Computadores

S E G U N D A - F E I R A 1 6 D E Z E M B R O 2 0 0 2 D I R E C T O R J O S E M A N U E L F E R N A N D E S E D I T O R R U I J O R G E C R U Z

PUB
Da Case à Proposta de lei Austrália quer Webcamera sem Babylon-Pro na
Ace Holding para banda larga mandar na Net fios e atilhos torre do mundo
A história de um grupo Bloco de Esquerda quer Supremo Tribunal A nova câmara da Logitech Programa de ‘shareware’
especializado na ADSL em regime tomou decisão grave para fotos e imagens de para traduzir e
integração de sistemas de serviço público e sem precedentes vídeo com maior liberdade tudo se entender
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OPÇÕES DE PRENDAS NO PRIMEIRO NATAL DA CONSOLA DA MICROSOFT

Jogos de computador
para todas as bolsas
e os e ainda alguns exclusivos para apenas está disponível num

A
S CONSOLAS
videojogos são, cada
vez mais, uma esco-
lha de eleição para
quem tem prendas
para comprar. Naturalmente,
a época de Natal é a grande
aposta de quem vende e a difi-
culdade de escolher para quem
compra. Seja para si ou para
oferecer, existem no mercado
as mais variadas opções, tanto
em termos de consolas como de
jogos. Para faci-
litar a escolha MIGUEL
— ou talvez não
—, todos os distribuidores fazem
“pacotes” com a máquina, um
certo número de jogos e filmes,
oferecendo assim um desconto
para cativar compradores. A
estes juntam-se ainda outros
pacotes propostos pelas próprias
cadeias de lojas, com preços e
elementos diferenciados.
Para o primeiro Natal euro-
peu da Xbox, a Microsoft juntou
à consola dois jogos, no valor de
140 euros (“Sega GT 2002” e “Jet
Set Radio Future”), mantendo o
preço habitual de 254,99 euros.
A Lusomundo — distribuidora
da PlayStation 2, da Sony —
oferece vários pacotes genéricos
determinadas cadeias de lojas,
sempre com o preço de 294,99
euros (excepto onde indicado).
Acabados de chegar às lojas
estão os pacotes da PlayStation
2 (PS2) com o jogo “WRC 2” ou
com “The Getaway”. Igualmente
disponível está o pacote PS2
+ “This is Football 2003” + “t-
shirt” da Adidas, este por 299,99
euros. Quem preferir apostar
na função leitura de DVD da
consola poderá
CRESPO comprá-la com o
comando remoto
e o filme “O Homem-Aranha”.
E, com sorte, ainda encontrará
alguns pacotes PS2 + “O Senhor
dos Anéis”, este a apenas 269,99
euros.
Nas lojas Continente,
Modelo, Vobis e Worten, haverá
dois pacotes exclusivos com a
PS2. Um inclui o jogo “Gran
Turismo 3” e o DVD “Velocidade
Furiosa”; o outro “Jak & Daxter”
e o filme “O Tigre e Dragão”.
No Jumbo, poderá comprar a
consola com o jogo “Tekken
Tag Tournament” e o DVD “O
Regresso da Múmia”.
Se a opção for a económica
PlayStation One (PSOne), ela
pacote, com o jogo “Stuart
Little 2” e o filme (em VHS)
“O Pequeno Stuart Little”, por
cerca de 114 euros.
Do lado da Concentra, são
disponibilizados pacotes para as
GameCube e Game Boy Advance,
da Nintendo. A GameCube está
disponível em quarto pacotes,
cada um com um jogo diferente:
“Super Mario Sunshine” (mais um ANDRÉ RUIVO
cartão de memória) a 225 euros;
“Pikmin”(também com cartão),
só disponível nos Jumbo, por
259,99 euros; “Luigi’s Mansion”
(no Carrefour, a 249,99 euros); e
“Super Smash Bros. Melee”, nas
lojas Continente, Modelo, Worten
e Vobis por 249,99 euros.
Já a portátil Game Boy
Advance está também disponí-
vel em três pacotes: a consola
azul com o jogo “Super Mario
Advance 2” custa 139,99 euros,
havendo depois pacotes com “F-
zero” (no Jumbo, a 124,99 euros)
e “Mario Kart”, nas lojas Conti-
nente, Modelo, Worten e Vobis,
por 139,99 euros.
Quanto aos jogos, há a difi-
culdade clássica de — quase
sempre — se ter de comprar
apenas pela capa, mesmo ➜

7c1bf3e5-024b-435b-bb28-84bbcd8a7552
➜
que se recorra aos postos de teste
de consolas, cada vez mais presen-
tes nos espaços comerciais. Por outro lado,
quase todos os jogos importantes estão dis-
poníveis para as várias consolas e também
para PC, indo os preços desde os cerca de
30 euros (de PC e PSOne, por exemplo) aos
70 euros das novidades da PS2 e da Xbox,
passando pelos 50 a 60 euros do Game Boy
Advance e os 60 a 70 euros da GameCube.
Embora, na sua maioria, os melhores jogos
já tenham sido analisados no Computado-
res, vale a pena destacar as propostas
mais interessantes dentro de cada género.
Os jogos de futebol estão no topo
das preferências dos jogadores e, neste
Natal, a dificuldade é optar entre o reno-
vado “FIFA 2003” — que deu um salto
em frente em termos de jogabilidade e
realismo — e o fortíssimo “Pro Evolu-
tion Soccer 2”, cuja aposta é na melhor
dinâmica de jogo e na inteligência e
versatilidade dos jogadores, que agora
reagem melhor às diferentes situações e
executam movimentos inesperados, como
passes simulados para enganar o adver-
sário. Menos fácil de jogar que “FIFA
2003”, “Pro Evolution Soccer 2” empresta
maior riqueza ao jogo através de estatís-
ticas, personalização (como criar equipas)
ou mesmo treinos.
Para os fanáticos da gestão, chega o
incontornável “Championship Manager
02/03”, de longe o melhor simulador de
gestão futebolística, que, pela primeira
vez, está disponível numa consola, a
Xbox, da Microsoft.
Outro género sempre apreciado são
as corridas automóveis. Para quem quer
simulação, as escolhas naturais são “Colin
McRae Rally 3” (ralis), “Toca Race Driver”
(turismos) e “Gran Turismo 3”, que, apesar
de já ser de 2001 e exclusivo da PS2, con-
tinua a ser imbatível, especialmente agora
que está disponível em versão Platinum
por 30 euros. Do lado da Xbox, há a con-
corrência de “Sega GT 2002”, que também
garante condução emotiva. Se o objectivo
é diversão, aí “Burnout 2” é a escolha
acertada do ano, apesar de “Formula One
2002” e “F1 2002” também serem opções a
ter em conta.
Se é fã de jogos de acção e aventura,
a escolha certa é “Medal of Honour:
Frontline”, uma magistral recriação his-
tórica da Segunda Guerra Mundial, mas
“Hitman 2” e “007 Nightfire” também são
apostas seguras. No primeiro caso, através
de uma história fabulosa; no segundo, por
antecipar o novo filme de Bond, James
Bond, que só estreia por cá em Janeiro.
Para os adolescentes, há uma ver-
dadeira montanha de jogos baseados
em desportos radicais, desde a série
“Transworld”, que recria o “surf” ou o
“snowboard”, passando por “Tony Hawk”
(o mestre do “skate”) já em versão 4,
pelo “Pro Surfer”, de Kelly Slater, ou
pelas BMX de Ricky Carmichael em “MX
Superfly” — sem esquecer o futurista “Jet
Set Radio Future” (apenas para a consola
da Microsoft).
Menos direccionados em termos
etários são, por exemplo, os incontor-
náveis licenciamentos de “Harry Potter
e a Câmara dos Segredos”, totalmente
traduzido em português, e de “O Senhor
dos Anéis: As Duas Torres”. Se Potter é
a escolha certa para os pré-adolescentes,
a história de Tolkien é quase universal.
Sem licenciamento, “Ratchet & Clank”
(para PlayStation 2) é um jogo dos sete
aos 77 anos, bem como “Pikmin” (para
GameCube), podendo igualmente agra-
dar às meninas, cuja maior paixão é a
saga “The Sims” (para PC), que tem duas
expansões recentes: uma com animais de
estimação e outra “on-line”.
Em resumo, a oferta de videojogos
pode ir desde um dispendioso pacote de
300 euros até um simples jogo de linha
económica — normalmente, reedições
de êxitos de qualidade — por 20 euros,
com a escolha a depender, maioritaria-
mente, da plataforma que se tem e do
orçamento disponível. ●

PANDA SOFT WARE PROMOVEU DEBATE SOBRE SEGURANÇA INFORMÁTICA

Actualizar é palavra de ordem

OS PROGRAMAS anti- Lembra o responsável da Panda que, Panda considera que um antivírus deverá

A
CTUALIZAR
vírus é a palavra de ordem
quando se trata de proteger
os computadores e os sistemas
informáticos de eventuais
ataques. Conhecer o “inimigo” e adop-
tar estratégias de protecção é também
fundamental. Quem o diz é Pedro Busta-
mante, director de “marketing” da Panda
Software Internacional, que na passada
semana esteve em Lisboa para participar
na I Conferência Nacional de Segurança
Informática, organizada pela Panda.
Com a participação de responsáveis da
Microsoft, IBM e Cisco, a conferência abor-
dou temas como as políticas de segurança
em ambientes Microsoft, os antivírus, a
gestão da segurança empresarial e a segu-
rança nas redes. Perante uma audiência
de algumas dezenas de pessoas ligadas à
área das tecnologias, ficou claro que, no
que diz respeito a segurança e protecção
dos sistemas, há ainda muito a fazer.
Segundo Pedro Bustamante, 99 por
cento das empresas utiliza programas
de antivírus mas, apesar disso, 76 por
cento já viram os seus sistemas informá-
ticos infectados e 43 por cento registaram
mesmo prejuízos financeiros. Também
é verdade que os efeitos das infecções
dos sistemas são cada vez mais graves.
e estratégias adoptadas. “As empresas
enquanto o “Melissa” provocou prejuízos ser actualizado uma ou duas vezes por precisam de resolver esse problema e de
na ordem dos 383 milhões de dólares, dia. se tornarem verdadeiramente seguras”,
em 1999, no ano seguinte foi a vez do “I “Fomos a primeira empresa a dar aos além de ser necessário informar melhor
Love You” fazer sentir os seus efeitos, utilizadores uma actualização diária dos os utilizadores. A segurança é um factor
provocando já estragos avaliados em 8700 antivírus, contra as novas ameaças, e cada vez mais importante, “não só por
milhões de dólares. isso aconteceu em 1998. Só no ano pas- causas dos danos que podem ocorrer mas
“Todos fazemos o mesmo: instalamos [os sado é que outras empresas começaram também para preservar a imagem de uma
programas de antivírus] e esquecemos. O a fazê-lo”, adiantou Pedro Bustamante, empresa que é infectada, ou infecta os seus
que tiver que acontecer, acontecerá”, disse após a sua intervenção na conferência. parceiros”.
o responsável de “marketing” da Panda, “A Panda é sobretudo uma empresa de Ao contrário do que seria de esperar,
cuja perspectiva da política de segurança serviços, pois não gostamos de vender não aumentaram as preocupações das
das empresas não é menos preocupante. apenas ‘software’”, adiantou, explicando empresas com a segurança informática
“Menos de 50 por cento das empresa tem que “os serviços e o suporte também têm após os atentados terroristas de 11 de
planos de segurança em que estar incluídos” e que é Setembro de 2001: “Há dez anos que traba-
vigor e esses planos geral- ISABEL GORJÃO SANTOS fundamental um programa lho na área da segurança e a preocupação
mente não cobrem todos os de antivírus proporcionar tem-se mantido constante. Talvez tenha
aspectos dos sistemas informáticos”. É por actualizações automáticas. aumentado o medo mas isso não se reflec-
isso que muitas empresas são afectadas Porque as actualizações são um dos tiu necessariamente em acções. Em geral,
pelos vírus, mesmo tendo tomado algumas principais problemas para os utilizadores, as empresas não têm os seus processos
precauções e instalado antivírus. Pedro Bustamante a vantagem de os pro- definidos, não estão a fazer actualizações,
Há várias questões que Pedro Busta- dutos da Panda proporcionarem actualiza- tal como os utilizadores. De uma forma
mante considera deverem ser feitas por ções automáticas: “O utilizador não tem geral, não se assistiu a uma mudança real
qualquer gestor ou administrador de siste- que se preocupar com isso, e nós sabemos e consistente”.
mas das empresas: “Será que todas as pla- que nem sempre nos lembramos de fazer A Panda Software está neste momento
taformas estão cobertas? As ‘workstations’ as actualizações”. Referindo-se aos pro- a trabalhar em novas áreas, “também
e os utilizadores remotos? Os ficheiros e cedimentos das empresas, considera que potencialmente perigosas”, como a das
os servidores de aplicações? O E-mail e os “há ainda um longo caminho a percorrer”, comunicações móveis em “smart phones”,
servidores de ‘messaging’?” Os sistemas o que não está apenas relacionado com as telemóveis com funções avançadas de
são geralmente bastante mais vulneráveis actualizações dos programas de antivírus comunicação, como o acesso à Internet e
do que parece. Por isso, o responsável da mas, essencialmente, com as políticas ao E-mail. ●

