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WILTON SANTANA
A IGREJA PERSEGUIDA
NOVA IGUAÇU
2013
WILTON SANTANA
A IGREJA PERSEGUIDA
NOVA IGUAÇU
2013
AGRADECIMENTOS
A Deus, Criador dos Céus e da Terra, razão do meu viver, por dar-me o
maior presente, o livre arbítrio, a liberdade de escolher amá-lo ou
não...
Aos Meus pais, meus amigos e irmãos amigos de turma pelos anos em que
tivemos juntos debatendo e discutindo (no melhor sentido da palavra) os assuntos
teológicos e pala amizade que construirmos.
Aos Professores da FAIT em Nova Iguaçu, os quais, em todos os momentos,
se mostraram dispostos nos ensinos, o apoio de vocês foi fundamental para que eu
chegasse até aqui.
A Reitoria da FAIT na pessoa do Pr. Denílson Lima e a todos os seus
funcionários, aos amigos Eliseu Dutra, Marcelo de Paula, Eduardo e Robson França
pela forte amizade e parceira nos assuntos teológicos cuja luta e força de vontade,
muito me inspirou.
Ao meu querido Pastor Jonas Santos e sua família pela hospitalidade que nos
recebeu em “sua” igreja dando, apoio no momento de luta e tribulação, sem vocês,
eu não estaria aqui hoje.
Aos amigos da Igreja Assembléia de Deus Boas Novas, que com suas
orações e palavras de encorajamento, fizeram com que a caminhada fosse menos
árdua.
Aos meus ex-alunos da EBD, com quem muito aprendi e pela tolerância, foi
especial ter convivido com vocês.
“Frequentemente os homens têm agido como
se tivéssemos de escolher entre reforma e
reavivamento. Alguns clamam por reforma,
outros por reavivamento, e ambos se olham
com suspeita. Mas reforma e reavivamento
não são contraditórios; de fato, ambas as
palavras estão relacionadas com o conceito de
restauração. Reforma fala de restauração a
uma doutrina pura; reavivamento clama pela
restauração na vida cristã. Reforma fala de um
retorno aos ensinamentos das Escrituras;
reavivamento diz sobre uma vida plena em um
relacionamento apropriado com o Espírito
Santo. Os grandes momentos na história da
igreja têm surgido quando estas duas
restaurações ocorrem simultaneamente.
Posamos ser aqueles que conhecem esta
realidade de reforma e reavivamento a fim de
que este pobre mundo em que vivemos possa
ter uma amostra de uma porção da igreja de
volta a uma doutrina pura e a uma vida plena
do Espírito.”
Verifica-se que para ser feita uma justa apreciação das conquistas da Igreja ao
longo dos séculos deve-se levar em conta que elas foram alcançadas em meio à
mais feroz perseguição. Essas grandes perseguições tiveram como resultado moldar
em grande parte o caráter moral da Igreja. Só pessoas fiéis e zelosas professariam a
fé em Cristo quando tal ato constituía hostilidade ao governo.
Nesses três primeiros séculos a atitude de pessoas que se dispôs a sofrer e
morrer para não negar a fé em Deus muito impressiona. Os mártires deixaram nos
registros da História exemplos. Diz-se que “nenhuma causa vai adiante sem os seus
mártires, sem aqueles que acreditam nela a ponto de dar a vida pelo que crêem”
(desconhecido). A fé comporta sempre certa violência. Jesus ensina que se chega à
vida plena através da morte carnal. Ele chegou à glória através da paixão.
Sabe-se que a Igreja foi no passado, é agora e até a volta de Cristo será
perseguida na Terra. Vivem-se hoje em muitos países verdadeiras perseguições aos
que pregam a Palavra da Verdade. Muitos mártires ainda morrem no anonimato.
Isso não é fato desconhecido para os cristãos. Desde quando Cristo foi colocado
numa cruz, teve início a história dos mártires cristãos, Ele disse: "Se perseguiram-
me, perseguirão também a vós".João 15:20.
É uma nota característica e perene da Igreja de Cristo: ela é Igreja de Mártires.
