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Ambiental
INTRODUÇÃO
LEI COMPLEMENTAR
Competência Legislativa
UNIÃO
Competência Privativa
Competência Concorrente
Jurisprudência
Inconstitucionalidade de lei estadual que restringe o
uso de organismos geneticamente modificados
Inconstitucionalidade de Lei Estadual que Restringe a
Comercialização de Produtos com Agrotóxicos
Competência Administrativa
UNIÃO (COMPETÊNCIA EXCLUSIVA)
ESTADOS (COMPETÊNCIA REMANESCENTE E EXPRESSA EM
RELAÇÃO AO GÁS)
MUNICÍPIOS (CONCORRÊNCIA COMUM E SUPLETIVA OU
“CONCORRENTE IMPLÍCITA”)
CRITÉRIOS DEFINIDOS PELO STF PARA FIXAÇÃO DA
COMPETÊNCIA AMBIENTAL (ANTES DA LC 140, MAS AINDA VÁLIDAS)
LEI COMPLEMENTAR 140/2011 – REGULAMENTAÇÃO DA
REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS ADMINISTRATIVAS EM MATÉRIA
AMBIENTAL
Disposições Gerais
Instrumentos de Cooperação
Ações de Cooperação
Competências da União (art. 7º)
Competências dos Estados (art. 8º)
Competências dos Municípios (art. 9º)
Competências do Distrito Federal
Disposições Finais
Lei Complementar n. 140/2011 e ADI n. 4757
Méritos da Lei Complementar 140/2011
Concurso não se faz para passar, mas até passar. Porrada na preguiça! A fila anda e a catraca seleciona. É nóis, playboy!!!
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Atualizado por Ana Cláudia N. Machado em abril/2016. Atualizado por ST em 07/2018.
REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS EM MATÉRIA AMBIENTAL 3/27
Pois bem. A Constituição brasileira adota um sistema complexo que busca realizar o equilíbrio
federativo, por meio de uma repartição de competências que se fundamenta na técnica da enumeração
dos poderes da União (arts. 21 e 22), com poderes remanescentes para os Estados (art. 25, § 1º) e
poderes definidos indicativamente para os Municípios (art. 30).
A competência legislativa revela-se no poder outorgado a cada ente federativo para elaboração
de leis e atos normativos. O critério que norteia a repartição de tais competências, previstas
constitucionalmente, é a PREDOMINÂNCIA DO INTERESSE, segundo o qual caberá à União aquelas
matérias de predominante interesse geral, nacional, ao passo que aos Estados tocarão as matérias e
assuntos de predominante interesse regional, e aos Municípios os predominantes interesses locais.
A competência administrativa (material), por sua vez, expressa-se na atuação concreta do ente
público, por meio do exercício do poder de polícia. Nesse âmbito, a atribuição é comum a todas as
entidades políticas.
A fim de coordenar a atuação dos diversos entes políticos, num sistema de cooperação, o
parágrafo único do art. 23 da Constituição prevê a possibilidade de edição de lei complementar que
regulamente tal cooperação. Atualmente, a matéria é disciplinada pela LC 140/2011.
A regra é que todos os entes políticos têm competência para legislar concorrentemente sobre o
meio ambiente, cabendo à União editar normas gerais, a serem especificadas pelos Estados, Distrito
Federal e Municípios, de acordo com a amplitude do interesse, se regional ou local.
De acordo com o STF: "o espaço de possibilidade de regramento pela legislação estadual, em
casos de competência concorrente abre-se:
(1) toda vez que não haja legislação federal, quando então, mesmo sobre princípios gerais, poderá
a legislação estadual dispor [competência legislativa supletiva]; e
(2) quando, existente legislação federal que fixe os princípios gerais, caiba complementação ou
suplementação para o preenchimento de lacunas, para aquilo que não corresponda à generalidade; ou
ainda, para a definição de peculiaridades regionais [competência legislativa suplementar]".
