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PRODUTO FINAL
CDU 628.1/.3(81)
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Karl A. Boedecker – Fundação Getulio Vargas
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CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
EQUIPE TÉCNICA
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SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO ............................................................................................................... 16
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2.2.2. Evolução do Marco Regulatório do Saneamento no Brasil........................... 61
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7
4.3.2. Perdas em Distribuição e Cobertura de Hidrometração .............................. 151
8
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5.3.5. Análise dos Municípios Maduros / Regiões Sul- Sudeste ........................... 216
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6.2. Medição de Impacto no Bem-Estar ............................................................... 246
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ANEXOS
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3.5. Conclusão ....................................................................................................... 328
4.1- Análise Global: Impacto no Desempenho Operacional das Empresas ...... 342
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ANEXO 7- Questionários ................................................................................................ 419
ANEXO 11- Metodologia para Medição de Impacto ou Resultados Finais ................ 483
11.1. Metodologia Para Medição de Impacto: Serviço de Água Potável ............. 483
11.3.2. Análise das Variáveis que Determinam o Excedente do Consumidor. ...... 489
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ÍNDICE DE QUADROS
QUADRO 2.11 - Investimentos dos prestadores e suas fontes, SNIS 2006. ................. 82
QUADRO 2.14 - Principais Casos de Envolvimento Estadual nos Processos PSP ...... 94
QUADRO 2.15 - Resumo dos Principais Elementos dos Tipos Contratuais ................. 98
QUADRO 7.4 - Resultado Primário (em R$ 1.000 de Dezembro de 2006) .................... 263
QUADRO 7.5 - Resultado Primário (em R$ 1.000 de Dezembro de 2006) .................... 264
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ÍNDICE DE TABELAS
TABELA 2.4 - Gasto Federal com Saneamento por Órgão milhões (r$). ....................... 79
TABELA 3.2 - Prazos do Contrato e Datas Relevantes do Processo Prévio ............... 113
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TABELA 5.5 - Número de Ligações Ativas e Municípios por Estrato. ......................... 162
TABELA 5.7 - Estratos, Zonas, Municípios Sorteados e Alocação da Amostra ......... 167
TABELA 5.11 - Distribuição das Rendas nos Municípios da Pesquisa. ...................... 175
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TABELA 5.15 - Avaliação das Mudanças na Qualidade de Serviço nos Atributos
do Esgoto ................................................................................................ 186
TABELA 6.1 –Distribuição das Taxas de Crescimento Real Anual das Tarifas
Residenciais para um volume de 10 m³/mês ........................................ 242
TABELA 6.2 - Distribuição das Taxas de Crescimento Anual das Tarifas Médias
Reais do serviço de Água ....................................................................... 242
TABELA 6.6 - Lista dos Municípios com Informações Úteis ......................................... 249
TABELA 8.3 - Renda per capita dos 40% mais Pobres da População (R$ ano
2000), segundo o Cumprimento de Meta de Cobertura de Água .......... 273
TABELA 8.4 - Renda per capita dos 40% mais Pobres da População (R$ ano
2000), segundo o Cumprimento de Meta de Cobertura de Esgoto ....... 274
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TABELA A1.12 - Impacto da Cobertura de Água Segmentado por Tamanho ............. 307
TABELA A1.13 - Impacto da Cobertura de Água Segmentado por Maturidade ........... 307
TABELA A1.15 - Impacto da Cobertura de Esgoto Segmentado por Tamanho .......... 308
TABELA A1.16 - Impacto da Cobertura de Esgoto Segmentado por Maturidade ....... 308
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TABELA A.2.4- Coberturas de Micromedição por Concessionária ............................. 317
TABELA A5.1 – Distribuição das Taxas de Crescimento Real Anuanl das Tarifas
Residenciais para um Volume de 10 m³/mês ..................................... 380
TABELA A5.12 - Índice de Evolução da Tarifa Média Residencial Real 10 m³ ............ 400
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TABELA A11.2 - Lista dos municípios com informações úteis .................................... 489
TABELA A11.3 – Geração de Novas Economias Serviço de Água Potável ................. 490
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TABELA A11.8 - Mudanças no Excedente do Consumidor em Novas Conexões ..... 497
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ÍNDICE DE GRÁFICOS
GRÁFICO 2.3 - Impacto das tarifas relativas de água e esgoto sobre o consumo
doméstico Países da OCDE e Brasil...................................................... 76
GRÁFICO 3.6 – Critério Segundo o Qual Foi Qualificada a Proposta Comercial ....... 120
GRÁFICO 3.11 - Composição de Metas por Caso Prestação Integral do Serviço. ..... 133
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GRÁFICO 3.12 - Composição de Metas por Caso por Ano de Assinatura do
Contrato – Prestação Integral do Serviço. .......................................... 133
GRÁFICO 4.2 - Análise Antes e Depois, Economias por funcionário Equivalente .... 150
GRÁFICO 4.3 - Análise Antes e Depois, Perdas Porcentuais em Distribuição ........... 152
GRÁFICO 5.4 - Atributos da Água, Concessões Não-Maduras / Baixa Renda .......... 191
GRÁFICO 5.5 - Atributos da Água, Concessões Não-Maduras / Não-Baixa Renda ... 192
GRÁFICO 5.6 - Atributos do Esgoto – Concessões Não-Maduras / Baixa Renda ..... 193
GRÁFICO 5.10 - Prova Ácida de Comparação Concessões Maduras/ Região CO ..... 199
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GRÁFICO 5.17 - Prova Ácida de Comparação Concessões Maduras / Região N ........ 209
GRÁFICO 5.18 - Avaliação Total Empresa Concessões Maduras / Região N .............. 210
GRÁFICO 5.25 - Prova Ácida de Comparação Concessões Maduras / Região S-SE .. 219
GRÁFICO 5.26 - Avaliação Total Empresa Concessões Maduras/ Região S-SE ........ 220
GRÁFICO 5.32 - A qualidade da água encanada da rua que você recebe em sua
casa é: ................................................................................................... 229
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GRÁFICO 5.39 - Concorda com a seguinte afirmação: Atualmente há mais falhas
no abastecimento de água ................................................................... 233
GRÁFICO 5.41 - Desde que sua casa está conectada aos serviços de água, você
está... ..................................................................................................... 234
GRÁFICO 5.47 - Qual das seguintes alternativas você escolheria? ............................. 237
GRÁFICO 8.1 - Renda per capita de 40% da População mais Pobre por Município¹ ... 273
GRÁFICO A1.2 - Cobertura e Equação de Ajuste para o Serviço de Água ................. 303
GRÁFICO A1.3 - Cobertura e Equação de Ajuste para o Serviço de Esgoto .............. 304
GRÁFICO A2.1 - Evasão Anual de Receita antes e depois da psp .............................. 312
GRÁFICO A2.2 - Evasão de Receita Anual Média 2004-2006, Empresas Pequenas ... 313
GRÁFICO A2.3 - Evasão de Receita Anual Média 2004-2006, Empresas Grandes ...... 313
GRÁFICO A3.1 - Antes e Depois da psp - Economias por funcionário Equivalente... 321
GRÁFICO A3.2 - Economias por funcionário em 2006 - Empresas Grandes .............. 322
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GRÁFICO A3.8 - Perdas em Distribuição por Ligação - Empresas Grandes .............. 327
GRÁFICO A3.9 - Perdas em Distribuição por Ligação - Empresas Pequenas ............ 327
GRÁFICO A5.2 – Evolução da Tarifa Média de Água para Casos Fora de Faixa ......... 383
GRÁFICO A5.3 - Porcentagem de Empresas que possuem Tarifa Social ................... 384
GRÁFICO A5.4 - Aplicação da Tarifa Social Segundo Faixa de Consumo .................. 384
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ÍNDICE DE FIGURAS
FIGURA 3.2 - Identificação das Fases Prévias ao Início de Operação de uma PSP .... 108
FIGURA A11.4 - Mudança no excedente dos usuários conectados existentes ........ 485
FIGURA A11.7- Mudança no excedente dos novos usuários conectados .................. 487
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APRESENTAÇÃO
Esse QUADRO geral das deficiências de acesso aos serviços não qualifica
adequadamente o público desassistido. Será que os domicílios sem acesso aos serviços
concentram-se naqueles cujos responsáveis economicamente são do sexo feminino? Ou
concentram-se naqueles com mais baixa escolaridade? Existe um perfil típico sócio-
econômico de domicílios ou população que não têm em acesso aos serviços nas regiões do
Brasil?
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mas sim apresentar informações, análises e fatos que contribuam com maior objetividade
técnica para esta discussão.
Estrutura do Relatório
1
TDR: Termo de Referência.
2
PSP: Participação do Setor Privado.
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O Capítulo 7 teve por objetivo investigar se houve impacto fiscal para Estados ou
Municípios, enquanto poder concedente, decorrente da PSP, para responder à terceira
pergunta formulada no TDR. Foram analisadas a evolução da dívida consolidada líquida, do
resultado orçamentário, do resultado primário e das despesas com o serviço da dívida, bem
como o comportamento dos gastos com saúde e educação, antes e depois do início da PSP
nos municípios. Ressalte-se que referida investigação tomou por base a análise de dados
secundários e, principalmente, de dados primários, a partir da verificação dos balanços e
documentos relativos à execução orçamentária dos municípios.
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A participação do setor privado no setor também pode ter sido motivada por razões
relacionadas à política fiscal e, nesse sentido, a análise procurou identificar todas as
variáveis que, nesse contexto, poderiam estar presentes ao longo do processo.
• Pergunta 1:
Qual é o impacto da PSP no desempenho das empresas em fornecer os
serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário?
• Pergunta 2:
Qual é o impacto da PSP nos domicílios em relação ao acesso e à qualidade dos
serviços prestados?
35
• Pergunta 3:
Qual é o impacto fiscal da PSP?
De acordo com a perspectiva do Consórcio, existe uma quarta pergunta que o TDR
menciona mas que não está destacada. Esta pergunta diz respeito à forma pela qual as
diferentes modalidades de PSP e os arranjos institucionais afetam os resultados globais da
PSP. Existem outras perguntas relacionadas a este tema, tais como: quais são os aspectos
que mais influem nos resultados, quais são os temas associados ao entorno regulatório que
devem ser melhorados no futuro no momento de desenhar uma PSP? No trabalho
desenvolvido pelo Consórcio, há um conjunto de análises destinadas explicitamente a
responder a este conjunto de perguntas.
São 54 casos de municípios com PSP a serem analisados pelo estudo, de acordo com
o TDR, divididos, conforme a modalidade, da seguinte forma:3
3
As modalidades de PSP serão explicadas e discutidas com mais amplitude no Capítulo 2.
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Número de
Municípios Envolvidos Nome Operadora Estado Região Modalidade
habitantes (2006)
Primavera do Leste Águas de Primavera Mato Grosso Centro-Oeste Concessão Plena 60.059
Sorriso Águas de Sorriso Mato Grosso Centro-Oeste Concessão Plena 50.617
Arenápolis Águas de Arenápolis Mato Grosso Centro-Oeste Concessão Plena 10.167
Juscimeira Águas de Juscimeira Mato Grosso Centro-Oeste Concessão Plena 12.889
Águas de
Marcelândia Mato Grosso Centro-Oeste Concessão Plena 18.634
Marcelândia
Nova Xavantina Setae Mato Grosso Centro-Oeste Concessão Plena 17.331
Águas de Pontes e
Pontes e Lacerda Mato Grosso Centro-Oeste Concessão Plena 42.428
Lacerda
Águas de Santa
Santa Carmem Mato Grosso Centro-Oeste Concessão Plena 4.410
Carmem
Águas de União do
União do Sul Mato Grosso Centro-Oeste Concessão Plena 5.834
Sul
Mato Grosso
Campo Grande Águas Guariroba Centro-Oeste Concessão Plena 765.245
do Sul
Santa
Itapema Águas de Itapema Sul Concessão Plena 35.990
Catarina
Sanarj -
Araújos Concessionária de Minas Gerais Sudeste Concessão Plena 6.742
Saneamento Básico
Águas de Bom
Bom Sucesso Minas Gerais Sudeste Concessão Plena 17.501
Sucesso
Paraguaçu Coságua Minas Gerais Sudeste Concessão Plena 20.747
Paranaguá Águas de Paranaguá Paraná Sul Concessão Plena 147.933
Manaus Águas do Amazonas Amazonas Norte Concessão Plena 1.688.524
Alienação Parcial
Palmas SANEATINS Tocantins Norte 220.888
de Capital
Contrato de
Fortaleza Hidrosistem Ceará Nordeste 2.416.919
Gestão
Fonte: Elaboração dos Autores
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necessário estabelecer indicadores que permitam medir quantitativamente se, finalmente, os
objetivos foram atingidos e em que grau isto ocorreu. A identificação e a seleção destes
indicadores e variáveis foram realizadas em função de uma análise das relações de causa e
efeito existentes entre os objetivos associados e a disponibilidade de informações confiáveis
requeridas para sua medição.
OU INTERMEDIÁRIOS
Variáveis
• Mudanças no bem-
• Ligações, volumes de consumo, estar dos usuários:
qualidade da água, atendimento a
• melhorias em saúde e
usuários, etc.
• Contribuir e atrair financiamento meio ambiente
para investimentos, liberar • reduções de custos de
recursos fiscais abastecimento, etc.
• Indicadores específicos de gestão.
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Além disso, as análises qualitativas cumpriram uma função relevante em todo o estudo
realizado pois o conhecimento adquirido de cada situação permitiu validar, desprezar ou
relacionar os resultados que iam sendo obtidos a partir da revisão de informação
quantitativa.
No caso em que se contava com uma série de dados para períodos de tempo
distintos, o que aconteceu em poços casos, a metodologia privilegiou as análises que
compararam a situação anterior e posterior ao início das operações da PSP. Com este
propósito estabeleceu-se a situação contrafactual (sem PSP) a partir de uma projeção
estatística dos dados históricos disponíveis de cada empresa onde foi possível obter
informação minimamente confiável da situação anterior. Esta metodologia foi utilizada para
ter uma medida do impacto final no bem-estar de um conjunto de concessões plenas, além
de servir para avaliar as mudanças ocorridas na evolução das coberturas após as PSP
serem instaladas.4
Por outro lado, com base no estudo da história e do entorno regulatório dos casos
examinados, incluindo a leitura dos editais de licitação e dos contratos, foi elaborada uma
análise qualitativa no sentido de se obter uma visão conjunta das principais características
econômicas e regulatórias.
4
Nestes casos, apesar de contar com maior informação que outros indicadores, a quantidade de dados não permitiu
separar o período prévio à PSP entre duas situações - antes da PSP e na transição para PSP - como aconselham alguns
trabalhos acadêmicos.
5
A realização de pesquisas domiciliares para levantar estes aspectos era uma exigência do TDR, e se tornou
imprescindível ante a falta de informação confiável e ao mau resultado obtido na coleta de dados com os concessionários
sobre indicadores de qualidade de serviço e atendimento.
41
Portanto, a partir das análises efetuadas, não é possível avaliar impactos e obter
conclusões em termos individuais, apesar de que muitos dos exercícios foram realizados
caso a caso. Deste modo, os resultados alcançados pela PSP devem ser considerados em
âmbito global e segundo algumas segmentações como tamanho, maturidade,6
características do entorno regulatório, etc. Ademais, a análise efetuada permite identificar
algumas das razões que explicam as diferenças entre as diversas PSP, com impactos
positivos e negativos.7 Outro subproduto importante do estudo é a base de dados construída
durante seu desenvolvimento, que será útil para posteriores investigações, aprofundando e
complementando as análises realizadas.
6
Maturidade é a medida, em quantidade de anos, que a empresa privada leva operando a concessão. A hipótese por trás
da utilização desta variável fundamenta-se no período que a empresa privada leva, após o início da concessão, para obter
resultados. Com base na análise das datas de início de operação dos contratos e de acordo com a discussão que existe
sobre este tema a nível internacional, considerou-se que no caso do Brasil uma PSP pode classificar-se como não madura
se possui uma idade inferior ou igual a 3 anos, contados de junho de 2006 até a data em que começou sua operação.
7
Vários são os aspectos que influenciam o resultado de uma PSP como demonstram a teoria e a prática sobre regulação e
contratos. Sendo assim, a análise efetuada buscou indagar quais desses aspectos apareceram com mais força e
freqüência.
8
Uma das informações adicionais essenciais deste trabalho diz respeito a cuidados na identificação da população e dos
domicílios atendidos pela PSP. A estratégia adotada para inferir a população e o número de domicílios nos anos em que
não há Censo DemoGRÁFICO é apresentada no Anexo 10.
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Estes problemas foram verificados em todos os tipos de variáveis, destacando que há uma grande taxa de não-respostas
nas variáveis correspondentes a indicadores de qualidade dos serviços.
43
• Foram incorporadas estatísticas provenientes de fontes secundárias, em
especial as pesquisas e censos demoGRÁFICOS realizados pelo IBGE.
Deve-se mencionar que houve uma grande variabilidade entre os distintos casos, em
relação ao grau de êxito obtido em termos de quantidade e qualidade das respostas
recebidas. A TABELA 2 apresenta um resumo do êxito alcançado segundo o tipo de
contrato.10
10
Foram incluídos dentro do grupo de “concessões integrais” os contratos tipo Concessão Plena, Concessão Parcial e
Alienação Parcial de Capital, que somam um total de 36 contratos. Dentro de “outros contratos” enquadram-se as
modalidades BOT e o contrato de gestão existente em Fortaleza (CE).
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11
A falta de informação histórica a respeito de tarifas é responsabilidade preponderante das prefeituras ou contratantes,
pois as concessionárias não tiveram acesso a este histórico.
45
1.6.5. Conclusões a respeito da Coleta de Informação e Recomendações
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Contudo, é no segundo governo de Getúlio Vargas, a partir do início dos anos 50, que
se observa um esforço concentrado para a consolidação de uma indústria de base a partir
dos investimentos estatais, tendo como ícones desse processo, de um lado a Petrobrás e a
Companhia Siderúrgica Nacional, e, de outro, o Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e a Instrução 70 da Superintendência da Moeda e Crédito (SUMOC) como
indutores dos projetos de infra-estrutura e do desenvolvimento industrial como um todo12.
Após a morte de Vargas, a ampliação dos investimentos estrangeiros para alavancar o
processo de industrialização foi viabilizada com a Instrução 113 da SUMOC13, muito
utilizada durante o Governo Juscelino Kubitschek (JK) para viabilizar a implantação do Plano
de Metas14.
47
capitais externos e uma grave crise fiscal, inaugurando uma longa fase de extrema
instabilidade macroeconômica.
Vale lembrar que o início dos anos oitentas é marcado pela crise da dívida externa e
pelo esgotamento de um modelo de financiamento do Estado brasileiro e, pela primeira vez
na agenda nacional, surge a questão do Déficit Público, o qual marcaria, a partir daí, os
debates sobre os rumos da economia brasileira, bem como sobre o papel do Estado na
economia. O estancamento do financiamento público teve profundos impactos sobre os
setores de infra-estrutura, em termos da deterioração de suas atividades e da escassez de
inovações e melhorias.
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Não é exagero afirmar que o Estado brasileiro atuou como um freio aos investimentos
e ao desenvolvimento durante o período. Instauraram-se mecanismos perversos que
tornavam temerosas as decisões de investimento privado, em um contexto de inviabilidade
fiscal e financeira do Estado e de instabilidade da política econômica, com predominância de
medidas de curto prazo.
Simonsen (1992)16 fez uma análise da conta corrente do governo para indicar os
fatores que conduziram à deterioração das finanças públicas e, por conseguinte, da
capacidade de poupar do governo. As receitas fiscais caíram e foram diminuídas também
pelo efeito da inflação sobre elas, apesar do encurtamento de prazos de pagamento.
15
Trata-se de uma opção de política econômica oposta àquela adotada à época do Plano de Metas, que priorizou o
desenvolvimento industrial em detrimento da estabilidade econômica. Segundo Lessa (1981, p.30), um dos fatores
objetivos da citada priorização foi a inexistência de “conflito entre os propósitos da política e os interesses dos setores mais
dinâmicos da classe empresarial”.
16
SIMONSEN, Mário H. (1992) A conta corrente do governo: 1970-88 in FORUM NACIONAL, Crise do Estado e retomada
do desenvolvimento, Rio de Janeiro, José Olympio.
49
O mercado de crédito internacional deixou de ser uma fonte de poupança para a
economia brasileira a partir do final de 1982, com a crise da dívida externa e, ao final dos
anos oitentas, enquanto a poupança pública caía de forma acentuada, o componente
privado da poupança crescia. Estes dois movimentos estiveram intimamente ligados pelo
aumento da dívida pública: o setor privado tornou-se credor do governo ao absorver os
títulos que este lançava no mercado.
Ainda segundo Simonsen (1992): "Por que o Brasil investe hoje menos do que na
década de 1970 é questão que se explica em parte por um choque externo: desde a crise da
dívida as fontes de poupança externa secaram. Há, no entanto, um outro aspecto mais
importante e pouco citado: a conta corrente do governo se deteriorou e o setor público, que
no passado contribuía significativamente para a formação de poupança interna,
transformou-se em despoupador. A crise da dívida justifica, em parte, a piora da conta
corrente do governo, mas apenas em pequena parte. O verdadeiro drama é que o governo
perdeu receita tributária real com o efeito Tanzi e, na hora errada, aumentou despesas de
custeio, sobretudo de pessoal".
Portanto, sem ajuste fiscal, a carga tributária e o endividamento público teriam que
crescer para manter o financiamento do Estado, ou então, para que fosse possível
equacionar as deficiências de recursos públicos sem essas alternativas, utilizar o “imposto
inflacionário”, possibilitando o adiamento do ajuste fiscal, com as nefastas decorrências que
essa prática pode ter sobre a renda dos grupos menos favorecidos sem acesso ao setor
bancário.
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Ano Educação e Cultura Habitação e Urbanismo Saúde e Saneamento Assistência e Previdência Total
Porém, no caso específico dos municípios, deve aqui ser destacado que, se do lado
da Receita houve um movimento organizado que determinou a participação da União, dos
Estados, dos Municípios e do Distrito Federal na Receita Tributária, o mesmo não ocorreu
do lado da Despesa. Não houve a formulação de um plano nacional que pensasse a
descentralização dos gastos, o que caracterizou um processo desordenado em que os
municípios foram assumindo um papel cada vez mais importante na composição do gasto
público, muito em função das dificuldades, cada vez maiores, de a União continuar
realizando esses gastos, decorrência direta do crescimento do Déficit Público.
É nesse contexto que se insere o Plano Real, reconhecido como a mais bem sucedida
experiência brasileira de estabilização. Diferentemente dos fracassados planos de
estabilização anteriores, o Plano Real partiu de um vigoroso ajuste fiscal implementado em
sua primeira fase, por meio do Plano de Ação Econômica (1993), o qual dava ênfase total
17
Tomando como referência os dados da Secretaria da Receita Federal (2006), em termos de competência de tributar, a
União concentra cerca de 70% da carga tributária, os Estados 26% e os Municípios 4%. Após as transferências
intergovernamentais, a receita disponível por esfera de governo é de 59% para União, 26% para os Estados e 15% para os
Municípios. Essa composição foi praticamente a mesma no período pós-Constituição de 1988.
