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No caso de uma viga reta carregada transversalmente, seu eixo longitudinal se encurvará to-
mando o formato da chamada linha elástica. O raio de curvatura da linha elástica será obtido, como
visto através da equação 5.7.3, escrevendo (1/ρ) = M/EI. Realmente: a fig. 10.1.1 nos mostra que
ρ tg dϕ dϕ = ε ds / y.
dϕ Como ε = σ/E e σ = (Μ/Ι)y, obtem-se:
dϕ / ds = M / E I............................. (10.1.1)
sendo (EI) o chamado “produto de rigidez”.
ds Levando em conta que ds = ρ dϕ, chega-se a
5.7.3.
y Por outro lado, nos cursos de Cálculo Diferencial
determinou-se a curvatura (k = 1/ρ) das curvas pla-
nas como sendo dada por:
k = 1/ρ = (d2y/dx2)/[1+(dy/dx)2]3/2
já que ds2 = dx2 + dy2.
Representando por “f” a ordenada corres-
(1 + ε) ds pondente à flecha do eixo neutro a cada valor da
abscissa x da seção, e como a declividade das vigas
dϕ (df/dx = tgϕ) é sempre muito pequena, tornando o
f (Flecha) seu quadrado desprezível em presença da unidade,
podemos escrever:
ρ dϕ df/dx = ϕ; 1/ρ = d2f/dx2 , obtendo-se a de-
nominada “equação diferencial da linha elástica”:
Eixo neutro da
viga defletida ds ϕ ................(10.1.2)
dy ϕ/dx = Μ/EI
d2f / dx2 = dϕ
f
x Conhecendo-se como variam o momento fletor
x M e o momento de inércia I a cada ordenada x da
dx
seção, a integração sucessiva da equação 10.1.2 nos
Fig. 10.1.1 – Flechas e deflexões informará a deflexão ϕ = ϕ (x) e a flecha f = f(x).
nas vigas fletidas.
1
J - Deformações na Flexão
10.2 – Linha Elástica por Integração.
9,92kN
Exemplo 10.2.2 – Para o perfil de aço S127x15 esquemati-
127 zado (E = 210GPa e G = 80GPa), calcular a flecha na ex-
tremidade livre do balanço.
800 Para a seção reta do perfil são conhecidos:
Área – 1850mm2; I = 5,04 x 106 mm4; h = 127mm
P
x
Solução: Q(x) = P; M(x) =-P(x – L); EI φ(x) = P(x2/2 - Lx);
L φ(x) = (P/EI)(x2/2 - Lx); f(x) = (P/2EI)(x3/3 – Lx2)
φ(L) = -PL2/2EI; f(L) = -PL3/3EI
Q Para os valores numéricos apresentados teremos:
σmáx =(9,92x103 x0,8 / 5,04x10-6)x(0,127/ 2)= 100MPa
M f máx = 9,9 2x103 x0,83 / 3x210x109x5,04x10-6= 1,6x10-3m
f máx = 1,6mm
Se avaliarmos o deslocamento vertical do eixo neutro na
φ extremidade em balanço da viga, decorrente da força cortan-
ϕL
te, verificaremos ser ele desprezível em presença do provoca-
da pela flexão:
f δh = ξ QL/GA = (3/2) 9,92x103x0,8 / 80x109 x 1850x10-6 =
80,4x10-6m
fL
ϕL 2
B/2 J - Deformações na Flexão
B/2 P Exemplo 10.2.3: A viga esquematizada é denomi-
L
nada “de igual resistência”, sendo empregada (a-
H x pós cortes longitudinais e montagem como mostra
b a figura) na fabricação de feixe de molas. Mostre
que a máxima tensão normal é a mesma ao longo
de toda a sua extensão e calcule a flecha máxima
* na extremidade do balanço.
* (prolongamento para levar em conta a tensão limite de
cisalhamento devido à força cortante).