Ainda segundo o Pretório Excelso, o meio ambiente do trabalho está fora da competência
legislativa concorrente (competência exclusiva da União).
Em princípio, não há conflito quando as normas estaduais, distritais ou municipais são mais
restritivas que as federais, ou seja, instituam regras mais protetivas ao meio ambiente, desde que a lei
federal o permita (por exemplo, a Resolução CONAMA 02/1990, que instituiu o Programa Nacional de
Educação e Controle da Poluição Sonora - SILÊNCIO, prevê expressamente em seu art. 3º que "sempre
que necessário, os limites máximos de emissão poderão ter valores mais rígidos fixados a nível estadual
e municipal").
Boa parte da doutrina, por outro lado, advoga a tese de que, no conflito entre normais
ambientais, deve-se prevalecer sempre a lei mais protetiva ao meio ambiente, ou seja, a prevalência das
normas mais restritivas, sustentando tal teoria com base nos princípios da precaução e do in dúbio pro
natura, bem nos art. 24, §1º e 4º, e art. 225, da Constituição.
UNIÃO
A União detém COMPETÊNCIA PRIVATIVA e CONCORRENTE para legislar sobre o meio ambiente.
No primeiro caso, a matéria, em princípio, deve ser tratada pela União com exclusividade, com fulcro no
princípio da predominância do interesse, não obstante exista a possibilidade de delegação específica da
competência legislativa aos Estados para tratar de questões pontuais.
Ressalte-se, ainda, que o fato de ser da União o poder legiferante não significa, em princípio, que
só a ela caiba a fiscalização. Estados e Municípios podem e devem zelar pela proteção do meio ambiente
e combater a poluição em qualquer de suas formas (competência material comum). Todavia, após a edição
da Lei Complementar n. 140, em regra, aquele que licencia deve fiscalizar, havendo, porém, exceções
COMPETÊNCIA
dispostas na própria lei:
PRIVATIVA
§ 3o O disposto no caput deste artigo não impede o exercício pelos entes federativos
da atribuição comum de fiscalização da conformidade de empreendimentos e atividades
efetiva ou potencialmente poluidores ou utilizadores de recursos naturais com a legislação
ambiental em vigor, prevalecendo o auto de infração ambiental lavrado por órgão que detenha
a atribuição de licenciamento ou autorização a que se refere o caput.
COMPETÊNCIA LEGISLATIVA 6/27
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente
sobre:
I – direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico;
VI – florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos
recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição;
VII – proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico;
VIII – responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos
COMPETÊNCIA de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico;
CONCORRENTE
Um exemplo de norma geral da União em matéria ambiental é o Código Florestal, que dispõe,
entre outras coisas, sobre a proteção da vegetação nativa. Nada impede que os Estados instituam também
seus Códigos Florestais, desde que não disponham de forma contrária ao Código Nacional.
Observe-se, contudo, que “normal geral” não é o mesmo que norma genérica. Segundo a melhor
doutrina, geral é o interesse abarcado pela norma e não a regulamentação em si, podendo a lei geral
tratar uma questão de forma pormenorizada. Por exemplo: APP com largura mínima de 30m para faixas
marginais ao longo das bordas de cursos d’água com menos de 10m de largura (art. 4º, I, “a”, do Código
Florestal). É norma geral, apesar de detalhista. Assim, a antítese da normal geral é a norma particular, que
adentra a peculiaridade de determinado Estado ou Município, sendo, dessa forma, inconstitucional.
COMPETÊNCIA LEGISLATIVA 7/27
JURISPRUDÊNCIA
As normas gerais da União limitam-se a estabelecer preceitos gerais. Não podem, em tese,
especificar situações que, por sua natureza, são campo reservado aos Estados-membros, perpassando o
escopo de coordenação e uniformização.