51
ao ajuste das contas do setor público, cujos desequilíbrios eram identificados como
responsáveis pela inflação cronicamente elevada do país. O ajuste das contas públicas foi
conseguido tanto pelo aumento da receita como pelo corte de despesas (QUADRO 2.3).
52
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
18
Segundo Tigre et al (1999, p.217), trata-se de um processo associado à tendência de globalização e liberalização
econômica que, entre outros aspectos, priorizou a abertura comercial, tecnológica e financeira, a estabilidade econômica e
o processo de privatização dos serviços públicos na perspectiva da mudança do papel do Estado e da atração de
investimentos.
19
Medida provisória No 155 de 15 de março de 1990.
53
5) Permitir que a administração pública concentre seus esforços nas atividades em
que a presença do Estado seja fundamental para a consecução das prioridades
do Governo; e
6) Contribuir para o fortalecimento do mercado de capitais, através do acréscimo da
oferta de valores mobiliários e da democratização da propriedade do capital das
empresas que integrem o Processo.
Em 1995 foi aprovada a Lei de Concessões20, cujo objeto era a definição de regras
para a outorga e prorrogações de autorizações para exploração de serviços públicos, e que
marcou fase crucial no plano de privatizações. A partir daí, abriu-se uma fase de
privatização de serviços públicos, com a negociação de concessões em setores
extremamente interessantes para o setor privado, como o de telecomunicações e o de
energia elétrica.
A partir desta data, teve início a privatização dos serviços públicos, desta vez com um
diferencial importante: junto com a venda de empresas, seria preciso esboçar um plano de
regulação para os setores, de forma a evitar a constituição de monopólios privados nocivos
aos consumidores. O processo teve início com o setor elétrico, de propriedade do governo
federal. Como as geradoras de energia vendiam para distribuidoras estaduais, também
públicas, o processo foi um tanto mais conturbado pelos fatores políticos envolvidos,
especialmente quando emergiu a proposta de privatizar as estaduais também. O segundo
grande setor a ser privatizado, nesta fase, foi o de telecomunicações.
20
Lei n.º 8.987, de 13 de fevereiro de 1995.
21
Apesar de o programa brasileiro de privatizações ter arrecadado quase US$ 90 bilhões (o que, com a paridade cambial à
época representava cerca de R$ 90 bilhões), a dívida líquida do setor público subiu de 29,2% do PIB em 1994 para 50,5%
em agosto de 1999. A crise fiscal mostrava sua face.
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BRASIL. Public Service Concessions in Brazil. Brasília: Presidência da República, Secretaria de Assuntos Estratégicos –
SAE, 1995.
23
Fonte: http://www.bndes.gov.br/privatizacao/resultados/historico/history.asp
55
No setor de telecomunicações, após a realização de lances competitivos para a venda
de concessões para exploração do serviço B de telefonia celular, que entraria em
concorrência com a rede da então estatal Telebrás procedeu-se à venda desta última. Com
grande repercussão internacional, realizou-se um leilão único para venda da participação
majoritária da União no sistema Telebrás, que foi dividido em companhias de telefonia fixa,
celular e ainda a operadora de serviços de longa distância Embratel. Além da União, o
Município de Ribeirão Preto também alienou seu controle sobre a companhia telefônica
local. Nesta fase, também teve início o processo de desestatização de empresas estaduais
e de concessões estaduais e municipais, conduzido pelos respectivos governos, com forte
apoio do Governo Federal.
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Os dois quadrantes à esquerda do eixo vertical não são relevantes, pois referem-se a
projetos com interesse social negativo. Trata-se, portanto, de projetos que não deveriam ser
implementados.
O primeiro quadrante refere-se a projetos com interesse tanto privado quanto social.
Quando os projetos neste quadrante apresentam adequado retorno econômico atrativo para
o capital privado, dispensa-se o aporte de recursos públicos não onerosos no seu
financiamento, que pode ser feito exclusivamente com tarifas e receitas do próprio projeto.
Este é o caso típico em que a participação privada pode ser efetivada por meio da Lei de
Concessões (Lei nº. 8.987 de 1995).
Há ainda os projetos com possibilidade de retorno privado muito baixo ou nulo, mas de
elevado interesse público, cuja viabilidade e sustentabilidade requerem expressiva aplicação
de recursos públicos, bem como os projetos para os quais, mesmo que economicamente
sustentáveis, não se admite a cobrança de preços públicos diretamente dos beneficiários. A
participação privada nesses projetos também pode ser viabilizada através da Lei das PPP,
na modalidade de concessão administrativa, em que a contraprestação ao parceiro privado
fica integralmente a cargo do Poder Público concedente, o qual pode ou não buscar o
retorno integral ou parcial desse custo mediante a cobrança de tributo ou contribuição
específica (taxa ou contribuição de melhoria) dos beneficiários finais, conforme o caso.
O segundo quadrante mostra projetos com retorno econômico negativo, mas com
interesse social positivo. Em sendo papel do Estado prover esses projetos, como na
situação anterior isto também pode ser alcançado em parceria com o setor privado,
mediante concessões administrativas no âmbito da Lei das PPP ou, em certos casos,
mediante contrato disciplinado pela Lei de Licitações (Lei nº. 8.666 de 1993).
57
Note-se que a Lei de Licitações, embora constitua arcabouço básico de contratação do
setor privado pelo setor público, não oferece instrumentos adequados para a implantação e
operação de infra-estruturas que requeiram longos prazos de maturação, pois os contratos
regidos por essa Lei têm prazos limitados a cinco anos, isto é, essa Lei aplica-se somente
aos projetos que envolvam a execução de obras e/ou a prestação de serviços enquadrados
nesse prazo.
Existem ainda outras formas de parcerias entre o setor público e o setor privado no
Brasil, disciplinadas por outros instrumentos legais, com menor importância para a
discussão em tela. Podem ser citadas: a permissão, disciplinada pela Lei de Concessões, e
até mesmo a parceria com as OSCIP - Organização da Sociedade Civil de Interesse
Público, regida pela Lei nº. 9.790, de 1999, porém ambas têm pouca relevância na
delegação da operação de infra-estrutura de saneamento.
Assim, os dois instrumentos mais relevantes de participação privada são a Lei das
Concessões e a Lei das PPP. Borges e Neves (2005)24, por exemplo, defendem que, após a
lei 11.079, de 2004, passam a existir quatro modalidades de contratos de concessão no
Brasil:
Alguns Estados criaram sua própria legislação de PPP, por exemplo, o Estado de São
Paulo, onde as parcerias público-privadas são disciplinadas pela Lei Estadual 11.688 de
2004, que criou Unidade de PPP vinculada à Secretaria Estadual de Economia e
Planejamento.
24
Borges, Luiz Ferreira Xavier. Das Neves, Cesar. Parceria Público-Privada: Riscos e Mitigação de Riscos em Operações
Estruturadas de Infra-Estrutura. Revista do BNDES, Rio de Janeiro, V. 12, N. 23, P. 73-118, Jun. 2005.
25
Guasch, Jose Luis. Granting and Renegotiating Infrastructure Concessions: Doing it Right. Washington, D.C.: The World
Bank, 2004. 194 p.
58
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
Bolívia 0 em 0 2 em 17 0 em 5 1 em 2 3 em 24 12,5
Colômbia 0 em 0 0 em 0 28 em 44 0 em 7 28 em 51 54,9
Guatemala 1 em 1 0 em 0 2 em 2 0 em 0 3 em 3 100,0
Honduras 0 em 1 6 em 8 0 em 0 0 em 0 6 em 10 60,0
Jamaica 0 em 2 0 em 0 0 em 0 0 em 0 0 em 2 0,0
Panamá 0 em 0 0 em 0 1 em 5 0 em 0 1 em 5 20,0
Venezuela 1 em 3 0 em 0 1 em 1 0 em 0 2 em 4 50,0
Fonte: reprodução de Guasch (2004), cálculos efetuados pelos autores.
59
QUADRO 2.5 - Incidência de Renegociação Contratual no Setor de
Saneamento de Acordo com as Características
TOTAL SANEAMENTO
Critério de adjudicação
Menor tarifa 60% 82%
Maior pagamento 11% 67%
Critério de regulação
Investimentos obrigatórios 70% 85%
Indicadores de desempenho 18% 25%
Regime regulatório
Preço teto 42% 89%
Taxa de retorno 13% 15%
Entidade reguladora
Existente 17% 41%
Inexistente 61% 88%
Marco legal
Por lei 17% 55%
Por decreto 28% 83%
No contrato 40% 70%
Fonte: Guasch (2004)
• O critério de adjudicação foi a menor tarifa, em relação aos casos de maior valor
de outorga (sendo que, especificamente em saneamento, diferentemente dos
demais setores analisados, notou-se incidência de renegociação elevada sob
ambos os critérios de outorga);
• O critério de regulação foi baseado em investimentos, em relação aos casos de
uso de indicadores de desempenho;
• O regime regulatório foi de preço-teto, em relação aos casos de regulação por
taxa de retorno;
• Não havia agência reguladora;
• O marco legal foi estabelecido por lei, relativamente aos que utilizaram
instrumentos mais frágeis como decretos ou o próprio contrato.
60
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
Na década de 40, a União, por meio do Serviço Especial de Saúde Pública, (SESP),
passa a atuar de forma direta na implantação de serviços de água e esgotos, inicialmente
nas regiões de caráter estratégico para o esforço de guerra (2ª Guerra Mundial) e atingindo
quase todo o país nas décadas de 50 e 60. Desde então, a participação privada na
prestação dos serviços de saneamento deixou de existir, salvo uma ou outra experiência
isolada e pouco significativa do ponto de vista institucional.
61
A partir da década de 50, e mais intensamente nos anos sessentas, os municípios,
especialmente os mais desenvolvidos, assumiram a prestação dos serviços; nessa época
surgem os SAAEs – Serviços Autônomos de Água e Esgotos, entidades autárquicas
municipais, muitos deles organizados e administrados mediante convênios com a extinta
Fundação Serviço Especial de Saúde Pública (FSESP) e outros tantos criados por indução
de instituições financeiras que atuavam no setor, como o Banco Nacional de Habitação
(BNH) e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), para que pudessem ser
tomadores de recursos de financiamentos.
62
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
Em 1978 foram editados a Lei Federal nº. 6.528 e o Decreto nº. 82.587, que a
regulamentou, constituindo-se nos primeiros instrumentos de regulação econômica
autônoma dos serviços prestados pelas Empresas Estaduais no âmbito do PLANASA, que
até então eram auto-reguladas pelos seus controladores, com intervenção limitada do BNH
mediante os mecanismos de operação do SFS.
63
Segundo Jobim, 200626: “o sistema, na medida em que retirava autonomia municipal,
se universalizava. Por outro lado, o comportamento favorável da economia, os investimentos
realizados e a prática dos subsídios cruzados fizeram com que o Saneamento Básico no
Brasil se expandisse”.
O desequilíbrio financeiro das CESBs começou a ser evidenciado a partir do início dos
anos oitentas, com o agravamento da crise econômica que atingiu o país. Entretanto, outros
fatores diretamente relacionados ao modelo adotado para as ações de saneamento
influíram nesse desequilíbrio. Dentre eles, destacam-se:
26
Voto do Ministro Nelson Jobim na Ação Direta de Inconstitucionalidade 1.842-5 Rio de Janeiro.
64
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
• A renegociação das dívidas das CESBs e dos FAEs junto ao SFS, entre os anos
de 1993 e 1995, com a transferência dos créditos para o Banco do Brasil e a
assunção das dívidas pelos tesouros estaduais na maioria dos Estados;
• Subvenções públicas ou execução de obras, através de processos como Projeto
Alvorada, Prodetur, Pass-BID, Pró-Água e outras transferências voluntárias da
União;
• Aportes para aumento de capital e subvenções para obras dos tesouros
estaduais;
• Cooperação técnica e financeira da União para modernização e capacitação dos
prestadores de serviços estaduais e municipais, através do PMSS/Cidades;
• Abertura do capital por algumas CESBs e adoção de instrumentos de
governança corporativa (Sabesp, Sanepar e Copasa);
• Reestruturação administrativa e instituição de instrumentos e mecanismos de
regulação e controle externo por agências autônomas (Cagece, Compesa,
Caern, Sanesul).
65
Apesar dessas conquistas, parte das Companhias Estaduais de Saneamento enfrenta,
atualmente, sérias dificuldades para prestar o serviço requerido pela população, não
obstante os expressivos aportes de recursos dos caixas estaduais que freqüentemente são
utilizados para socorrer as empresas, inclusive nas despesas correntes.
66
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
67
2.2.2.5. A Lei Nº 11.107 e o Setor de Saneamento
A seguir são analisados os possíveis impactos da lei 11.107 de 2005 (Lei dos
Consórcios) em relação ao modelo das CESBs em vigência no país. Esta lei dispõe sobre
normas gerais para a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios contratarem
consórcios públicos para a realização de objetivos de interesse comum e dá outras
providências. Na lei 11.445, define-se gestão associada como sendo “uma associação
voluntária de entes federados, por convênio de cooperação ou consórcio público, conforme
disposto no art. 241 da Constituição Federal”.
Uma interessante possibilidade sugerida pela lei 11.445 de 2007 a partir da lei dos
consórcios diz respeito à criação de fundos de universalização pelos entes federados,
quando reunidos em consórcios públicos. Em seu art. 13, a lei estabelece que:
68
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
Apesar da indefinição legal conclusiva sobre a titularidade dos serviços, cuja matéria
ora se encontra sob apreciação do Supremo Tribunal Federal – o que contribui para a
permanência da fragilidade institucional do setor –, os resultados positivos da atividade de
regulação, em termos da melhoria da qualidade da prestação dos serviços de água e esgoto
(bastante recentes), justificam a ampliação destas experiências em todo o país.
27
Disponível em: www.abar.org.br
69
Municípios, pode comprometer a imagem institucional da agência perante a
sociedade e o próprio poder concedente.
ARSBAN Natal 5.346/01 CAERN - Companhia de Águas e Esgoto do Rio Grande do Norte
70
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
29
BARAT, J. O Financiamento da Infra-Estrutura Urbana: os Impasses as Perspectivas Institucionais, as Perspectivas
Financeiras. In: REZENDE, Fernando; PAULA Tomás B. Infra-Estrutura: Perspectivas de Reorganização - Financiamento.
Brasília: Ipea, 1998.
71
QUADRO 2.8 - Processos Federais de Financiamento nos Anos Noventas
PRONURB 1990-1994 FGTS e contrapartida População urbana em geral, com prioridade à baixa renda
PRÓ-
1995-2005 FGTS e contrapartida Preponderantemente áreas com famílias até 12 s.m.
SANEAMENTO
De maneira geral, Turolla (2002) defende que, para compensar a falta de legislação,
durante os anos noventas, o governo federal deu mais ênfase aos elementos modernizantes
da estrutura institucional que estavam contidos em processos como o PMSS – Processo de
Modernização do Setor de Saneamento. Assim, os processos executados pelo governo
federal lograram gerar incentivos no sentido de produzir um aumento da cobertura dos
serviços, sem, no entanto, produzir alterações estruturais que permitissem um novo salto na
organização e na gestão institucional dos serviços de saneamento.
O Programa Saneamento Para Todos, criado em 2005 por iniciativa do Ministério das
Cidades, apresentado em Resolução do Conselho Curador do FGTS, substituiu os
programas anteriores, como Pró-Saneamento, Pró-Sanear, Pró-Comunidade e FCP-San. A
unificação dos programas favorece a agilidade nas operações.
72
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
Outra medida de desoneração fiscal diz respeito à redução para vinte e quatro meses
do prazo de recuperação dos créditos de PIS/PASEP e COFINS sobre edificações
incorporadas ao ativo imobilizado.
73
2.2.5. Aspectos da Regulação Tarifária no Brasil
O Brasil, com renda per capita em torno de US$3.000/ano, tem limitações para a
geração dos recursos demandados pelo setor de saneamento. Esta limitação é responsável,
em parte, por um QUADRO em que, segundo dados de 2004 do IBGE, cerca de 9 milhões
de habitantes nas áreas urbanas e rurais não contavam com abastecimento de água e a
coleta chegava a apenas 48% da população, sendo que o tratamento atingia apenas 20%
dos esgotos gerados. Estes índices médios são ainda mais dramáticos para a população de
baixa renda e para os municípios menores. O déficit em saneamento se caracteriza pelo
baixo atendimento do abastecimento de água à população de mais baixa renda,
principalmente nas regiões menos desenvolvidas e nos municípios menores, e pelo baixos
níveis de cobertura pelos serviços de esgotamento sanitário.
Segundo o SNIS 2004, com tarifa média de água da ordem de US$ 0,50/m³ 33 e
esgoto da ordem de US$ 0,45 /m³ 34, a defasagem entre os custos de provisão dos serviços
de saneamento e as receitas no Brasil foi superada, isto é, naquele ano as receitas
superaram as despesas em 5%. Entretanto, esta defasagem diz respeito apenas aos custos
de manutenção e operação. Mesmo com tarifas relativamente baixas, o comprometimento
de renda com a conta de água e esgoto, no Brasil, já representa mais de 1% da renda per
capita, enquanto nos países da OCDE, por exemplo, este comprometimento varia entre 0,3
a 0,8%35 da renda (Ramos, 2002)36. A redução substancial do déficit de água e esgoto
acompanhada por política tarifária de recuperação dos custos de operação e manutenção
deverá elevar este comprometimento de renda, com o pagamento pelos serviços, a cerca de
2% da renda per capita.
30
OCDE 1999. Household Water Pricing in OECD Countries; ENV/EPOC/GEEI(98)12 /FINAL. OCDE. Paris
31
Estes limites podem variar em função de condições topográficas, em países muito montanhosos ou de ocupação pouco
adensada estes níveis não são possíveis de atingir.
32
Soma da tarifa de água e de esgoto.
33
Considerando o dólar comercial de 30/06/2004 (US$ 1 = US$ 3,11).
34
Vignoli, F. H. Legislação e execução orçamentária. In: Biderman, C; Arvate, P. Economia do setor público no Brasil. Rio
de Janeiro: Elsevier, 2004
35
Considerando-se taxas de câmbio de mercado
36
Ramos, M. 2002. O Impacto da Cobrança pelo Uso da Água no Comportamento do Usuário. Tese D.Sc., COPPE/UFRJ,
Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
74
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
Austrália
250
ItáliaGrécia
200 Par.Sul Suécia
Coréia Luxemburgo Inglaterra e País de
São Paulo
Gales
Espanha Suiça Finlândia
150 Brasil Escócia
França Dinamarca
Ceará Bélgica Holanda
Rep. Tcheca Alemanha
100 Hungria
50
0
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5
Tarifas médias de água+esgoto (US$/m³)
Fonte: RAMOS,2002
75
Os baixos níveis de renda da população tendem também a limitar as possibilidades de
repasse integral dos custos de coleta e tratamento dos efluentes para as tarifas de
saneamento. Uma análise comparativa da relação consumo doméstico e tarifas de água e
esgoto no cenário internacional e no Brasil, elaborada por Ramos (2002), com base em
dados da OCDE e do SNIS de 1999, é apresentada nos GRÁFICOS 2.2 e 2.3.
GRÁFICO 2.3 - Impacto das tarifas relativas de água e esgoto sobre o consumo doméstico
Países da OCDE e Brasil
350
Canadá
Estados Unidos
300
Japão
Austrália
250
consumo doméstico per capita (l/hab.dia)
Itália
Grécia
200
Suécia Bacia do Paraíba do Sul
Luxemburgo Coréia
São Paulo
Suiça
Espanha Finlândia Inglaterra e País de
150 Escócia Gales
Brasil
Dinamarca França
Holanda
Bélgica Ceará
Alemanha
Rep. Tcheca
100 Hungria
50
0
0,0000 0,0050 0,0100 0,0150 0,0200 0,0250 0,0300 0,0350 0,0400 0,0450 0,0500
Tarifas médias de água+esgoto/Renda per capita (%)
Fonte: RAMOS,2002
Há também uma questão relativa aos subsídios cruzados, que segundo alguns
estudos têm sido apropriados por consumidores (aponta-se 60% a 80% dos subsídios
cruzados), indivíduos que estão bem acima dos limites de pobreza, enquanto cerca de 80%
dos pobres ficam fora destes benefícios (Estache, 2002)37.
76
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
sempre que o valor real das tarifas seja reduzido pela evolução do poder de compra da
moeda.
Revisão tarifária, realizada ordinariamente. De acordo com Arnoldo Wald38 este evento
diz respeito à “definição, em respeito ao equilíbrio econômico-financeiro do contrato e a
cada período de alguns anos, de um novo nível tarifário, levando-se em conta as alterações
na estrutura de custos e de mercado da concessionária, os níveis de tarifa observados em
empresas similares no contexto nacional e internacional, os estímulos à eficiência e a
modicidade das tarifas”. A revisão tarifária pode ainda ser realizada em caráter
extraordinário, quando há motivos para tanto.
Há outros casos, mas de maneira geral se dão em caráter extraordinário, sem maiores
objetivos de incentivo à eficiência ou à universalização através de revisão tarifária. Assim,
de maneira geral, pode-se dizer que a regulação tarifária praticada no Brasil é incipiente.
38
Arnoldo Wald. Do Processo de Revisão Tarifária. Princípios e Premissas. Aplicação à Concessão Outorgada à
Consulente. In Direito das Concessões, v. 3, América, Rio de Janeiro, 2004, p. 382, citado por Águas do Amazonas (2005,
p. 13).
77
GRÁFICO 2.4 - Aplicações do Fundo de Garantia por
Tempo de Serviço, R$ milhões.
2.500,00
2.377,23
2.250,00
2.000,00
1.750,00
1.500,00
1.244,25
1.250,00
Pontes e Lacerda
Pontes e Lacerda
1.000,00
815,37
750,00
623,73
522,49 546,95
511,00
500,00 443,96
329,10
236,64
250,00 193,93
156,36
1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007(9)
Fonte: para dados de aplicações entre 1999 e 2007, Revista Conjuntura da Construção, Ano V número 4
(dezembro de 2007) pág. 29; para dados entre 1996 e 1998, Revista Conjuntura da Construção, ano II número 1
(março de 2004) pág 24; e para 1996, Carvalho e Pinheiro (2000, p. 69).
Obs: Os valores de 2007 vão até setembro. Os valores foram atualizados pelo IGP-DI até setembro de 2007.
78
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
Uma visão mais ampla requer elaboração. Por exemplo, relatório da Secretaria
Nacional de Saneamento Ambiental do Ministério das Cidades e da Secretaria do Tesouro
Nacional do Ministério da Fazenda39 apresenta os dados da TABELA 2.3. Estes foram
apresentados no relatório a preços constantes, os quais já são atualizados pelo IGP-DI da
época, e nesta elaboração foram trazidos a preços correntes até novembro de 2007 pelo
IGP-DI da Fundação Getulio Vargas.
