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UNIVERSIDADE ZAMBEZE

FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA


DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PROCESSOS
INDUSTRIAIS

ANALISE DA EFICIÊNCIA NA REMOÇÃO DE CONTAMINANTES


DA ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ÁGUAS RESIDUAIS DA
BEIRA.

Johnson Obedias Simango

Beira
2017
UNIVERSIDADE ZAMBEZE
FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIAS
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PROCESSOS
INDUSTRIAIS

ANALISE DA EFICIÊNCIA NA REMOÇÃO DE CONTAMINANTES


DA ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ÁGUAS RESIDUAIS DA
BEIRA.

Autor:
Orientador:

Monografia submetida a Faculdade de Ciências


e Tecnologia da Universidade Zambeze, Beira,
como requisito obrigatório para a obtenção do
título de licenciado em Engenharia de Processos
Industriais.

Beira, 2017

1
Epigrafe

I
DECLARAÇÃO

Eu, nome, declaro que esta Monografia é resultado do meu próprio trabalho e
está a ser submetido para a obtenção do grau de licenciatura em Engenharia de
Processos Industriais na Universidade Zambeze, Beira.
Ela não foi submetida antes para obtenção de nenhum grau académico ou para
avaliação, em nenhuma outra Universidade.

Beira,_______de___________________de 2018

__________________________________________________
()

II
AVALIAÇÃO FINAL – PARECER DO ORIENTADOR

Universidade Zambeze, de de 2018

––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
()

III
DEDICATÓRIA

IV
AGRADECIMENTOS

V
Indice

VI
RESUMO

VII
ABSTRAT

VIII
LISTA DE FIGURAS
Figura 1.6.1: Obra de entrada. Fonte: O Autor ............................................................... 14
Figura 1.6.2: Reator anaeróbio. Fonte: O autor .............................................................. 15
Figura 1.6.3: a) Camara de passagem; b) Filtro biológico percolado. Fonte: O autor ... 16
Figura 1.6.4: Decantador Secundário. Fonte: O autor .................................................... 17
Figura 1.6.5: Estacão de tratamento terciário. Fonte: O autor ........................................ 18
Figura 1.6.6: Leitos de secagem. Fonte: O autor ............................................................ 20

IX
LISTA DE TABELA

Tabela 1.1: Parâmetros ou Características que se Medem para Determinar a Qualidade


da Água Contaminada ...................................................................................................... 5

X
1. INTRODUÇÃO

A água é um dos recursos, mas importantes para a sociedade, já que se utiliza na


maioria das tarefas da vida cotidiana. Também, é um recurso indispensável para o
desenvolvimento de uma determinada população.
As águas residuais se convertem em uma fonte de contaminação ou um foco de
infeção; esta é a razão pela qual é necessário que antes da sua disposição final se
enfatize na necessidade de melhorar a eficácia do tratamento para conhecer si se esta
reduzindo a quantidade de carga contaminante no processo. Já que no momento de um
contacto directo ou indirecto com águas residuais de uma alta concentração de
microrganismos patogénicos é um factor de risco para contrair enfermidades, enquanto
que a iteração prolongada com águas carregadas de metais pesados pode gerar má
formação e ate o desenvolvimento de Câncer em órgãos do corpo. Este são somente
alguns riscos que representam as águas residuais para as pessoas.
Embora seja imperativo evitar a contaminação dos corpos de água naturais, tanto
superficiais como subterrâneas, no meio nacional, todavia se da a inadequada pratica de
dispor as águas residuais com tratamento ineficiente, altamente contaminadas até as
correntes naturais. Isto tem levado a deterioração, principalmente por poluição, da
qualidade da água superficial das diversas bacias hidrográficas do país e em um futuro
não muito distante pode conduzir a perda dos recursos hídricos subterrâneos.
É preocupante a deterioração das poucas fontes de água no país. A indiferença
de alguns poluidores e reguladores, a falta de conhecimento das pessoas quanto à
disposição adequada das águas residuais, a escassez de recursos para dar-lhes o
tratamento necessário e a abundancia de casos sem controlo de descarga de níveis
altamente perigosos de contaminantes e isso ocorre em entidades governamentais como
privadas, o que causa alarme a má qualidade de água que esta sendo descarregada para
os órgãos receptores no presente.

1
1.1. Problema de investigação
A água é um dos recursos, mas consumidos por todo ser vivente neste planeta;
por isso mesmo, se tem a grande responsabilidade de sermos racionais com este
indispensável recurso que beneficia a todas as pessoas, animais e plantas no mundo.
Se necessita estabelecer informação sobre o estado actual de cada uma das unidades
da planta de tratamento de águas residuais do município da Beira, para determinar que
esta esteja trabalhando de uma forma eficiente na remoção de contaminantes das águas
residuais deste centro de tratamento e contribuindo de uma forma positiva para o
ambiente com uma menor quantidade de cargas contaminantes do corpo receptor.

1.1.2. Pergunta de investigação


As plantas de tratamento de águas residuais para o tratamento de águas podem
remover efectivamente a maioria dos contaminantes associados com as águas negras
municipais e industriais e águas de chuva.
Razoes pelas quais se forma a seguinte pergunta: Si se realiza uma análise da
eficiência, esta permitirá detectar falhas e realizar correções da estacão de tratamento de
águas residuais?

