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E o programa

‘Crack, é possível
vencer’? Os
objetivos foram
alcançados?
por JULIANA DAL PIVA,
LEANDRO RESENDE
02.06.2017 | 7H06 | SAÚDE

Em dezembro de 2011, a presidente


Dilma Rousseff lançou o programa
“Crack, é possível vencer” com o intuito de
auxiliar estados e municípios a
combater o avanço da droga pelo
Brasil. Nos documentos que ilustraram o
anúncio foram fixadas diversas
metas, divididas em três áreas de
atuação: “cuidado” (para ampliar a
capacidade de atendimento de saúde
aos dependentes), “prevenção” ( uma
rede de proteção contra o uso de
drogas) e “autoridade” ( inteligência
e policiamento contra o tráfico de
entorpecentes). A Lupavoltou a esses
documentos para saber o que saiu do
papel.

“[O programa] ‘Crack, é possível


vencer’ investirá R$ 4 bilhões até
2014”

Estudo feito pela Confederação Nacional dos

Municípios mostra que só R$ 1,9 bilhão foi efetivamente

gasto com o programa. Isso equivale a 47,5% do que havia

sido prometido pelo governo federal, na gestão Dilma

Rousseff. Os dados mostram que o Ministério da Saúde foi

o maior executor do programa, tendo executado R$ 1,5

bilhão nas ações do Crack, é possível vencer. O estudo ainda

revela que, dos 121 municípios que aderiram ao programa,

21 não tiveram a ajuda prometida. Não receberam verbas. A

maioria dessas cidades estão no Ceará e no Pará.


“Até 2014, serão criados 2.460
leitos e qualificados cerca de 1.140
leitos já existentes para
atendimentos e internações de
curta duração durante crises de
abstinência [de crack]”

O balanço oficial disponível no site do programa Crack, é

possível vencer mostra que foram criados apenas 800

leitos de saúde mental em hospitais gerais. O número

representa 32,5% do que havia sido anunciado. Na mesma

página não há informações sobre leitos requalificados. Os

que existem dão suporte hospitalar de curta duração em

situações de urgência ou emergência decorrentes do

consumo ou abstinência de álcool, crack e outras drogas,

além de doenças associadas à dependência.

“Serão criados [até 2014] 308


consultórios na rua que farão
atendimento volante nos locais em
que há maior incidência de
consumo de crack e outras drogas”

Segundo o site da iniciativa, mantido pela Secretaria

Nacional de Segurança Pública (Senasp), foram criados

apenas 129 consultórios desse tipo – 41,8% do que havia

sido prometido. Essas unidades são compostas por equipes

de saúde móveis que prestam atenção integral à saúde da

população em situação de rua e que trabalham junto aos

dependentes com a estratégia de redução de danos.

“Até2014, serão 175 unidades


(Centros de Atenção Psicossocial
para Álcool e Drogas – Caps Ad)
em todo o país”
O site oficial do programa informa que foram criados 59

Caps Ad em todo o Brasil. Esses locais oferecem

atendimento e também realizam acompanhamento clínico

dos usuários em seus momentos de crise. Em alguns casos,

oferecerem acolhimento noturno por um período curto de

dias. Além disso, buscam auxiliar a reinserção social dos

usuários na sociedade, tentando fortalecer laços familiares e

comunitários, acesso ao trabalho, lazer e exercício dos

direitos civis.

“Até 2014, serão criadas 408


unidades (de acolhimento) para o
público adulto e 166 pontos
exclusivos para o público de 10 a
18 anos de idade”

Os dados oficiais mostram que foram criadas 34

unidades para o atendimento de adultos e 26

unidadesvoltadas
unidadesvoltadas para o acolhimento infanto-juvenil. O

serviço para os adultos oferece acolhimento transitório às


pessoas de ambos os sexos. São casas pensadas para acolher

até 15 adultos por, no máximo, seis meses. No segundo

caso, as instituições também oferecem acolhimento

transitório para crianças e adolescentes de ambos os sexos,

com idades entre 10 e 18 anos.

“O contingente das polícias Federal


e Rodoviária Federal será
reforçado com a contratação de
mais de dois mil novos policiais [até
2014]”

Os boletins Estatísticos de Pessoal e Informações

Organizacionais feitos pelo Ministério do Planejamento

entre dezembro de 2011 e dezembro de 2016 mostram que

houve crescimento no número de agentes da Polícia Federal

e da Polícia Rodoviária Federal. Em 2011


2011,, a PF tinha 3.298

agentes. Em 2014
2014,, 6.112. A Polícia Rodoviária Federal foi

de 9.169 agentes em 2011 para 10.178 em 2014. A soma


dos novos policiais ultrapassa o total prometido na época do

lançamento do Crack, é possível vencer.

“O Executivo enviou ao Congresso


um projeto de lei que institui o
Sistema Nacional de Informações
de Segurança Pública, Prisionais e
sobre Drogas (Sinesp)”

Em julho de 2012,
2012, a então presidente Dilma Rousseff

sancionou a lei que criou o Sinesp, sistema que coletaria

dados e ajudaria na elaboração de políticas públicas ligadas

ao combate do crack. Mas o portal do Sinesp não é

atualizado desde 12 de maio de 2015.


2015. Os últimos dados

disponibilizados na plataforma datam de 2014.

Procurado, o Ministério da Justiça


disse que o programa está ativo e que
o portal do Sinesp está passando por
uma atualização. Veja aqui a nota

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