Min Saúde 160,8 132,4 335,4 520,6 623,4 377,7 1940,5 732,2
Min Meio Ambiente 0,0 10,7 0,0 390,5 0,0 39,1 223,2 60,4
Min Integração 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 81,9 183,1 34,1
Fonte: SIAFI/SOF e GSF-IPEA/DIPOS. A Sepurb (Ministério do Planejamento, até 1998) e a Sedu (1999 a 2002,
Presidência da República) correspondem à atual estrutura do Ministério das Cidades. A elaboração original é de
IPEA/DIRUR, e atualização dos valores para correntes pelo autor.
Os valores são preços constantes de 2004, deflacionados mensalmente pelo IGP-DI.
39
SNSA/MC e STN/MF. O Financiamento do Saneamento Básico em 2003/04. Piloto de uma Nova Abordagem para o
Investimento Público no Brasil? Dezembro de 2004.
79
A série histórica resultante da junção das duas TABELAS precedentes é apresentada
no GRÁFICO 2.5.
2.676,0
2.500,00
2.000,00
1.551,3 1.521,2
1.500,00
1.332,2
1.171,4
500,00
222,9
-
1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
80
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
0,16
0,16
0,14
0,12
0,10
0,10
0,09
0,08
0,08
0,07
0,06
0,06
0,05 0,05
0,04
0,03
0,02 0,02
0,02
0,00
1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005
Para a avaliação do perfil das fontes dos investimentos, pode-se considerar o ano de
2006. Naquele ano, os prestadores de serviços de saneamento declararam, no SNIS, terem
realizado investimentos no montante de 4,53 bilhões de reais. Entre estes, a maior parte
correspondeu a recursos próprios (49,7%), sendo que os recursos não onerosos
representaram 30,4%.
81
QUADRO 2.11 - Investimentos dos prestadores
e suas fontes, SNIS 2006.
Valor
O principal choque tributário setorial dos últimos anos, realizado em 2004 sobre
alíquotas de contribuições sociais (PIS/PASEP/COFINS), fica visível na TABELA. Em
particular, a majoração das alíquotas tributárias sobre os prestadores contém importante
efeito negativo sobre os investimentos, eventualmente retirando recursos não onerosos que
foram transferidos aos mesmos através de verbas federais.
40
Fonte: Revista Conjuntura da Construção, Ano V número 4 (dezembro de 2007) pág. 29.
82
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
Um exercício simples pode ser feito. Suponha-se que, em 2006, o peso relativo dos
tributos na receita operacional total tenha sido o mesmo que foi calculado no SNIS 2003, de
7,14% (anterior, portanto, a majoração de alíquotas de PIS/PASEP/COFINS). Neste caso,
os prestadores deixariam de transferir ao fisco cerca de R$ 577,6 bilhões de reais, ou seja,
poderia ampliar seus investimentos em 13,87% naquele ano. O aumento da tributação,
portanto, contribui negativamente para a universalização da infra-estrutura de saneamento.
Para reverter este QUADRO, o país vem atuando por um lado na reformulação do
setor de saneamento e, por outro, na estruturação do sistema de gestão de recursos
hídricos, conforme disposto pela Constituição de 1988. A partir do início da década de 90,
estabeleceu-se um longo debate em torno da gestão de recursos hídricos nos níveis federal
e estadual, uma vez que o duplo domínio das águas impõe dois níveis de estruturação da
gestão. Finalmente, foi promulgada, em 1997, a Lei 9.433, que instituiu a Política Nacional
de Recursos Hídricos e criou o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos,
dando grande ênfase à participação dos usuários e da sociedade civil na gestão, além de
introduzir o instrumento da cobrança pelo uso da água. Esta lei foi complementada pela Lei
nº. 9.984, de 2000, que criou a Agência Nacional de Águas – ANA – e regulamentou alguns
outros aspectos da gestão relativos à outorga.
Em importante avanço, a Lei estipula que a água é um bem público dotado de valor
econômico, instituindo a cobrança pelo seu uso levando em consideração a sua escassez
enquanto recurso natural. A cobrança objetiva, em termos explícitos, a sinalização do real
valor de uso da água, o incentivo à racionalização desse uso e a geração de recursos para
processos e intervenções. Os instrumentos econômicos aplicáveis à cobrança pelo uso
abrangem o mecanismo de licenças negociáveis, em que é criado um mercado de licenças
que se assemelha a um second best de um mercado direto com suas vantagens de bem-
estar típicas. Nesse caso, a lei prevê a realização de um leilão por tipo de direito (captação,
lançamento e diluição, aproveitamento energético, etc.) e por localidade.
83
governo. Adicionalmente, o grau de liberdade na utilização dos recursos oriundos da
cobrança e a sua aplicação na bacia traz problemas adicionais.
A natureza do novo modelo baseado em bacias hidrográficas traz assim conflito com o
modelo estadualizado que persiste como herança do Planasa, com implicações
significativas sobre a definição do papel das CESBs no novo contexto. Esses conflitos
podem se tornar mais evidentes no caso de privatização das companhias estaduais. O
desenho da função regulatória também é afetado pelos papéis que devem ser assumidos
pelas entidades no nível das bacias.
84
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
Por sua vez, a Resolução 322 do Conselho Nacional de Saúde define quais os gastos
em saneamento que podem ser classificados como de saúde, para fins de cumprimento da
EC 29.
85
No QUADRO atual, quase 20% dos brasileiros não contam ainda com abastecimento
de água pela rede pública. O abastecimento de água com qualidade, atendendo aos
requisitos do Ministério da Saúde e de forma contínua, beneficia apenas 60% dos
brasileiros. Mais de 50% dos esgotos domiciliares não são coletados e menos de 25% são
tratados, antes de serem devolvidos ao meio ambiente. Segundo dados do DATASUS,
cerca de 70% das internações infantis hospitalares no Brasil são motivadas por falta de
saneamento, resultando no elevado número de 20 óbitos de crianças de 0 a 4 anos,
diariamente.
REGIÃO %
86
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
• A Lei 4.320 de 1964 e o Decreto-Lei 200 de 1967, que lançaram as bases para a
implantação do Orçamento Processo no Brasil e estabeleceram o Planejamento
como um dos princípios federais da administração pública;
• A Constituição Federal de 1988, que define a relação entre planejamento e
orçamento, com instrumentos como o Plano Plurianual (PPA) e a Lei de
Diretrizes Orçamentárias (LDO);
• A Lei Complementar 101 de 2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal), que impôs
normas de Planejamento e Controle das Contas Públicas, com critérios de
estimativa de receita e severos controles do lado da despesa, definiu o conteúdo
da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e determinou modificações na
elaboração do Orçamento Processo (Lei Orçamentária Anual) e outros
mecanismos destinados à transparência na gestão fiscal.
Além destes, outras normas infralegais aplicáveis, com impacto sobre o setor de
saneamento, têm o efeito prático de gerar restrições sobre os financiamentos obtidos pelos
entes da federação. São instrumentos infralegais, por exemplo:
42
Vignoli, F. H. Legislação e execução orçamentária. In: Biderman, C; Arvate, P. Economia do setor público no Brasil. Rio
de Janeiro: Elsevier, 2004.
87
O Conselho Monetário Nacional define regras de contingenciamento de crédito ao
setor público, incluindo a resolução 2.827 de 30/03/2001; a resolução 2.909 de 29/11/2001;
a resolução 2.945 de 26/12/2001; a resolução 3.437 de 22/01/2007. Os principais impactos
identificados são:
88
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
43
Extraído de Cunha, Alexandre dos Santos; Nahoum, André Vereta; Mendes, Conrado Hubner; Coutinho, Diogo
Rosenthal; Ferreira, Fernanda Meireles; Turolla, Frederico Araujo. Poder Concedente e Marco Regulatório no Saneamento
Básico. Caderno Direito GV, Vol 2, no. 2, março 2006.
89
sintonia com o urbanismo, é a existência coordenada de planejamento urbano e de sistema
adequado de regulação, ambos determinantes para a prestação dos serviços.
44
Os textos que serviram de fonte à identificação de variáveis são citados nas seções específicas.
90
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
Por exemplo, Castro (2003, p. 58) relata que a população acima de 150 mil habitantes
“é considerada ideal por especialistas e técnicos da área como limite para viabilidade de
exploração de um sistema de abastecimento público de água e coleta de esgotos”46. É
relevante que, para a seleção da amostra de seu trabalho de análise de eficiência
comparada, o mesmo autor relata ainda que optou por realizar corte excluindo municípios
abaixo de 30 mil ligações, por se entender que “abaixo desse ponto as empresas poderiam
não dispor da organização suficiente para fornecimento dos dados com a qualidade e
confiabilidade necessária para análise” (Castro, 2003, p. 58).
45
IBGE – CENSO 2000
46
Aparentemente, a afirmação do autor foi extraída de entrevista realizada junto a Marcos Thadeu Abicalil em 18 de
fevereiro de 2003.
47
Water and Sanitation Program (WSP), que é um programa do Banco Mundial.
91
QUADRO 2.13 - Causas da ausência de demanda e oferta por
PSP em pequenas localidades no Peru
Fonte: tradução livre com leves adaptações a partir de McGregor (2007, p. 18)
A situação fática do setor de saneamento deve ser premissa básica para análise de
processos de PSP. As faces atuais do setor foram conferidas na introdução do sistema
Planasa. A partir de então, passou-se a ter operação regional nas CESBs e operação local
(neste caso, por departamento, autarquia ou companhia municipal).
De maneira geral, as concessões do sistema Planasa foram realizadas nos anos 70,
com prazos de 25-30 anos. Nem todos os municípios operados no sistema Planasa,
entretanto, dispõem de contrato de concessão formalizado. O vencimento das concessões
do Planasa constitui momento de negociação que pode envolver a consideração da
alternativa PSP. O GRÁFICO – 2.7 apresenta os vencimentos de concessões, evidenciando
que há grande concentração de vencimentos na década atual.
92
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
Assim como na regulação, outros aspectos da PSP podem ser impactados pela
indefinição de titularidade. Por exemplo, sob uma perspectiva teórica, um impacto
importante poderia se verificar na forma de uma maior taxa de retorno requerida para
viabilizar a participação privada, o que poderia inclusive torná-la inviável.
93
QUADRO 2.14 - Principais Casos de Envolvimento Estadual nos Processos PSP
UF Tipo de envolvimento
94
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
95
No Rio de Janeiro, como já citado, a AGENERSA regula as atividades de duas
concessionárias de serviços públicos de saneamento, Águas de Juturnaíba e Prolagos,
acompanhando os contratos de concessão e monitorando possíveis falhas operacionais e
de atendimento.
Em Mauá, foi criada a ARSAE – Agência Reguladora dos Serviços de Água e Esgoto
de Mauá. A agência regula tanto a autarquia SAMA, quanto a empresa concessionária
ECOSAMA.
a) Terceirização/contrato de serviço
Bastante usados em atividades complementares, correspondem à forma mais
simples e que exigem menor envolvimento do parceiro privado. Não impõem
elevado investimento inicial e, portanto, representam baixo risco para o operador
privado.
b) Operação e manutenção (O&M)
48
As comunas constituem uma unidade básica, altamente descentralizada, de organização do território francês. São mais
de 36.000 comunas, organizadas em departamentos e regiões administrativas.
49
Na realidade, na sua síntese, Ferreira (2005, nota de rodapé 37) afirma que procurou “conjugar as contribuições de
diversos trabalhos com diferentes enfoques, em especial: uma descrição sobre estruturas contratuais utilizadas nos setores
de infra-estrutura em geral (SAVAS, 2000); um sourcebook voltado para proposição de parcerias no âmbito municipal na
área de saneamento (PLUMMER e GENTRY, 2002) e relatórios sobre participação do setor privado em saneamento nos
países em desenvolvimento (SILVA, TYNAN e YILMAZ, 1999; COWEN, 1999”. Estes trabalhos estão citados na lista de
referências bibliográficas deste relatório.
96
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
97
QUADRO 2.15 - Resumo dos Principais Elementos dos Tipos Contratuais
Terc/contrato O&M LBO BOT/BTO/BOO Concessão
Privado Privado
Propriedade Público Público Público
Público Público
O marco legal da PSP no Brasil é composto pelo art. 175 da Constituição Federal,
regulamentado em especial pela lei 8.987 de 1995 (lei das Concessões) e pela lei 11.079 de
2004 (Lei das PPP). Além da legislação nacional, os entes federados dispõem de
dispositivos específicos. Cumpre verificar em que medida a PSP esteve associada à
introdução de nova legislação subnacional para permitir a implantação do processo ou
apresentar-se como conseqüência deste.
A origem do capital do operador é relevante para a análise da PSP, tanto pelo perfil do
grupo investidor, quanto pela origem do capital (estrangeiro ou nacional). O primeiro aspecto
pode contribuir para uma avaliação se o setor apresenta barreiras de entrada baseadas em
conhecimento específico. No Brasil, a PSP tem atraído grupos econômicos cuja origem de
negócios é variada do ponto de vista dos setores de origem, indicando que o negócio não é
“fechado” a grupos com experiência setorial específica. É relevante destacar também que
há grupos brasileiros, desde o início dos processos de PSP no país.
a) Suez/Odebrecht em Limeira-SP
98
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
c) Suez em Manaus-AM
99
para a concessão do financiamento ou para a participação na operação. Entre os casos já
levantados, pode-se mencionar que, no caso específico de Mauá, reporta-se que a Caixa
Econômica Federal teria exigido que a ECOSAMA tivesse a gestão comercial da concessão,
revelando a importância do financiador enquanto definidor do formato da PSP. Em outros
casos, no Rio de Janeiro, algumas concessionárias financiaram o projeto basicamente com
recursos próprios e BNDES. O papel do BNDES é também relevante neste aspecto.
Conclui-se, assim, que o financiador desempenha papel relevante na definição de alguns
aspectos da PSP, fato que deverá, necessariamente, ser caracterizado no desenvolvimento
do trabalho.
1. Fator de ordem legal: os contratos que municípios assinaram com a Sabesp nos
anos 70 e 80, por 30 anos;
2. Fator de ordem estrutural: viabilidade econômica, o que tornaria a privatização
viável em apenas 54 municípios50;
3. Fator político: tratar-se-ia de “uma forte e organizada resistência de diversos
atores sociais agrupados no chamado “setor” saneamento. Formado no Estado
basicamente pela Sabesp, pela Assemae e por sindicatos, esse setor, embora
representasse interesses muitas vezes divergentes, reuniu o que cada um tinha
de mais forte para defender seu mercado”.
O terceiro fator apontado por Sanchez é o de interesse mais direto neste ponto do
estudo. Nos parágrafos a seguir, apresenta-se como o autor detalha sua visão com relação
aos papéis da Associação Nacional dos Serviços Municipais de Saneamento (Assemae)51 e
da Sabesp.
100
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
101
FIGURA 2.3 - Dinâmica de Interesses no Setor de Saneamento.
operação pública
estadual
estadualistas
operação operação
pública capitalista
comercial
s
pr
list a
UNIÃO
iv a
a
tist
p
operação operação
ici
as
pública privada
mun
muncipal
operação em
nível local
Fonte: reproduzido de Cunha et al (2006, p. 19)
A FIGURA pode ser explicada conforme o texto do relatório de pesquisa: “Cada grupo
pleiteia pautas próprias, condizentes com uma agenda particular, que fortalecem o papel do
Estado, do Município ou de agentes privados. Isso não significa, porém, que não existam
áreas de confluência. Assim, municipalistas e estadualistas têm em comum a defesa da
prestação dos serviços por entidades públicas. Estadualistas e privatistas se unem em torno
da idéia da lógica empresarial do setor de saneamento. E privatistas e municipalistas podem
sustentar juntamente a operação em âmbito local” (Cunha et al, 2006, p. 19-20). E,
finalmente, a União exerce um papel de direcionador, consignando para qual pólo oferecerá
seu apoio, o que tem variado de acordo com a alternância política no governo federal desde
a década passada.
Nos casos que estão sendo estudados há situações em que houve continuidade da
tendência política dos prefeitos, mas há também casos em que foram verificadas mudanças
que afetaram o entorno da PSP.
A escolha dos modelos foi baseada nos determinantes prováveis da PSP, ou seja, nos
fundamentos da decisão de promover o PSP. O ponto de partida foi a situação fática. Desde
o Planasa até meados dos anos noventas, o sistema foi basicamente operado pelas CESBs
e por departamentos ou autarquias municipais. Estas duas situações constituem, portanto, o
ponto de partida para a introdução de PSP.
102
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
A quarta situação parte de uma CESB em operação, que deseja criar benchmark de
eficiência dentro de suas próprias operações. Para isto, transfere a operação de uma cidade
ou parte de uma cidade a um parceiro privado, que possibilita a geração de competição por
comparação (yardstick competition) em sua própria área de concessão.
52
Note-se que o enfraquecimento da CESB não se refere à companhia, mas sim à sua posição frente à operação em
determinado município.
53
Informações de www.saneatins.com.br, acesso em 11/10/07.
103
• Águas de Itapema, em Santa Catarina. O município rompeu com a Casan em
2002, e a concessionária recebeu concessão por 25 anos a partir de 2004. Note-
se que vários municípios de Santa Catarina retomaram os serviços, em processo
conturbado, sendo que alguns optaram por processo de PSP.
104
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
• Ribeirão Preto-SP
• Jundiaí-SP
• Matão-SP
• Itu-SP
• Sabesp, em Cajamar-SP.
• Cagece, em parte do município de Fortaleza, para Hidrosystem.
105
QUADRO 2.16 - Modelos de PSP no Brasil
106
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
Para que possam ser avaliados de maneira o mais exata possível os resultados e os
impactos que as diferentes modalidades e arranjos institucionais têm sobre o
desenvolvimento e os resultados da PSP, é necessário compreender e caracterizar as
condições externas e internas que a envolvem. Este capítulo do relatório objetiva investigar
essas questões.
Na FIGURA 3.1 apresenta-se o marco lógico que foi considerado para esta análise e
os elementos que o compõem, os quais definem os aspectos que foram levados em conta
para caracterizar e avaliar o marco regulatório que define o entorno geral dos casos das
PSP incluídos no estudo.
Aspectos Estruturais
Condições Entorno
de Entorno Institucional
Desempenho da PSP
Desempenho Desempenho
do Operador das
Instituições
Impacto
da PSP
107
FIGURA 3.2 - Identificação das Fases Prévias
ao Início de Operação de uma PSP
Processo Processo de
Processo Início da
de Adjudicação
Prévio à Operação Operação da PSP
Licitação e Assinatura
Licitação da PSP
de Contrato
Entorno
Político e
Processo Social
prévio à
Licitação
Marco
Contratual e Condições
Legal de Entorno
Licitação Específicos da PSP
da PSP
A TABELA 3.1 apresenta uma primeira segmentação das PSP examinadas dentro do
estudo. Incluem-se informações que permitem identificar o nome da PSP, os Municípios
onde estão localizadas as suas operações54 , o Estado e a região do Brasil à qual pertencem
estes Municípios, o tipo de contrato associado, ou modalidade, segundo a classificação
54
Cabe ressaltar que, no caso de SANEATINS, Palmas foi o único município analisado em todo o estado de Tocantins, por
determinação dos TDR.
108
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
estabelecida no TDR55, o tipo de serviços prestados em cada caso e a população total dos
Municípios envolvidos, segundo o IBGE do ano de 2006.
109
População
Municípios Nome da Descrição do Serviço dos
Estado Região Modalidade
Envolvidos Operadora Prestado Municípios
em 2006
Básico
110
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
População
Municípios Nome da Descrição do Serviço dos
Estado Região Modalidade
Envolvidos Operadora Prestado Municípios
em 2006
Matéria
Construção e Operação de 108.474
Birigüi São Paulo Perfuração de Sudeste BOT
Poços
Poços
Águas de 63.343
Cajamar São Paulo Sudeste BOT Construção e Operação ETA
Cajamar
Itu São Paulo CAVO Itu Sudeste BOT Construção e Operação ETE 156.097
56
Atualmente, há um conflito judicial entre a prefeitura e a concessionária, pois aquela solicitou a anulação do contrato.
Entre outros aspetos, a prefeitura sustenta que era responsabilidade da concessionária a prestação do serviço de coleta e
tratamento de esgoto. Apesar disto, o exame das metas contratuais e o amparo de várias entrevistas levam a classificar
esta PSP, pelo menos para efeitos deste estudo, como concessão parcial de água.
111
• Os contratos tipo BOT situam-se em no Estado de São Paulo. Por sua vez,
grande parte das concessões plenas divide-se entre este Estado (5), o do Rio de
Janeiro (6), o de Minas Gerais (3) e o de Mato Grosso (15).
• Para o resto das análises que se apresentam neste capítulo e, em geral, em todo
o estudo, foi realizada uma reclassificação dos contratos. Incluíram-se dentro de
um mesmo grupo os contratos tipo concessão plena, concessão parcial e
alienação parcial de capital, que somam um total de 36 contratos, pois todas
estas modalidades possuem um denominador comum: os operadores têm um
contato direto com os usuários e são responsáveis pela prestação integral dos
serviços de água e esgoto, somente do serviço de água ou somente do serviço
de esgoto. Além disto, têm uma baixa responsabilidade no atendimento
comercial aos clientes. Nos outros contratos, há uma situação diferente, o
operador encontra-se mais distante do contato direto com os usuários e tem sob
sua responsabilidade somente uma parte restrita dos processos necessários
para a prestação dos serviços. Por isto foram classificados dentro de outro
segmento denominado “outros contratos”, que se enquadra nas modalidades de
BOT e o contrato de gestão existente em Fortaleza, no Estado de Ceará.
Outra situação que teve tratamento semelhante, ou seja, foi relatada,mas não incluída
na maioria das análises, foi a de Juscimeira (MT). Com efeito, trata-se de uma concessão
que praticamente não conseguiu operar antes de ser extinta pelo poder público, em uma
ação que está sendo discutida nos tribunais, o que impediu que fosse estudada mais
profundamente.
57
Para efeito da análise apresentada neste capítulo considera-se o prazo original do contrato, o qual, em alguns casos, foi
modificado em função de renegociações posteriores ao início da operação.
112
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
113
Prazo Data da primeira Data de
Tipo de Contrato Data de
Original publicação do Início de
Segundo Municípios Identificação do Assinatura
do Edital de Operação
Classificação do Envolvidos Concessionário do Contrato
Contrato Licitação (mês/ano)
Consórcio (mês/ano)
(anos) (mês/ano)
Petrópolis
Águas do Imperador 30 06/1997 10/1997 01/1998
(RJ)
Pontes e Águas de Pontes e
30 08/2000 12/2000 01/2001
Lacerda (MT) Lacerda Ltda.
Primavera do Águas de Primavera
30 03/2000 08/2000 09/2000
Leste (MT) Ltda.
Armação de
Búzios, Cabo
PROLAGOS 25 04/1996 04/1998 07/1998
Frio e outros
Prestação (RJ)
Integral do Santa Águas de Santa
30 08/2001 12/2001 01/2002
Serviço Carmen (MT) Carmem Ltda.
Águas de Sorriso
Sorriso (MT) 30 03/2000 06/2000 07/2000
Ltda.
União do Sul Águas de União do
30 05/2000 08/2000 11/2000
(MT) Sul Ltda.