1.2. Relevância da investigação


As estações de tratamento de águas residuais são tecnologias efectivas e seguras
para o tratamento e recirculação da água aproveitável para o cultivo, regadios, também
contribuem para a diminuição da acção contaminante destas águas onde sejam
derramadas, sempre e quando se mantem e operam corecctamente.
A população de influencia do projecto (ETAR) cresceu consideravelmente nos
últimos anos, tendo registrado um crescimento vertical. Este projecto visa para verificar
se, a estação de tratamento de águas residuais esta cumprindo com a sua função para o
qual foi projectado.

1.3. OBJECTIVOS
1.3.1. Objectivo geral

 Analisar a eficiência da estação de tratamento de águas residuais da Beira


por meio de caracterização físico-químico e bacteriológica.
2
1.3.2. Objectivos específicos

 Caracterizar os parâmetros físico-químicos da água que entra na planta


de tratamento da água residual, tais como 𝑝𝐻, oxigénio dissolvido,
nutrientes, Demanda química de oxigénio, Demanda biológica de
oxigénio, sólidos solúveis;
 Determinar a eficiência de remoção de contaminantes que tem cada uma
das unidades do sistema de tratamento de águas residuais;
 Estabelecer as propostas e recomendações do manuseio para o
melhoramento das unidades do sistema de tratamento.

1.4. Hipóteses
1.4.1. Hipótese Básica

 A análise da eficiência permitira detectar falhas e realizar as correções da


planta de tratamento de águas residuais.

1.4.2. Hipóteses Secundárias

 A análise da eficiência da estação de tratamento de águas residuais,


permitira obter uma melhor qualidade do efluente.
 Determinar o funcionamento da planta de tratamento de águas residuais
contribui com a diminuição dos custos de operação e manutenção.

3
CAPÍTULO I: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

A qualidade de vida de qualquer população e do meio ambiente que o rodeia está


directamente relacionada a uma infraestrutura de saneamento ambiental adequada,
sendo a estacão de tratamento de efluentes uma parte bastante significativa dentre as
várias áreas de saneamento.
Por este facto, neste capítulo é apresentado uma abordagem teórica sobre o
significado da gestão de águas residuais, a caracterização do mesmo, a opção de
processos de tratamento e pós-tratamento e a legislação ambiental vigente no pais,
também é apresentada uma descrição da ETAR da Beira.

1.1. Definição de água residual

Segundo (1), a água residual é aquela que contem materiais derivados de


resíduos domésticos ou de processos residuais, os quais por razoes de saúde publica e
por considerações de recreação económica e estética, não podem ser descartados ou
derramados em lagos ou correntes convencionais sem um tratamento.
O termo de águas residuais municipais compreende numerosos tipos de
despejos, desde as águas de drenagem domestica e de serviço, ate os subprodutos
industriais e as águas pluviais colectadas na rede municipal. Os contaminantes das
águas residuais municipais regularmente estão constituídos de matéria orgânica e
inorgânica em forma de sólidos dissolvidos e suspensos, nutrientes, gorduras ou óleo,
substâncias tóxicas e micro-organismos patogénicos (1).

1.2. Qualidade da água

Segundo Camarero (2009), a água é um componente muito importante na vida


do planeta terra. A qualidade da água é a expressão de um conjunto de características de
um bem ou serviço para enfrentar a satisfação de um usuário, comprador ou consumidor
para o bem comum da humanidade. Esta se pode medir através de características físicas,
química e biológicas.

4
Para determinar as necessidades de tratamento e a correcta tecnologia de
tratamento, se devem identificar os parâmetros para ser medidos de acordo ao uso que
se tem dado a água, como se indica na tabela 1.1.

Tabela 1.1: Parâmetros ou Características que se Medem para Determinar a Qualidade da Água
Contaminada

Parâmetros Medidos em
Propriedades físicas
Cor Resíduos domésticos e industriais, decomposições de
Odor materiais orgânicos
Sólidos Águas residuais em decomposição, resíduos industriais.
Temperaturas Abastecimento de água, resíduos domésticos e industriais,
erosão de solos, infiltração de águas subterrâneas, resíduos
mineiros.
Resíduos domésticos e industriais e mineiros. Centrais.
Componentes químicos
Orgânicos
 Carboidratos Resíduos domésticos, actividades comerciais e industrias
 Gorduras animais, Resíduos domésticos, actividades comerciais e industrias
óleos, graxas Resíduos agrícolas
 Pesticidas Resíduos industriais

 Fenóis Resíduos domésticos, actividades comerciais e industrias

 Proteínas Resíduos domésticos, actividades comerciais e industrias

 Contaminantes Resíduos domésticos, actividades comerciais e industrias

principais Resíduos domésticos, actividades comerciais e industrias


Decomposição natural de materiais orgânicos.
 Detergentes
 Compostos
orgânicos voláteis
Resíduos domésticos, abastecimento de águaa, infiltração
 Outros
de águaas subterrâneas. Resíduos domésticos,
abastecimento de águaa, infiltração de águaas subterrâneas
Resíduos industriais
Resíduos domésticos e agrícolas

5
Inorgânicos Resíduos domésticos, actividades comerciais e industriais
 Alcalinidade Resíduos domésticos, actividades comerciais e industriais
 Cloretos Resíduos domésticos, abastecimento de água, actividades
 Metais pesados comerciais e industriais.

 Nitrogénio
 Acidez
 Fosforo
 Enxofre

Gases
 Sulfeto de Decomposição de resíduos domésticos.
hidrogénio Decomposição de resíduos domésticos.
 Metano Abastecimento de água, actividades comerciais e
 Oxigénio industriais.

