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Índios e o meio ambiente

Foto: diversos autores, veja aqui

Mesmo não sendo “naturalmente ecologistas”, aos povos indígenas se deve reconhecer o crédito histórico de terem manejado os recursos naturais
de maneira branda. Souberam aplicar estratégias de uso dos recursos que, mesmo transformando de maneira durável seu ambiente, não alteraram
os princípios de funcionamento e nem colocaram em risco as condições de reprodução deste meio.

Diferentes concepções de "natureza"


Muitas vezes somos levados a pensar que as sociedades indígenas que vivem nas florestas tropicais são povos isolados, intocados, e que vivem
“em harmonia” com os seus ambientes.A dificuldade em se compreender as concepções e as práticas indígenas relacionadas ao “mundo natural”
e a tendência em aprisionar estes modos de vida extremamente complexos e elaborados na imagem idealizada de uma relação harmônica homem-
natureza são exemplos de etnocentrismo.

A visão dos índios como homens "naturais", defensores inatos da natureza, deriva de uma concepção de natureza que é própria ao mundo
ocidental moderno: a natureza como algo que deve permanecer intocado, alheio à ação humana. Mas o que os povos indígenas têm a dizer sobre
o assunto é bem diferente.

As concepções indígenas de “natureza” variam bastante, pois cada povo tem um modo particular de conceber o meio ambiente e de compreender
as relações que estabelece com ele. Porém, se algo parece comum a todos eles, é a idéia de que o “mundo natural” é antes de tudo uma ampla
rede de inter-relações entre agentes, sejam eles humanos ou não-humanos. Isto significa dizer que os homens estão sempre interagindo com a
“natureza” e que esta não é jamais intocada. Os Yanomami, por exemplo, utilizam a palavra urihi para se referir à "terra-floresta": entidade viva,
dotada de um "sopro vital" e de um "princípio de fertilidade" de origem mítica. Urihi é habitada e animada por espíritos diversos, entre eles os
espíritos dos pajés yanomami, também seus guardiões.
A sobrevivência dos homens e a manutenção da vida em sociedade, no que diz respeito, por exemplo, à obtenção dos alimentos e a proteção
contra doenças, depende das relações travadas com esses espíritos da floresta. Dessa maneira, a natureza, para os Yanomami, é um cenário do
qual não se separa a intervenção humana.

Parceiros na preservação ambiental

Apesar de não serem "naturalmente ecologistas", os índios têm consciência da sua dependência – não apenas física, mas sobretudo cosmológica –
em relação ao meio ambiente. Em função disso, desenvolveram formas de manejo dos recursos naturais que têm se mostrado fundamentais para a
preservação da cobertura florestal no Brasil.

Trata-se de um fato visível nas regiões onde o desmatamento tem avançado com maior rapidez, como nos estados do Mato Grosso, Rondônia e
sul do Pará. Em levantamento do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), por exemplo, as Terras Indígenas aparecem como verdadeiros
oásis de florestas.

É fato que muitos povos indígenas, como os Suruí, Cinta-Larga e os Kayapó, tenham se atrelado ativamente a formas predatórias de exploração
dos recursos naturais hoje em vigor na Amazônia, fazendo alianças principalmente com empresas madeireiras. Todavia, é preciso reconhecer que
eles o fizeram submetidos a pressões concretas, contínuas, ilegais e como sócios menores desses negócios.

Hoje e no futuro, é preciso procurar mecanismos para potencializar as chances de os índios equacionarem favoravelmente o domínio de terras
extensas com baixa demografia. Um desses mecanismos são as ainda incipientes formas de articulação de projetos indígenas com estratégias não-
indígenas de uso sustentado de recursos naturais, sejam públicas ou privadas.

Panorama da Diversidade
Vista aérea do posto Diauarum: cerrado e floresta de transição (Alto Xingu – MT). Foto: Abril Imagens,1999.

A volta da caçada na floresta amazônica (Araweté – PA). Foto: Eduardo Viveiros de Castro, s/d.
Vista da aldeia do Meruri no cerrado (Bororo – MT). Foto: Luís Donisete B. Grupioni, s/d.

Serra da Bodoquena: vegetação de cerrado e mata calcária (Kadiwéu – MS). Foto: Correio do Estado, s/d.
Voltando da roça entre a savana e os campos alagados (Galibi Marworno – AP). Foto: Vincent Carelli, s/d.

Aldeia Rio Branco em Itanhaém: Mata Atlântica (Guarani –SP). Foto: José Novaes, s/d.

https://pib.socioambiental.org/pt/c/no-brasil-atual/modos-de-vida/Indios-e-o-meio-ambiente
A Importância dos direitos aos recursos e ao conhecimento indígenas

O WWF agradece as enormes contribuições que os povos indígenas deram para a preservação de muitos dos mais frágeis
ecossistemas do planeta.

O WWF reconhece a importância dos direitos aos recursos e ao conhecimento indígenas para a preservação dessas áreas no futuro.

Como uma entidade de conservação, o WWF está preocupado com a perda de biodiversidade e a degradação da qualidade dos ambientes no mundo
inteiro.

No entanto, está também preocupado com a perda de culturas e de conhecimentos tradicionais.

Em suas longas histórias de manejo do meio ambiente, os povos tradicionais acumularam grandes quantidades de conhecimentos que poderiam ser
benéficos para a conservação ambiental e o uso sustentável de recursos naturais em todo o mundo.