Cristo que sofreu através dos seus discípulos mártires, pois na Paixão pelo
Evangelho está presente o próprio Cristo. Por isso os sofrimentos apostólicos, como
perseguição, prisão, pobreza e fome, foram também sofrimentos de Cristo. Paulo diz
isto em 2 Cor.4:10 “Levando sempre no corpo o morrer de Jesus para que também
a sua vida se manifeste em nosso corpo. “
Paulo fala sobre a mensagem da cruz “Certamente a palavra da cruz é loucura
para os que se perdem,mas para nós,que somos salvos,poder de Deus.” Nos dias
atuais, a “palavra da cruz” parece continuar sendo “loucura” (1Cor.1:18) para alguns
cristãos. Mas certamente a cruz, continuará carregando em seu significado o
mistério e o segredo da vida. “Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e
tome a sua cruz e siga-me. Porque qualquer que quiser salvar a sua vida perdê-la-á,
mas qualquer que perder a sua vida por amor de mim e do evangelho, esse a
achará.” (Mc. 8:34,35).
ABSTRACT
A IGREJA PERSEGUIDA
1.2. Os judeus......................................................................................................6
1.3. Os gregos...........................................................................................................6
Objetivos
Justificativa
Bibliografia Básica:
Bíblia Sagrada
História da Igreja - Dos Primórdios à atualidade - Autor Raimundo
Ferreira de Oliveira
Cristianismo Através dos Séculos - Uma História da Igreja Cristã. Autor
Earle E. Cairns
História da Igreja Cristã – Autor Jessé Lyman Hurlbut
História da Igreja Cristã – Robert Hastings Nichols
A Era dos Mártires - Justo L. Gonzáles
Introdução
Os Judeus
Os Gregos
Outros fatores
O Cristianismo foi favorecido pela região e pelo tempo em que surgiu. Originou-
se no mundo Mediterrâneo – o maior e mais completo centro de civilização de então.
Herdeiro que era da longa história judaica e tendo o seu início nos anos de maior
vigor do Império Romano, o Cristianismo gozava de todos os benefícios que o
Império oferecia aos seus cidadãos.
A velha religião dos deuses e deusas da Grécia e de Roma, tinha perdido parte
da sua vitalidade e influência, entretanto não se pode afirmar que esta época se
caracterizava pela irreligiosidade. Augusto, Imperador quando Cristo nasceu
estabeleceu a religião no Estado. Conforme o seu desenvolvimento posterior veio
ela a se constituir em veneração de imagens e estátuas dos imperadores que então
reinavam e dos que os antecederam, como símbolos do poder de Roma. Tomaram
vitalidade consideráveis certos cultos primitivos e a adoração de divindades
associadas a certas localidades, ocupações ou profissões, aspectos da vida, etc. Os
antigos mistérios helênicos exerciam grande atração nas massas. Em resumo a
situação religiosa de Roma eram misturas de religiões que embora se assemelhasse
ao Cristianismo, tinham práticas que muito as distanciavam do propósito de Cristo.
Habitualmente, o estado moral do mundo civilizado durante os primeiros
tempos do Cristianismo tem sido pintado com as mais negras cores, como se não
existissem qualquer coisa boa digna de menção. Os fatos não justificam, de todo,
esse julgamento. As classes mais altas, sem dúvida estavam tremendamente
corrompidas. Entre as classes média e baixa, todavia, muitos homens e mulheres
levavam uma vida virtuosa, com alguns gestos de nobreza e bondade. Quando,
porém, reuniram-se os elementos favoráveis e desfavoráveis o resultado passa a ser
outro. A época era decadente. Os homens tinham seus espíritos perturbados e
insatisfeitos. As religiões e filosofias então existentes exerciam pouca influência
sobre a vida. Como resultado o nível moral era baixo. Nada existia que pudesse
melhorar a situação. Havia um sentimento de cansaço e de vácuo entre muitos, até
nos considerados mais inteligentes.
O primeiro período de expansão do Cristianismo coincidiu com a transformação
política, social e religiosa do mundo que ficava às margens do Mar Mediterrâneo.
Libertos das antigas ancoragens, os homens buscavam segurança em meio a uma
agitação religiosa que despertava nos seus espíritos. Com o decorrer dos séculos, e
a decadência das antigas civilizações, e até do Império Romano, os homens se
esforçaram por alcançar salvação nos diferentes meios.
Foi a um mundo corrompido, sem esperança e muito decadente que os
primeiros missionários cristãos trouxeram suas boas novas da Salvação.