computadores .2 S E G U N D A - F E I R A . 1 6 . D E Z E M B R O . 2 0 0 2
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 tecpédia H E N R I Q U E C A R R E I R O PROJECTO DE LEI APRESENTADO PELO BE FOI APROVADO NA GENERALIDADE

Internet em banda
larga e serviço universal DAVID CLIFFORD
o acesso à

G
ARANTIR QUE
Internet em banda larga
seja disponibilizado em
todo o território nacio-
nal, a preços acessíveis,

Intel Banias integrado no serviço universal de

telecomunicações, é o objectivo de
um projecto de lei que o Bloco de

P
ARA OS utilizadores de computadores portáteis, Esquerda (BE) apresentou à Assem-
as redes sem fios são, sem dúvida, uma bênção bleia da República. O projecto foi já
— mas uma bênção mista. Por um lado, a rede aprovado na generalidade, no pas-
sem fios aumenta a mobilidade do computador, sado dia 5, e deverá ser discutido
permitindo-lhe ter conectividade mesmo sem na especialidade no próximo mês.
estar ligado ao cabo de rede local; por outro, é sabido que a uti- Se, então, o projecto for aprovado,
lização constante de“wireless”tende a esgotar rapidamente as o serviço universal de telecomuni-
baterias dos portáteis. O resultado é que computadores ficam cações passará a integrar a “ligação
mais dependentes do cabo de energia, contrariando assim o ao serviço de acesso em banda larga
objectivo prioritário da mobilidade. sem limite de tempo de utilização e a
E, com a proliferação de normas de conectividade “wireless”, preços económicos”.
o problema só tende a agravar-se. O portátil bem conectado De acordo com o projecto de lei
de 2003 terá, por obrigação, que suportar GSM-GPRS (de elaborado pelo BE, a ligação à rede
preferência,“tri-band”), Bluetooth e ainda 802.11 (a ou b). Nem fixa de telefone disponibilizada pelo
todas estas normas jogam bem umas com as outras — por prestador de serviço universal, a
exemplo, Bluetooth e 802.11b partilham a mesma gama de Portugal Telecom (PT), passará
frequências —, o que contribui ainda mais para aumentar a a permitir o acesso à Internet em
complexidade do problema. banda larga a preços posteriormente
Os portáteis actuais vêem, assim, reduzido o tempo de vida regulados pelo Estado e sem limite de
da bateria para menos das três horas — um limite comum, já utilização. Francisco Louçã, deputado
de si considerado insuficiente para as aplicações que exigem do Bloco de Esquerda, explica que um
maior mobilidade. É, pois, perfeitamente compreensível que a dos objectivos deste projecto de lei é
gestão do tempo de vida de bateria nos portáteis tenha que assegurar que o acesso à Internet
ser encarada como um todo que inclui também a parte da em banda larga seja considerado tão
conectividade “wireless”. essencial como o serviço de telefone.
Uma nova geração de processadores que a Intel deverá “O que nos preocupa é garantir que
colocar no mercado já a partir dos primeiros meses de o serviço de Internet em banda larga
2003 deverá ter esta perspectiva inovadora de gestão de fique disponível em todo o território
energia. Os processadores com nome de código “Banias” nacional”, disse Louçã, adiantando
fugirão inicialmente à guerra da velocidade em benefício que, hoje, só nas grandes áreas
da frugalidade. Os Bania serão capazes de operar a metropolitanas é que existe a infra-
frequências de relógio de 1,4 a 1,6 GHz (cerca de metade estrutura necessária.
dos seus irmãos Pentium 4 de topo de gama), mas em Depois de ter sido aprovado
contrapartida deverão ser capazes de acrescentar pelo na generalidade, o projecto será
menos 25 por cento ao tempo de vida útil de bateria aos discutido por uma comissão parla-
portáteis actuais. mentar da área das comunicações,
No entanto, em termos de desempenho, o cálculo não será o Governo será ouvido, bem como
assim tão linear, uma vez que os Banias possuem capacidades a Autoridade Nacional de Comu-
acrescidas em termos de execução paralela de instruções nicações (Anacom), e daí poderão
— mais ainda do que os Pentium 4. Não é ainda claro como resultar algumas alterações. dos pela Anacom, o documento refere à generalidade dos portugueses”.
é que a Intel irá promover esta característica mas a AMD já A discussão na especialidade também que, no final do primeiro Enquanto o Estado deve “compensar
o faz com a designação que dá aos seus processadores. Por deste projecto de lei deverá centrar- trimestre de 2002, existiam quase 4 os operadores pelos eventuais prejuí-
exemplo, um processador AMD que exiba a designação se na questão dos custos, nomeada- milhões de utilizadores da Internet zos, resultantes da exploração deste
1800+ significa que é equivalente em termos de desempenho mente da infra-estrutura necessária em Portugal, mais 13 por cento do que serviço”, a empresa concessionária,
a um Pentium 4 a 1800 MHz embora, na realidade, funcione para a disponibilização da banda os verificados no trimestre anterior e a PT, deverá “fazer um investimento
com uma frequência de relógio de 1500 MHz. larga em todo o território nacional. mais 50 por cento do que se verificaria mais acelerado para que, a muito
Nos Banias, a Intel irá utilizar uma gestão de energia Essa é a principal prioridade para o no período homólogo de 2001. “Basta curto prazo, a banda larga esteja dis-
baseada na premissa de que os componentes do BE, logo seguida do estabelecimento dizer que, há cinco anos, existiam ponível a todos os cidadãos residentes
processador que não estiverem a ser usados em de um preço acessível para o serviço. apenas 89 mil clientes e que, em 2000, no território nacional”.
determinada altura não necessitam de estar “ligados”. “O Estado tem aqui um papel impor- eles eram cerca de dois milhões para Já apresentado à Assembleia da
Trata-se de uma gestão bastante granular da distribuição tante, pois os preços praticados pelos perceber a evolução que a Internet República mais ainda sem discussão
de energia, que poderá ser gradualmente adoptada operadores são sempre regulados”, tem tido em Portugal”. agendada, está um outro projecto de
noutros processadores da empresa, como os destinados diz Francisco Louçã, considerando Com recurso a um relatório publi- lei do BE, relacionado com a utiliza-
aos computadores de secretária de gama média (ou seja, que, “ao longo do tempo, os preços cado pela Eurostat, em Abril deste ção de “software” livre na administra-
aos que não exigem desempenho de topo). vão ter tendência para baixar”. ano, o projecto de lei apresentado ção pública. Trata-se de um projecto
Além disso, os Bania e seus circuitos de apoio virão Para o deputado do BE, a Inter- recorda ainda, na sua introdução, que, de acordo com Francisco Louçã,
preparados de origem para suportar redes 802.11a e b, net em banda larga apresenta uma que 74,7 por cento dos portugueses poderá poupar imenso dinheiro ao
e também optimizados para facilitar a integração com enorme potencialidade, permitindo não usa computador, sendo a média Estado. O projecto do BE pretende
Bluetooth. A gestão das redes sem fios passará, assim, a ser um vasto conjunto de novas utiliza- europeia de 53,3 por cento. “Apenas que todos os serviços do Estado sejam
uma consideração de projecto de todo o computador e ções e de novos conte- 14,8 por cento dos obrigados a utilizar “software” livre
não apenas um apêndice “a posteriori”,como actualmente. údos. Para além disso, ISABEL GORJÃO SANTOS portugueses usa a nos seus sistemas informáticos, o que
No caderno de encargos dos Banias estão também “quanto mais a Inter- Internet e, desses, se aplicaria à administração pública
formas inovadoras de controlar o consumo dos ecrãs net se desenvolver, mais exigentes apenas 2,5 por cento a utiliza todos local e central, e às empresas públicas
de cristais líquidos, nomeadamente da retro-iluminação, serão os utilizadores”, adiantou, sem os dias”, é ainda referido. ou com maioria de capital público.
que, em conjunto, são responsáveis por mais de 25 por deixar de referir também a necessi- Apesar de os preços do serviço “Hoje, várias das principais
cento do consumo de um portátil. Os computadores com dade de, desta forma, se combater de acesso à Internet em banda larga empresas da indústria informática
processadores Banias deverão estar no mercado a partir do também a info-exclusão. serem, em Portugal, semelhantes aos aderiram aos princípios da Free
segundo trimestre do próximo ano e constituirão certamente No preâmbulo do documento apre- praticados noutros Estados-mem- Software Foundation e estão a ser
o item mais procurado por quem estiver comprador de um sentado, o BE considerou que o serviço bros, o projecto bloquista não deixa desenvolvidas muitas soluções para
portátil de topo de gama. ● de acesso à Internet é hoje um bem de salientar que o poder de compra é novas aplicações. O sistema operativo
fundamental, “igual em importância inferior e que, por isso, as entidades Linux é usado por milhões de pessoas
Tecpédia é uma enciclopédia em construção sobre a era digital ao acesso ao telefone ou à televisão”. reguladoras devem impor “uma redu- em todo o mundo”, diz o projecto do
Citando alguns dados disponibiliza- ção de preços para valores acessíveis BE no seu preâmbulo. ●

computadores .4 S E G U N D A - F E I R A . 1 6 . D E Z E M B R O . 2 0 0 2
 AFINA APRESENTOU SOLUÇÃO PARA LIGAÇÕES ATRAVÉS DE C ABO E ADSL

S-box Defender para maior

segurança na banda larga
A FINA, DO GRUPO espanhol BBVA, e a qualquer rede empresarial. A S-box Defender permite será ainda disponibilizada a solução de antivírus.