O WWF apoia as comunidades tradicionais e os povos indígenas no manejo de seus recursos de maneira sustentável e para que mantenham, usem e
fortaleçam seus conhecimentos ecológicos.

Ao fazê-lo, o WWF respeita os direitos humanos e o desenvolvimento de comunidades tradicionais e povos indígenas e reconhece a importância da
conservação ambiental para suas culturas.

Numa época de globalização e expansão econômica e de mercados, esse é um desafio complexo, que requer cooperação e parcerias.

A Declaração de Princípios sobre Povos Indígenas e conservação Ambiental do WWF foi elaborada em 1996 e atualizada no início de 2008. O WWF
trabalhou em parceria com a União Mundial para a Natureza (IUCN) para desenvolver um conjunto de Princípios e Diretrizes Básicas sobre Povos Indígenas e
Áreas de Conservação Ambiental.

Integrando os Princípios do WWF sobre Povos Indígenas e Conservação Ambiental ao Gerenciamento de Projetos e Programas
Ao longo do tempo, o WWF busca aprender com suas próprias experiências e compartilhar as lições aprendidas com públicos mais amplos. A publicação
Integrando os princípios do WWF sobre Povos Indígenas e Conservação apresenta estudos de caso de iniciativas em campo. Em 2007, o WWF finalizou um
documento de revisão e recomendações intitulado Fortalecendo Parcerias com Povos Indígenas e Comunidades Locais, que reforça a Declaração de
Princípios do WWF e identifica medidas para fortalecer sua implementação e seu acompanhamento.

https://www.wwf.org.br/natureza_brasileira/especiais/povos_indigenas_e_conservacao_ambiental__a_declaracao_de_principios_da_rede_wwf/

Terça, 31 de maio de 2016, 00h00

Lição indígena sobre meio ambiente

As tradições indígenas se traduzem em valiosas lições para o atual estágio da humanidade em que muito se perdeu na conexão com a natureza e o
verdadeiro considerar ecológico. A sabedoria do povo indígena é profunda e fala de um progresso de integração pessoal comunitário e ecológico.
Nesta semana que antecede o Dia Mundial do Meio Ambiente, vale uma reflexão em torno do modo de viver e de interagir com o meio ambiente
natural sob a visão indígena. Citarei um exemplo advindo dos nativos da América do Norte, da América Central e da América do Sul.
Quanto aos nativos norte-americanos, foram mais de quinhentas nações de índios que viveram por cerca de 40 mil anos numa cultura integrada a
natureza, com perspectivas e pensamentos bem diferentes da visão dos europeus quando chegaram ao continente deles. Os índios conheciam
todas as terras, desde desertos, pântanos, planícies e florestas, até que as colonizações européias começassem a invadir esses territórios e a mudar
a vida daquele continente para sempre. Foram nas primeiras colonizações que deram certo, como a dos espanhóis, de Santo Agostinho, por volta
de 1565 e a dos ingleses, em 1607, em que os colonizadores trouxeram companhias desagradáveis como a malária e a varíola, doenças que os
ameríndios não resistiam por falta de imunidade. Só essas epidemias dizimaram vilas em até 90% das populações
Para os nativos a terra era sagrada e não tinha donos individuais, ela pertencia ao Grande Espírito. Eles não compreendiam o costume dos
colonizadores, que comercializavam as terras. E, os europeus, por não reconhecerem a soberania dos nativos, compravam os terrenos deles com
ferramentas, dentre outras miscelâneas. Mas, isso para os índios era no máximo, uma espécie de arrendamento e tudo continuava sendo algo
coletivo. No entanto, perceberam que se comessem um dos animais criados pelos brancos, era exigido deles uma indenização, o que gerava
conflito e revides entre as partes, pois os índios entendiam tal negociação de um jeito equivocado.
Os ameríndios, por serem nômades, mudavam com frequência de moradia e as posses que tinham eram potes, arcos, cestos estacas para cavar e
ajudar na vida cotidiana. Cultivavam grãos e uma variedade de plantas sempre com controle de queimadas em áreas de vegetação, garantiam a
vitalidade do solo, deixando-o descansar enquanto plantavam em locais diferentes. O antropólogo Marshall Sahlins se refere a esse
comportamento indígena como o entendimento que eles tinham de viver ricamente, devido ao profundo conhecimento que possuíam sobre a
natureza. ‘Todas as coisas apareciam quando necessárias e desapareciam quando os propósitos eram atingidos’, diz Sahlins, sobre o pensamento
dos nativos.
No entanto, as colônias de invasores nesse território até então sagrado, cresciam vertiginosamente e os nativos americanos eram forçados a
recuar. Os europeus, com tecnologia militar superior aos arcos e flechas indígenas, triunfavam, reduzindo-os a confinamentos restritos.
Geronimo, o último ameríndio a render-se aos europeus, que resistiu até 1886, foi o símbolo de uma história trágica, de desconsideração àquelas
tribos nativas que foram reduzidas drasticamente. Dentre várias passagens tristes dessa história, destaca-se o caso de Cheyenne, que foi levada
por mil milhas a pé, por um caminho que passou a ser chamado de ‘trilha das lágrimas‘, enquanto muitos outros morriam ao longo daquela longa
jornada situada da Geórgia até Oklahoma, área designada na época como território dos índios. Segundo registros da história, houve brutalidades,
corrupção e tentativas de fazerem com que os índios pensassem como os europeus invasores. Embora muitos deles tenham estudado como o
homem branco, no coração ainda pensavam como índios.
O autor da obra ‘Ecologia dos Índios Norte Americanos’, J. Donald Hughes, retrata que para os índios americanos, a ecologia não era um assunto
separado ou algo para ser pensado somente em determinada parte do tempo, tratava-se de um assunto que envolvia todo um modo de vida. Para
eles, as coisas que nós chamaríamos de ecologia afetavam e eram afetadas por tudo o que eles faziam.‘ Portanto, ao verem aqueles homens com
costumes diferentes, de cultura mercantilista, eles os consideraram como pessoas rudes e individualistas, que viam o mundo apenas de uma
perspectiva individual, que só pensavam em dominar a Terra e dividi-la em parcelas imobiliárias, cidades, estados e países. Mas, o
relacionamento entre nativos americanos e a terra é o de confiança sagrada. Continua no próximo artigo.

