de con- versão final desta orientação técnica.
cenário. Percebemos que este proble- ceitos quanto a estes custos de obras Estamos convidando para participar
ma não foi e não está sendo tratado de públicas, além dos desgastes e custos deste Fórum toda a sociedade: Contra-
forma adequada pelo governo. adicionais causados, causam prejuízos tantes, contratadas e auditores.
enormes à economia, seja pelos custos
Leva-se pelo menos cinco anos para de retomadas de obras paralisadas, ou Estamos cumprindo o nosso papel!
se preparar um engenheiro, e pelo me- pela indisponibilidade de infraestrutura Estamos também nos oferecendo para
nos sete se contarmos desde a sua de- que permita escoar a economia. todas as parcerias que sejam necessá-
cisão em se definir profissionalmente rias para ajudar a sociedade, tanto para
por este mercado. A quantidade de en- Já estamos cansados de ouvir que resolver os problemas da mão de obra
genheiros que temos hoje é insuficien- o custo Brasil é alto e estamos perden- qualificada do mercado de Engenharia,
te para atender à demanda das obras do a competitividade no mercado inter- como o da equalização dos conceitos
previstas. A quantidade que se forma nacional. A nossa Instituição, o IBEC de custos de obras públicas. O Momen-
anualmente não cobre a demanda. As - Instituto Brasileiro de Engenharia de to é este! Se você, sua empresa ou sua
empresas e o governo estão precisan- Custos, representante no Brasil do organização tem interesse em um des-
do de gente que saiba fazer já, e esta ICEC (Conselho Internacional de Enge- tes assuntos, faça contato conosco.
expertise não se adquire nos bancos nharia de Custos), está neste momento
da universidade. A equalização deste cumprindo um duplo papel neste cená- Rubens Borges
problema hoje, e que só trará soluções rio. O primeiro papel que cumprimos é Diretor Regional IBEC - SP
48
MAIO 2013 • ENGENHARIA DE CUSTOS
O
presente trabalho compara, A princípio, faz-se apenas um com- tornar irreal, uma vez que se escolham
através de um estudo de parativo entre os orçamentos, que será fontes com preços fora dos praticados
caso, as diferenças de cus- entre o orçamento com fontes da SIN, no mercado.
to existentes entre algumas o orçamento com fontes do SINAPI e
das principais fontes referenciais de com o orçamento com base nos coe- Para execução da pesquisa uti-
preço que atualmente são utilizadas ficientes dos insumos da TCPO e pre- lizou-se como referência uma obra
na determinação do valor de contra- ços pesquisados. de pavimentação convencional a pa-
tação de obras públicas no Estado do ralelepípedo, pois este tipo de obra
RN, sendo uma delas a nível federal e Assim, esta pesquisa tem o intuito geralmente apresenta uma pequena
a outra a nível estadual, além do com- de tornar claras as diferenças entre os variedade de serviços, além de ser
parativo com os preços dos insumos, preços das bases citadas, esclarecen- bastante comum em obras públicas,
equipamentos e mão de obra aplica- do o quanto pode ser prejudicial à utili- abaixo se apresentam os serviços,
dos no mercado local, bem como in- zação de uma fonte em detrimento de seus respectivos quantitativos e suas
formar quais destas bases de preços outra, e de como o orçamento pode se unidades de medidas.
mais se aproxima dos preços dos ser-
viços aplicados no RN.