A empresa norte-americana Check Point

lançaram a S-box Defender, uma solução
de segurança para ligações de banda larga,
por ADSL ou cabo. Esta solução destina-
se, sobretudo, a pequenas empresas ou escritórios de
grandes organizações e tem como base a tecnologia de
segurança S-box, da Check Point, sendo comerciali-
ligar vários computadores à Internet, partilhando o
mesmo endereço de IP (Internet Protocol).
Distribuidores, operadores de telecomunicações,
fornecedores de acesso por ADSL ou cabo e integra-
dores de sistemas poderão comercializar esta solução
com a sua própria marca. Em termos de preços, por
40 euros mensais, o utilizador poderá dispor de uma
“As pequenas empresas continuam sem resolver o
problema da segurança nas telecomunicações”, referiu
Pedro Galatas, director de estratégia do grupo Afina,
em comunicado sobre a nova solução, adiantando que “o
alargamento dos mercados de particulares e utilizadores
domésticos que dispõem de conexão por banda larga” não
trouxe respostas para “este problema, não tendo nenhuma
zada como produto ou serviço e podendo o utilizador solução que engloba um serviço de “firewall” para solução simples e exequível para proteger as suas comuni-
optar pela aquisição da solução ou pelo pagamento de cinco computadores e, por um acréscimo de 10 euros, cações”. ● ISABEL GORJÃO SANTOS
uma mensalidade pela sua disponibilização.
A solução é composta por uma “firewall” de protec-
ção, permite filtrar o acesso à Internet e aos conteúdos
indesejáveis, e fazer a detecção de vírus, nomeada-
mente os que chegam ao sistema através de correio
electrónico.
Dario Bengoechea, gestor de produto da Afina,
explica que este produto pode ser usado de diferentes
formas, nomeadamente como um serviço que é pago ao
mês. O preço varia de acordo com as funcionalidades
desejadas, estando à disposição do utilizador diversas
soluções. É possível optar por serviços como a gestão
de políticas de segurança, actualização automáticas
dos “firewalls”, manutenção anual, suporte durante
24 horas por dia ou outros serviços adicionais, como
antivírus, filtro de conteúdos ou mesmo a reposição da
máquina em 24 horas.
A Afina será a distribuidora em Portugal desta solu-
ção, que já se encontra disponível e a ser comercializada
em Portugal, Espanha e na América Latina. Apesar de
ter sido criada a pensar nas pequenas e médias empre-
sas, esta solução pode também ser utilizada por quem
possui ligação à Internet através de banda larga e passa
muitas horas a navegar, como é o caso dos profissionais
liberais ou dos teletrabalhadores.
Adiantam os responsáveis da Afina que esta
solução é extremamente fácil de instalar, não requer
um conhecimento técnico elevado nem exige grande
manutenção. Entre as principais características desta
solução estão a protecção dos dados, a filtragem de
conteúdos, a detecção de vírus e um acesso seguro a

S E G U N D A - F E I R A . 1 6 . D E Z E M B R O . 2 0 0 2 computadores .5
computadores .6 S E G U N D A - F E I R A . 1 6 . D E Z E M B R O . 2 0 0 2
 virose

Prestige ataca os PC

Foi noticiado, a meio da semana, o aparecimento de um
“worm” que se serve de referências ao naufrágio do Prestige
para se propagar. Trata-se de mais um vírus de difusão
em massa por E-mail, que se espalha usando uma
mensagem com o assunto “fotos
INEDITAS del PRESTIGE en el fondo del
Atlantico” e sem texto. Ela inclui ainda um
ficheiro anexo com o nome Prestige.zip e que contém o
ficheiro Prestige.exe. Para dar maior credibilidade a esta
mensagem (que se dissemina por engenharia social), o
remetente aparece identificado como “Fotos_PresTiGe
freeserver@nautilus.org”.
Quando se corre o executável, aparece uma mensagem em
castelhano a perguntar se se quer instalar uma aplicação
que permite ver imagens exclusivas do Prestige no fundo
do odeano. Confirmando, surge uma mensagem de erro a
informar o utilizador de que a aplicação não conseguiu ser
instalada.
O “worm” envia-se depois a si próprio para todos os
contactos do livro de endereços do Outlook e também se
espalha através do IRC. O Prestige cria vários ficheiros na
pasta de sistema: o M_base64.xrf e o M_prgm.zip são cópias
comprimidas do “worm”; M_wab.xrf é o ficheiro onde ele
armazena os endereços que irão ser alvo de envios. Também
substitui o ficheiro do editor do Registry — o Regedit.exe
que passa a figurar com o nome M_regedit.exe — por outro
contendo o próprio “worm”, fazendo que este seja iniciado de
cada vez que se tenta correr aquele editor. Com o
objectivo de ser executado sempre que o computador é
iniciado, o Prestige altera também o próprio Registry.
Felizmente, este “worm” não apresenta acções destrutivas,
sendo de baixa perigosidade e residindo o seu maior perigo
na hipótese de “entupir” contas ou servidores de E-mail.
Heovin permite acesso a ‘hacker’
O Heovin também é um “worm” de difusão em massa
por E-mail. Além disso, permite a um “hacker” aceder ao
computador infectado. Quando é executado, copia-se a
si próprio para as seguintes localizações como ficheiros
escondidos: C:\[pasta do Windows]\Start menu\programs\
startup\Dosreg.com e C:\[pasta de temporários do sistema]\
funnyflush.pif.
Simultaneamente, acrescenta valores a algumas chaves
do Registry de modo a ser executado de cada vez que
o Windows é iniciado. E altera a chave relativa à página
de abertura do Internet Explorer, direccionando-a para
o endereço http://user1.7host.com/lupinIII/
updates/relist.asp?fsdf=sdjk&xc=[letras
aleatórias].
O “worm” cria um ficheiro Script.ini na pasta
do mIRC que tenta enviar o referido ficheiro
Funnyflush.pif para outros utilizadores do mIRC.
Ele utiliza a chave do Registry com a localização
do livro de endereços do Windows para, através do Outlook,
se enviar a si próprio para todos os endereços. A mensagem
tem como assunto uma das seguintes frases: “Flash funny
pic”,“Check This update”,“Message: Check dis out!” ou
“Attachment: Funnyflush.pif”. Como ficheiro anexo traz este
Funnyflush.pif.
O Heovin cria, também na pasta de temporários, o ficheiro
~dP00Z1.tmp que é utilizado para armazenar o número da
porta TCP que irá utilizar para ligar o computador ao “hacker”.
Este ficheiro e informações recolhidas na máquina infectada
são enviados para um endereço de E-mail.
O “worm” fica então à espera de comandos enviados pelo
“hacker” que lhe permitam: carregar e descarregar ficheiros
de e para o computador infectado; assumir o controlo total
sobre o sistema, listar, apagar ou executar ficheiros; executar
acções que incomodam o utilizador do computador, como
alterar a configuração do papel de parede, abrir e fechar a
gaveta do leitor de CD, etc. ● JOSÉ DOUTIL

OS VÍRUS DA SEMANA
Dia 16
WM/Concept.F;G;J, WM/
ERASER.H, WM/Eraser.A:
Tw, Tribute.A;B, W97M/Yous,
XM/Laroux.IC, W97M/Cobra.a1,
W97M/Akuma, W97M/Alamat,
W97M/Cash
Dia 17
WM/Eraser.A:Tw, W97M/
Jackal.A, Acid.A (intended),
W97M/Serpent, VBS/
Mantie.ow, W97M/Yous, W32/
Mypics.worm.25600, W97M/
Cobra.a1, W97M/Akuma,
W97M/Alamat
Dia 18
WM/Eraser.A:Tw, VBS/
SWVK.ow.gen, W97M/Yous,
W97M/Chameleon.a, W97M/
Cobra.a1, W97M/Akuma,
W97M/Alamat
Dia 19
WM/Eraser.A:Tw, Tribute.A;B,
W95/Firkin.worm, W97M/
Assilem.H, W97M/Yous, W97M/
Cobra.a1, W97M/Alamat
Dia 20 Dia 21 Dia 22
WM/MDMA.C;D;H, WM/ WM/MDMA.C;D;H, W97M/Yous, WM/MDMA.C;D;H, W97M/Yous,
Eraser.A:Tw, Gurre.A, AOS.A, W97M/Cobra.a1, W97M/ W97M/Cobra.a1, W97M/
W32/Urick@MM, VBS/ Alamat Alamat
Gaggle@MM, JS/Gigger.a@MM,
W97M/Bablas.aj, W97M/Erab,
W97M/Yous, VBS/Count,
VBS/Baracu.A@mm, VBS/
Loveletter.ar, X97M/Anis,
X97M/Hopper.r, W97M/Mck.e,
W97M/Cobra.a1, W97M/
Alamat

agenda
FPT 2002 - IEEE International Conference on ISSCC 2002 – IEEE International Solid-State
Field-Programmable Technology Circuits Conference
Data: 16-12-2002 a 18-12-2002 Data: 9-02-2003 a 13-02-2003
Local: Hong Kong, China Local: São Francisco, Califórnia, EUA
E-mail: fpt@aicfpt.org E-mail: issccinfo@yesevents.com
URL: www.icfpt.org URL: www.isscc.org/isscc/2003

VLSI Design 2003 - The Sixteenth
International Conference on VLSI Design; The
Second International Conference
on Embedded Systems Design
Data: 4-01-2003 a 8-01-2003
Local: Nova Deli, Índia
URL: vlsi.ccrl.nj.nec.com/~chak/vlsi2003/
2003 International CES - Defining
Technology’s Future
Data: 9-01-2003 a 12-01-2003
Local: Las Vegas, Nevada, EUA
URL: www.CESweb.org
ASP-DAC 2003 - Asia South Pacific Design
Automation Conference
Data: 21-01-2003 a 24-01-2003
Local: Kitakyushu, Japão
Contacto: Conference Secretariat
E-mail: aspdac2003@aspdac.com
URL: www.aspdac.com
Seminário “Ensino das Ciências e da
Matemática”
Data: 30-01-2003 a 1-02-2003
Local: Departamento de Educação da Faculdade
de Ciências da Universidade de Lisboa
E-mail: educação@fc.ul.pt
URL: www.fc.ul.pt/agenda_2002/novembro/15-
11.htm
Build it Berlin 2003 - Feira Profissional
para a Tecnologia da Informação
e da Comunicação na Construção Civil
Data: 12-02-2003 a 15-02-2003
Local: Berlim, Alemanha
Representante em Portugal: Câmara de Comércio
e Indústria Luso-Alemã
Contacto: Rosário Carvalho
E-mail: rosario-carvalho@ccila-portugal.com
URL: www.build-it.de
LATW 2003 – 4th IEEE Latin-American Test Workshop
Data: 16-02-2003 a 19-02-2003
CEL. 1700 P4 - 1.7 P4 - 2.4
Local: Natal, Brasil
URL: diana.ee.pucrs.br/~latw/events.html
ISVLSI 2003 - IEEE Computer Society Annual
Symposium on VLSI
Data: 20-02-2003 a 21-02-2003
Local: Tampa, Florida, EUA
E-mail: vijay@cse.psu.edu
URL: www.cse.psu.edu/~vijay/isvlsi03/
FPGA 2003 – 11th ACM International Symposium
on Field-Programmable Gate Arrays
Data: 23-02-2003 a 25-02-2003
Local: Monterey, Califórnia, EUA
Contacto: Russ Tessier
E-mail: fpga2003@ecs.umass.edu
URL: fpga2003.ece.ubc.ca/