Constituintes biológicos
 Animais Cursos de água abertos e plantas de tratamento.
 Plantas Cursos de água abertos e plantas de tratamento.
 Bactérias Resíduos domésticos, infiltração de águas superficiais,
plantas de tratamento.
Fonte: Adaptado de Camarero, 2009

A matéria suspensa consiste em partículas muito pequenas, que não se podem


eliminar por meio de deposição. Podem identificar-se com características visíveis da
água como a turbidez, claridade, cor e cheiro (Camarero,2009).
Os Sólidos Totais (ST) são a soma de todos os sólidos dissolvidos e suspensos
em água. Quando a água se analisa para determinar os ST, a amostra se seca e o resíduo
se pesa. Os ST podem ser tanto as substancias orgânicas como inorgânicas,
microorganismos e partículas, mas grande como a areia e argila (Camarero, 2009).
De acordo com Camarero (2009), a turbidez se pode medir com varias técnicas,
uma pode ser o turbidimetro e também com o uso do espectrofotómetro. O sabor se
mede em concentrações de partes por milhão (PPM) e por meio do gosto se pode indicar
se água é rejeitável ou não. A cor é uma característica que se determina através da
6
comparação de diferentes amostras visuais ou com um espectrómetro. A detenção do
cheiro na água pode ser útil, já que pode identificar se há descomposição e que os gases
estão sendo transformados em substâncias menos toxicas para o ambiente.
O 𝑝𝐻 é valor que determina si uma substância é ácida, neutra ou básica.
Calculando a concentração de iões de hidrogénio presentes. Se mede um uma escala de
0 a 14, onde 7 indica que a substancia é neutra. Os valores de Ph em baixo de 7 indica
que a substancia é acida e por cima de 7 indica que é básica (Camareo, 2009).
Segundo Camarero (2009), a condutividade é a condução da energia pelos iões.
A medida da condutividade indica a concentração de iões na água, pós a água é
resistente a condução de energia. A condução se expressa em Siemens e se mede com
um conductimetro.
A Demanda Bioquímica de Oxigénio (DBO), é a medida indirecta do conteúdo
de matéria orgânica em águas residuais. Esta determina a quantidade de oxigénio
utilizado na oxidação bioquímica da matéria orgânica biodegradável durante um período
de 5 dias, a 20 graus centigrados. A Demanda Química de Oxigénio (DQO), é a medida
do conteúdo de matéria orgânica e inorgânica oxidável em águas residuais que
determina a quantidade de oxigénio utilizado na oxidação química (Camarero, 2009).

1.3. Tipos de águas residuais


1.3.1. Domésticas

Segundo (2) são aquelas que contem despejos humanos, animais e caseiros.
Também se inclui infiltração de águas subterrâneas. Estas águas residuais são típicas de
zonas residenciais, mas que não se efectuam operações industriais, ou só em uma escala
muito pequena.

1.3.2. Sanitárias

São as mesmas que as domésticas, porem que estas incluem não só as águas
negras domésticas, mas também os despejos industriais da população (2).

1.3.3. Pluviais

7
Formadas por todo o escurecimento superficial das chuvas, que fluem desde os
tetos, pavimentos e outras superfícies naturais do terreno (2).

1.3.4. Combinadas

São uma mistura das águas negras domésticas e sanitárias e das águas pluviais,
quando se colectam no mesmo esgoto (2).

1.3.5. Industriais

São águas de despejos proveniente dos processos industriais. Podem colectar-se


e dispor-se isoladamente ou podem agregar-se e formar parte das águas residuais
sanitárias ou combinadas (2).

1.4. Características das águas residuais

Para se determinar a qualidade da água, deve-se ter em conta as suas


características físicas, químicas e biológicas.

1.4.1. Características físicas

Alguns contaminantes físicos incluem em mudanças térmicas, a cor, odor e


turbidez, espumas e radioactividade. A temperatura indica os antecedentes das águas
negras, seu efeito em actividades biológicas, solubilidade dos gases e o efeito da
viscosidade na sedimentação. A cor das águas usualmente é cinza, outros casos podem
indicar a presença de despejos industriais (3).
O odor das águas negras pode indicar que estão alteradas ou que são sépticas. A
turbidez é uma característica física, que rara vez se indica. A concentração se determina
em base ao odor, a DBO e o conteúdo de sólidos, e indica o grau de danos que pode
causar esta água (3).
Os parâmetros más usados para medir a contaminação por produtos físicos são a
concentração de sólidos em suspensão e a contaminação de sólidos dissolvidos (3).
8
Características químicas

Os contaminantes químicos compreendem tantos produtos químicos orgânicos


como inorgânicos. A principal consequência da presença de químicos orgânicos é a
diminuição do oxigénio como resultado do consumo de oxigénio existente no processo
de degradação biológica destes compostos (3).
Esta diminuição de oxigénio dissolvido (OD) altera o meio ambiente e a
biodiversidade. O parâmetro más importante para a medição da contaminação por
produtos químicos é a demanda bioquímica de oxigénio (DBO), que é uma medida de
quantidade de oxigénio requerido para a oxidação, por acção bioquímica aeróbica, das
substancias biodegradáveis presentes em uma amostra de água. A DBO e a OD estão
relacionadas de tal forma que a concentração de oxigénio dissolvido seja baixa quando a
DBO é alta. No caso da contaminação, devido a presença de compostos inorgânicos, o
resultado mas importante é seu possível efeito toxico, mas que a diminuição de oxigénio
(3).
Características Biológicas

Segundo (3) os contaminantes biológicos compreendem os micro-organismos


que podem ser responsáveis da transmissão de doenças nas águas, ou que podem ser
inofensivos ou incluso, até úteis. As más pequenas são os vírus e; logo, o seguem as
bactérias. As analises das águas residuais para o estudo da vida biológica compreende
exames bacteriológicos e microscópicos.
As doenças mas nocivas transmitidas pelas águas residuais são a cólera e a
tifoide. A presença de micro-organismos vivos és importante porque muitos métodos de
tratamento se buscam em efeito de acções biológicas. Para as provas bacteriológicas
somente podem utilizar-se amostras instantâneas. Todas as amostras devem examinar-se
o más rápido possível depois de haver-se recolhido (3).

