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Não é novidade para ninguém que o Brasil tem um problema grave de infraestrutura.
Diante dessa questão, o que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
(BNDES) faz? Financia portos, estradas e ferrovias — não no Brasil, mas em diversos
países ao redor do mundo.
O BNDES, quando despido de toda a propaganda ideológica, não passa de uma perniciosa
máquina de redistribuição de renda às avessas. Uma vez que você entende como realmente
funciona este suposto banco de desenvolvimento, torna-se claro seu mecanismo espoliativo.
Este arranjo, por si só, já denotava um grande privilégio. Por que, afinal, as pequenas
empresas devem financiar os juros subsidiados das grandes empresas?
O problema é que essa matriz, já ruim, foi alterada para pior a partir de 2009. Se antes o
BNDES se financiava exclusivamente via impostos, agora ele passou a se financiar também
via endividamento do Tesouro, o que significa que ele se financia via inflação monetária.
Funciona assim: como o BNDES não tinha todo o dinheiro que o governo queria destinar a
seus empresários favoritos — como o multifacetado Senhor X —, o Tesouro começou a
emitir títulos da dívida com o intuito de arrecadar esse dinheiro para complementar os
empréstimos.
E quem compra esses títulos? O sistema bancário. Como ele compra? Criando dinheiro do
nada, pois opera com reservas fracionárias.
Evolução dos empréstimos concedidos pelo BNDES. A linha vermelha (que foi
descontinuada em 2013) representa a soma da linha azul (empresas) com a linha verde
(pessoas físicas).
Desde a adoção dessa nova modalidade, o total de repasses do Tesouro ao BNDES saltou de
R$ 9,9 bilhões — 0,4% do PIB — para R$ 440 bilhões — 8,5% do PIB.
A seleção dos recebedores destes investimentos, porém, segue incerta: ninguém sabe quais
critérios o BNDES usa para escolher os agraciados pelos empréstimos. Boa parte das obras
financiadas ocorre em países pouco expressivos para o Brasil em termos de relações
comerciais, o que leva a suspeita de caráter político na escolha.
Outra questão polêmica são os juros abaixo do mercado que o banco concede às empresas.
Ao subsidiar os empréstimos, o BNDES funciona como um Bolsa Família ao contrário, um
motor de desigualdade: tira dos pobres para dar aos ricos. Ou melhor, capta dinheiro
emitindo títulos públicos, com base na taxa SELIC (11,75% ao ano), e empresta a 5%. Essa
diferença entre custo de captação e receita é arcada por nós, via impostos e carestia.
Após 3 anos, os dois países 'reatam relações', e apesar da ameaça de calote, o Brasil
concede novo empréstimo ao Equador.
Como estes existem mais de 3000 empréstimos concedidos pelo BNDES no período de
2009-2014. Conforme mencionado acima, o banco não fornece os valores… Ainda.
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