Beruflich Dokumente
Kultur Dokumente
Este material é destinado exclusivamente aos alunos e professores do Centro Universitário IESB, contém
informações e conteúdos protegidos e cuja divulgação é proibida por lei. O uso e/ou reprodução total ou
parcial não autorizado deste conteúdo é proibido e está sujeito às penalidades cabíveis, civil e
criminalmente.
SUMÁRIO
n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n
n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n
7.1. INTRODUÇÃO
O fluxo de água através dos solos pode causar instabilidade e ruptura de várias estruturas geotécnicas
(por exemplo, estradas, pontes, barragens e escavações). Portanto, é necessário entender como a água
flui através do solo e como ela pode solicitar (carregar) o maciço. O solo é um meio poroso, no qual a
água ocupa grande parte dos vazios, podendo se deslocar no seu interior.
A forma como isso acontece requer o entendimento de algumas leis que regem este fenômeno e com as
quais poderemos dar resposta às seguintes questões:
1. Qual é a quantidade de água que passa através do solo para um determinado problema?
2. Com que facilidade passa um fluido para um determinado tipo de solo? Normalmente chamada
de condutividade hidráulica do solo.
3. Determinar como acontece o fluxo da água através do solo para diferentes condições de
contornos (diferentes geometrias, tipos de estruturas, materiais, etc.).
4. Determinar a possibilidade de arraste de material sólido no interior do maciço com o fluxo de
água (erosão interna).
5. Avaliar o aumento das pressões piezométricas nas estruturas subjacentes ao fluxo. A água pode
imprimir forças que podem levantar as estruturas, diminuindo as condições de estabilidade.
6. Avaliação das pressões da no interior do maciço para a avaliação da estabilidade geral da massa
de solo. Aumentos significativos desta pressão podem diminuir a resistência, podendo provocar
ruptura (Caso típico de taludes, no qual o material rompe com mudanças do nível freático).
Copyright © 2017 Centro Universitário IESB. Todos os direitos reservados.
MECÂNICA DOS SOLOS | UIA 2 | 5
A resolução destas questões tem sido aperfeiçoada ao longo do tempo com o acontecimento de diversos
imprevistos e acidentes. Os casos mais comuns foram verificados em cortes de estradas, escavações de
valas e canais, fundações para barragens, etc. A seguir, vamos apresentar alguns casos típicos de obras
com problemas relacionas ao fluxo de água.
O caso mais típico de avaliação de fluxo é o problema de barragem, no qual devem ser considerados
vários fenômenos hidráulicos na realização do projeto. Esta obra é uma barreira artificial usada para a
retenção de grandes quantidades de água. O entendimento da percolação da água através do maciço é
fundamental para o cumprimento de seu objetivo. Verificando que a quantidade de água que passa não
prejudique o abastecimento do reservatório. Além disso, deve ser verificada a estabilidade dos taludes da
barragem, considerando as mudanças de pressão da água devidas à percolação.
Também se deve verificar o potencial de araste de material ao interior do maciço, o qual está relacionado
com a velocidade do fluxo. Na Figura 1, é apresentado o caso da barragem de Teton, nos Estados Unidos.
A ruptura aconteceu em junho de 1976 por um problema de erosão interna (piping) que não foi
considerado durante a concepção do projeto. Esta barragem de terra, de 90 m de altura, foi construída
com um solo classificado como silte, de origem eólica, suscetível ao piping.
Outro caso bastante comum, que requer uma analise detalhada de fluxo, é o das escavações abaixo do
lençol freático, nas quais a água infiltra até inundar a construção. Na Figura 2, observa-se uma obra
impossibilitada pelo surgimento de água no fundo da escavação. Durante o projeto se deve verificar a
quantidade de água para o dimensionamento de bombeamento da água durante a construção. Além
disso, deve-se avaliar as implicações do rebaixamento do nível freático nas construções vizinhas e na
estabilidade das contenções. Vários métodos de drenagem ou rebaixamento do lençol freático podem
ser aplicados, a depender das particularidades de cada projeto e das condições hidráulicas do solo.
Durante os períodos de chuva, a água se infiltra dentro do maciço gerando uma elevação do nível do
lençol freático, com o qual - dependo das condições de estabilidade - podem ser gerados
escorregamentos. Estas instabilidades também podem acontecer pela saturação das camadas mais
superficiais do terreno. Outra possibilidade de instabilidade é a intercepção do talude com o lençol
freático, com o qual cabe a possibilidade de erosão interna, podendo contribuir para a sua instabilização.
Na Figura 3, é apresentado um dos deslizamentos do município de Teresópolis (RJ), que aconteceram
ano de 2011, após alguns eventos fortes de chuva. Este caso mostra as implicações dos processos de
infiltração da água da chuva. Um ponto importante para a realização de um bom projeto de estabilização
de talude é o controle das aguas superficiais e subterrâneas. Para isto, deve-se entender claramente os
processos de fluxo que acontecem na obra e nas regiões adjacentes.