DESCRIçÃO UNIDADE QTDE
Dentre os sistemas disponíveis, e SERVIçOS PRELIMINARES DESCRIÇÃO UND. QTDE
em consonância com a lei nº 8.666/93 LOCAÇÃO
SERVIÇOS DE OBRAS
PRELIMINARES m 1.000,00
(licitações e contratos), os mais uti- LOCAÇÃO DE OBRAS
TRABALHOS EM TERRA m 1.000,00
TRABALHOS EM TERRA
lizados pelos órgãos públicos e por COMPACTAÇÃO
COMPACTAÇÃO E REGULARIZAÇÃO
E REGULARIZAÇÃO DE 20CM DE ESPESSURA
DE SUB-LEITO ATÉ m² 6.000,00
m 6.000,00
profissionais que atuam nesta área no SUB-LEITO ATÉ 20cm DE ESPESSURA
PAVIMENTAÇÃO
COLCHÃO DE AREIA PARA PAVIMENTAÇÃO COM ESPESSURA DE 10 cm m² 6.000,00
Estado do RN são o Sistema Nacio- PAVIMENTAçÃO
MEIO FIO EM PEDRA GRANITICA REJUNTADO COM ARGAMASSA DE CIMENTO E AREIA 1:3 m 2.000,00
nal de Pesquisa de Custos e Índices PARALELEPÍPEDO
COLCHÃO DEEMAREIA PEDRAPARA
GRANITICA REJUNTADO COM ARGAMASSA DE CIMENTO E
PAVIMENTAÇÃO m² 6.000,00
AREIA GROSSA, TRAÇO 1:3, EXCLUSIVE COLCHÃO DE AREIA m 6.000,00
da Construção Civil - SINAPI, manti- COM ESPESSURA DE 10 cm
PINTURA
do pela Caixa Econômica Federal; e MEIO DE
CAIAÇÃO FIO EMMEIO
MEIO PEDRA GRANITICA
FIO COM CAL VIRGEM REJUNTADO
m m 600,00
2.000,00
COM ARGAMASSA DE CIMENTO E AREIA 1:3
a SIN – Secretaria de Infraestrutura
PARALELEPÍPEDO EM PEDRA GRANITICA
do RN, desenvolvido e mantido pelo
REJUNTADOCOM ARGAMASSA DE CIMENTO 6.000,00
próprio órgão citado. Outra fonte bas- E AREIA GROSSA, TRAÇO 1:3, EXCLUSIVE
m
tante utilizada pelos orçamentistas é a COLCHÃO DE AREIA
TCPO – Tabelas de Composições de PINTURA
Preços para Orçamentos, criado pela CAIAÇÃO DE MEIO FIO COM CAL VIRGEM m 6.000,00
editora PINI.
49
ENGENHARIA DE CUSTOS • MAIO 2013
Composições de BDI de 124,60% aos encargos da SIN e o SIN: Realizaram-se duas planilhas
valor de 169,09% foi encontrado a par- com base no SIN, ambas de custo di-
Não existe apenas uma única for- tir da planilha do SINAPI, porém adi- reto, porém com uma delas sem BDI
ma de calcular o BDI. Nos orçamentos cionando as suas composições. Para e a outra com BDI de 25% (valor mé-
desta pesquisa serão utilizados BDI os encargos básicos, utilizaremos o dio utilizado pela maioria dos órgãos
calculados de duas formas distintas. mesmo valor do SINAPI/RN, que é de públicos). E os encargos sociais foram
A primeira é com base no acórdão do 123,93%, para horista. de 124,60% (composição SIN).
TCU, onde será adotado o valor mé-
dio utilizado pela maioria dos órgãos Para o município de Natal/RN, o LITERATURA: Depois de realizado
públicos, que é de 25%, e a segunda total das taxas complementares é de: os orçamentos com os preços unitá-
maneira é calculada como apresenta- 45,16%. Total dos encargos sociais: rios do SINAPI e da SIN, parte-se para
do na TCPO: 41,52%, em média. 169,09%. o orçamento com os preços aplicados
no mercado conforme a TCPO com as
Composições de Orçamentos e Composições seguintes configurações:
Encargos Sociais de Preços Unitários do Projeto
Os Encargos Sociais dividem-se SINAPI: A título de comparação, reali- LITERATURA “A”: Custo direto
em três níveis: Encargos Sociais Bá- zaram-se duas planilhas com base no SI- (BDI: 0% e encargos: 124,60%)
sicos e obrigatórios, Encargos Inci- NAPI, ambas de custo direto, porém com
dentes e Reincidentes e Encargos uma delas sem BDI e a outra com BDI de LITERATURA “B”: Custo direto
Complementares. Neste artigo os or- 25% (valor médio utilizado pela maioria (BDI: 25% e encargos: 124,60%)
çamentos apresentam os seguintes dos órgãos públicos) e os encargos so-
valores: 123,93% refere-se aos en- ciais foram de 123,93% (valor apresenta- LITERATURA “C”: Custo direto real