8
Jesus funda a Igreja
Nesse meio descrito que Cristo nasceu e iniciou seu Ministério. Jesus teve
“compaixão das multidões” e lutou por alcançar, com o Seu ministério, o maior
número possível de pessoas. Mas evidentemente sentiu que poderia fazer muito
mais a favor do mundo, tendo ao Seu lado alguns homens escolhidos e logo no
início de seu Ministério, Jesus convidou alguns para serem Seus companheiros e
participantes da Sua missão. A esses escolhidos ministrou ,ensinou, preparou e
permitiu que percebessem a importância da Sua vinda na Terra, mostrando a eles
uma vida irrepreensível. Chamando os homens ao arrependimento, inculcando neles
a fé em Deus e Nele próprio, tendo compaixão pelos necessitados. Não temeu
apresentar-se como Filho de Deus e como cumprimento da promessa. Treinou,
enquanto pregava cada um dos discípulos e provou que viera estabelecer o Reino
de Deus nos corações dos homens. Ele deixou clara a necessidade de haver uma
sociedade constituída por Seus seguidores a fim de oferecer ao mundo o Evangelho
e ministrar, em Seu espírito os ensinos que lhes dera. O objetivo era propagar o
Reino de Deus. Ele não modelou qualquer organização ou plano de governo para
essa sociedade. Não criou código de regras ou ordens e formas de culto. Apenas
instituiu ritos religiosos simples: batismo com água para simbolizar a purificação
espiritual e a Ceia do Senhor, na qual utilizou elementos comuns de alimentos, como
comemoração ou lembrança dele próprio, especialmente da Sua morte para a
redenção dos homens. Consequentemente, em nada do que Jesus fez pode-se
descobrir a organização da Igreja. Ele fez mais do que dar organização: deu vida à
Igreja. Ele fundou a Igreja, ou melhor, Ele mesmo a criou.
Jesus comunicou ao grupo de seguidores até onde era possível, Sua própria
vida, Seu espírito e propósito. Prometeu dar, através dos séculos vitalidade a esta
sociedade, Sua Igreja. Dizia Ele que viera buscar os perdidos e achar os
desgarrados da casa do Pai.Aceitando a origem divina e a veracidade dos
ensinamentos do Antigo Testamento,Ele edificou sobre o fundamento dos profetas.
Ainda que não condenasse abertamente a lei cerimonial ,proclamou com veemência
os princípios que haveriam de anula-la.Pela sua vocação e ministério proféticos
,predisse a Sua morte,ressurreição,ascensão e vitória quando da Sua segunda vinda
em glória com o propósito de julgar os vivos e os mortos.
Face da veemência com que denunciava a hipocrisia e o pecado, sofreu
acirrada perseguição que resultou na sua prisão, julgamento e morte na cruz. Ali na
cruz Jesus experimentou todas as dores possíveis: a dor física, a dor de carregar o
pecado (Ele não tinha pecados), a dor do abandono e a de suportar a ira de
Deus(não contra a pessoa D’Ele, mas a fúria que Deus tinha sobre o pecado).A
Igreja idealizada desde a escolha dos doze, começava ali na cruz, com o sangue do
Mártir maior a plantar a semente da Igreja.
Mais ao terceiro dia após sepultado,seu túmulo que havia sido selado pelas
autoridades e guardado por sentinelas romanas,estava vazio.Durante os quarenta
dias seguintes à Sua ressurreição ,andou com os Seus discípulos,comeu com eles e
lhe deu promessas e mandamentos.Finalmente viram-nO subir da Terra e
desaparecer entre as nuvens no céu;porém,deixou com Seus discípulos uma dupla
promessa:
a)que Ele voltaria outra vez;
b)que o Espírito Santo seria enviado para encher as suas vidas e para
capacita-los a testemunhar da morte e ressurreição do Messias.
A IGREJA APOSTÓLICA
O começo
Para alguns historiadores, a Igreja Cristã teve seu nascimento quando Jesus
chamou Seus primeiros discípulos. Comumente se diz que o início aconteceu no dia
de Pentecostes que se seguiu à ressurreição, pois foi quando teve começo a vida
ativa da Igreja. Após a ascensão de Jesus aos céus, os discípulos, não obstante
terem recebido ordens de anunciar o Evangelho ao mundo, permaneceram quietos,
tranqüilos em Jerusalém. Estava aguardando, segundo a ordem do Mestre, o poder
prometido que viria do alto. Dez dias depois no Pentecostes, o Espírito Santo
prometido veio sobre eles.