é igual à que sai ( vazão = AS vS ) . Assumindo que o solo está saturado, esta analogia é valida para
representar ilustrar o principio de conservação de massa no fenômeno de percolação de água no solo.
m v2
E =m g z+ + u V (3)
2
Dividindo a Energia Total pelo de peso do fluido, obtemos a energia total específica ou Cabeça Total a
(H ) :
m g z m v2 u V v2 u V
H= + + = z+ + (4)
m g 2 m g m g 2 g m g
m g
Sabendo-se que o peso especifico é w = e a pressão da água é u = h w
obtemos:
V
v2
H = z+ +h (5)
2 g
onde h é a cabeça de pressão de agua. A carga total em qualquer ponto pode ser adequadamente
representada pela soma de Carga de Elevação e Carga de pressão ( h ) . Para a maioria dos problemas
envolvendo fluxo de água nos solos, a parcela referente à energia cinética pode ser desprezada, já que as
velocidades da água no solo são consideravelmente pequenas (ainda mais elevada ao quadrado). Desta
forma, a equação de Bernoulli normalmente usada para a resolução de problemas de geotécnicos é:
H = z+h (6)
Estas componentes de energia são facilmente avaliadas de forma teórica ou mediante instrumentação de
campo. A cabeça de elevação é totalmente da geometria do problema e do nível de referencia usado
para a resolução (pode ser qualquer um). A carga piezométrica é facilmente calculada em alguns pontos
como a pressão exercida por uma coluna de agua, além de poder usar instrumentos (transdutor de
pressão e piezômetro) para a sua leitura.
A água flui entre dois pontos se existe uma diferença de carga total, indo dos pontos com maior carga
para os de menor carga, respeitando as condições de contorno. Ressalta-se que um erro comum é
associar o movimento da água com a diferença de pressão, o qual não sempre é certo. Com este principio
podemos responder se existe ou não fluxo de água para um determinado problema. A seguir
ilustraremos a importância deste principio mediante a resolução de dois exercícios.
n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n
n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n
Figura 5. Exercícios: (a) Barragem de concreto com fundação permeável, (b) Barragem permeável com fundação impermeável.
Cabeça de Elevação z = zB
Cabeça Piezométrica h = hB = x z B
Carga Total H B = zB + x zB = x
Desta forma H = H A HB = x x = 0 Não existe fluxo entre o ponto de A e B.
Observa-se que mesmo tendo uma diferença de carga piezométrica não existe fluxo entre
os pontos. Assim, se reforça a ideia de que o fluxo só existe quando se tem diferença de
carga total.
Como já́ foi estudado na UIAI do curso, a maneira de resumo pode-se mencionar que o solo é um
material natural complexo, constituído por grãos minerais e matéria orgânica, constituindo uma fase
solida, envolvidos por uma fase liquida: água principalmente. Há uma terceira fase, eventualmente
presente; o ar, o qual preenche parte dos poros dos solos não inteiramente saturados pela água.
No caso das areias o solo poderia ser visto como um material constituído por canalículos,
interconectados uns aos outros, nos quais podem ter água armazenada em equilíbrio hidrostático, ou a
água flui através desses canalículos, sob a ação da gravidade.
Para o caso das argilas esse modelo simples do solo perde sua validade, uma vez que devido ao
pequeníssimo diâmetro que teriam esses canalículos, as formas variadas e aos diversos tamanhos dos
grãos, intervêm outras forças de natureza capilar e molecular de interação entre a fase sólida e a líquida.
Portanto, o modelo de um meio poroso, pelo qual percola à água, é algo tanto precário para as
argilas, embora possa ser perfeitamente eficiente para as areias. Infelizmente a quase totalidade
das teorias para percolação de água nos solos é baseada nesse modelo para solos granulares.
Através das experiências adquiridas pelo emprego destes materiais térreos nas construções, o homem
observou que todos os solos são mais ou menos permeáveis. Alguns exemplos típicos onde é possível
observar o anterior podem ser o comportamento das barragens de terra, devido ao fluxo da água pela
fundação assim como no interior do terrapleno mesmo, o rebaixamento do lençol freático mediante
bombeio, o fenômeno de adensamento nos solos, entre outros.
Os resultados observados foram que a descarga Q que atravessa um meio poroso dentro de um regime
de escoamento laminar, é diretamente proporcional à diferença de carga hidráulica (h1 – h2) e à área da
seção A atravessada pelo fluxo, e é inversamente proporcional à distância percorrida L:
h⋅A
Q∼ (7)
L
portanto:
h
Q = k⋅ ⋅ A = k ⋅i ⋅ A (8)
L
Q
v= (9)
A
portanto, substituindo na equação (8):
v = k ⋅i (10)
onde: v - Velocidade de descarga (m/s); k - Coeficiente de permeabilidade (m/s); i - Gradiente hidráulico
(adimensional); L - Comprimento da amostra (m); h – carga hidráulica (m).
Cabe mencionar de maneira especifica a importância do conceito de gradiente hidráulico, que
simplesmente representa a perda de energia por unidade de comprimento percorrida pela agua e
1
Perda de energia do fluxo por unidade de comprimento na direção do fluxo devido ao atrito entre os grãos do solo.
Copyright © 2017 Centro Universitário IESB. Todos os direitos reservados.
