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ANTONIO FERREIRA SANTOS

JONATHAN OLVIEIRA DOS SANTOS

LARISSA PINHO VASCONCELOS

MARCIELE DOS SANTOS PEREIRA

TATUAGEM, PIERCING’S ...

FEIRA DE SANTANA - BA
2018
FACULDADE ANÍSIO TEIXEIRA

ANTONIO FERREIRA SANTOS

JOHNATHAN OLVIEIRA DOS SANTOS

LARISSA PINHO VASCONCELOS

MARCIELE DOS SANTOS PEREIRA

TATUAGEM PIERCING’S...

Roteiro de atividade de criação de Vídeo


Educativo, apresentado ao curso de Psicologia
da Faculdade Anísio Teixeira, solicitado e sob a
orientação da professora Mestranda Joelma
Oliveira Silva como requisito para avaliação e
composição da nota da segunda unidade do 4°
semestre, matutino, na disciplina Psicologia
Social.

FEIRA DE SANTANA - BA
2018
ÍNDICE

1.ROTEIRO DE VÍDEO EDUCATIVO............................................……….…….3


TATUAGEM...

Em um contexto sócio-histórico, uma pergunta a ser feita é: quando e


por quê a humanidade iniciou o processo de tatuar-se, escarificar-se ou
fazer uso de piercings? Para responder essa pergunta, pesquisas foram
feitas mas, nenhuma delas conseguiu contemplar toda a abrangência do
assunto, que se refere ao uso desse corpo que temos, de diversas formas
possíveis.

Temos citações a respeito em escritos de pensadores gregos, onde a


palavra “stigma” cujo significado é “marca”, “ferrete”, está relacionada a ferrar
ou marcar com instrumento pontiagudo na obra de (Aristófanes, Cavalheiros
602: Nuvens, 122, 1298) fazendo referência ao sinal de propriedade de gado e
cavalos. Quando aplicado “stigmata” ao corpo humano, fazia referência a esta
marca ou ferrete, como sinal de vergonha pública, apropriada aos desertores
(Heródoto, 7, 323, 2) ”ferreteado com as marcas do rei”. Platão, também nos
informa que os criminosos eram assim marcados como castigo (Platão, Leis, 9,
854d) e escravos sofriam esta penalidade se fugissem, sendo apanhados
(Aristófanes, Pássaros 760; Lysistrata 331) ou se violassem a lei de alguma
outra maneira (Diógenes Laércio 7, 46). O escravo era chamado stigmatias,
“criminoso estigmatizado”, de pois de receber esta penalidade (Xenofontes,
Hellenica 5, 3, 24), e existem sugestões que as letras F(UG) nas mão ou o
rosto identificava o fugitivo e as letras F(UR) indicava que a pessoa era um
ladrão. Outra importante informação no período do império romano, os
soldados recrutados recebiam uma marca de tatuagem, na forma do nome
abreviado do imperador, na mão (Aécio Amídeno, Libri Medicinales, 8,12)

Em pesquisas mais recentes, muito se conseguiu coletar com


informações da trajetória de construção dessas marcas em diferentes culturas,
e trazem um recorte na psicologia, principalmente psicanalítica, quanto ao uso
do Corpo. Um trabalho que merece atenção especial e destaque é o: Les
Hommes Ilustrrés (Os Homens Ilustrados), de Pierrat e Guillion (2000. APUD),
que aborda a construção e significado da tatuagem nas diferentes culturas.
Pesquisas mais recentes como, Os Homens Ilustrados, é expressado o uso da
tatuagem, a partir de alguns fatores:

 Como uso de marca de identidade: em diferentes sociedades com


representações distintas. Em algumas sociedades representando os
nobres guerreiros; em outras servindo como distinção de escravos,
prostitutas, estrangeiros, párias, etc.
 Como uso religioso: servindo para marcar tanto adeptos quanto hereges,
ou até mesmo pessoas que ofereciam perigo para a religião. Em
sociedades mais primitivas o uso servia para proteção contra maus
espíritos.

 Em algumas sociedades, como parte de cerimônias de passagem:


mudança de identidade social, de adolescência para a maturidade;
tatuagem por luto; por comemoração, etc.