Solução: Numa seção genérica, distante (x) do engaste tere-
mos: M(x) = - P(L –x); I(x) = bH3/12 sendo b = B/L(L – x).
(σmáx)x = (M/I)H/2 =[6P(L-x)/(B/L)(L-x)H3]H=6PL/BH2,
valor constante.
Da mesma forma: dϕ/dx = -M/EI = 12P(L-x)/E(B/L)(L-x)H3=
= 12PL/EBH3; ϕ = (12PL/EBH2)x + C1; C1=0 pois ϕ = 0
quando x = 0. Finalmente:
f = f(x) = (6PL/EBH2)x2+ C2 , sendo C2 = 0 já que f(0)=0.
A flecha na extremidade (x = L) valerá:
fmáx = 6PL3/EBH3 (Resp.)
P
Exemplo 10.2.3: A simetria no caso de viga bi-apoiada
com carga concentrada no meio do vão, permite evitar L/2 L/2
que se enfrente a dificuldade de se ter duas equações P/2
P/2
para M(x), a saber:
x(0→L/2)........ M(x) = ½ Px P/2
x(L/2→L)....... M(x) = ½ Px – P(x – L/2). -P/2
No trecho x(0→L/2)........ (EI)ϕ(x) = Px2/4 + C1.
A simetria nos permite concluir que ϕ=0 para
M
x=L/2, dando C1= -PL2/16.
x(0→L/2)........ (EI)f(x) = Px3/12 –(PL2/16)x + C2. Co- PL/4
mo f=0 para x=0, C2 = 0, e finalmente obtemos: ϕ
ϕ = (P/EI)(x2/4 – L2/16); f =(P/EI)[x3/12 – (PL2/16)x].
Para x=0, ϕ0 = − PL / 16EI;
2
3
Para x = L/2, fmáx = PL /48EI.
f
ϕ0 fmáx
P
Exemplo 10.2.4: Para a viga bi-apoiada, com carga concentra-
da fora do meio do vão, o trabalho algébrico fica bastante e-
a b
xaustivo, pois teremos duas equações para o momento fletor:
Pb/L Pa/L - no intervalo x (0, a) → M1(x) = (Pb/L)x
- no intervalo x (a, L) → M2(x) = (Pb/L)x – P(x – a).
Q
-P/2 Integrando duas vezes as duas expressões de M(x)/EI, os resul-
tados incluirão 4 constantes arbitrárias que serão determinadas
através das 2 condições de contorno (f = 0 para x = 0 e para x
M = L) e das 2 condições de compatibilidade de deformações
(para x = a, tanto o ângulo ϕ como a flecha f deverão ter valo-
Pab/L
ϕ
res idênticos, quando se utiliza as equações de momento, à
esquerda e à direita do ponto de aplicação da força P).
xm
Após cálculos enfadonhos obtemos:
f
ϕ0 ϕ0 = - Pb(L2 – b2) / 6EI; ϕL = + Pa(L2 – a2) / 6EI;
fmáx ϕL fmáx = - Pb(L2 – b2)3/2 /9(√3)EIL, em xm=√(L2 – b2)/3
f(L/2) = -Pb(3L2 – 4b2)/48EI (≠fmáx)
3
J - Deformações na Flexão
10.3 – Linha Elástica por Integração, utilizando Funções Singulares.
Objetivando evitar o transtorno de representar matematicamente o momento fletor M(x) através
de várias equações, correspondentes aos trechos onde o carregamento se diversifica, surgem as funções
chamadas “singulares” (pois não satisfazem as condições exigidas pelos matemáticos para a designa-
ção das funções, por suas descontinuidades).