Mauá (SP) ECOSAMA 30 12/2001 01/2003 03/2003
Para “outros contratos” estima-se uma maior variabilidade nos prazos, de acordo com
a diversidade que existe nos tipos de serviços envolvidos. O contrato de gestão de Fortaleza
114
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
é o que apresenta um período contratual menor, de 5 anos. O maior período tem o contrato
de BOT de Matão, de 30 anos. O prazo contratual médio neste grupo é de 18 anos.
09/2001
02/2001
08/2000
01/2000
07/1999
12/1998
06/1998
11/1997
04/1997
10/1996
03/1996 |
09/1995
02/1995
08/1994
Cachoeiro de Itapemirim
Nova Friburgo
Jundiaí
Armação de Búzios e Outros
Ourinhos
União do Sul
Campos dos Goytacazes
Araruama e Outros
Manaus
Araújos
Jaú Águas
Mineiros do Tietê
Santa Carmem
Paranaguá
Mairinque
Guapimirim
Paraguaçu
Marcelândia
Carlinda
Cláudia
Fortaleza
Cajamar
Guará
Campo Grande
Primavera do Leste
Pontes e Lacerda
Matupá
Mauá
Bom Sucesso
Itapema
Ribeirão Preto
Araçatuba
Jaú Esgoto
Petrópolis
Palmas
Limeira
Sorriso
Matão
Niterói
115
GRÁFICO 3.2 - Data de Início de Operação por Mês-Ano-Prestação
Integral do Serviço e Outros Contratos.
04/2006
09/2005
01/2005
06/2004
10/2003
02/2003
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11/2001
04/2001
mês-ano
08/2000
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02/1998
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03/1996
08/1995
12/1994
05/1994
09/1993
01/1993
Nova Xavantina
Jundiaí
União do Sul
Nova Friburgo
Guarantã do Norte
Armação de Búzios e Outros
Ourinhos
Cachoeiro de Itapemirim
Araruama e Outros
Manaus
Araújos
Birigui Águas
Jaú Águas
Paranaguá
Mairinque
Paraguaçu
Marcelândia
Carlinda
Cláudia
Fortaleza
Itu
Marília
Guapimirim
Santa Carmem
Guará
Primavera do Leste
Campo Grande
Pontes e Lacerda
Matupá
Bom Sucesso
Mauá
Juscimeira
Itapema
Cajamar
Araçatuba
Ribeirão Preto
Jaú Esgoto
Petrópolis
Palmas
Nobres
São Carlos
Birigui Poços
Niterói
Sorriso
Matão
Limeira
No caso dos contratos integrais, o lapso médio entre a publicação do primeiro edital e
o início de operação da PSP é de 11 meses. Os casos em que este período é superior são
os de CAJ (RJ), Campos dos Goytacazes (Águas do Paraíba) (RJ), Niterói (RJ),
PROLAGOS (RJ), Guapimirim (RJ), Itapema (SC), Paranaguá (PA), Mairinque (SP) e Mauá
(SP). As razões principais para estes atrasos correspondem às resistências do mundo
político e da comunidade organizada, além de conflitos com as companhias estaduais que
prestavam o serviço. Do mesmo modo, para este segmento, o período médio entre a
assinatura do contrato e o início de operação é baixo, de três meses, salvo na situação de
Niterói (RJ) e Campos dos Goytacazes58 (RJ), o que permite concluir que na maioria das
situações o atraso produziu-se entre a data de publicação do edital e a data de assinatura
do contrato.
Em geral, os contratos tipo BOT ou de gestão têm uma antigüidade superior aos
contratos de prestação integral do serviço, o que permite concluir que a PSP, no Brasil, foi
avançando, isto é,as licitações em que, inicialmente, se atribuía ao setor privado algum
processo específico dos serviços de saneamento básico evoluíram para esquemas em que
o setor privado passou a ser responsável pela prestação completa destes serviços. Estima-
se, então, um avanço gradual.
58
Nestes 2 casos, o atraso produziu-se por resistência do CEDAE e/ou de seu pessoal operacional à época da realização
da PSP, concretizado através de recursos judiciais e mediante ações que tenderiam a retardar o processo (falta de
informação, negativa de retirar-se das instalações, etc.).
116
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
55
50
45
40
35
30
25
20
15
10
5
0
Jundiaí
União do Sul
Ourinhos
Nova Friburgo
Cachoeiro de Itapemirim
Manaus
Araújos
Araruama e Outros
Jaú Águas
Carlinda
Paraguaçu
Marcelândia
Cláudia
Mairinque
Paranaguá
Fortaleza
Santa Carmem
Guapimirim
Cajamar
Matupá
Pontes e Lacerda
Primavera do Leste
Bom Sucesso
Guará
Campo Grande
Itapema
Mauá
Araçatuba
Ribeirão Preto
Jaú Esgoto
Palmas
Petrópolis
Niterói
Sorriso
Limeira
Matão
Prestação Integral de Serviço Outros contratos
64
60
56
52
48
44
40
Meses
36
32
28
24
20
16
12
8
4
0
Cachoeiro de Itapemirim
Guarantã do Norte
Nova Friburgo
Ourinhos
União do Sul
Jundiaí
Santa Carmem
Manaus
Paranaguá
Paraguaçu
Marcelândia
Carlinda
Araújos
Araruama e Outros
Cláudia
Jaú Águas
Palmas
Pontes e Lacerda
Campo Grande
Primavera do Leste
Matupá
Bom Sucesso
Mauá
Itapema
Petrópolis
Guará
Jaú Esgoto
Araçatuba
Ribeirão Preto
Cajamar
Sorriso
Limeira
Matão
Niterói
No caso dos contratos integrais, o lapso médio entre a publicação do primeiro edital e
o início de operação da PSP é de 11 meses. Os casos em que este período é superior são
os de CAJ (RJ), Campos dos Goytacazes (Águas do Paraíba) (RJ), Niterói (RJ),
PROLAGOS (RJ), Guapimirim (RJ), Itapema (SC), Paranaguá (PA), Mairinque (SP) e Mauá
(SP). As razões principais para estes atrasos correspondem às resistências do mundo
político e da comunidade organizada, assim como conflitos com as companhias estaduais
que prestavam o serviço. Do mesmo modo, para este segmento, o período médio entre a
assinatura do contrato e o início de operação é baixo, de 3 meses, salvo na situação de
Niterói (RJ) e Campos dos Goytacazes59 (RJ), o que permite concluir que na maioria das
59
Nestes 2 casos o atraso produziu-se por resistência do CEDAE e/ou de seu pessoal operacional à realização da PSP,
concretizado através de recursos judiciais e mediante ações tendentes a dificultarem o processo (falta de informação,
negativa de retirar-se das instalações, etc.).
117
situações o atraso produziu-se entre a data de publicação do edital e a data de assinatura
do contrato.
Conclui-se que, em geral, os prazos examinados estão dentro de uma faixa aceitável,
salvo os casos citados anteriormente, de modo que este tipo de variável não
necessariamente constitui uma boa aproximação para caracterizar o grau de conflito do
período prévio à PSP, pois há situações em que houve conflitos intensos, como em Limeira
e em Campo Grande, locais que mostram períodos de desenvolvimento mais baixo que a
média.
1
3 5%
15%
1
5%
10
5 50%
25%
1 2 3 4 5 ou Mais
Dos dados analisados, deduz-se que, exceto em uma das licitações com informação
sobre este parâmetro, apresentaram oferta dois ou mais interessados, nos casos
classificados como de prestação integral do serviço. Em 9 licitações, isto é, 42% dos casos
deste segmento, houve 3 ou mais ofertas. Nas BOT e contratos de gestão, observa-se um
panorama similar, isto é, trata-se de um cenário de concorrência razoável, se comparado
com a situação que se apresentou em uma série da PSP do setor de saneamento no resto
da América Latina60 e levando em conta as características do setor em relação a uma
relativa escassez de operadores em nível internacional. Também o cenário de concorrência
parece adequado, em função da falta de experiência que existia em Brasil na operação de
contratos deste tipo no período em que foram licitados.
Outro aspecto com resultado interessante para caracterizar o entorno da PSP está
relacionado ao tipo de prestador que estava a cargo do serviço antes da incorporação do
concessionário privado61.
60
Ver BID, 2008, “Estudio sobre la Salida de Operadores Privados Internacionales de Água de América Latina”.
61
Esta análise somente é relevante para os casos de prestação integral do serviço.
118
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
Nos 6 casos tratava-se de uma empresa estadual62, nos 30 restantes o serviço era
prestado por uma autarquia municipal (8) ou por uma administração direta municipal (20).
62
Nas concessões examinadas no estado do Mato Grosso, foram as prefeituras que assumiram os serviços como resposta
à saída da empresa estadual. Estiveram nesta condição por alguns anos (2 ou 3, em geral) até que concretizaram a
concessão ao setor privado. Algo similar ocorreu em Itapema (SC) e Campo Grande (MS), ainda que os processos de
saída da empresa estadual tenham apresentado características muito diferentes.
119
Tipo de Contrato Prestador do Quantidade Critério de
Segundo Municípios Envolvidos serviço antes de avaliação proposta
Classificação do da PSP proponentes comercial
Consórcio
Araçatuba 2 S.I. S.I.
Birigui Águas 2 S.I. S.I.
Birigüi Poços 2 S.I. S.I.
Cajamar 3 S.I. 1
Itu 4 S.I. S.I.
Jaú Águas 1 S.I. 1
Jaú Esgoto 1 2 1
Outros contratos
Jundiaí 1 3 1
Marília 2 S.I. 1
Matão 1 3 1
Ourinhos 1 S.I. 1
Ribeirão Preto 1 5 1
São Carlos 1 S.I. S.I.
Fortaleza (CE) 3 1 1
Fonte: Elaboração dos Autores
Notas: S.I. = Sem informação.
Prestador do serviço antes da PSP: Critério de avaliação proposta comercial:
1- Autarquia Municipal 1- Só tarifa pelo serviço prestado.
2- Administração Direta Municipal 2- Tarifa e outorga.
3- Empresa Estadual 3- Só outorga.
9
28%
17
53%
6
19%
Nos contratos de tipo BOT, houve informação disponível para 9 contratos, sendo que,
em todos eles, como esperado, a proposta comercial consistia em uma tarifa pelo serviço
prestado (concorrência pela menor tarifa). Para os contratos integrais, obteve-se
informação, quanto a este aspecto,em 32 casos: deles, em 17a variável a avaliar nas ofertas
comerciais era a tarifa a ser aplicada aos usuários (concorrência pela menor tarifa); em 6,o
relevante era a outorga ou valor que se pagava por adjudicar-se o contrato63 (concorrência
63
Geralmente era estabelecido que uma parcela desta outorga fosse paga no momento da assinatura do contrato e/ou
mediante pagamentos fixos periódicos nos primeiros anos da concessão. A outra parcela correspondia a uma porcentagem
sobre o faturamento mensal a ser paga durante o resto do período de vigência do contrato.
120
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
por maior pagamento à entrada); e, em 9, o aspecto econômico das ofertas era avaliado
como uma mescla entre tarifa e outorga, geralmente mediante uma ponderação que
privilegiava uma menor tarifa aos usuários, mas que também levava em conta os recursos
que iriam ser pagos ao poder concedente pela outorga da concessão.
64
O conceito de revisão tarifária formal refere-se a instâncias em que estão sujeitos a revisão e avaliação todos os custos,
ativos, investimentos, metas, entre outros aspectos, da concessão.
65
No caso de Cachoeiro de Itapemirim (ES) o aditivo contratual N.º 7, de 12 de junho de 2006, incorporou, entre outros
aspectos, a seguinte cláusula: “A partir da data de assinatura deste Termo Aditivo, a cada cinco anos serão realizados
estudos e, se for o caso, será promovida a recomposição do equilíbrio econômico-financeiro do Contrato de Concessão,
sem prejuízo de eventuais revisões que tenham que ser feitas, com este objetivo, antes do qüinqüênio, em razão de fatos
imprevisíveis ou de ocorrências que venham a onerar os encargos da CONCESSIONÁRIA.” Isto é, neste caso, pode se
sustentar que há revisões qüinqüenais, mas, dentro do período examinado, até o ano de 2006, esta regra não existia.
66
Se há um desvio maior que 5%, mediante a aplicação de um procedimento e de uma metodologia estabelecidos nos
documentos contratuais, gera-se uma revisão tarifária.
67
Habitualmente, os custos gerenciáveis são ajustados em função de índices de preços gerais (IGPM, IPCA, etc.) ou
específicos (índices associados a insumos específicos, como produtos químicos, energia elétrica, etc.).
68
Geralmente os contratos também permitem que o poder concedente solicite uma revisão de tarifas por causa de
reequilíbrio econômico-financeiro do contrato, mas não é a prática habitual.
121
TABELA 3.4 - Mecanismo de Revisão da Estrutura Tarifaria
e Entidade de Fiscalização
Tipo de Contrato Mecanismos para Mecanismos Qualificação
Segundo Municípios revisão da estrutura e para resolução de instâncias
Classificação do Envolvidos níveis tarifários pelos de controvérsias de resolução
Consorcio serviços prestados no contrato de conflitos
Araújos (MG) 2 1 2
Arenápolis (MT) S.I. S.I. S.I.
Bom Sucesso (MT) 2 1 2
Cachoeiro de Itapemirim (ES) 2 1 2
Araruama, Silva Jardim,
1 1 1
Saquarema (RJ)
Campo Grande (MS) 2 1 2
Campos dos Goytacazes (RJ) 2 1 2
Carlinda (MT) 2 1 1
Cláudia (MT) 2 1 1
Guapimirim (RJ) 2 1 2
Guará (SP) 2 1 2
Guarantã do Norte (MT) 2 1 1
Itapema (SC) 2 1 0
Juscimeira (MT) S.I. S.I. S.I.
Prestação Integral Limeira (SP) 2 2 0
de Serviço Mairinque (SP) S.I. 2 0
Manaus (AM) 1 1 1
Marcelândia (MT) 2 1 2
Matupá (MT) 2 1 1
Mineiros do Tietê (SP) 2 2 0
Mirassol (SP) S.I. S.I. S.I.
Niterói (RJ) 2 1 2
Nobres (MT) S.I. S.I. S.I.
Nova Friburgo (RJ) 2 1 2
Nova Xavantina (MT) S.I. S.I. S.I.
Paraguaçu (MG) 2 1 2
Paranaguá (PA) 2 2 0
Petrópolis (RJ) 2 1 2
Pontes e Lacerda (MT) 2 1 2
Primavera do Leste (MT) 2 1 1
Armação de Búzios,
1 1 2
Cabo Frio e outros (RJ)
Santa Carmen (MT) 2 1 2
Sorriso (MT) 2 1 1
Prestação Integral
União do Sul (MT)l 2 1 2
de Serviço Mauá (SP) 1 1 1
Palmas (TO) 2 2 0
Araçatuba S.I. S.I. S.I.
Birigüi Águas S.I. S.I. S.I.
Birigüi Poços S.I. S.I. S.I.
Cajamar 2 2 0
Itu S.I. S.I. S.I.
Jaú Águas 2 2 0
Jaú Esgoto 2 2 0
Outros contratos Jundiaí 2 2 0
Marília S.I. S.I. S.I.
Matão 2 1 2
Ourinhos 2 2 0
Ribeirão Preto 2 1 2
São Carlos S.I. S.I. S.I.
Fortaleza (CE) 0 1 1
Fonte: Elaboração dos Autores
Notas:
S.I. = Sem informação
Mecanismos para a revisão da estrutura e níveis tarifários pelos serviços prestados:
0 - Não existe explicitamente a possibilidade de revisões tarifárias.
1 - Revisões periódicas ocorrem de acordo com procedimentos, metodologia e prazos estabelecidos previamente.
2 - Contrato estabelece que existe possibilidade de revisões tarifárias mas não explicita procedimentos, metodologia ou prazos
específicos para isto.
Mecanismos ou Instâncias Especiais para solução de controvérsias no contrato
1 – Sim
2. - Não aparece no contrato. Não existe explicitamente a possibilidade de revisões tarifárias
Qualificação de instâncias de resolução de conflitos:
1 - Não aparece no contrato
2 - Político-institucional
3 - Técnica e independente.
122
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
Nas outras classes de arranjos (outros contratos), onde se obteve informação para 9
contratos, em 3 deles há evidência da presença destas instâncias (em somente 2 delas
69
A experiência indica que, para incorporar ao setor privado a prestação destes serviços, o melhor é realizar licitações em
que se estabeleçam previamente e, com clareza, as regras de fixação de tarifas, sua periodicidade, a metodologia para
atualizar a taxa de retorno e os mecanismos para a fixação e a avaliação do cumprimento de metas contratuais. A
competição, nestes casos, pode ocorrer por maior outorga e/ou pela oferta de metas, devidamente auditáveis, mais
exigentes que as mínimas estabelecidas no edital.
70
Mecanismos eminentemente técnicos são aqueles do tipo comissão de arbitragem, tribunal arbitral, comissão de peritos,
conselho arbitral, juízo arbitral, isto é, instâncias independentes, em que cada uma das partes participa na nomeação de
seus integrantes. As instâncias político-institucionais referem-se a organismos como conselhos estaduais ou locais de
regulação, conselhos municipais de Saneamento Básico e comissões de fiscalização.
123
estes órgãos podem qualificar-se como eminentemente técnicos) e nos 6 restantes não há
menção sobre a matéria.
Por outro lado, na base das entrevistas realizadas, obteve-se informação sobre o
número de aditivos contratuais nas concessões de prestação integral do serviço. A
documentação oficial sobre esta matéria, em geral, não se teve à vista, somente os
antecedentes resgatados dos encontros apoiados por atores-chave71. O resumo deste
levantamento é que em 16 casos para os quais se contou com dados, em 13 ao menos tem
existido um aditivo até a data, em 6 existiram ao menos 2 e em 4 ao menos 3 aditivos.
Outro aspecto que foi examinado relaciona-se com o tipo de entidade encarregada de
fazer a fiscalização do contrato.
71
Um caso que não se inclui neste juízo geral e que é destacável é a agência reguladora municipal de Cachoeiro de
Itapemirim (ES), em cujo sítio na web se encontra toda a documentação contratual, incluindo todos os aditivos realizados.
Ver www.agersa.com.br/legislacao.asp.
124
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
3 3
9% 9% Não existe entidade
3 especializada
9%
Entidade encarregada
previamente do serviço (DAE,
Autarquia)
4 Agência estadual
13%
Departamento especializado
19 da prefeitura, criado
60% especialmente
Nos casos das unidades criadas especialmente pelas prefeituras ou das agências
estaduais ou municipais também criadas com o propósito da PSP73, elas tiveram que ir
aprendendo o caminho e adquirindo conhecimentos na prática cotidiana em relação às
funções de fiscalização e regulação econômica, portanto também se conFIGURA um
cenário de transição inicial com muitos problemas, com maior ou menor intensidade nas
diversas situações; isto demonstra fragilidades manifestas no exercício dessas funções,
mas revela um aprendizado que vem se fortalecendo com o passar dos anos.
72
Em 3 casos não existe entidade especializada para realizar estas atividades.
73
Um tanto diferente é o caso da agência estadual de regulação do Rio de Janeiro, que foi criada em fevereiro de 1997,
sendo que, no momento de dar início aos contratos de concessão da CAJ e PROLAGOS, contava com certa estrutura,
ainda que também se encontrasse em fase inicial de funcionamento.
125
Tudo isto estrutura um cenário com fraca capacidade de fiscalização e regulação dos
contratos, o qual também incentiva comportamentos oportunistas, tanto dos poderes
concedentes como das concessionárias ou operadoras, pois a ênfase técnica que deve
privilegiar a execução das funções fiscalizadoras ou reguladoras é, todavia, precária, ou
diretamente não está presente.
Segundo a informação que se apresenta numa das TABELAS do anexo 13, que
identifica só as concessões para as quais se obteve esta informação nos documentos
contratuais, a taxa de regulação existente nos contratos destinados a financiar este tipo de
organizações move-se numa faixa entre 0,5% e 3%, com alta freqüência em torno de 1%.
Uma recente publicação põe em dúvida a viabilidade de organismos reguladores locais
individuais no Brasil74, como é o que acontece na maioria das PSP examinadas, pois as
taxas de regulação observadas não permitiriam seu autofinanciamento e, com isto, um dos
parâmetros necessários para avançar em seu fortalecimento técnico e em sua
independência.
Adicionalmente, pode-se destacar que, na maioria dos casos, pouco tempo após a
saída do consórcio estrangeiro os problemas que afligiam a concessão começaram a entrar
em um caminho de normalização ou a aumentar a velocidade do processo que tendia à sua
solução, como em Limeira, Campo Grande e Manaus, o que leva a aventar a hipótese de
que, ante a presença de um entorno regulatório arriscado e propenso a condutas
oportunistas, como se observa de toda a análise efetuada neste capítulo, a presença
controladora de grupos brasileiros pode ter vantagens para o manejo da PSP em
comparação aos grupos estrangeiros, ainda que a informação disponível não permita provar
esta tese.
74
“Viabilidade da Regulação Subnacional dos Serviços de Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário sob a Lei
11.445/2007”, Turolla, Galvão e Paganini, Revista de Engenharia Sanitária e Ambiental, Junho 2008.
126
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
recurso necessário75, fato que poderia ser destacável dada às incertezas e riscos que geram
as características do entorno regulatório das PSP.
Trata-se de uma análise de natureza qualitativa e, além disso, complexa. Sem dúvida
que identificar e tentar classificar os múltiplos problemas que têm afetado os contratos de
prestação integral do serviço, em seus primeiros anos, é uma tarefa árdua que exigiu o
processamento de todas as entrevistas realizadas ao longo do projeto, de sua análise e
interpretação. Com isto não se pretende ter um resultado exaustivo, mas somente oferecer
uma visão sintética, que pode permitir alguma base de comparação para os diferentes casos
estudados.
Foi possível obter alguma informação para os 35 casos examinados do tipo prestação
integral do serviço. A disponibilidade de antecedentes qualitativos difere entre as diversas
situações, mas pelo menos foi possível alcançar algum nível de informação para quase todo
o universo.
Um primeiro aspecto que deve ser ressaltado é a alta taxa de casos com conflitos
relevantes iniciais. Somente em 6, de 31 casos não se identificaram dificuldades, o que
equivale a somente 19% do total.
127
e investimentos ou sobre um nível de qualidade do serviço oferecido aos usuários abaixo
das expectativas. A isto se soma também, nestes casos, a discussão sobre metas com a
falta de clareza em suas definições técnicas, prazos ou tecnologias para obtê-las, como no
do tratamento de esgoto.
• Como se verificou, a maioria das licitações foram adjudicadas pela menor tarifa,
o que era um parâmetro crucial na avaliação das ofertas79, ainda que não fosse
o único Em todos estes casos os editais propunham um teto aos valores que se
podiam ofertar, fixado com base nas tarifas existentes na situação anterior ou
estabelecido tendo como referência as TABELAS tarifárias da empresa estadual
mais próxima. Desta forma, o desenho das PSP no Brasil incluiu um controle
sobre as tarifas resultantes das licitações,o que reduziu-se os riscos de impactos
negativos sobre os usuários, sobretudo na etapa inicial do contrato80. Entretanto,
existiram casos emblemáticos, em que o aumento nas contas provocou reações
fortes por parte dos usuários e causou um problema político para o poder
concedente, como em Nova Friburgo (SP), em Mairinque (SP), em Carlinda (MT)
e em Bom Sucesso (MG).