1.5. Sistemas de Tratamento de águas residuais

9
Um processo de tratamento da água residual capaz de atingir os padrões de
qualidade exigidos para a reutilização e protecção da saúde pública é o elemento crítico
do sistema de reutilização (4).
Um tratamento convencional de águas residuais consiste numa combinação de
processos físicos, químicos e operações de remoção de sólidos, matéria orgânica,
organismos patogénicos, metais e alguns nutrientes. Os termos mais vulgarmente
utilizados para descrever os diferentes graus de tratamento são: tratamento preliminar,
primário, secundário, terciário e tratamento de afinação.
Os processos de tratamento de uma ETAR para reutilização resultam da
aplicação das mesmas tecnologias aplicadas nas ETAR convencionais. O desafio na
concepção de uma ETAR para reutilização é conceber um esquema de tratamento
atendendo a uma análise custo-benefício que cumpra os objectivos pretendidos. O
tratamento a aplicar em cada ETAR para reutilização varia de acordo com a qualidade
do produto final pretendido.
Os esquemas de tratamento simples envolvem processos de separação sólido-
líquido e de desinfecção, processos mais complexos combinam processo
fisícos/químicos e biológicos aplicando uma abordagem de remoção multibarreia (4).

Tratamento preliminar (pré-tratamento)

O objectivo do tratamento preliminar é remover sólidos grosseiros e outros


materiais de grandes dimensões normalmente presentes nas águas residuais. Esta
operação é necessária para proteger os equipamentos e processo de tratamento a jusante.
O tratamento preliminar típico inclui as operações de gradagem, desarenamento e
desengorduramento. Nesta fase a água residual é preparada para as fases de tratamento
subsequentes, podendo ser sujeita a um pré-arejamento e a uma igualização tanto de
caudais como de carga (orgânica ou físico-química).

Tratamento primário

O objectivo do tratamento primário é remover os sólidos sedimentáveis e a


matéria flutuante e assim reduzir o conteúdo em sólidos suspensos. Convencionalmente
o tratamento primário é eficiente na remoção de partículas superiores 50 µm (4). Em
10
geral cerca de 50 a 70% de SST e 25 a 40% de CBO5.são removidos da água residual
nesta etapa (5). Nutrientes, constituintes hidrofóbicos, metais e microrganismos também
podem ser removidos no tratamento primário.
Cerca de 10 a 20% do azoto orgânico e cerca de10% de fósforo são removidos
num tratamento primário convencional. A eficiência de remoção do tratamento primário
pode ser aumentada através da incorporação de um processo de coagulação/floculação a
montante da sedimentação gravítica e/ou pela utilização de filtração após sedimentação.
(4). Para várias aplicações de reutilização, o tratamento primário fornece o tratamento
necessário para se tingir os valores de qualidade pretendidos (4).

Tratamento secundário

O objectivo do tratamento secundário é remover a matéria orgânica


biodegradável (em solução ou em suspensão) e os sólidos suspensos (5). O tratamento
secundário inclui um conjunto de processos de tratamento biológico conjuntamente com
uma separação sólido/líquido. Processo biológico está desenvolvido de forma promover
uma metabolização efectiva do substrato orgânico dissolvido ou suspenso na água
residual. A biomassa de microrganismos interage com a água residual utilizando um
processo de crescimento em suspensão ou em filme fixo.
O processo de lamas activadas e lagoas de estabilização são exemplos de
crescimento em suspensão, enquanto os leitos percoladores e biodiscos ou discos
biológicos são processos de biofilme fixo. Uma parte da matéria orgânica existente na
água residual fornece energia e nutrientes que suportam o crescimento microbiano,
enquanto a restante é oxidada pelos microrganismos em dióxido de carbono, água e
outros produtos.
O sistema de tratamento biológico convencional consiste num reactor biológico
arejado conjuntamente com um decantador secundário para remoção e concentração da
biomassa produzida da conversão dos compostos orgânicos constituintes da água
residual. Um importante aspecto do tratamento secundário de crescimento em
suspensão, lamas activadas, é a formação de flocos, partículas de biomassa com 50 a
200 µm de tamanho, que podem ser removidos graviticamente por sedimentação,
deixando um líquido sobrenadante relativamente claro, designado como efluente

11
tratado. Tipicamente o efluente tratado deste tipo contem níveis de 10 a 30 mg/l de
CBO e SST atingindo eficiências de remoção de SST superiores a 99% (4)
Dependendo do processo de operação, 10 a 50% de azoto orgânico é removido
durante o tratamento secundário convencional e o fósforo é convertido em fosfato
(PO43-). As lamas biológicas produzidas durante o tratamento secundário são tratadas
por digestão aeróbia ou anaeróbia, compostagem ou estabilização e desidratação. Em
todas as configurações de processos biológicos de crescimento em suspensão para
remoção biológica do fósforo, inclui-se uma zona anaeróbia seguida de uma zona
aeróbia. O processo de remoção de fósforo mais comum é um processo com uma fase
anaeróbia seguida de uma aeróbia, normalmente designado por Phoredox, ou
esquematicamente reapresentado por A/O, sendo que o A representa a fase anaeróbia e
o O a fase aeróbia. Existem várias modificações a esta configuração (5).