Na manhã do Dia de Pentecoste, enquanto os seguidores de Jesus, cento e
vinte ao todo, estavam reunidos, orando, o Espírito Santo veio sobre eles de forma
maravilhosa. Tão real foi aquela manifestação, que foram vistas descer do alto,
como que línguas de fogo as quais pousaram sobre a cabeça de cada um. O efeito
desse acontecimento foi tríplice: a)iluminou as mentes dos discípulos,dando-lhes um
novo conceito do Reino de Deus.b)compreenderam que esse reino não era um
império político mas um reino espiritual ,na pessoa de Jesus ressuscitado ,que
governava de modo invisível a todos aqueles que o aceitavam pela fé.c)Aquela
manifestação revigorou a todos ,repartindo com eles o fervor do Espírito ,e o poder
de expressão que fazia de cada testemunho um motivo de convicção naqueles que
os ouviam.Revestidos de autoridade e poder. Tornaram-se, após, testemunhas vivas
do Mestre, plenos de nobre atividade.
Verifica-se tal mudança no próprio discurso de Pedro no Pentecostes. O que
sucedeu a Pedro naquele dia expressa o espírito de todos os primeiros cristãos,
daquele dia em diante. O sermão de Pedro (At.2:14-36)é o primeiro sermão de um
apóstolo ;nele recorde-se,Pedro apelou aos profetas do Antigo Testamento que
haviam pré-anunciado o Messias sofredor.Ele propôs ,então que Cristo era este
Messias,porque Ele tinha sido levantado dentre os mortos por Deus.Logo ,Ele era
capaz de trazer a salvação para aqueles que o aceitassem pela fé. E desde então a
Igreja Cristã, como uma comunidade destinada a dar o testemunho de Cristo, vem
proclamando o Evangelho, edificando o Reino de Deus na terra. A primeira pregação
do Evangelho, no Pentecostes, foi dirigida unicamente aos judeus. Ainda não tinham
percebido a extensão do propósito divino. Como hebreus, reconheciam que Jesus
era o Messias esperado pelo seu povo. Portanto o consideravam como Salvador
somente ou principalmente dos judeus, apesar de Jesus não lhes terem ensinado
isso.
A leitura dos seis primeiros capítulos de Atos dos Apóstolos dá a entender que
durante esse período Simão Pedro era o dirigente oficial da Igreja. Em todas as
ocasiões era Pedro quem tomava a iniciativa de pregar, operar milagres e de
defender a Igreja que nascia. Ao lado de Pedro, o homem prático encontra-se João,
o homem contemplativo e espiritual, que raramente falava, porém tido em grande
estima pelos crentes.
Nesse período conhecido como “A era apostólica”, lê-se nos relatos de Lucas
descritos no livro de Atos que “prodígios e milagres” eram realizados pelos
apóstolos. De um modo geral a ainda pequena “comunidade de cristãos” não tinha
faltas, procurava cumprir ensinamentos de Jesus e era poderosa na fé e no
testemunho, pura em seu caráter, e abundante no amor. Entretanto, o seu singular
defeito era a falta de zelo missionário. Permaneceu em seu território, quando devia
ter saído para outras terras e outros povos. Foi necessário surgir perseguição
severa, para que se decidisse a ir a outras nações a desempenhar sua missão
mundial.
Muitos antes da violenta perseguição surgir inesperadamente contra os
cristãos, já existia o ostracismo social. Os judeus que aceitavam a Jesus como o
Messias eram excluídos de suas famílias. Como resultado os cristãos dependiam do
apoio uns dos outros. A atitude de compartilhar as casas, os alimentos e os recursos
financeiros e emocionais era uma prática e necessidade da Igreja Primitiva. Porém,
o aumento do número de cristãos acarretou a necessidade de organizar a divisão do
trabalho. Alguns estavam sendo negligenciados. Havia reclamações. A escolha das
pessoas para ajudar na administração era feita com base na integridade, sabedoria
e sensibilidade delas para com Deus. Estevão, além de ser um bom administrador,
foi também um poderoso orador. Quando confrontado no Templo por vários grupos
antagônicos ao Cristianismo, usou uma lógica convincente para refutá-los. Isto está
claro na defesa da fé que ele fez diante do Sinédrio .Estevão apresentou um resumo
da história dos judeus e fez poderosas aplicações das Escrituras ,o que atormentou
seus ouvintes .Durante seu discurso ,ele provavelmente percebeu que estava
redigindo sua sentença de morte.Os membros do Sinédrio não podiam suportar que
suas motivações fossem expostas .Apedrejaram Estevão até a morte enquanto ele
orava pedindo que o Senhor os perdoasse .
