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APONTAMENTOS
TEORIAS SOCIAIS CONTEMPORÂNEAS
B – A PLURALIDADE PARADIGMÁTICA
3. Teoria Critica, Marxismo e Neo-Marxismo
4. Teorias da Acção e da Praxis
5. Teoria dos Sistemas
6. Interaccionismo Simbólico
7. Teoria da Escolha Racional “TER”
8. Sociologia do Tempo e do Espaço
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A – EMERGÊNCIA DO PENSAMENTO SOCIOLÓGICO
INTRODUÇÃO
Surgiu no séc. XIX e início do séc. XX como 1 comentário crítico aos principais processos
socioeconómicos e políticos que moldaram o mundo moderno.
Do ponto de vista histórico a Teoria Social Clássica (TSC) pode ser considerada como 1 fase
durante a qual a reflexão sobre a sociedade se automatizou da filosofia social e politica
assegurando 1 pretensão efectiva ao estatuto de disciplina distinta. O seu objecto era a
própria sociedade. No sentido histórico, a TSC ocupa 1 posição intermédia entre a fase
setecentista do desenvolvimento da ciência social e a teoria social contemporânea do pós
guerra.
O pensamento sociológico não é o mm que o pensamento do social. O social reporta-se à
esfera do real enquanto que o sociológico reporta à esfera do conceptual. Com o social
estamos ao nível do homem e da vida, com o sociológico estamos ao nível de “pensar,
perspectivar, questionar discutir, conceptualizar”.
Do ponto de vista epistemológico o social faz parte do objecto enquanto que o sociológico
faz parte da imagem e do sujeito.
A principal realização da TSC foi ter identificado e elaborado a maioria dos grandes temas
que emergem na construção da teoria da sociedade cuja noção se funda de que a
sociedade é algo de essencialmente distinto da natureza.
Um dos contributos principais da TSC foi o desenvolvimento do conceito de estrutura social.
Estrutura: entende-se por aqueles sistemas englobantes de relações sociais que surgem
como forças aparentemente externas, determinante das vidas dos indivíduos.
Sociologia
Nasceu num contexto revolucionário (rev francesa, ver ind, ver cientifica) e, + como
reacção de temor pelas consequências da mudança do que pelo fervor revolucionário.
A Revolução Industrial foi o acontecimento que + contribuiu p/ a especificidade da
sociologia. Produziu transformações em série, desde o êxodo rural, à proletarização das
cidades e ao estabelecimento de grandes burocracias e serviços necessários à sociedade
industrial. Gerou tb marginalidade social, conflito, alteração súbita de normas, movimentos
migratórios, miséria e acumulação de grandes riquezas.
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Comte e Durkheim fundaram uma sociologia da “ordem e do progresso” condicionada pela
sua preocupação com a desordem e a estagnação social.
Karl Max, Émile Durkheim, Max Weber e George Simmel dedicaram s sua vida ao estudo
dos problemas sociais, tornando-se os pais fundadores desta nova disciplina cientifica e
nomotética: a ciência positiva que Comte deu o nome de Sociologia em 1830 no seu Cours
de Philosophie Positive.
Desde o sec XIX, portanto, desde a sua criação, a sociologia foi marcada pela diversidade
de pontos de vista que correspondiam a outros tantos objectivos políticos e sociais.
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O espírito matemático e científico irá estender-se a todas as ciências sem excepção p/ a
sociologia.
A sociologia do séc. XIX vive o espírito do séc., é cientista. Acredita no progresso da espécie
humana através da instauração de 1 governo científico de toda a vida humana e faz da
ciência a nova religião c/ a sua moral particular. É valorativa e acredita que pode conhecer a
verdade 1x q o seu objecto é cognoscível.
A cientização da sociologia pressupõe a experimentação como método de observação
empírica, o único garante da positividade.
Também o estudo dos povos selvagens proporcionado pelas descobertas permite acelerar o
desenvolvimento de ideias relativistas. Estes estudos, baseados na observação e não na
especulação, ajudaram a promover uma autonomização do pensamento do social em
relação à reflexão filosófica.
A Sociologia Alemã
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convencional de desejos e necessidades.
Sociedade industrial – é uma forma revolucionária de, única e não natural de lidar com
desejos e necessidades.
Karl Marx
Desenvolve 1 teoria estrutural determinista, considerando que a estrutura domina a acção
individual. A estrutura é caracterizada por relações de classe associadas a modos de
produção, é a economia (modo de produção) que explica as relações sociais.
Marx desenvolve o materialismo histórico em colaboração com Engels.
São as seguintes as fraquezas da teoria de Marx:
- Não resolveu as relações entre estrutura e acção (agency);
- Sobrevalorizou os aspectos ligados às bases materiais da acção social;
- Explicou deficientemente o problema da manutenção da ordem e coesão;
- Menosprezou a importância da democracia;
- Desprezou os factos de teor normativo.
Embora Marx não tenha sido um sociólogo podemos considerar que as suas teorias contem
uma visão sociológica do mundo.
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- Capital, Capitalismo, alienação, mais-valia, valor-trabalho, salário, processo de produção,
modo de produção, classe social, luta de classes, ditadura do proletariado, ideologia.
Durkheim
Para explicar a estrutura, recorre às relações de solidariedade ou de ligação entre as
pessoas.
Define o social e as regras de observação dos factos sociais. Distingue sociedade de cultura;
Critica o utilitarismo e o liberalismo económico; O seu pensamento evolui p/ evidenciar já
não tanto a coacção que a sociedade exerce s/ os indivíduos, mas os efeitos de assimilação
das normas sociais permitidas pelos processos de socialização;
Embora liberal do ponto de vista político, Durkheim temia, como Comte e os católicos, a
desordem social revolucionária. Por isso dedicou a maior parte dos seus trabalhos ao estudo
da ordem social. Foi um reformista convicto de que a revolução é indesejável pelas
consequências negativas que acarreta.
Considerou que a tarefa principal da sociologia é o estudo dos factos sociais que são por
natureza distintos dos factos individuais. Assim, na sua obra As regras do método
sociológico (1895), explicou a natureza do social e a sua necessária metodologia de análise.
Nela afirma que os factos sociais são externos às consequências individuais e dotados de
poder coercitivo, em virtude do qual se impõem aos indivíduos.