Imagina.03 – The International Festival SSMSD 2003 - Southwest Symposium

for Digital Images on Mixed-Signal Design
Data: 3-02-2003 a 6-02-2003 Data: 23-02-2003 a 25-02-2003
Local: Grimaldi Forum, Mónaco Local: Las Vegas, Nevada, EUA
Contacto: Conferência – René Broca Contacto: Conference Management Services
E-mail: rbroca@noos.fr E-mail: mercer@cmsworldwide.com
URL: www.imagina.mc URL: www.ece.arizona.edu/conferences/ssmsd/

HPCA 9 - Ninth International Symposium DVCon - Design & Verification Conference

on High Performance Computer Architecture
Data: 8-02-2003 a 12-02-2003
Local: Anaheim, Califórnia, EUA
Contacto: Nader Bagherzadeh
E-mail: nader@ece.uci.edu
URL: www.cs.arizona.edu/hpca9/
& Exhibition
Data: 24-02-2003 a 26-02-2003
Local: San Jose, Califórnia, EUA
Contacto: Kathy Maclennan (Conference Manager)
E-mail: kathy@mpassociates.com
URL: dvcon.org

S E G U N D A - F E I R A . 1 6 . D E Z E M B R O . 2 0 0 2 computadores .7
 ‘O
E- G O V E R N - tivos e níveis de serviço, e

MENT não
funciona
p o r q u e
as casas
não começam a fazer-se
pelo telhado”. A frase é
de Vicente Gaspar Pires,
fundador da Case e vice-
presidente da Ace Holding,
a empresa que resultou
da fusão da Case com a
Edinfor e que congrega os
interesses do Grupo EDP
na área das tecnologias
da informação (TI). O “E-
government” — ou governo
electrónico, que visa o
acesso dos cidadãos aos
serviços da administração
pública por via electrónica
—, é um dos objectivos do
Governo em matéria de
sociedade da informação.
Mas, para o administra-
dor da Ace, falta primeiro
resolver um problema de
alicerces: a integração dos
sistemas de “back-office”
(sistemas de bases de
dados ou de gestão e pro-
cessamento de operações,
entre outros).
“A primeira coisa que
tem de se fazer é tratar do
‘back-office’ da administra-
ção pública (AP)”, defende
Gaspar Pires. “O problema
de Portugal não é a tecno-
logia, é colocar a tecnologia
ao serviço das pessoas”,
adiantou a Computadores
o vice-presidente da Ace.
“Na AP, existe muita tec-
nologia”, o que falta é inte-
gração entre os diferentes
sistemas e um modelo de
organização. E, para isso,
“é preciso haver uma von-
tade política grande, para
que a AP seja organizada
estrategicamente”.
Um dos argumentos
para a defesa do investi-
mento em integração tecno-
lógica é que esta permitiria
ao Estado
começar a
arrecadar
R I TA H A S S E
ANDRÉ RUIVO
um projecto de financia-
mento adequado — será
a solução. Por outro lado,
como “não se pode fazer
tudo de uma vez, é preciso
identificar projectos” em
áreas estratégicas que
funcionem como projectos-
piloto.
A Ace é uma das maio-
res empresas portuguesas
das TI, especializada em
consultoria e integração de
sistemas e que já participou
em vários projectos estraté-
gicos de informatização na
AP. Segundo Gaspar Pires,
a saúde é uma das áreas
para que a empresa tem
uma estratégia definida,
que está a discutir com o
ministério. Mas existem
outras, como a segurança,
a justiça ou a segurança
social.
Na segurança social, a
Ace participou no projecto
de adaptação do sistema
de informação financeira à
entrada em circulação do
euro e ao novo plano oficial
de contabilidade do sector
(Plano Oficial de Conta-
bilidade das Instituições
do Sistema de Solidarie-
dade e Segurança Social),
bem como na instalação
do sistema nacional de
contribuintes do Instituto
de Gestão Financeira da
Segurança Social (IGFSS).
Foi um projecto impor-
tante, segundo Gaspar
Pires, não só para a moder-
nização da segurança
social mas porque foram
formadas mais de 1400
pessoas do IGFSS, que, em
conjunto com os consulto-
res da Ace, “trabalharam
dia e noite para cumprir o
prazo” (que não podia ser
adiado). A falta de forma-
ção “on-the-job” para os FUNDADOR DA CASE FALA D
recursos humanos da AP é,
aliás, outro

centenas de milhões de
contos que lhe são devidos
em contribuições que sim-
plesmente não são pagas
— ou por simples incumpri-
mento ou por fraudes, que
passariam a ser facilmente
detectadas se os sistemas
estivessem integrados.
Numa altura em que o
défice e as medidas para
arrecadar dinheiro para os
cofres do Estado estão na
ordem do dia, Gaspar Pires
defende que “existe uma
oportunidade única para
que as empresas e as uni-
versidades possam ajudar o
país, o Estado e o Governo
a desenvolver-se”.
Para o vice-presidente
da Ace, o modelo a seguir
é o das parcerias entre o
sector público e o privado,
que envolvam empresas
de tecnologias, universi-
dades, a AP e entidades
bancárias, “para que os
projectos sejam postos em
andamento e a funcionar”.
Quando o Estado não tem
dinheiro, o modelo das
parcerias público-privado
— com contratos por objec-
FERREIRA dos proble-
mas e um
dos motivos por que a tec-
nologia instalada nos orga-
nismos públicos muitas
vezes é subutilizada ou
nem sequer funciona. Para
o administrador, o projecto
do IGFSS foi uma das
provas de que as pessoas
da AP, quando motivadas e
lideradas, trabalham e são
produtivas.
Quando se associou
à Edinfor — no final de
2000, dando origem à
Ace Holding —, a Case já
era uma das principais
empresas portuguesas de
TI, com uma facturação
anual superior a 8 milhões
de contos. Especialista em
consultoria estratégica
de negócio e de sistemas
de informação, a Case-
Concepção e Arquitectura
de Soluções Informáticas
Estruturadas SA foi criada
em Maio de 1992, com
capitais exclusivamente
privados, por três sócios:
Vicente Gaspar Pires,
Alberto Sant’Ana Godinho
e J. Pedro David Ferreira.
Começaram com um
total de oito trabalhado-
E-govern
de alic
res, quatro clientes e uma
facturação próxima dos 100
mil contos, nesse primeiro
ano de actividade. No ano
seguinte, o volume de
negócios duplicou. O nome
Case está relacionado com
a utilização de ferramentas
de Computer Aided Sof-
tware Engineering (CASE)
no desenvolvimento de
“software”. A empresa logo
se afirmou como fornece-
dor de tecnologia para os
operadores de telecomuni-
cações. Um dos primeiros
clientes foi a Finacom,
operador de serviços de
“paging”. Em 1993 a Case
começou a trabalhar para
os operadores públicos de
telecomunicações Telecom
Portugal (saído dos CTT)
e TLP — que, em 1994, se
uniram na Portugal Tele-
com (PT).
A participação no pro-
jecto de integração dos
sistemas dos dois opera-
dores foi o início de uma
relação privilegiada entre
a Case e a PT, que teve o
seu auge em projectos como
a instalação do sistema
de facturação detalhada,
a preparação para o ano
2000 ou o projecto de “out-
sourcing” dos sistemas
de informação da opera-
dora (em parceria com a
empresa canadiana CGI),
iniciado em 1997.
Em 1999, foi criada a
PT Sistemas de Informação
(PT-SI), participada em 44
por cento pelo consórcio
Case-CGI. A criação de
uma “holding” Case-PT
para a área das TI esteve
em cima da mesa das nego-
ciações mas acabaria por
não se concretizar. E foi a