Tais funções singulares têm a seguinte definição:
(x – a)n ........ para x ≥ a
n
<S(x)> = <x – a> =
Zero ............ para x < a
1
0 0 0 0
a x a a x a x
x
q
P
M
Exemplo 10.3.1: Para a viga esquematizada, de- A
terminar: (a) o ângulo de deflexão da viga no a- B
poio A da esquerda e (b) a flecha no meio do vão. a a a a
RA RB
Solução: Reações nos apoios: RA = M/4a + P/2 + qa/8; RB = - M/4a + P/2 + 7qa/8;
0 1 2
Momento Fletor: M(x) = RA x – M < x-a > – P < x – 2a > – ½ q < x-3a>
Integrando uma vez para obtenção dos ângulos ϕ da linha elástica teremos:
EI ϕ(x) = RA x2/2 – M < x-a >1 – ½ P < x – 2a >2 – q/6 < x-3a >3 + C1
Integrando mais uma vez, para obtenção das flechas f da linha elástica teremos:
EI f(x) = RA x3/6 – ½ M < x-a >2 – P/6 < x – 2a >3 – q/24 < x-3a >4+C1x + C2;
Exemplo 10.3.2 – Para o eixo ABC esquematizado, de aço (E = 200 GPa) maciço (D = 150
mm), calcule as flechas na extremidade A do balanço e no meio do vão entre os mancais B e
C.
9,00 kN
12,0 kN/m
D = 150 mm B C
A
M(x) = - 9 x + 25,5 <x – 2> - (12/2) <x – 3 >2 + (12/2) < x – 5 >2
* Observe que para representar o carregamento distribuído lançou-se mão da expres-
2
são (q/2) < x – 3 > , que se estende desde x = 3m até x = 7m (em C), da qual foi diminuí-
2
do um carregamento fictício (q/2) < x – 5 > que se estende desde x = 5m até x = 7m.
Procedendo a uma primeira integração obtemos:
EI ϕ (x) = - (9/2) x2 + (25,5/2) <x – 2>2 – (6/3) <x – 3>3 + (6/3) <x – 5>3 + C1
Integrando novamente teremos:
EI f (x) = - (9/6) x3 + (25,5/6) <x – 2>3 – (2/4) <x – 3>4 + (2/4) <x – 5>4 + C1x + C2
A condição de contorno f = 0 para x = 2 fornece: ...............2 C1 + C2 = 12,
enquanto que a condição f = 0 para x = 6 indica que: ..................... 6 C1 + C2 = 92.
Resolvendo o sistema obtemos: C1 = + 20 kN.m2; C2 = - 28 kN.m
Como E = 200 x 109 N/m2 e I = (π/64)D4 = (π/64)(0,150)4 = 24,85 x 10-6 m4,
o produto de rigidez EI = 4,970 x 106 N.m2
A flecha na extremidade em balanço (x = 0) é f(0) = C2 / EI = -28x103/4,970 x 106
f(0) = 5,634 mm (↓).
A flecha no meio do vão entre os mancais (x = 4) valerá:
f(4) x EI = [- (9/6) 43 + (25,5/6) <4 – 2>3 – (2/4) <4 – 3>4 + (2/4) (0) + 20x4 + (-28)]
f(4) = 2,113mm (↓).
Caso se quisesse pesquisar o valor da máxima flecha positiva (↑) do eixo, concluirí-
amos que ela ocorreria ente o mancal B (x = 2, f = 0) e o meio do vão (x = 4), onde a flecha
já é negativa. Em tal seção (f é máx) ϕ = 0 e então:
0 = - (9/2) x2 + (25,5/2)(x - 2)2 – (6/3)(x - 3)3 + 20.
Admitindo que a seção procurada ocorra entre o mancal e o início da carga distribuí-
da (portanto, para 2<x<3) teríamos: 0 = - (9/2) x2 + (25,5/2)(x-2)2 – (6/3)( 0 )3 + 20.
ou seja: 7,75 x2 – 49 x + 69 = 0, tendo como soluções: x = 2,117 e x = 4,205.
A solução que se enquadra na hipótese feita é x = 2,117m (à direita do mancal B).