• Em muitos casos havia uma cobertura inicial alta de hidrometração. Em poucas
concessões havia situações de cobertura abaixo de 50% (em 6 das 20 em que
se obteve informação) e a média deste indicador estava em torno de 70%81 ,
índice que sobe a mais de 80% quando não se consideram, para o cálculo da
média, os casos de Nova Friburgo (RJ), Guará (SP) e Sorriso (MT).
• A conexão do esgoto implica maiores custos para os usuários, o que não
contribui para fomentar sua conexão às redes de coleta, mas esta é uma
situação generalizada no Brasil e não somente em relação às PSP, portanto
estes maiores custos para os usuários não têm gerado um problema muito
diferente do que enfrenta o resto das empresas de serviços de saneamento na
região onde se situa cada PSP ou em relação ao resto do país. Portanto, não
constituem um problema atribuível às PSP.
Seguindo com a análise dos problemas iniciais, em 3 casos entre 30 está envolvida
uma decisão política de rescindir o contrato, por parte do poder concedente, problema esse
78
Ver BID, 2008 (op.cit.).
79
As licitações por maior valor de outorga tinham a tarifa fixada no edital.
80
Este aspecto, que é positivo ,também pode ter uma leitura negativa, pois, ao ter tarifas de referência, é possível que os
editais tenham criado uma falta de incentivos para a obtenção de tarifas mais baixas como resultado dos processos
licitatórios, uma vez que os ofertantes habitualmente propõem preços próximos dos valores-teto ou dos valores referenciais
incluídos nos editais.
81
Esta média está influenciada pelos baixos índices que os casos de Nova Friburgo (RJ), Guará (SP) e Sorriso (MT)
apresentavam antes do início da PSP.
128
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
que tem levado a um forte litígio legal entre as partes. Esta é a situação de Guapimirim (RJ),
Juscimeira (MT) e Bom Sucesso (MG).
GRÁFICO 3.8 – Resultados da Avaliação Qualitativa com Relação aos Problemas da Fase
Inicial de Operação da PSP
6
21%
11
38%
7
24%
5
17%
129
TABELA 3.5 – Resultados do Cruzamento entre a Avalição do Impacto dos Conflitos Iniciais e a
Continuidade Política
Impacto dos Problemas
Sem 4 2 1 7 14
Total 6 9 5 11 31
A partir dos editais e contratos pesquisados, foi elaborada uma base de dados com o
objetivo de processar e analisar qualitativamente as metas contratuais. Para as PSP do tipo
prestação integral do serviço foram processados trinta casos e para outros contratos obteve-
se informação para seis. Considerando o enfoque metodológico adotado para a avaliação
do impacto, as metas foram classificadas em três categorias: metas de impacto imediato,
metas de impacto intermediário e metas relacionadas a obras de infra-estrutura82.
82
Estas metas poderiam ser classificadas dentro daquelas de impacto intermediário, porém elas têm características
singulares que aconselham sua incorporação em um agrupamento separado.
130
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
água potável, para a distribuição de águas servidas, para a coleta de esgoto e para o
tratamento de esgoto.
Do total de 36 contratos foram obtidas 1.275 metas, das quais 730 foram de impacto
imediato (57,3%), 449 de impacto intermediário (35,2%) e 96 de obras de infra-estrutura
(7,5%). Para os contratos de “Prestação Integral de Serviço” (29 contratos), a base de dados
tem um total de 1.170 metas, das quais 662 são de impacto imediato, correspondentes a
57% do total, 424 são de impacto intermediário, ou seja, 36%, e as metas expressas em
obras de infra-estrutura são 85, o que equivale a 7%.
Por outro lado, o GRÁFICO 3.10 mostra o total de metas por caso, ordenados por data
de antiguidade da assinatura do contrato. Nesse GRÁFICO, observa-se que não existe uma
tendência decrescente no tempo da quantidade de metas contratuais, o que seria desejável
para facilitar a sua fiscalização. A hipótese inicial era de que, à medida que os contratos são
mais “modernos”, menor seria o número de metas contratuais, o que resultaria na aquisição
de certa aprendizagem ao longo do tempo. Isto é o que se observa no mencionado
GRÁFICO.
83
O corte entre um grupo e outro é de 100.000 economias totais.
131
GRÁFICO 3.9 - Número de Metas por Caso Segundo Tamanho
Prestação Integral do Serviço.
95
90
85
80
75
70
65
N ° d e Metas
60
55
50
45
40
35
30
25
20
15
10
5
0
G uarantã do N orte
P aranaguá
U nião do Sul
M arcelândia
P araguaçu
M anaus
M atupá
M auá
Nova Friburgo
Santa C arm em
Pontes e Lacerda
C arlinda
G uará
C láudia
Cam po G rande
N iterói
M ineiros do T ietê
C achoeiro de
Araújos
G uap imirim
C am pos dos
Bom Sucesso
Itap ema
Lim eira
PR O LAG O S
CAJ
G oytacazes
Petrópolis
Itapem irim
G rande
P equena
55
50
45
40
35
30
25
20
15
10
5
0
SANEATINS
Mineiros do Tietê
Nova Friburgo
Matupá
Guarantã do Norte
Marcelândia
Mauá
PROLAGOS
Niterói
União do Sul
Campos dos Goytacazes
Manaus
Primavera do Leste
Guará
Campo Grande
Itapema
Araújos
Limeira
1997
Paranaguá
Pontes e Lacerda
Sorriso
Paraguaçu
Bom Sucesso
Carlinda
Cláudia
Cachoeiro de Itapemirim
Guapimirim
CAJ
Petrópolis
Santa Carmem
1995
2004
1999
2003
1998
2002
2001
2000
1996
Seguindo com a análise, o GRÁFICO 3.11 permite observar a composição das metas
de cada contrato segundo seu tipo, isto é, se são de impacto imediato, intermediário, ou se
estão associadas a obras específicas. Segundo a teoria moderna da regulação, deve-se dar
prioridade, em casos de delegação, ao setor privado, da prestação de serviços públicos, às
metas de impacto imediato, ou seja, àquelas cuja implementação tenha um efeito direto no
bem-estar da população. Para complementar o estudo destes aspectos, incluiu-se o
GRÁFICO 3.12, ordenado por antiguidade da data da assinatura dos documentos
contratuais que mostra a composição das metas.
Em média, nos casos examinados, observa-se que 55% das metas são qualificadas
como de impacto imediato. Existem 16 situações, entre 30, em que esta porcentagem é
132
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
igual ou superior84. De todo modo, é interessante observar que esta incidência aumenta na
medida em que os contratos são mais atuais. Realmente, para os casos com assinatura
antes do ano de 2000, a média é de 42%; entre 2000 e 2001, as metas de impacto imediato
dos contratos assinados representam em média 53%; e, no período posterior ao ano de
2001, a porcentagem passa para 83%.
100%
90%
80%
70%
Percentagem (%)
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
União do Sul
SANEATINS
Nova Friburgo
Guarantã do Norte
Cachoeiro de Itapemirim
Araújos
Manaus
Paranaguá
Mineiros do Tietê
Cláudia
Carlinda
Marcelândia
Paraguaçu
Guapimirim
Santa Carmem
Petrópolis
Niterói
Campo Grande
Itapema
Mauá
Bom Sucesso
Guará
Matupá
Primavera do Leste
Pontes e Lacerda
PROLAGOS
CAJ
Limeira
Sorriso
Meta Infraestrutura Impacto Intermédio Impacto Imediato
90%
80%
70%
Percentagem (%)
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
SANEATINS
União do Sul
Nova Friburgo
Guarantã do Norte
Cachoeiro de Itapemirim
Paranaguá
Paraguaçu
Carlinda
Campos dos Goytacazes
Manaus
Araújos
Guapimirim
Santa Carmem
Mineiros do Tietê
Marcelândia
Cláudia
Pontes e Lacerda
Primavera do Leste
Guará
Campo Grande
Matupá
Bom Sucesso
Mauá
Itapema
PROLAGOS
Petrópolis
Niterói
CAJ
Limeira
Sorriso
1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004
O GRÁFICO 3.13 identifica os componentes das metas de impacto imediato para cada
caso, relacionadas às coberturas de água potável e associadas às coberturas de coleta e/ou
84
Destaca-se o caso de Paraguaçu (MG), em que 100% das metas correspondem a obras de infra-estrutura, o que sugere
que este contrato na realidade não poderia ser catalogado como uma concessão de serviço público, tratando-se de um
esquema cujo objeto é a construção de obras dessa natureza.
133
tratamento de esgoto, que são relativas a diferentes dimensões de qualidade do serviço
(qualidade técnica e qualidade física); e também a outras (qualidade de atendimento, etc.).
Praticamente em todos os casos existe ao menos uma meta de cobertura de água potável e
ao menos duas de coleta ou tratamento de esgoto.
No total, 37% das metas estão associadas a metas de cobertura de água potável ou
esgoto, 27% estão vinculadas à qualidade do serviço e 35% são relacionadas à qualidade
do atendimento e a outros aspectos.
90%
80%
70%
Percentagem(%)
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
SANEATINS
Cachoeiro de Itapemirim
Guapimirim
Santa Carmem
Campos dos Goytacazes
Itapema
Manaus
PROLAGOS
CAJ
Campo Grande
Limeira
Nova Friburgo
Bom Sucesso
Guarantã do Norte
Marcelândia
Matupá
Mineiros do Tietê
Primavera do Leste
Mauá
Niterói
Carlinda
Guará
Paranaguá
Pontes e Lacerda
Petrópolis
Araújos
Cláudia
Sorriso
União do Sul
Outros Qualidade de Serviço Cobertura Esgoto/Tratamento Cobertura de Água Potável
Em geral, observa-se que as metas de impacto imediato são mensuráveis e têm uma
boa definição do prazo para o seu cumprimento. No entanto, em relação aos procedimentos
e à informação a ser considerada para auditar seu respectivo cumprimento, pode-se afirmar
85
Confirma esta afirmação o fato de que em 12 de 30 casos dos documentos contratuais analisados, não aparece
nenhuma menção a respeito da área de atendimento que é de responsabilidade do operador. Além disto, nos casos em
que existe alguma referência, esta se limita a indicar aspectos como “área urbana do Município” ou “dentro do Município”,
etc. Em nenhum caso foram encontradas definições mais precisas como planos, coordenadas, etc.
134
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
que, nos documentos contratuais revisados, praticamente não existem referências, mas sim
uma ausência quase total desse tipo de detalhe. Este fato aumenta os riscos de que exista
arbitrariedade ou manipulação na fiscalização das metas, o que oferece evidências
adicionais a respeito da debilidade que a função fiscalizadora apresenta.
3.4. Conclusões
a) Foi analisado o grau de concorrência que existiu nos processos de licitação das
PSP. Em geral, na opinião do Consórcio, trata-se de um cenário de concorrência
razoável, se comparado à situação apresentada nas PSP do setor de
saneamento nos demais países da América Latina e levando-se em conta as
características de relativa escassez de operadores do setor, em nível
internacional. A partir dos antecedentes disponíveis, não é possível sustentar
que não existiu concorrência no processo de atribuição destes contratos.
b) Quanto ao critério de qualificação da proposta comercial no processo de
avaliação das ofertas durante o processo de licitação, em mais da metade dos
casos examinados a variável a avaliar nas ofertas era a tarifa a ser aplicada aos
usuários (concorrência pela menor tarifa); em 6 de 32 casos, o relevante era a
outorga ou o valor que se pagava por adjudicar-se o contrato (concorrência por
maior pagamento à entrada); e, em 9, o aspecto econômico das ofertas foi
avaliado em função da tarifa e da outorga.
Regulação Econômica
135
d) A análise da modalidade em que foram licitados os contratos e a forma como
são revisadas as tarifas, segundo o que consta na documentação contratual
original, permite estabelecer as seguintes conclusões:
i. O fato de que, em geral, não estão previstas revisões tarifárias periódicas, de
que os procedimentos metodológicos para elas não estejam suficientemente
detalhados e que o conceito de equilíbrio econômico-financeiro não esteja
claramente definido nos editais e/ou contratos, conFIGURA um contexto de
pouca transparência e baixo nível de accountability dos processos de revisão
de tarifas.
ii. Uma grande porcentagem das concessões foi licitada diretamente pela menor
tarifa ou esta variável foi crucial para sua adjudicação (26 de 32 casos), valor
que, em teoria, deveria se manter em termos reais ao longo do período de
duração do contrato, sujeito apenas a ajustes periódicos. É impossível pensar
que, em um lapso de 20 a 30 anos, não se apresentem situações que
modifiquem os parâmetros básicos dos contratos desta classe, tornando-os
sujeitos a renegociações, ainda que, em alguns casos, possam ser
indesejáveis. De modo que é recomendável que existam regras claras e
transparentes para tais renegociações, situação que não é freqüente nos
marcos contratuais examinados.
iii. As duas características anteriores tornam propícia a existência de condutas
oportunistas por parte das concessionárias ou concedentes, o que gera um
entorno regulatório arriscado e instável às PSP.
86
Entende-se que mecanismos eminentemente técnicos são aqueles do tipo comissão de arbitragem, tribunal arbitral,
comissão de peritos, conselho arbitral, juízo arbitral, etc. Isto é, instâncias principalmente independentes, em que cada uma
das partes participa na nomeação de seus integrantes. As instâncias político-institucionais referem-se a organismos como
conselhos estaduais ou locais de regulação; conselhos municipais de Saneamento Básico; comissões de fiscalização, etc.
Isto é, órgãos que podem resolver conflitos, mas que possuem uma independência limitada, pois geralmente as
concessionárias não participam na nomeação de seus membros.
136
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
atividades nestas organizações até antes da PSP foram transferidas aos novos
operadores ou foram absorvidas pelo Município e destinadas a outros fins.
Assim, o QUADRO de pessoal que ficou a cargo das funções fiscalizadoras é
exíguo e pouco capacitado. Em um número significativo de casos visitados, nem
sequer havia pessoal responsável, e o exercício da fiscalização dos contratos
era praticamente inexistente ou estava abandonado.
b) A alta atomização detectada nos organismos reguladores joga na contramão de
sua viabilidade financeira e capacidade de fortalecimento.
c) Tudo isto estrutura um cenário com fraca capacidade de fiscalização e regulação
dos contratos, o qual também incentiva a comportamentos oportunistas tanto por
parte dos poderes concedentes como por parte das concessionárias ou
operadoras, pois a ênfase técnica que deve privilegiar a execução das funções
fiscalizadoras ou reguladoras é precária ou nem está presente.
137
soma também, nestes casos, a discussão sobre as metas sem a necessária
clareza em suas definições técnicas, prazos ou tecnologias para obtê-las.
d) No caso de conflitos por temas relativos a tarifas ou aumentos do custo dos
serviços aos usuários a incidência é menor, apenas um terço dos casos
apresentaram este tipo de situação.
e) O consórcio realizou uma avaliação qualitativa em relação ao impacto na fase
inicial de desenvolvimento da PSP, classificando os problemas iniciais como
graves, médios, leves ou inexistentes. Em 17 casos de 29 analisados, ou não
houve problemas ou estes tiveram um impacto menor, isto é, mais da metade do
total. No entanto, há outros 12 casos em que as conseqüências foram médias ou
graves.
Com base nas entrevistas efetuadas, houve uma avaliação que procurou verificar se
nesta fase inicial existiu continuidade política em cada caso do estudo. Foi feito o
cruzamento entre a avaliação do impacto dos conflitos iniciais e o parâmetro continuidade
política. Esta avaliação sugere que um dos aspectos que contribui para que as
conseqüências destes problemas não tenham passado a uma fase média ou grave é a
presença de continuidade política das entidades que lideraram a PSP (prefeituras ou
governos estaduais), no período entre sua licitação e adjudicação e sua operação inicial.
Esta hipótese é lógica, pois, ao existir continuidade política dos poderes concedentes, é
mais provável que se façam esforços por superar ou mitigar os problemas que tenha a PSP.
Mas somente a presença de continuidade política não assegura necessariamente que não
haja conflito ou que eles sejam leves.
a) Em geral, observa-se que as metas são mensuráveis e têm uma boa definição
do prazo para o seu cumprimento. No entanto, em relação aos procedimentos e
à informação a ser considerada para auditar seu respectivo cumprimento, pode-
se afirmar que, nos documentos contratuais revisados, praticamente não existem
referências, ao contrário, há uma ausência quase total desse tipo de detalhes.
Este fato aumenta os riscos de que exista discricionariedade ou manipulação na
fiscalização das metas, o que oferece evidências adicionais a respeito da
debilidade que a função fiscalizadora apresenta, neste caso, desde a sua origem
nos contratos.
Nos editais e contratos analisados não foram encontradas metas com orientação
específica ou especial para grupos de população de baixa renda.
138
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
Esta análise teve como foco exclusivamente aquelas concessões qualificadas como
de prestação integral do serviço, pois dentro de suas funções encontra-se a operação e o
desenvolvimento das redes de distribuição de água potável e/ou de coleta de esgoto, assim
como a atenção comercial aos clientes correspondentes.
139
tivesse seguido a mesma tendência observada no período prévio. Deste modo, é possível
estimar uma diferença nos níveis de cobertura entre os casos com e sem a intervenção do
concessionário privado.
Além disto, procura-se verificar o cumprimento das metas originais dos contratos em
relação a estes índices.
Outro aspecto adicional definido diz respeito àqueles casos em que não existe
cobertura de esgoto inicial e a mesma deve ser implementada como parte das exigências
contratuais. Para tratar destes casos, foi considerado o seguinte critério: quando este
serviço é implementado durante o período sob estudo, o impacto é considerado como
positivo; quando isto não acontece, considera-se como um impacto negativo.
Com o objetivo de complementar a análise anterior e ter uma outra visão destes
aspectos, foi desenvolvida uma metodologia alternativa para a construção do cenário
simulado ou contrafactual. Esta construção foi feita a partir de uma análise estatística da
evolução histórica das coberturas nos casos que fazem parte do estudo e que contam com
um número mínimo de dados históricos que permitem fazer a análise agregada da evolução
deste indicador durante o período prévio à operação da PSP.
Neste enfoque, em geral se postula que a evolução das coberturas segue através do
tempo uma curva que pode ser medida estatisticamente e que representa razoavelmente a
situação geral dos Municípios estudados numa situação sem PSP. Assim, enquanto a
análise anterior nos mostra como se comportam as concessões em relação à administração
anterior, esta análise complementar mostra como se desempenham em relação a um
comportamento esperado da situação sem PSP obtida do comportamento conjunto neste
período dos casos analisados.
Para o caso das projeções de cobertura de água potável, foram selecionados 16 casos
que apresentavam dados históricos de pelo menos três anos anteriores à incorporação da
PSP, e que eram razoavelmente consistentes. O total de dados disponíveis para a análise
foi de 67 observações. Estes dados foram ordenados em formato tipo painel, fixando-se
como ano zero aquele para o qual a cobertura atingiu uma cifra perto de 100%. Os dados de
cada empresa foram ordenados no tempo visando a contar com alguma continuidade na
evolução das coberturas do serviço. O GRÁFICO a seguir mostra os dados utilizados e a
equação de ajuste obtida.
140
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
120
y = -0,0668x2 + 1,7395x + 92,885
R2 = 0,8991
100
80
% Cobertura Água
60
40
20
0
-30 -25 -20 -15 -10 -5 0
t
No GRÁFICO 4.1 pode-se verificar que existem dados de cobertura de água potável
que começam em aproximadamente 20%, e crescem de modo relativamente regular através
do tempo. Ainda que haja lacunas entre alguns anos, a tendência na evolução das
coberturas é relativamente clara. De acordo com estes dados, no cenário sem PSP, seriam
necessários cerca de 25 anos para que os casos analisados passassem de uma cobertura
de 10% para 100%. A forma funcional mais adequada para relacionar taxa de cobertura e
tempo é a equação quadrática mostrada em conjunto com o GRÁFICO.
141
compara as tendências de evolução da cobertura de antes e depois, foram
também catalogados como neutros aqueles casos em que a cobertura no fim do
período já era alta e foi mantida ou inclusive aumentada depois da PSP, apesar
de que a inclinação deste indicador seja inferior no período posterior em
comparação com o período precedente.
• Casos Negativos: aqueles em que a evolução da cobertura posterior à PSP
piorou em relação ao cenário contrafactual. Os casos em que a cobertura de
esgoto antes da PSP era nula e continua sendo no cenário posterior, não
obstante ser uma exigência contratual,foram classificados como negativos nas
duas metodologias.
O caso de Mauá (SP), por tratar-se somente de esgoto, não foi analisado, por
conseguinte, para o serviço de água, o total de casos reduziu-se a 30. No caso de esgoto, a
quantidade de casos se reduz a 28, em função dos casos de Araújos e Bom Sucesso (MG),
que apresentam problemas de informação sobre o esgoto, enquanto o caso de Guapimirim
(RJ), por sua vez, não apresenta serviço de esgoto.
Positivo 11 12
37% 40%
Neutro 12 9
40% 30%
Negativo 7 9
23% 30%
TOTAL 30 30
Fonte: Elaboração dos Autores.
142
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
Positivo 9 5
32% 18%
Neutro 2 6
7% 21%
Negativo 17 17
61% 61%
TOTAL 28 28
Fonte: Elaboração dos Autores.
Com as duas metodologias, conclui-seque entre 23% e 30% dos casos estudados a
evolução da cobertura de água apresentou um impacto negativo com a entrada da PSP. Em
esgoto, os casos negativos representam 61% dos casos examinados. Por outro lado, entre
um terço e 40% dos casos estudados a evolução da cobertura de água sofreu um impacto
positivo, com a entrada da PSP.
88
Para o serviço de água, na comparação de tendências antes e depois, o total de casos neutros é 12; 10 casos com
cobertura no inicio maior que 90% e 2 com coberturas iniciais entre 50 e 90%. No método da curva típica o total de casos
neutros é 9; 6 com coberturas no início maiores que 90%, 2 entre 50 e 90% e um caso abaixo de 50%.
89
Para o serviço de esgoto, na comparação de tendências antes e depois, o total de casos neutros é 2; 1 caso com
cobertura no inicio maior que 90% e 1 com cobertura inicial menor a 50%. No método da curva típica o total de casos
neutros é6; 1 com cobertura no início maior que 90%, 2 entre 50 e 90% e 3 casos abaixo de 50%.
90
São consideradas como concessões “grandes” aquelas que no ano de 2006 tinham mais de 100.000 economias,
somando suas economias ativas de água e de esgoto. As concessões com menos de 100.000 economias são
consideradas “pequenas”. As concessões que, em julho de 2006, registravam ao menos 3 anos em operação, são
consideradas como “maduras”. As demais são consideradas como “não maduras”. Esta segmentação corresponde ao
mesmo critério considerado no desenho da amostra das pesquisas de satisfação e de novos conectados.
143
melhora em PSP grandes e em concessões maduras, e piora em PSP pequenas e em
contratos com menos de 4 anos de operação (não maduros).