Percebe-se que o uso da tatuagem tem sido cada vez mais expressivo
e, de fato, continua sendo marcante nas relações sociais. Embora a tatuagem
esteja presente em todas as culturas e sociedades, dentro de um contexto
atual, ela não se caracteriza como um fenômeno específico de um único
grupo.. Mesmo, que ela tenha seu significado em determinados grupos, onde a
identificação de valores, hierarquia, função, e status são expressados pelo tipo
específico de tatuagem com o seu desenho que dá a identidade e o status a
determinado indivíduo, a exemplo da identificação no crime, em várias culturas.
Na máfia russa, na Yakuza japonesa, no PCC, e outros grupos, aqui no Brasil
ela tem seu significado também expressivo.

O uso da tatuagem esteve ligado durante muito tempo a conceito de


marginalidade, rebeldia, temos atualmente um significado mais expressivo e
abrangente em novos contextos sociais, conquistando todas as classes sociais.
Pois a concepção de estigma foi vencida e hoje a tatuagem é vista e apreciada
como forma de expressão, arte e embelezamento corporal, proteção mística, e
expressão de sentimentos. A tatuagem é sempre o registro de um meio social,
pois é em relação a esse meio que ela ganha significado (Gell, 1993, APUD).
De longa data, grupos como prostitutas, marginais e criminosos foram
fortemente associados à tatuagem. Essa associação criou condições sociais e
culturais para o entendimento dessas marcas corporais como estigma
(Goffman, 1988).

Dentro das transformações do público da tatuagem ocidental, desde o


período em que estava reservada àqueles grupos socialmente marginalizados,
surgiu um novo imaginário que associou a prática a tribos urbanas e
determinados grupos jovens. Quando Petit, o “Menino do Rio” que Caetano
Veloso cantou em versos, fez sua aparição na Praia de Ipanema com o célebre
“dragão tatuado no braço”, “ele não era o primeiro de sua geração a associar
surf e juventude ao uso de tatuagens” (MARQUES, 1997).

Assim, temos nessa linha de tempo, entre os primeiros Homens


Listrados, marcados na história, até o nosso hoje, o impacto da tatuagem no
contexto cultural, econômico, social, onde uma simples tatuagem pode
expressar uma decisão promovida por uma experiência marcante tanto positiva
quanto negativa em um momento atual ou até mesmo como uma expressão
de experiências passadas que ficam eternizadas no corpo, que alternam e se
situam como marca que podem constituir um começo ou fim de uma relação
seja ela afetiva singular, de grupos e até mesmo um time de futebol, onde o
ídolo construído pela mídia pode não ser ou fazer parte de uma nova paixão
arrebatadora de uma torcida, pelo simples fato de ter-se permitido marcar pelo
símbolo de outro time adversário. Como nesse caso de Neymar:

“Os boatos de que Neymar poderia se transferir para o Real Madrid


deveriam deixar animados os torcedores merengues. Mas um
jornalista, fã declarado do clube espanhol, não pensa assim. Durante
sua participação no programa "El Chiringuito", TomasRoncero
protestou, em tom de desespero teatralizado, contra a chegada do
brasileiro, a quem tratou como "Cavalo de Troia". Roncero é conhecido
pelos "ataques" que dá na TV local e, de longa data,mostra-se crítico
do camisa 10 do PSG e de outros atletas que estão ou passaram pelo
Barcelona. Desta vez, seu protesto tem como base uma tatuagem do
título da Liga dos Campeões da temporada 2014/2015 eternizada por
Neymar na perna. Assista ao "surto" no site do jornal "As". — Tem uma
tatuagem do Barcelona! Ou você tira a tatuagem da (taça da)
Champions com o Barça ou não te quero. Quero que venha limpo.
Limpe a tatuagem, tire da perna. Para mim, não faz falta. É um Cavalo
de Troia — esbravejou. As chances de Neymar defender o Real Madrid
num futuro próximo parecem ter aumentado nas últimas semanas.
Depois da eliminação do PSG da Liga dos Campeões, o jornal "As"
publicou que o pai do jogar havia se reunido com representantes do
Real, que estaria disposto a pagar até R$ 1,6 bilhão para contratá-lo.”