MECÂNICA DOS SOLOS | UIA 2 | 12
medida no sentido do fluxo. Se não existir o gradiente hidráulico não é possível apresentar-se o fluxo da
água.
Q = q1 + q2 + q3 + .....+ qn (11)
Deve-se entender que a suma das perdas das energias em cada camada deve ser igual a perda da energia
total h, portanto
h h h h h
i = i1 + i 2 +i3 + .....+ in = = 1 + 2 + 3 + .... n (13)
L L1 L2 L3 Ln
Considerando que o área transversal por unidade de largura é igual A=H, e substituindo a equação 14 na
equação 13 obtemos a equação seguinte:
n
∑k ⋅H j j
kHequivalente = j=1
n (14)
∑H j
j=1
A Figura 7 mostra a análise feita na direção vertical, sendo o escoamento continuo, a vazão através de
cada estrato é igual. Portanto:
Q = q1 = q2 = q3 = ..... = qn (15)
e que:
além de que deve se cumprir também a condição equação representada pela equação (14). Também
sabe-se que:
h Q⋅L
Q = k ⋅i ⋅ A = k ⋅ ⋅A⇒ h =
L k⋅A (17)
De igual maneira que no caso de fluxo paralelo, à suma das perdas de energia por camada dever ser igual
a perda total h, baseado na a equação (13) pode-se escrever a equação que representa esta condição de
fluxo em com camadas em serie como:
∑L j
kVequivalente = j=1
n
Lj
∑k (18)
j=1 j
Cabe mencionar que as bases teóricas sobre o regime de escoamento em condutos forçados foram
estabelecidas por Reynolds, em 1883. Ele comprovou que o regime de escoamento pode ser laminar, sob
certas condições, ou turbulento sob outras.
Além disso, Reynolds variou o diâmetro D e o comprimento L do conduto e a diferença de nível h entre
os reservatórios, medindo a velocidade de escoamento “v”. Os resultados constaram de plotar o
gradiente hidráulico i versus a velocidade de escoamento v. A partir de estes resultados verifica-se que há
uma velocidade critica vc abaixo da qual o regime é laminar, havendo proporcionalidade entre o
gradiente hidráulico e a velocidade de fluxo (Lei de Darcy). Para velocidades acima de vc a relação não é
linear e o regime de escoamento é turbulento.
EXEMPLO 1
Determinar a descarga Q (m3/s) pela camada permeável segundo a figura 8 mostrada a baixo.
Dados do problema:
H = 8,0 m; H1 = 3,0 m; h = 4,0 m; L = 50,0 m; k = 0,08 cm/s; α= 8o
Solução:
Sabe-se que a vazão calcula-se por meio da equação (8), portanto:
coeficiente de permeabilidade k:
k = 0.08 cm/s = 0.0008 m/s
área A (transversal ao sentido do fluxo):
A = H1 / cosα = 3,029 m2/m (área / largura unitária)
gradiente hidráulico i:
i = h / Lf; Lf = (L2+ H12)1/2 = 50,089; (Lf) – longitude na direção do fluxo
vazão ou descarga:
Q = (0.0008 x 3.029 x 4) / 50.089 = 0,00019 m3/s/m (vazão por largura unitária)
EXEMPLO 2
Com base na figura (9) obter a relação entre os coeficientes de condutividade hidráulica horizontal e
kHeq
vertical kVeq
Dados do problema:
H1 = 1,5 k1 = 1x10-4
H2 = 3,0 k2 = 3,2x10-2
H3 = 2,0 k3 = 4,1x10-5
Solução:
Para o fluxo horizontal através da equação (14):
Tem-se três camadas, portanto n=3 e substituindo nessa equação:
n
∑k j ⋅Hj
1⋅10 −6 ⋅1, 5 + 3, 2 ⋅10 −4 ⋅ 3 + 2 ⋅ 4,1⋅10 −7 m
k Hequivalente = j=1
= = 1, 48 ⋅10 −4
n
1, 5 + 3 + 2 s
∑H j
j=1
∑L j
1, 5 + 3 + 2 m
kVequivalente = j=1
n = = 1, 02 ⋅10 −6
Lj 1, 5 3 2 s
∑k 1⋅10 −6
+
3, 2 ⋅10 −4
+
4,1⋅10 −7
j=1 j
Assim:
kHeq
= 145,098
kVeq
Existe uma variação do coeficiente de permeabilidade nos solos, e os principais fatores que influenciam essa
variabilidade são: a granulometria, o índice de vazios, a composição mineralógica, a estrutura, o tipo de
fluido, a macroestrutura e a temperatura.
O coeficiente de permeabilidade, também chamado de condutividade hidráulica, depende essencialmente da
temperatura e do índice de vazios. Quanto maior for a temperatura, menor é a viscosidade da água e,
portanto ela consegue escoar com maior facilidade entre os vazios do solo e consequentemente o aumento no
coeficiente de permeabilidade. Portanto pode-se afirmar que k, é inversamente proporcional a viscosidade da
água, desta forma os valores de k são geralmente referidos à temperatura de 20° C.