computadores .8 S E G U N D A - F E I R A . 1 6 . D E Z E M B R O . 2 0 0 2

DA VISÃO DA ACE HOLDING
o precisa
cerces
outro parceiro privilegiado,
a EDP, que a Case acabou
por se associar, dando
origem à Ace Holding.
A âncora desta união foi
a CaseEdinfor, criada em
1997 para o fornecimento e
instalação de soluções SAP,
o maior fornecedor mun-
dial de “software” de gestão
integrada, mais conhecido
como ERP (Entreprise
Resource Planning). A
Case e a Edinfor, empresa
de sistemas de informação
da EDP, firmaram um
acordo complementar de
empresas (ACE), sigla que
mais tarde seria utilizada
para baptizar a “holding”.
O que, na opinião dos
responsáveis da empresa,
resulta brilhantemente,
uma vez que “ace” em
inglês significa ás, “a carta
de maior valor”.
Nesse ano, teve também
início a internacionalização
da Case, com projectos
em Angola, Moçambique,
Cabo Verde e Brasil, onde
foi constituída a empresa
Casinfor. O primeiro pro-
jecto, recorda Gaspar Pires,
foi a instalação de uma
solução SAP na subsidiá-
ria brasileira da Siemens,
um contrato que resultou
do sucesso de um projecto
semelhante realizado com
a Siemens em Portugal.
Em 1999, a Case adquiriu
no Brasil a Inforsys. Hoje,
a Ace está presente no mer-
cado brasileiro através de
cinco empresas, tendo atin-
gido em 2001 um volume
de negócios na ordem dos
3,9 milhões de euros.
Sete anos após a sua
constituição, com uma
facturação de sete milhões
de contos, a Case queria
continuar a crescer. A
certificação ISO 9001, con-
seguida em 1999, ajudava
ao reconhecimento das
competências da empresa,
em Portugal e no estran-
geiro. A aquisição de par-
ticipações maioritárias em
empresas mais pequenas e
a associação a uma grande
empresa foram as estra-
tégias definidas — e que
seriam concretizadas em
2000.
Ainda em 1999, a PT
propôs à Case a criação
conjunta de uma “subhol-
ding” para a área dos siste-
mas de informação, conta o
vice-presidente da Ace. As
duas empresas chegaram a
assinar um “memorandum
of understanding”, cujo
prazo terminou em Outu-
bro de 2000 sem que tivesse
sido possível avançar para
a criação da “subholding”.
Na mesma altura, gizava-
se a saída do consórcio
Case-CGI da PT-SI (tendo
a participação de 44 por
cento sido vendida à PT já
em 2001). Segundo Gaspar
Pires, as negociações para
uma aliança alargada com
a EDP acabaram por surgir
de um desafio do então
ministro da Economia e ex-
presidente da companhia,
Mário Cristina de Sousa. O
entendimento foi rápido e,
em Dezembro de 2000, foi
formalmente constituída
a Ace Holding SGPS (ver
caixa ao lado).
O ano de 2000 foi
também um ano de aqui-
sição de participações
maioritárias em diversas
empresas — S-Tecno,
Consulteam, Interger,
Inovis e CentralBiz — e de
lançamento de novas uni-
dades para a abordagem a
mercados específicos. Foi o
caso da Case.t, para as tele-
comunicações, e da i9Case,
para as novas tecnologias.
Com a participação na
Experteam, em Angola,
e na Exinfor.Case, em
Moçambique, a Case refor-
çou também a sua interna-
cionalização. Hoje, a Ace
está presente em Angola
através da Ace Consulting
e em Moçambique através
da ACESI-Sistemas de
Informação (ex-CESI-Case
Edinfor Sistemas de Infor-
mação). Em Espanha, a
empresa constituiu uma
parceria com a Caixa da
Galicia, que resultou na
criação da Ace SoftGal.
Com a constituição
da “holding”, a Case
procedeu, em 2001, à
transferência de linhas
de negócio para outras
empresas, nomeadamente
para a Ace B-Net (voca-
cionada para projectos
de “e-business”) e Ace BI
(especialista em soluções
de CRM-Customer Rela-
tionship Management, de
apoio à decisão e gestão,
e de EAI-Enterprise Appli-
cation Integration). Entre
os projectos que marcaram
a actividade da empresa
S E G U N D A - F E I R A . 1 6 . D E Z E M B R O . 2 0 0 2
no ano passado está a
parceria com a empresa
norueguesa Port IT, que
resultou na co-constituição
da empresa Portabil para
a prestação de serviços ao
ICP (hoje Anacom) e aos
operadores de telecomuni-
cações como entidade de
referência na portação de
números telefónicos.
Outra das apostas
da Case-Ace em 2001 foi
a candidatura ao forne-
cimento e instalação do
sistema nacional de con-
trolo de tráfego marítimo
— também conhecido como
VTS, da expressão inglesa
Vessel Traffic System. Um
projecto de 110 milhões de
euros (22 milhões de contos)
que, para já, continua enca-
lhado. O VTS é um sistema
que vai permitir a vigilân-
cia das águas portuguesas
na Zona Económica Exclu-
siva através da instalação
de radares ao longo da
costa. Portugal e Itália são
os únicos países da União
Europeia (com costa marí-
tima) que não possuem um
sistema de VTS.
O concurso público
internacional para o for-
necimento do sistema foi
lançado em Julho de 2001
e ganho pelo consórcio em
que a Case participa, junta-
mente com a EADS, a Tei-
xeira Duarte e a Siemens.
A adjudicação foi feita
pelo Executivo anterior,
em Março de 2002. Já em
Novembro, o actual governo
anulou o concurso e anun-
ciou o lançamento de um
novo. O consórcio da Case
interpôs junto do Supremo
Tribunal Administrativo
uma providência cautelar
no sentido de suspender a
anulação e o lançamento
de um novo concurso (ver
“Concurso para Sistema de
Vigilância da Costa Poderá
Ser Suspenso”, PÚBLICO
de 7-12-2002).
O ano de 2002 foi
também marcado pela assi-
natura, em Março, de um
acordo de parceria estraté-
gica com a Oracle, que resul-
tou “de um aprofundamento
das relações de 9 anos”
entre as duas empresas e
veio “permitir a utilização
de tecnologia Oracle e
potenciar novos negócios,
nomeadamente na área da
administração pública e da
saúde”, afirmou na altura
Sant’Ana Godinho, funda-
dor da Case e administrador
da Ace Holding.
No âmbito desta aposta
na Saúde, a Case-Ace
adquiriu neste ano a área
de negócio da Ophiuchi
dedicada à consultoria e
instalação de soluções neste
sector. Com esta operação,
a empresa tornou-se o dis-
tribuidor exclusivo para
Portugal e para os países
africanos de língua oficial
portuguesa do “software”
da Purkinje Inc. Entre as
soluções seleccionadas está
a Agenda de Marcações
Hospitalares e o Dossier
Clínico Informatizado. ●
CaseEdinfor foi
a semente da Ace Holding
A Ace Holding é uma das maiores empresas portuguesas
do sector das tecnologias da informação (TI), especializada
na prestação de serviços de “outsourcing” e de integração
de tecnologias e sistemas de informação. É a “subholding”
do Grupo EDP para o sector das TI e foi constituída a 27
de Dezembro de 2000, sendo participada em 60 por cento
pela Edinfor, empresa de sistemas de informação da EDP,
e em 40 por cento pelos accionistas fundadores da Case.
Tem um capital social de 11.250.000 euros e registou um
volume de negócios de 92,9 milhões de euros em 2001.
A criação desta “holding” resultou da relação já existente
entre a Case e a Edinfor, que desde 1994 colaboravam
em projectos conjuntos, nomeadamente de instalação
de soluções SAP. Essa associação foi fortalecida em 1997
com a criação da CaseEdinfor, que hoje conta com a
experiência de mais de uma centena de projectos de
instalação de soluções SAP (R/2, R/3 e componentes do
mySAP.com), além de ser a empresa-âncora e de referência
da Ace Holding.
Logo no primeiro ano de actividade, “a CaseEdinfor
facturou 200 mil contos em SAP”, adiantou a
Computadores Vicente Gaspar Pires, fundador da Case
e vice-presidente da Ace Holding. Em 2001, o volume de
negócios já era de 5,3 milhões de contos. A CaseEdinfor
é desde 1999 o maior fornecedor de soluções SAP em
Portugal e a primeira empresa portuguesa nomeada
Alliance Partner da empresa alemã. Além dos clientes em
Portugal, a CaseEdinfor conta na sua lista de referências
com projectos SAP em países como Espanha, França, Itália,
Cabo Verde, Angola, Moçambique, Timor e Brasil.
A união ao grupo EDP ficou a dever-se também ao
facto de os fundadores da Case fazerem questão de se
associarem a uma grande empresa portuguesa, e não a
uma multinacional estrangeira, adiantou Gaspar Pires.
E à impossibilidade de chegar a acordo com a Portugal
Telecom, com a qual a criação de uma “sub-holding”
chegou a ser negociada (ver texto principal).
A empresa, que facturou 45 milhões de euros no primeiro
semestre de 2002, mantém uma postura discreta/de
“low-profile” e o nome Ace Holding não é tão conhecido
como o de outras empresas portuguesas do sector. Mas
em conjunto com a Edinfor, que opera o maior centro de
processamento de dados do país e um dos maiores da
Europa, é a empresa portuguesa de TI de maior dimensão.
A Ace Holding inclui mais de 20 empresas, uma
estrutura que corresponde a uma partição vertical
por tipos de soluções tecnológicas e segmentos de
mercado. E que segundo Gaspar Pires resultou também
do facto de as duas empresas-accionistas (Case e
Edinfor) terem culturas diferentes. “Hoje estamos
preparados para a segunda fase de organização”,
adiantou o vice-presidente da Ace, no sentido de
contrair e associar competências — sempre com o
objectivo da consolidação da “holding” como prestador
de serviços de tecnologias de informação. ● R.H.F.
Ace Holding SGPS
Data da criação: 27 de Dezembro de 2000
Origem dos capitais: institucionais nacionais
Actividade: prestação de serviços de “outsourcing” e de
integração de tecnologias e sistemas de informação
Principais produtos: não aplicável
Nº de empregados: 950
Cotada em Bolsa: Não
Facturação em 2001: 92,9 milhões de euros
Internacionalização: 20 por cento da facturação;
escritórios no Brasil, Espanha, Angola e Moçambique
URL: http://www.portal-ace.com
computadores .9
 dica
A visualização clássica no Windows XP
Na última semana, vimos como o Windows XP permite
alterar e criar os chamados Temas do Ambiente de
Trabalho; nesta semana, vamos ver como é que se
pode ter a interface clássica do Windows no XP.
Antes do mais, há que escolher o tema Windows
Clássico na caixa de diálogo Propriedades de
Visualização (separador Temas). Com isto, o Windows
retoma o aspecto clássico das janelas, sem os cantos
redondos e com outro tipo de letra nas barras de
título destas, com os antigos botões quadrados, etc.
Faz também desaparecer a imagem de fundo do
Ambiente de Trabalho e aplica o esquema de cores
anteriormente utilizado no Windows 2000, onde
sobressai um azul pastel no fundo e as janelas de
padrões cinzentos, em contraste com os azuis fortes
do tema do Windows XP.
Mas não basta isto para se conseguir ter o aspecto
