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Exmo.

Senhor Doutor Juiz de Direito do Juizado Especial Cível da


Comarca de Curitiba - Pr.

GARANTE SERVIÇOS DE APOIO S.C. LTDA., pessoa jurídica de


direito privado, situada na Rua Riachuelo, 31, 3º andar, nesta Capital,
neste ato representado pela sua procuradora judicial, infra-assinada,
notificada da RECLAMAÇÃO n.º 2001.0000906-7, feita pôr MYRNA
FONTOURA FREITAS, vem muito respeitosamente perante V.Sa.,
apresentar a sua DEFESA, pelas seguintes razões de fato e de direito:

DOS FATOS.
Efetivamente a reclamante efetuou o pagamento de taxas de condomínio em atraso, e
obviamente pagou os acréscimos legais, ou seja, atualização monetária (INPC), juros
de mora e honorários advocáticios.

A cobrança de correção monetária, juros de mora e honorários advocatícios é


perfeitamente legal, pois, é prevista no Regimento Interno artigo 11, e na Lei do
Condomínio - Lei 4.591/64.

Ocorre que a autora pagou suas taxas de condomínio em atraso. O não pagamento
das taxas de condomínio na data fixada acarreta na cobrança de multa de 20%, juros,
correção monetária e honorários advocáticios, calculado sobre o valor total do débito.

Dever de pontualidade, das despesas, na forma usual (via banco, resgate no escritório
do síndico ou administrador etc...) constitui dever moral de solidariedade, lealdade e
honradez de cada um dos condôminos para com os demais, visto como tem por fim o
custeio da manutenção do edifício, que é a morada de todos eles. No conceito de
pontualidade integra-se o dever de pagar no dia e local de praxe, de sorte que não
fica a critério do devedor pagar sob forma diferente, como por exemplo, mediante
depósito bancário, quando o local estabelecido é o escritório do sindico, ou outro
designado por ele. O pagamento só se considera juridicamente eficaz para elidir a
mora se feito de forma habitual. E o atraso importa em autêntico parasitismo, visto
que para pagar despesas inadiáveis tem o síndico de fazer rateio extra junto aos
demais condôminos pontuais, assim forçados a suprir o caixa condominial e a se
tornarem financiadores compulsórios dos faltosos.

Não discutindo o fato da reclamante pagar as taxas de condomínio em atraso,


cumpre-nos esclarecer acerca da possibilidade da cobrança de honorários
advocáticios mesmo não havendo ajuizamento de ação judicial, isto porque, é sabido
que o trabalho do advogado não reside apenas no ajuizamento de ações judiciais,
abrangendo também outras atividades tais como: consultoria, analises de contratos e
mesmo cobranças extrajudiciais pelo que é completamente admissível a cobrança de
seus honorários.

Este é também, o entendimento da Ordem do Advogados do Brasil -


OAB, e de nossos Tribunais, senão vejamos:

“Não configura infração disciplinar a conduta do advogado que, ao


obter o pagamento de divida em favor de seu cliente por via de
composição extrajudicial, acrescenta ao valor corrigido da obrigação
o percentual de 10% (dez por cento), referente a honorários
profissionais, desde que não cobre, simultaneamente, de seu cliente
pelo serviço prestado, salvo convenção contratual expressa”. Decisão
do Tribunal de Ética E Disciplina da OAB/Pr., Acórdão n.º 94/97,
TED 169/97, J. 07/04/97, Relator: Antonio Acir Breda.

“HONORÁRIOS COBIMENTO. ATIVIDADE EXTRAJUDICIAL. Honorários


advocáticios. São devidos mesmo quando a atividade do advogado se limita ao
procuratório extrajudicial não conduz, ao resultado patrimonial desejado pelo
cliente”. (TACRJ. Ementário: 36/83, n.º ementa: 21.487, Apelação Cível n.º 85222
- Reg. 1562, 6ª Câm., unânime, Juiz Marden Gomes.

Os valores cobrados pela Garante, são somente aqueles permitidos pela Lei 4.591/64,
juros de mora de 1% ao mês, correção monetária pelo INPC, honorários advocáticios
de acordo com o capitulo IX, item II da tabela dos honorários da Ordem dos
Advogados do Brasil - Seccional do Paraná, aprovada em 05.08.91, vigente até a
presente data.

Hoje é pacífico o entendimento dos nossos Tribunais, sendo inclusive objeto da


Súmula 616, do STF, no sentido de "É permitida a cumulação da multa contratual
com os honorários de advogado após o advento do CPC". Consequentemente, neste
ponto, pelo menos, deve ser entendida como revogada a primeira parte do artigo 20 e
parágrafos, da Li 5.869, d 11.01.73.

Dispõe o artigo 71, da Lei 4215/63:

" a advocacia compreende, além da representação em qualquer juízo ou


tribunal,... o procuratório extrajudicial,..."

E o artigo 96, da mesma Lei 4215/63 complementa que:

"A prestação de serviço profissional assegura aos inscritos na Ordem o direito


aos honorários contratados..."

É indiscutível o direito dos Advogados ao recebimento de honorários pela prestação


de serviços profissionais, mesmo que no exercício do procuratório extrajudicial.
Finalmente, não pode deixar de ser observada a contradição ética que decorria da
oneração do credor pela impontualidade do devedor.
Eqüivaleria a indução da impontualidade a inversão dos valores éticos.

Nem se confunda a defesa do consumidor, que se refere aquele lesado de boa-fé, com
o apenamento do credor, igualmente de boa-fé lesado pelo devedor impontual.

Ainda, com intenção de elucidar definitivamente a legitimidade dos acréscimos legais


cobrados (correção monetária, juros de mora) e inclusive honorários advocatícios.

A Reclamante esta agindo de má-fé quando quer ser ressarcida de valores pagos a
mais de um ano, ou seja, prova com isso que a mesma sempre pagou suas taxas de
condomínio em atraso.

Descabe totalmente a pretensão da requerente, visto que os documentos juntados


pela própria reclamante provam a sua conduta de devedora, a qual sempre efetuou os
pagamentos com muitos meses de atraso, e agora tenta se ressarcir de acréscimos
legais pelo pagamento em atraso, como se não fosse ela quem deu causa. É evidente
que pessoas que efetuam pagamento com atraso sejam onerados com multa, juros e
honorários advocatícios, mesmo em cobrança extrajudicial, pois é absurdo
imaginarmos aquele que paga em atraso pleitear a devolução de todos os encargos se
utilizando assim do poder Judiciário para enriquecimento ilícito.

DO PEDIDO.

POSTO ISTO, requer a V. Exa., tendo em vista os argumentos e


fundamentos legais mencionados, que se digne a julgar improcedente o
pedido, e determine o arquivamento da presente reclamação.

N. Termos
P. Deferimento.
Curitiba 23 de agosto de 2001.
Manoel Alexandre S. Ribas
Advogado.

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