O coeficiente de permeabilidade pode ser determinado através de ensaios de laboratório em amostras
indeformadas através dos permeâmetro2 ou de ensaios “in situ”. A continuação mencionam-se alguns
métodos e procedimentos de uso mais comum empregados na obtenção deste importante parâmetro do solo.
2
Instrumento de laboratório que permite avaliar o coeficiente de condutividade nos solos. Pode ser de carga constante ou de
carga variável.
Copyright © 2017 Centro Universitário IESB. Todos os direitos reservados.
MECÂNICA DOS SOLOS | UIA 2 | 17
Q
k= (19)
i⋅A
Mas também é conhecido por definição que a vazão e igual:
V
Q= (20)
t
V V ⋅L
k= =
t ⋅i ⋅ A t ⋅ h ⋅ A (21)
a⋅L h
k= ln( 1 )
A ⋅(t 2 − t1 ) h2 (22)
Deve mencionasse que o adensamento é um fenômeno que vai ser estudado na UIA III do curso. Nessa
parte do curso vão se estudar com maior detalhe os parâmetros que representam o fenômeno de
adensamento, e que podem ser obtidos por meio de este aparelho (consolidômetro). Realmente deve-se
esclarecer que se aproveita o ensaio de adensamento para medir o coeficiente de permeabilidade, mas
não é um ensaio exclusivo para medir esse parâmetro em particular, como os permeâmetro de carga
variável e constante.
sistemas de melhora de solo tais como drenos verticais; Monitoração de pressão d’água para barragens,
entre outros.
Em geral o piezômetro consiste de um cano de material de PVC com diâmetro superior a 10,0 mm para
evitar o fenômeno da capilaridade. Muitas vezes pode apresentar inclinação com relação a horizontal
com o objetivo de aumentar a facilidade de leitura principalmente para pressões de pequeno valor. Ver
Figura 13.
3. Areia para execução do filtro (este é construído com areia de granulometria grossa; recomenda-
se que seja usada uma camada adicional de alguns centímetros de areia fina sobre a camada de
areia grossa, para evitar que a bentonita provoque colmatação do filtro);
4. Bureta graduada para a medição do volume de água infiltrado, (e) trados e hastes para a
execução do furo de sondagem.
A equação básica para a determinação do coeficiente de condutividade hidráulica a partir de resultados
de ensaios piezométricos foi apresentada por Hvorslev (1951).
Esta equação precisa do conhecimento da relação entre a carga hidráulica aplicada no interior do furo e a
vazão medida durante o ensaio, além do fator de forma da ponteira. Esse fator de forma F é uma função
Copyright © 2017 Centro Universitário IESB. Todos os direitos reservados.
MECÂNICA DOS SOLOS | UIA 2 | 21
h1
d 2 ⋅ ln
h2
k=
F ⋅(t 2 − t1 ) (24)
Exemplo 1
Calcular o valor do coeficiente de condutividade hidráulica de uma argila compactada,
indicada no aparelho da figura a seguir sabendo que A=100 cm2, a=1,0 cm2 e t = 6 h 30 min.
Solução:
O primeiro passo é saber o tipo de ensaio de permeâmetro de laboratório, portanto
observando a figura acima da para visualizar além dos dados do problema que é um
ensaio de carga variável.
Portanto:
Usando a equação (22):
a⋅L h1
k= ln( )
A ⋅(t 2 − t1 ) h2
O tempo esta dado em horas y minutos, portanto deve-se converter em segundos:
6 h + 30 min = 23.400 s = t2 – t1
Substituindo os dados na equação obtém-se que: k = 1,77 x 10-6 cm/s
Exemplo 2
A quantidade de água que percola através da camada de areia esquematizada na figura a
seguir foi estimada Q = 12m3/dia/(metro de largura); instalados piezômetros foram
medidos as pressões indicadas. Calcular o coeficiente de permeabilidade dessa areia, em
cm/s/(metro de largura).
Solução:
Q
Usando a equação (19): k =
i⋅A
• h = 4,0 m
• L = 100,0 m
Substituindo os dados na equação obtém-se que:
k = 1,77 x 10-3 m/s = 17,7 x 10-2 cm/s
O estudo da percolação da agua nos solos têm grande importância na engenharia geotécnica, devido a que
poucas vezes este elemento não encontra-se nos trabalhos de construção, portanto é frequente encontrar à água
em escavações para fundações e minas a exemplo; é importante o entendimento d’água dentro do maciço de solo,
porque pode causar grandes problemas de estabilidade de encostas pela filtração ao interior, ou severos recalques
quando apresenta-se bombeio para extração de agua dos mantos aquíferos, entre outros problemas. Na unidade
III vão ser estudados com maior profundidade estes últimos conceitos mencionados.
A percolação da água pode-se estudar de maneira bem simples até de maneiras mais complexas. Nesta aula
começaremos estudando o caso mais simples com apoio da aula 9 enquanto aos conceitos e o fenômeno
mesmo se refere.
Mas se as partículas da água seguem trajetórias curvas contidas em planos paralelos o fluxo se chama de
bidimensional, a exemplo a percolação pela fundação numa barragem.