É concorrente, por exemplo, a competência para legislar sobre florestas. O Código Florestal passou a
ser considerado norma geral depois da vigência da CF/88. Seus dispositivos, a partir de então, foram elevados
à condição de princípios gerais obrigatórios, podendo os Estados legislar sobre florestas até onde não exista
confronto com as regras genéricas.
COMPETÊNCIA LEGISLATIVA 9/27
JURISPRUDÊNCIA
2Por maioria, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) julgou improcedente a Ação
Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 3937, ajuizada pela Confederação Nacional dos
Trabalhadores na Indústria (CNTI) contra a Lei 12.687/2007, do Estado de São Paulo, que proíbe
o uso de produtos, materiais ou artefatos que contenham quaisquer tipos de amianto no
território estadual.
Constitucionalidade
Os ministros também declararam,
de Lei Estadual que incidentalmente, a inconstitucionalidade do artigo 2º
Veda a da Lei Federal 9.055/1995, que permitia a extração,
Comercialização de industrialização, comercialização e a distribuição do
Amianto
uso do amianto na variedade crisotila no País. Assim,
com o julgamento da ADI 3937, o Supremo julgou
inconstitucional o dispositivo da norma federal que
autoriza o uso dessa modalidade de amianto e assentou
a validade da norma estadual que proíbe o uso de
qualquer tipo.
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http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=353599&caixaBusca=N
COMPETÊNCIA LEGISLATIVA 10/27
MUNICÍPIOS
JURISPRUDÊNCIA
Diante da competência comum, não importa quem detenha o domínio do bem ou o ente que
legislou a respeito. Todos podem atuar na preservação ambiental de forma ampla.
seja, o Município prefere ao Estado e à União. No entanto, tal princípio não afasta a possibilidade de
atuação supletiva da entidade federal. Nesse sentido, cite-se o precedente do TRF1:
A competência comum gerou muitos conflitos de competência, motivo pelo qual foi promulgada
a Lei Complementar 140/2011, que procurou regulamentar os incisos III, VI e VII do art.23 da CF.
COMPETÊNCIA ADMINISTRATIVA 14/27
Com relação às atividades nucleares, pela importância e gravidade da matéria, pelos riscos
decorrentes da má administração e pela responsabilidade do Brasil, não apenas para com os seus
cidadãos, mas também perante a sociedade internacional, a União exerce o monopólio da sua
exploração.
COMPETÊNCIA ADMINISTRATIVA 15/27
Art. 25. § 1º. São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam
vedadas por esta Constituição. (...)
§ 2º. Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços
locais de gás canalizado, na forma da lei, vedada a edição de medida provisória para a sua
regulamentação.
Cumpre observar, porém, que os Estados têm competência material para agir
administrativamente, mesmo nos casos em que a legislação tenha sido editada pela União ou por
Municípios.
COMPETÊNCIA ADMINISTRATIVA 16/27
CRITÉRIOS DEFINIDOS PELO STF PARA FIXAÇÃO DA COMPETÊNCIA AMBIENTAL (ANTES DA LC 140, MAS AINDA VÁLIDAS)
Min. Celso de Mello, em medida liminar na AC 1255, publicada no Informativo STF 432:
a) Fundamentos da LC 140 (art. 1º): - proteger o meio ambiente; - proteger paisagens naturais
notáveis; - combater a poluição; - preservar fauna e flora.
ATUAÇÃO SUBSIDIÁRIA: ação do ente da Federação que visa a auxiliar no desempenho das
atribuições decorrentes das competências comuns, quando solicitado pelo ente federativo
originariamente detentor das atribuições definidas nesta Lei Complementar.
