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LEI N. 11.

340/2006
Lei Maria da Penha
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LEI MARIA DA PENHA

Esta aula tratará a respeito da evolução jurisprudencial na aplicação dos ins-


titutos constantes da Lei n. 11.340, permitindo que, com o conhecimento da apli-
cação e da interpretação mais moderna da Lei Maria da Penha, seja possível
responder com exatidão às questões que forem eventualmente cobradas pelas
bancas dos concursos públicos.

INTRODUÇÃO

A Sra. Maria da Penha é presidente do Instituto Maria da Penha e teve a satis-


fação, a honra e o orgulho de batizar a legislação que visa a proteger a mulher
na sua integridade física, moral e psíquica. Dona Maria da Penha é madrinha da
Lei n. 11.340, porque sofreu duas tentativas de homicídio por parte do seu então
marido, sendo que uma delas foi um tiro dado pelas costas, quando ela, então,
perdeu o movimento das pernas, ficando paraplégica. Abraçando a luta pelo tra-
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tamento igualitário na sociedade e pela proteção da mulher contra a violência


doméstica, a dona Maria da Penha conseguiu, dando vazão a um anseio social,
no Congresso Nacional, ver publicada e aprovada a Lei n. 11.340/2006, que traz
uma série de medidas que visa à proteção da mulher no seio doméstico.

Quando se fala em Lei Maria da Penha, associa-se à criminalização de deter-


minadas condutas, cabendo a explicação: a Lei n. 11.340/2006 não promoveu
a tipificação de nenhuma conduta. Isso significa dizer que ela não transformou
nenhum fato, que até então era típico, um indiferente penal, em fato criminoso,
criando um determinado tipo penal para o Código Penal ou para a legislação
extravagante. O que a Lei Maria da Penha faz é trazer uma série de medidas de
natureza processual que possibilitam a sua utilização tanto na fase pré-proces-
sual, na fase de inquérito policial, quanto após o oferecimento da ação penal,
podendo-se resguardar a vítima de violência doméstica por meio da adoção e da
aplicação dessas medidas protetivas. Em relação ao seu aspecto material, que
a Lei Maria da Penha não deixa de ter embora não tipifique condutas, ela criou
um novo parágrafo para o artigo 129 do Código Penal, que trata do crime de
lesão corporal. Então, tem-se a lesão corporal prevista no caput (“ofender a inte-
gridade física ou a saúde de outrem”) e uma circunstância qualificadora no § 9º,
que aumenta consideravelmente a pena da lesão corporal justamente por conta
de ter sido ela praticada no seio doméstico. Ou seja, caracteriza aquela violên-
cia, aquele dano à integridade física ou psíquica da mulher em âmbito ou em um
contexto de violência doméstica. Então, esse seria o aspecto material que a Lei
Maria da Penha trouxe em 2006.

Será visto, além dos aspectos relacionados à lesão corporal, todos aqueles
aspectos que processualmente podem ser adotados para a punição dos agen-
tes de outros crimes no contexto de violência doméstica; por exemplo: estupro,
ameaça, injúria, stalking. Stalking é a conduta praticada pelo ex-namorado ou
ex-namorada que persegue a vítima (que era o até então namorado, marido ou
companheiro) por não concordar com o término do relacionamento, tornando
isso um inferno para a vida daquele que está sendo perseguido.
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Atenção!
A Lei Maria da Penha não criou crimes e penas, mas sim mecanismos
processuais; aumentando, no caso de lesão corporal no âmbito doméstico,
penas já existentes.

Violência doméstica

Primeiro, é preciso caracterizar o que se entende por violência doméstica. O


próprio legislador, no art. 5º, esclarece em que consiste a violência doméstica:

Art. 5º Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar contra a
mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão,
sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial:

O legislador, ao contextualizar o que se entende por violência doméstica,


abrange não só danos à integridade física, mas também à integridade psíquica e
ao patrimônio da vítima. A Lei Maria da Penha tem aplicação tanto no âmbito cri-
minal quanto no âmbito civil. Será feito um recorte da Lei Maria da Penha daquilo
que diz respeito à sua aplicação na justiça criminal, inclusive pela criação dos
juizados especiais de violência doméstica. A parte cível não será tão explorada,
mas é preciso saber que, também nos juizados de violência doméstica, a indeni-
zação ou a reparação do dano causado pelo agressor, no contexto de violência
doméstica, deve ser feita e muitas vezes até no seio da própria ação penal.