Com Durkheim, tb com Comte, a sociologia adquiriu o seu estatuto científico e tornou-se
uma disciplina autónoma, com teorias e métodos próprios.
Os principais conceitos sociológicos:
- Factos sociais, anomia, divisão do trabalho, lei sociológica, comunidade moral, consciência
colectiva, representações colectivas, ordem social, solidariedade social, suicídio, sagrado e
profano.
Alexis de Tocqueville
Construiu os conceitos de autoridade tradicionalmente dispersa do Antigo Regime e
autoridade centralizada do Estado democrático moderno.
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- Base de apoio centrada nas massas;
- Centralização e racionalização;
Identificou na Ver francesa um fermento para a privacidade individual e para o despotismo
de estado e propôs o reequilíbrio da relação individuo/estado através de 1 conj. De medidas
tendentes a conferir aos indivíduos direitos de cidadania e a separar o poder judicial do
legislativo, de modo a limitar a arbitrariedade do poder executivo.
Deixou-se fascinar pela ideia de modernidade. Acreditava que o homem que se encontrava
num processo de libertação caracterizado por vínculos n/ coercivos e resultantes de acções
de decisões livres;
Compreendeu o perigo da sociedade democrática: o individualismo.
Não deixou de sublinhar os limites de qualquer democracia, pois considerou que impõem
uma tirania da maioria.
Max Weber
Ao contrario dos autores anteriores n/ é 1 estruturalista, mas 1 teórico da acção,
acentuando o ponto de vista do actor e n/ do grupo.
Baseia a sua teoria numa epistemologia algo diferente, colocando o sujeito cognoscente no
centro da relação de conhecimento; Preconiza a interpretação e a construção de sentido por
parte da mente individual. Considera que o sentido dos factos sociais é construído
socialmente incorporando valores e interesses. Postula que não é aceitável a explicação da
sociedade que exclua o sentido das acções relevantes dos actores envolvidos.
A concepção da estrutura liga-se ao conceito de “consequências não intencionais da acção”.
Esta concepção vê as principais instituições humanas como consequência da acção humana
Vê a estrutura como resultado da acção humana, mas interpreta-a como resultado de 1
acção imbuída de sentido e n/ determinado pelas relações de classe próprias.
Enquanto Marx explica o capitalismo moderno pela lógica económica do modo de produção,
Weber explica-o pelos factores morais ligados ao espírito do protestantismo e à
racionalização do mundo ocidental.
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As principais fraquezas da sua teoria:
- As suas teorias da acção só fazem sentido no quadro da aceitação do individualismo liberal
do sec XIX;
- A Teoria Social é construída com base no ideal do sujeito virtuoso;
- Subvaloriza a capacidade da democracia e da cidadania de reduzirem a dominação
burocrática e a racionalização.
Recusa aceitar a ideia de Marx de que as ideias sejam um simples reflexo do mundo
material, e dedica-se a estudar a influência destas nos factos históricos, nomeadamente o
do surgimento do capitalismo. Considerou o mundo das ideias como autónomo em relação à
economia e capaz de a afectar de forma decisiva, especialmente as ideias religiosas, que
associou ao desenvolvimento do racionalismo ocidental e à sua manifestação na esfera
económica - sistema capitalista. Acerca disso escreveu a tese que se tornou central no
pensamento sociológico: “A Ética protestante e o espírito do capitalismo” 1905.
Outro aspecto que o opõe a Marx é a sua teoria de estratificação social. Marx põe a tónica
na existência de classes que se distinguem pelo lugar que os indivíduos ocupam no
processo produtivo, Weber acredita que é dominado pela esfera económica, mas tb por
outras esferas, tais como o prestígio e o poder.
Centra o seu trabalho no estudo do processo de racionalização de que o capitalismo
constituirá 1 parcela. É significativo o esforço que faz p/ estudar a burocracia como
fenómeno de afirmação de racionalização do mundo e ainda o estudo das religiões e o seu
papel neste processo.
Principais conceitos:
- Acção social, racionalização, burocracia, tipo ideal, acção racional, grupo hierocrático,
julgamento de valor.
Augusto Comte
Fundou o positivismo na filosofia e nas ciências sociais, particularmente na sociologia. Foi
quem utilizou pela 1ª vez a designação de Sociologia para referir a análise positivista dos
fenómenos sociais e políticos, que ele julgava estarem sujeitos às leis naturais.
O seu pensamento seguiu 1 orientação tradicionalista e progressista; enquanto Saint-Simon
foi um socialista liberal e progressista. Orientou-se intelectualmente por reacção ao
pensamento iluminista e revolucionário francês; Combateu a desorganização e a anarquia;
fundamenta as suas ideias num sistema conceptual a que chama sociologia e que é
elaborado segundo a crença no positivismo e n/ no catolicismo.
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Acredita que a desordem social se deve à desordem intelectual, e que é fundamental educar
o povo para organizar a sociedade.
Foi defensor do unitarismo metodológico.
INTRODUÇÃO
A Filosofia, na sua especialidade de Filosofia das Ciências, reflectiu acerca da actividade das
ciências e dos cientistas ao longo dos tempos, produzindo 1 teoria filosófica da ciência
metateoria.
Metateoria reflecte acerca da teoria científica, quer do ponto de vista formal ou interno
(relativo à lógica, método e correcção dos raciocínios utilizados), quer do ponto de vista
social ou externo (relativo às condições sociais da produção cientifica, culturas e modus
faciendi sociais, limites estruturais e conjunturais, relações de poder).
Um outro grupo alternativo surgiu recentemente e pode ser considerado como naturalista
crítico ou pós-positivista3 pois apresenta 1 programa realista n/ positivista da ciência.
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O positivismo foi o modelo clássico. Ontologicamente afirmar o realismo significa que está
presente a crença de que a realidade existe independentemente do conhecimento que
temos dela.
O Positivismo pretende explicar os fenómenos sociais através da existência de leis gerais
que regem todos os fenómenos e que permitem explicar as acções ou ocorrências
observáveis. Do ponto vista epistemológico considera 2 esferas: sujeito e objecto as quais
são independentes.
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agem socialmente. O seu programa intelectual pretende conciliar estes dois pólos.
Um dos desenvolvimentos mais marcantes da teoria social recente tem sido o redespertar
da sociologia histórica que tende a dar especial atenção às relações políticas e militares, em
particular as verificadas entre Estados-nação.
