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2) Crimes em espécie (art. 302/312), que trata dos delitos e das penas.
1. Disposições gerais
• Caso ocorra algum dos três incisos do parágrafo anterior, deverá ser instaurado
IP e, posteriormente, a competente ação penal pública incondicionada, e o
acusado não terá direito aos benefícios anteriormente citados.
O que então esse novo §4º do art. 291 do CTB exige? Que esses fatores sejam
considerados pelo juiz na fixação da pena-base, com especial atenção à
culpabilidade do agente e às circunstâncias e consequências do crime.
1.2. Suspensão e Proibição da Habilitação ou Permissão para Dirigir Veículo
(Arts. 292/293):
• Habilitação: é a obtenção da CNH após término desse período, desde que não
tenha cometido nenhuma infração grave ou gravíssima, nem seja reincidente em
infração média.
• Proibição: aplica-se a quem ainda não obteve uma ou outra Art. 292. A
suspensão ou a proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir
veículo automotor pode ser imposta como penalidade principal, isolada ou
cumulativamente com outras penalidades.
• A lei prevê expressamente essas penalidades nos crimes de: homicídio culposo
e lesões corporais culposas praticados na condução de veículo automotor, direção
em estado de embriaguez, violação de suspensão ou proibição, e participação em
disputa não autorizada (racha), previstos nos artigos 302, 303, 306, 307 e 308,
respectivamente.
• Não há previsão específica nos demais crimes de trânsito (arts. 304, 305, 309,
310, 311 e 312) e essas penas só poderão ser aplicadas em caso de reincidência
em crimes de trânsito, sem prejuízo das demais penalidades, como dispõe o art.
296. Art. 293. A penalidade de suspensão ou de proibição de se obter a permissão
ou a habilitação, para dirigir veículo automotor, tem a duração de dois meses a
cinco anos.
2) Por não ter caráter substitutivo, nada impede seja aplicada cumulativamente
com a pena privativa de liberdade
3) Sua dosagem obedece aos mesmos critérios previstos no art. 68, caput , do CP
§ 1º Transitada em julgado a sentença condenatória, o réu será intimado a
entregar à autoridade judiciária, em quarenta e oito horas, a Permissão
para Dirigir ou a Carteira de Habilitação.
Art. 296. Se o réu for reincidente na prática de crime previsto neste Código,
o juiz aplicará a penalidade de suspensão da permissão ou habilitação para
dirigir veículo automotor, sem prejuízo das demais sanções penais
cabíveis.(Redação dada pela Lei nº 11.705, de 2008)
• Naqueles em que o CTB não prevê essa modalidade de sanção (arts. 304, 305,
309, 310, 311 e 312), o juiz deve aplicá-la, em se tratando de reincidência
específica, sem prejuízo das demais.
• Outro fator a confirmar que a multa não é punitiva, mas sim reparatória: ela
somente pode ser aplicada se o crime resultar em prejuízo material, sendo
inaplicável aos crimes de perigo.
• Esta multa tem eficácia maior que o efeito genérico do art. 91 do CP (obrigação
de reparar o dano), pois não se trata de simples formação de título executivo
condicionado a liquidação: o juiz já fixa um valor, bastando a parte executá-lo.
• Valor base: CP, art. 49, § 1.º, ou seja: “O valor do dia-multa será fixado pelo
juiz não podendo ser inferior a um trigésimo do maior salário mínimo mensal
vigente ao tempo do fato, nem superior a 5 (cinco) vezes esse salário”.
• Portanto, atualmente (2013), o valor da multa reparatória não pode ser superior
a R$ 3.390,00 (5 X R$ 678,00)
• Caso o valor do prejuízo seja superior a esse teto, nada impede que a diferença
restante seja apurada em regular liquidação de sentença civil (v. § 3.º)
• Conforme. art. 50, a multa deve ser pagam 10 dias após o trânsito em julgado.
Se o condenado requerer e conforme as circunstâncias, o juiz poderá autorizar
que ela seja paga em parcelas mensais.