cargos apresentados pelo SINAPI, o do pelo SINAPI para o Estado do RN). (BDI: 41,52% e encargos: 169,09%)
Os Resultados
COMPARATIVO
COMPARATIVO A:A:Custo
Custodireto
direto (sem
(sem BDI)BDI)
FONTE R$ (Total) R$/m² de Pavimento
FONTE R$ (Total) R$/ m de Pavimento
PLANILHA ORÇAMENTÁRIA - SINAPI "A" (BDI: 0%) 261.440,00 43,57
PLANILHA ORÇAMENTÁRIA - SINAP “A” (BDI: 0%) 261.440,00 43,57
PLANILHA ORÇAMENTÁRIA - SIN "A" (BDI: 0%)
PLANILHA ORÇAMENTÁRIA - SIN “A” (BDI: 0%)
267.584,00
267.584,00
44,60
44,60
PLANILHA ORÇAMENTÁRIA
PLANILHA ORÇAMENTÁRIA - LITERATURA
- LITERATURA “A” (BDI: 0%) "A" (BDI: 0%) 232.224,00
232.224,00 38,70
38,70
COMPARATIVO B:
COMPARATIVO B:Custo
Custodireto
direto(BDI: 25%)
(BDI: 25%)
FONTE
FONTE R$ (Total)
R$ (Total) R$/m²
R$/ mdedePavimento
Pavimento
PLANILHA ORÇAMENTÁRIA
PLANILHA ORÇAMENTÁRIA - SINAPI
- SINAP “B” "B" (BDI: 25%)
(BDI: 25%) 326.803,60
326.803,60 54,47
54,47
PLANILHA ORÇAMENTÁRIA
PLANILHA ORÇAMENTÁRIA - SIN “B” -(BDI:
SIN25%)
"B" (BDI: 25%) 334.528,00
334.528,00 55,75
55,75
PLANILHA ORÇAMENTÁRIA
PLANILHA ORÇAMENTÁRIA - LITERATURA
- LITERATURA “B” (BDI: 25%)"B" (BDI: 25%) 290.338,00
290.338,00 48,39
48,39
50
MAIO 2013 • ENGENHARIA DE CUSTOS
COMPARATIVO C: Custo direto (BDI: 25% e 41,52%. Encargos Sociais: 123,93%, 124,60% e 169,09%)
COMPARATIVO C: Custo direto (BDI: 25% e 41,52%. Encargos Sociais: 123,93%, 124,60% e 169,09%)
FONTE R$ (Total) R$/m² de Pavimento
PLANILHA
FONTE ORÇAMENTÁRIA - SINAPI "C" (BDI: 25% .:. ENCARGOS SOCIAIS: 123,93%) 326.803,60 R$/ m de Pavimento
R$ (Total) 54,47
PLANILHA
PLANILHAORÇAMENTÁRIA
ORÇAMENTÁRIA- SIN "C" (BDI:
- SINAP 25% 25%.:.
“B” (BDI: .:. ENCARGOS
ENCARGOSSOCIAIS: 124,60%)
SOCIAIS: 123,93%) 334.528,00
326.803,60 55,75
54,47
PLANILHA
PLANILHAORÇAMENTÁRIA
ORÇAMENTÁRIA- LITERATURA "C"25%.:.
- SIN “B” (BDI: (BDI:ENCARGOS
41,52% .:. ENCARGOS SOCIAIS: 169,09%)
SOCIAIS: 124,60%) 352.414,00
334.528,00 58,74
55,75
PLANILHA ORÇAMENTÁRIA - LITERATURA “B” (BDI: 25%.:. ENCARGOS SOCIAIS: 169,09%) 290.338,00 48,39
51
ENGENHARIA DE CUSTOS • MAIO 2013
A Engenharia de Custos e
a Análise de Conformidade
de Preços
Paulo Roberto Dias Fernando José Camargo
Presidente Vice-Presidente
do IBEC Executivo do IBEC
A
globalização da economia estratégias de negócios, processos de Alojamento, adicional de transfe-
transforma o mercado onde, negócios e engenharia de produtos. rência, treinamento e participação
todos os dias, aparecem no- A nova Ciência do Conhecimento re- nos resultados.
vos participantes, sejam par- conhece que o conhecimento é cons-
ceiros, clientes ou competidores, com truído, mantido a partir da informação Atualmente estes custos para ope-
novos conceitos, métodos, tecnologias e desenvolvido através de processos rários da construção civil atingem
e produtos. Os processos são cada vez de comunicação e difusão de informa- até 300% sobre a remuneração base
mais dinâmicos e a Engenharia Simul- ções, adicionando-se as experiências do profissional.
tânea substitui gradativamente a Enge- pessoais de especialistas, conforme
nharia Serial, com reflexos nos custos as equações abaixo: Quanto aos Materiais, o desafio do
a partir dos novos regimes contratuais, prestador de serviço é maior tendo em
dos novos modelos de concessões e informação = dados + contexto vista o elevado risco envolvido, em ra-
das novas estruturas organizacionais, conhecimento = informação + zão da fixação do valor do insumo na
mais rasas, bem como a formação de experiência proposta e na natural oscilação do mer-
consórcios e pulverização de empresas. cado até a sua efetiva aquisição.