Filosofia da ciência
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externos aos processos intelectuais em si, que podem condicionar e configurar a
produção e os resultados das investigações. Incide nas condições sociais e históricas. É
relativa ao poder, à política, à economia, à cultura, à ideologia, etc. A verdade é
constituída socialmente e é relativa no tempo e no espaço.
E as ciências sociais?
Circulo de Viena
Surge em 1923 liderado por Moritz Schlink. Foi constituído por um grupo de
filósofos/cientistas seguidores do empirismo anti-metafisico iniciado por Ernst Mach na
Universidade de Viena em 1895.
Criaram 1 paradigma científico herdeiro do positivismo, designado por “positivismo lógico”
que pretende ser o responsável pela criação de 1 concepção cientifica do mundo (q incluía a
rejeição de toda a metafísica tradicional e aplicava os seus princípios à teoria do
conhecimento, atacando radicalmente as concepções kantianas e os conceitos de verdade
subjectiva. Propunha o estabelecimento de 1 ciência unificada, realista e empirista), e
apresenta-se como 1 movimento cientifico e educativo c/ a finalidade de fazer 1 síntese do
empirismo e do positivismo comtiano;
Ambicionava a transformação social através do esclarecimento nessa concepção;
Afirma que a explicação sociológica, tal como a histórica deveria seguir o modelo dedutivo-
nomológico (nomotética procura leis gerais) ou “lei explanatória” das ciências sociais.
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Destacados membros – Moritz Schlink, Rudolf Carnap, Otto Neurath, Hans Hahn e ainda
Ludwig Wittgenstein, Albert Einstein e Bertrand Russel que não foram membros mas
influenciaram.
Dilthey
Filosofo hermeneuta, anti-naturalista, fez a distinção entre 2 tipos de conhecimento: análise
cientifica natural e análise cientifica social. A 1ª é aplicável a fenómenos que se podem
exprimir por leis e a 2ª aplica-se a fenómenos que exprimem intenções dos agentes.
A sua principal contribuição situou-se ao nível da psicologia experimental e da psicologia
cultural, à qual aplicou novas técnicas de medida.
Gadamer
Especializou-se em hermenêutica e concebe-a como 1 método de interpretação, à
disposição do cientista social, capaz de explicitar os sentidos atribuídos tradicionalmente às
acções que conjugam passado e presente no acto do conhecimento. A produção de
significados é dialógica, ou seja, integra duas lógicas.
Habermas
Influenciou o desenvolvimento científico das ciências sociais com a sua critica à consciência
tecnológica que se desenvolve nas sociedades capitalistas tardias;
Fez uma revisão do materialismo histórico mostrando que, para além dos aspectos
económicos evidenciados por Marx, existe 1 crise de racionalidade, legitimidade e motivação
nas sociedades industriais avançadas, que afecta os sistemas políticos e socioculturais e põe
em causa a sobrevivência das sociedades avançadas.
Husserl
Fez uma investigação sistemática da consciência humana;
Criou a fenomenologia como método filosófico de questionar os fenómenos da consciência e
desenvolveu questões relativas à forma pela qual se constituem os objectos na consciência
humana.
Lukács
Desenvolveu estudos sobre a consciência de classe e alienação.
Fundador do marxismo hegeliano que viria a conduzir à Teoria crítica.
Contribui para retirar do paradigma marxista a inevitabilidade da marcha histórica conduzir
à racionalidade, e substituiu-a pela ideia de que a marcha historia esta relacionada com a
praxis humana.
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Mannheim
Leccionou na London School of Economics e no London Institute of Education;
Estabeleceu as bases da sociologia do conhecimento, como meio racional de conhecimento.
Estudou a estrutura da sociedade de massas e a sua fragmentação, adoptando ideias
extremistas de planificação social para o restabelecimento da ordem social.
Shutz
B. A PLURALIDADE PARADIGMÁTICA
Introdução
As escolas do sec. XIX, que tinham sido naturalistas, organicistas e mecanicistas, à medida
que se avançou no sec XX, tornaram-se obsoletas, ao mesmo tempo que foram aparecendo
tendências intelectuais anti-evolucionistas, especialmente através de Nietzsche.
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quanto ao objecto e métodos a utilizar nas suas investigações. No entanto, a geração de
grandes sociólogos do sec XIX e princípio do sec XX esteve ainda relativamente unida.
Ligou-a a preocupação com os graves problemas da sociedade capitalista, a metodologia, a
objectividade, a necessidade de separação dos métodos da sociologia das ciências exactas,
a separação definitiva da sociologia relativamente à filosofia, a necessidade de realização de
estudos empíricos e a abordagem estruturo-analitica em substituição da histórica-
evolucionista. Por outro lado, é marcante a diferença cada vez mais acentuada entre a
sociologia não marxista e a sociologia marxista como pontos de vista irredutíveis. Evoluindo
em torno destas questões, no final do sec XIX e princípio do Sec XX, a sociologia não tinha
atingido uma unidade paradigmática.
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diversas áreas e não profissionais de sociologia.
Duas outras figuras se tornaram centrais na escola de Chicago: Charles Horton Cooley e
George Herbert Mead. Estão ligados à mais destacada contribuição dessa escola: o
interaccionismo simbólico.
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Em Harvard a sociologia é introduzida por Pitirim Sorokin, que aí introduziu o 1º
departamento de sociologia. Foi nesse departamento que Talcott Parsons se viria a
destacar, sendo Prof. de destacadas figuras do estrutural funcionalismo, tais como Robert
Merton, Kingsley Davis e Wilbert Moore.
A sociologia americana até Parsons foi marcada pelo empirismo e pela realização de
grandes inquéritos por Samuel Stouffer e Lazarsfeld. Este novo grupo de empiristas
dedicados à realização de grandes inquéritos situa-se numa linha de pensamento diferente
da linha tradicional e com uma orientação individualista quantitativa e nominalista. Do ponto
de vista epistemológico, estes inquéritos são sustentados pela crença de que o individuo é
uma fonte segura de verdade para aceder ao todo social. Esta corrente empirista é muito
inspirada no behaviorismo.
É interessante constatar que a teoria estatística aplicada às ciências sociais e a maior parte
de todos os métodos quantitativos de analise do social foram criados fora da América, no
seio de grandes tradições teóricas, no entanto, nos EUA atingiram grande importância.
