Beruflich Dokumente
Kultur Dokumente
Tem como destinatário direto o processo e indireto o juiz. Embora caiba as partes
provar, ao magistrado é permitido requisitar de ofício a produção de provas, quando for
necessário.
Podem ser as provas: oral, documental ou material. Podem ser casuais, quando forem
produzidas no curso do procedimento, ou pré-constituídas, quando forem preparadas
preventivamente para mostrar existência de ato ou negócio jurídico.
O ônus da prova é das partes. Cabe ao autor provar os fatos constitutivos de seu direito
e ao réu os fatos impeditivos, modificativos e extintivos do direito do autor. Importante
frisar que não há dever, há uma faculdade, não tendo as partes a obrigação de provar os
fatos alegados. Em alguns casos pode haver inversão do ônus da prova de forma legal,
convencional ou judicial. Essa inversão é feita em favor de uma das partes e em prejuízo
de outra. Nesse caso as partes devem ser avisadas com antecedência.
Os meios de prova são os instrumentos pelo quais se torna possível a comprovação dos
fatos relevantes ao processo.
São admitidos os meios legais e outros que sejam legítimos. Os meios legais são os
típicos, enumerados no art. 332 do CPC. Os moralmente legítimos são aqueles não
previstos pelo legislador, mas que são possíveis por não afrontarem a moral e os bons
costumes.
São proibidas pela Constituição as provas obtidas por meio ilícito. Pelo princípio da
proporcionalidade e da convivência das liberdades públicas, é no caso concreto que o
juiz irá equilibrar e decidir se a prova será ou não acolhida.
São meios de prova legais, que serão estudados e especificados em seguida: depoimento
pessoal, confissão, exibição de documento ou coisa, prova documental, prova
testemunhal, prova pericial e inspeção judicial.
Prova Pericial
A prova pericial consiste no exame, vistoria ou avaliação de alguma coisa. O objeto da
prova pericial são os fatos que foram alegados na inicial ou na contestação, que
precisam de perícia para sua demonstração. Caso a alegação surja no meio do processo,
essa não impõe a necessidade de produção de prova, podendo a perícia ser indeferida.
Além da capacidade jurídica, o perito deve ter capacidade técnica, ou seja, deve ter
conhecimentos suficientes para exercer a função pericial.
Se alguma das partes requer, qualquer delas pode formular quesitos, que são as
perguntas que se fazem ao perito e às quais, por ordem do juiz, esse deve responder.
O que o períto diz não é julgamento, mas auxilio ao juízo. Poderá haver apenas um
perito por ramo de conhecimento, podendo existir mais de um perito caso os ramos de
conhecimento sejam diversos.
"À perícia é indiferente que o perito estivesse no lugar em que o fato ocorreu. A
especialidade, em sentido lato, do perito pode dispensar cultura, e até instrução; pode
exigir alto nível de ambas. Daí perito cientista, de conhecimentos científicos raros, e
perito analfabeto, como o entendido em extração de borracha no Amazonas" (Pontes
de Miranda)
O juiz irá indeferir a perícia quando a prova do fato não depender do conhecimento
especial de técnico, quando for desnecessária em vista de outras provas produzidas ou
quando a verificação for impraticável.
Ao nomear o perito, o juiz fixará de imediato o prazo para a entrega do laudo. O perito e
os assistentes técnicos são intimados a prestar, em dia, hora e lugar designados pelo
juiz, o compromisso de cumprir o encargo que lhes foi cometido.
O laudo da perícia deve ser fundamentado e deve mostrar os métodos utilizados para a
solução da questão. O perito deverá agir com rigor, meticulosamente em seu encargo,
seu dever. Já o assistente técnico é considerado como mero assessor da parte.
"Se a perícia seria de prova de fato, ou ato, cujo conhecimento para conclusão não
depende de técnica, a superfluidade afasta a permissão e o juiz tem de indeferir o
pedido. Se o juiz entende que a perícia é inútil, ou supérflua, ou sem sentido, indefere o
requerimento." (Pontes de Miranda)
O juiz poderá dispensar a prova pericial quando as partes tiverem apresentado, junto
com a inicial e com a contestação, pareceres técnicos ou documentos sobre as questões
de fato, que julgue serem suficientes.
Quando a prova tiver que ser realizada por carta, poderá proceder-se a nomeação de
perito e indicação de assistentes técnicos no juízo, ao qual se requisitar perícia.