Quanto à Engenharia de Custos
A mensuração na Era do Conheci- atual, temos que o preço de venda de Ao se cotar determinado material, no
mento adquire novas formas, pela nova um serviço de engenharia é formado momento da elaboração do orçamento,
dinâmica proporcionada pela Tecnologia pela soma dos seguintes itens: as propostas apresentadas envolvem
de Informação e Comunicações, porém riscos econômicos que não são reduzi-
a arquitetura de informação permanece. dos pelo tamanho da amostra, porém,
PREÇO DE VENDA = MÃO DE OBRA
exigem um tratamento cuidadoso para
+ MATERIAIS + EQUIPAMENTOS +
O mercado está mudando rapida- expurgar as distorções e adotar o pre-
ADMINISTRAÇÃO LOCAL + BDI
mente, cada vez mais complexo, exi- ço mais adequado. Reduzindo desta
gindo que as companhias reduzam pre- maneira as eventuais necessidades da
ços, acelerem operações e aumentem Quanto à Mão de Obra, que é um aplicação de pleitos para recondução
qualidade e inovem constantemente. A item de elevado custo e de importância do contrato ao seu equilíbrio econômi-
resposta das empresas passa por di- estratégica, temos que considerar além co-financeiro, tendo em vista o prazo
versas transformações, do número de da remuneração do profissional, as de- para sua aquisição.
níveis hierárquicos, expansão lateral mais exigências da legislação, entre
de responsabilidades com os profissio- outros itens, citamos os seguintes: Quanto aos Equipamentos, temos
nais executando tarefas e não funções que analisar se os mesmos são pró-
e uma revisão constante de estraté- Encargos Sociais: prios ou de terceiros.
gias, táticas e processos operacionais. Encargos Complementares (Trans-
O desenvolvimento de Tecnologias de porte, alimentação, Normas de Proce- Se de terceiros, devemos admitir a
Informação e Comunicações (TIC) es- dimento - NP - do Ministério do Traba- mesma situação comentada para os
tabelece um elo muito importante entre lho, seguro de vida e de mercado) e; materiais. Quando próprios caberá à
52
MAIO 2013 • ENGENHARIA DE CUSTOS
empresa avaliar o enorme investimento necessário e a A Conformidade de Preços de um serviço é garantir para
necessidade de contratação de serviços continuamente as partes envolvidas a aplicação da legislação brasileira
onde esses sejam adequadamente aplicados. Em cons- pertinente, inclusive tributária, da boa técnica da Engenha-
trução civil o custo dos equipamentos não costuma ser ria de Custos e o efetivo cumprimento do escopo do projeto.
uma parcela expressiva.
A participação do IBEC no Programa do PROSUB, que
O custo da Administração Local do contrato é bastante compreende a aplicação correta destas teorias, técnicas e
significativo principalmente pelo fator mão de obra e tudo práticas, ao executar o Gerenciamento de Custos, é envol-
que foi anteriormente citado. Evidentemente elevando o pre- vente, instigante e desafiador para toda a equipe, pois, além
ço de venda. Deverá constar da planilha de quantidades. En- do grande conhecimento em Engenharia de Custos que exi-
volve, entre outros itens, engenheiros, mestre de obra, pes- ge de todos os participantes, devendo contar com profissio-
soal de escritório, almoxarife e segurança patrimonial. Sem nais experientes em orçamento, execução e acompanha-
esquecer veículos de apoio, bens patrimoniais, as contas de mento de obras em distintas disciplinas, bem como grande
água, luz e telefone e materiais de consumo. familiaridade com gerenciamento de empreendimentos de
porte, garantindo a conformidade dos preços dos serviços
Enquanto o BDI - Benefício e Despesas Indiretas, quando constantes da EAP – Estrutura Analítica do Projeto apre-
aplicado à Construção Civil, tem metodologia de cálculo que sentada na proposta da construtora, do ponto de vista não
envolve a margem de lucro das empresas, os tributos sobre só da legislação aplicável, como também, atendendo aos
a receita e variáveis definidas em percentuais, tais como, a órgãos de controle e aos interessados contratantes. Assim
Administração Central, os Seguros, a Garantia Contratual e como garantir as necessidades da organização executante.
o Custo Financeiro. O contratante deve, ainda, considerar a
Margem de Risco ou de Erro. A enorme dificuldade da construção exige da equipe
do Gerenciamento de Custos constante aprimoramento
Custos Indiretos = Administração Central técnico e aprofundamento no estudo dos casos ocorridos
no contrato.
