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AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO

"É a sessão pública dos juízos de primeiro grau de jurisdição, da qual participam o juiz,
auxiliares da Justiça, testemunhas, advogados e partes, com o objetivo de obter a
conciliação destas, realizar a prova oral, debater a causa e proferir sentença". Trata-se de
ato processual complexo (ou seja, é composta por uma série de atos).

A exemplo do que ocorre com a audiência de conciliação (do procedimento sumário), na


qual têm lugar outros tantos atos além da tentativa de conciliação, na audiência de instrução
e julgamento também é praticada uma série de atos (inclusive eventual conciliação; a
segunda tentativa no procedimento ordinário, pois o CPC determina que a primeira seja
realizada na audiência preliminar).
A tentativa de conciliação prevista na audiência preliminar não eliminou a da audiência de
instrução e julgamento. De acordo com Dinamarco, a valorização dos meios alternativos de
solução de conflitos é uma linha bem definida entre as ondas renovatórias do processo civil
moderno. A tentativa de conciliar está incluída entre os deveres fundamentais do juiz.
O que significa tentar conciliar?
Na prática do dia-a-dia, com pautas lotadas e pouca boa vontade dos juízes, a tentativa de
conciliação resume-se à formulação da pergunta: "tem acordo?". No entanto, isso não é
verdadeira tentativa de conciliação. O juiz deve dialogar com as partes, mostrar-lhe os
riscos da derrota (sem pré-julgamento) e as vantagens da pronta solução do litígio.

É ato público, devendo ser realizada de portas abertas, ressalvados os casos de segredo de
iustica e de circunstâncias que possam conturbar os trabalhos.

Art. 444. A audiência será pública; nos casos de que trata o art. 155, realizar-se-á a portas
fechadas.

Art 155 Os atos processuais são públicos. Correm, todavia, em segredo de justiça os
processos:
I - em que o exigir o interesse público;
II - que dizem respeito a casamento, filiação, separação dos cônjuges, conversão desta em
divórcio, alimentos e guarda de menores. (Redação dada pela Lei n° 6.515, de 26.12.1977)

Parágrafo único. O direito de consultar os autos e de pedir certidões de seus atos é restrito
às partes e a seus procuradores. O terceiro, que demonstrar interesse jurídico, pode requerer
ao juiz certidão do dispositivo da sentença, bem como de inventário e partilha resultante do
desquite.

Além disso, o juiz possui poder de polícia na condução do processo e isso permite que ele
limite o número de pessoas presentes e ainda que exclua participantes que se comportem de
modo inconveniente etc.

Art. 445. O juiz exerce o poder de polícia, competindo-lhe:


1 - manter a ordem e o decoro na audiência;
11 - ordenar que se retirem da sala da audiência os que se comportarem inconvenientemente;
III - requisitar, quando necessário, a força policial.

*** ver livro II, item 513.

O juiz tem papel central na audiência pois é ele quem a preside. Assim, ao juiz cabe a
determinação dos atos a serem realizados, a orientação das partes no sentido da conciliação,
a formulação de perguntas a serem respondidas pelas testemunhas, transmissão às
testemunhas e aos peritos das perguntas formuladas pelos advogados, audição das respostas
e determinação para consigná-las no termo, resolução de questões incidentes levantadas
pelos defensores, manutenção da ordem, prolatação da sentença.

Art. 446. Compete ao juiz em especial:


I - dirigir os trabalhos da audiência;
II - proceder direta e pessoalmente à colheita das provas;
III - exortar os advogados e o órgão do Ministério Público a que discutam a causa com
elevação e urbanidade.

Parágrafo único. Enquanto depuserem as partes, o perito, os assistentes técnicos e as


testemunhas, os advogados não podem intervir ou apartear, sem licença do juiz.

O oficial da justiça participa necessariamente da audiência e tem a função de apregoar as


partes, os advogados, testemunhas etc.
O escrivão (ou o escrevente, na qualidade de preposto do escrivão) é responsável pela
documentação da audiência.
Podem participar da audiência, ainda, peritos e intérpretes, quando necessário.
Os advogados praticam atos para os quais seja necessária a capacidade postulatória
(requerimentos, perguntas, alegações, fiscalização, recurso).
As partes estão presentes para a tentativa de conciliação e para eventual depoimento
pessoal requerido pela parte contrária ou determinado ex oficio pelo juiz. Podem, ainda,
sugerir a seu defensor perguntas a serem feitas às testemunhas. O comparecimento da
parte não é um dever.