O perito deverá apresentar um laudo em cartório, em prazo fixado pelo juiz dentre os 20
dias anteriores a audiência de instrução, debates e julgamentos. Os assistentes técnicos
darão seus pareceres no prazo comum de 10 dias, após intimadas as partes da
apresentação do laudo.
Diz o artigo 344 do CPC, caput: Quando o exame tiver por objeto a autenticidade ou
falsidade de documento, ou for de natureza médico-legal, o perito será escolhido, de
preferência, entre os técnicos dos estabelecimentos oficiais especializados. O juiz
autorizará a remessa dos autos, bem como do material sujeito a exame ao diretor do
estabelecimento. Parágrafo único. Quando o exame tiver por objeto a autenticidade da
letra e firma, o perito poderá requisitar, para efeito de comparação, documentos
existentes em repartições públicas; na falta destes, poderá requerer ao juiz que a pessoa,
a quem se atribuir a autoria do documento, lance em folha de papel, por cópia, ou sob
ditado, dizeres diferentes, para fins de comparação.
Caso uma das partes deseje obter esclarecimento do perito e do assistente técnico, essa
deverá requerer ao juiz que o intime a comparecer a audiência, devendo formular desde
logo as perguntas, sob forma de quesitos. Estes só serão obrigados a prestar tais
esclarecimentos caso sejam intimados cinco dias antes da audiência.
O juiz não estará restrito ao laudo pericial, não ficará vinculado a conclusão que chegou
o perito. Esse poderá formar sua convicção baseado em outros elementos ou fatos que
forem provados nos autos. Poderá utilizar-se de seu conhecimento prévio, privado, mas
devendo sempre fundamentar as razões do acolhimento ou não do laudo. Ainda que o
juiz tenha conhecimento técnico-científico a respeito da area sobre a qual recai a perícia
e tenha condições de fundamentar sozinhas as razões de seu convencimento, não pode
subtrair das partes o direito que essas tem de fazer a prova pericial.
O documento requerido para exibição deve ser individualizado. Como muitas vezes o
requerente não lembrará com exatidão do conteúdo do documento, o que importante é
que o interesse se revele e possa ser útil a demanda. O requerente não precisará provar
a existência do documento, que é difícil em muitos casos. Também não será preciso
provar que o documento se encontra em poder do requerido. Deverá, porém, o
requerente demonstrar a finalidade probatória da exibição do documento ou coisa,
indicando os fatos a que se destina a provar.
"Se o pedido de exibição é bem fundando, seu indeferimento sumário consiste em
cerceamento de defesa". (NELSON NERI JUNIOR)
O pedido de exibição ordenado pelo juiz deverá ter objeto e destinatário certos. O
requerido dará sua resposta no prazo de 5 dias subsequentes de sua intimação.
Caso o requerido afirme que não possui o documento ou a coisa, o juiz permitirá que o
requerente prove, por qualquer meio, que a declaração não é verdadeira. Será ônus do
requerente provar a veracidade de suas afirmações e a inconsistência da recusa do
requerido, salvo os casos do artigo 358 que excluem do requerente o dever de fazer
prova de que o documento ou coisa está nas mãos do requerido.
Poderá também exibi-lo ou nada responder. O juiz não admitirá recusa em alguns casos.
O juiz não será livre de conceder ou não conceder a exibição, sendo os casos numerados
exemplicativamente pelo CPC.
A não exibição do documento, quando o requerido não fizer declaração no prazo, é a
admissão como verdadeiros dos fatos que se pretendia provar por meio do documento.
O juiz não admitirá a recusa se o requerido tiver o dever legal de exibir, se o requerido
aludiu ao documento ou coisa no processo para construir prova ou se o documento for
comum as partes. A obrigação legal de exibir corresponde ao direito a exibição
concedido pela lei a certas pessoas, como no direito comercial e concursal.
"Referência ao documento pelo que o tem em seu poder Se o que tem em seu poder o
documento a ele se referiu, no processo, com o propósito de constituir prova isto é, de
provar, ou de atenuar, ou de elidir a eficácia objetiva ou a atendibilidade da prova do
requerente ou de outra pessoa, prova cuja diminuição ou eliminação ou aumento de
eficácia objetiva ou de atendibilidade afetaria o interesse do requerente, pela força
mesma do art. 358, II, que é de criação de direito à exibição, posta desde 1939 no
direito processual brasileiro, fica obrigado a exibir." (Pontes de Miranda)
Documento comum não é apenas relativo a ambas as partes, mas também os referentes
a uma das partes e terceiros. O exame judicial de livros comercias fica limitado as
transações entre os litigantes. O documento comum as partes, que por natureza está em
poder de uma pessoa apenas pode ser exibido se as partes acordarem. Não é exigida a
compropriedade ou composse, apenas o conteúdo que deve ser comum aos sócios,
marido e mulher, co-herdeiros, etc.