I – no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de convívio per-


manente de pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente
agregadas;
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As medidas constantes da Lei n. 11.340/2006 são aplicadas no contexto de


violência doméstica. Violência doméstica deve ser interpretada como sendo a
violência praticada no seio doméstico. Normalmente, vincula-se essa violência
praticada no contexto doméstico ao domicílio ocupado exclusivamente pela famí-
lia, restringindo “família” a laços de sangue. O legislador, no entanto, não deu
essa interpretação restritiva. Na realidade, a interpretação que o legislador dá
de maneira autêntica (quando ele diz que as medidas que constam da Lei Maria
da Penha devem ser aplicadas numa determinada situação) não se restringe
a autor e vítima que pertencem a uma mesma família ou sejam vinculados por
laços de sangue, por identidade genética. Qualquer pessoa que conviva, em um
mesmo seio familiar, em uma mesma unidade doméstica, independentemente
de ter ou não laços de sangue (os laços podem ser voluntários), dá ensejo, caso
haja algum tipo de agressão, ameaça, injúria ou qualquer outro crime que possa
importar em violação do bem jurídico tutelado na Lei n. 11.340, à possibilidade
de aplicação das medidas protetivas de urgência, que, como será visto, são
aquelas medidas de natureza processual que garantem a integridade física, psí-
quica e moral da mulher e, mais especificamente, da vítima.

Em relação às pessoas “esporadicamente agregadas”, a que o inciso I se


refere, imagine que uma pessoa tenha um primo, que mora em unidade da Fede-
ração diferente da cidade de residência daquela pessoa. Esse primo realiza um
curso nessa cidade e todo final de semana está lá para comparecer ao curso.
Durante esse período de 2 ou 3 dias, em toda semana, ele lá se encontra e, por
alguma razão, vem a agredir sua prima ou sofre agressão no âmbito da unidade
doméstica. Essa participação esporádica no seio da família, ou naquele âmbito
doméstico, possibilita que a pessoa, na qualidade de autor ou de vítima, seja
alcançada pela Lei n. 11.340/2006. É mais fácil alegar ou sustentar a aplicação
da Lei Maria da Penha quando se identifica um vínculo sanguíneo ou gené-
tico. Mas isso também pode se dar com um grande amigo: como muitos dizem,
“amigo é o parente que nós escolhemos”.
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Também se considera violência doméstica:

II – no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por indivídu-


os que são ou se consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade
ou por vontade expressa;

No inciso I, o legislador fala em “unidade doméstica”; no inciso II, ele fala em


“âmbito familiar”, o que significa dizer que os familiares que se envolvem numa
situação de agressão, isto é, autor/algoz e vítima pertencentes a uma mesma
família, composta não só por parentes consanguíneos, mas também pelo compa-
nheiro ou companheira (união estável) ou pelos parentes do(a) companheiro(a),
trata-se de uma hipótese de aplicação da Lei n. 11.340, com fundamento no
inciso II. Nesse caso, não se trata do âmbito doméstico, mas da violência pra-
ticada no âmbito familiar. Portanto, a Lei Maria da Penha não se aplica apenas
ao crime que ocorre na unidade doméstica, no interior da residência. Ainda que
autor e vítima, participantes dessa relação de violência, sejam parentes consan-
guíneos ou não e morem em residências diferentes, mesmo assim a Lei Maria
da Penha tem aplicação.

Como será visto adiante, a jurisprudência reconhece que aplicam-se as medi-


das protetivas da Lei Maria da Penha mesmo nos casos em que há uma querela
entre irmãos, e um dos irmãos reside com os pais e os outros residem em casas
separadas.

III – em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha con-
vivido com a ofendida, independentemente de coabitação.

O inciso III se refere a casos como relação entre namorado e namorada ou


namorados do mesmo sexo. Não existe barreira de gênero para aplicação da Lei
Maria da Penha. Então, por exemplo, se um namorado, não conformado com
o término do relacionamento passa a perseguir a(o) ex-namorada(o), enviando
e-mails, injuriando por meio de redes sociais, fazendo a chamada pornografia
vingativa (quando o cidadão tira foto da pessoa, que então era amada, nua e
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distribui em redes sociais), isso é hipótese de aplicação de medida protetiva


prevista na Lei Maria da Penha. Mesmo não tendo convivido sob o mesmo teto,
mesmo não sendo relacionados sob o ponto de vista familiar, identifica-se uma
relação de afeto existente ou já passada, identificando-se, na realidade, a razão
da responsabilidade penal ou dessa perseguição o término da relação de afeto
passada. Nada obsta, então, que apliquem-se as regras e medidas de proteção
da Lei Maria da Penha para ex-namorados, seja um casal heterossexual ou um
casal homossexual.