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INSTRUMENTOS DE COOPERAÇÃO
Os entes federativos podem valer-se, entre outros, dos seguintes instrumentos de cooperação
institucional:
II - Convênios, acordos de cooperação técnica e outros instrumentos similares com órgãos e entidades do
Poder Público, respeitado o art. 241 da Constituição Federal;
Convênios podem ser firmados por tempo indeterminado, sendo exceção, portanto, à
regra máxima de 60 meses estabelecida pela Lei 8.666/93;
III - Comissão Tripartite Nacional, Comissões Tripartites Estaduais e Comissão Bipartite do Distrito Federal;
A Comissão Tripartite Nacional e as Estaduais são formadas, paritariamente, por representantes das três
esferas de poder; a do DF é Bipartite, já que este ente não se divide em Municípios
III - rendimentos de qualquer natureza, que venha a auferir como remuneração decorrente
de aplicações do seu patrimônio;
Será dada prioridade aos projetos que tenham sua área de atuação na Amazônia Legal ou
no Pantanal Mato-Grossense
V - Delegação de atribuições de um ente federativo a outro, respeitados os requisitos previstos nesta Lei
Complementar;
AÇÕES DE COOPERAÇÃO
III - promover ações relacionadas à Política Nacional do Meio Ambiente nos âmbitos nacional e
internacional;
VIII - organizar e manter, com a colaboração dos órgãos e entidades da administração pública
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, o Sistema Nacional de Informação sobre Meio
Ambiente (Sinima);
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h) que atendam tipologia estabelecida por ato do Poder Executivo, a partir de proposição da
Comissão Tripartite Nacional, assegurada a participação de um membro do Conselho Nacional do Meio
Ambiente (Conama), e considerados os critérios de porte, potencial poluidor e natureza da atividade ou
empreendimento;
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Para as geociências a explotação é um termo técnico usado para referir-se à retirada, extração ou obtenção de recursos naturais,
geralmente não renováveis, para fins de aproveitamento econômico, pelo seu beneficiamento, transformação e utilização.
Sobre-explotação (ou superexplotação) é entendido como uma explotação excessiva, não-sustentável, em relação a uma explotação julgada
ser o máximo possível sobre a base de um critério definido e, assim, trazendo consequências negativas que, cedo ou tarde, serão prejudiciais aos
próprios operadores ou a terceiros. Esses critérios podem ser físico/quantitativo, qualitativo, econômico, social ou ambiental.
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XXI - proteger a fauna migratória e as espécies inseridas na relação prevista no inciso XVI;
Cabe ainda aos Estados aprovar o manejo e a supressão de vegetação, de florestas e formações
em sucessoras em:
a) florestas públicas estaduais ou unidades de conservação do Estado, exceto APAs;
b) imóveis rurais, excetuados os casos conferidos à União;
c) atividades ou empreendimentos licenciados ou autorizados, ambientalmente, pelo Estado.
É importante ainda salientar que os órgãos estaduais de meio ambiente quase sempre têm a
maioria no seu respectivo Conselho Estadual de Meio Ambiente, cuja composição é estabelecida por
decreto estadual. É claro que o Ministério Público, os Municípios e a sociedade civil podem e devem
cobrar dos conselhos uma atuação mais republicana e técnica, o que certamente exigirá um
acompanhamento constante.
Competências Cabe ao DF o exercício das mesmas competências atribuídas aos Estados e aos Municípios.
do Distrito
Federal
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LEI
2) a segregação das atribuições seria tão grande que afetaria a própria competência comum, de
COMPLEMENTAR
maneira a afrontar os caput do art. 23 e do art. 225 da CF, os quais impõem a proteção do meio ambiente
N. 140/2011 E ADI
N. 4757
de forma geral, abrangendo todos os entes federativos;
A LC n. 140/2011:
MÉRITOS DA LEI
Estabeleceu que a atividades e empreendimentos são licenciados por apenas um ente
COMPLEMENTAR
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federativo, evitando o duplo ou triplo licenciamento ambiental, bem como que aquele que licencia, em
regra, fiscaliza, na forma disposta no art. 17 da referida Lei.
Sepultou de vez o entendimento de parte da doutrina que afirmava não ter o município
competência para licenciar.