REGIMENTO INTERNO DO SENADO

Perda no Mandato na Constituição Federal

Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online

PERDA NO MANDATO NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL

17. VACÂNCIA [28/35]

a) Falecimento, renúncia ou perda

b) PSF comunica a vaga ao Plenário
c) Renúncia por escrito: à Mesa; lida no PE; publicada no DSF; irretratável
d) Renúncia oral: em Plenário; DSF; irretratável
e) Senador processado (possível perda do mandato): renúncia tem efeitos
suspensos [55, § 4º, CF]
f) Equivale à renúncia: perder o prazo de posse; qq senador pode recorrer (1
dia útil após DSF); CCJ ouvida; Plenário delibera
g) Perda do mandato [32, RI + 55, CF]: representação à Mesa. CCJ tem 15
dias úteis: admissibilidade ou arquivamento (I, II e VI), procedência ou não (III).
Parecer lido, publ no DSF e avulso eletrônico. Após interstício, OD: Plenário
decide (salvo III: Mesa)
h) Plenário admitiu representação [33]: PSF designa comissão de 9 senado-
res. Cópia ao acusado: defesa escrita (15 dias úteis + = prazo). Diligências, acu-
sado pode acompanhar. Parecer com proj de Resolução (PRS): perda do man-
dato ou arquivamento. Acusado tem vistas (10 d úteis). PRS lido no PE, DSF em
avulso eletrônico. OD: voto aberto [55, par 2º, CF; EC 76, 2013]

Perda do mandato parlamentar

Alguns casos são decididos pelo Plenário e outros declarados pela Mesa, de
acordo com o artigo 55 da Constituição Federal.

Art. 55. Perderá o mandato o Deputado ou Senador:

I – que infringir qualquer das proibições estabelecidas no artigo anterior;
II – cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro parlamentar;
III – que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à terça parte das ses-
sões ordinárias da Casa a que pertencer, salvo licença ou missão por esta autori-
zada;
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IV – que perder ou tiver suspensos os direitos políticos;

V – quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos nesta Constituição;
VI – que sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado.

PERDA DO MANDATO PARLAMENTAR (Art. 55, CF)

Decididos pelo Plenário
I – Infringir as vedações do art. 54 da CF.
II – Quebra do decoro parlamentar (receber
vantagens indevidas, abuso de prerrogativas
parlamentares e outros casos definidos pelo
Regimento Interno do Senado).
VI – Condenação penal transitada em julgado.
Declarados pela Mesa
III – Faltoso: não comparecer em cada sessão
legislativa, a 1/3 das sessões ordinárias, salvo
missão ou licença autorizada pela respectiva
Casa.
IV – Direitos políticos: perda ou suspensão (art.
15, CF).
V – Justiça eleitoral.

Início: pela Mesa ou partido político represen- Início: pela Mesa, de ofício; ou provocada por
tado no Congresso Nacional. qualquer senador ou partido político represen-
tado no Congresso Nacional.

Em todos os casos, principalmente naqueles relacionados aos incisos IV

(Direitos políticos: perda ou suspensão) e V (Justiça eleitoral), a Constituição
Federal garante a ampla defesa para o parlamentar envolvido em processo de
perda de mandato.
No artigo 15, inciso III, da Constituição Federal, há uma regra genérica, válida
para todo cidadão brasileiro.
Quando um parlamentar é condenado criminalmente, com sentença transi-
tada em julgado, os seus direitos políticos são suspensos. Após cumprir pena,
os seus direitos políticos retornam.

Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se

dará nos casos de:
III – condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos;
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Mas ficou assentado que a condenação penal transitada em julgado é uma

regra específica do artigo 55, inciso VI, da Constituição Federal, que prevalece,
no caso de parlamentares, em relação ao artigo 15, III, CF.
De acordo com essa regra específica, mesmo condenado criminalmente e
com sentença transitada em julgado, o parlamentar não perde o mandato. A
perda do mandato ocorre em caso de decisão do Plenário, com maioria absoluta
e voto aberto.
Em 2012, com o julgamento da Ação Penal 470 (“Mensalão”), o Supremo
mudou a sua jurisprudência ao entender que, no caso do inciso VI – condenação
penal transitada em julgado – (art. 55, CF), que seria uma decisão do Plenário
da respectiva Casa (com maioria absoluta e voto aberto), esse dispositivo seria
uma redundância. Se o parlamentar já foi condenado criminalmente (inciso IV),
a perda de mandato deveria ser por mera declaração da Mesa, a partir da deci-
são que condenasse o parlamentar. Uma mudança radical na jurisprudência do
Supremo.
Em 2013 houve nova mudança relacionada ao inciso VI – condenação penal
transitada em julgado – (art. 55, CF), com a Ação Penal 565, que desconsiderou
a jurisprudência da Ação Penal 470 e voltou à interpretação antiga do referido
inciso.
No Mandado de Segurança 32326, também de 2013, uma decisão (liminar)
monocrática suspendeu (em caráter de exceção) a decisão da Câmara dos
Deputados, que havia votado pela manutenção do mandato de deputado conde-
nado criminalmente a 13 anos de prisão em regime fechado, pois o parlamentar
em questão não poderia trabalhar por estar preso.

Evolução jurisprudencial do art. 55, VI, CF

1) O art. 55, VI prevalece em relação ao art. 15, III + art. 55, IV

2) Ação Penal 470 “Mensalão” (17/12/2012): art. 15, III + art. 55, IV prevalece
em relação ao art. 55, VI
3) Ação Penal 565 (8/8/2013): art. 55, VI prevalece em relação ao art. 15, III
+ art. 55, IV
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4) Mandado de Segurança 32326 (2/9/2013): art. 55, VI prevalece em relação

art. 15, III + art. 55, IV (Salvo: se o tempo em regime fechado superar o restante
do mandato).

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a
aula preparada e ministrada pelo professor Emerson Douglas.
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