Jair Donato é jornalista em Cuiabá, professor universitário, palestrante, consultor e especialista em Gestão de Pessoas e Qualidade de Vida.
E-mail: jair@domnato.com.br

http://www.gazetadigital.com.br/conteudo/show/secao/92/og/1/materia/480382/t/licao-indigena-sobre-meio-ambiente

Índio e Meio Ambiente


Os povos indígenas habitam o Pará desde tempos imemoriais, vivendo geralmente em
territórios específicos, de acordo com o modo de vida sócio - cultural peculiar à cada grupo.
Ao longo da História conviveram e se desenvolveram de forma sustentável, preservando o
meio ambiente e adquirindo minucioso conhecimento e domínio de sua diversidade
biológica e ecológica.

Esta relação interativa com a natureza permitiu-lhes conhecer e criar técnicas específicas de
manejo dos diversos ecossistemas, empregando seus conhecimentos no desenvolvimento de
tecnologias adequadas à exploração e manutenção do acervo natural e ambiental. O conhecimento
indígena, secularmente repassado a seus descendentes, permite que milhões de caboclos
produzam e se reproduzam, até hoje, no interior amazônico.

Economia Indígena
Os povos indígenas convivem secularmente com a floresta, por isso são exímios
conhecedores de seu meio. Isto lhes capacitou a dominar o meio ambiente e desenvolver
tecnologias eficientes e apropriadas na extração, utilização e manutenção dos recursos
naturais e fontes disponíveis como: florestas, rios, lagos, igarapés, etc. Assim eles
desenvolvem uma economia sustentável produtiva e diversificada, gerando alimentos,
medicamentos, utensílios e ferramentas.

Os indígenas observam as regiões e o clima para executar agricultura, caça, pesca e coleta de
frutos. Produzem todos os alimentos necessários a uma dieta alimentar rica e balanceada. A
atividade comercial decorre de como os grupos julgam necessário. Arte e cultura também integram
sua economia. Essa estrutura é alterada a partir de pressões externas.

http://www.cdpara.pa.gov.br/ambiente.php
Indígenas, sustentabilidade e meio ambiente 09021411989
Bruna Moraes da Costa Weis

Resumo: A partir de projetos de pesquisa e de pesquisa de campo, esse estudo foi realizado, tendo em vista a questão indígena e seus meios de se
desenvolver de forma sustentável na biodiversidade das cidades e em meio à sociedade atual, tendo como órgãos de amparo aos direitos indígenas a FUNAI
e a ONU. A comunidade indígena, desde os primórdios, tem uma forte relação com o meio ambiente, e é através do ambiente em que vivem que tiram sua
subsistência, cultivando a terra e, assim também, a suas tradições, a fim de manter seus costumes, suas heranças, para as futuras gerações. A pesquisa
abarca o Direito Ambiental, direito fundamental de terceira dimensão, transdisciplinar e ecocêntrico, relacionado diretamente com o meio ambiente e a
questão da sustentabilidade indígena, nesse sentido esse trabalho buscará respostas para a questão da proteção ao índio, inclusive em plano aos Direitos
Humanos, ao mesmo tempo em que reflete acerca da proteção ao meio ambiente, essencial para o século XXI. [1]

Palavras-chaves: índio; meio ambiente; sustentabilidade; direitos humanos.

Abstract: From research projects and field research, this study was undertaken, with a view to indigenous issues and means to sustainably
develop the biodiversity of cities and in the midst of modern society, with the organs of support rights indigenous FUNAI and the UN. The
Indian community since the beginning, has a strong relationship with the environment, and it is through their environment that derive their
livelihood by cultivating the land and thus also to their traditions, in order to maintain their customs, legacies for future generations. The research
covers environmental law, fundamental rights of third dimension, transdisciplinary and ecocentric, directly related to the environment and the
issue of sustainability indigenous in that sense this work will seek answers to the question of protecting the Indians, including human rights plan,
while reflecting on the protection of the environment, essential for the XXI century.

Keywords: Indian; environment, sustainability, human rights.

Sumário: Introdução, 1. A sustentabilidade na cultura indígena e o meio ambiente, 2. Os direitos humanos em proteção do índio e ao meio
ambiente, 2.1. 2.1 O direito ao meio ambiente saudável, Considerações finais, Referências.