Relação entre mãe e filha

Como dito, a jurisprudência admite que as medidas constantes da Lei Maria


da Penha sejam aplicadas entre mãe e filha. Portanto, é possível a incidência
da Lei 11.340/2006 (Lei Maria da Penha) nas relações entre mãe e filha, normal-
mente quando a filha agride a mãe por não concordar com alguma medida de
educação, disciplinamento ou ingerência. Infelizmente, esta é uma situação mais
comum do que parece: a filha que agride a mãe ou outros parentes, que não só
ofende como também efetivamente causa danos à integridade física e corporal
da mãe; algo que para o senso moral comum parece absurdo, mas que dentro
de um seio familiar corrompido (às vezes pela droga, às vezes pelo álcool, às
vezes pela falta de afeto) é comum.

O mesmo se dá, por exemplo, na relação entre pai e filho; avô e neto... Veja
que já não se trata de indivíduos de sexos diferentes. Mesmo nessas situações a
Lei Maria da Penha tem plena aplicação e essa é a interpretação jurisprudencial.

Briga entre irmãos

Este é um caso do STJ, no qual identificou-se que, caracterizada a relação


íntima de afeto familiar (inciso II, art. 5º) entre os agressores e a vítima, inexiste
a exigência de coabitação ao tempo do crime, para a configuração da violência
doméstica contra a mulher.
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Portanto, a coabitação não é condição essencial para a adoção, pelo juiz de


direito e pelos órgãos do Estado, das medidas de proteção da vítima. Lembrando
que, sempre que se fala em Lei Maria da Penha, a principal consequência é a
tutela, a proteção da vítima, visando a evitar que aquelas agressões morais, físi-
cas ou psíquicas persistam.

Esse caso do STJ aconteceu da seguinte forma: uma irmã, que morava com
a mãe sobrevivente, e pelo fato de a mãe ser já bem velhinha, com procuração,
era responsável por retirar o benefício do INSS na Caixa Econômica Federal.
Então, todo mês ela retirava e aplicava esse dinheiro para os cuidados da mãe.
Dois irmãos, que não mais moravam com a mãe e com a irmã, não concorda-
vam com o modo como a irmã gerenciava esse dinheiro e, portanto, por diversas
vezes tentaram conversar, até que usaram de violência contra a irmã, violência
essa muito mais de ordem psíquica, mas também chegando às vias de fato com
agressão entre irmãos. Nesses casos, mesmo morando em casas separadas e
havendo uma relação de afeto, que nesse caso é inclusive consanguínea, nada
obsta que a irmã, que mora com a mãe, possa ser resguardada e protegida
da atuação muitas vezes violenta dos irmãos. Ainda que eles achassem estar
fazendo o certo, a vítima tem esse direito, uma vez que é dever do Estado prote-
ger e tutelar a integridade física, principalmente nesse caso em que se trata de
relação entre uma irmã (mulher) e os demais irmãos (homens).

Agressão entre namorados

O namoro é uma relação íntima de afeto que independe de coabitação (inciso


III); portanto, a agressão do namorado contra a namorada, ainda que tenha ces-
sado o relacionamento, mas que ocorra em decorrência dele, caracteriza violên-
cia doméstica (STJ).

Recentemente, houve um processo em que o ex-marido da vítima, com filho


em comum, não satisfeito com o término do relacionamento, comparecia ao local
de trabalho da vítima, perguntava que horas ela chegou, se chegou acompanhada
ou não, que horas saiu do trabalho, passava, sem necessidade, na rua onde a
vítima residia etc., demonstrando um sentimento de posse e de perseguição.
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Outro caso que também ocorreu em um inquérito policial foi o de um namo-


rado que implantou um programa espião no computador da vítima, tendo acesso
remoto para saber tudo o que a vítima fazia e toda comunicação que ela fazia,
fosse pelo Facebook, por e-mail, pelo Whatsapp com transposição para o com-
putador, culminando, inclusive, com o fato de o cidadão se encontrar no mesmo
avião e na poltrona ao lado em que a vítima estava. Nesse processo, a vítima
levou a informação de que não sabia como, enquanto mantinham relaciona-
mento, que tudo que ela contava para o namorado não lhe surpreendia, pare-
cendo que ele já estava a um passo à frente dela. Isso, depois, foi provado por
meio de uma perícia realizada no computador. Esse caso, portanto, é hipótese
de atuação do Estado na proteção dos interesses da vítima. Isso é o que se trata
de stalking, palavra de origem inglesa, que mostra a questão da perseguição
feita por ex-companheiros ou ex-namorados, em razão da não satisfação com o
término do relacionamento.