91
Para esta análise o Consórcio teve que examinar cada caso, para água e esgoto, verificando diferentes variáveis
relativas à população, economias e domicílios, com informações nem sempre confiáveis. Portanto, no estudo desenvolvido,
muitas vezes foram utilizadas estimativas, o que gera certo nível de incerteza nos resultados. Por esta razão, em nenhum
caso se pode ter, a partir destas análises, conclusões absolutas a respeito do cumprimento de responsabilidades
contratuais dos concessionários. Esse tipo de conclusão precisa, na opinião do Consórcio, de um estudo feito a partir de
informações detalhadas obtidas em campo, em um nível que está fora do escopo do presente estudo.
144
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
Positivo
17% 13% 21% 50%
Antes-Depois
4 0 2 6
Neutro
17% 0% 8% 25%
3 1 2 6
Negativo
13% 4% 8% 25%
TOTAL 10 4 10 24
Fonte: Elaboração dos Autores.
92
Considerando o cenário contrafactual obtido das tendências na evolução da cobertura típica de água e esgoto antes da
PSP. Considera-se que esta medida é mais representativa para fazer seu cruzamento com o cumprimento de metas, em
função de que sua determinação leva em conta que os resultados do esforço para aumentar a cobertura de um serviço são
diferentes segundo o nível de cobertura inicial.
145
TABELA 4.6 - Impacto na Evolução da Cobertura
de Esgoto e Cumprimento de Metas
Cumprimento Metas
Sim Parcial Não TOTAL
2 0 1 3
Positivo
Comparação Tendência
11% 0% 5% 16%
Antes-Depois
3 0 2 5
Neutro
16% 0% 1% 26%
1 1 9 11
Negativo
5% 5% 47% 58%
TOTAL 6 1 12 19
Fonte: Elaboração dos Autores.
Para o serviço de esgoto, na TABELA 4.6 pode-se observar que apenas 3 casos
apresentam desempenho positivo quanto às tendências. Entre eles, 1 não cumpre as metas
contratuais; três casos mostram desempenho neutro, cumprindo a meta estabelecida no
contrato; uma alta proporção dos casos, 11 (representando 58% do total) mostra um
desempenho negativo em relação à tendência, entre os quais 9 não cumprem as metas.
Somente 2 dos 11 casos apresentam cumprimento parcial ou total das metas, o que indica
que provavelmente estas, nestas situações, seriam pouco exigentes.
A principal conclusão desta análise é que, para a coleta de esgoto, em geral, observa-
se uma situação pior do que no caso do serviço de distribuição de água, que em geral
mostra um desempenho muito melhor, tanto em termos da evolução das coberturas quanto
em relação ao cumprimento das metas, o que pode ser devido principalmente a três fatores:
146
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
Outra conclusão é que existem casos em que, ao que parece, as metas foram
definidas com níveis de exigência muito baixos ou muito altos, o que torna possível cumpri-
las, mesmo sem melhorar substancialmente o acesso aos serviços ou vice-versa. Assim,
mais uma vez, a questão das metas surge como um aspecto crucial no desenho de uma
PSP. Esta situação para o serviço de distribuição de água acontece principalmente nas PSP
de Guarantã do Norte, Matupá, Primavera do Leste e Pontes e Lacerda no Mato Grosso,
onde os usuários têm mostrado resistência à conexão às redes de água, então as metas
para este serviço não têm sido alcançadas. Outra situação acontece em Manaus, onde as
metas originais do contrato se mostram distantes, em comparação à realidade da situação
inicial de cobertura deste serviço.
93
Considerando que não se obteve a informação completa, os resultados obtidos não necessariamente refletem o
panorama geral da PSP no Brasil, limitando-se estas conclusões à amostra de casos analisada em cada indicador.
147
número de empregados e dos índices de economias por funcionário para cada PSP e os
resultados individuais obtidos na classificação de sua evolução após o início da mesma.
A análise da evolução dos indicadores de economias por funcionário foi realizada por
meio do cálculo da inclinação de sua trajetória linear, uma vez iniciada a concessão. Foram
identificados dois casos:
O resumo dos resultados obtidos para cada indicador é indicado nas TABELAS 4.7 e
4.8.
9 12 21
Positiva (aumento)
90% 60% 70%
1 8 9
Negativa (diminuição)
10% 40% 30%
Total 10 20 30
Fonte: Elaboração dos Autores.
9 11 20
Positiva (aumento)
90% 61% 71%
1 7 8
Negativa (diminuição)
10% 39% 29%
Total 10 18 28
Fonte: Elaboração dos Autores.
Observa-se que, incluindo as duas versões para este índice, segundo empregados
próprios e segundo empregados equivalentes, existe uma tendência positiva em seus
valores depois do ano de início da PSP. Mais de dois terços dos casos para os quais se
tinha informação (30 para o indicador de economias por funcionário próprio e 28 para o de
economias por funcionário equivalente) apresentam uma tendência positiva (aumento no
valor do índice) na curva que representa a sua evolução para o período posterior ao início
da PSP, no caso do índice de economias por funcionário próprio equivale a 70% e no caso
de economias por funcionário equivalente atinge 71%, isto é, 20 casos. Destes últimos, 11
PSP estão sustentadas num crescimento mais acelerado do número de economias em
relação ao número de empregados, enquanto que em 9 casos isto se deve a um aumento
do número de economias paralelo a uma diminuição na quantidade de pessoal.
De acordo com o tamanho, nota-se que 90% das empresas grandes apresentam uma
melhoria no desempenho deste conceito, medido através do indicador de economias por
funcionário equivalente, enquanto que, nas empresas pequenas, 61% apresenta esta
148
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
condição. Dentro do grupo de empresas grandes, aquela que apresenta uma tendência
negativa do indicador corresponde à concessionária de Campo Grande, enquanto nas
pequenas os sete casos com tendência negativa correspondem aos Municípios de Araújos,
Bom Sucesso, Cláudia, Mauá (ECOSAMA), Guará, Nova Xavantina e Paraguaçu. Nas
TABELAS do apêndice, pode-se observar a qualificação de cada PSP examinada, segundo
a tendência na evolução deste indicador.
Entre 0% e 5% 9 30%
Total 30 100%
Fonte: Elaboração dos Autores.
Entre 0% e -5% 2 7%
Entre 0% e 5% 11 39%
Total 28 100%
Fonte: Elaboração dos Autores.
149
linha com as conclusões qualitativas e permite sustentar que em média existiram aumentos
de produtividade do pessoal em comparação à situação prévia, mas que estes não foram
dramáticos, pois o aumento na cobertura dos serviços e os incrementos nos indicadores de
qualidade de serviço pressionaram no sentido contrário. De fato, ao considerar o
crescimento anual do indicador de economias por funcionário próprio, o qual apresenta uma
menor volatilidade do que o indicador de economias por funcionário equivalente, a taxa de
crescimento da produtividade atinge um valor médio de somente 2,6% anual para o conjunto
de empresas examinadas95.
1
17%
5
83%
Melhor Pior
Fonte: Elaboração dos Autores.
95
Foi excluído deste cálculo o caso de Marcelândia, por apresentar índices de crescimento muito acima do resto das
concessionárias analisadas.
150
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
índices médios de economias por funcionário próprio superiores a 1.400 economias. Trata-
se de um benchmark exigente que tem implícita uma alta terceirização de serviços.
No caso das perdas, havia uma cobertura de dados inferior à que estava disponível
para o indicador anterior, mas as análises também mostram melhoras, isto é, reduções nas
porcentagens. Levando em conta o comportamento do indicador de perdas percentuais em
distribuição96, medido através da inclinação de sua curva representativa uma vez iniciada a
PSP, 14 casos de um total de 17 com informação (82%) apresentam diminuições neste
índice97. Entre as empresas pequenas, 6 de 7 casos (86%) apresentam melhoras98, e, entre
as empresas grandes, 8 de um total de 10 casos (80%) também evoluíram positivamente99.
Total 10 7 17
Fonte: Elaboração dos Autores.
Entre as empresas pequenas, seis casos (86%) apresentaram reduções das perdas,
correspondentes a Mairinque, Nova Xavantina, Pontes e Lacerda, União do Sul, Paranaguá
e Araújos. Dentro das empresas grandes oito, (80%), melhoraram sua situação: Manaus,
Limeira, PROLAGOS, Campo Grande, Petrópolis, Campos dos Goytacazes, Cachoeiro de
Itapemirim e Palmas (SANEATINS).
96
Índice de Perdas em Distribuição = (Volume de Água (Produzido + Tratado Importado - de Serviço) - Volume de Água
Consumido)/ Volume de Água (Produzido + Tratado Importado - de Serviço). Privilegiou-se a utilização deste índice, pois
as metas contratuais a respeito deste parâmetro, quando existem, estão expressas em função desta definição. Por outro
lado, os resultados obtidos da análise de evolução com este indicado são os mesmos que com o indicador de perdas em
lt/ligação/dia. A metodologia, assim como um detalhe dos resultados para a análise de Perdas em Distribuição, é
apresentada em Anexo a este estudo.
97
Considerando aquelas empresas que apresentaram diminuição nas perdas durante a PSP, a taxa anual de redução foi
de aproximadamente 3%.
98
Redução anual média: 5%.
99
Redução anual média: 1%.
151
observar, dos nove casos para os que se tinham informação para efetuar esta comparação,
correspondentes a Niterói, Petrópolis, Cachoeiro de Itapemirim, Nova Xavantina, Pontes e
Lacerda, Santa Carmem, Campo Grande, Manaus e Palmas (SANEATINS), sete (78%)
registraram uma média de perdas menor do que antes da PSP, enquanto que os dois
restantes, correspondentes a Campo Grande e Manaus, apresentaram uma média de
perdas maior do que na situação prévia. Esta conclusão é consistente com os resultados de
tendência pós PSP, comentados no item anterior.
2
22%
7
78%
Melhor Pior
100
“The Challenge of Reducing Non-Revenue Water (NRW) in Developing Countries How the Private Sector Can Help: A
Look at Performance-Based Service Contracting”, Bill Kingdom, Roland Liemberger, e Philippe Marin. Dezembro de 2006.
101
Destaca-se o caso de Nova Friburgo que aumentou em 5% a cobertura de micromedição no início de operação
passando para 87% no transcurso de 7 anos. Outros casos significativos neste aspecto são Guarantã do Norte, Nova
Xavantina, Sorriso e Guará.
152
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
9 17 26
Positiva
90% 89% 90%
1 2 3
Negativa
10% 11% 10%
Total 10 19 29
Fonte: Elaboração dos Autores.
1 7 8
Aumento
10% 41% 30%
9 10 19
Diminuição
90% 59% 70%
Total 10 17 27
Fonte: Elaboração dos Autores.
Para esta análise 23 empresas103 foram consideradas, 18 das quais, sobre a base das
demonstrações financeiras e 5 somente sobre os dados contidos no formulário de
solicitação de antecedentes preenchido pelos operadores, informação que foi
complementada com os dados contidos no SNIS. Os dados disponíveis compreendem total
ou parcialmente o período desde o início das operações de cada empresa até o ano de
2006.
102
Ao se comparar a cobertura de micromedição média de 3 anos antes da PSP aos 3 anos posteriores ao início da
operação, observa-se um aumento médio de 34% no conjunto de casos com dados disponíveis.
103
Exclui-se da análise global aquelas empresas com concessão tipo BOT e aquelas com informação inconsistente. As 18
empresas sobre a base das situações financeiras são: Itapema, Paranaguá, Guariroba, Guarantã, Sorriso, Matupá,
Ribeirão Preto, Cláudia, Carlinda, Cachoeiro, Mauá, Limeira, Imperador-Petrópolis, Juturnaíba, Niterói, Paraíba, Pontes e
Lacerda e Primavera; e as 5 com os dados contidos no formulário: Guará, Amazonas, Mairinque, Palmas e Prolagos.
153
A avaliação do impacto da participação do setor privado no desempenho operacional e
financeiro das empresas de provisão de serviços de saneamento no Brasil se realiza de
maneira indireta, em razão de que não se dispôs de informação suficiente e pertinente104 do
período prévio ao início das PSP. Para a avaliação indireta utilizam-se dois tipos de
análises: (I) evolução que mostra os indicadores entre dois períodos de tempo posteriores
ao início das PSP e (II) uma comparação com indicadores de contratos de concessão em
execução em outros países.
104
Não é possível realizar uma comparação do período anterior e posterior à entrada em vigência das concessões devido
ao fato de que a informação que se possui é incompleta e somente é possível obter alguns dados pontuais de somente
duas empresas, Ribeirão Preto e Palmas, para dois anos anteriores ao começo das concessões, os quais são insuficientes
para realizar uma comparação e análise.
154
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
105
Dados atualizados pela variação anual média do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Ampliado), obtidos do
IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), considerando para o cálculo os valores dos índices de dezembro de
cada ano.
155
relação aos investimentos comprometidos no período de concessão segundo ABCON106,
porcentagem ligeiramente superior à proporção do período de concessão transcorrido desde
o início das operações até o ano de 2006 (23%). Tais investimentos foram financiados, em
média107 da seguinte forma: 49,6% com empréstimos e 50,4% com recursos próprios,
segundo análise dos dados financeiros e do SNIS.
O investimento anual médio realizado pelas empresas foi equivalente a 0,5 vezes o
faturamento líquido anual médio, cifra similar aos padrões internacionais para contratos
similares. Por outro lado, o investimento total realizado expresso em moeda de 2007 foi
igual a R$22 mil por habitante108 dos Municípios atendidos.
106
Ainda que a informação da ABCON (Associação Brasileira de Concessionárias Privadas de Serviços Públicos de Água e
Esgoto) não corresponda a dados oficiais, considera-se que é o mais pertinente para poder efetuar uma comparação, uma
vez que não se dispõe do dado dos concessionários.
107
Foi excluída a empresa de Palmas por não haver dados confiáveis para realizar a análise do investimento e só se
conhecer seu investimento e financiamento pelos dados SNIS.
108
O investimento por habitante de cada empresa foi calculado dividindo o valor atualizado do total de seus investimentos
acumulados em 2006 pela população urbana (ou o total da população, segundo corresponda) dos Municípios atendidos do
ano de 2006.
156
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
Sistema de Referência
Uma das variáveis-chave para orientar o trabalho foi o número de ligações de água
existentes (LIG ATIVAS) no ano imediatamente anterior ao início da operação da
concessionária. Para os Municípios sem essa informação (Bom Sucesso, Itapema e
Mineiros do Tietê) manteve-se a informação atual disponível (LIG ATUAL).
157
5.1.2. Estratos
158
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
159
TABELA 5.2 - Processo de Eliminação e Agrupamento de Municípios.
Ano Prazo Seq5
Municípios Seq Modalidade Estado Seq2 Seq3 Seq4
Início anos
UNIVERSO PESQUISADO
160
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
ELIMINADOS
Especiais
Modalidade
esgoto (BOT
Araçatuba 1 1 201
tratamento)
sub-concessão
água, BOT ETA,
Cajamar 11 9 202
captação, adutora,
EEA, reservatório
Fortaleza 16 contrato gestão Ceará 1998 5 14 203
água BOT parcial
Jaú 23 capt + aduç + ETA 20 204
agua
Modalidade
Agrupados
161
O cruzamento desses dois critérios sobre os 31 Municípios está na TABELA 5.4.
1 19.202 6
2 195.765 8
3 198.145 1
4 437.385 16
Total 85.0497 31
162
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
MT Guarantã do Norte 2001 1999 789 4.383 CO S 2 789 4.897 21 3.835 3.594
MT Pontes e Lacerda 2001 1999 3.195 5.635 CO S 2 3.195 7.833 21 4.317 2.440
MT Primavera do Leste 2000 1997 2.320 6.751 CO S 2 2.320 9.550 21 5.017 4.431
RJ Cabo Frio (Amplo) (2) 1998 1998 32.508 61.235 SE S 4 32.508 62.422 42 21.311 28.727
ES Cachoeiro de Itapemirim 1998 1997 29.514 41.620 SE S 4 29.514 43.702 42 1.107 12.106
RJ Nova Friburgo 1999 1999 41.326 32.764 SE S 4 41.326 47.199 43 6.096 -8.562
RJ Campos dos Goytacazes 1999 1998 44.611 70.990 SE S 4 44.611 100.575 45 26.523 26.379
SP Limeira 1996 1996 59.808 81.897 SE S 4 59.808 66.142 46 502 22.089
SP Mauá 2003 2002 81.441 86.862 SE S 4 81.441 98.969 47 1.555 5.421
163
Quantidades Quantidades Quantidades Diferença
Ano
de Ligações de Ligações de Ligações Dif. Atuais
Início da Maturidade Domicílios
UF Município de Água de Água Região Estrato de Água Zona Censo Ativas
Concessão Informação (6) permanentes
Ativas Total Ativas (8) (NOVAS)
(3)
(4) (5) (7)
Total 834.336 1.106.908 850.497 270.693 256.411
Fonte: SNIS (1995-2004); IBGE (2000)
(1) Araruama / Saquarema / Silva Jardim
(2) Armação dos Búzios / Arraial do Cabo / Cabo Frio / Iguaba Grande / S. Pedro da Aldeia
(3) Em alguns casos não havia informação para o ano imediatamente anterior ao início da concessão
(4) Quantidade de ligações de água. Informação referente ao ano imediatamente anterior ao início da concessão, conforme SNIS.
(5) Informação referente ao ano imediatamente anterior ao início da concessão, conforme SNIS.
(7) Atribuído o número de ligações atuais para os Municípios de Bom Sucesso, Itapema e Mineiros de Tietê, de acordo com o Censo DemoGRÁFICO 2000.
(8) Diferença no Censo entre domicilios particulares permanentes e domicilios permanentes com ligação de água
164
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
5.1.4. Amostra
Inicialmente fez-se a alocação das 2.400 unidades previstas pelos quatro estratos de
interesse e atribuíram-se 400 unidades para cada um dos quatro estratos. As 800 unidades
restantes foram distribuídas entre os estratos 2 e 4, aproximadamente, de maneira
proporcional ao número de ligações ativas. Embora os estratos 2 e 3 tivessem mais ou
menos o mesmo tamanho, optou-se por manter o número de 400 unidades para o estrato
3, pois ele compreende apenas um Município (Manaus). Dentro de cada um desses
estratos, os Municípios foram ordenados por tamanho (ver TABELA 5.7)
A alocação do número de entrevistas para cada zona dentro do respectivo estrato foi
aproximadamente proporcional ao tamanho da ZONA. A alocação da amostra pelos
Municípios sorteados encontra-se na TABELA 5.7.
165
• Classificar o domicílio em baixa renda ou não (ver a definição dos pontos de corte na
TABELA 5.7), para garantir representatividade desses dois domínios de interesse da
pesquisa.
• Dentro de cada Município sorteou-se, com igual probabilidade, c domicílios, fixando-
se a priori o número de domicílios de baixa renda e os de mais alta renda que
deveriam ser entrevistados, de tal modo que aproximadamente a metade das
entrevistas deveria ser de moradores com rendas mais baixas e a outra metade com
rendas mais altas. A TABELA 5.8 apresenta um resumo das unidades sorteadas e as
respectivas alocações por Municípios e setores.
• Nas zonas onde houve sorteio de Municípios (11,21. 41 e 42), estes foram feitos com
probabilidade proporcional ao tamanho. A alocação do número de unidades foi
mantida constante em cada um deles.
166
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MT Marcelândia CO N 1 1.096 11
MT Cláudia CO N 1 2.000 11
MT Matupá CO S 2 420 21
MT Nobres CO S 2 2.459 21 s 40
PR Paranaguá N S 3 24.719 41
RJ Guapimirim SE S 4 1.285 41 s 40
SP Guará SE S 4 4.530 41
MG Paraguaçu SE S 4 4.826 41 s 40
167
Quantidades Alocação
Maturidade de ligações de Total Alocação Municípios auto Municípios Alocação por
UF Município Região Estrato Zonas
(6) Água -Ativas estrato Inicial representados Sorteados por ZONA Município
(7)
RJ Niterói SE S 4 41.496 s 44 s 94 94
168
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
1 Arenápolis 1 11 70 0 3 15 6 12 72
4 Santa Carmem 1 11 70 0 5 2 2 35 70
3 Nova Xavantina 1 12 70 0 3 15 6 12 72
6 Nobres 2 21 40 0 3 11 4 10 40
8 Pontes e Lacerda 2 21 40 0 3 27 4 10 40
9 Primavera do Leste 2 21 40 22 5 17 4 10 40
13 Guapimirim 4 41 40 50 3 25 4 10 40
15 Mairinque 4 41 40 0 5 34 4 10 40
19 Paraguaçu 4 41 40 0 4 16 4 10 40
17 Niterói 4 44 94 88 5 697 8 12 96
169
5.1.5. Desempenho do Campo
Na TABELA 5.9 pode-se observar que o desempenho da coleta de dados esteve muito
próximo dos valores estabelecidos pelo plano amostral. Houve apenas uma seleção um pouco
maior de domicílios de baixa renda, mas, como já foi mencionado, este desbalanceamento foi
corrigido na ponderação dos dados.
170
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1 Arenápolis 1 11 0 72 34 38 72
4 Santa Carmem 1 11 0 70 9 28 37
3 Nova Xavantina 1 12 0 72 31 43 74
6 Nobres 2 21 0 40 20 20 40
8 Pontes e Lacerda 2 21 0 40 19 26 45
9 Primavera do Leste 2 21 22 40 11 18 29 22
13 Guapimirim 4 41 50 40 21 21 42 50
15 Mairinque 4 41 0 40 21 19 40
19 Paraguaçu 4 41 0 40 18 22 40
18 Nova Friburgo 4 43 18 96 41 56 97 19
17 Niterói 4 44 88 96 50 47 97 90
5.1.6.1. Nomenclatura
i. Índices
h= Zona
i= Município
j= Setor censitário
k= Domicílio
l= Domínio indicando baixa ou alta renda
ii. Variáveis
LA = Ligações Ativas (SNIS)
D = domicílios particulares no Censo (IBGE)
171
D'= domicílios particulares contados. (IBOPE)
DA’=domicílios entrevistados no arrolamento e classificados segundo a renda.
a = número Municípios sorteados (plano amostral)
b = número de SC sorteados (plano amostral)
c = número efetivo de casas entrevistadas (IBOPE)
O inverso desta probabilidade será o peso (whijkl) de expansão para cada unidade da
pesquisa.
Os pesos foram calibrados de modo que o total reproduzisse o total de ligações ativas no
universo da pesquisa.
5.1.7. Estimadores
Cada unidade k entrevistada tem, portanto, associado um peso wk, que é o inverso da
sua probabilidade de inclusão. A soma desses pesos reproduz o total do universo de interesse
da pesquisa, descrito acima. Neste caso, tem-se que Σwk=850.497.
É necessária aqui uma palavra de atenção. Como as estimativas indicam valores para o
universo, às vezes imagina-se que sejam valores muito grandes para não considerar as
possíveis variações amostrais. Recomenda-se olhar os resultados com e sem pesos e
determinar os erros amostrais correspondentes.
O cálculo dos erros dos estimadores em planos amostrais complexos exige pacotes
especiais para o seu cálculo; nesta pesquisa, optou-se pelas sub-rotinas específicas do SPSS.