INTRODUÇÃO

A história nos relata que quando aqui desembarcaram os portugueses, estes se depararam com uma floresta densa e povos que aqui viviam. Esses
povos nativos do território onde hoje temos nosso Estado brasileiro foram chamados de índios, visto que os portugueses acreditavam ter chego às
Índias como era o esperado pelos navegadores, para assim buscarem especiarias para o Reino de Portugal, já que o mercado de especiarias era
monopolizado pelos Estados que hoje compõem a Itália[2].

No entanto, estes ao desembarcarem em solo brasileiro[3] se depararam com as mais diferentes tribos que aqui viviam. Esses povos nativos do
território brasileiros já tinham suas culturas, línguas, tradições e costumes bem definidos, o que, posteriormente, não foram vistos com bons olhos
pelos portugueses que se declararam descobridores do Novo Mundo.

Fato é que não se tratava de um descobrimento legítimo, tendo em vista que aqui já haviam povos, a América não foi descoberta, foi, de certa
forma, invadida e explorada pelos novos colonizadores.

Nesse viés, a cultura indígena foi gradualmente influenciada pelos novos donos da terra. Os colonizadores tentaram implantar na tradição e
costume do índio nativo, a cultura europeia, com seus costumes, vestimentas, educação, religião e até mesmo culinária, (HALLEWELL, 1985).
O que reflete no atual século XXI é uma sociedade indígena muitas vezes dependente do estilo de vida da sociedade contemporânea, com luz
elétrica, água encanada e, em algumas tribos, internet[4].

As poucas tribos que sobreviveram à colonização do “homem branco”, hoje tentam se adaptar a sociedade por eles construída. Com seu povo
dizimado, sem terra e, muitas vezes, sem teto, o índio moderno luta por manter sua herança cultural e de subsistência em meio à sociedade
capitalista atual. Esses descendentes dos antigos índios, vivem, geralmente, em encostas de rodovias, na biodiversidade de cidades ou próximo
delas, em lotes de terra cedidos pelo governo, tentando manter-se longe das grandes metrópoles e levar uma vida o mais próximo possível das
suas antigas tradições, plantando e cultivando para sua sustentabilidade[5].

Essa sociedade indígena remanescente das antigas tribos que aqui viviam é protegida por algumas ONG’s, em conjunto com a Funai[6],
Fundação Nacional do Índio, e pela ONU, Organização das Nações Unidas, que são órgãos que protegem os direitos indígenas, o seu
reconhecimento e espaço na sociedade, como também os seus direitos humanos no plano nacional e internacional.

Todavia, em plano nacional, também temos a proteção ao índio, referida no Capítulo VIII, sobre a “Ordem Social”, da nossa Constituição da
República Federativa do Brasil, de 1988, artigo 231 ao artigo 232, assim como também temos a proteção ao meio ambiente, ora referida no
Capítulo VI, artigo 225 da Constituição Federal: “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e
essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defende-lo e preservá-lo para as presentes e futuras
gerações”, (BRASIL, 2012, p.59). E, de forma explicita, também referida no Capítulo II, “Dos direitos e garantias fundamentais”, Artigo 5º,
LXXIII.

Nesse contexto, encontrando tipificação e amparo constitucional, esse estudo pretende trazer uma relação entre o meio ambiente e a
sustentabilidade da comunidade indígena, assim como também os direitos humanos dessas minorias.

O tema acolhido por essa pesquisa pretende realizar um diálogo de troca de ideias acerca da sustentabilidade da sociedade indígena brasileira,
assim como também levantar questões relativas ao meio ambiente e aos direitos humanos relacionados a essa comunidade. O método de pesquisa
usado para tanto foi o analítico-dedutivo, pois trouxe vários doutrinadores acerca do tema, assim como também indivíduos dessa comunidade e
profissionais que trabalham com a questão indígena no Brasil.

1 – A SUSTENTABILIDADE NA CULTURA INDÍGENA E O MEIO AMBIENTE

As discussões sobre o termo “sustentabilidade” começou a surgir na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano de 1972,
em seguida essas bases foram lançadas para a comunidade internacional através de ações que debatiam questões relacionadas à degradação
ambiental e a poluição. A declaração de Estocolmo foi a precursora em definir princípios de preservação e melhorias do meio ambiente, essas
foram consagradas na ECO-92, realizada no Rio de Janeiro, que também trouxe o conceito de sustentabilidade e juntou a este o termo meio
ambiente e desenvolvimento, a fim de abrir os olhos da comunidade internacional para as necessidades de uma vida sustentável e um meio
ambiente sadio, (MANÍGLIA, 2011, 40).

A evolução de uma consciência ambiental foi responsável por criar uma legislação de proteção ao meio ambiente, elevando-o a categoria de
“bem” de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida. A cerca de meio ambiente, caracteriza Fiorillo, como sendo:

“O meio ambiente natural ou físico é constituído por solo, água, ar atmosférico, flora e fauna. O meio ambiente artificial é compreendido pelo
espaço urbano construído, consistente no conjunto de edificações (chamado de espaço urbano fechado), e pelos equipamentos públicos (espaço
urbano aberto); está diretamente relacionado ao conceito de cidade. O conceito de meio ambiente cultural está previsto no artigo 216 da
Constituição Federal do Brasil de 1988, engloba o patrimônio histórico, artístico, arqueológico, paisagístico, turístico... O bem que compõe o
chamado “patrimônio cultural” traduz a história de um povo, sua formação, cultura e, portanto, os próprios elementos identificadores de sua
cidadania, que constitui princípio fundamental norteador da República do Brasil” (FIORILLO, 2006, p.21).
Nesse viés, o direito ao meio ambiente e, por sua vez, a sustentabilidade, se elevou a categoria do Direito Ambiental, direito esse de 3ª geração,
ou também chamado de 3º dimensão, sendo indispensável sua preservação para a vida das presentes e futuras gerações. Como explica o professor
José Afonso da Silva:

“O ambiente integra-se, realmente, de um conjunto de elementos naturais e culturais, cuja interação constitui e condiciona o meio em que vive.
Daí por que a expressão “meio ambiente” se manifesta mais rica de sentido (como conexão de valores) do que a simples palavra “ambiente”. Esta
exprime o conjunto de elementos. O conceito de meio ambiente há de ser, pois globalizante, abrangente de toda a natureza original e artificial,
bem como os bens culturais correlatos, compreendendo, portanto, o solo, a água, o ar, a flora, as belezas naturais, o patrimônio histórico,
artístico, turístico, paisagístico e arqueológico” (SILVA, 2002, p.20).

A cultura e tradição intergeracional indígena estão diretamente relacionados ao meio ambiente, ao cultivo e a subsistência, tendo a terra como a
mãe que fornece os frutos, alimenta o povo, proporciona a vida e o bem estar da tribo. Dessa forma, a comunidade indígena tem uma atenção
especial para com o meio ambiente, os ciclos climáticos e as estações definidas, pois são elas que irão delimitar o melhor período para as
plantações e cultivo[7].

Não dá para falar de comunidade indígena sem falar na terra, seus frutos e a sustentabilidade, visto que foram eles os precursores por desenvolver
em território brasileiro várias culturas, das quais eram desconhecidas pelos navegadores e colonizadores que aqui chegaram, uma delas a ser
citada é a da Mandioca[8], da qual decorre de uma lenda entre as tribos que aqui já viviam antes da chegada do “homem branco”.

O planeta Terra tem sofrido contínuas agressões, das quais implicam desde a degradação do meio ambiente, a biodiversidade, destruição da
camada de ozônio e dos recursos naturais, até a monocultura, (SARRETA, 2007, p.100). Nessa depredação acentuada, a cultura indígena de
cultivo vai sendo deixada de lado ao passo que agricultores e grandes companhias agrícolas vêm reivindicando a terra e não respeitando as
demarcações indígenas, essas demarcadas após acordos com o governo. A sustentabilidade do índio, a sua cultura com a terra se vê cada vez
mais ameaçada ao passo que sem ter onde plantarem e cultivarem, a sua cultura de subsistência vai sendo esquecida[9]. Ainda, diante da busca
pela sustentabilidade, aponta Canotilho sobre o Estado:

“Diante de um mundo marcado por desigualdades sociais e pela degradação em escala planetária, construir um Estado de Direito Ambiental
parece ser uma tarefa de difícil consecução ou até mesmo uma utopia, porque se sabe que os recursos ambientais são finitos e antagônicos com a
produção de capital e consumo existente” (CANOTILHO, 2007. p. 149)
Nesse sentido, sustentabilidade, inicialmente vem da ideia de desenvolvimento sustentável, concepção analisada por vários autores e relacionada
ao crescimento econômico difundida no pós Segunda Guerra Mundial (SARRETA, 2007). Segundo o professor, Clóvis Cavalcanti:

“[...] desenvolvimento sustentável representa uma alternativa ao conceito de crescimento econômico, indicando que sem a natureza nada pode ser
produzido de forma sólida... A natureza deve ser a referencia para a escolha da escala ótima das atividades econômicas que se detenham dentro
daquelas fronteiras. Evidentemente, o ponto preciso onde a economia se localizará depende de considerações morais atinentes aos interesses de
gerações presentes e futuras. É dever do governo avaliar as preferencias da sociedade em tal contexto e agir para colocar a realização das
aspirações da presente geração em harmonia com as aspirações de nossos descendentes” (CAVALCANTI, 1999, p. 38).

Assim, ressalta-se o papel do governo[10] em garantir elementos para o desenvolvimento sustentável das sociedades indígenas, uma vez que
também requer transformações nos meios de produção para aqueles que não respeitam as demarcações e as áreas destinadas aos índios, assim
como também meios de punição para esses infratores. Garantindo o equilíbrio social e financeiro entre povo indígena e demais membros da
sociedade atual, instigando elevar instituições e políticas sobre o tema indígena para também um sistema responsável do ponto de vista
ambiental, (CASTELL, 2001).

2 – OS DIREITOS HUMANOS EM PROTEÇÃO DO ÍNDIO E AO MEIO AMBIENTE

Como observado anteriormente, os direitos do povo indígena recebem proteção no âmbito nacional e internacional dos Direitos Humanos,
através das Constituição[11] Federal do Brasil de 1988 e da ONU, organização das Nações Unidas, criada no Pós 2ª Guerra Mundial e
encarregada de vigiar e fiscalizar os países para que esses não mais desrespeitem os Direitos Humanos e obedeçam os tratados. Um desses
exemplos a ser citado, destaco, a Declaração das Nações Unidas sobre os Diretos dos Povos Indígenas[12], importante documento acerca da
proteção do índio, sua cultura e seu espaço na sociedade atual.