+ Custo Financeiro + Seguros + Garantia
Contratual + Margem de Erro
53
ENGENHARIA DE CUSTOS • MAIO 2013
Presidente
do IBEC
Faremos um breve relato da situa- para os trabalhadores ou para o País, mo? Que eu saiba, nenhum.
ção das obras públicas no Brasil com porém, estes não são repassados
gravíssimas implicações para os pro- para os custos das obras pelos ór- Bem, os principais itens que estão
fissionais da Engenharia Nacional. gãos contratantes nos seus preços ausentes ou abaixo dos custos das
de referência. construções, são os seguintes:
É fato facilmente comprovável que
as obras públicas em nosso país es- O último exemplo, em janeiro de 2010 1- Encargos Complementares, isto
tão com os preços de venda abaixo do foi a criação do FAP - Fator Acidentário é, Vale Transporte, Alimentação, Se-
custo, a seguir citaremos alguns itens de Prevenção que elevou os Encargos guro de Vida, Consultas e Exames
que comprovam esta ridícula situa- Sociais em até 3%, qual o órgão público Médicos Periódicos e EPI – Equipa-
ção levando os profissionais da área que o incluiu em seu preço este acrésci- mentos de Proteção Individual.
a péssimas condições de vida e, ob-
viamente, fuga e dificuldade para as Encargos Complementares ( Exemplo: Grandes Cidades)
escolas formarem novos engenheiros,
pois, não existe nenhuma motivação Calculado sobre Salário %
atualmente na profissão. E o desen-
volvimento do país cada vez mais difí- Vale transporte (VT) VT= (T x n xN) - VT = (2,80x4x20)-
(Sx6%))/S (900,00x0,06))/900,00 18,89%
cil por ausência de profissionais.
Auxílio Alimentação (AA)
AA= (CALxN)/S AA = (10,00x20)/900,00 22,22%
O Preço de Venda de lici- Café da Manhã (CM)
CM = (4,00x20)/900,00 8,89%
tação baixo não necessar- CM=(CCMxN)/S
54
MAIO 2013 • ENGENHARIA DE CUSTOS
55
ENGENHARIA DE CUSTOS • MAIO 2013
Logo, além das inúmeras falências de obras que remunerem todos os cus- O Estado não tem o privilégio
provocadas, contratos conduzidos de tos das empresas, isto é, temos que da virtude
maneira errônea, má qualidade dos conseguir o PREÇO SOCIALMENTE
serviços e sacrifício para os profis- JUSTO para as obras públicas. O Mercado não tem o privilé-
sionais da área de engenharia, só a gio do vício
elevada sonegação, uma vez que a
tributação atinge até 43% do Preço Temos que acabar com o precon-
de Venda das obras, explica os pre-
Não resolve realizar alte- ceito contra os prestadores de servi-
ços praticados ou aceitos por algumas rações em composições ços de engenharia.
empresas construtoras. analíticas de custos de ser-
viços de tabela referencial A meto dolo gia de auditoria ut i -
A Motivação lizada p elos Tribuna is de C ont a s
sem mudanças conceituais es t á em des ac ordo c om a b oa
Aos 63 anos de vida, minha motiva- na metodologia de cálculo prát ic a da Engenha ria C ons t ru -
ção é apenas lutar pelos profissionais do Preço de Referência e t i va e da Engenha ria de Cus tos
jovens da engenharia brasileira, que internaciona l.
um dia eu fui, para que tenham um sem acabar com o precon-
futuro promissor. E em nome da en- ceito em relação aos pres- Engenharia de Custos é uma ci-
genheira de produção Julia Dias (PU- tadores de serviços. ência. E não uma arte em que cada
C-RIO 2008), minha filha, eu homena- profissional se vira como pode. No
geio e desejo sorte a toda a juventude Brasil está sendo desta forma. É a
de nossa engenharia. hora da mudança de postura.