Tratamento terciário/tratamento de afinação

De uma forma geral o tratamento terciário refere-se à remoção adicional de


sólidos suspensos, coloidais e dissolvidos por técnicas de separação físico-química
como a adsorção, floculação/precipitação, membranas ou filtração avançada, permuta
iónica e osmose inversa de sólidos que persistem após o tratamento secundário. O
tratamento terciário é necessário se se pretende remover azoto, fósforo (nos casos em
que o tratamento secundário não tem essa finalidade), e para a remoção adicional de
sólidos, compostos orgânicos refractários, metais pesados e microrganismos (Metcalf &
Eddy, 2003 e Asano, 1998). Devido ao tratamento de afinação usualmente seguir um
esquema de tratamento secundário de alta carga, é vulgarmente referido como
tratamento terciário.
Os processos de afinação são normalmente combinados com tratamentos
primários e secundários (e.g.: lamas activas, leitos percoladores), ou em vez do
tratamento secundário (FAO, 1992). O tratamento terciário constitui um dos passos
fundamentais para atingir os elevados padrões de qualidades requeridos para a
reutilização mais restritas, como por exemplo, remoção de organismos patogénicos.

12
1.6 A Estacão de tratamento de águas residuais da Beira

A estacão de tratamento de águas residuais é a parte do saneamento que drena e


depura as águas pluviais e residuais da cidade da Beira, em Moçambique.
A ETAR da Beira foi construída ao abrigo do projecto de reabilitação geral do
sistema de saneamento, realizado pelo governo de Moçambique no inicio da década de
2000 com o apoio financeiro da União Europeia. A estacão de tratamento de águas
residuais da Beira é gerida pelos serviços autónomos de saneamento da Beira (SASB).
Foi projectada para tratar, em primeira etapa, as águas residuais de uma
população de 100.000 habitantes e as águas residuais de pequenas industriais ligadas a
rede de drenagem doméstica, apresentado uma capacidade de 7500 𝑚3 ⁄𝑑𝑖𝑎 (Vazao
media), semdo supervisionada com o subsídio de analises fisico-quimicas, realizadas no
laboratorio da propia ETAR. Os processos essenciais do tratamento são processos
biológicos que permitem atingir um nível de tratamento secundário.
Os principais componentes do sistema de tratamento da estacão de tratamento de
águas residuais da Beira são: pré-tratamento, tratamento primário, tratamento
secundário e um sistema de tratamento terciário.
A ETAR da Beira funciona em sua primeira fase, esta composta pelos seguintes
componentes:
 Obra de pre-tratamento (1 unidade);
 Reactor anaerobio de 6 compartimento (1 unidade);
 Filtros biologicos (2 unidades);
 Decantadores Circulares (2 unidades);
 Um Sistema de tratamento terciário da água, que permite a reutilizacao
da parte de água tratada para fins diversos;
 Um conjunto de 8 leitos de secagem e estabilizacao da lamas da ETAR e
que permite o seu posterior usos como fertilizante agricola.

13
Níveis de tratamento da estacao de tratamento de águas residuais da Beira
Tratamento preliminar (pré-tratamento)

A estacao possui um tratamento preliminar composto de um sistema de


desenhada para tratar 7500 𝑚3 ⁄𝑑𝑖𝑎, se sujeita as operações de gradagem dos sólidos
grosseiros, a remoção das areias e gorduras, e outros materiais maiores que
eventualmente podem ser arrastados junto com o esgoto, buscando evitar que haja
problemas por obstrução posterior na linha de depuração. A figura 1.6.1 representa o
sistema de pre-tratamento.

Figura 1.6.1: Obra de entrada. Fonte: O Autor

O esgoto bruto chega a ETAR por uma tubulacao de aco corbono, por gravidade
e passa previamente, por uma caixa de entrada onde, atraves de uma comporta de
extravasão (by pass), o esgoto pode ser lancado directamente nos momentos de vazoes
intensas ou de necessidade de manuntencao da ETAR. Da comporta principal, o esgoto
passa pela grade grossa de limpeza manual, com espacamento de 10 cm entre as barras,
onde são retidos os sólidos de grandes dimensões, e dirige-se para as grades finas
mecanizadas, que apresentam espacamento entre barras de 1.25 cm.
Posteriormente, es encaminhada para as peneiras mecanicas tipo “Step Screen”
ou escala, cujos espacos entre as barras são de 6 mm. O material removido das peneiras
es transportado por um parafuso helicoidal para uma prensa, sendo lancada em uma
cacamba que tambem recebe o material removido da grade manual e da grade fina
mecanizada.
O liquido efluente das peneiras passa pelos desarenadores, onde a areia
depositaa es removida por um parafuso helicoidal, lancada em coreira transportadora e a

14
seguir descarregada na cacamba de areia. Apos passar pelos desarenadores, o esgoto
recebe o liquido clarificado da centrifuga na caixa distribuidora da vazao e, dai, dirige-
se para o reactor anaerobio (RAFA).

Tratamento primário (Reactor Anaeróbio de fluxo ascedente)

Apos o tratamento preliminar, as águas residuais entram em um tanque (reactor)


com seis compartimentos. Neste reacor ocorre a sedimentação de sólidos e a digestão da
matéria orgânica em ambiente sem oxigénio (digestão anaeróbia). O reactor RAFA tem
como objectivo reduzir a carga organica contida nos esgotos, transformando parte dela
em lodo digerido e parte em biogas, que es utilizada para alimentar energeticamente os
secadores. De acordo com varios investigadores, essa unidade, cuja imagem es
apresentada na figura 1.6.2, remove cerca de 70% a 90% da carga organica.