A prova oral é necessariamente produzida na audiência de instrução e julgamento (palco


da oralidade, de acordo com Liebman): depoimento pessoal das partes, prova testemunhal,
esclarecimento dos peritos. A prova oral e as alegações finais compõem a instrução
(que
pode ter sido iniciada antes da audiência).
As alegações finais são falas orais dos defensores das partes destinadas a convencer o juiz,
mediante análise da prova, interpretação da lei, invocação da doutrina e da jurisprudência,
de que seu cliente tem razão, pedindo, ao final, procedência ou improcedência da demanda,
extinção do processo etc.
Sendo a instrução a atividade destinada a formar a convicção do juiz, as alegações
finais têm caráter nitidamente instrutório.

*** ver livro III, item 774.

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Nem sempre as alegações finais serão feitas oralmente; o próprio CPC prevê hipótese de
substituição das alegações orais por entrega de memoriais.

A sentença é o último ato da fase processual de conhecimento em primeiro grau de


jurisdição.
Não existe propriamente uma fase decisória no processo, porque composta de apenas um
ato.

A audiência de instrução e julgamento tem uma estrutura composta por uma sucessão de
atos ordenados de acordo com uma ordem sequencial determinada racionalmente pela lei.
Nem todos os atos são realizados em todas as audiências de instrução e julgamento. A lei
prevê a totalidade dos atos que podem ter lugar na sessão:
(a) proclamação pelo juiz;
(h) pregão inicial pelo oficial de justiça;
tentativa de conciliação;
fixação dos pontos controvertidos de fato a serem objeto da prova oral;
esclarecimentos do perito e assistentes-técnicos;
depoimento pessoal do autor;
depoimento pessoal do réu;
inquirição das testemunhas arroladas pelo autor;
(i) inquirição das testemunhas arroladas pelo réu;
alegações finais pelo defensor do autor;
alegações finais pelo defensor do réu;
(I) sentença.

Os itens (a) e (b) estão previstos no art. 450 do CPC e na prática diária ocorrem de maneira
bem menos formal. No primeiro momento, as testemunhas não são apregoadas; apenas as
partes (e os respectivos advogados).

Art. 450. No dia e hora designados, o juiz declarará aberta a audiência, mandando apregoar
as partes e os seus respectivos advogados.

Em relação ao item (c), a tentativa de conciliação ocorrerá sempre que o objeto do processo
disser respeito a um direito disponível.

Art. 447. Quando o litígio versar sobre direitos patrimoniais de caráter privado, o juiz, de
oficio, determinará o comparecimento das partes ao início da audiência de instrução e
julgamento.
Parágrafo único. Em causas relativas à família, terá lugar igualmente a conciliação, nos
casos e para os fins em que a lei consente a transação.

Art. 448. Antes de iniciar a instrução, o juiz tentará conciliar as partes. Chegando a acordo,
o juiz mandará tomá-lo por termo.

Art. 449. O termo de conciliação, assinado pelas partes e homologado pelo juiz, terá valor
de sentença.

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A intimação das partes pode ser feita na pessoa do advogado desde que ele tenha poderes
suficientes para transigir (não basta a "procuração geral para o foro" do art. 38 do CPC),
hipótese em que sequer é exigida a presença da parte (que pode também ser representada
por preposto). Não ocorrendo essa situação, a intimação das parte será pessoal.
A redação do CPC é imprecisa ao se referir ao termo de conciliação. A homologação não
tem valor de sentença, é uma sentença.

Em relação ao item (d), o que deve ocorrer é uma eventual complementação da fixação dos
pontos controvertidos que já ocorreu na audiência preliminar (saneamento do processo).

Art. 451. Ao iniciar a instrução, o juiz, ouvidas as partes, fixará os pontos controvertidos
sobre que incidirá a prova.

Os itens (e) a (i) estão previstos no CPC nessa exata ordem.

Art. 452. As provas serão produzidas na audiência nesta ordem:


I - o perito e os assistentes técnicos responderão aos quesitos de esclarecimentos,
requeridos no prazo e na forma do art. 435;
II - o juiz tomará os depoimentos pessoais, primeiro do autor e depois do réu;
III - finalmente, serão inquiridas as testemunhas arroladas pelo autor e pelo réu.

Art. 435. A parte, que desejar esclarecimento do perito e do assistente técnico, requererá ao
juiz que mande intimá-lo a comparecer à audiência, formulando desde logo as perguntas,
sob forma de quesitos.

Parágrafo único. O perito e o assistente técnico só estarão obrigados a prestar os


esclarecimentos a que se refere este artigo, quando intimados 5 (cinco) dias antes da
audiência.

Esclarecimentos do perito: o juiz lê as perguntas previamente formuladas, o perito responde


e os advogados podem fazer outras perguntas (através do juiz), primeiro o que fez pedido
de esclarecimento e depois o outro, desde que relacionadas com as respostas dadas pelo
perito.

Depoimento pessoal do autor: é tomado na ausência do réu. O advogado não pode fazer
perguntas ao seu próprio cliente.