Foram os americanos que usaram estas técnicas, assumindo-as como modelo de leitura do
real, que se impõe por si. Lazarsfeld representa uma abordagem que se debruça
intensivamente sobre os aspectos teóricos e metodológicos das técnicas de inquérito e
amostragem, recolha e tratamento de dados. É responsável pela cientificidade dos
inquéritos sociológicos.
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As respostas à questão básica de como deve ser explicada a diferença entre a vida das
mulheres e a dos homens encontram variadíssimas perspectivas: bio-sociais, institucionais,
culturais, psicológicos.
Depois dos anos 60, 1 dos grandes temas de discussão de sociologia liga-se c/ a
compreensão do mundo actual.
Alguns sociólogos contemporâneos afirmam que nos encontramos numa sociedade moderna
evoluída e que a sociologia dos clássicos pode explicar a realidade social.
Outros preferem falar de 1 sociedade pós-moderna, a qual já n/ pode ser explicada pelos
paradigmas sociológicos existentes.
Em sociologia, as narrativas de modernidade foram essencialmente construídas por Marx,
Weber, Durkheim e Simmel.
Anthony Giddens, considerou a sociedade actual como a fase radical dessa modernidade.
Essa radicalidade é uma consequência da acumulação no tempo dos efeitos particulares da
modernidade.
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informação e liberdade de comunicação. Interessou-se pelos problemas da informação e da
liberdade de comunicação.
Esta teoria social surge a partir do paradigma de análise linguística do suíço Ferdinand de
Saussure.
Tomou o nome de semiótica qd aplicado à análise da comunicação, incluindo linguagem
gestual, simbólica, trabalho que foi desenvolvido por Roland Barthes.
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Michel Foucault é sem dúvida o + conhecido dos pós-estruturalistas e faz 1 abordagem
personalizada da atitude pós estruturalista. No seu pensamento cruzam-se perspectivas
fenomelogicas, estruturalistas e relativas a Nietzsche.
O pós-modernismo parte do principio de que nos últimos anos a sociedade capitalista sofreu
modificações e rupturas tão significativas que deram origem a 1 nova sociedade claramente
diferenciada da sociedade moderna.
A pós-modernidade radica na crença de que não existe apenas uma maneira de responder a
a qualquer pergunta formulada, mas que, ao contrário, haverá sempre uma multiplicidade
de pontos de vista a aplicar a qualquer explicação do social.
A nível cultural, o pós-modernismo caracteriza-se por 1 produção massificada, dirigida para
as técnicas de cópia e não de criação.
A teoria social pós moderna tende a ser relativista irracional e niilista, baseada nos pontos
de vista de Foucault e Nietzsche.
Jean François Lyotarel distingue-se entre os mais famosos pós-modernistas.
Outra corrente ainda no âmbito do pós-modernismo que, no entanto, afirma existir uma
continuidade entre 2 períodos é representada pelos estudos de Frederic Jameson. Este
acredita que existe uma continuidade no sistema económico uma ruptura ao nível cultural. A
cultura moderna é superficial, imitativa e portanto constitui uma cultura de simulacros.
Anthony Giddens
Construiu uma teoria pp da estruturação social e considera que vivemos, actualmente, a
fase radical da modernidade.
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Marxismo
Conjunto de doutrinas políticas e de teorias sociais, sociológicas, económicas, políticas, etc.
que se encontram na base ideológica da acção de muitos partidos socialistas e comunistas e
que derivam todos da obra de Karl Marx e Friedrich Engels.
Desenvolveu-se entre final sec XIX e final sec XX.
O marxismo inicial foi alvo de criticas, que viriam a dar origem a outras perspectivas de
inspiração marxista. Surgiu a corrente critica de inspiração hegeliana representada por
Lukács e por António Gramsci. Este corrente teve como objectivo ultrapassar as limitações
do determinismo economicista e introduzir o subjectivismo na reflexão marxiana.
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Teoria Crítica
As principais contribuições desta teoria são de Marcuse, Habernas, Horkheimer, Adorno,
Bottomore, Friedman, Held, Jay, Wiggershaus, Slater, principais representantes da Escola
de Frankfurt.
Constituída em 1923 por um grupo alemão neo-marxista insatisfeito com os destinos do
pensamento marxista.
Esta teoria concebe o pensamento do social como tendo a obrigação de ajudar as pessoas a
lutar contra dominação e a opressão. Sugere a criação de uma sociologia democratizada e
ao serviço das comunidades.
As TC já tinham surgido antes da Escola de Frankfurt. Surgiram Ana Europa do sec XVII e
podem ser consideradas uma tradição alemã que inclui o pensamento de Kant, dos
hegelianos de esquerda, Marx e Engels. Chamou-se “critica da economia politica” à ciência a
que se dedicou Marx.
Como corrente, foi definida por Max Horkheimer. Pretende ser 1 reflexão filosófica/crítica da
dialéctica da economia política.
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Do ponto de vista intelectual, esta teoria é uma conceptualização formal baseada na lógica
dedutiva e na experiência, centrada no conceito marxista de troca. A TC, após o declínio da
escola de Frankfurt, prosseguiu o seu desenvolvimento nos EUA. Ali teve novo expoente,
Wright Mills através da obra “Imaginação Sociológica” 1959.
O MO pode ser visto como transcendência da distinção entre ciência e ética, segundo o
modelo da dialéctica hegeliana, afirmando que a acção moralmente correcta é aquela que
se baseia no conhecimento correcto da situação filosófica da historia e da consciência de
classe.
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Marxismo e as rotas da modernidade
O Marxismo entre 1880 e 1970 tornou-se a principal influência intelectual dos maiores
movimentos sociais de modernidade: o movimento trabalhista e o movimento anti-
colonialista ou anti-imperialista.
Teorias da Acção
Max Weber
Weber colocou o actor e o significado que ele atribui às suas acções como chave da leitura
da acção social.
Definiu a acção social como sendo “significados subjectivos que o indivíduo atribui ao seu
comportamento” e considerou que toda a acção social é imbuída de significado.
Interessado no carácter científico das análises, procurou 1 método de generalização.
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Foi no sentido de esforço p/ compreender o sentido visado nas acções sociais que criou o
método ideal típico.