Figura 1.6.2: Reator anaeróbio. Fonte: O autor

Em primeira etapa a ETAR da Beira conta com 06 reactores RAFA em formato


rectagunlar. As lamas (solidos e materia organica) que sedimentam no fundo do tanque
são sujeitas a um processo de digestacao e estabilizacao durante cerca de tres meses,
apos o que são retiradas por escoamento hidraulico e descarregadas nos leitos de
secagem de lamas.

15
Tratamento secundario
1.5.1.1.1. Filtro biologico percolador

O efluente do reactor anaerobio de fluxo acedente es dirigido a uma camara de


passa (figura 1.6.3.a), onde es mantido continuamente misturado para evitar
sedimentacao de solidos, e entao bombeado para os dois filtros biologicos percolados
como se pode observar na figura 1.6.3.b.

a) b)

Figura 1.6.3: a) Camara de passagem; b) Filtro biológico percolado. Fonte: O autor

Nestes filtros, ocorrem um processo aerobio (na presenca de oxigénio), na qual o


efluente es distribuido sobre a superficie de um meio rochoso, arejado por processos
naturais, os microorganismos que vivem fixos nas paredes, alimentam-se da materia
organica e dos nutrientes transportados na água que se escoa (percola) entre as pedras,
obtendo-se assim a depuração dessas águas.

1.5.1.1.2. Decantadores Secundários

Apos o tratamento do efluente nos filtros biologicos percoladores, o eflunte es


submetido a uma operaracao de decantacao final, para a sedimentacao dos solidos
inertes e organismos que nao foram anteriormente retidos, a maior parte destes sólidos é
constituída por detritos das pedras e organismos que se soltam dos filtros biologicos
durante a operacao.
A ETAR da Beira dispõe de dois decantadores secundarios (A Linha 1 e B Linha
1) do tipo circular equipado com rapador mecânico de lama e escuma que recebem,
16
respectivamente, os efluentes dos filtros A Linha 1 e B Linha 1 como se pode observar
na figura 1.6.4.

Figura 1.6.4: Decantador Secundário. Fonte: O autor

A lama depositada no rebaixo do fundo de cada decantador é removida diária e


directamente pelas bombas da elevatória de lamas e descarregadas no reactor anaeróbio,
onde são digeridos em conjunto com as lamas do rector antes de serem enviadas para os
leitos de secagem de lamas.

Tratamento terciario das residuais

O efluente decantado permanece no tanque de armazenamento que tem como


função a alimentação do tratamento terciário, no sentido reutilização de uma parte da
água para servir como água de serviço na ETAR e em usos no exterior (lavagens, rega,
etc). Neste tanque está instalado um sensor de nível que permite interromper o
funcionamento da central de pressurização que alimenta os sistemas de tratamento
terciário. Este é composto por uma unidade de microfiltração e uma outra de
desinfecção por radiação ultravioleta (UV).
O efluente é pressurizado por uma central hidropneumática instalada a montante
do sistema de microfiltração e que é accionada pelo sensor de nível existente no tanque
de recepção do efluente dos tanques RAFA. Nesta unidade, os sólidos presentes na água
ficam retidos em anéis e o efluente segue sem partículas que poderiam prejudicar o
tratamento de desinfecção. A lavagem do sistema de filtração processa-se
automaticamente e as águas residuais daí resultantes são encaminhadas para o circuito
de escorrências. Na figura 1.6.5 apresenta-se a sala de tratamento terciário.
17
A radiação UV inactiva os microrganismos patogénicos presentes na água que,
após a desinfecção segue para o reservatório de armazenamento de águas de serviço.

Figura 1.6.5: Estacão de tratamento terciário. Fonte: O autor

Tratamento de lamas

As lamas produzidas nos tratamentos primários e nos biológicos poderão, ou


não, ser sujeitas a tratamento posterior face às suas características e ao seu destino final.
Durante o funcionamento da ETAR se observam os diferentes tipos de tratamento a que
as águas residuais são sujeitas e com isso a geracao de diferentes tipos de lamas.
Sumariamente, es possivel incluir os diversos processos de tratamento das águas
residuais nos três grandes grupos que se enunciam a seguir:

a) Processos primários:
As lamas produzidas são compostas na sua maioria por sólidos sedimentáveis.
Caracterizam-se por conterem um teor relativamente elevado de matéria orgânica,
grande parte da qual é facilmente biodegradável (lamas primárias). Estas lamas podem
exalar um forte odor, principalmente se ficarem retidas por um tempo elevado nos
decantadores, em condições de elevada temperatura.

b) Processos secundários
Nestes processos predominam os tratamentos biológicos, os quais têm como
base o potencial de transformação da matéria orgânica pelo metabolismo microbiano.
Resultante dessa actividade microbiana há produção de biomassa constituída por
18
fracções orgânicas e inorgânicas. Estas lamas são vulgarmente designadas por lamas
secundárias. As características e as quantidades deste tipo de lamas variam com as taxas
de crescimento e as taxas metabólicas dos vários microorganismos intervenientes e o
processo biológico envolvido.

c) Processos terciários:
As lamas geradas são resultantes de processos físico-químicos e/ou biológicos
conducentes à remoção de nutrientes (azoto e fósforo), e, ou sólidos suspensos totais
(para afinamento da água residual tratada, de modo a ser sujeita ao processo de
desinfecção). No caso de serem resultantes de processos físico-químicos, embora a
quantidade de lamas dependa do tipo de reagentes usados e das taxas a que são
adicionados, não existe uma relação teórica claramente definida entre a massa de
químicos adicionada e a massa de lamas produzida. São exemplos de precipitados
químicos produzidos: os fosfatos, os carbonatos e os hidróxidos, entre outros.