Para tal seção:
(EI) f + = - (9/6) (2,117)3 + (25,5/6)(2,117 – 2)3 + 20 x 2,117 - 28 = + 0,1666.
6
fmáx + = 0,1666 x 103 / 4,970 x 10 = + 0,035 mm
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J - Deformações na Flexão
10.4 – Cálculo de flechas e deflexões pela analogia de Mohr (momentos de áreas -
momento do momento/EI)
A dupla integração da equação d2M/dx2 = -q(x) para obtenção de M = M(x), se-
guida da dupla integração da equação d2f/dx2 = M(x)/EI para obtenção de f = f(x), levou
Mohr a propor a seguinte analogia: encarando as ordenadas do diagrama invertido de
momentos fletores M = M(x), divididas pelo produto de rigidez EI, como um “carrega-
mento fictício” distribuído sobre uma “viga fictícia equivalente”, o diagrama de forças
cortantes fictício para tal carregamento virtual corresponderá às deflexões angulares
ϕ = ϕ (x), enquanto o diagrama de momentos fletores fictícios corresponderá à linha
elástica f = f(x).
P Exemplo 10.4.1 – Utilizando a analogia de Mohr, de-
a b terminar os valores máximos de deflexão angular e
(q) flecha para a viga bi-apoiada esquematizada na figu-
A ra.
L
RA=Pb/L RB=Pa/L Solução: o traçado do diagrama de momentos fletores
indica uma variação linear, à esquerda e à direita do
+Pb/L ponto de aplicação da carga P, onde atinge o valor má-
ximo Pab/L. Invertendo o desenho, dividindo suas or-
(Q) denadas pelo produto de rigidez EI e encarando a figu-
ra formada como uma distribuição de carga virtual (qv)
-Pa/L com dois trechos lineares, atingindo o valor máximo
Pab/LEI, aplicada a uma viga também fictícia, de
mesmas dimensões, as reações fictícias seriam obtidas
fazendo:
(M) (RA)V L = [½ (Pab/LEI)a](b+a/3) + [½ (Pab/LEI)b](2b/3);
+ (RA)V = Qv (0) = ϕ (0) = - (Pab/6L2EI)(a2 + 3ab + 2b2)=
= - Pb(L2 – b2)/6LEI;
Pab/L
Analogamente obtem-se:
(RB)V = QV(L) = ϕ(L) = +(Pab/6L2EI(b2 + 3ab + 2a2)=
= + Pa(L2 – a2)/6LEI, que correspondem aos ângulos
Pab/LEI
de deflexão da elástica nos dois apoios da viga.
qv ≡ (M/EI)
Para a determinação da flecha máxima calcula-
remos a ordenada x para a qual o ângulo ϕ da linha
(RA)v (RB)v elástica se anula, escrevendo:
xm (Pab/6L2EI)(a2 + 3ab + 2b2)=½ (Pbxm /LEI)xm, ou:
ϕ)
Qv ≡ (ϕ (xm)2 = (a/3L)(a2 + 3ab + 2b2); xm=√(L2 – b2)/3
Para levar em conta tais circunstâncias, a “viga virtual” auxiliar deve ser conjugada em relação à
real, como nos exemplos a seguir.
P
P
Viga Real
L a 3a
PL/EI Pa/EI
Viga Auxiliar
q(x) L
q
7
J - Deformações na Flexão
Exemplo 10.4.3 – Para o eixo mostrado na figura, de aço (E = 210 GPa) com diâmetros escalo-
nados pede-se determinar a flecha e o ângulo de deflexão na extremidade livre do balanço.