No entanto, dados da FUNASA, apontam índices alarmantes com relação ao indígena de território brasileiro, o que significa que mesmo com
proteção internacional e nacional, a questão do índio não recebe as devidas atenções das autoridades. Segundo Denise Wolf, Coordenadora
Regional do Instituto de Estudos Culturais e Ambientais, IECAM:

“100 a 190 mil índios vivem fora de terras indígenas.[13] No Brasil, o número de portadores de doenças é de 60,7 para cada grupo de 1.000
habitantes, já considerado intolerável pela Organização Mundial de Saúde. Porém, entre a população indígena esse número sobe para 112,7”[14].
Esses dados corroboram com a ineficiência dos governos (desde os primórdios) em garantir ao aborígene o direito a terra para o cultivo de suas
culturas, assim como também a sua proteção ao ser usufrutuário dessa terra a ele cedida. O que tem acontecido é uma verdadeira pressão sobre as
terras que, constitucionalmente, foram cedidas à comunidade indígena para seu usufruto perpétuo, nesse sentido, essa invasão as demarcações
indígenas tem feito com que seu povo se dissemine e misture suas culturas com a dos invasores o que acarreta doenças para a sua comunidade e
perda de parte de suas tradições(ANTUNES, 1998, p.150).

2.1 O direito ao meio ambiente saudável

A Luz da Constituição Federal do Brasil de 1988, artigo 225, acerca do meio ambiente, define a Constituição como sendo algo que deve ser
preservado para as presentes e futuras gerações, cabendo a coletividade assim como também ao poder público defendê-lo, preservá-lo, restaurá-
lo, controlá-lo e defini-lo de forma que garanta a proteção do bem coletivo. Diante desse estudo, foi criado o Direto Ambiental, veículo
assegurado por princípios para a melhor aplicabilidade dos meios de proteções ao meio ambiente. Nas palavras de Celso Antonio Pacheco
Fiorillo:

“Dessa forma, observa-se que o direito ambiental reclama não apenas que se “pense” em sentido global, mas também que se haja em âmbito
local, pois somente assim é que será possível uma atuação sobre a causa de degradação ambiental e não simplesmente sobre seu efeito. De fato, é
necessário combater as causas dos danos ambientais, e nunca somente os sintomas, porquanto, evitando-se apenas estes, a conservação dos
recursos naturais será incompleta e parcial” (FIORILLO, 2006, p.46).

Como aduz a Constituição, o meio ambiente não depende apenas de proteção das autoridades públicas, o meio ambiente como bem de uso
comum do povo e essencial a uma sadia qualidade de vida também é dever de toda a sociedade, do mundo, protege-lo e preserva-lo, esclarece
Édis Milaré:

“De fato, é fundamental o envolvimento do cidadão no equacionamento e implementação da política ambiental, dado que o sucesso desta supõe
que todas as categorias da população e todas as forças sociais, conscientes de suas responsabilidades, contribuam para a proteção e a melhoria do
ambiente, que, afinal, é bem e direito de todos” (MILARÉ, 2005, p.162).

Nesse sentido, a questão da sustentabilidade está intimamente ligada à preservação ambiental, de forma que ter uma vida sustável no século XXI
significa estar em paz consigo mesmo, com a sociedade e com meio ambiente em que se vive, é o reflexo do que deixaremos para as nossas
futuras gerações.
CONSIDERAÇÕES FINAIS

A presente pesquisa relata culturas e anseios da comunidade indígena com relação as suas tradições com o meio ambiente, tendo como marco
inicial a descoberta desse território que veio a se chamar Brasil, primeiramente habitado por povos indígenas que aqui viviam antes da chegada
dos colonizadores. A relação do índio com o cultivo na terra, o meio ambiente e a sustentabilidade são de grande importância para esse povo, no
entanto, as tradições dessa relação do índio com a terra estão cada vez mais distantes, uma vez que seu território ainda está sendo invadindo pelos
“homens brancos”, que em pleno século XXI, não respeitam as demarcações indígenas.

A comunidade indígena recebe proteções no âmbito nacional e internacional, são várias as ONG’s que juntam forças para assegurar a proteção do
índio e seus direitos ao meio em que vivem, mesmo assim, essa proteção não é eficaz uma vez que suas reservas são cada vez mais diminuídas de
extensão e exploradas. Tal fato faz com que o povo indígena acabe migrando para os centros urbanos e, em partes, perdendo as suas tradições de
cuidado com a terra e de sustentabilidade frente às culturas nativas cultivadas por seus antepassados.

O direito a um meio ambiente sadio para todos é protegido pelo Direito Ambiental, direito esse de 3ª dimensão e elucidado pela Constituição
Federal brasileira em seu artigo 225. Nesse sentido, proclama-se que se tenha uma visão holística a cerca do meio ambiente, do qual cabe à
coletividade proteger e respeitar, para o bem das presentes e futuras gerações, de forma que todos os povos e todas as culturas possam ter livre
acesso a um ambiente sadio, equilibrado e qualidade de vida.

Referências

ANTUNES, Paulo de Bessa. Ação Civil Pública Meio Ambiente e Terras Indígenas. Rio de Janeiro/RJ: Editora Lumen Juris, 1998.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília/DF: Edição Administrativa: Senado Federal. 2012.

CANOTILHO, José Joaquim Gomes. LEITE, José Rubéns Morato. Direito Constitucional Ambiental. São Paulo/SP: Saraiva, 2007.