Na ETAR da Beira as lamas geradas são tratadas pelo processo de desidratação


natural (Leitos de secagem), o qual consiste na remoção de parte da sua humidade com
vista a uma redução de volume, superior à obtida através do espessamento. A razão
principal é diminuir os custos de operação dos tratamentos posteriores.
Após cerca de três meses de digestão no reactor anaeróbio, estas lamas são
descarregadas em oito (8) tanques com fundo de areia, os leitos de secagem, onde
durante um mes secam e continuam o processo de mineralização.
Depois de secas, as lamas são removidas manualmente dos leitos de secagem e
armazenadas durante alguns meses para finalmente serem utilizadas como fertilizante
agricola.
Os leitos de secagem são geralmente utilizados para o tratamento de lamas
digeridas. Após a desidratação, as lamas poderão ser depositadas em aterro ou aplicadas
como correctivo no solo.
As principais vantagens deste sistema são sobretudo o seu baixo custo; fácil
manutenção; e, teor de sólidos final elevado. Consistem geralmente numa parede com
0,3 a 1,0 m de altura (ver figura 1.6.6), que envolve um meio poroso de drenagem. O
material poroso pode ser constituído por areia, areia misturada com cimento ou outros.

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Figura 1.6.6: Leitos de secagem. Fonte: O autor

1.6. Legislação ambiental

De acordo com Porto (2002), o controlo da poluição consiste em um conjunto de


actividades de acompanhamento da produção e descarte de cargas poluidoras. Estas
actividades são regidas pela legislação ambiental, que é o conjunto de regras,
estabelecidas pela constituição e suas emendas, leis complementares, decretos,
resoluções e normas de diversos órgãos públicos com o objetivo de regular as
actividades e inter-relações humanas sobre a natureza.
Em Moçambique as principais normas que estão relacionadas aaa prevenção e
controlo da problemática ambiental são:
 Constituição da republica de 2004;
 Lei do ambiente (Lei n.º 20 de 1 de Outubro de 1997);
 Regulamento sobre padroes de Qualidade Ambiental e de Emissão de
Efluentes (Decreto 18/2004, de 2 de Junho);

A constituição da republica (2004) no seu artigo 90, numero 1, estabelece que


todos têm o direito de viver em um ambiente equilibrado e o dever de o defender,
impondo ao Estado e as autoridades locais a obrigação de adoptar politicas de defesa do
ambiente e a garantir a utilização responsável dos recursos naturais. No artigo 45, da
alínea f, a constituição declara que fica também ao abrigo das comunidades defenderem
o ambiente e no artigo 81, numero 2, alínea b, a mesma constituição admite a acção
popular na defesa do ambiente.
20
A Lei do Ambiente aprovado em 1997 (Lei 20/1997, de 1 de Outubro), regula o
uso e a gestão do ambiente com a intenção de promover o desenvolvimento sustentável.
Esta Lei proíbe a poluição no seu artigo 1, numero 21, o qual define a poluição como:
“a deposição no ambiente de substancias ou resíduos, independentemente de sua forma,
bem como a emissão de luz, som e outras formas de energia, de tal modo e quantidade,
tal que o afecta negativamente”. No seu artigo 9, numero 1, deixa claro que as
actividades que aceleram a erosão, a desertificação, desflorestamento ou qualquer outra
forma de degradação do ambiente são também proibidas.
A Lei do Ambiente também estipula que o Governo deve estabelecer padrões de
qualidade ambiental (artigo 10, numero 1). Estes padrões são definidos como sendo os
níveis admissíveis de poluição prescritos por lei (artigo 1, numero 19).
O Decreto 18/2004, de 2 de junho, regula a qualidade de atmosfera, de água e do
solo para fins industriais. Este regulamento estabelece os padrões de qualidade
ambiental e de emissão de efluentes (veja anexo x).
Das condições e padrões de lançamento de efluentes, os efluentes de qualquer
fonte poluidora inclusive as ETAR`S, somente poderão ser lançados directamente no
corpo receptor desde que obedeçam as condições e padrões previstas no Decreto n.º
18/2004, de 2 de junho, alterado pelo Decreto n.º 67/2010, de 31 de Dezembro:
a) Materiais flutuantes: visualmente ausentes;
b) Óleos e graxas ou gordura: virtualmente ausentes;
c) Substancias que produzem cor, odor e turbidez: virtualmente ausentes;
d) Corantes artificiais: virtualmente ausentes;
e) Substâncias que formam depósitos objectáveis: virtualmente ausentes;
f) Substancias e condições que facilitam a vida aquática indesejável:
virtualmente ausentes;
g) 𝐷𝐵𝑂5 , 20℃ <= 5 𝑚𝑔/𝑙;
h) Oxigénio dissolvido (OD) <= 6 𝑚𝑔⁄𝑙;
i) 𝑝𝐻 entre 6.5 e 8.5; não deve haver uma mudança no valor de 𝑝𝐻 normal
maior, que 0.2 unidades.
Alem de obedecerem os padrões de emissão de efluentes deste Decreto, os
efluentes não poderão conferir ao corpo receptor características em desacordo com a
classe da mesma.