20 kN
700mm
900mm
10 kN
D = 137mm
d = 92mm
Solução:
O diagrama de momentos fletores é o repre- Os momentos de inércia do eixo valem
sentado abaixo:
30,00 em d=92mm → I = π (92)4/64 = 3,517 x 106 mm4
em D=137mm → I = π (137)4/64 = 17,29x106 mm4
2,479x10-3 m-1 +
M
700mm 900mm
A reação vertical fictícia V no engaste da viga auxiliar corresponde ao V
ângulo de deflexão na extremidade livre da viga real:
ϕ = V = ½ (8,262 – 2,479) x10-3 x 0,700 + 2,479x10-3 x 0,700 + ½ 12,19 x 10-3 x 0,900 = 0,009245 rd
= 0,53º
f = M= [½ (8,262 – 2,479) x10-3 x 0,700] x [0,9 + (2/3) 0,7] + [2,479x10-3 x 0,700] x (0,9 + ½ 0,7) +
-3
+ [½ 12,19 x 10 x 0,900] x (2/3)0,9 = 0,008227 m = 8,23 mm
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J - Deformações na Flexão
10.5 – Método da Energia.
A energia armazenada sob a forma potencial elástica em uma
peça carregada iguala o valor do trabalho realizado pelos esforços δ
externos (forças e momentos) ao se deslocarem em suas direções pela
deformação da estrutura (por deslocamentos lineares ou angulares, P
respectivamente).
No caso de um corpo submetido a uma única força ativa (ou conjugado), o cálculo do tra-
balho W realizado será obtido efetuando o semiproduto da força (ou momento) pelo deslocamento
linear (ou angular) no sentido do esforço (W = ½ P δx ou W = ½ M δϕ). Computada a energia total
armazenada pela estrutura e igualada ao trabalho realizado, poderá ser determinada a deformação
no local de aplicação do esforço (os esforços reativos não trabalham).
A energia U armazenada em uma viga, submeti- dx
da à flexão reta cujo momento fletor M = M(x) é co-
nhecido em cada seção, será determinada por integra-
ção ao longo do volume V da peça, levando em conta
que: y
U =ΙΙΙ ½ (σ2/ E) dV. dA
Como na flexão reta, σ = (M/I)y, e fazendo dV
= dA dx, teremos:
σ
U = (1/2E)ΙΙ(M2/ I2)y2 dA dx.
Efetuando a primeira integração ao longo de uma
dada seção (onde M, I e dx são invariantes), temos: Fig. 10.5.1 – Energia na Flexão.
U = (1/2E) Ι(M2/ I) dx ......................................................... (10.5.1)
P Tomando como exemplo o caso de uma viga engas-
tada submetida a uma carga concentrada P na extremi-
dade livre teremos:
x f
L Ι
M = - P (L – x) e U = (1/2EI) 0 L P2 (L-x)2 dx
ou seja, U = (1/6EI)P2 L3 = W = ½ P f, obtendo-se
f = PL3/ 3EI
Considerando agora o caso de uma viga bi-apoiada,
δP1 P2
como mostrado na fig. 10.5.2, submetida às duas forças
P1
P1 e P2 assinaladas, cujos pontos de aplicação se deslo-
cam nas distâncias f1 e f2, respectivamente, quando a
viga se deforma, produzindo tais flechas, a energia U
armazenada (igual ao trabalho das forças aplicadas de f1 f2
forma gradativa, crescendo de zero até seu valor final) δf1
será dada por: δf2
U = ½ P1 f1 + ½ P2 f2 ..................................................................................
Fig. 10.5.2 – Método da Energia. (a)
Se, após as forças P1 e P2 atingirem seus valores finais, admitirmos que um pequeno in-
cremento δP1 fosse dado ao valor de P1, tal acréscimo provocará pequenas variações nas fle-
chas (δf1 e δf2), acarretando um incremento na energia armazenada, de valor:
9
J - Deformações na Flexão
U + δU = ½ δP1 δf1 + δP1 f1 + ½ P1 f1 + ½ P2 f2 ..........................................(c)
Como a energia de deformação deve ser a mesma, independentemente da ordem
de aplicação das forças, da igualdade (a) + (b) = (c) tiramos:
P1 δf1 + P2 δf2 = δP1 f1 , que, levada em (b) nos fornece: δU = ½ δP1 δf1 + δP1 f1,
ou seja: f1 = δU / δP1 – ½ δf1. No limite, quando δP1 → 0, tornando δf1 → 0, e considerando
que U é função tanto de P1 como de P2 teremos:
f1 = ΜU/Μ
ΜP1 ................................................................... (10.5.1)
Como U = (1/2E)Ι (M
( 2/ I) dx ........................................................................................