geral clássico do Windows. Há que também alterar o
aspecto do menu Iniciar e das pastas. Qualquer destas
tarefas poderá ser executada através dos items da
categoria Aspectos e Temas do Painel de Controlo
(menu Iniciar).
Primeiro, escolhe-se o ícone Barra de Tarefas e Menu
‘Iniciar’ e na janela que se abre a seguir, no separador
Menu ‘Iniciar’, selecciona-se a opção Menu ‘Iniciar’
Clássico. Na janela de pré-visualização, é apresentado
o aspecto que o menu irá tomar. A seguir, carrega-se
em Aplicar ou OK. Refira-se que esta alteração pode ser
feita independentemente da opção de utilizar o tema
Windows Clássico.
Para alterar a visualização das pastas, abre-se, em
Aspecto e Temas, o comando Opções de Pastas. Na
janela respectiva, no separador Geral, na área Tarefas,
selecciona-se a opção Utilizar Pastas Clássicas do
Windows e aplica-se. Com isto, não só desaparece
a área de tarefas que ocupa a parte esquerda das
janelas das pastas, como, no Painel de Controlo, os
ícones deixam de estar arrumados por categorias.
Mais uma vez, esta opção pode ser escolhida
independentemente da escolha do tema.
Na imagem, pode-se ver a diferença, no Painel de
Controlo, entre o “estilo” Windows XP e o “estilo”
clássico. Também se pode verificar que nenhuma
destas opções faz alterar os ícones do sistema,
mantendo-se sempre os ícones tridimensionais e
com bonecos do tipo Playmobil do Windows XP. E o
estilo Web típico das últimas versões do Windows, no
fundo correspondente às tarefas do XP, não aparece na
visualização “clássica” (o que até é capaz de ser bom…).
Na realidade, nunca se consegue obter um aspecto
geral igual ao do Windows 2000, por exemplo.
Janelas como a da Ajuda e Suporte e a da Procura
— para além de verem alterados os aspectos
mais gráficos —, mantêm a organização do tipo
“categorias”, no caso da primeira, e “área de tarefas”,
no caso da segunda, quer a visualização seja clássica
quer seja clássica. Aliás, na janela Procura, em
qualquer dos casos aparece o cãozinho animado do
assistente de procura. ● JOSÉ DOUTIL
computadores .10
DECISÃO JUDICIAL SOBRE DIFAMAÇÃO É ALVO DE CRÍTIC AS
A Austrália e a Internet
HOWARD, o pri-
J
OHN
meiro-ministro aus-
traliano, revelou há
duas semanas que
perseguirá quaisquer
pessoas que, fora do seu país,
preparem ataques contra ele.
A declaração irritou os princi-
pais países da região — Indo-
nésia, Malásia, Filipinas e
Tailândia — e a diplomacia
australiana tentou minimizar
aquela posição. Agora, uma
nova frente poderá alargar os
problemas diplomáticos aus-
tralianos a todo o mundo. Na
semana passada, o Supremo
Tribunal da Austrália deci-
diu que um milionário de
Melbourne poderá apresen-
tar uma acção de difamação
contra a editora Dow Jones
num tribunal do Estado local.
É a primeira vez que um órgão
judicial deste tipo em qualquer
país democrático com acesso à
Internet toma uma medida
semelhante.
A posição do tribunal abre um pre-
cedente para que qualquer material jor-
nalístico colocado na Web por um órgão
de comunicação social de um país possa
ser processado noutro país com acesso
à Internet. A sua importância é tanto
maior quanto a Austrália é membro
da British Commonwealth e as suas
leis poderão ser adoptadas por outras
nações da comunidade, como o Canadá
ou a Nova Zelândia. Os receios quanto
à aplicação desta medida pendem
também sobre governos ditatoriais, que
assim se protegeriam contra a liberdade
de expressão.
Em causa está o artigo “Unholy
Gains”, publicado na revista finan-
ceira semanal “Barron’s” em Outubro
de 2000, onde se acusa o
magnata mineiro Joseph PEDRO
Gutnick de envolvimento
em esquemas de evasão fiscal e lavagem
de dinheiro a partir do seu trabalho com
obras de caridade religiosas. Após a
publicação do texto, a revista recebeu
uma carta de um advogado a represen-
tar Gutnick mas sem que tenham sido
apresentados erros factuais.
Agora, Gutnick viu confirmadas
as suas pretensões de processar a
“Barron’s” (da cadeia norte-americana
Dow Jones, que edita, entre outros, o
diário financeiro “Wall Street Journal”),
no estado australiano de Victoria, onde
vive — aquele “onde os danos à sua
reputação de que se queixa alegada-
mente ocorreram, porque é ali que as
publicações de que se queixa eram com-
preensíveis para os leitores”, segundo
a opinião de quatro dos sete juízes do
Supremo Tribunal. Este considerou,
assim, que a difamação ocorre onde
é lida e não onde é publicada, porque
também há publicação no momento em
que o artigo surge no ecrã de computa-
dor do queixoso. Para a Dow Jones, o
julgamento deveria processar-se onde
o artigo é publicado — neste caso, em
New Jersey, onde estão situados os ser-
vidores de Web da empresa.
Com a sua decisão, o tribunal não
deu razão a Gutnick; apenas aceitou
que o caso fosse julgado localmente e,
para evitar o alastramento deste tipo
de casos em Victoria, limitou a sua
aplicação ao local onde o queixoso está
estabelecido e tem de defender a sua
reputação. A Dow Jones confirmou ter
14 assinantes na Austrália, dos quais
S E G U N D A - F E I R A . 1 6 . D E Z E M B R O . 2 0 0 2
cinco em Victoria, embora 1700 dos seus
assinantes paguem com cartões de cré-
dito emitidos naquele país do Pacífico, o
que foi suficiente para o tribunal o con-
siderar admissível. Para Stuart Karle,
o advogado da Dow Jones, a localização
do julgamento em Victoria deve-se a
que, ali, as leis sobre difamação são das
mais duras em qualquer democracia.
Karle questionou ainda: “Como vão
os jornalistas perceber, no futuro, que
normas legais se vão aplicar” aos textos
que escrevem? “Os editores não são
obrigados a publicar na Internet”, expli-
cou o tribunal. “Se a audiência potencial
é incontrolável, então maior é a necessi-
dade de ter cuidado no que se publica”.
Gutnick afirmou igualmente que “a Net
não é diferente de um jornal normal”
e que “tem de se ser cuidadoso com o
que se escreve”, segundo
FONSECA a Associated Press. Gut-
nick considerou ainda
tratar-se de um caso contra todos “os
poderosos média do mundo”.
“Se isto se torna a lei da Internet,
a grande questão não é com indiví-
duos a processarem em todo o mundo
— embora isso seja um problema”,
referiu ao diário “New York Times”
David Schulz, advogado de um grupo de
empresas de comunicação social e liga-
das à Internet — Amazon.com, Asso-
ciated Press, Bloomberg, CNN, Yahoo,
New York Times Company, News Ltd.,
Reuters, “The Guardian”, “Washington
Post” — associadas à defesa no caso,
temendo que este inaugure um impor-
tante precedente e leve os editores a
serem processados em qualquer país
com acesso à Internet.
“O problema é que governos mal
intencionados, como o do Zimbabue,
vão autorizar leis que efectivamente
deitam abaixo a Internet”, diz Schulz. A
referência a este país não é inocente: no
início do ano, Andrew Meldrun, jorna-
lista do diário inglês “The Guardian”, foi
acusado de publicar “falsidades” contra
o Presidente Robert Mugabe. O artigo
estava disponível no Zimbabue apenas
pela Internet mas, mesmo assim, o tri-
bunal considerou poder julgá-lo. O jor-
nalista foi absolvido e expulso do país.
Um dos juízes australianos que
votou contra a decisão alertou para que
os custos e as questões práticas — que
não eram um problema para Gutnick
— são um “impedimento suficiente para
desencorajar mesmo os mais intrépidos
litigantes”, salientando que estas ques-
tões requerem uma análise a
nível internacional. Também
Dan Gillmor, colunista do
“Mercury News”, referiu que
“as acções de difamação são,
por vezes, accionadas apenas
para drenar as contas bancá-
rias das pessoas e para impe-
dir outros de falarem”.
É nesse sentido que
a decisão “põe em risco a
capacidade de os america-
nos falarem entre si e serem
protegidos pela lei norte-
americana quando o fazem”,
salienta Floyd Abrams, da
firma de advogados Cahill
Gordon & Reindel, de
Nova Iorque. Stuart Karle
alerta mesmo que este tipo
de decisão poderá afectar
desde as críticas de livros
nas livrarias “on-line”,
como as da Amazon, até aos
comentários pessoais inscri-
tos em “weblogs”.
Pelo lado das empresas
editoras, estas têm aparentemente
poucas alternativas. Podem não
publicar “on-line” certo tipo de arti-
gos, podem publicar e ficar à espera
de serem processados (o que é arris-
cado), podem contratar advogados
para garantir que o que os jornalis-
tas escrevem se insere na legislação
internacional dos países com acesso à
Internet ou, finalmente, podem usar
“software” que determine a locali-
zação geográfica dos seus leitores
e negue o acesso a certos países, a
fim de diminuírem a probabilidade
de casos de difamação em paragens
mais agressivas nesta matéria.
Esta divisão do mundo em dife-
rentes tipos de acesso aos conteúdos
parece o resultado mais natural. Ian
Brown, director da Foundation for
Information Policy Research, resumiu
que o resultado será “simplesmente
muitos sítios Web nos EUA bloquearem
o acesso a leitores não americanos, des-
truindo um recurso rico para o resto do
mundo”. Nessa altura, previa a revista
inglesa “Economist”, “os eleitores em
Melbourne não deverão ficar muito
satisfeitos quando descobrirem que não
podem aceder a sítios da Web em geral
por causa do rigor das suas leis nacio-
nais contra a difamação”.
A decisão final do caso poderá
ainda levantar outros contornos sobre
o futuro destes casos na Internet.
Se ela favorecer Gutnick e se a Dow
Jones não tiver quaisquer bens na
Austrália, como poderá o queixoso ser
ressarcido? Não parece que um apelo
ao sistema judicial norte-americano
venha a ser muito bem recebido.
Ainda do lado das empresas de
comunicação social, vão estas colocar as
suas sedes em países onde a legislação
seja mais favorável e os seus bens não
possam ser tocados por este tipo de leis
locais? Irá assistir-se ao aparecimento
de paraísos judiciais, onde leis feitas à
medida sejam usadas só para accionar
processos contra indivíduos e empresas
de outros países? Cada sítio noticioso
passará a ter um aviso de que apenas se
sujeita às leis do seu país e cada leitor de
outra nação entra por sua conta e risco,
abdicando de quaisquer direitos locais?
Queira ou não, o Supremo Tribu-
nal australiano abriu uma caixa não
de Pandora mas de futuras surpresas.
E John Howard vai ter mais dores de
cabeça diplomáticas do que esperava. ●
 LOGITECH ACABA DE LANÇAR UMA CORDLESS QUICKCAM
Opera 6

