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A crise na Venezuela e seus reflexos no Brasil

O QUE O VÍDEO FALA

A Venezuela está em crise e, essa crise não começou agora, nem nos golpes políticos
que o país sofreu. A crise na Venezuela se resumi a sucessões de crise vividas aos longos dos
anos.
1989

Subiu os preços dos combustíveis e das passagens e como resposta o povo foi as ruas,
quemaram carros, casas e comércios. Essa revolta ficou conhecida como Caracazo, a
repressão dessa revolta foi intensa, alternando entre 300 e 3000 mortos. Como muita gente
era jogada em vala comum, ninguém nunca vai saber qual a quantidade certa.
O país afundava em casos de corrupções políticas e o presidente Carlos Andrés Pérez
que tocava uma série de reformas libeirais recorreu aos militares para se proteger.

1992

O país se partiu e militares de esquerda com o apoio popular, foram para cima do
governo. E nesse ano houve a primeira tentativa de golpe contra Perez, entre os envolvidos
estava o Hugo Cháves Frias, que na época era paraquedista do exército. E, Chaves acabou
preso. Em novembro de 1992 tentaram um novo golpe mas falharam novamente.
Perez cai pelo Impeachment e foi eleito Rafael Caldeira como presidente.

1998

Anteriormente, Chavez sai da cadeia e depois disso foi eleito Presidente com 56 %
dos votos.
Nesse tipo de governo é necessário entender dois termos:

Chavismo
Além de associar a personalidade carismática de Chavez, o Chavismo se resume no
apoio à Agenda Econômica Estatizante e Centralizadora, batizada por ele como Socialismo
do Século 21.

Bolivarianismo (Governos de esquerda na América Latina que questionam o


neoliberalismo e o Consenso de Washington)
Serve como plano de fundo, Chavez se compara a Simón Bolívar, que liderou os
movimentos de independência da Venezuela e, assim como ele, uma figura forte no
imaginário popular.

1999

72% da população aprova a nova mudança da Constituição. O paralmento foi


transformado em instância Unicameral sendo uma Assembleia Nacional única.

2000
Chavez vence novamente a eleição com 59,7% de aprovação, consquistando ampla
maioria na nova assembléia. Com poderes ampliados o governos emitiu novos decretos,
acelerou a aprovação de leis na assembléia nacional aumentando a intervenção do Estado na
economia e sobre tudo no Petróleo que o principal produto venezuelano.

2002

Hugo Chaves sofre um Golpe de Estado durando apenas 3 dias.

2004

A oposição tenta tirar Chavez do poder mas o presidente sai vitorioso com 59% de
negativa do revogamento.

2005

A oposição se retira do das eleições do Legislativo com a justificativa de que a Justiça


Eleitoral estava tomada pelo chavismo e não considerava limpa.

2006

Chavez vence novamente a eleição para a presidẽncia com 62,8% de aprovação.


Propôs mais reformas constitucionais e uma delas e que pode-se concorrer a eleições
ilimitadas mas perdeu.

2012

Chavez concorreu e venceu sua quarta e última eleição, com 55% dos votos. Já
doente, acabou morrendo no dia 5 de março de 2013, sendo vítima de um cãncer.

2013

Nicolas Maduro ganha eleição presidencial com 51% dos votos.

2015

A oposição ocupa pela primeira vez depois de muito tempo, a maioria dos assentos da
assembléia nacional. Isso aumentou a pressão sobre o novo presidente e, tentou tirar Maduro
do poder.
Posteriormente, a economia mergulhou numa crise profunda, a inflação passou de
254% em 2016 e, a mortalidade infantil cresceu 30% no mesmo ano. Os avanços sociais se
disfazem.
Mais de 40% dos produtos estavam em falta em 2016 e a escasses chegou a 80%. O
povo foi as ruas mais uma vez e, o governo reprimiu com violência.

2018

A Venezuela terá mais uma eleição presidencial e seguir o ritmo dos 28 anos, esse
será mais um capítulo dessa novela sem fim; se as divisões entrarem num caminho
democrático, será um embate. E, se as tensões seguirem aumentando poderá chegar em um
beco sem saída.

SLIDES

No Brasil Michel Temer libera recursos adicionais para lidar com 40 mil
venezuelanos que vivem hoje em abrigos na cidade de Roraíma, além de criar um "comitê
nacional". O fluxo de venezuelanos tem como origem a turbulência política, social e
econômica. Mas não se sabe se esses dados são verdadeiros, já que existem venezuelanos
que entram somente para compra mantimentos.