Levando a um aspecto mais atual, onde a pele transformou-se numa tela


onde se projetam desenhos, cores, ilustrações, sentimentos, paixões e
interesses. Temos, a tatuagem, dentro das práticas de modificação corporal,
fazendo parte de uma dinâmica social mais ampla e que tem implicações
importantes na vida das pessoas. Questões do culto ao corpo, atrelados ao
capitalismo individualizante, também pode ser apontada como motivação para
esse tipo de prática, demarcando um fenômeno social que vem crescendo de
maneira cada vez mais acentuada.

“É fato que atualmente, na sociedade ocidental, o tratamento dado ao


corpo engloba a sua maior “visibilidade” e a sua “espetacularização” na
esfera pública. Essa configuração acompanha movimentos do contexto
histórico mais amplo, particularmente analisado por Guy Debord
(1997): a emergência da sociedade do espetáculo. Preocupado em
examinar a sociedade de consumo de massas nos seus aspectos
culturais, o autor assinala a existência da separação e afastamento do
mundo da vida em imagens, na direção da criação e crescente
autonomização do “mundo das imagens”, ou, em outros termos, a
passagem do controle da imagem pelo homem para o controle da
imagem sobre o homem. Na contemporaneidade se observa uma
tendência pela proliferação de produtos, tecnologias e saberes
especializados dirigidos para o embelezamento do corpo (Sant’anna,
2000). Ocorre uma verdadeira valorização e exploração do mesmo.
Esse culto ao corpo que rompe com o passado de restrições e tabus
(religiosos e morais) é, segundo Sant´anna (2000), parte de um
movimento mais amplo de liberação progressiva, resultando na
emergência de novas experiências de subjetividade.” (RODRIGUES et.
al, 2014)

Sem sombra de dúvidas, a tatuagem tem ultrapassado barreiras


culturais, regras, contextos religiosos dentre muitos outros âmbitos sociais.
Porém nem sempre essa visão ocorreu, e podemos perceber até mesmo por
uma parcela da sociedade, que está em diferentes contextos culturais, sociais
e econômicos, onde ainda é perceptível uma discriminação referente ao uso de
tatuagens. Isso se dá principalmente pelo contexto histórico da tatuagem.
Incialmente vista como marginalizada, depois considerada como uma “arte
exótica” introduzida através de marinheiros e viajantes que utilizavam os seus
corpos como um verdadeiro diário de bordo, marcando datas importantes,
desenhos de sereias, acontecimentos das viagens, entre outras coisas. Logo
depois, os povos aborígenes começaram a tatuar seus corpos. Mais adiante,
essa prática foi acolhida por uma parte da população considerada como
marginalizada, como presidiários, meretrizes, soldados, dentro do mesmo
modelo vivenciado na Grécia Antiga. Em certo momento a tatuagem ficou
conhecida popularmente como “a flor do presídio”, como se a mesma fosse
uma marca desses grupos sociais. No ano de 1967, aproveitando-se desse
estigma já criado em torno da tatuagem, diversos grupos, tribos urbanas
também começaram a utilizá-la. Esses grupos eram considerados radicais,
principalmente por suas atitudes perante a sociedade, e se aproveitaram desse
estereótipo, para aderir às tatuagens também como uma marca, e uma forma
de manifesto à sociedade, e suas regras sociais, sendo então identificados
como marginais, e que queriam ser vistos como pessoas à margem da
sociedade, a tatuagem era então uma identificação daqueles grupos. Além
disso, também existem as divergências religiosas, onde em um dado momento
da história, a tatuagem chegou a ser banida na Europa por ser considerado
pelas autoridades religiosas como um ato de profanação ao corpo que era
considerado o “Templo do Espírito Santo”

Como representação social. Segundo Moscovici (2004), as convenções


em nossa sociedade são infinitas, tais convenções são superadas mas, não
nos desvencilhamos delas. Cada uma com sua representatividade, tomando
como exemplo a linguagem, que é uma convenção, pensamos a partir dela de
maneira condicional, somos influenciados por ela..