V
Q= = k ⋅i ⋅ A
t
A⋅L
k ⋅i ⋅ A =
t
(25)
L Q
k ⋅i = = v =
t A
onde: Q - descarga o vazão (m3/s); V – volume da água (m3); t – tempo que demora o volume V em sair da
amostra sob regime constante (s); A – área transversal da amostra de solo (m2); L – comprimento da
amostra; k – coeficiente de condutividade hidráulica (m/s); v - velocidade de descarga d’água na saída
(m/s).
Q = At ⋅ v = A f ⋅ v f
e a relação entre as áreas transversal e de fluxo pode-se expressar como:
At At ⋅ Z V 1
= = =
Af A f ⋅l Vv n (26)
onde resulta uma relação entre os volumes total e de vazios da amostra, desde que Z e l sejam muito
parecidos; a relação entres esses volumes resulta na porosidade da amostra, segundo o estudado nas
relações gravimétricas do solos na UIA I.
Finalmente a velocidade de fluxo no solo se escreve como:
At v
vf = v =
Af n (27)
p = γ w ⋅h
O peso das partículas do solo se contrapõe a força que o fluxo provoca quando esta atravessando
amostra, portanto a força na base da amostra seria:
F = γ w ⋅h⋅ A (28)
γ w ⋅h⋅ A γ w ⋅h
j= = = γ w ⋅i
A⋅L L (29)
A força de percolação3 é uma grandeza semelhante ao peso especifico da agua, e será positiva se o fluxo
atua de cima para baixo, e negativa se o fluxo atua de baixo para cima.
3
Força de arrastre das partículas por unidade de volume do solo na direção do fluxo; sua intesidade depende da diferencia de
carga hidráulica ou carga de pressão.
Copyright © 2017 Centro Universitário IESB. Todos os direitos reservados.
MECÂNICA DOS SOLOS | UIA 2 | 28
Q = k ⋅i ⋅ A
Por outra parte, o gradiente hidráulico em cada direção não pode ser igual, dado que os coeficientes de
condutividade hidráulica são diferentes, portanto na direção x de análise o gradiente seria:
∂h
ix =
∂x (32)
Avaliando as perdas do fluxo da água dentro do elemento o termo ΔQx pode-se escrever
infinitesimalmente, e segundo a equação de Darcy:
∂ ⎛ ∂h ⎞ ∂2 h
dQx = ⎜ kx ⋅ ⋅ dy ⋅ dz ⎟⎠ ⋅ dx = kx ⋅ 2 ⋅ dy ⋅ dz ⋅ dx = 0 (33)
∂x ⎝ ∂x ∂x
Analogamente, pode-se analisar para as outras duas direções de igual maneira, encontrando que:
∂2 h
ky ⋅ 2 ⋅ dx ⋅ dz ⋅ dy = 0
∂y
(34)
∂2 h
kz ⋅ 2 ⋅ dx ⋅ dy ⋅ dz = 0
∂z
Portanto, somando as três componentes das perdas de vazão obtém-se a equação que representa o fluxo
tridimensional da água em meios porosos, conhecida como equação de Laplace:
∂2 h ∂2 h ∂2 h
k x ⋅ 2 + k y ⋅ 2 + kz ⋅ 2 = 0
∂x ∂y ∂z (35)
Para analisar o fluxo bidimensional a equação anterior assume que não se apresenta fluxo na direção y,
portanto, resulta que:
∂2 h ∂2 h
k x ⋅ 2 + kz 2 = 0
∂x ∂z (36)
∂2 h ∂2 h
+ =0
∂x 2 ∂z 2 (37)
A solução gráfica desta equação resulta em duas famílias de linhas que se interceptam ortogonalmente,
dando origem na formação das redes de fluxo, como se ilustra na Figura 18. Além da resolução
mediantes técnicas gráficas, existem diversas ferramentas numéricas para a resolução da equação de
Laplace4 (Método dos elementos finitos, método das diferenças finitas, etc.). Nesta disciplina,
abordaremos unicamente a solução gráfica para a construção das redes de fluxo, a qual será descrita na
próxima aula.
4
Equação diferencial parcial de alta relevância, pois é descritora modelar de comportamentos em vários campos da ciência,
formulando-lhes as funções potencial gravitacional, elétrica, fluídica, entre outras aplicações. A teoria geral de soluções para esta
equação se conhece como teoria do potencial.
Copyright © 2017 Centro Universitário IESB. Todos os direitos reservados.
MECÂNICA DOS SOLOS | UIA 2 | 30
As redes de fluxo estão sujeitas a condições que devem satisfazer em todo momento a equação de
Laplace, e tem certas características geométricas que se devem cumprir entre a família de linhas
chamadas de equipotenciais e de fluxo, bem como certas características nas condições de fronteira
segundo o problema analisado.
• As linhas de fluxo traduzem a trajetória das partículas de água no maciço terroso, quando estas
se deslocam de montante (nível de energia mais alto) para jusante (nível de energia mais baixo).
• As linhas de fluxo devem proporcionar canais de fluxo que transportam a mesma vazão,
obedecendo à lógica do fluxo.
• Devem-se desenhar linhas de fluxo com separações idênticas para construir elementos
quadrados junto às linhas equipotenciais. Ver Figuras 19 e 20.