Depoimento do réu: feito logo em seguida ao depoimento do autor na presença deste.

Tanto o depoimento do autor como do réu só serão tomados se previamente


requeridos pela parte contrária ou por determinação do juiz ex officio (o que pode ser
decidido, inclusive no momento da audiência).

Art. 342. O juiz pode, de oficio, em qualquer estado do processo determinar o


comparecimento pessoal das partes, a fim de interrogá-las sobre os fatos da causa.

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Depoimento das testemunhas: são dirigidas a elas perguntas do próprio juiz, do advogado
que a arrolou e do advogado da parte contrária, nessa ordem.
Vige a regra da incomunicabilidade das testemunhas, as quais não podem assistir ao
depoimento das demais ou ser informada do teor desse depoimento antes de depor.

Art. 413. O juiz inquirirá as testemunhas separada e sucessivamente; primeiro as do autor e


depois as do réu, providenciando de modo que uma não ouça o depoimento das outras.

Art. 416. O juiz interrogará a testemunha sobre os fatos articulados, cabendo, primeiro à
parte, que a arrolou, e depois à parte contrária, formular perguntas tendentes a esclarecer ou
completar o depoimento.
§ lo As partes devem tratar as testemunhas com urbanidade, não lhes fazendo perguntas ou
considerações impertinentes, capciosas ou vexatórias.
§ 2o As perguntas que o juiz indeferir serão obrigatoriamente transcritas no termo, se a
parte o requerer. (Redação dada pela Lei n° 7.005, de 28.6.1982)

Na sequência, encerrada a instrução probatória, abrem-se os debates (alegações finais).

Art. 454. Finda a instrução, o juiz dará a palavra ao advogado do autor e ao do réu, bem
como ao órgão do Ministério Público, sucessivamente, pelo prazo de 20 (vinte) minutos
para cada um, prorrogável por 10 (dez), a critério do juiz.
§ 10 Havendo litisconsorte ou terceiro [assistente, litisdenunciado, chamado - para
opoente, v. §2°], o prazo, que formará com o da prorrogação um só todo, dividir-se-á entre
os do mesmo grupo, se não convencionarem de modo diverso [se os litisconsortes tiverem
o mesmo advogado, não há que se cogitar de divisão].
§ 2o No caso previsto no art. 56 [oposição] o opoente sustentará as suas razões em
primeiro lugar, seguindo-se-lhe os opostos, cada qual pelo prazo de 20 (vinte) minutos.
§ 3o Quando a causa apresentar questões complexas de fato ou de direito, o debate oral
poderá ser substituído por memoriais, caso em que o juiz designará dia e hora para o seu
oferecimento.

Os debates podem ser substituídos pela apresentação de memoriais pelas partes. O ideal
seria que o prazo fosse sucessivo (para se reproduzir o que ocorreria na audiência), mas os
juizes costumam fixar vistas sucessivas e prazo único para apresentação.

Para Dinamarco, os debates (ou os memoriais) fazem parte da instrução probatória, a qual,
para ele, deve ser entendida como "conjunto de atividades destinadas a proporcionar ao juiz
o conhecimento da causa e consistentes em provas e alegações".

Art. 456. Encerrado o debate ou oferecidos os memoriais, o juiz proferirá a sentença desde
logo ou no prazo de 10 (dez) dias. (Redação dada pela Lei n° 5.925, de 1°.10.1973)

O juiz, entretanto, não é obrigado a proferir sentença. Pode converter o julgamento em


diligência (retornar à instrução) se julgar necessário determinar providências para o
esclarecimento de pontos de fato que considere insuficientemente claros. Nesse caso, após a
complementação da instrução as partes devem ter nova oportunidade para se manifestarem.

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Durante a audiência é possível que surjam questões processuais que devem ser decididas
imediatamente, tais como: contradita de testemunha, pedido de acareação, pedido de
juntada de documento, pedido de interrupção da audiência etc.
(Falar do sistema recursal - agravo retido vs. agravo de instrumento)

Os atos da audiência serão todos documentados e as folhas impressas (termo de audiência:


ata geral dos trabalhos) serão assinadas pelo juiz, advogados, partes (quando presentes),
MP (quando tiver participado) e pelo escrivão ou seu preposto.
Há também os termos de assentada (peritos, assistentes técnicos, testemunhas, partes).

Art. 457. escrivão lavrará, sob ditado do juiz, termo que conterá, em resumo, o ocorrido
O
na audiência, bem como, por extenso, os despachos e a sentença, se esta for proferida no
ato.
§ lo Quando o termo for datilografado, o juiz lhe rubricará as folhas, ordenando que sejam
encadernadas em volume próprio.
§ 2o Subscreverão o termo o juiz, os advogados, o órgão do Ministério Público e o
escrivão.
§ 3o O escrivão trasladará para os autos cópia autêntica do termo de audiência.
§ 4o Tratando-se de processo eletrônico, observar-se-á o disposto nos §§ 2o e 3o do art.
169 desta Lei (Incluído pela Lei n° 11.419, de 2006).

