A atual sistemática da execução de título extrajudicial é fruto de profundas alterações pelas
quais passou o CPC com o advento, em especial, das Leis nº. 10.444/04, 11.232/05, 11.382/06; Antes de tais modificações, segundo as lições de Cândido Rangel Dinamarco, as reformas empreendidas nos anos de 1994 e 1995 (Leis nº 8.952 e 8.953), tiveram como alterações mais relevantes a disciplina dos efeitos da desistência da execução sobre os embargos já opostos; instituição da suspensão parcial da execução; cominação de multa por atentado à dignidade da justiça (suprimida a inconstitucional proibição de falar nos autos); instituição do ônus de levar ao registro a penhora incidente sobre imóvel; definição do termo inicial para fluência do prazo de oposição dos embargos. (DINAMARCO, Cândido Rangel. A execução na reforma do Código de Processo Civil. RePro: Revista de Processo. São Paulo: Revista dos Tribunais, n. 85, p.11-18, jan./mar. 1997.)
MODIFICAÇÕES
Além dessas, visando dar efetividade aos provimentos jurisdicionais, o
legislador reformulou totalmente o sistema executivo brasileiro no final dos anos de 2005 e 2006. As principais mudanças ficaram a cargo das Leis nº. 11.232, de 22 de dezembro de 2005 e 11.382, de 6 de dezembro de 2006, que trouxeram diversos institutos visando um aprimoramento do processo de expropriação. Mencione-se a título de ilustração a imposição de multa de pleno direito após quinze dias de inadimplemento em face de condenação de pagar quantia, nos termos do art. 475- J, do Código de Processo Civil; a possibilidade de imediata indicação de bens pelo exeqüente (§ 3º, do art. 475-J); a regra da continuidade da execução mesmo ante ao oferecimento de impugnação ou embargos (arts. 475-M e 739-A); a possibilidade de rejeição liminar dos embargos quando manifestamente protelatórios (inciso III, do art. 739)
OBSERVAÇÕES
as novas regras de execução provisória que permitem, nas hipóteses do §
2º do art. 475-O, a total satisfação do exeqüente sem a necessidade da prestação de qualquer garantia; a possibilidade de obtenção de certidão da execução para fins de averbação, conforme art. 615-A; o aprimoramento da regra de cumprimento da obrigação por terceiro, nos termos do art. 634; a alteração na ordem de expropriação, consoante a nova redação do art. 647, admitindo-se, ainda, a alienação por iniciativa particular; a inclusão no rol de atos atentatórios à dignidade da justiça a não indicação de bens existentes e desembaraçados pelo executado (inciso IV, do art. 600) e, ainda, a possibilidade de intimá-lo, até mesmo ex officio, para tanto (§ 3º do art. 652); o instituto da penhora on line, conforme art. 655-A e § 6º do art. 659; a mudança das regras sobre depósito dos bens penhorados (art. 666); e a multa por embargos protelatórios (parágrafo único, do art. 740 e § 3º do, art. 746).