Imagens à solta pelo ar para MacOS X…

A empresa norueguesa
Opera Software ASA lançou
na passada semana a
Á NÃO SÃO só os teclados

J
versão final Opera 6 para os
e os ratos a poderem ser sistemas operativos MacOS
usados à vontade, sem desde a versão 8.6 até à
estarem ligados a cabos, 10.2.2, proporcionando aos
aliviando assim as áreas utilizadores dos Macintosh
úteis de trabalho em torno dos “uma experiência melhor
computadores — e a Logitech e mais célere da Internet.
faculta agora igualmente a Esta versão constitui,
possibilidade de lidar com assim, a primeira do seu
imagens ao vivo e a cores “software” para o MacOS
pelo éter, com recurso à X, a nova grande versão
tecnologia de ondas de do sistema operativo da
rádio. Trata-se de uma Apple. “Com a versão agora
câmara de vídeo sem disponibilizada, confirmamos
fios lançada no início o nosso compromisso com
deste mês, a Cordless a plataforma Mac”, declarou
QuickCam. Mary Lambert, gestora da
A liberdade de movi- linha de produtos para
mentos não é, porém, a única computadores pessoais
vantagem desta câmara, a da Opera Software ASA. “O
primeira do tipo no catálogo Mac constitui um elemento
desta empresa do ramo de importante da nossa
acessórios de trabalho e lazer estratégia multiplataforma
no universo digital. O facto de e estamos a dar o nosso
não precisar de estar “amar- melhor para garantirmos que
rada” ao computador confere- o Opera para Mac se tornará
lhe outras utilidades para além no ‘browser’ de eleição
das convencionais, em torno cerca de 9 a 10 metros. mesmo receptor (e, portanto, A estas funções somam-se para os seus utilizadores.”
das comunicações individuais Os vários tipos de uso desta um único computador) pode várias outras, todas elas obti- O Opera 6 for Mac está
via Internet, tirando partido QuickCam são facilitados quer funcionar com quatro câmaras das a partir do centro de opera- disponível para “download”
da sua autonomia até cerca de pelo facto de ela dispor de um em simultâneo para mostrar ções do ImageStudio (ver caixa), no sítio da empresa (http:
20 metros, proporcionada pela visor e da possibilidade de, auto- diferentes ângulos de um como o envio de fotografias ou //www.opera.com) e, por um
emissão de rádio com uma fre- nomamente, alternar entre grava- cenário ou cenários diversos. vídeos por correio electrónico período limitado, custará 29
quência de 2,4 GHz. ção de vídeo e de fotografia, quer Depois, basta mudar de canal comum e o uso de imagens em dólares (menos 10 dólares
Assim, a captação de ima- pela sua dimensão e forma, que no centro de operações, facul- simultâneo com os programas que o preço normal). Além
gens em movimento ou de foto- a tornam fácil de usar nas mãos; tado pelo “software” ImageS- de mensagens instantâneas do desconto, os compradores
grafias — com uma resolução quer ainda por poder ser tanto ins- tudio que integra este pacote, Yahoo! Messenger, AOL Instant mais lestos terão direito
até 640 x 480 pixels — assim talada numa superfície horizontal para alternar entre a visua- Messenger (AIM) ou MSN Mes- não à actualização gratuita
como de som através de um (em base de apoio semiesférico, lização proporcionada pelos senger. Para além de permitir a para a versão 7 como ainda
microfone incorporado pode ser portanto bastante rotativo), como diferentes aparelhos. realização de videoconferências a suporte via E-mail e o
usada para cobrir um qualquer fixada numa superfície vertical Tratando-se de tecnologia através do Windows Messenger OperaMail Premium gratuito
evento, como uma conversa —o mesmo acontecendo, aliás, vocacionada para a Internet, ou do Microsoft NetMeeting. por seis meses (contados a
ou reunião, ou acompanhar a com o dispositivo receptor, cuja a emissão de imagens faz-se Esta QuickCam dispõe partir do dia em que o Opera
evolução de uma actividade, antena em forma de bandeira é em tempo real, o que confere ainda de um indicador luminoso 7 for disponibilizado). ●
como, por exemplo, de crian- móvel. E também por a câmara ser a possibilidade de, para além verde, no visor, que tem várias
ças a brincarem ou até pura e alimentada por um transformador da simples partilha na Web, funções auxiliares, conforme … a caminho
simplesmente vigiar um local. ligado à corrente eléctrica ou, em ser usada como controlo remoto o modo de operação, e de um
Isto desde que não haja dema- alternativa, por uma pilha de 9 de uma qualquer acção ou situ- pequeno ecrã de informação
do suporte
siados obstáculos volts (embora, ação — é o caso, por exemplo, operacional na retaguarda, linguístico total
físicos de permeio FERNANDO SANTOS depois de esta ter da vigilância, por razões de com os respectivos dois botões
(do tipo paredes sido introduzida, segurança ou outras. E um de selecção de items e escolha O Opera 6 para Macintosh
e portas) entre a câmara e o a tampa do respectivo compar- eficaz “software” de detecção de opções. Funciona com foca- inclui algumas mudanças
aparelho receptor — que, esse timento seja bastante difícil de de movimento que acciona a gem fixa, estabelecida a partir significativas face à anterior
sim, está ligado ao computador fechar). função de gravação (de vídeo dos 60 cm, e pode produzir até versão 5 também para Mac,
por um cabo com ficha USB Todavia, outras caracterís- ou fotos) é igualmente muito 30 imagens por segundo nos entre as quais uma velocidade
—, caso em que a capacidade ticas contribuem para a versa- útil para este tipo de propósito, vídeos, com milhares de cores. bem superior no “rendering”,
e qualidade de transmissão se tilidade deste sistema. Como podendo funcionar em paralelo O formato de vídeo é o AVI e o mais rápida comutação de
começam a ressentir, podendo a Cordless QuickCam possui com a já referida “publicação” de fotografia é o JPEG. fontes no acesso a páginas
mesmo anular-se a partir de quatro canais de sintonia, um de imagens. Os requisitos mínimos para a internacionais da Web,
instalação e funcionamento desta correcção de aspectos da
câmara da Logitech num PC — interface com o utilizador e
pois ela não funciona no universo uma biblioteca partilhada
‘Software’ e outras funções Mac — são: um processador a destinada aos programadores.
500 MHz, 64 megabytes de RAM, Estes poderão, aliás, contactar
A Cordless QuickCam vem acompanhada do Logitech VideoSnap para publicação. 200 MB de espaço disponível em a Opera Software ASA no
ImageStudio, o programa que actua como seu centro Este centro de operações dispõe ainda de um disco, leitor de CD-ROM, monitor sentido de esta os ajudar a
de operações. Genericamente, este está subdividido programa de QuickView, para observar as fotos e filmes a cores com adaptador de 16-bits, integrar esta biblioteca em
em cinco áreas, que correspondem a outras tantas — inclusive em “slide show”, isto é, em movimento placa de som com altifalantes aplicações para Macintosh
funcionalidades: gerar fotografias e vídeos, criar vários contínuo do princípio ao fim — e a partir do qual se compatíveis e Windows desde o que exijam um motor de
tipos de animações a partir de imagens, activar o pode realizar acções simples no domínio da edição 98 até ao XP. E, a fim de des- “rendering”. O Opera 6 for Mac
detector de movimento e subsequente gravação, criar (como mudar o nome, acrescentar texto ou transferir frutar das actividades na Web, inclui ainda suporte linguístico
uma página na Internet e aí publicar continuamente as para outros álbuns) ou chamar para esse fim outros além dos necessários modem e para o idioma local. “No futuro,
imagens que estão a ser captadas, e, ainda, promover a programas instalados no computador. ligação à Internet, são precisos o o Opera 6 for Mac estará
emissão de vídeo (e de som) em tempo real na Web. A utilização intensiva e variada do ImageStudio a correr Internet Explorer ou o Netscape disponível em numerosas
Algumas destas áreas permitem certas outras tarefas, sobre o Windows XP revelou alguma tendência para, ao Navigator a partir das versões línguas”, prometeu a gestora
como organizar imagens em álbuns, enviá-las por E- fim de algum tempo, bloquear quer o programa quer 4.0 (inclusive) e um programa de da linha de produtos para
mail, usá-las em programas de mensagens instantâneas o próprio sistema operativo, obrigando à execução correio electrónico que suporte computadores pessoais da
ou publicá-las na Net. Para este fim, o ImageStudio de um “hard reset”. Já perante o Windows 2000, nada ficheiros anexos. Opera Software, Mary Lambert.
integra outros programas, como o Logitech IM Video disso se verificou, decorrendo tudo com perfeita De acordo com informação “Pretendemos dispor de
Companion — para transmissão via AOL Instant normalidade. da própria empresa, o preço um ‘browser’ que seja mais
Messenger (AIM) ou MSN Messenger — ou o seu São ainda fornecidos com este pacote dois outros de retalho indicativo deste rápido, de menor dimensão
próprio Logitech Desktop Messenger tem ligação programas de edição de vídeo e fotografia muito pacote será de 269 euros (IVA e mais compatível com os
directa ao Yahoo! Messenger ou facilita o acesso completos, a caminho do profissional — o MGI incluído), esperando-se, como ‘standards’, e mais seguro para
experimental, por um prazo de 30 dias, ao SpotLife VideoWave e o MGI PhotoSuite. ● F.S. é normal, que em breve esteja os utilizadores de Mac de todo
disponível a umas dezenas de o mundo.” ●
euros a menos. ●

S E G U N D A - F E I R A . 1 6 . D E Z E M B R O . 2 0 0 2 computadores .11
 FICHA S H A R E WA R E
BABYLON-PRO

Um intérprete para todo o serviço

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Rui Jorge Cruz
Redactores, colaboradores
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André Ruivo, António Granado,
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Henrique Saias, Isabel Gorjão
Santos, João Cruz, José Antunes,
José Doutil, Luís Félix, Miguel
Crespo, Nuno Bernardo, Paulo
Almeida, Pedro Fonseca, Rita
Cruz, Rita Hasse Ferreira
Secretariado
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Paginação
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especiais para Macau, Timor, São
Tomé e Guiné. Os preços incluem
IVA à taxa legal em vigor.
BABYLON-PRO é uma
O aplicação informática
que permite ao seu
utilizador realizar
traduções e aceder a
informações com um simples clique
do rato. Com a tecnologia de reco-
nhecimento óptico de caracteres
— “optical character recognition
(OCR) — patenteada pela Babylon,
basta clicar em qualquer palavra
no ecrã do computador para obter
imediatamente uma tradução ou
descrição do termo. O Babylon-
Pro tem dicionários bidireccionais
em inglês, português, espanhol,
francês, alemão, holandês, sueco,
japonês, chinês, russo, coreano e
hebraico, para além de dar acesso
a mais de 1600 glossários, disponí-
veis no sítio da Babylon na Web.
A versão 4.0 do Babylon-Pro
traz aperfeiçoamentos e algumas
novas funcionalidades. Os utili-
zadores do Babylon podem, agora,
obter traduções não apenas do
inglês para os seus próprios idio-
mas mas também destes para o
inglês. Utilizando uma interface
aperfeiçoada e fluente, esta versão
torna mais fácil realizar traduções,
consultar termos em dicionários e
aceder a informações profissionais
ou específicas em milhares de
glossários do Babylon.
O utilizador pode receber infor-
mações instantâneas ao seleccio-
nar qualquer palavra ou valor que
apareça no ecrã. Sempre que esti-
ver “on-line”, o Babylon-Pro vai à
Web buscar resultados dos glos-
sários disponíveis ao respectivo
sítio. Ao seleccionar
o menu Mais Resulta- NUNO BERNARDO
dos, o utilizador pode
obter informações relevantes de
glossários disponíveis no banco
de dados da Babylon, mesmo sem
ter feito o “download” ou subscrito
o seu serviço. No entanto, para
trabalhar “off-line”, o utilizador
tem de fazer, antes, o “download”
de todos os dicionários e glossários a Economia & Negócios ao Entre-
que quiser usar.
Os dicionários do Babylon
cobrem mais de 55 idiomas, for-
necendo traduções de um idioma
para outro com um simples clique
do rato. Entre esses dicionários, é
possível encontrar aqueles que são
propriedade da Babylon, recente-
mente aperfeiçoados, em 18 idio-
mas. Os dicionários contêm mais de
120 mil entradas, com terminologia
de carácter geral, de enciclopédia e
carácter profissional. Os restantes
são desenvolvidos e aperfeiçoados
por outras entidades.
O sítio da Babylon na Web dis-
ponibiliza mais de 1600 glossários,
desde pequenas listas
de definições a gran-
des referências enci-
clopédicas e dicionários completos.
Elaborados por editoras — como
a do Britannica.com — ou por
utilizadores particulares, como
o “The Harry Potter Glossary”,
esses glossários cobrem uma
ampla variedade de tópicos, desde
tenimento, à Saúde, à Informática
& Internet, e muito mais.
No sítio da Web, é possível
aceder ao catálogo de dicionários
e glossários, podendo estes ser
copiados para o computador do uti-
lizador de forma a que este possa
aceder a esses conteúdos em qual-
quer momento, mesmo quando não
se está ligado à Internet. Por outro
lado, o utilizador poderá usar o
pequeno ícone
ao lado de
cada definição
a fim de a gravar no disco. Todas
as definições gravadas podem ser
acedidas através do botão Salvar
no Babylon-Pro. Desta forma, o uti-
lizador poderá aceder rapidamente
a qualquer definição que usa com
frequência ou que queira reter.
Este recurso amplia o seu leque
de fontes de informação através de
uma lista de mecanismos de busca
e de “sites” de referência.
Mas o Babylon-Pro não é
apenas um tradutor. No pro-
grama, o utilizador pode efectuar
conversões de moedas, de medidas
e de fusos horários — tudo com um
simples clique! Há o menu descen-
dente, no canto inferior esquerdo
da janela de conversão, para
mudar o parâmetro que se deseja
converter (p. ex.: moedas, medidas
ou fuso horário). Esta funcionali-
dade torna-se muito útil quando
se está a elaborar documentos
de cariz internacional, nomeada-
mente relatórios ou estudos.
O utilizador do Babylon-Pro
pode ainda subscrever um serviço
de manutenção VIP, que garante
apoio por E-mail, actualização
automática, acesso “on-line” a
glossários e direito a actualizações
para futuras versões do Babylon.
A licença vitalícia do Babylon-Pro
assegura serviço de manutenção
para o primeiro ano que se segue
à compra. Depois disso, a manu-
tenção anual pode ser comprada a
um custo adicional. Licenças de um
ano e de dois anos do Babylon-Pro
garantem manutenção por prazo
equivalente da validade da licença.
Por outro lado, o produto está
disponível em versões específi-
cas para o mercado empresarial.
Babylon-Corporate possibilita a
criação de glossários específicos de
cada empresa, garantindo aos seus
funcionários o acesso instantâneo
ao centro de informações da orga-
nização. Com o Babylon-Corpo-
rate, informações sobre produtos,
clientes, parceiros, colegas, termos
empresariais — e muito mais
— ficam apenas à distância de um
clique. Por fim, o Babylon Builder
é uma aplicação grátis que permite
a qualquer pessoa criar seus pró-
prios glossários personalizados no
Babylon-Pro.
O Babylon-Pro pode ser obtido
no sítio da Babylon disponível na
Web ( http://www.babylon.com ).
Aqui encontrará ainda informação
de apoio e tutoriais, que permiti-
rão obter o máximo rendimento
do programa. Os interessados
poderão, entretanto, proceder ao
“download” da versão gratuita do
Babylon-Pro para avaliação. Após
esse período de experiência, essa
versão continuará a funcionar
mas com limitações. Para regis-
tar o programa, dever-se-á pagar
cerca de 25 euros para a versão
com suporte durante um ano ou 50
euros para a versão com suporte
vitalício. As versões empresariais
apresentam custos diferentes. ●

computadores .12 S E G U N D A - F E I R A . 1 6 . D E Z E M B R O . 2 0 0 2
 .com