172
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
"Domicílio cujos moradores habitam aquele domicílio antes e depois da PSP e que depois
da PSP foram conectados a algum serviço que não tinham antes, seja água, esgoto ou
ambos".
Dados do SNIS apresentavam duas informações que poderiam dar uma boa
aproximação deste dimensionamento: a diferença entre ligações atuais e ativas, apresentada
na TABELA 5.6 (variável NOVAS). Porém, estas informações apresentaram alguns resultados
discrepantes. Diferenças negativas, indicaram possível diminuição de ligações.
Usou-se uma combinação das duas informações para identificação desse universo e
sorteio da amostra, indicado pela variável NOVAS.
5.2.3. Amostra
Para esta pesquisa, estabeleceu-se que o tamanho da amostra seria de 600 domicílios.
Para aproveitar o trabalho de campo e integrar os dois levantamentos, foram usados os
mesmos Municípios já sorteados na pesquisa de satisfação. A alocação foi feita proporcional à
variável NOVAS.
O sistema de ponderação foi estabelecido para reproduzir os resultados dos três estratos
da pesquisa e o universo potencial do Censo de 2000, isto é, Σwk=268.125, obtido pela soma
dos estratos 2, 3 e 4 da TABELA 5.10.
173
5.2.4. Distribuição de Renda
Para estudo das diferenças entre as opiniões de moradores de alta e baixa renda, pode-
se usar qualquer ponto de corte de interesse. Neste estudo, sugere-se usar três salários
mínimos, pois garante-se uma freqüência equilibrada de domicílios nas duas categorias.
1 3 385 2 569
2 57 483 38 225
3 42 950 80 210
174
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
Município Corte SM zero até 1SM até 2sm até3sm até5sm até 10 sm até15sm até 20sm
4 Araruama Amplo RJ 3 4,1% 14,5% 30,5% 43,9% 63,3% 84,9% 92,4% 95,7%
2 Campo Grande MS 4 2,8% 9,4% 22,7% 35,1% 54,4% 77,1% 85,4% 90,1%
4 Campos dos Goytacazes RJ 3 3,2% 15,0% 31,3% 45,8% 65,5% 84,9% 91,3% 94,7%
4 Nova Friburgo RJ 5 1,7% 7,1% 17,7% 29,5% 52,0% 79,6% 89,2% 93,0%
1 Nova Xavantina MT 3 3,3% 16,3% 33,8% 50,7% 69,9% 88,7% 92,9% 95,3%
2 Pontes e Lacerda MT 3 3,9% 13,3% 31,9% 47,1% 66,1% 87,8% 93,0% 96,1%
2 Primavera do Leste MT 5 1,5% 4,7% 13,7% 25,8% 50,4% 78,2% 87,0% 91,1%
1 Santa Carmem MT 5 0,0% 0,8% 7,7% 18,6% 41,9% 74,6% 78,5% 82,9%
Total dos estratos 4,2% 11,1% 23,8% 35,9% 55,1% 78,0% 86,2% 90,8%
175
5.2.5. Produto Final
Aos dados enviados pelo IBOPE, responsável pela aplicação dos questionários de
pesquisa, foram acrescentadas as colunas de pesos calculadas pelas fórmulas
anteriormente apresentadas. Esses arquivos, em formato SPSS, estão denominados
BD_conectados e BD_não-conectados.
5.3.1. Antecedentes
Outro aspecto relevante a se considerar tem relação com o fato de que a percepção
das pessoas em relação a um fenômeno específico carece normalmente de objetividade,
uma vez que sofre a influência de fatores que os entrevistados, de forma consciente, não
são capazes de isolar. Neste caso específico, relacionam-se aos julgamentos (positivos ou
negativos) que puderam ter a respeito dos processos de PSP.
176
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
Foi construído um desenho amostral que permitiu isolar o efeito de variáveis exógenas
que pudessem influenciar os resultados obtidos, mediante a conFIGURAção de grupos de
Municípios similares em função destas variáveis. As variáveis consideradas, logo do
levantamento de hipóteses realizado, foram as seguintes:
177
TABELA 5.12 - Universo de Municípios Maduros
6.442 Araújos
11.958 Matupá
14.983 Nobres
20.473 Paraguaçu
20.516 Guará
44.139 Guapimirim
46.570 Mairinque
48.326 Sorriso
51.208 Mirassol
144.797 Paranaguá
208.165 Palmas
274.906 Limeira
306.002 Petrópolis
406.242 Mauá
474.046 Niterói
1.644.690 Manaus
178
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
10.053 Carlinda
11.380 Cláudia
12.786 Arenápolis
17.353 Marcelândia
30.309 Itapema
179
5.3.1.2. Isolando o Efeito das PSP
Foi analisada a avaliação feita pelos entrevistados com relação a cada uma delas,
além de comparar a média em nível de blocos dos dois grupos (promédio público versus
privado).
180
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
109
Questionário apresentado no ANEXO 7.
181
5.3.1.4. Considerações Estatísticas Prévias
Caso 1 Caso 2
5.3.1.5. Resultados
• Municípios Não-Maduros.
• Municípios Maduros/Região Centro-Oeste.
• Municípios Maduros/Região Norte.
• Municípios Maduros/Região Sul - Sudeste.
Por sua vez, dentro de cada bloco, analisam-se, de forma separada e comparativa, os
resultados para a população de Baixa Renda e de Não-Baixa Renda.
182
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
1 2 3 4
Desta forma, de acordo com o quartil no qual se localizava cada entrevistado, foi
classificado em um dos 4 grupos seguintes:
183
instituições públicas e privadas. Estão localizados no segundo quadrante da
distribuição da variável criada.
• Camada social 3- Os Privados: entrevistados que fazem uma melhor avaliação
do bloco de empresas e instituições privadas do que das públicas. Estão
localizados no terceiro quadrante da distribuição da variável criada.
• Camada social 4- Os Muito Privados: entrevistados que fazem consistentemente
uma avaliação muito melhor das empresas e instituições privadas do que das
públicas.
184
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
185
TABELA 5.14 - Avaliação das Mudanças na Qualidade de
Serviço nos Atributos da Água
Concordo Não Concordo e Discordo
FRASES Concordo Discordo
Totalmente Nem Discordo Totalmente
Não Concordo
Concordo Discordo
FRASES Concordo e Nem Discordo
Totalmente Totalmente
Discordo
186
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
187
As necessidades consultadas na pesquisa foram as seguintes:
• Beber.
• Cozinhar.
• Lavar louça.
• Lavar roupa.
• Tomar banho.
• Lavar calçadas/ áreas comuns/ quintal/ regar plantas.
• Encher a piscina.
• Água de Poço.
• Água de Caminhão-pipa.
• Água mineral/ Galão/ garrafa.
• Água Encanada / da Rua.
• Outro tipo de água.
A mesma situação pode ser observada em relação aos resultados obtidos sobre o
conhecimento do processo de PSP realizado no Município: constata-se que 63% da
população de Baixa Renda (contra 83% do restante) declara ter conhecimento. Este
resultado pode estar relacionado à baixa maturidade das concessões deste grupo de
Municípios. Mais adiante, será comparado este nível de conhecimento com o existente nos
Municípios cujas concessões são maduras.
188
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
189
GRÁFICO 5.2 - Avaliação DE Afirmações - SetorES
Público e Privado, Concessões Não-Maduras
Muito Privados
Públicos
Baixa Renda
-2 -1 0 1 2
190
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
Os GRÁFICOS 5.4 e 5.5 a seguir permitem caracterizar com mais detalhes a melhoria
da qualidade de serviço de água avaliada pelas duas categorias de população consideradas
neste estudo.
Baixa Renda
CRISTALINA
30%
GOSTOSA DE BEBER
25%
NÃO TEM CHEIRO
20%
ÉTRATADA
191
tem relevância para alterar a percepção final de melhoria. Covém ressaltar que, em termos
de importância, depois dos atributos relacionados ao tratamento da água, os relativos à
continuidade do serviço e ao sabor da água são os mais indicados.
Não-Baixa Renda
CRISTALINA
35%
GOSTOSA DE BEBER
30%
NÃO TEM CHEIRO
25%
É TRATADA
20%
TEM SERVIÇOCONTÍNUO
15%
TEM BOA PRESSÃO
10%
TEM PREÇO JUSTO
5%
SEGURANÇA NA ÁGUA
TRATADA
0%
Muito
-2 Melhor no Passado-1 Indiferente
0 1Muito Melhor no Presente
2
Observa-se pelo GRÁFICO 5.5, para a população de Não-Baixa Renda, uma situação
semelhante à verificada anteriormente, ainda que as relevâncias relativas aos atributos de
tratamento de água sejam maiores, No que diz respeito aos avanços na qualidade de
serviço, repete-se a percepção anterior de melhoria em todos, exceto o preço. Assim sendo,
os clientes seguem sustentando que o preço tem aumentado de maneira mais que
proporcional às melhorias na qualidade de serviço, ainda que este fato não tenha também
impacto na percepção geral referente às melhorias. Observe-se que o sabor da água é
menos relevante comparativamente à avaliação da camada de Baixa Renda, diante da
possibilidade de utilização de substitutos pelos entrevistados para a satisfação de suas
necessidades (principalmente água engarrafada). Tanto os clientes desta camada social
como os de Baixa Renda manifestam que a continuidade do serviço é o atributo que
apresenta maior melhoria.
Os GRÁFICOS 5.6 e 5.7 a seguir permitem caracterizar com mais detalhes a melhoria
da qualidade de serviço de esgoto avaliada pelas duas categorias de população
consideradas neste estudo.
192
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
193
GRÁFICO 5.7 - Atributos do Esgoto – Concessões
Não-Maduras / Não-Baixa Renda
Observa-se pelo GRÁFICO 5.7, para a população de Não-Baixa Renda, uma situação
semelhante à verificada anteriormente. A percepção de preço ou valor de entrega é
novamente o atributo menos importante. Os clientes desta camada social também
manifestam que têm ocorrido melhorias em todos os atributos importantes, ficando
para trás, novamente, o atributo relativo ao preço, o qual, dada sua baixa relevância,
praticamente não influencia a percepção de desempenho geral nesta dimensão.
194
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
requerem água potável (como regar jardins ou lavar roupa) pela água fornecida
pelas companhias.
• A diminuição da quantidade de pessoas bebendo água fornecida pelas
companhias, sendo particularmente relevante esta diminuição na camada social
de Não-Baixa Renda, pode estar relacionada aos seguintes fatores:
Quanto menor a renda dos entrevistados, maior é a proporção de
indivíduos que bebe água fornecida pela companhia. Desta forma, o fato de
que a quantidade de pessoas que a consome na camada social de Não-
Baixa Renda diminur tanto, a partir da PSP, pode estar relacionada a que
uma proporção importante desta gente a bebia antes, quando seus
rendimentos eram menores, mas que agora, ao terem seus rendimentos
aumentados, deixaram de consumi-la. O que está por trás deste fenômeno,
então, é a proporção de pessoas que deixaram de ser de Baixa Renda.
Outro aspecto que poderia explicar este fenômeno é que as pessoas, ainda
que que percebam melhorias na qualidade do tratamento da água, não têm
confiança suficiente para bebê-la. Desta forma, mesmo que os
entrevistados visualizem avanços no aspecto potável da água, ainda
preferem beber água engarrafada, caso sua renda assim o permita. Caso a
qualidade da água tenha efetivamente melhorado, mas os usuários ainda
não a percebam com confiança, então talvez existam problemas de
comunicação por parte das concessionárias, as quais não têm mostrado de
forma efetiva à comunidade os avanços alcançados no quesito
potabilidade.
5.3.2.3. Conclusões
195
• Quanto ao esgoto, os atributos relacionados ao tratamento deste são os mais
importantes, com a percepção de melhorias pelas duas categorias de população
entrevistadas.
• Os atributos relativos ao preço, tanto na água, como no esgoto, ainda que pouco
valorizados, são os que apresentam a pior avaliação em termos de melhorias
após a PSP, sendo que, em alguns casos, a situação piorou. Isto é consistente
com uma pequena diminuição observada nos usos da água potável. De toda
forma, por serem atributos pouco relevantes, não modificam a percepção geral
de melhorias.
• No que diz respeito ao atendimento, o mais relevante é o aviso oportuno de
interrupção no serviço: independentemente da categoria de renda estudada, os
entrevistados manifestam que a situação não melhorou neste aspecto.
196
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
Como é possível verificar pelo GRÁFICO 5.8, não existem grandes diferenças nas
avaliações que as camadas de Baixa Renda e de Não-Baixa Renda) realizam das
instituições públicas e privadas. As diferenças nas avaliações não são em nenhum caso
estatisticamente significativas. Para o caso dos Bancos, único item avaliado
simultaneamente sob gestão pública e privada, não existem também diferenças
estatisticamente significativas entre as duas categorias de população estudadas. Desta
forma, até este ponto, não existem evidências que indiquem eventuais riscos na avaliação
decorrentes de pré-julgamentos.
197
GRÁFICO 5.9 - Avaliação Afirmações SetorES Público e Privado
Concessões Maduras / Região CO
198
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
199
GRÁFICO 5.11 - Atributos da Água - Concessões
Maduras / Região CO / Baixa Renda
Baixa Renda
É CRISTALINA
25%
É GOSTOSA DE BEBER
É TRATADA
15%
10%
TEM BOA PRESSÃO
SEGURANÇA NA ÁGUA
TRATADA
0%
Muito
-2 Melhor no Passado-1 Indiferente
0 Muito
1 Melhor no Presente
2
200
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
Não-Baixa
Renda
CRISTALINA
25%
GOSTOSA DE BEBER
20%
CHEIRO
TRATADA
15%
CONTINUIDADE DO SERVIÇO
10%
PRESSÃO
PREÇO JUSTO
5%
SEGURANÇA NA ÁGUA
TRATADA
0%
Muito
-2 Melhor no Passado
-1 Indiferente
0 1Muito Melhor no Presente
2
Observa-se pelo GRÁFICO 5.5, para a população de Não-Baixa Renda, uma situação
semelhante à verificada anteriormente, ainda que as ainda que as faixas de relevância vistas
anteriormente sejam mais difusas. No que diz respeito aos avanços na qualidade de serviço,
repete-se a percepção anterior de melhoria em todos, exceto o preço. Assim sendo, os
clientes seguem sustentando que o preço tem aumentado de maneira mais que proporcional
às melhorias na qualidade de serviço, ainda que este fato não tenha também impacto na
percepção geral referente às melhorias. Observe-se que o sabor da água é menos relevante
comparativamente à avaliação da camada de Baixa Renda, diante da possibilidade de
utilização de substitutos pelos entrevistados para a satisfação de suas necessidades
(principalmente água engarrafada). Tanto os clientes desta camada social como os de Baixa
Renda manifestam que a continuidade do serviço é o atributo que apresenta maior
melhoria.
201
GRÁFICO 5.13 - Atributos do Esgoto - Concessões
Maduras / Região CO / Baixa Renda
Baixa Renda
30%
0%
-2
Muito -1
Melhor no Passado 0
Indiferente 1
Muito Melhor no Presente2
202
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
Observa-se pelo GRÁFICO 5.14, para a população de Não-Baixa Renda, uma situação
semelhante à verificada anteriormente. O atributo mais importante é o preço, seguido da
qualidade do esgoto no lar (sem refluxos, que não ocorra entupimento, que não tenha odores
desagradáveis), para só então virem os atributos relativos ao tratamento, ainda que, neste
caso, as diferenças entre eles sejam menores, aproximando-se dos demais. Novamente é o
preço o atributo no qual a evolução é pior percebida, o que propicia que a avaliação final da
evolução da qualidade de serviço no esgoto não seja tão boa.
O número de clientes que declaram ter aumentado a quantidade de usos da água fornecida
pelas concessionárias é praticamente nulo. Em contrapartida, praticamente 10% dos
entrevistados na categoria de Não-Baixa Renda, manifestam ter diminuído o uso,
satisfazendo às necessidades originais com fontes alternativas. Esta diminuição nos usos
pode ser explicada por uma queda na quantidade de pessoas que declaram beber a água
fornecida pelas concessionárias após a PSP: de 85% para 77% pela população de Não-
Baixa Renda. Para a população de Baixa Renda, não houve diminuição (na verdade um
pequeno aumento, de 92% para 93%).
203
requerem água potável (como regar jardins ou lavar roupa) pela água fornecida
pelas companhias.
• A diminuição da quantidade de pessoas bebendo água fornecida pelas
companhias, sendo particularmente relevante esta diminuição na camada social
de Não-Baixa Renda, pode estar relacionada aos seguintes fatores:
Quanto menor a renda dos entrevistados, maior é a proporção de
indivíduos que bebe água fornecida pela companhia. Desta forma, o fato de
que a quantidade de pessoas que a consome na camada social de Não-
Baixa Renda diminur tanto, a partir da PSP, pode estar relacionada a que
uma proporção importante desta gente a bebia antes, quando seus
rendimentos eram menores, mas que agora, ao terem seus rendimentos
aumentados, deixaram de consumi-la. O que está por trás deste fenômeno,
então, é a proporção de pessoas que deixaram de ser de Baixa Renda.
Outro aspecto que poderia explicar este fenômeno é que as pessoas, ainda
que que percebam melhorias na qualidade do tratamento da água, não têm
confiança suficiente para bebê-la. Desta forma, mesmo que os
entrevistados visualizem avanços no aspecto potável da água, ainda
preferem beber água engarrafada, caso sua renda assim o permita. Caso a
qualidade da água tenha efetivamente melhorado, mas os usuários ainda
não a percebam com confiança, então talvez existam problemas de
comunicação por parte das concessionárias, as quais não têm mostrado de
forma efetiva à comunidade os avanços alcançados no quesito
potabilidade.
Apesar disso, a quantidade de pessoas que declaram beber a água fornecida pelas
companhias é particularmente alta, neste cluster de Municípios. E, se a proporção destas
pessoas não aumenta, isso significa que a qualidade da água antes da PSP já era percebida
como suficientemente boa para que as pessoas tivessem a confiança necessária para bebê-
la.
204
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
5.3.3.3. Conclusões
205
anterior à PSP. No caso do esgoto, esta situação é particularmente relevante,
uma vez que o preço é reconhecido como muito importante.
• Com relação ao atendimento, os atributos mais relevantes são o aviso oportuno
de interrupção de fornecimento e que a conta seja entregue sem erros; quanto a
este último quesito, os entrevistados identificam melhorias após o início da PSP,
enquanto que, quanto aos avisos de interrupção, não têm ocorrido avanços (a
percepção é de piora após a PSP).
• A proporção de clientes que declaram beber a água potável, ainda que tenha
diminuído, é bastante alta. Somente a camada social de Não-Baixa Renda
diminui o uso de água como bebida, o que pode estar associado mais a uma
redução do número de pessoas de Baixa Renda que ingressa nessa nova
categoria, e menos a uma percepção de que a qualidade da água tenha piorado.
Em relação à quantidade de pessoas que bebia a água, anteriormente à PSP, ser
tão alta, indica que, já naquela época, a água era percebida com qualidade
suficiente para ser bebida (inclusive pela camada social de Não-Baixa Renda).
Por outro lado, estes altos níveis de conhecimento indicam que se deve ter muito
cuidado no tratamento de eventuais pré-julgamentos às percepções de qualidade de serviço
induzidos por preconceitos relativos às privatizações,uma vez que, se existissem, estariam
influenciando o declarado por uma grande porcentagem dos entrevistados.
206
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
Como é possível verificar pelo GRÁFICO 5.15, não existem grandes diferenças nas
avaliações que as camadas de Baixa Renda e de Não-Baixa Renda) realizam das
instituições públicas e privadas. As diferenças nas avaliações não são em nenhum caso
estatisticamente significativas. Para o caso dos Bancos, único item avaliado
simultaneamente sob gestão pública e privada, não existem também diferenças
estatisticamente significativas entre as duas categorias de população estudadas. Desta
forma, até este ponto, não existem evidências que indiquem eventuais riscos na avaliação
decorrentes de pré-julgamentos
207
GRÁFICO 5.16 - Avaliação: Afirmações Setor Público
e Privado - Concessões Maduras / Região N
Discordo
-2
DiscordamTotalmente
totalmente-1 Indiferente
0
Indiferente Concordo
1 Totalmente
Concordam 2
totalmente
Não Baixa Renda
Baixa Renda
Com relação às empresas públicas, chama a atenção o fato de que, neste cluster, os
entrevistados de Não- Baixa Renda não mencionem a crítica observada nos outros grupos
de Municípios com relação à eficiência das empresas públicas, pelo contrário, discordam
dessa afirmação. Existe evidência até este ponto de que não existem prejulgamentos
associadas a preconceitos. A prova ácida do ponto seguinte terminará por esclarecer as
dúvidas.
209
5.3.4.2. Mudanças na Percepção de Qualidade do Serviço
GRÁFICO 5.18 - Avaliação Total Empresa
Concessões Maduras / Região N
210
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
Baixa Renda
CRISTALINA
30%
GOSTOSA DE BEBER
25%
CHEIRO
20%
TRATADA
PRESSÃO
10%
PREÇO JUSTO
5%
SEGURANÇA NA ÁGUA
TRATADA
0%
-2
Muito Melhor no Passado-1 Indiferente
0 1Muito Melhor no Presente
2
211
GRÁFICO 5.20 - Atributos de Água - Concessões
Maduras / Região N / Não-Baixa Renda
Não-Baixa Renda
É CRISTALINA
25%
É GOSTOSA DE BEBER
20%
NÃO TEM CHEIRO
É TRATADA
15%
10%
TEM BOA PRESSÃO
SEGURANÇA NA ÁGUA
TRATADA
0%
-2
Muito Melhor no Passado-1 0
Indiferente 1Muito Melhor no Presente
2
212
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
213
GRÁFICO 5.22 - Atributos de Esgoto - Concessões
Maduras- Região N / Não-Baixa Renda
Este é o primeiro dos clusters analisados até o momento em que existe uma proporção
importante de pessoas, particularmente de Baixa Renda, que aumenta os usos que faz da
água: 32% dos entrevistados desta camada social manifestam que utilizam atualmente a
água potável para mais usos que anteriormente à PSP, substituindo outras fontes
214
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
alternativas. Este aumento pode ser explicado principalmente pelas pessoas que passaram a
utilizar a água para beber: de 32% para 56% (Baixa Renda) e de 31% para 37% (Não-Baixa
Renda). Este resultado é compatível com o que foi verificado anteriormente em relação à
qualidade da água.
5.3.4.3. Conclusões
215
que esta camada social associa ao atributo da relação qualidade/preço, verifica-
se que a percepção geral para esta dimensão é de um desempenho somente
regular, com uma evolução muito baixa logo no início da PSP, o que, por outro
lado, causa impacto na percepção geral de qualidade de serviço, fazendo com
que esta camada social, como foi mencionado anteriormente, tenha uma visão
pior referente à condição de serviço atual que a de Não-Baixa Renda.
• Os atributos relativos ao preço, tanto em relação à água, como ao esgoto, são os
que apresentam a pior avaliação comparada referente à condição de serviço
anterior à PSP.