(10.5.2)
Efetuando a derivação parcial proposta em 10.5.1 teremos:
Uma dedução análoga seria feita para estabelecer a expressão que permite calcular o
ângulo ϕ de inclinação da linha elástica numa dada seção, imaginando a existência de um con-
jugado de momento M1 aplicado na seção correspondente, computando a energia total armaze-
nada em função do carregamento (e do momento aplicado), efetuando a derivação parcial e, ao
final, fazendo M1 = 0:
ϕ1 = ΜU/Μ
ΜM1 = (1/E) Ι(M// I) ΜM/Μ
ΜM1 dx .....................................
(10.5.4) w
L x
F
D
Barra de Torção G F K = πGD4/32L
d
R F
Mola de Torção K = G d4/64 n R3
F
G
n espiras
E F
b
Barra Chata de Flexão h K = E b h3 / 4 L3
L x
2a F
Feixe de Mola
Flexão x K = 8 E b h3 / 37 a3
4a
6a
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J - Deformações na Flexão
13
J - Deformações na Flexão
Integrando ϕ=df/dx obtem-se f =(q/48EI)(-2x4 + 3Lx3-L3x), que, para x = 0,42154L fornece fmáx
=qL4/185EI. * - a inversão do sentido positivo para a ordenada x implica na troca dos sinais para as
flechas f e os ângulos ϕ..
Exemplo 10.7.2 – Para a viga contínua sobre três apoios
P/2 P/2 e submetida às forças concentradas mostradas, pede-se
traçar o diagrama de momentos fletores.
Exemplo 10.7.4 – Determinar o maior valor alcançado pelo momento fletor nas vigas da estrutura
mostrada (tipo “grelha”), com duas vigas de mesmo material, mesma seção transversal, mesmo com-
primento L, sendo uma (AB) bi-apoiada e a outra (CD), engastada em C e livre em D, onde se aplica a
carga P.
L/2
P
L/2
L/2 C
A
L/2
D
B
Solução: designando por F a força de contato desconhecida entre as duas vigas, os diagramas de car-
gas para cada uma delas será:
F P
A B D f2 C
f1
F
P (2/3)P C
A
F = (5/3)P
F = (5/3)P -(1/6)PL
B
D -(1/2)PL (5/6)P
(5/6)P
(5/12)PL
Resposta: o maior valor do momento fletor negativo (1/2)PL ocorre na viga CD, no contato entre as
duas vigas. O maior momento positivo(5/12)PL ocorre no meio do vão da viga AB.
M
M
10.8 – Cargas Dinâmicas. Choque
Quando a aplicação da carga na estrutura não se dá estaticamente (ou seja, não cresce lenta-
mente, desde zero até seu valor final), dando-se de forma repentina (choque), as tensões máximas ocor-
rentes serão aumentadas. Adota-se a hipótese conservativa de que toda a energia mecânica do esforço
de impacto se converta em energia elástica armazenada pela estrutura ao alcançar sua configuração de
máxima deformação (situação mais desfavorável, já que não teriam sido consideradas as energias per-
didas no choque, por vibrações ou recuperadas por ricocheteamento do objeto impactante).