Sem Preconceito Vamos Re-
Vamos lutar por salários dignos. Va- duzir a Corrupção nas Obras
mos exigir que a engenharia nacional Públicas Engenheiro Civil Paulo Roberto Vilela
seja tratada como merece, sem pre- Dias, UFRJ - 1975
conceito por parte de quem quer que É sabido que o antigo provérbio a se- Mestre em Engenharia Civil, UFF – 2002
seja. Portanto, precisamos de preços guir citado é verdadeiro: Presidente do IBEC
56
MAIO 2013 • ENGENHARIA DE CUSTOS
Planejamento, Orçamento
e Composição de Custos
Diretor de Relações
Institucionais
N
o Cálculo da Estimativa de 3 – Início da Obra vis da Estação de Tratamento tem que
Custo de uma obra, há vá- combinar com a entrega dos equipa-
rios fatores que influem di- Um dos quesitos a ser levado em mentos mecânicos, elétricos e com a
retamente na composição consideração e, muitas vezes relega- tubulação de chegada dos efluentes.
de custo. O primeiro deles e o mais do, é o prazo ideal para o início da obra. Muitas vezes a Estação fica pronta,
importante é o planejamento da obra, Em certas regiões e em certos tipos de montada e acaba ficando parada por
que se inicia desde a necessidade obra, é preciso levar em consideração um prazo longo aguardando a chegada
desta até o seu término. Neste plane- seu início devido à época das chuvas, das tubulações, com isso deteriorando
jamento, deverá conter os seguintes principalmente em obras com grande as bombas, equipamentos elétricos e
tópicos: movimento de terraplanagem, como mecânicos, muitas vezes perdendo a
estradas, ferrovias, portos, aeroportos, garantia dos mesmos. Outro exemplo
1 – Nível do projeto Funcional se é a execução de uma rodovia, que tem
for o caso e se não, o nível dos Pro- num trecho, uma OAE (Obra de Arte
jetos Básico e Executivo. No Brasil, os Ór- Especial), Viadutos ou Pontes. Em
muitos casos, não se conclui no tempo
Antes de uma boa obra, vem sem-
gãos Contratantes pre- certo, ou a ponte é terminada e a rodo-
pre um bom projeto. No Brasil, os Ór- cisam dar mais valor à via não, ou vice-versa, com isso, preju-
gãos Contratantes precisam dar mais dicando as empresas, os profissionais
valor à qualidade do Projeto de um
qualidade do Projeto de e a sociedade. Um planejamento e um
Empreendimento. Quanto mais deta- um Empreendimento orçamento mal feitos acabam prejudi-
lhado o Projeto, mais teremos preci- cando todos nós.
são na Estimativa de Custo da Obra
e consequente qualidade da mesma. estações de tratamento de água e es- 5 – Acompanhamento da obra, com a
goto, assentamento de tubulações etc. apropriação dos custos e produção.
2 – Prazo da Obra Nestes casos, devemos começar na
época da seca, para não prejudicar a Todos os Órgãos Públicos, execu-
O Prazo de execução de uma qualidade e a produtividade do serviço. tores de obra, deveriam ter as suas
obra influi diretamente sobre seu apropriações, não só para o acompa-
custo. Existe o prazo técnico míni- 4 – As interfaces de uma obra nhamento da sua previsão e estimati-
mo para a execução de uma obra va, como para um banco de dados de
que se for minimizado, corre-se o Elas precisam ser muito bem plane- composições de custos para os próxi-
risco da estabilidade e da qualidade jadas, principalmente se há montagens mos serviços a serem executados.
da mesma. O prazo ideal é o custo elétricas e mecânicas. Um exemplo é
benefício entre o menor custo e um uma obra de tratamento de efluentes José Roberto Leiros
prazo compatível. de esgoto. A execução das obras ci- Diretor de Relações Institucionais
57
ENGENHARIA DE CUSTOS • MAIO 2013
58
MAIO 2013 • ENGENHARIA DE CUSTOS
públicas os construtores mais compe- a Lei já parte da admissibilidade de um Fica demonstrado, então, que o § 1º
tentes e sérios. preço global que esteja até 30% abai- do art. 48, como está, é ineficiente para
xo do valor orçado pela administração! evitar um preço global inexequível, e,
O único critério objetivo que pode Por que, ou como foi fixado este parâ- se não evita, autoriza e incentiva a prá-
ser utilizado para averiguar se um pre- metro de “mergulho”? Estaria embutida tica do preço inexequível em obras e
ço unitário ou global é irrisório ou sim- nesse artigo a possibilidade de que o serviços públicos de Engenharia.