CASTELLS, Manuel. O Poder da Identidade. A Era da informação: economia, sociedade e cultura. Tradução Klaus Brandini Gerhardt. 3. ed. São Paulo/SP: Paz
e Terra, 2001. v.2.

CAVALCANTI, Clóvis. Meio Ambiente, desenvolvimento sustentável e políticas públicas, 2. ed. São Paulo/SP: Cortez, 1999.
Cidades Históricas Brasileiras: Disponível em: <http://www.cidadeshistoricas.art.br/hac/hist_01_p.php> Acesso em : set. 2013.

Declaração das Nações Unidas sobre os direitos dos povos indígenas: Disponível em:
<http://pib.socioambiental.org/files/file/PIB_institucional/DECLARACAO_DAS_NACOES_UNIDAS_SOBRE_OS_DIREITOS_DOS_POVOS_INDiGENAS.pdf>
Acesso em : set. 2013.

FIORILLO, Celso Antônio Pacheco. Curso de Direito Ambiental brasileiro. 7. ed. São Paulo/SP: Saraiva, 2006.

FUNAI: Fundação Nacional do Índio: Disponível em: <http://www.funai.gov.br/indios/fr_conteudo.htm> Acesso em : set. 2013.

HALLEWELL, Laurence. O Livro do Brasil – Sua História. São Paulo/SP: Câmara Brasileira do Livro, 1985.

História do Brasil: Disponível em: <http://www.historiadobrasil.net/descobrimento/> Acesso em : set. 2013.

MANÍGLIA, Elisabete. Direito, Políticas Públicas e Sustentabilidade: Temas atuais. Cultura Acadêmica: Editora UNESP, 2011.

MILARÉ, Édis. Direito do ambiente: Doutrina – Jurisprudência – Glossário. 4. ed. São Paulo/SP: Revista dos Tribunais, 2005.

OPA: Disponível em: <http://www.opa.org.br/noticias/966/sustentabilidade-socioambiental-a-questao-indigena-no-rs-e-no-brasil-sera-o-debate-de-julho>


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SARRETA, Cátia Rejane Liczbinski. Meio ambiente e Consumo Sustentável: Direitos e Deveres do Consumidor. Passo Fundo/RS: UFP Editora, 2007.

SILVA, José Afonso da. Direito Ambiental Constitucional 4. ed. São Paulo/SP: Malheiros Editores LTDA. 2002.

USP: Coleção "Lendas brasileiras”: Disponível em: <http://www.macvirtual.usp.br/mac/templates/projetos/jogo/lenda.asp> Acesso em : set. 2013.

Notas:

[1] Orientador, Prof. Maurício Fernandes da Silva graduado em Direito pela Ulbra, especialista em Direito Ambiental pela UFPEL, mestre em Direito pela
UNISINOS, advogado, professor da área de Direito Ambiental na Faculdade de Direito de Santa Maria. Advogado.

[2]Cidades Históricas Brasileiras – História do Brasil: Disponível em: <http://www.cidadeshistoricas.art.br/hac/hist_01_p.php> Acesso em: set. 2013.
[3] Descobrimento do Brasil - História do Brasil - História do Brasil colônia, a história do descobrimento do Brasil, os primeiros contatos entre portugueses e
índios, o escambo, a exploração do pau-brasil: Disponível em: <http://www.historiadobrasil.net/descobrimento/> Acesso em : set. 2013.
“Em 22 de abril de 1500 chegava ao Brasil 13 caravelas portuguesas lideradas por Pedro Álvares Cabral. A primeira vista, eles acreditavam tratar-se de um
grande monte, e chamaram-no de Monte Pascoal. No dia 26 de abril, foi celebrada a primeira missa no Brasil. Após deixarem o local em direção à Índia,
Cabral, na incerteza se a terra descoberta tratava-se de um continente ou de uma grande ilha, alterou o nome para Ilha de Vera Cruz. Após exploração
realizada por outras expedições portuguesas, foi descoberto tratar-se realmente de um continente, e novamente o nome foi alterado. A nova terra passou a
ser chamada de Terra de Santa Cruz. Somente depois da descoberta do pau-brasil, ocorrida no ano de 1511, nosso país passou a ser chamado pelo nome
que conhecemos hoje: Brasil.”
[4] Diálogos realizados em 2013 com o índio Arlindo, cacique da tribo Guarani da cidade de Santa Maria/RS.

[5] Diálogos realizados em 2013 com Marilene Moraes Ferreira, extensionista da EMATER de Santa Maria/RS e que realiza à 5 anos trabalhos com as tribos
indígenas de Santa Maria.

[6] Fundação Nacional do Índio: Disponível em: <http://www.funai.gov.br/indios/fr_conteudo.htm> Acesso em : set. 2013.

[7] Segundo Denise Wolf, Coordenadora Regional do Instituto de Estudos Culturais e Ambientais, IECAM: Disponível em:
<http://www.opa.org.br/noticias/966/sustentabilidade-socioambiental-a-questao-indigena-no-rs-e-no-brasil-sera-o-debate-de-julho> Acesso em: set. 2013.

