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Justiça de SP condena 12 guardas

municipais sob acusação de


ligação com o PCC
Luís Adorno
Do UOL, em São Paulo 05/07/2018 15h15 > Atualizada 05/07/2018 16h03

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Robson Ventura/Folhapress

Guardas foram detidos em 2017, em operação do Gaeco, do MP-SP

A Justiça de São Paulo condenou, nesta quarta-feira (4), 12 guardas municipais de


Ibiúna, no interior do estado, a penas que variam de 7 a 30 anos de prisão em
regime fechado. Detidos em fevereiro de 2017, os agentes eram acusados de ter
ligação com a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) e de agir como
milicianos.

Segundo investigações do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao


Crime Organizado), órgão da Promotoria paulista, os 12 guardas municipais agiam
há anos na cidade localizada a 63 km da capital "em funções equiparadas a de uma
milícia".

De acordo com a acusação, os envolvidos praticavam crimes como tráfico de


drogas, extorsão, abuso de autoridade, além de "espalhar pela localidade a cultura
do medo e do silêncio". O Gaeco informou que a milícia parou de agir na região
assim que a Justiça decretou as prisões preventivas do grupo, no ano passado. À
reportagem, o advogado de defesa de três dos condenados disse que "não há
respaldo legal" para as prisões e afirmou ter entrado com pedido de habeas corpus
no Supremo Tribunal Federal (STF).

Entre os condenados estão Daniel Leandro Valêncio (setenciado a 30


anos), Edivandro de Oliveira Bueno (30 anos), Reinaldo Melo de Souza (22 anos)
e Gilberto Alves Fogaça (7 anos).

Do total, cinco estão no presídio de Tremembé, no interior do estado, e outros cinco


no CDP (Centro de Detenção Provisória) de Pinheiros, na zona oeste da capital.
Alexandre Cordeiro e Wanderson de Carvalho estão foragidos. Além das
condenações a prisão, os 12 guardas tiveram a perda dos cargos municipais ou
funções públicas exercidas, segundo a promotoria.

"Não há qualquer prova nos autos", diz defesa


O UOL ligou para seis advogados que representam parte dos condenados. Como
o caso está em segredo de justiça, a reportagem não conseguiu ter acesso aos
autos.

O advogado Edilson Manoel da Silva faz a defesa de três deles: Daniel Valêncio,
Edivandro Bueno e Reinaldo Melo. Para ele, a condenação é "uma vergonha". "Foi
absurda a sentença. A defesa deles é negativa geral de autoria. Ou seja, eles não
têm qualquer envolvimento, qualquer participação. Não há qualquer prova nos autos
disso. Colocaram pessoas que foram presas por eles mesmos para condená-los.
Prenderam traficantes e essas pessoas eram testemunhas", afirmou.

"Eles [guardas] queriam trabalhar e retiraram deles o poder de polícia. O MP


armou essa teia para os caras. Eles bateram de frente com uma promotora que,
infelizmente, tentou cercear o trabalho deles como guarda municipal e eles foram
injustiçados", completou o advogado. Valêncio era subcomadante e Bueno era
considerado o seu braço direito.

O advogado disse estar confiante que vai conseguir reverter a decisão: "Nós vamos
reverter essa situação. Nem quem fez chacina pega 30 anos de prisão". Ainda
segundo ele, desde o dia 14 de junho, um pedido de habeas corpus está nas mãos
do ministro Ricardo Lewandowski, do STF. "Não há respaldo legal para a pena que
foi aplicada aos três", argumentou.

Nomeada pela Defensoria Pública, a advogada Flavia Fernanda de Lucca fez a


defesa de um dos processos os quais respondeu Gilberto Fogaça. Para ela, o MP
denunciou o guarda porque, durante uma ocorrência, seu cliente fez uma
perseguição a um suspeito e o deteve. A promotoria, afirma, considerou que houve
desvio de função e, por isso, o denunciou. O Gaeco considera que uma das ações
da milícia era agir como força policial contra suspeitos.

A reportagem não conseguiu contato com os advogados de defesa dos demais


guardas condenados.

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