O CPC prevê a unidade da audiência.

Art. 455. A audiência é una e contínua. Não sendo possível concluir, num só dia, a
instrução, o debate e o julgamento, o juiz marcará o seu prosseguimento para dia próximo.

A audiência de instrução e julgamento não é mais a única audiência do processo, mas


existirá apenas e tão somente uma audiência de instrução e julgamento. As interrupções
devem ser evitadas em nome da continuidade, pois prejudicam a concentração dos atos
processuais. Mas pode ser que as interrupções sejam necessárias (exemplo: demora
excessiva).

Art. 172. Os atos processuais realizar-se-ão em dias úteis, das 6 (seis) às 20 (vinte) horas.
(Redação dada pela Lei n° 8.952, de 13.12.1994)
§ lo Serão, todavia, concluídos depois das 20 (vinte) horas os atos iniciados antes, quando
o adiamento prejudicar a diligência ou causar grave dano. (Redação dada pela Lei n° 8.952,
de 13.12.1994)

É possível, ainda, que ocorra o adiamento de toda a audiência.

Art. 453. A audiência poderá ser adiada:


1 - por convenção das partes, caso em que só será admissivel uma vez;
II - se não puderem comparecer, por motivo justificado, o perito, as partes, as testemunhas
ou os advogados.

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§ 1 o Incumbe ao advogado provar o impedimento até a abertura da audiência; não o
fazendo, o juiz procederá à instrução [de todos os sujeitos não necessários].
§ 2o Pode ser dispensada pelo juiz a produção das provas requeridas pela parte cujo
advogado não compareceu à audiência.
§ 3o Quem der causa ao adiamento responderá pelas despesas acrescidas.

Há ainda outras duas hipóteses de adiamento da audiência:

(i) retardamento na entrega do laudo pericial (ou retardamento na intimação das partes).
Isso não se aplica ao retardamento dos assistentes técnicos.

Art. 433. O perito apresentará o laudo em cartório, no prazo fixado pelo juiz, pelo menos
20 (vinte) dias antes da audiência de instrução e julgamento. (Redação dada pela Lei n°
8.455, de 24.8.1992)
Parágrafo único. Os assistentes técnicos oferecerão seus pareceres no prazo comum de 10
(dez) dias, após intimadas as partes da apresentação do laudo.(Redação dada pela Lei n°
10.358, de 27.12.2001)

(i i) impedimentos judiciais: audiência anterior que não termine a tempo, correição etc.

Para tratar da ausência dos sujeitos processuais como motivo de adiamento da audiência,
Dinamarco classifica-os em:

sujeitos necessários: juiz, escrivão (ou preposto), MP (quando a lei exige sua
participação; eventual desídia do promotor não tem influência sobre o processo), o perito
(quando tenham sido solicitados esclarecimentos) e, em alguma medida, as testemunhas
(quando regularmente arroladas com correta indicação do endereço; caso haja dispensado a
intimação e a testemunha faltar sem justo motivo, a parte perde o direito à prova).

sujeitos não-necessários: partes, advogados e assistentes-técnicos.

À parte intimada para prestar depoimento pessoal que faltar será aplicada pena de confesso.
Se faltar o advogado sem motivo justificado, o juiz pode dispensar a produção da prova
requerida (art. 453, §2°). Deve levar em conta as circunstâncias do caso e encontra limites à
sua atuação na indisponibil idade do direito.
Se faltar o assistente-técnico, a parte que o nomeou fica privada dos esclarecimentos que
ele poderia prestar.

A lei prevê a necessidade de justificativa de ausência para os sujeitos não necessários até a
abertura da audiência; quando o motivo for tão recente que não admita comunicação prévia,
admite-se a justificativa posterior, que pode levar até à anulação do ato.

Quando a audiência for adiada ou interrompida, os presentes saem cientes (consta no termo
de audiência assinado por todos). Os não presentes (e todos, em caso de antecipação)
devem ser intimados.

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Art. 242. O prazo para a interposição de recurso conta-se da data, em que os advogados são
intimados da decisão, da sentença ou do acórdão.
§ lo Reputam-se intimados na audiência, quando nesta é publicada a decisão ou a sentença.
§ 2o Havendo antecipação da audiência, o juiz, de oficio ou a requerimento da parte,
mandará intimar pessoalmente os advogados para ciência da nova designação . (§ 3o
renumerado pela Lei n° 8.952, de 13.12.1994)

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