O método dos tipo-ideais permite construir padrões regulares na acção, tendo em conta a
variabilidade de significados particulares presentes.
São 3 as características da acção social 2º Max Weber sobre as quais desenvolve a sua
teoria da acção:
1. a acção social (comportamento com significado atribuído) é sempre
subjectivamente, orientada p/ o comportamento dos outros (indivíduos, populações,
antepassados, gerações futuras);
2. a “relação social” é diferente da “acção social” pois só existe “relação social” se
vários actores orientarem mutuamente o significado das suas acções;
3. pode existir 1 conteúdo significativo estável em relações de longa duração, que pode
ser interpretado pelos actores através de máximas. È o caso de máximas supra-
individuais, tais como preceitos religiosos, códigos burocráticos e regras praticas de
sobrevivência;
Talcott Parsons
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A produção teórica de Parsons, foi por ele designada de Teoria da Acção. A sua 1ª obra
recebeu o nome de “A estrutura da acção social” e aborda a acção social através de um
modelo de explicação que designou de “acto unidade”.
As principais ideias que o levam a constituir o seu acto unidade são:
1. Racionalidade meios-fins da acção, retirada das teorias utilitaristas;
2. Sentido subjectivo da acção social, retirada de Weber;
3. Integração moral da acção, retirada de Durkheim.
Construiu o conceito de “fins últimos que dizem respeito a princípios que regem cadeias de
acções e que se encontram presentes na acção social sob a forma de sentimentos difusos
ou atitudes de valor. Pressupõe que o actor atribua os seus comportamentos a um qualquer
sentido e que percepcione a sua acção como algum meio para atingir o fim que tem em
mente. Parsons dá assim grande ênfase aos valores nas cadeias de acção racional.
Para Durkheim a ordem social impõe-se através da “força constrangedora das normas que o
processo de socialização fornece coercivamente aos indivíduos”. As regras, portanto,
possuem força moral. Mas para Parsons, tal como Durkheim, considera a existência de
violações da das normas. Apesar disso, tal como Durkheim, afirma a importância marginal
do nº de infractores às normas, maioria permanece cumpridora.
Parsons afirma que “as normas morais são suficientes para impedir a desintegração numa
desordem hobbesiana.
Outra questão menos forte no pensamento de Parsons diz respeito à importância relativa
dos hábitos e das emoções como causas da acção.
Teoria da Praxis
Weber e Parsons são considerados subjectivistas, pois acreditam que os actos mentais
moldam o dirigem a execução da conduta-subjectividade enquanto fundamento da acção.
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As T. da Praxis distinguem-se das subjectivas por considerarem muito menor a importância
da consciência na acção social. São 2 os importantes teóricos da praxis: John Dewley e
George Herbert Mead.
Harold Garfinkel
Assenta todo o seu raciocínio na premissa fundamental de que “a Acção Social constitui 1
realização activamente produzida (…) os actores sociais sabem como produzir 1 acção, mas
a maior parte do tempo mantêm apenas 1 consciência tácita daquilo que sabem – Praxis.
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Garfinkel, Goffman, John Austin e outros sociolinguistas da conversação estudam a
importância simbólica da interacção, afirmando que qualquer símbolo ou gesto possui vários
significados e a determinação da sua significação depende da sua inserção num contexto
específico construído localmente.
Anthony Guiddens
Produziu 1 teoria dita da estruturação c/ o intuito de ultrapassar 2 pontos de discordância
teórica chamados dualismos: acção/estrutura e sujeito/objecto.
O seu objectivo era relevar a importância da praxis social sem desprezar as questões
persistentes da vida social sem desprezar as questões persistentes da vida social.
Afirma que tudo o que acontece na vida social se produz através de formas de
“desempenho da conduta” que contribuem para a produção e reprodução de relações
sistémicas e de padrões estruturais. O sistema e a estrutura são produtos colectivos.
Considera que o tempo e os lugares materiais condicionam os desempenhos de conduta.
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de mais recursos estão em condições de dominar as relações
Introdução
Nenhuma outra corrente teve tanta importância como o estrutural funcionalismo de Talcott
Parsons, permanecendo dominante entre os anos 30 e 60 do sec XX nos EUA.
O mérito de Parsons foi ter conseguido uma síntese das principais ideias sociológicas desde
Durkheim a Malinowski, a qual integra a capacidade de explicar os diferentes níveis sociais,
desde a estrutura social ao comportamento individual.
A perspectiva sociológica dita funcionalista não teve início em Parsons mas remonta aos
fundadores. A novidade acrescentada por Parsons foi a introdução da estrutura na função.
Considerou que a sociedade é um sistema vivo que tem de adaptar-se a um ambiente em
constante mutação e encontrar o seu equilíbrio, assegurando que cada uma das partes
funcione de forma pp e adequada aos objectivos.
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Considera que a sociedade como um sistema auto-suficiente, constituído por vários
subsistemas interligados e interdependentes. Cada um dos subsistemas contribui para
assegurar os “imperativos funcionais” que lhes são pp e que são elementos básicos
necessários ao equilíbrio da sociedade e, que por conseguinte, necessários à sua
manutenção. Ou seja, são funções de integração social.
Esta teoria desenvolvida por Parsons envolve 4 imperativos funcionais e são designados
pelo esquema AGIL:
A de adaptação
G de realização dos objectivos
I de integração dos actos
L de manutenção dos modelos latentes
Pretende ser 1 modelo de interpretação dos desafios vividos pelos actores sociais de qq
sistema social independentemente da sua dimensão.
1 Particularismo/Universalismo
2 Aquisição/Atribuição
3 Especificidade/Difusão
4 Neutralidade/Afectividade
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Nas sociedades + avançadas predominam os valores de tipo instrumental que conduzem à
eficiência funcional necessária à aquisição.
Nas sociedades tradicionais e nos grupos mais restritos predominam os valores expressivos
e afectivos que permitem os relacionamentos mais holisticos.
Robert Merton
Um dos mais reputados discípulos de Parsons foi Robert Merton. Dedicou-se especialmente
ao refinamento teórico do estrutural funcionalismo, tendo trabalhado particularmente os
conceitos de função latente, função manifesta, disfunção e teoria de médio alcance.