• O § 1.º do art. 50 estabelece que a multa poderá ser cobrada mediante desconto
nos vencimentos do condenado quando ela for aplicada isoladamente, quando
aplicada cumulativamente com pena restritiva de direitos, ou ainda quando for
concedida a suspensão condicional da pena.
• Em outras palavras: tal benefício não se aplica para as penas privativas de
liberdade
• Já o § 2.º do art. 50 dispõe que o desconto não deve incidir sobre os recursos
indispensáveis ao sustento do condenado e de sua família.
• Em que pese a multa compensatória ser destinada para a vítima, o CTN atribui
a ela status de dívida fazendária ao determinar a aplicação do CP, art. 51,
segundo o qual, com o trânsito em julgado da sentença, a multa será considerada
dívida ativa da Fazenda Pública, inclusive no que concerne as causas
interruptivas e suspensivas da prescrição.
Art. 298. São circunstâncias que sempre agravam as penalidades dos crimes
de trânsito ter o condutor do veículo cometido a infração:
I – com dano potencial para duas ou mais pessoas ou com grande risco de
grave dano patrimonial a terceiros;
• Essa agravante não incide sobre os crimes de homicídio e lesão culposa, porque
neles esta circunstância é causa de aumento de pena.
Art. 299. (VETADO) Art. 300. (VETADO)
2. Crimes em Espécie
• Sujeito ativo: somente o condutor envolvido em acidente, desde que não tenha
agido de forma culposa, pois neste caso, sua conduta será causa de aumento de
pena dos crimes de homicídio ou lesão corporal.
• Tipo objetivo: somente ocorre quando o auxílio pode ser prestado sem que o
agente corra risco pessoal; ou quando, não sendo possível socorrer, o agente
deixa de pedir auxílio a autoridade
• Circunstâncias que excluem o crime: impossibilidade prática de prestar socorro
ou de pedir auxílio para a autoridade
• Socorro prestado por terceiro: o condutor somente responderá pelo crime
quando a prestação desse socorro não chegou ao seu conhecimento, por já ter se
evadido do local.
• Morte instantânea: o dispositivo é inaplicável, já que o socorro seria
absolutamente inócuo.
• Vítima com lesões leves: o crime somente será cabível quando, apesar de os
ferimentos serem leves, a vítima necessite de algum socorro.
2.3. Fuga do local do acidente
• Crime contra a Administração da Justiça, que fica prejudicada pela fuga, o que
impede sua identificação e a consequente apuração do ilícito na esfera penal e
civil.
• Sujeitos ativos: o condutor que foge é o autor do crime, e as pessoas que
tenham estimulado ou colaborado diretamente para a fuga respondem como
partícipes.
2.4. Embriaguez ao volante
Art. 309. Dirigir veículo automotor, em via pública, sem a devida Permissão
para Dirigir ou Habilitação ou, ainda, se cassado o direito de dirigir,
gerando perigo de dano: Penas – detenção, de seis meses a um ano, ou multa.
• Para que exista o crime é preciso que o condutor não tenha Permissão ou CNH,
sendo também exigido que tenha ocorrido perigo de dano.
• A simples conduta de dirigir sem habilitação configura mero ilícito
administrativo (art. 162,I)
• Para o crime do art. 309, a obtenção posterior de CNH não exclui o delito,
• Caso a habilitação esteja vencida, só existe o crime se o vencimento ocorreu há
mais de trinta dias
• Se a permissão ou Habilitação estão suspensas, ocorre o delito do art. 307
• Existe o crime se o condutor for habilitado para dirigir veículo de uma categoria
e for pego dirigindo veículo de outra.
• Configura este crime, em concurso material com o art. 304 do CP, o uso de
CNH ou Permissão falsa.
• Estado de necessidade exclui o crime
• Não configura este crime quem usa ciclomotor com motor a combustão de até
50cc, pois o artigo 141 não exige habilitação, somente autorização para uso.
• Comete o crime quem pratica a fraude para evitar a sua punição ou a de terceiro
causador do evento.