“[...]é preciso entender que as tradições e rituais dos povos indígenas estão diretamente relacionados aos ciclos ecológicos que determinam os ciclos
produtivos. A dimensão social (e solidária) das economias indígenas considera as necessidades biológicas e materiais como bens não apenas de consumo,
mas como necessidades espirituais e morais. Toda atividade econômica tem como função final garantir o bem-estar da coletividade. A abundância é sempre
festejada, pois consideram que a abundância permite viver com intensidade a generosidade, a partilha, a solidariedade, a hospitalidade, o espírito
comunitário e a reciprocidade.”

[8] USP: Disponível em: <http://www.macvirtual.usp.br/mac/templates/projetos/jogo/lenda.asp> Acesso em: set. 2013. A Lenda da Mandioca:

“Nasceu uma indiazinha linda e a mãe e o pai tupis espantaram-se:


__ Como é branquinha esta criança! E era mesmo. Chamaram-na Mani. [...] Uma bela manhã, não se levantou da rede. O pajé foi chamado. Deu ervas e
bebidas à menina. Mas não atinava com o que tinha Mani. Toda a tribo andava triste. Mas, deitada em sua rede, Mani sorria, sem doença e sem dor. E
sorrindo, Mani morreu. Os pais a enterraram dentro da própria oca. E regavam sua cova todos os dias, como era costume entre os índios Tupis. Um dia
perceberam que do túmulo de Mani rompia uma plantinha verde e viçosa. E continuaram a regar o brotinho mimoso. A planta desconhecida crescia
depressa. Poucas luas se passaram e ela estava altinha, com um caule forte, que até fazia a terra se rachar em torno. [...] Cavaram pouco e, à flor da terra,
viram umas raízes grossas e morenas, quase da cor dos curumins, nome que dão aos meninos índios. Mas, sob a casquinha marrom, lá estava a polpa
branquinha, quase da cor de Mani. Da oca de terra de Mani surgia uma nova planta! __ Vamos chamá-la Mani-oca, resolveram os índios. Assim fizeram!”

[9] Diálogos realizados em 2013 com Marilene Moraes Ferreira, extensionista da EMATER de Santa Maria/RS e que realiza à 5 anos trabalhos com as tribos
indígenas de Santa Maria.

[10] “Existe uma certa tendência doutrinária em considerar que o simples choque de interesses entre grupos sociais que formulam reinvindicações
conflitantes entre si é suficiente para configurar um choque de interesses difusos. Não é assim. O interesse corporativo das madeireiras em ampliar a base
física de sua atuação não pode ser classificado como um interesse difuso. O objetivo que deve guiar o interprete é o de compatibilizar a reinvindicação
eventualmente formulada por um grupo com um interesse geral da sociedade. Se a postulação não trouxer em seu bojo um interesse geral da sociedade,
presente e futura, não há que se falar em interesse difuso mas, ao contrário, de interesse corporativo, não tutelado pela ação civil pública”, (ANTUNES,1998,
p.8-9).

[11] “Foi a partir da Constituição de 1934 que os indígenas se tornaram uma preocupação constitucional. A Constituição de 1934 tentou estabelecer
mecanismos que fosse capaz de assegurar maior proteção ao indígena. Entretanto ela não foi capaz de alterar a ideologia que, desde longa data, marcou a
relação com os aborígenes.”, (ANTUNES, 1998, p. 150).

[12]Declaração das Nações Unidas sobre os direitos dos povos indígenas: Disponível em:
<http://pib.socioambiental.org/files/file/pib_institucional/declaracao_das_nacoes_unidas_sobre_os_direitos_dos_povos_indigenas.pdf> Acesso em: set.
2013.

[13] Segundo Paulo de Bessa Antunes, dados da Funai de 1998 estabeleciam a cerca da distribuição indígena em território nacional: Região Norte 51%,
Região Centro Oeste 19%, Região Sul 6%, Região Sudeste 3%, Região Nordeste 21%, dados que levam a crer que a comunidade indígena tem fugido dos
grandes centros urbanos e metrópoles, assim como também Estados, mais desenvolvidas industrialmente, (ANTUNES, 1988).

[14] Segundo Denise Wolf, Coordenadora Regional do Instituto de Estudos Culturais e Ambientais, IECAM. Em palestra realizada dia 13 de julho, às19h, no
Instituto Goethe. Sob o título: Sustentabilidade socioambiental: a questão indígena no RS e no Brasil. Disponível em:
<http://www.opa.org.br/noticias/966/sustentabilidade-socioambiental-a-questao-indigena-no-rs-e-no-brasil-sera-o-debate-de-julho> Acesso em: set. 2013.

Informações Sobre o Autor

Bruna Moraes da Costa Weis


Mestre em Direito e Justiça Social pelo Programa de Pós-Graduação da Universidade de Rio Grande FURG possui especialização em Ciências
Penais e Direito Constitucional ambas pela Universidade Anhanguera UNIDERP especialista em Metodologia do Ensino na Educação Superior e
em Sustentabilidade e Políticas Públicas ambas pela Faculdade Internacional de Curitiba FACINTER. Bacharel em Direito pela Faculdade de
Direito de Santa Maria FADISMA

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https://www.suapesquisa.com/indios/

http://www.mma.gov.br/desenvolvimento-rural/terras-ind%C3%ADgenas

www.funai.gov.br/index.php/a-funai

http://www.funai.gov.br/index.php/apresentacao-interior-sul

http://www.imagem.eti.br/palavras-cruzadas/palavras-cruzadas-sobre-administracao-de-empresas.php

http://vestibular.brasilescola.uol.com.br/downloads/universidade-federal-parana.htm

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