Nós pensamos através da linguagem; nós organizamos nossos


pensamentos de acordo com um sistema que está
condicionado, tanto por nossas representações, como por
nossa cultura. Nós vemos apenas o que as convenções
subjacentes nos permitem ver e nós permanecemos
inconscientes dessas convenções (idem, 2004, 35)
As representações também são prescritas, porque elas se impõem e
determinam a ação ou o pensamento dos sujeitos que ao nascer passa a
receber a cultura, os valores e as normas sociais, que foram "transmitidas e
são o produto de uma sequência completa de elaborações e mudanças que
ocorrem no decurso do tempo e são resultados de sucessivas gerações (idem,
2004, p.37)". Essas representações ou ideias passam a imprimir na vida do
sujeito uma realidade invisível e incontestável. Que vai se adaptando no
cotidiano coletivo, fundindo passado e presente, adaptando-se e servindo de
base para as cosmovisões.

A tatuagem, percebida em gerações passadas, como vimos, carregava


um esteriótipo que apontava para a marginalidade. Na atualidade, ela está
impressa na sociedade, abarcando crianças, jovens, adultos e idosos que
trazem suas tatuagens, bem como, temos percebido uma ampliação de lojas
que buscam atender uma busca sempre crescente dos serviços. Sendo
possível atender a um pedido religioso, cultural, ideológico, estético. Denotando
uma cosmovisão baseada no consumo, e em estilos variados de
comportamento e percepções. É visível, portanto, que a representação social
da tatuagem vem se modificando e se transformando coletivamente. E, em seu
processo de mutação tem para uns o sentido de beleza, modernidade, para
outros um sentido, ainda, marginal, e em outros grupos o sentido cultural,
religioso, espiritual. Embora, não seja uma representação estática, ela é
vivenciada em toda a sociedade, atualizando-se e pontuando seu significado.

É importante percebermos que essa representação é um produto


ideológico, não nasceu ou está presente de forma casual. Fato é que na linha
de tempo das “cavernas”, passando pelo helenismo, império romano, menino
do Rio ou Rússia 2018, com Neymar; a ideia representada, que antes era tida
como “primitiva”, hoje é objeto de consumo que envolve cultura, beleza,
capitalismo, inovações e métodos cada vez mais engenhosos e com novas
tecnologias.

Entendemos, portanto, que diante da apresentação clara na literatura,


perpassando várias abordagens nos é permitido perceber, em cada período da
história humana, o quanto a projeção e adaptação de símbolos com suas
representações no contexto social, tem fundamentado a partir das convenções,
o que se caracteriza como modo de vida, no qual o espírito da época imprime
na cultura e sociedade as percepções e evoluções. Cabe a nós, como futuros
psicólogos perceber os impactos dessas representações e o quanto de
influências elas promovem no indivíduo em momentos marcantes de sua
trajetória, a fim de que possamos assim, conduzir de maneira clara e com
conhecimento da temática que envolva cada situação, como o de uma
tatuagem, visando promover o bem-estar do indivíduo em seus momentos
decisivos.
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Testamento, – Vol III, L-Q, Sociedade Religiosa Edições Vida Nova, São Paulo,
SP, 1983

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Paulo, 2003, Casa do Psicólogo (APUD pg. 10, 13, 14).

GELL, Alfred. Wrapping in Images: tattooing in Polynesia. Oxford: Clarendon


Press,
1993

GOFFMAN, E. (1988). Estigma: notas sobre a manipulação da identidade


deteriorada. Rio de Janeiro: Guanabara.

MOSCOVICI, Serge. Representações Sociais: Investigação em Psicologia


Social. 2 ed. Petrópolis-RJ:
Vozes, 2004.

OSÓRIO, Andréa Barbosa, Continuidades e novos usos relativos à prática na


cidade do Rio de Janeiro IFCS Doutorado em Antropologia PPGSA Mirian
Goldenberg orientadora, Rio de Janeiro março de 2006

RODRIQUEZ, L. S. & Carreteiro, T. C. O. C. (2014). Olhares sobre o corpo na


atualidade: tatuagem, visibilidade e experiência tátil

Do Globo Overseas: Tem tatuagem do Barça e quer jogar no Real, publicado


13/03/2018. www.conversaafiada.com.br.

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MOREIRA , Jacqueline de Oliveira et. al.Inscrições corporais: tatuagens,


piercings e escarificações à luz da psicanálise. Rev. Latinoam. Psicopat. Fund.,
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