SLIDE 2 - O Nexo conversou por telefone, com dois especialistas em migração que vêm
acompanhando de perto a situação dos venezuelanos no Brasil.

Camila Asano
"As autoridades brasileiras não têm números confiáveis, o que nos impede de ter uma ideia
precisa. Os dados mais confiáveis são os publicados até agora pela Polícia Federal. De acordo
com eles, até o final de 2017, cerca de 30 mil venezuelanos pediram regularização no Brasil.
Destes, cerca de 22 mil solicitaram refúgio e 8.000 solicitaram a residência pela Resolução
126 do CNIg [resolução do Conselho Nacional de Imigração, de março de 2017, que facilita a
residência temporária de estrangeiros no Brasil]. Por isso, não existe uma "crise migratória"
já que o país registra um número baixo de imigrantes, em comparação com o PIB, com a
extensão territorial e com a população total."
"Há uma enorme contradição na fala do presidente Temer. Ele diz que há uma abordagem
humanitária, mas a resposta tem sido desenhada mais no âmbito da segurança. Isso mostra
uma visão anacrônica, de que a abordagem do tema migratório está mais no âmbito da
segurança nacional do que no âmbito dos direitos humanos. Além de anacrônico, vai contra a
própria
SLIDE 3 - 1 milhão É o número de venezuelanos que deixaram o país caribenho entre
2014 e 2017, de acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados.
O presidente Nicolás Maduro transformou a Venezuela numa ditadura na qual
adversários políticos são perseguidos, presos, torturados e mortos e as eleições são fraudadas.
Ao mesmo tempo, o país vive uma recessão marcada pela escassez de produtos básicos e pela
explosão no número de casos de desnutrição.
Com o fracasso das negociações entre governo e oposição que vinham ocorrendo na
República Dominicana, no dia 7 de fevereiro, e com a proximidade de uma nova eleição
presidencial, anunciada por Maduro para o dia 22 de abril, crescem os preparativos para que
o Brasil receba novos imigrantes venezuelanos.
O governo Temer diz que há perseguição política contra opositores de Maduro na
Venezuela. Entretanto, não aplica à maioria dos venezuelanos o Estatuto do Refugiado,
criado em 1951 para os casos em que exista um “fundado temor de perseguição” por razões
políticas, entre outras causas.O Governo brasileiro enviará Forças Armadas para a região
como sendo uma "abordagem humanitária".

SLIDE 4 – IMAGENS

SLIDE 5 - Lei de Imigração que entrou em vigor no Brasil [regulamentada em


novembro de 2017]. Essa nova lei trouxe uma mudança de paradigma. Antes, o Estatuto do
Estrangeiro via a questão da imigração como uma questão de segurança nacional. A nova lei
vê como uma questão de direitos humanos."
João Carlos Jarochinski
"A demanda não se compara a outros locais nos quais esse fluxo é ainda mais efetivo. A saída
dos venezuelanos é num contexto de crise, lá, mas a vinda para o Brasil é bastante residual
quando comparada a outros países. Na Colômbia, os dados mostram uma variação que pode
ir de 550 mil a 1 milhão de venezuelanos. Há muitos irregulares, daí a imprecisão. Na metade
de 2017, já se falava em 40 mil venezuelanos em Trinidad e Tobago, por exemplo, que é
muito menor que o Brasil."

SLIDE 6 - No Brasil, deva haver algo na ordem de 50 mil a 60 mil venezuelanos no território
todo. Houve três momentos da imigração venezuelana em Roraima. O primeiro momento foi
pendular. Com a crise de desabastecimento de 2015, os venezuelanos vinham, trabalhavam
poucos dias, compravam coisas e retornavam para a Venezuela. No segundo momento, houve
uma fixação perto da fronteira. E, finalmente, hoje, há um trânsito, há uma entrada de pessoas
que deixam Roraima na direção de outros centros. O número preciso de tudo isso é,
entretanto, muito difícil de determinar.

"Quem está construindo essas respostas [federais] é o setor de segurança. A própria demanda
apresentada pelos governos locais chama atenção para as questões de segurança e de saúde.
Antes da visita do presidente, houve uma visita do Conselho Nacional de Direitos Humanos.
Esse Conselho fez algumas recomendações. Parte delas foi incorporada ao discurso de
Temer. Mas, efetivamente, na hora de bater o martelo, na hora de o governo federal assumir
um compromisso mais efetivo, a predominância foi da área de segurança. Tanto é assim que
o ministro que mais tem falado da demanda em relação à Venezuela é [o ministro da Defesa]
Raul Jungmann."