bólico, embora não explícito na Lei, é a orçamento básico – elaborado pelos
prática de salários com valores abaixo profissionais do órgão contratante – O § 2º do art. 48 aumenta (muito)
dos convencionados nos respectivos contenha um erro tão grosseiro, da or- o problema, pois admite que uma pro-
acordos coletivos dos sindicatos. Um dem de 30%? Somente isso já seria su- posta esteja inferior ao mínimo calcu-
proponente que apresentar um orça- ficiente para se perceber o quão falho lado pelas regras do § 1º e ainda as-
mento de obra pública contendo, em é este artigo. Mas, lamentavelmente sim não seja desclassificada; por este
suas composições de custos, salários essa margem de “mergulho” inicial não parágrafo, basta, nesses casos, que o
mais baixos do que os valores constan- é nele o pior. órgão contratante exija do autor de tal
tes nas respectivas convenções coleti- proposta ínfima uma garantia adicio-
vas, deve ser desclassificado com base Fazendo uma simulação de acordo nal como condição para a assinatura
no art. 44, § 3o. Neste caso, o critério é com as regras deste parágrafo deste do contrato.
claro, pois as convenções coletivas de artigo, imagine-se que uma obra foi
trabalho registradas possuem efeito de orçada pelo órgão público contratante § 2º Dos licitantes classificados na
lei. Definem pisos salariais (valores mí- por R$ 1.000.000,00 (um milhão de re- forma do parágrafo anterior cujo valor
nimos), abaixo dos quais qualquer valor ais), e foram apresentadas as seguin- global da proposta for inferior a 80%
seria ilegal. tes propostas: (oitenta por cento) do menor valor a
que se referem as alíneas “a” e “b”,
Qualquer constru- • Proposta 1: R$ 712.000,00 será exigida, para a assinatura do con-
trato, prestação de garantia adicional,
tor percebe que uma • Proposta 2: R$ 540.000,00 dentre as modalidades previstas no §
redução desse nível tor- 1º do art. 56, igual a diferença entre o
na uma proposta orça- • Proposta 3: R$ 800.000,00 valor resultante do parágrafo anterior
e o valor da correspondente proposta.
mentária inexequível • Proposta 4: R$ 480.000,00 (Brasil. Lei nº 8.666/1993, art. 48, § 2o).
Já com relação aos §§ 1º e 2º do art. Neste caso, a média das propos- Necessário se faz que esses três
48, a situação é bem pior. Esses dispo- tas maiores do que 50% (cinquen- dispositivos legais aqui comentados
sitivos possuem critérios objetivos de ta por cento) do valor orçado é R$ sejam corrigidos, e logo, pois a Lei já
cálculo, todavia, da forma como estão, 684.000,00 (seiscentos e oitenta e está em vigor desde 1993 (embora o
em vez de inibir os preços inexequíveis quatro mil reais). Seguindo o racio- art. 48 tenha passado a fazer parte da
em obras de engenharia, eles fazem é cínio do artigo, o preço global míni- Lei 8.666 em 1998). Aliás, é surpreen-
incentivá-los. mo, neste caso, seria R$ 478.000,00 dente que tais problemas não tenham
(quatrocentos e setenta e oito reais), sido corrigidos na Lei até hoje.
§ 1º Para os efeitos do disposto que corresponde a 70% (setenta por
no inciso II deste artigo consideram- cento) da média aritmética dos valo- Os líderes das instituições que
se manifestamente inexeqüíveis, no res das propostas superiores a 50% compõem o sistema Confea-Crea
caso de licitações de menor preço para (cinquenta por cento) do valor orça- e outras que representam os profis-
obras e serviços de engenharia, as do pela administração. Como não sionais de Engenharia e os constru-
propostas cujos valores sejam inferio- há, neste exemplo, proposta de valor tores precisam analisar a questão e
res a 70% (setenta por cento) do menor inferior a 70% da média calculada, apresentar soluções a parlamenta-
dos seguintes valores: todas as propostas estariam classifi- res federais que venham a elaborar
cadas e a proposta vencedora seria um projeto de lei com o fito de fazer
a) média aritmética dos valores das a de R$ 480.000,00 (quatrocentos e desaparecer esta vergonhosa e lesi-
propostas superiores a 50% (cinqüenta oitenta mil reais), com redução (“mer- va prática do mergulho exagerado e
por cento) do valor orçado pela admi- gulho”) de 52% (cinquenta e dois por quase ilimitado na execução de obras
nistração, ou cento) abaixo do valor orçado pelo ór- e serviços públicos de Engenharia
gão contratante! Qualquer construtor para a administração pública brasilei-
b) valor orçado pela administração. com o mínimo de experiência percebe ra. A sociedade agradece.
