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1 INTRODUÇÃO
1
Pedagoga, aluna do Programa de Pós-graduação em Educação (Mestrado/UEM) e tutora da educação a
distância - NEAD/UEM.
2
Pedagogo/Historiador, aluno do Programa de Pós-graduação em Educação (Mestrado/UEM) e tutor da
educação a distância - NEAD/UEM.
2 CONTEXTO HISTÓRICO
Em 1551 foi dado o primeiro passo em direção ao documento que guiaria a ação
administrativa e educativa dentro dos colégios jesuíticos, quando Jerônimo Nadal
sistematizou o plano de estudos a partir de sua experiência no Colégio Romano. Para Saviani
(2008, p. 50), “está ai aquilo que se poderia considerar o primeiro esboço do Ratio Studiorum
que foi enviado de Roma para as instituições que iam sendo fundadas nos diversos países
visando a uniformizar a organização e o funcionamento dos colégios”.
Ao nos referirmos ao Ratio Studiorum, é importante mencionarmos a IV parte das
Constituições da Companhia de Jesus, em vigor desde 1552. Nessa parte já estão traçadas as
linhas mestras da organização didática, bem como o espírito das atividades pedagógicas da
Ordem. Porém, para Loyola, a IV parte da Constituição não seria suficiente para nortear a
ação jesuítica nos colégios pelo fato de conter regras mais gerais, o que tornava necessário
um plano de estudos com regras especificas. Seria o Ratio Studiorum que, na intenção do
fundador, complementaria as Constituições.
Em 1586 resultou a primeira versão do Plano da Companhia de Jesus que foi enviada
para todas as províncias. Em 1591, após críticas e sugestões de melhorias, a segunda versão é
posta em prática em caráter experimental por três anos, resultando na aprovação e publicação
de sua última versão em janeiro de 1599, quando uma circular comunicou a todas as
províncias a edição definitiva do Ratio atque Institutio Studiorum Societatis Iesu que,
REGRAS 467
B) Regras do reitor 24
O) Regras do bedel 7
Q) Regras das academias distribuídas em: a) Regras gerais (12); b) Regras do prefeito 47
(5); c) Regras da academia de Teologia e Filosofia (11); d) Regras do prefeito da
Academia dos Teólogos e Filósofos (4); e) Regras da Academia de Retórica e
Humanidades (7); f) Regras da Academia dos Gramáticos (8);
- Teologia Escolástica. 4 anos; dois professores, cada qual com 4 horas por semana.
- Teologia Moral. 2 anos; dois professores com aulas diárias ou um professor com duas
horas por dia.
- Sagrada Escritura. 2 anos com aulas diárias.
- Hebreu. 1 ano, com duas horas por semana.
A revisão de 1832 ao currículo teológico acrescentou como disciplinas autônomas, o
Direito Canônico e a História Eclesiástica.
Conforme comenta Franca:
No que diz respeito à hora/aula, o Ratio supõe 5 horas por dia de estudos, sendo duas
e meia pela manhã e as demais no período da tarde. O tempo era minuciosamente distribuído
entre o grego e o latim, a prosa e a poesia e os diversos exercícios escolares. A ordem dos
estudos poderia ser alterada de acordo com os costumes locais.
Devemos também considerar em nosso estudo a metodologia adotada pelos jesuítas,
que é a parte mais desenvolvida no Ratio. A fim de obter sucesso no ensino, os padres
dispunham de uma série de estímulos pedagógicos, tais como a preleção, a lição de cor, o
estimulo à competição, enfim, uma série de iniciativas para motivar os alunos. Esse assunto
será abordado na sequência deste texto.
Os castigos físicos eram aplicados em casos mais graves, quando as boas palavras e
exortações não fossem suficientes. Como afirma Rodrigues (1917, p.31) não sendo
“sufficiente a reprehensão de palavras; torna-se necessario o castigo corporal”. Caso tal
medida fosse necessária, era chamado um corretor3 para aplicar a palmatória, cujos golpes não
poderiam passar de seis, nunca no rosto ou na cabeça, assim como, em lugar solitário, mas
sempre na presença de pelo menos duas testemunhas. Franca (1952) aponta que não se tinha
em vista ferir ou humilhar o aluno, mas lhe causar uma pequena dor física que na primeira
idade era um meio eficiente de disciplinar.
Ficando os castigos físicos sempre como último recurso, uma vez que a regra era
recorrer aos sentimentos mais nobres da honra e da dignidade, a emulação pode ser entendida
como uma das forças psicológicas mais eficientes. O espírito de competição era um excelente
estimulador para os jovens, contudo, é importante ressaltar que trata-se de uma competição
saudável, as quais aconteciam por meio de torneios escolares, sessões literárias, entre outras.
Nas palavras de Rodrigues:
O teatro era outro incentivo muito utilizado pelos jesuítas, meio pelo qual todas as
faculdades e aptidões dos discípulos eram desenvolvidas. Conforme Rodrigues (1917, p.82)
3
Corretor - homem sério e moderado, de fora da Companhia, que punia de acordo com as instruções recebidas
do Prefeito de Estudos.
4 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
FRANCA, Leonel. O método pedagógico dos jesuítas. Rio de Janeiro: Agir, 1952.
LEITE, Serafim. História da Companhia de Jesus no Brasil. Lisboa: Portugália; Rio de
Janeiro: Civilização Brasileira, 1938-1950.
OLIVEIRA, P. Miguel de. História eclesiástica de Portugal. 3. ed. Lisboa: União Gráfica,
1958.
SAVIANI, Dermeval. História das idéias pedagógicas no Brasil. 2. ed. Campinas, SP:
Autores Associados, 2008.