SLIDE 7 - Camila Asano - Dos 30 mil pedidos de regularização apresentados até o final de
2017, 22 mil são pedidos de refúgio. Isso mostra que muitos venezuelanos estão procurando
essa via para se regularizar. O que diz a lei brasileira e a convenção das Nações Unidas sobre
refúgio é que cada caso precisa ser avaliado individualmente.
SLIDE 8 - O Brasil tem tardado em fazer essa análise. Logo, há um passivo muito grande de
casos acumulados que deixam essas pessoas em situação temporária de proteção. Ser
solicitante de refúgio já traz alguns direitos, como o de não ser devolvido a seu país de
origem e o de receber CPF e Carteira de Trabalho, mas, ainda assim, é uma situação
temporária de proteção.

SLIDE 9 - O presidente fala da dimensão humanitária da resposta brasileira à imigração


venezuelana, mas levou para reunião em Boa Vista apenas ministros das áreas militar e de
segurança pública. Não estavam presentes ministros da Saúde, do Trabalho, dos Direitos
Humanos e da Educação. Há uma contradição nisso?

É preocupante a fala do presidente Temer que, em alguns aspectos, fala em maior controle de
fronteira e em respostas militarizadas. No entanto, é positivo quando ele traz a dimensão
humanitária. A questão é converter isso em ações concretas, dando soluções jurídicas para
essa população. A nova lei dá autorização de residência por razões humanitárias. Isso deveria
ser aplicado aos venezuelanos que não buscarem o refúgio, pois seria condizente com a fala
do presidente e com a posição do Grupo de Lima [formado pelos governo do Brasil,
Argentina, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Honduras, México, Panamá,
Paraguai e Peru, no dia 8 de agosto de 2017 para assumir posições coletivas na região a
respeito da crise venezuelana], do qual o Brasil faz parte, e que classifica a situação
venezuelana como uma crise humanitária de fato.

SLIDE 10 - O Direito Internacional Humanitário é um conjunto de normas que, procura


limitar os efeitos de conflitos armados. Protege as pessoas que não participam ou que
deixaram de participar nas hostilidades, e restringe os meios e métodos de combate. O Direito
Internacional Humanitário (« DIH » ) é também designado por «Direito da Guerra » e por «
Direito dos Conflitos Armados».

Quais são as origens do Direito Internacional Humanitário?


O Direito Internacional Humanitário faz parte do Direito Internacional que rege as relações
entre Estados e que é constituído por acordos concluídos entre Estados – geralmente
designados por tratados ou convenções – assim como pelos princípios gerais e costumes
que os Estados aceitam como obrigações legais.
As origens do Direito Internacional Humanitário podem ser encontradas nos códigos e
regras de religiões e nas culturas do mundo inteiro. O desenvolvimento moderno do Direito
teve início na década de 1860; desde essa altura, os Estados acordaram numa série de
normas práticas, baseadas na dura experiência da guerra moderna, que refletem num
delicado equilíbrio entre as preocupações humanitárias e as necessidades militares dos
Estados. Com o crescimento da comunidade internacional, aumentou igualmente o número
de Estados em todo o mundo que contribuíram para o desenvolvimento do Direito
Internacional Humanitário, que pode hoje em dia ser considerado como um sistema de
Direito verdadeiramente universal.

SLIDE 11 - Lei da imigração - Entre os princípios da lei, estão a garantia ao imigrante de


condição de igualdade com os nacionais, inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade e acesso aos serviços públicos de saúde e educação,
bem como registro da documentação que permite ingresso no mercado de trabalho e direito à
previdência social.
Os imigrantes também poderão exercer cargo, emprego e função pública, conforme definido
em edital, com exceção dos concursos reservados a brasileiros natos.
A nova Lei de Migração, aprovada pelo Senado Federal, vai garantir a imigrantes que chegam
ao Brasil os mesmos direitos dos cidadãos brasileiros.

Para organizações que tratam do tema, projeto avança ao trazer a dimensão de direitos
humanos e afastar a tônica de segurança nacional, que criminaliza estrangeiros. A Nova Lei
de Migração vai substituir o Estatuto do Estrangeiro.

SUBSTITUTIVO ADOTADO PELA COMISSÃO ESPECIAL AOS PROJETOS DE LEI Nºs


2.516 DE 2015, 5.655 DE 2009, 3.354 DE 2015 E 5.293 DE 2016
Institui a Lei de Migração.

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