Ao contrário do seu mestre, Merton não desprezou a contribuição científica de Marx e fez
uma síntese entre as ideias culturalistas de Max Weber e as ideia materialistas e
economicistas daquele autor.
A este sistema de valores Merton chama paradigma, ou seja, as regras e o jogo que limitam
emocionalmente e profissionalmente a comunidade dos cientistas.
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Encontra 3 limitações na análise funcionalista de Malinowski e Radclif Brown:
O postulado da unidade funcional;
O postulado da universalidade funcional;
O postulado da indispensabilidade;
Pensa que todos os objectos sociais podem ser sujeitos a observação mediante o modelo
funcionalista. Afirma que a analise estrutural funcionalista deve distinguir os motivos
subjectivos que estão na base das acções sociais. As funções segundo Merton, definem-se
como consequências observáveis que se destinam a produzir adaptação ou ajustamento
num sistema.
Às consequências negativas chama disfunções. Estas, tal como as funções, podem
contribuir para a manutenção de outras partes do sistema social.
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Considera apenas os aspectos negativos do conflito e de exagerar o consenso social
e a integração em níveis n/ realistas, centrando-se na análise da cultura, normas e
valores. Estes 3 argumentos levam à ideia de que se tratou de uma teoria
conservadora, ideologicamente enviesada.
A nível metodológico, o estrutural funcionalismo era considerado vago, ambíguo e
pouco claro, trabalhando c/ + noções abstractas do que c/ a sociedades reais.
Acreditou que a realidade social poderia ser explicada por uma única teoria
integrada, o que não é verdade.
O a-historicismo inviabiliza o método comparativo;
Teoria do Conflito
A teoria do conflito surgiu e desenvolveu-se nos anos 50 e 60 como resposta às limitações
do estrutural funcionalismo. Tb tem raízes no marxismo e em Simmel.
Orientou-se p/ o estudo das estruturas e das instituições. É representada por Ralf
Dahrendorf.
Principais afirmações:
A sociedade não é estática;
A sociedade não é pacífica;
A maior parte dos elementos da sociedade contribuem para a existência de conflitos;
A ordem sócia não nasce espontaneamente, é coercivamente imposta;
A ordem social é mantida pelo exercício do poder.
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Dahrendorf inspira-se em Marx e Weber. Como eles, vê os conflitos de classe como chaves
do dinamismo social da mudança. Não baseia a sua leitura no antagonismo das classes
como resultante da sua posição no processo de produção, mas na desigualdade da
distribuição do poder e especialmente da autoridade.
Afirma que a sociedade tem 2 faces: a do conflito e a do consenso, e advoga portanto uma
divisão da teoria sociológica: a teoria do consenso e a teoria do conflito.
O grupo é um cosmos de luta e conflito. Este conflito de interesses pode até não ser
consciente. Por isso desenvolve o conceito de interesse latente que contrapõe ao de
interesse manifesto (que são interesses inicialmente latentes que se vieram a manifestar).
Constrói uma tipologia de grupos em que distingue 3 estadios até chegar ao grupo de
conflito:
Quase grupos, em que coincidem interesses comuns;
Grupos de interesse, em que estabelecem objectivos de acção comum liderada;
Grupos de conflito, em que estão em conflito com outros grupos.
Criticas:
Não ter em consideração a os aspectos da ordem e da estabilidade social;
Ideológica e radical;
Acusada de ser + próxima do e-f do que do marxismo;
Apenas atingir dimensão macro, descurando o micro.
Neofuncionalismo
Em meados dos anos 80 um novo esforço teórico tentou recuperar as ideias funcionalistas,
sob a designação de neofuncionalismo, desenvolvido por Jeffrey Alexander e Paul Colomy.
Orientações teóricas:
Funcionou como modelo descritivo da realidade social;
As diferentes partes do sistema encontram-se ligadas e a sua interacção não é
gerada por qualquer força. Há uma pluralidade de forças;
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A analise teórica dirige-se para a ordem e para a acção social aos nineis racional e
expressivo;
Deixa de entender o equilíbrio social como sendo estático;
Mantêm a ênfase na cultura, personalidade e sistema social, tal como Parsons, mas
introduz a ideia de possibilidade de mudança social;
A mudança social resulta de um processo de diferenciação dentro dos subsistemas,
de personalidade, social e cultural, e não necessariamente harmoniosa;
A conceptualização e teorização teórica são independentes de outros níveis de
análise sociológica.
As raízes históricas
O funcionalismo surgiu na América na década de 0 do sec XX, mas tem raízes anteriores, no
sec XIX com o darwinismo.
A escola americana teve uma vertente mais empírica, associada à escola de Chicago,
pioneira no 1º teço do sec XX.
É costume associar-se o nascimento do funcionalismo americano com a publicação de “The
Structure of Social Action” de Parsons em 1937, assinala a preponderância da escola de
Chicago, e a ascensão de Parsons em Harvard.
Parsons direccionou os seus trabalhos para uma área de convergência entre sociologia,
psicologia e antropologia.
A partir dos anos 60, Parsons reagiu às críticas a si dirigidas criando a teoria da acção
cibernética. Dedicou-se então a questionar o funcionamento do programa simbólico do
controlo nos sistemas de acção. Assim, reaproximou-se da biologia e da genética.
Pragmatismo:
Não existe uma verdadeira realidade fora do indivíduo;
Aquilo que as pessoas não praticam esquecem;
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As pessoas definem os objectos sociais em função da sua pp experiência pessoal, ou
seja, subjectivamente;
Para entendermos as perspectivas dos outros temos de nos pôr na sua pele;
O concreto sobrepõe-se ao abstracto e o geral ao universal;
A verdade absoluta é inatingível, devemos buscar verdades parciais e provisórias;
Deve-se evitar todos os dualismos filosóficos considerando-os um erro.
Behaviorismo:
Formulada por John B. Watson e ligada à observação dos comportamentos humanos
que correspondiam a estímulos exteriores;
O comportamento humano é equivalente ao comportamento animal, que tb se
processa mediante estímulo/resposta;
Rejeita a mente e faz do actor apenas um sujeito passivo.