O juiz admitirá como verdadeiros os fatos, que por meio do documento ou da coisa, a
parte pretendia provar se o requerido não efetuar a exibição e nem fizer declaração no
prazo ou se a recusa for havida por ilegítima. Caso documento indispensável não seja
exibido por negar o requerido estar com o documento, deve esse provar o que alega. A
decisão no pedido de exibição, caso feito contra uma das partes do processo é
interlocutória e dela cabe agravo.
Se o requerido for terceiro o juiz mandará citá-lo para responder no prazo de 10 dias e
inicia-se um processo incidente, sendo o terceiro citado para essa obrigação e criando
ação acessória. O procedimento dessa ação, que destina-se a fazer prova na ação
pendente, será sumário e a competência é do juízo que julga a principal. No caso de
empresa particular cabe ao requerente requisitar as provas, somente diante da negativa
de fornecimento é que o Poder Judiciário poderá agir.
Se as circunstâncias deixarem claro que o requerido ocultou o documento, deve-se
aplicar o art. 359 do CPC. A competência de serem admitidas como verdadeiras as
alegações sujo documento que deveria provas não foi exibido, resulta de cominação
implícita. Para que isso seja possível, é preciso que se possa entender que, com a
exibição seria possível provar aquilo que se alegou, ou parte daquilo que se alegou. Isso
será visto caso a caso. O documento pode além de não ser exibido, ser inutilizado,
destruído para que não seja descoberto.
Quando o documento ou a coisa estiver em pode de terceiro o juiz mandará citá-lo para
responder em 10 dias. Caso o terceiro se negue a obrigação de exibir, ou nega a posse do
documento ou coisa, o juiz designará audiência especial, tomando-lhe depoimento, e
das partes e, se necessário, de testemunhas, e então, proferirá sentença. O terceiro é
pessoa que não possa sofrer ou ganhar com a prova, e será pressuposto necessário que
esse seja obrigado a exibir. Se o terceiro se negar a exibir o documento ou coisa, o juiz
ira designar audiência especial e tomará depoimento desse, bem como das partes e das
testemunhas, quando for necessário, e então, proferirá sentença. Tal sentença terá
natureza de titulo executivo judicial e enseja execução.
Se o terceiro se recusar a exibir o documento, sem justo motivo, o juiz ordenará que
proceda ao depósito em cartório ou noutro lugar designado, em um prazo de 5 dias,
cabendo ao requerente pagar as despesas que tiver o terceiro para cumprir a ordem.
Caso o terceiro não cumpra com essa ordem, o juiz expedirá mandado de apreensão e,
se necessário, requisitará ajuda de força policial para cumprir a ordem, sem prejuízo de
responsabilização por crime de desobediência.
Caso um desses motivos trate de apenas parte do documento, a outra parte será extraída
para ser apresentada em juízo. Essas são as escusas legais, tratadas taxativamente no
art. 363 do CPC, que liberam a parte ou terceiro de exibir o documento.
A prova de que existe uma das excludentes deve ser feito pelo interessado na alegação.
Caberá ao juiz proferir juízo de valor sobre a existência ou não de tal excludente e sobre
o dever da parte ou de terceiro de exibir ou não documento. Contra tal sentença cabe
recurso de apelação.
Depoimento Pessoal:
Documento pessoal é o meio de prova destinado a realizar o interrogatório da parte, no
curso do processo.
Além de depor, a partes esta obrigada a responder todas as perguntas formuladas pelo
juiz, com clareza e lealdade. Quando ocorrer de a parte, sem motivo justificado, deixar
de responder ao que lhe for perguntado, ou empregar evasivas, o juiz, apreciando as
demais circunstâncias e elementos de prova, declarará, na sentença, que houve recusa
de depor, como estar descrito no artigo 345.
Existem casos em que se considera liberta a parte do ônus de depor, desde que seja feita
com “motivo justificado”, como diz a ressalva do art. 345, e não terá aplicação a pena de
confesso.
Essas exceções estão previstas no art. 347, que dispõe não estar a parte obrigada a depor
sobre:
II- Fatos a cujo respeito, por estado ou profissão, deve guardar sigilo.