(Brasil. Lei nº 8.666/1993, art. 48, § 1o). que uma redução desse nível torna
uma proposta orçamentária nitida- Marcio Soares da Rocha
Observa-se no texto do § 1º (b) que mente inexequível. Diretor Regional IBEC-CE
59
ENGENHARIA DE CUSTOS • MAIO 2013
O
IBEC, comprometido com
a responsabilidade social e
preocupado em proporcio-
nar maior qualidade à esco-
larização da população menos favore-
cida, lançou no dia 25 de setembro de
2012 o projeto IBEC Social. Além de
promover a inclusão digital de jovens e
adultos, o IBEC busca facilitar a intro-
dução e permanência destes no mer-
cado de trabalho através do Programa
de Empregabilidade para Técnicos em
Engenharia de Custos (PROTEC).
60
MAIO 2013 • ENGENHARIA DE CUSTOS
61
ENGENHARIA DE CUSTOS • MAIO 2013
N
o meio empresarial, o tema Dado o contexto de exclusão/inclu- unidades de Niterói e Centro do Rio,
“responsabilidade social” são, e a importância que a educação e 2100 cestas básicas doadas apenas
vem ganhando destaque, assume neste processo, uma vez que no primeiro trimestre de existência do
principalmente no que se re- a escolarização o compõe como ín- programa. Em 2013, estamos até o
fere às propagandas veiculadas em dice de desenvolvimento humano, a momento com 250 inscritos nos pro-
diversas mídias, com o objetivo de me- atuação na busca de refletir sobre a gramas de informática e apoio escolar
lhorar a imagem da empresa perante o desigualdade social, seu impacto no nas unidades de Niterói, Rio e na mais
mercado e atrair os consumidores. sistema educacional e sobre alguns nova unidade situada no Engenho de
desafios inerentes à prática pedagó- Dentro, com a perspectiva de, até o fi-
Programas de Responsabilidade gica e a inclusão digital com vistas à nal deste ano, atingir o total de 3700
Social trazem para empresa e socie- superação deste quadro, o IBEC busca doações de cestas básicas.
dade resultados positivos, se forem colaborar auxiliando para que se alcan-
realizados de forma autêntica. Além ce a transformação desta realidade. O IBEC Social é, portanto, uma pro-
disso, a empresa que incorporar seus posta que transcende a ação do IBEC
princípios e os aplicarem corretamen- Neste sentido, o IBEC Social vem na busca de tornar “ciência” a Enge-
te terão resultados ótimos, como a va- proporcionar o acesso à educação nharia de Custos, e vai muito além do
lorização da imagem e da marca pe- básica, inclusão digital da população trabalho direto pela melhoria da quali-
rante a sociedade e longevidade. de baixa renda e o acesso a cestas dade de vida e do avanço da socieda-
básicas. Em seis meses de existên- de brasileira.
O IBEC surge com a finalidade pre- cia, atinge o patamar de 145 alunos
cípua de educação em nível de pós- que já concluíram os programas de Silvia Passos - Assistente Social do
graduação na área de engenharia de informática e Apoio Escolar, isto nas IBEC SOCIAL
custos, se desenvolve também na
prestação de serviços em consultoria,
com análise de custos e de projetos
e no gerenciamento de empreendi-
mentos. A criação do IBEC Social se
deu em setembro de 2012, como con-
sequência do entendimento de que o
compromisso social de empresas e
entidades é uma necessidade funda-
mental ao desenvolvimento, perme-
ando ações, que na crise em que vive
o planeta e em especial a sociedade
brasileira, torna-se fundamental a luta
constante pela diminuição das desi-
gualdades sociais, bem como a defe-
sa do meio ambiente, e que a procura
da sustentabilidade socioambiental é
uma das questões fundamentais de
nosso tempo, deve ser o objeto per- Diretoria, equipe e alunos do IBEC Social
manente de todos.
62
MAIO 2013 • ENGENHARIA DE CUSTOS
Carbono Zero
de poluentes ou neutralizá-los. Comprometido com essa
responsabilidade social, o IBEC – Instituto Brasileiro de En-
genharia de Custos criou o Programa Carbono Zero.
D
e alguma forma, todos impactamos no meio am- (CO2), mensalmente, a partir do plantio de essências nati-
biente, seja pela queima de combustível, pelo con- vas da Mata Atlântica. Estima-se que, em um ano, 24 tone-
sumo de energia ou, ainda, pela geração de lixo, ladas de CO2 foram neutralizados, e as árvores plantadas
problemas que aumentaram a concentração de contribuíram para a contenção de encostas, a recuperação
carbono na atmosfera. Para amenizar os efeitos dos gases de áreas degradas, tornando nossa cidade mais verde e
estufa no planeta, as empresas podem diminuir a emissão melhorando a qualidade de vida da população.
63
ENGENHARIA DE CUSTOS • MAIO 2013
64