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Os signos tb tornam possível uma interacção simbólica. Isto significa que os
indivíduos podem interagir não somente através gestos, mas de símbolos, permitido
formas padronizadas de interacção, que constituem formas padronizadas de
organização social;
A capacidade de pensar é portanto moldada pela interacção social;
Os indivíduos estão habilitados a alterar as conotações atribuídas aos gestos pela sua
interpretação pessoal dos mesmos;
Os modelos de interacção e comunicação criam grupos e sociedades;
Reconhece-se a importância da estrutura social e das instituições mas recusa-se a
aceitar que elas sejam determinantes do comportamento humano.
Apesar do que ficou dito, os interaccionistas estão convencidos que a ordem social não
resulta espontaneamente da comunicação directa. A aprendizagem de papéis durante o
processo de socialização ensina aos indivíduos o que os outros esperam dele.
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Preocupar-se em demasiado com o transitório.
Etnometodologia
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fundo, trata-se de estudos acerca do senso comum e das maneiras de viver. Para
estudarem as rotinas e a sua importância na manutenção da ordem social, estes
investigadores provocam, metodologicamente, rupturas nas práticas sociais, como o
incumprimento de regras, desrespeito pelos outros, etc.
Críticas:
Incapacidade de explicar e produzir apenas descrições;
Apresentar pessoas como criadoras da realidade;
Não contemplar a influência do poder, das estruturas sociais, historia e politica;
Representar a vida social como sendo uma colecção de vidas individuais;
Não fazer mais do que leituras do senso comum, sendo incapaz de explicar qualquer
fenómeno;
Ser um ramo do movimento hippie californiano dos anos 60;
Ser subjectiva.
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Ideias apresentadas no manual
Historias controversas
George Herbert Mead foi considerado o fundador do IS, nos anos 20. O termo, no entanto,
apareceu em 1937, com Herbert Blumer.
O IS foi a + importante teoria empírica do sec XX. É uma teoria americana que atingiu o
seu máximo vigor em Chicago conjugando influências pragmatistas, formalistas e da
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sociologia de Simmel.
Robert E. Park e E. Burgess foram as 2 figuras + conhecidas dessa escola nos anos 20 a 40.
A tendência dominante da sociologia de Chicago foi o empirismo. A observação directa da
realidade, a desconfiança em esquemas generalizadores abstractos, a ideia e o método de
observação participante e o estudo de casos foram a dominante nesse ambiente intelectual
americano.
O trabalho de Mead foi prosseguido e revisto pelo seu discípulo Herbert Blumer.
Becker e Goffman foram 2 herdeiros desta tradição criando a Etnometodologia, que viria a
distinguir-se do IS de modo a tornar-se tb uma tradição dentro da sociologia.
Teoria da Troca
No seio da qual surgiram varias contribuições distintas, mas todas marcadas pelo
behaviorismo, quer pela afirmação da existência de uma racionalidade nos comportamentos
individuais dirigida para fins e objectivos particulares, e condicionante do meio social.
Baseia-se portanto em convicções behavioristas, ie, afirma a importância dos
comportamentos individuais na determinação do meio social.
O fundador desta teoria foi George Homans com a publicação do ensaio “Social behavior as
Exchange” em 1958.
Pretende mostrar as consequências sociais dos comportamentos individuais nas interacções
dos diferentes actores. Julga que a interpretação oportunista dos actores sociais vai pautar
os seus comportamentos no meio social.
Existe aqui uma profunda influência liberalista, uma convicção de que o resultado social das
acções individuais está directamente ligado aos interesses privados de optimização das suas
posições. Trata-se de uma teoria utilitarista.
Uma importante contribuição para esta teoria da troca foi formulada por Peter Blau.
Pretendia compreender a estrutura social a partir das relações sociais. Compreender como é
que, a partir da interacção social, poderia surgir a complexidade de uma estrutura social.
Blau sublinha a importância da troca social como originária da pp estrutura social, através
de um processo que decorre em 4 momentos:
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1. Os indivíduos estabelecem trocas entre si;
2. Estas trocas geram diferenças de poder e estatuto;
3. Por sua vez, os diferentes estatutos e níveis de poder buscam a sua pp legitimação
e organização;
4. O que leva a ao 4º momento caracterizado pela oposição de situações e à mudança
social.
Uma interpretação a nível macro foi desenvolvida por Richard Emerson. Considera que a
perspectiva teórica de Homans é reducionista e incapaz de explicar a totalidade da vida
social. Em 1972 desenvolve uma teoria integrada que inclui a base psicológica, mas
igualmente os aspectos macro-sociais. Amplia a sua análise considerando que os actores
sociais podem ser individuais ou colectivos.
Emerson considera que os indivíduos orientam as suas acções de modo a obter benefícios
próprios, e portanto, os seus comportamentos são racionais no sentido dessa obtenção.
Dedica-se à compreensão das ligações entre os níveis macro e micro da realidade social e
foi desenvolvida por Richard Emmerson.
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A teoria das redes é um exemplo de reorientação da teoria da troca no sentido de relativizar
a perspectiva atomista.
A teoria das redes ultrapassa a perspectiva psicologista através de um enfoque culturalista
centrado no estudo do processo de socialização, durante o qual normas e valores são
interiorizados pelos actores sociais. Transfere-se a análise do nível motivacional dos
indivíduos para o cumprimento das normas, para a observação das regularidades no
cumprimento dessas mesmas normas. Assim buscam-se redes de relações padronizadas,
estruturas profundas de acção, para alem das aparências superficiais dos sistemas sociais.
Na teoria das redes, os actores estão constrangidos pela estrutura social, pelo que a
perspectiva fundamental é estrutural e não individual.
Nesta teoria mantém-se o paradigma de analise em função das redes de trocas de recursos.
Considera-se que os actores podem ser entidades colectivas com diferentes capacidades de
acesso aos recursos, o que dá origem a uma estrutura estratificada em função desses
níveis. Os níveis referem-se ao poder, aos bens materiais, à informação, etc. a
estratificação, por sua vez, mostra que há uma estrutura de dependência de uns em relação
a outros.
Esta teoria opera na base do individualismo metodológico e pretende constituir uma base
de análise micro-social que sirva de explicação do nível macro. Assim, Coleman pretende
explicar o nível macro-social a partir das acções racionais dos sujeitos ao nível micro.
Coleman pretende que a teoria sociológica não se limite a um exercício académico e que
sirva para fazer intervenção social.
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interesses. Porque desejam o controlo de recursos controlados por outros os actores têm de
envolver-se em relações sociais.