21
O cumprimento da legislação ambiental que rege o descarte de efluentes e a
qualidade de águas de corpos hídricos receptores é fundamental para o efectivo controlo
da poluição. Entretanto, o seu uso é bastante complexo devido à falta de investimentos,
aos entraves e diferenças existentes entre os planos teóricos e a pratica por parte das
industrias, das companhias de saneamento e até mesmo dos próprios órgãos
responsáveis pela gestão ambiental do Estado (VON SPERLING, 1998a).

1.7. Eficiência das estacoes de tratamento de águas residuais

Segundo Von Sperling (2005), a remoção de poluentes no tratamento, de forma


a adequar o lançamento a uma qualidade desejada ou ao padrão de qualidade vigente
está associada aos conceitos de nível de tratamento e eficiência do tratamento.
A eficiência está relacionada com o nível de actividade e componente do
projecto durante sua execução (BID, 1997). Independentemente de qual for sua
natureza, depende do método empregado na elaboração e execução do projectto da
ETAR (SATALES; MEDRADO, PASQUALETTO, 2003).
De acordo com Santos (2007), para a analise da eficiência de uma ETAR em
termos de remoção de matéria orgânica, nutrientes e patogénicos é importante a
definição do grau ou percentagem de remoção de determinado poluente no tratamento
ou em uma etapa do mesmo, que é dada pela seguinte formula:

𝐶𝑜 − 𝐶𝑒
𝐸= × 100 𝑒𝑞. 1.1
𝐶𝑜
Onde:
𝐸 = Eficiência de remoção (%);
𝐶𝑜 = concentração afluente do poluente (mg/l);
𝐶𝑒 = concentração efluente do poluente (mg/l).

O processo de tratamento deve garantir a eficiência desejada e os padrões de


lançamento ao corpo receptor. Este indicador depende da frequência de analises
realizadas para verificação da eficiência do processo e será avaliado pela percentagem
de amostras que respeitem os padrões de lançamentos.

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Sateles, Medrado e Pasqualetto (2003), elaboraram um diagnóstico da eficiência
de uma ETAR, com a finalidade de verificar se os parâmetros de monitoramento do
esgoto estavam dentro dos padrões aceitáveis pela legislação. Os resultados mostraram
que devido as ligações clandestinas de água pluvial, a vazão que chega a ETAR variava
no período de chuva, sendo factor extremamente importante para determinar sua
eficiência.

23
CAPÍTULO II: MATERIAL E MÉTODOS

Neste capítulo serão demostrados os materiais e métodos utilizados para


obtenção dos resultados do presente trabalho.

2.1. Levantamento de dados

Os dados utilizados neste trabalho foram disponibilizados pelo laboratório da


ETAR, e que orientou o estudo de avaliação de desempenho da ETAR. Esse material
conta com dados históricos do período de 20016 ate 2017, perfazendo um ano de dados.
Desde que a estacai entrou em operação, tem sido realizado analises físico-
químicas nos laboratórios da ETAR. Os resultados dessas análises, as medições
realizadas e as informações operacionais são catalogadas em fichas operacionais. As
informações operacionais e medições de vazão, temperatura e 𝑝𝐻 são registradas
diariamente, enquanto que o resultado das análises é obtido semanalmente ou duas
vezes por semana.

2.1.1. Organização dos dados

Os dados referentes ao monitoramento das águas residuais afluente e efluente da


ETAR em estudo foram obtidos a partir de planilhas fornecidas pelo laboratório da
ETAR, inseridas e padronizadas em uma única planilha eletrónica (Microsoft Excel) de
forma a facilitar a análise dos mesmos. Os valores dos parâmetros (Tª, 𝑝𝐻, OD, DQO,
𝐷𝐵𝑂5, SST, N, P e CF) foram divididos em afluentes e efluentes conforme os dados
originais.
Com base nessas planilhas, foram calculadas as eficiências de remoção das
cargas poluidoras afluentes.

2.2. Estatística descritiva dos dados e das concentrações dos parâmetros

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Os dados do monitoramento da estação, bem como os parâmetros calculados por
meio desses foram analisados por meio de estudo estatístico com o intuito de analisar o
desempenho da ETAR da Beira. Nos dados foi analisada uma análise por meio das
principais estatísticas descritivas do número total de dados dos parâmetros analisados
(Tª, 𝑝𝐻, OD, DQO, 𝐷𝐵𝑂5, SST, N, P e CF), utilizando para este fim as variáveis média,
mediana, número máximo e mínimo e desvio padrão com a finalidade de compara-los
aos valores comumente encontrados na literatura e também com os valores indicados
na legislação pertinente relacionada aos padrões de lançamento de efluentes no pais
(Decreto 18/2004, de 2 de Junho).

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. Weber, W. J. Control de la Calidad del Água. Procesos Fisicoquimicos.


Barcelona : Editorial Reverte, 2003.
2. Hilleboe, H. E. Manual de Tratamiento de Águas Negras . Mexico : Limusa,
2005.
3. Segura, Duarte. Diseño de una Planta de Tratamiento Para Las Águas
Negras de La Universidad Rafael Landívar. 2002.
4. Asano, T e Levine, A. Wastewater Reclamation, Recycling, and Reuse: An
Introduction and Reuse. Water Quality Management Library. Pennnsylvania :
TeChnomic Publishing Co., Inc Lancaser, 1998. Vol. 10.
5. Metcalf e Eddy. Wastewater Engineering – Treatment, Disposal and Reuse.
3rd. New Delhi : Tata McGraw-Hill Publishing Company Limited, 2003.
6. FAO. Wastewater treatment and use in agriculture – FAO irrigation and
drainage, paper47. Roma : s.n., 1992.

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