A morte de Estevão não foi em vão. Deu início a perseguição e foi o meio pelo
qual a Igreja nascente chegou a uma compreensão mais segura do Evangelho que
Jesus lhe dera a pregar e alcançou uma visão mais ampla da obra que Jesus lhe
propusera. As autoridades religiosas judaicas que tinham tentado embaraçar a
pregação evangélica levantaram-se por causa do desafio audaz e valente que foi o
discurso de Estevão e empreenderam uma campanha selvagem, violenta e
sistemática contra o Cristianismo. Com esse ataque, a comunidade cristã de
Jerusalém que já contava alguns milhares, foi dissolvida. Seus elementos
procuraram segurança, espalhando-se por toda a Palestina. Não obstante fugirem
para salvarem a vida e por causa da sua fé, levava o Evangelho aonde quer que
fossem. Alguns deles foram até a grande cidade de Antioquia, na Síria. Ali, os
seguidores de Cristo foram, pela primeira vez chamados “cristãos”, nome que,
verificou-se, lhes foi dado por zombaria. Nesta cidade, vivendo no meio de uma
população grega, esses exilados tornaram Jesus conhecido tanto de gregos como
de judeus.
O amor de Cristo ardia no coração daqueles homens e os constrangia a
mostrarem esse amor para com seus condiscípulos, a viver em unidade de espírito,
em gozo e comunhão, e, especialmente a demonstrar interesse e abnegação pelos
membros da Igreja que necessitavam de socorros materiais.
11
De perseguidor a perseguido
A vida da Igreja
14
Primeiras perseguições
Judaísmo x Cristianismo
Martírio
Mártires do I século
Quando da perseguição movida por Nero, Paulo foi preso e levado a Roma,
onde recebera o martírio. Pelo fato de possuir cidadania romana, este apóstolo não
poderia ser crucificado (algo por demais humilhante para o cidadão romano) e por
isso deram-lhe como sentença a decapitação (morte instantânea). A tradição
conservou de forma reverente o lugar da execução deste apóstolo, juntamente com
Pedro.Desde a mais alta antiguidade, a Igreja romana celebrou juntos os martírios
de Pedro e de Paulo no dia 29 de junho. Quando acorrentado em um cárcere
romano ,disse:
Não muito depois de haver escrito estas palavras, foi decapitado por ordem
do imperador Nero.
Perseguições imperiais
No ano 305, quando Diocleciano abdicou o trono imperial, a religião cristã era
terminantemente proibida, e aqueles que a professassem eram castigados com
torturas e morte. Logo após a abdicação de Diocleciano, quatro aspirantes à coroa
estavam em guerra. Os dois rivais mais poderosos eram Maxêncio e Constantino.
Constantino afirmou ter visto no céu uma cruz luminosa com os seguintes dizeres:
"Por este sinal vencerás". Constantino ordenou que seus soldados empregassem
para a batalha o símbolo que se conhece como " Labarum ", e que consistia na
superposição de duas letras gregas, X e P.
Em batalha travada sobre a ponte Mílvio, Constantino venceu o exército de
Maxêncio e este morreu afogado caindo nas águas do rio. Após esta vitória
Constantino fez aliança com Licínio e posteriormente com Maximino os outros dois
pretendentes a coroa. Por crer que o Deus dos cristãos foi seu aliado na luta contra
o imperador Maxêncio, após o que viria a se tornar senhor e soberano sobre o
império em 323 a.D, Constantino alcançou o posto supremo de Imperador, e o
Cristianismo foi então favorecido. Os templos das Igrejas foram restaurados e
novamente abertos em toda parte. Em muitos lugares os templos pagãos foram
dedicados ao culto Cristão.
A questão da conversão de Constantino ao Cristianismo é uma tema de
profundo debate entre os historiadores, mas em geral aceita-se que a sua conversão
ocorreu gradualmente. Em todo o Império os templos pagãos eram mantidos pelo
Estado, mas, com a conversão de Constantino, passaram a ser concedido às Igrejas
e ao clero cristão.
A ascensão do Imperador Romano Constantino representou um ponto de
viragem para o Cristianismo. Em 313 ele publica o Édito de Tolerância (ou Édito de
Milão) através do qual o Cristianismo é reconhecido como uma religião do Império e
que concede a liberdade religiosa aos cristãos. A Igreja pode possuir bens e receber
donativos e legados. É também reconhecida a jurisdição dos bispos.