Novabase adquiriu GE Capital
A Novabase adquiriu, na passada semana, cerca de 83 por
cento da GE Capital IT Solutions Portugal, onde integrará
a divisão de Engineering Solutions. Os restantes 17 por
cento serão adquiridos pelos gestores que se mantiverem
na empresa. O processo de aquisição estará concluído no
próximo mês e permitirá à Novabase oferecer soluções e
serviços que abrangem todo o ciclo de vida dos sistemas
de informação e infra-estruturas de tecnologias de infor-
mação. No ano passado, a GE Capital IT Solutions facturou
27 milhões de euros, enquanto a Novabase facturou 96
milhões de euros. No total, a facturação das duas empresas
foi de 123 milhões de euros, enquanto o número total de
colaboradores é de cerca de 1050. Pela aquisição da GE
Capital IT Solutions Portugal, a Novabase pagará cerca de
2,5 milhões de euros, um valor ainda sujeito a ajustamentos,
dependendo dos resultados financeiros daquela no último
trimestre de 2002. ●
Micromuse adquire Lumos
acontecer durante a primeira metade de 2003. Philip Chan,
vice-presidente do Palm Solutions Group, anunciou esta
decisão na passada quinta-feira, durante o PalmSource
China Forum, que decorreu em Pequim. De acordo com
um estudo de mercado da International Data Corporation
(IDC), a Palm detém cerca de 40 por cento do mercado que
engloba tanto os organizadores pessoais como os compu-
tadores de bolso que têm como base o sistema operativo
PocketPC, da Microsoft. Este anúncio seguiu-se a um acordo
tornado público na passada terça-feira entre a PalmSource
e a Legend Group, um dos principais fabricantes de compu-
tadores na China. Segundo esse acordo, o PalmOS, o sistema
operativo da Palm Computing, será incorporado numa nova
linha de produtos da Legend. ●
Semicondutores cresceram em 2002
A indústria de semicondutores regressou ao crescimento
em 2002, com um aumento das vendas para 155.400
milhões de dólares, mais 1,4 por cento quando comparando
com os resultados obtidos no ano passado — de acordo
com o grupo de estudos de mercado Gartner Dataquest.
Em Novembro, esta empresa efectuara uma previsão abaixo
destes resultados, apontando para um crescimento de 0,5
por cento para 153.300 milhões de dólares. Em 2001, as
vendas de semicondutores registaram uma descida de cerca
de 32 por cento. “Alguns fabricantes com produtos espe-
cíficos conseguiram impressionar [o mercado], em 2002, e
o caso mais notável foi o da Samsung, que detém agora a
segunda posição, depois da Intel, no total das vendas de
semicondutores em todo o mundo”, disse Richard Gordon,
analista da Gartner Dataquest. A Intel, o maior fabricante
mundial de processadores para computadores, prosseguiu
na liderança do mercado de semicondutores em 2002
apesar de ter registado uma diminuição de 3,1 por cento
nas suas vendas. O crescimento da Samsung deveu-se
sobretudo às vendas de “chips” de memória RAM (DRAM) e
de memórias “flash”, adianta o estudo da Gartner Dataquest.
Se não fosse o segmento de memórias DRAM, a indústria
de semicondutores teria registado outro ano de declínio, já
que, sem estas, as vendas de semicondutores a nível mun-
dial diminuíram 2 por cento. ●

A Micromuse, fornecedora de “software” de gestão de falhas

e serviços em tempo real, anunciou que pretende comprar
a empresa Lumos Technologies, com sede em Santa Mónica,
na Califórnia (EUA), por cerca de 2,7 milhões de dólares,
assumindo cerca de 800 mil dólares de dívidas pendentes
da adquirida. Segundo o acordo de compra, cerca de 1
milhão de dólares será pago em dinheiro logo que a aquisi-
ção seja concretizada, com o restante pagamento em falta a
ser efectuado ao longo dos quatro trimestres seguintes. Esta
aquisição possibilitará à Micromuse ter acesso a tecnologia
sofisticada para a gestão do nível 1 de redes, a uma base
existente de mais de 100 fornecedores de equipamento que
assinaram acordos de licenciamento com a Lumos, e a opor-
tunidade de gerir as instalações de Netcool existentes em
vários dos seus principais clientes. “Os gestores das actuais
redes, grandes e complexas, estão sob permanente pressão
no sentido de conseguirem maiores níveis de eficiência
operacional e de custos, precisando assim de ‘software’
que melhore e amplie o rendimento das infra-estruturas de
transporte e de acesso”, disse Greg Brown, presidente e CEO
da Micromuse. ●

Palm passa a vender na China

A Palm Computing anunciou que começará a vender na
China os seus organizadores pessoais — também conheci-
dos por “personal digital assistants” (PDA) —, o que deverá

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‘MECHASSAULT ’ É UMA DAS GRANDES APOSTAS PARA O XBOX LIVE
O dia em que os ‘Mechs’
entraram nas consolas
Á MUITOS, MUITOS ANOS, numa
H galáxia muito, muito distante,
onde a Internet ainda só che-
gava a uns quantos eleitos
e um leitor de CD-ROM não
fazia parte do equipamento base de um
computador, nasceu uma saga que obteve
sucesso imediato. Apesar
das parecenças, não se está MIGUEL
a falar de “Star Wars” mas,
sim, de “Mech”, a série de jogos com robôs
vagamente humanóides (com braços e
pernas) que parece não envelhecer com o
passar dos anos.
Depois dos primeiros “Mechwarrior”
— que aproveitavam e exploravam as
características das primeiras placas
de aceleração 3D —, a série começou a
decair, principalmente porque era cada
vez mais difícil inovar um modelo de jogo
assente em combates com adversários
artificiais.
Com a disseminação do acesso à Internet,
a série “Mech”, pela sua própria estrutura,
começou a mostrar-se de novo competitiva,
já que este tipo de jogo de acção, com com-
bates “corpo a corpo”, ou seja, um contra um
ou contra vários, tem o esquema ideal para
jogo em rede ou “on-line”, substituindo os
adversários “inumanos” e as suas limitações
por humanos sempre imprevisíveis. E, como
tal, muito mais aliciantes!
Mesmo sem serem campeões de vendas,
todos os jogos “Mech” têm tido carreiras
respeitáveis, que permitem a produção
continuada, baseada na possibilidade de
jogar “on-line” e com algumas variações
mais viradas para a estratégia.
No entanto, por limitações tecnológicas, zíveis e muito mais. O tempo de latência
a série “Mech” foi-se fechando no universo
dos PC, enquanto outros jogos saltavam
para as consolas. Trajectória que, final-
mente, é feita com “MechAssault”, um dos
pontas-de-lança que a Microsoft vai usar
para popularizar e potenciar o seu serviço
de acesso Xbox Live. E a
(espera) é reduzido e o facto de todos os
jogadores terem o mesmo equipamento — a
Xbox — oferece condições ideais, mesmo que
a comunicação seja alinhada pelo jogador
com ligação mais lenta.
Em níveis futuristas, pontuados por edi-
fícios e outras construções — destrutíveis
CRESPO verdade é que a escolha foi durante os combates, em excelentes efeitos
correcta, como Computadores visuais —, vários Mechs confrontam-se,
já pôde testar num evento europeu em que Título “Mechassault” utilizando as suas características e arma-
o serviço de ligação da consola foi disponibi- Estilo Acção 9
/10
mento específico para se superiorizarem aos
lizado usando alguns jogos, nomeadamente Plataforma Xbox adversários. Em modo de campanha ou de
o referido “MechAssault”. Produtor Microsoft batalha, o jogo revela-se sempre cativante,
Não só o jogo é interessante mas, de Distribuidor Microsoft algo “stressante” mas recompensador…
todos os disponíveis então, foi aquele que, Edição Novembro 2002 quando se consegue vencer. “Mechassault”
pela sua mecânica e ritmo, se mostrou torna-se assim, o mais revolucionário título
mais apropriado à exploração do serviço Título “The Mech Collection” da série desde o lançamento do primeiro
Xbox Live — que, além da ligação para Estilo Acção e estratégia 9
/10
“Mechwarrior”, pois pela primeira vez
os combates oferece ainda ligação por voz, Plataforma PC assenta arraiais numa consola.
permitindo que os jogadores falem uns Produtor Microsoft Mas, para que os habituais fãs dos
com os outros durante o jogo, usando os Distribuidor Microsoft “Mechs” que não possuem a Xbox não se
auscultadores com microfone integrado Edição Novembro 2002 sintam esquecidos, a Microsoft resolveu
que fazem parte do “kit”. Além disso, continuar a desenvolver o jogo para a
apresenta-se fácil de compreender mesmo Título “Mechwarrior 4: Clan” plataforma PC lançando mais dois “packs”
para não iniciados, o que alarga o seu leque Estilo Acção 8
/10
de expansão e ainda uma colecção com
de potenciais jogadores. Plataforma PC “Mechwarrior 4 Vengeance”, a expansão
Mesmo sendo jogado na terceira pessoa, Produtor Microsoft “Black Night” e a variante “MechComman-
segue a lógica de arena, tão popular desde Distribuidor Microsoft der 2”, que é um jogo de estratégia em tempo
o histórico “Doom” até “Unreal”, o actual Edição Novembro 2002 real e não um jogo de acção.
campeão dos FPS (“first-person shooters”), “The Mech Collection” apresenta-se
“Mechassault” permite, quando jogado “on- Título “Mechwarrior 4: como o pacote indispensável para descobrir
line” usando a Xbox, uma excelente fluidez Inner Sphere” 8
/10
os Mechs no PC, já que tem o jogo fundamen-
de jogo, grande interactividade, não só no Estilo Acção tal para o arranque. Esgotado aquilo que o
jogo como na comunicação entre jogadores, Plataforma PC pacote oferece, as novas expansões (“Clan”
que podem avisar os adversários, fazer Produtor Microsoft e “Inner Sphere”) propõem mais desafios,
alianças, quebrá-las, emitir expressões de Distribuidor Microsoft tecnologia, campos de batalha, armas e,
fúria ou desespero mais ou menos reprodu- Edição Novembro 2002 obviamente, robôs. ●
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