Embora reconhecendo que na vida real as pessoas não fazem só escolhas racionais,
Coleman relativiza o papel da irracionalidade na sua teoria. Por outro lado, não tem em
consideração o constrangimento que o nível macro exerce sobre o nível micro.
A TER constitui uma actualização e desenvolvimento das ideias de Max Weber quanto ao
objecto da sociologia.
Numa afirmação de Max Weber “ A sociologia (…) é 1 ciência que intenta a compreensão
interpretativa da acção social, por forma a alcançar uma explicação causal da prática e dos
seus defeitos”. “A acção é social qdo leva em conta o comportamento dos outros e qdo o
seu curso é por ele orientado”.
A TER é muito recente e os contributos fundamentais estão a ser dados por Coleman e
Fararo, Cook, Levi e Ester.
Está ligada à Teoria dos jogos e à teoria das redes, teoria da aprendizagem, teoria mimética
e teoria evolucionista. A TER parece ser uma fusão entre a economia e a sociologia.
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A natureza dos problemas teóricos em sociologia
A partir dos anos 70 e 80 do sec XX a sociologia passou a preocupar-se com a forma como
as estruturas e os processos sociais e culturais são forçosamente temporais e espaciais.
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sociais. As suas características variam de sociedade para sociedade.
Sorokin e Merton chamaram a atenção para a natureza qualitativa do tempo social que é
visto como um padrão não necessariamente diário.
Foi Max Weber que problematizou a importância do tempo do relógio na transformação das
subjectividades, ou seja, na forma como os actores sócias representam mentalmente o
tempo e as suas actividades em relação a ele.
Heidegger, Bergson e Mead deram 3 contribuições preciosas para a teoria social do tempo:
Heidegger mostrou o carácter temporal irredutível da existência humana: os
seres humanos são essencialmente temporais;
Bergson, contestou 1 concepção espacializada do tempo. Os indivíduos devem
ser vistos como existindo no tempo. Vê o tempo como 1 variável qualitativa e o
espaço como 1 variável quantitativa.
Mead desenvolveu 1 ponto de vista temporal que relaciona o tempo c/ a acção,
os acontecimentos e os papeis, portanto como uma variável objectivada. Esta é uma
mentalidade relativista típica do séc XX.
Durkheim defende que apenas os humanos tem o conceito de tempo e que o tempo nas
sociedades humanas é abstracto e impessoal e não meramente individual. O tempo é uma
categoria social do pensamento, objectivamente adquirida no interior das sociedades e,
como tal, varia de sociedade para sociedade.
Marx analisa como a acumulação capitalista se baseia na aniquilação do espaço pelo tempo
e como isso produz transformações surpreendentes na agricultura, na industria e na
população ao longo do espaço e do tempo.
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Tb é da sua autoria a teoria social do espaço: possui dois elementos. O 1º é o de que 1 vez
que numa determinada sociedade todos tem representações semelhantes do espaço, a
causa de tais representações é social; o 2º é o de que, pelo menos em alguns casos, as
representações espaciais espelham literalmente o padrão dominante de organização social.
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redor de tentativas para teorizar o “urbano” e o “rural”.
No principio dos anos 1970 estes tópicos esgotaram-se intelectualmente pois tratava-se de
1 período em que o trabalho desenvolvido era escasso e pouco inovador.
Um 2º aspecto destacado por Massey tinha a ver como a forma que a sociologia tinha
organizado os seus conhecimentos do espaço em torno da distinção rural/urbano enquanto
que o foco espacial da geográfica tinha sido a região.
Assim, Massey considera a espacialidade como um aspecto integral e activo da produção
capitalista. Tem várias dimensões para além do da região, incluindo a distância, movimento,
proximidade, especificidade, percepção, simbolismo e sentido. E o espaço é um factor de
fundamental importância que, para usar uma terminologia realista, contribui decisivamente
para determinar os poderes causais das entidades sociais tais como as classes, o Estado, as
relações capitalistas e o sistema patriarcado.
O 3º aspecto diz respeito à crescente atenção dada à forma como a produção foi
internacionalizada desde o fim da II GM.
Outra revisão teórica dos conceitos do tempo e do espaço resulta da tese da “nova divisão
internacional de trabalho” que envolvia uma sofisticada tentativa de teorizar esta nova
forma espacial.
São referidos 3 factores que permitem o desenvolvimento de 1 nova divisão internacional
do trabalho:
1) Rápido melhoramento na produtividade; o
2) A existência de mudanças técnicas e organizacionais no processo produtivo de
determinados produtos industriais;
3) Desenvolvimento das tecnologias de comunicação.
Giddens desenvolveu uma teoria particular do espaço e do tempo, ligada à sua teoria da
estruturação social.
Tendo Heidegger como inspirador, postulou 5 características no ser humano:
1. Consciência da pp finitude;
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2. Transcendência da experiência sensorial individual por via da memoria;
3. Consciência do passar do tempo integrada nas instituições;
4. Existência de subconsciente individual que liga o passado e presente;
5. Movimento da passagem pelo tempo, passível de interpretação como uma presença
ou ausência do corpo.
A conduta diária não está só confinada por fronteiras físicas e geográficas, mas também por
paredes espaço-temporais existentes em todos os lados. Estas paredes têm sofrido grandes
mudanças e essas mudanças deram-se no sentido de fazer convergir o espaço com o tempo
devido ao encurtamento do espaço resultante das tecnologias, nomeadamente nos
transportes e comunicações.
Giddens considera que os processos individuais de vida estão ligados aos processos de
longa duração das instituições, tentando assim integrar a teoria da acção na teoria das
estruturas. Desenvolve vários conceitos para atingir esse objectivo de que podemos
destacar:
Conceito de regionalização;
Conceito de presença-disponibilidade;
Conceito de distanciamento espaço-temporal;
Conceito de margens de tempo;
Conceito de repositórios de poder;
Conceito de tempo vazio.
Adam propõe que deixe de se distinguir o tempo natural do tempo social, tal como se deve
deixar de distinguir sujeito e objecto, natureza e cultura, pois muito do que os cientistas
atribuem exclusivamente ao humano está generalizado na natureza. Só o tempo do relógio
não existe na natureza e é esse que tem sido desprezado pela sociologia por ter sido
considerado como uma variável do tempo natural.
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