A condição da igreja
Reação da Igreja
Face a essas ameaças, internas e externas, a Igreja respondeu de várias
formas. Os apologistas responderam às acusações. No plano interno, a Igreja
primeiro tratou de definir um Cânon, ou seja, uma lista dos livros considerados
inspirados. Nesse período, havia inúmeros evangelhos, cartas, apocalipses
circulando nas mais diversas igrejas. Alguns eram lidos em certas igrejas e não eram
lidos em outras. Com o desafio de Márcion e também da perseguição sob
Diocleciano, onde uma pessoa encontrada com livros cristãos era passível de morte,
era importante saber se o livro pelo qual o cristão estava passível de morte era
realmente inspirado. Não houve um concílio para definir quais os livros nem quantos
formariam o Novo Testamento. Tal escolha se deu por consenso, tendo alguns livros
sido reconhecidos com mais facilidade que outros.
Definiu também a Igreja regras de fé, sendo a mais antiga o chamado Credo
Apostólico, o qual resumia aqueles pontos de fé que o cristão genuíno deveria
absorver, e era claramente trinitariano
OS PAIS DA IGREJA
Em defesa da fé
Verifica-se que para ser feita uma justa apreciação das conquistas da Igreja ao
longo dos séculos deve-se levar em conta que elas foram alcançadas em meio à
mais feroz perseguição. Essas grandes perseguições tiveram como resultado moldar
em grande parte o caráter moral da Igreja.Só pessoas fiéis e zelosas professariam a
fé em Cristo quando tal ato constituía hostilidade ao governo.
Nesses três primeiros séculos a atitude de pessoas que se dispôs a sofrer e
morrer para não negar a fé em Deus muito impressiona. Os mártires deixaram nos
registros da História exemplos. Diz-se que “nenhuma causa vai adiante sem os seus
mártires, sem aqueles que acreditam nela a ponto de dar a vida pelo que crêem”
(desconhecido). A fé comporta sempre certa violência. Jesus ensina que se chega à
vida plena através da morte carnal. Ele chegou à glória através da paixão.
Sabe-se que a Igreja foi no passado, é agora e até a volta de Cristo será
perseguida na Terra. Vivem-se hoje em muitos países verdadeiras perseguições aos
que pregam a Palavra da Verdade. Muitos mártires ainda morrem no anonimato.
Isso não é fato desconhecido para os cristãos. Desde quando Cristo foi colocado
numa cruz, teve início a história dos mártires cristãos, Ele disse: "Se perseguiram-
me, perseguirão também a vós". João 15:20.
É uma nota característica e perene da Igreja de Cristo: ela é Igreja de Mártires.
Cristo que sofreu através dos seus discípulos mártires, pois na Paixão pelo
Evangelho está presente o próprio Cristo. Por isso os sofrimentos apostólicos, como
perseguição, prisão, pobreza e fome, foram também sofrimentos de Cristo. Paulo diz
isto em 2 Cor.4:10 “Levando sempre no corpo o morrer de Jesus para que também
a sua vida se manifeste em nosso corpo. “
Paulo fala sobre a mensagem da cruz “Certamente a palavra da cruz é
loucura para os que se perdem, mas para nós, que somos salvos, poder de Deus.”
Nos dias atuais, a “palavra da cruz” parece continuar sendo “loucura” (1Cor.1:18)
para alguns cristãos. Mas certamente a cruz, continuará carregando em seu
significado o mistério e o segredo da vida. “Se alguém quer vir após mim, negue-se
a si mesmo, e tome a sua cruz e siga-me. Porque qualquer que quiser salvar a sua
vida perdê-la-á, mas qualquer que perder a sua vida por amor de mim e do
evangelho, esse a achará.” (Mc. 8:34,35).
BIBLIOGRAFIA:
Livros:
BÍBLIA SAGRADA
HISTÓRIA DA IGREJA - DOS PRIMÓRDIOS À ATUALIDADE -
AUTOR RAIMUNDO FERREIRA DE OLIVEIRA
O CRISTIANISMO ATRAVÉS DOS SÉCULOS - UMA HISTÓRIA DA
IGREJA CRISTÃ. AUTOR EARLE E. CAIRNS
HISTÓRIA DA IGREJA CRISTÃ – AUTOR JESSÉ LYMAN HURLBUT
HISTÓRIA DA IGREJA CRISTÃ – ROBERT HASTINGS NICHOLS
A ERA DOS MÁRTIRES - JUSTO L. GONZÁLES
BÍBLIA DE ESTUDO DE APLICAÇÃO PESSOAL – CPAD
A HISTÓRIA DO CRISTIANISMO. ANGLIN, W.; KNIGHT
Site :
http://pt.wikipedia.org/wiki/Queda_do_Imp%C3%A9rio_Romano