• As linhas equipotenciais são linhas ao longo das quais a carga hidráulica é constante. Se for
colocado um piezômetro em qualquer ponto de uma dada linha equipotencial, a coluna de água
no piezômetro sobe sempre até ao mesmo nível.
⎡h − h ⎤ ⎡ h − h3 ⎤ ⎡h − h ⎤ ⎡h − h ⎤
Δq = k ⋅ ⎢ 1 2 ⎥ ⋅l1 = k ⋅ ⎢ 2 ⎥ ⋅l2 = k ⋅ ⎢ 3 4 ⎥ ⋅l3 = .....k ⋅ ⎢ n−1 n ⎥ ⋅ln (39)
⎣ l1 ⎦ ⎣ l2 ⎦ ⎣ l3 ⎦ ⎣ ln ⎦
onde: Δq é a vazão por unidade de comprimento (m3/s/m), o seja unidade de comprimento de largura
na direção perpendicular ao plano do papel.
Figura 19. Família de linhas de fluxo e equipotenciais formando elementos do tipo quadrado que possuem o mesmo comprimento (Mata-Lima, 2014).
Como as linhas equipotenciais foram desenhadas para ter a mesma perda de energia entre elas, portanto
(Ver figura 20):
Copyright © 2017 Centro Universitário IESB. Todos os direitos reservados.
MECÂNICA DOS SOLOS | UIA 2 | 32
h
Δh = h1 − h2 = h2 − h3 = h3 − h4 = ........ = hn−1 − hn =
Ne (40)
onde: Δh – perda de energia entre linhas equipotenciais; h – a diferencia de potencial (carga hidráulica);
Ne – número de linhas equipotenciais.
Portanto a vazão por canal de fluxo seria:
⎡ h ⎤
Δq = k ⋅ ⎢ ⎥ (41)
⎣ Ne ⎦
Finalmente a vazão total pela rede de fluxo simplesmente seria a equação anterior vezes o numero de
canais de fluxo desenhados Nf, portanto pode-se expressar como:
⎡ h ⎤ N
Q = k ⋅⎢ ⎥⋅ Nf = k ⋅h⋅ f (42)
⎣ Ne ⎦ Ne
Esta solução gráfica da equação de Laplace exige experiência e prática de quem o utiliza. Geralmente, o
traçado baseia-se em outras redes semelhantes obtidas por outros métodos de solução da mesma
equação. Ver figura 21.
Figura 21. Exemplo de uma rede de fluxo a través de uma barragem de terra.
Copyright © 2017 Centro Universitário IESB. Todos os direitos reservados.
MECÂNICA DOS SOLOS | UIA 2 | 33
Figura 22. Exemplo de rede de fluxo resolvida por meio do elemento finito. Fonte: http://tinyurl.com/me2hnls
A Figura 22 mostra uma rede de fluxo na parte superior traçada graficamente a mão, e a solução
numérica através da ferramenta numérica do elemento finito (resultados gráficos na parte inferior) do
mesmo exemplo, só que esses resultados gráficos não mostram as linhas de fluxo só as equipotenciais; é
suficiente para ver e entender que se obtiveram aproximações aceitáveis.
Cabe mencionar que os quadradinhos a baixo de cor preto na parte colorida da figura, são os elementos
finitos que fazem parte da malha que discretiza o maciço de solo. Não confundir com os quadrados da
rede de fluxo que segundo as condições de solução gráfica devem ser desenhados, e que são formados
pela rede de fluxo na parte superior da mesma figura 22.
11.1.2. EXEMPLOS
Para reforçar os conceitos básicos de maior importância desta aula, se apresentam os seguintes
problemas resolvidos.
Exercício 1
Para a barragem de concreto mostrada na figura, sobre um solo não coesivo de k = 3,8x10-
4 cm/s, pede-se determinar a quantidade de água que escoa por por dia e metro de
largura, sob a barragem.
Fonte: http://tinyurl.com/l4eswaz
Solução
Nf
Sabe-se que
Q = k ⋅h⋅
Ne
k = 3,8 x 10-6 m/seg = 0,328 m/día; h = 3,0 m; Nf = 4; Ne = 17
Portanto, substituindo na equação:
Q = 0,231 m3/día/m
Exercício 2
Determinar a subpressão nos pontos indicados pelas letras a-f em baixo da barragem de
concreto (Fonte do problema B. Das, 2009).
Solução: a partir da rede de fluxo já traçada pode se observa o seguinte:
• - a carga hidráulica total h é igual a 7,0 m (perda de energia por fluxo)
Solução
Sabe-se que a queda de energia entre as linhas equipotenciais deve ser igual, portanto,
através da equação (40):
h
Δh = = 7/7 = 1,0m
Ne
Até agora foi estudado e apresentado o caso de percolação em solos de características hidráulicas isotrópicas.
Mas a dizer verdade esta condição esta muito longe da realidade do comportamento real dos solos. Nesta
aula vai se estudar de uma maneira geral os problemas mais reais que encontram os engenheiros geotécnicos,
bem como dos tratamentos teóricos e algumas soluções práticas.