Seja, por exemplo, o caso de uma estaca de comprimento L e área de seção A,
engastada na base e que receba o impacto (↓) na extremidade livre com uma e-
H nergia U (cinética = ½ mv2 = mgH, após uma queda livre de uma altura H). Ao
atingir a deformação máxima δmáx (↓) por compressão após o impacto, a energia
armazenada na estaca valerá:
U = ½ [K]( x )2 = ½ [EA/L]( δmáx )2 = ½ (σmáx )2 AL/E, sendo AL = V
(volume da estaca). Teremos, portanto:
L
σmáx =[ 2 E U / V ]1/2 ......................... (10.8.1)
No caso de o impacto ser no sentido transversal (→), a estaca flexionará como
uma viga engastada e, quando a extremidade atingir a flecha fmáx (→) teremos:
U = ½ [ 3EI/L3](fmáx )2. Como σmáx = (Mmáx/I)y* e I = Ar2, onde y* é a
distância à linha neutra da fibra mais afastada e r o raio de giração da seção, ob-
tem-se:
Fig.10.8 - Bate-estaca
σmáx =[ 2 E U / ξ V ]1/2 onde ξ =1/3 (r / y*)2 ...(10.8.2)
Note que, quanto maior o volume da peça (*) , menor a tensão alcançada.
Para uma estaca de seção circular de diâmetro d, y* = ½ d, r = d/4 e ξ = 0,1667.
Tratando-se de uma seção retangular (bxh), y* = ½ h, r = 0.2887h e ξ = 0, 1111 → (1/9)
(*) de seção uniforme
m Exemplo: 10.8.1 – Um objeto de peso P = 2,0 kgf
(m = 2,0 kg) cai de uma altura H = 6m sobre o meio
do vão de uma viga de aço (E = 200 GPa), bi-apoiada
H
de comprimento L = 4m, com seção retangular b= 60
mm x h = 100mm. Calcular a máxima tensão normal
f despertada pelo choque.
½L ½L
3 f ϕ =-wL3 / 24EI f = - w L4 / 30 EI
ϕ
ϕ
f
4 ϕ = + ML / EI f = + ML2 / 2 EI
M
P
ϕΑ ϕΒ
5 ϕΑ =-PL2 / 16 EI f = - PL3/ 48 EI
f
L/2 L/2 ϕΒ =+PL2 / 16 EI
xm P
ϕΑ ϕΒ
ϕΑ =-Pb(L2 – b2) / 6 LEI
2 2 3/2
6 f= - P b (L - b )
f ϕΒ =+Pa(L2 – a2)/ 6 LEI 9√3 LEI
a b
para xm = √(L2- b2)/3
q
ϕΑ = - qL3 / 24 EI
7 ϕΑ ϕΒ ϕΒ =+ qL3 / 24 EI f = - 5 q L4 / 384 EI
f
P/2 P/2
a b a
8 ϕΑ ϕΒ
f a ser preenchido pelo estudante a ser preenchido pelo
estudante
xm M
ϕΑ = - ML / 6 EI f = - ML2 / 9√3 EI
ϕΑ ϕΒ
f 19
J - Deformações na Flexão
9 ϕΒ =+ ML / 3 EI para xm = L / √ 3
q
A = B = (3/16)qL
6 C = (5/8)qL f = - qL4 / 2960 EI
(MMAX)(+) = +(9qL2/512)
A L/2 L/2 (MMAX)(-) = - qL2/32
B
C
Outros programas para análise estrutural estão disponíveis pela Internet (vide – SAP – Structu-
ral Analysis Program – SAP 2000 V. 7.42). Pesquise também sites do American Insitute of Steel Cons-
truction, Inc (www.aisc.org/ ) e da Aço Minas (www.acominas.com.br/perfis/index).
21
J - Deformações na Flexão
Seleciona barra/nó
Insere barra
Insere nó
Insere cota
Aciona o Grid
Espaçamento entre
pontos do Grid
Snap
Atrai o cursor para os
H V x y Grid x y pontos do Grid
22