Orientação sexual

O art. 5º trata da orientação sexual, no seu parágrafo único:

Art. 5º
Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas neste artigo independem de
orientação sexual.

Isso significa dizer que não existe somente violência doméstica em âmbito
familiar no contexto estrito da família reconhecida, como sendo aquela composta
por pessoas de sexos diferentes. A unidade familiar tem um conceito estendido e
envolve não só pessoas de gêneros diferentes (homem e mulher), mas também
pessoas de mesmo gênero que realizam relações afetivas em razão da sua
orientação sexual de natureza homossexual. Então, nada obsta que um homem
possa ser protegido por uma medida constante da Lei Maria da Penha por ter
sido agredido por seu companheiro; nada impede que uma mulher possa ser
protegida por uma medida constante da Lei Maria da Penha por ter sido ame-
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açada por sua ex-companheira. Não faça, portanto, qualquer tipo de restrição,
pois o legislador prevê a aplicação não discriminatória da proteção constante da
Lei Maria da Penha. Esqueça valoração de cunho moral ou religioso, pois trata-
-se de uma abordagem pragmática, a qual estabelece que a Lei Maria da Penha
se aplica tanto para casais heterossexuais quanto para casais homossexuais.

Existem exemplos de juízo de direito de primeiro grau, tanto no Rio de Janeiro


quanto no Pará (que em princípio pode-se achar que é conservador, mas que
na realidade saiu na vanguarda na proteção dos interesses das pessoas vítimas
de violência doméstica), possibilitando que um homossexual pudesse ser aco-
lhido pelo Estado, no que diz respeito à sua integridade física, moral e psíquica,
por meio da aplicação das medidas da Lei Maria da Penha. No Distrito Federal
também é comum essa utilização.

Aplicação de medidas protetivas a vítimas do sexo masculino

Juízes do Pará, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Distrito Federal vêm apli-
cando as medidas protetivas, originalmente previstas para a mulher, para toda
vítima em contexto de violência doméstica, independentemente de gênero ou
orientação sexual, em face do princípio da isonomia.

Qualificadora. Lesão corporal contra homem. Violência doméstica.

O aumento de pena do § 9º do art. 129 do CP, alterado pela Lei n. 11.340/2006,


aplica-se às lesões corporais cometidas contra homem no âmbito das relações
domésticas.

Como dito, a Lei Maria da Penha não é uma legislação de natureza material
no sentido de que ela cria crimes. Na sua maioria, ela é composta por normas
de caráter processual, procedimental. Um ou outro artigo traz, no entanto, um
conteúdo material; um deles incluiu no art. 129 do Código Penal o § 9º, que é a
qualificadora da violência doméstica para o crime de lesão corporal. No tocante
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à aplicação isonômica das medidas constantes da Lei Maria da Penha, mesmo


quando a vítima, no caso de lesão corporal em situação de violência doméstica,
é do sexo masculino, independentemente da orientação sexual, em casos de
vulnerabilidade da vítima, aplicam-se as regras de proteção e a majoração da
pena constante do art. 129, § 9º.

Explicando de um modo prático, imagine que um casal homossexual do sexo


masculino tenha entrado em discussão e um deles tenha agredido o outro. O
agredido tem direito à proteção do Estado com a aplicação das medidas prote-
tivas de urgência e tem direito a ver que o agressor seja responsabilizado não
pelas penas constantes do art. 129, caput, mas pelas penas do art. 129, § 9º,
por conta do contexto em que essa violência foi aplicada, que é o contexto de
violência doméstica.

Essa é uma questão de orientação sexual, mas pode haver também, como
já foi dito, a agressão de um neto em relação ao avô. Nesse caso, tem-se não a
discussão acerca da orientação sexual, pois existe na realidade um laço de afeto
e de consanguinidade, havendo uma necessidade de proteção do avô, que em
relação ao agressor, é mais frágil. Essa fragilidade é, pois, o que justificaria a
proteção da Lei Maria da Penha com as chamadas medidas protetivas de urgên-
cia, mas há também o reconhecimento da tipificação da agressão feita pelo neto
ao avô em face do crime qualificado no art. 129, § 9º.

Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a
aula preparada e ministrada pelo professor Flávio Milhomem.
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