∂2 h ∂2 h kx ∂2 h ∂2 h ∂2 h ∂2 h
k x 2 + kz 2 = ⋅ 2 + 2 = + 2 =0
∂x ∂z kz ∂x ∂z kz
⋅ ∂x 2 ∂z (43)
kx
Agora efetua-se uma alteração de escala na direção x, de forma tal em reduzir as distâncias horizontais
(ver figura 23), pois a permeabilidade vertical é menor do que a permeabilidade horizontal. Portanto se
têm que:
k z XT 2 2 kx
= 2 ∴ x = XT ⋅
2
kx x kz (44)
Figura 23. Rede de fluxo com condição de anisotropia (B. Das, 2009)
Agora, substituindo-se a equação (44) na equação (43), obtém-se a equação de Laplace só que em função
de uma nova abcissa XT, e escreve- se como:
∂2 h ∂2 h ∂2 h ∂2 h
+ 2 = + 2 =0
⎡ kz ⎤ ⎡ k x ⎤ ∂z ∂X 2
∂z
⋅
⎢k ⎥ ⎢k ⎥ T ∂X 2 T (45)
⎣ x⎦ ⎣ z⎦
Logo, pode-se traçar a rede de fluxo com linhas de fluxo perpendiculares às equipotenciais, e novamente
são validas todas as condições que deve cumprir toda rede de fluxo.
Agora a partir desta rede de fluxo transformada obtém-se a rede de fluxo real ou verdadeira, como no
indicado na figura 23.
Referente aos cálculos de gradientes, cargas bem como as forças de percolação, estes devem ser feitos a
partir da rede de fluxo real. Para o cálculo da vazão surge a duvida do qual é a condutividade hidráulica a
adotar, pelo que será necessário obter um coeficiente de permeabilidade equivalente ke.
Consideremos qualquer um elemento da rede transformada que deve cumprir com a geometria e
condições de um quadrado (ver o elemento A na figura 23), portanto a vazão por metro de largura nesse
elemento é:
Δh
qTA = ke ⋅ ⋅l = ke ⋅ Δh (46)
XT
lembre-se que por ser um quadrado:
XT ≈ l
Considerando o elemento B da rede verdadeira, mostrado na mesma figura já antes referida, a vazão
escreve-se como:
Δh Δh Δh
qRB = kx ⋅ ⋅l = kx ⋅ ⋅l = kx ⋅
x kx kx
XT ⋅ (47)
kz kz
Copyright © 2017 Centro Universitário IESB. Todos os direitos reservados.
MECÂNICA DOS SOLOS | UIA 2 | 38
Δh
qTA = qRB ∴ ke ⋅ Δh = kx ⋅
kx (47)
kz
finalmente isolando a permeabilidade equivalente ke fica como:
ke = k x ⋅ k z (48)
Com este valor de condutividade hidráulica obtido e todos os demais elementos da rede de fluxo
verdadeira, h, Nf e Ne, é possível calcular a vazão total por metro de largura num solo anisotrópico por
meio da equação (42) já conhecida.
12.1.1. EXEMPLOS
Exercício 1
A figura a baixo ilustra a barragem desenhada em escala natural e em escala transformada,
bem como a rede de fluxo em ambas (Fonte Mata-Lima,2014). Os dados conhecidos são os
seguintes: H1 = 13,0 m; H2 = 2,5 m; kv = 1,0 x 10-6 m/seg; kh = 4,0 x 10-6 m/seg.
Solução:
A diferencia de carga hidráulica h = 10,5 m, e os coeficeintes de condutividade hidráulica
são: Kz = 1,0 x 10-6 m/s; kx = 4,0 x 10-6 m/s. O coeficiente equivalente seria segundo a
equacão (48): ke = 2,0 x 10-6 m/s
Exercício 2
Num depósito de areia inundada, foi construida uma pranchada parcial, esgotando-se à
água num dos lados da pranchada, como se mostra na figura a seguir. Sendo de 2,8 m a
espessura da areia, 1,4 m a profundidade da pranchada e de 1,5 m a altura da agua
represada. Sabendo-se que a permeabilidade horiontal é amior do que a vertical, a seção
tranversal foi desehanda com abcissas transformadas, de maneira a se poder traçar a rede
de fluxo verdadeira. Sabendo-se que o coeficiente de permeabilidade vertical é de 2x10-3
cm/s, pergunta-se (Fonte B. Das, 2009):
1. Qual é o coeficiente de permeabilidade horizontal?
2. Qual a vazão por metro de comprimento da pranchada?
3. Qual o gradiente de saída junto à pranchada?
4. Qual o gradiente no canal inferior da percolação, na região abaixo da pranchada?
5. Qual a carga piezométrica no ponto imediatamente abaixo da pranchada?
Solução
a. Da figura de acordo com sua escala, a relação entre abcissas é igual:
XT / x = 0,65; e sabe-se que pela equação (44): 0,65 = (2x10-3/ kx)^0,5
Portanto: kx = 4.73x10-3 cm/s = 4.73x10-5 m/s
b. Por meio das equações (48) e (42) avalia-se a vazão:
ke = 3,076 x 10-5 m/s; portanto: Q = 3,076 x 10-5 x 1,5 x 4/8 = 2,30 x 10-5 m3/s/m
c. O gradiente de saída junto a pranchada:
A perda de carga por linha equipotencial: h=1,5/8 = 0,187 m, portanto o gradiente na
saída junto a pranchada é: i = 0,187/0,4 = 0.468. Deve notarse que na direção vertical as
redes de fluxo não mudam em nada porque não foram alteradas, portanto a distância de
percolação de 0,4 m poderia ter sido tomada em qualqer uma delas.
d. Gradiente no canal na direção horizontal inferior abaixo da pranchada:
A distância de percolação neste canal deve ser medida na rede verdadeira, devido a que
nessa direção houve transformação, portanto essa longitud segundo a escala da figura é
lcf = 1,0 m; então o gradiente nesse trecho do canal é igual a:
i = 0,187/1 = 0,187
e. Carga piezométrica no ponto M:
Usando a equação (6) a carga piezométrica seria: (carga de posição + carga hidráulica) do
ponto; portanto:
HM = zM + hM = (2,8 – 1,4) + (1,5 - 0,187x4) = 2,152 m
zM – posição do ponto M em qualquer uma das redes de fluxo tomando como referencia
os eixos XT- Z
hM – a carga hidrâulica em qualquer ponto dessa linha equipotencial de cor preto
trazejada posicionada abaixo da prancheta, vai ser a carga total menos a energia dissipada
por percolação até essa linha equipotencial.
De todo o que foi estudado até agora surgem as seguintes perguntas, será que a
percolação só acontece pelas fundações?, o que sempre se têm um regime constante de
vazamento?, o que as barragens são sempre impermeáveis?, o que o solos são sempre
homogêneos?, entre outras muitas perguntas.
Quando uma rede de fluxo desenha-se na fronteira entre dos solos com diferente coeficiente de
condutividade hidrâulica, a rede de fluxo deflexiona-se na fronteira, e se chama de condição de transferência.
Ver figura 24. As demonstração teórica, não se apresenta nesta aula. Só mostra-se a rede de fluxo.
Ver Figura 24. Rede de fluxo em solo heterogêneo (H. Cedegreen, 1989).
Figura 25. Rede de fluxo a través de uma barragen de terra heterogênea (H. Cedegreen, 1989).
Porém existem varios métodos na literatura para esta estimativa, que são função principalmente do
talude de jusante e da presença ou não de filtros no interior da barragem.
Figura 26. Redes de fluxo pela barragen e pela fundação (H. Cedegreen, 1989).
Com base nas informações estudadas nesta unidade pode-se afirmar que é de vital importância conhecer
e entender o comportamento da água nos problemas geotécnicos, porque em qualquer obra de
engenharia a presença dela é quase inevitável. As experiências têm mostrado que à água pode causar
danos irreversíveis, bem como grandes tragédias por o desconhecimento na condução e tratamento
adequado dela. O projeto, construção e posterior proteção e manutenção apropriada das obras de
engenharia que seguram à água são um desafio grande para os engenheiros geotécnicos.
n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n
n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n
Você terminou o estudo desta unidade. Chegou o momento de verificar sua aprendizagem.
Ficou com alguma dúvida? Retome a leitura.
Quando se sentir preparado, acesse a Verificação de Aprendizagem da unidade no menu
lateral das aulas ou na sala de aula da disciplina. Fique atento, essas questões valem nota!
Você terá uma única tentativa antes de receber o feedback das suas respostas, com
comentários das questões que você acertou e errou.
Vamos lá?!
REFERÊNCIAS
Braja Das, M. Principles of Geotechnical Engineering. 8th edition. 2009.
Cedergren, H. Seepage, Drainage and Flow Nets. 3rd edition. p. 125-146, 1989.
Sousa Pinto, C. Curso Básico de Mecânica dos Solos. 3a edição. p.101-149, 2006.
GLOSSÁRIO
Carga total de energia H: Soma da carga de elevação z(m) referida a uma linha previamente
estabelecida mais a carga de pressão ou coluna de agua h(m) acima do ponto de interesse.
Gradiente hidráulico: Perda de energia do fluxo por unidade de comprimento na direção do fluxo
devido ao atrito entre os grãos do solo.
Permeâmetro: Instrumento de laboratório que permite avaliar o coeficiente de condutividade nos solos.
Pode ser de carga constante ou de carga variável.
Força de percolação: Força de arrastre das partículas por unidade de volume do solo na direção do
fluxo; sua intesidade depende da diferencia de carga hidráulica ou carga de pressão.
Equação de Laplace: Equação diferencial parcial de alta relevância, pois é descritora modelar de
comportamentos em vários campos da ciência, formulando-lhes as funções potencial gravitacional, elétrica,
fluídica, entre outras aplicações. A teoria geral de soluções para esta equação se conhece como teoria do
potencial.
Rede de fluxo: Solução gráfica da equação de Laplace no campo de fluxo com condições de contorno
estabelecidas.
Linhas de fluxo: Linhas que representam a ruta que naturalmente seguim as particulas da água.
Linhas equipotenciais: Linhas que apresentam em qualquer ponto de elas a mesma carga de pressão
ou carga hidráulica ou coluna de agua.