• Com relação ao atendimento, os atributos mais relevantes são o aviso oportuno
de interrupção de fornecimento e que a conta seja entregue sem erros e os
entrevistados identificam melhorias após o início da PSP,
Esta seção analisa os resultados para o bloco de concessões Maduras das Regiões
Sul e Sudeste. Os resultados são também apresentados abertos em população de Baixa
Renda e de Não-Baixa Renda.
216
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
Como é possível verificar pelo GRÁFICO 5.23, não existem grandes diferenças nas
avaliações que as camadas de Baixa Renda e de Não-Baixa Renda realizam das instituições
públicas e privadas. As diferenças nas avaliações não são em nenhum caso estatisticamente
significativas. Para o caso dos Bancos, único item avaliado simultaneamente sob gestão
pública e privada, não existem também diferenças estatisticamente significativas entre as
duas categorias de população estudadas. Desta forma, até este ponto, não existem
evidências que indiquem eventuais riscos na avaliação decorrentes de pré-julgamentos
217
GRÁFICO 5.24 - Avaliação Afirmações - SetorES Público
e Privado - Concessões Maduras / Região S-SE
Discordamtotalmente
-2 -1 Indiferente
0 1 Concordamtotalmente
2
218
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
219
5.3.5.2. Mudanças na Percepção da Qualidade de Serviço
GRÁFICO 5.26 - Avaliação Total Empresa
Concessões Maduras/ Região S-SE
Assim sendo, o esgoto é responsável pelo fato de que a percepção geral de satisfação
seja mais baixa nesta camada social em comparação a de Não-Baixa Renda: é uma
dimensão excepcionalmente importante, e a pior qualificada, tanto atualmente (com um nível
intermediário entre regular e bom), como quanto a sua evolução em relação à condição
anterior à PSP, em que é percebida como a que menos tem evoluído. A água, em
contrapartida, é a dimensão mais relevante e a que apresenta a melhor avaliação atual
(próximo a bom) e as maiores evoluções positivas, desde a realização dos processos de
PSP.
220
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
mais atrás. De todas as formas, os desempenhos nestas duas dimensões são percebidos
como próximos a bom.
Baixa Renda
É CRISTALINA
25%
É GOSTOSA DE BEBER
É TRATADA
15%
TEM CONTINUIDADE DE SERVIÇO
10%
TEM BOA PRESSÃO
SEGURANÇA NA ÁGUA
TRATADA
0%
Muito
-2 Melhor no Passado-1 Indiferente
0 1Muito Melhor no Presente
2
221
GRÁFICO 5.28 - Atributos da Água – Concessões
Maduras / Região S-SE / Não-Baixa Renda
Não-Baixa Renda
30%
É CRISTALINA
15%
TEM CONTINUIDADE DE SERVIÇO
223
antes da PSP, com destaque para o nível mais baixo de melhoria atingido pelos dois
atributos mais relevantes.
5.3.5.3. Conclusões
224
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
Das análises realizadas foi possível observar que, mesmo que existam alguns
conceitos naturalmente associados às empresas privadas e interpretados com conotações
negativas (como a procura do lucro, por exemplo), os entrevistados reconhecem que, apesar
disto, os serviços prestados por estas empresas são freqüentemente de melhor qualidade
que os de seus pares públicos, não existindo, contudo, diferenças na avaliação das
225
evoluções na qualidade de serviço das concessões a partir das PSPs entre os entrevistados
que colocaram melhores notas às empresas e instituições públicas e os que avaliaram
melhor as privadas.
Dessa forma, pode-se efetuar a análise dos níveis atuais de satisfação, assim como
também das evoluções a partir dos processos de PSP, sabendo-se que as probabilidades de
pré-julgamento são mínimas, e que as eventuais diferenças encontradas são reais.
A primeira grande conclusão é que os clientes avaliam que a condição de serviço atual
é melhor que a que tinham antes da PSP, chegando, em muitos casos, a níveis próximos a
bom (similares ao obtido por benchmarks validados em estudos anteriores, como os
Correios, e muito acima de serviços avaliados de forma menos que regular, como a
manutenção de ruas, avenidas e parques).
Apesar de existir uma percepção efetiva referente ao fato de que a qualidade física da
água hoje é melhor do que a que existia antes da PSP, não tem aumentado a quantidade de
pessoas que utilizam a água potável para beber. De fato, verificou-se que a quantidade de
pessoas bebendo a água potável desde o início das PSPs diminuiu, sendo particularmente
relevante a taxa de diminuição na camada social de Não-Baixa Renda. Isto indica que,
embora os clientes detectem melhorias na qualidade da água, isso ainda não inspira a
confiança suficiente para consumi-la, motivo pelo qual procuram fontes alternativas (como
água engarrafada, por exemplo),para seu uso.
No que se refere aos atributos de atendimento, e uma vez que uma grande
porcentagem dos clientes provavelmente nunca tenha tido contato com algum canal de
226
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
A principal crítica generalizada nas camadas sociais e clusters, mas com nuances
diferentes, é que os preços têm aumentado mais que proporcionalmente à qualidade de
serviço, tanto na água como no esgoto. Os clientes estimam, em geral, que a relação
qualidade/preço dos serviços tem piorado: se esta evolução negativa não tem causado
impacto sensível quanto à percepção geral de melhorias, é somente porque os entrevistados
de quase todos os clusters estimam que este atributo (a relação qualidade/preço) não é
muito importante. Prova disso é que os entrevistados não têm aumentado a quantidade de
usos associados à água potável. Se os clientes sentissem que a relação qualidade/preço
tivesse melhorado (ou pelo menos se mantido), teriam substituído fontes alternativas para
usos que requerem maiores volumes de água, porém qualidades inferiores, como lavar
roupa ou louça, por água potável. Entretanto, isto não tem sido feito.
Todos os resultados a seguir foram obtidos a partir de uma amostra de 610 domicílios
entrevistados, aos quais foram aplicados os respectivos fatores de expansão (pesos) para
que possam ser representativos da população dos Municípios pesquisados.
227
TABELA 5.17 - Lista de municípios pesquisados.
Município Nº de Casos
Araruama 14
Campo Grande 36
Guapimirim 50
Limeira 53
Manaus 104
Mauá 15
Niterói 90
Nova Friburgo 19
Palmas 57
Paranaguá 16
Petrópolis 72
Primavera do Leste 22
Total 610
228
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
Bom; 44.9%
Regular; 23.0%
Regular; 20.00%
Bom; 59.40%
229
GRÁFICO 5.33 - Concorda com a Seguinte Afirmação: O Serviço
de Água é Melhor que Antes de Estar Conectado.
Concordo
Discordo; 8.0%
Totalmente; 15.2%
Nem Concordo e
nem Discordo;
14.7%
Concordo; 57.3%
Em relação à cor da água recebida no domicílio, , 60,6% julgam que a água está
sempre transparente e cristalina, porcentagem que se eleva a 88,8%, considerando-se
aqueles que consideram que a água é normalmente cristalina e transparente. O restante
(11,2%) indicam que muitas vezes ou nunca tal condição é apresentada.
Em relação à percepção do gosto da água, o GRÁFICO 5.35 mostra que 51,8% dos
entrevistados indicaram que a água sempre é gostosa de beber e nunca possui gosto ruim.
Em relação aos aspectos considerados negativos, 36,5% dos entrevistados assinalaram que
em algumas ocasiões a água encontra-se com gosto ruim, enquanto que 11,6% assinalaram
que a água muitas vezes ou sempre tem odor ruim.
230
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
A água às vezes
tem gosto ruim;
36.5%
A água muitas
vezes tem gosto
ruim; 8.6%
A água sempre
tem gosto ruim.
Nunca é gostosa A água é sempre
de beber; 3.0% gostosa de beber.
Nunca tem gosto
ruim; 51.8%
Em relação à pressão de água que chega da rua, o GRÁFICO 5.37 mostra que 66,0%
dos domicílios manifestaram que a água chega sempre de forma adequada. Esta
porcentagem se eleva a 82,0% quando se considera o grupo que assinalou que na maioria
das vezes a pressão da água é adequada. Por fim, para 18,1% dos entrevistados a pressão
da água que chega da rua muitas vezes não é adequada ou definitivamente nunca é
adequada.
231
GRÁFICO 5.37 - Em relação à PRESSÃO
Na maioria das
vezes, a pressão
Algumas vezes, a da água que
pressão da água chega da rua é
que chega da rua adequada; 16.0%
é adequada; 8.4%
A pressão da
água que chega
da rua nunca é
A pressão da
adequada; 9.7%
água que chega
da rua é sempre
adequada; 66.0%
Pago um preço
Pago um preço justo
injusto pela água
pela água porque sei
porque o que é feito
que ela é tratada;
não vale o que é
43.30%
cobrado.; 12.60%
232
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
Quanto às falhas no abastecimento de água, o GRÁFICO 5.39 mostra que 31,8% dos
domicílios estão de acordo ou totalmente de acordo que tem havido mais falhas no
abastecimento de água. Este resultado é consistente com relação à opinião de 23,7% dos
entrevistados, que indicaram que há falta de água muitas vezes ou sempre. Por outro lado,
7,8% está em posição neutra quanto à percepção de falhas no abastecimento, enquanto que
57,9% indicaram que está em desacordo ou totalmente em desacordo com a afirmação de
que há falhas de abastecimento.
Discordo Totalmente;
7.7%
Não sabe/ Não
opinou; 23.7%
Concordo Totalmente;
8.0%
Discordo; 50.2%
Concordo; 23.7%
Pelo GRÁFICO 5.40 observa-se que 77,5% dos entrevistados estão de acordo ou
totalmente de acordo com a percepção de que, após a conexão, é mais fácil e cômodo ter
acesso à água. No entanto, 9,2% assinalaram que não estão nem de acordo nem em
desacordo. Por último, 12,3% assinalaram que estão em desacordo ou totalmente em
desacordo com a afirmação de que atualmente há mais comodidade em se acessar o
serviço de água canalizada.
Concordo; 66.3%
233
em relação à situação anterior. Apenas 5,0% declararam estarem situação pior do que antes.
O restante manifestou estar em condições iguais às de quando não estava conectado à rede
de água.
Ruim; 5.7%
Regular; 18.5%
Bom; 51.9%
234
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
Regular;
18.50% Bom; 56.30%
Em relação aos odores associados ao esgoto, o GRÁFICO 5.44 mostra que 37,6%
indicaram estar de acordo ou totalmente de acordo com a existência de mais odores
desagradáveis em relação à situação anterior. Por outro lado, 7,5% possuem uma posição
neutra ante esta afirmação, enquanto que 46,8% assinalam estar em desacordo ou
totalmente em desacordo com o fato de haver mais odores desagradáveis. Estes resultados
indicam que uma parte significativa dos entrevistados percebe que o serviço de esgoto não
está funcionando no sentido de reduzir os odores. Esta opinião, entretanto, pode estar
influenciada por outras fontes de maus odores distintos dos associados ao esgoto.
Nem Concordo
e nem Discordo;
Discordo; 7.5% 41.8%
235
GRÁFICO 5.45 - Como considera o custo inicial de ter
acesso ao serviço de esgoto
Baixo; 8.7%
Alto; 44.6%
Concordo; 57.4%
O GRÁFICO 5.47 mostra que quase 65% dos domicílios desejam manter sua situação
atual de conexão, em contraste com os 3,3% que se manifestaram desejarem voltar ao
sistema anterior a conectar-se ao serviço. É importante assinalar que 27,0% dos
entrevistados desejam permanecer conectados somente ao serviço de água potável
236
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
canalizada. Isto indica que o serviço de esgotamento sanitário está sendo percebido como
ruim. Conseqüentemente, este resultado mostra que as políticas públicas devam estar
orientadas para a melhoria deste tipo de serviço, de tal forma que tanto a qualidade como a
percepção deste tipo de serviços por parte da população seja boa.
Manter a situação
atual, conectado
ao Sistema de
Estar conectado, Água e Esgoto;
somente, ao 64.80%
Serviço de Água;
27.00%
Um aspecto importante em relação aos novos conectados tem a ver com a não-
discriminação por nível de renda. Ou seja, a conexão dos domicílios que apresentam um alto
nível de renda familiar não poderia, em tese, ser priorizada, em detrimento da conexão
daqueles domicílios que possuem um nível de renda inferior. A análise apresentada a seguir
pretende dar uma visão aproximada desta situação. No entanto, deve-se considerar as
limitações deste exercício como o fato, por exemplo, de que o nível de renda no Brasil , em
geral, tem aumentado, proporcionando uma redução no número de famílias de mais baixa
renda.110
110
Um exame do nível de renda dos domicílios permanentes apontou que a renda domiciliar tem crescido a uma taxa média
anual de 1,03% no período de 2001-2006, segundo dados obtidos da Síntese de Indicadores de 2006 da Pesquisa Nacional
por Amostra de Domicílios (PNAD).
111
Supõe-se que, nos domicílios pesquisados, somente o chefe da família receba renda. Desta forma, o salário mínimo da
pesquisa e do censo é comparável.
112
A suposição por trás deste exercício considera como ano de início da PSP o ano 2000.
237
disso, morava no mesmo domicílio antes e depois de conectarem-se à rede nos Municípios
onde foi feita a pesquisa.
Acima Acima
1 SM; 1 SM;
43.9% 69.9%
Até 1
Até 1
SM;
SM;
56.1%
30.1%
Acima
Acima
1 SM;
1 SM;
72.2%
48.8%
Até 1 Até 1
SM; SM;
51.2% 27.8%
238
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
potável canalizada, este resultado deve estar sujeito a uma maior investigação e controles
por outros fatores, dado que esta pesquisa não foi realizada com esta finalidade.
5.6. Conclusões
No que diz respeito às consultas de opinião, observou-se que a maioria das opiniões
divulgadas é favorável à empresa que oferece os serviços de água potável canalizada.
Destaca-se que 60% dos entrevistados julgaram o serviço de água como ótimo ou bom e
quase 73% julgaram que a qualidade da água que recebe em casa é boa a ótima. A mesma
porcentagem foi assinalada entre aqueles que acham que o serviço de água tem melhorado,
em relação à situação anterior à conexão à rede pública. Chama a atenção, entretanto, que
33% disseram que a tarifa é maior do que a que se pagava antes113.
113
Estes casos podem corresponder ao transporte de água em que não exista um desembolso de dinheiro para a obtenção
de água com volumes muito baixos.
239
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
Esta seção tem como finalidade analisar a evolução das tarifas e modicidade dos
preços cobrados dos usuários pelos serviços prestados, em particular para aqueles de baixa
renda. Para tal efeito, tratar-se-á de responder a duas perguntas: como as tarifas foram
evoluindo em relação à inflação em período posterior à PSP, e se as tarifas cobradas pelas
concessionárias representaram uma melhora ou uma deterioração em relação à capacidade
de pagamento dos usuários. O anexo 5 deste relatório apresenta a análise e os cálculos
realizados em maior detalhe.
Esta análise tem como foco o estudo dos casos qualificados como de prestação
integral do serviço, pois os contratos tipo BOT não têm relação direta com as tarifas que são
percebidas pelos usuários. Por outro lado, é preciso mencionar que todas as análises aqui
apresentadas são de tipo parcial, isto é, se limitam à quantidade de informação disponível
para cada indicador e período analisados. Não obstante, espera-se que contribuam para
enriquecer as conclusões finais do presente estudo.
Esta seção tem como objetivo apresentar uma visão geral do comportamento das
tarifas a partir do cálculo de contas tipo e faturamento médio pelos serviços prestados e,
deste modo, avaliar seus efeitos sobre os consumidores. Em particular, trata-se de:
Como aconteceu com outras informações, devido a limitações no acesso aos dados,
na maioria dos casos somente foi possível realizar as análises para o período posterior à
PSP. Por isto, as conclusões aqui apresentadas restringem-se a esse período, a não ser que
haja menção explícita em contrário.
241
Tanto para as análises a partir da conta-tipo, como para a evolução das tarifas médias
do SNIS, os preços foram atualizados à moeda real de dezembro de 2007, utilizando para
isto o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA).
De fato, nominalmente, para o grupo analisado, estas cresceram a uma taxa média de
16% anual no período pós PSP, enquanto que, em termos reais, o crescimento anual médio
para este grupo de concessionários se situou em 5%. A TABELA 6.1, a seguir, mostra a
distribuição das taxas de crescimento real para o grupo de empresas analisadas.
TABELA 6.1 – Distribuição das Taxas de Crescimento Real Anual das Tarifas Residenciais para
um volume de 10 m³/mês
Entre 0% e 5% 11 55%
Mais de 15% 0 0%
Total 20 100%
Como se pode observar, 11 dos casos, o equivalente a 55% das empresas que
puderam ser estudadas, apresentam uma taxa de crescimento real menor que 5% anual,
enquanto que, ao estender a faixa de análise a uma taxa de crescimento de 10% real ao
ano, 19 empresas, o equivalente a 95% dos casos examinados, situam-se dentro desta
faixa. O único caso que apresenta uma taxa de crescimento que excede os 10% real anual é
o de Paranaguá, com 14% ao ano.
TABELA 6.2 - Distribuição das Taxas de Crescimento Anual das Tarifas Médias Reais do
serviço de Água
Menos de 5% 14 50%
Mais de 15% 1 4%
Total 28 100%
242
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
GRÁFICO 6.I – Curva de Evolução Tíbipa do Faturamento de Água para o Conjunto das PSP
Analisadas
Esta evolução coincide com a impressão que se depreende da análise qualitativa sobre
a forma em que se tem desenvolvido as PSP no Brasil. Em geral estima-se que, nos
primeiros anos depois de iniciada a operação dos concessionários privados, as tarifas não
tiveram um aumento real notório, inclusive havendo casos em que houve redução nas tarifas
reais. Os aumentos nas tarifas reais têm-se produzido vários anos depois do começo da
116
Não se pode realizar esta análise para o período anterior à PSP devido à escassez e à baixa qualidade dos dados
disponíveis.
117
Nos casos onde não se dispôs de informação para o ano 0, a tarifa foi estimada a partir de uma projeção linear.
243
PSP, como produto de solução de controvérsias surgidas entre concessionárias e poderes
concedentes, de revisões extraordinárias de tarifas ou de renegociações contratuais.
De um total de trinta e quatro (34) concessionárias, treze possuem uma tarifa social
explícita, o que equivale a 38% da amostragem. E, além disso, verifica-se que, em geral,
estes programas têm baixa cobertura, ou seja, os usuários cadastrados nessa categoria
representam uma pequena porcentagem em relação ao total de clientes residenciais (em
torno de 5% ou menos). Segundo a informação coletada, as empresas que apresentam tarifa
social correspondem aos Municípios de Limeira, Palmas (Saneatins), Mirassol, Mauá, Niterói,
Mairinque, Campos dos Goytacazes, Petrópolis, Cachoeiro de Itapemirim, Araújos, Campo
Grande, Itapema e Paranaguá.
Portanto, a tarifa social é instrumento que se utiliza em menos da metade das PSP
examinadas e que, quando está presente, possui uma cobertura muito baixa com critérios de
focalização deficientes. Somente em casos pontuais, como Limeira (SP) e Cachoeiro de
Itapemirim (ES), e em períodos recentes, têm sido implementados programas em conjunto
com os Municípios, com tendência a melhorar o impacto que possui a tarifa social sobre a
população carente dessas localidades.
Para efeito de análise, optou-se por elaborar um índice que refletisse o gasto destinado
ao consumo de água potável, como percentual da renda domiciliar. Não foi considerado o
serviço de esgoto para esta análise, uma vez que, entre as PSP examinadas, há muitas que
ainda não fornecem este serviço além do fato de que as tarifas aplicadas são proporcionais
às tarifas de água.
244
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
A análise foi efetuada para cada caso, utilizando a informação contida nas TABELAS
tarifárias de que se dispunha e os dados históricos sobre renda domiciliar foram obtidos pela
Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD). Em termos de evolução, dentro do
período posterior ao início da PSP, os indicadores mostram, em geral, uma tendência
decrescente da despesa com serviços de água em relação à renda dos domicílios pobres, ou
seja, existe uma melhora na capacidade de pagamento destes usuários119. De fato, 12 de 20
casos em que foi possível examinar esta evolução, apresentam uma diminuição do índice
para um consumo- tipo de 10 m³ de água por mês (TABELA 6.3). Estes casos correspondem
a Araújos (MG), Bom Sucesso (MG), Campo Grande (MS), Cláudia (MT), Guapimirim (RJ),
Guarantã do Norte (MT), Manaus (AM), Niterói (RJ), Palmas (TO), Paraguaçu (MG),
Primavera do Leste (MT) e Sorriso (MT). Aqueles com um índice de modicidade com
tendência positiva, isto é, que experimentaram uma piora em termos de capacidade de
pagamento, correspondem aos casos de Cachoeiro de Itapemirim (ES), CAJ (RJ), Limeira
(SP), Matupá (MT), Nova Friburgo (RJ), Nova Xavantina (MT), Paranaguá (PA) e
PROLAGOS (RJ).
TABELA 6.3 – Tendência da Evolução dos Índices de Modicidade no Período Posteiro ao Início
da PSP
Positiva Negativa Total
(Aumento) (Redução)
Casos 8 12 20
Nos casos em que há uma redução do índice de modicidade, sua evolução não pode
ser atribuída a uma diminuição de tarifas, mas sim a um aumento no rendimento médio dos
domicílios localizados dentro do primeiro quintil. No caso dos Municípios com tendência à
deterioração da modicidade (aumento do gasto em água em relação à renda), acontece que
o aumento das tarifas para volume de 10 m3 mensal é maior que o aumento da renda. De
fato, em 6 dos 8 casos em que ocorre esta situação houve taxas de crescimento reais das
tarifas nesta faixa maiores que 5% ao ano.
Foi feita uma análise complementar sobre a situação de modicidade para o ano de
2006 a partir de 21 casos com informação (TABELA 6.4), e os resultados revelam que, em
média, a despesa com serviços de água das famílias mais pobres da amostra de Municípios
estudados representa um percentual de sua renda que se encontra dentro do critério
estabelecido pela OPS120. De fato, considerando um consumo médio de 10 m³ mensais para
o ano de 2006, as despesas realizadas com água potável significam perto de 2,5% da renda
recebida por 20% das famílias mais pobres121. Todavia, como se mostra na TABELA
seguinte, existe uma quantidade de Municípios com índices superiores aos recomendados,
como Palmas (TO), Matupá (MT), Campo Grande (MS), Paranaguá (PA) e a concessionária
PROLAGOS (RJ). Destes casos, somente Matupá, Paranaguá e PROLAGOS apresentam
118
Não se considerou, na análise, a categoria de clientes residenciais que usufruem da tarifa social pelo fato de que, em
geral, estes usuários representam um percentual reduzido do total de clientes residenciais. Além disso, em muitos casos,
esta categoria simplesmente não existe nas TABELAS tarifárias.
119
O indicador é definido como a proporção da renda destinada a pagamento do serviço de água, portanto uma diminuição
no indicador expressa uma melhora em termos de modicidade.
120
No caso dos serviços de saneamento, critérios adotados pelo BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento),
recomendados pela OPS, determinam que, em média, a despesa com água potável como proporção da renda não deveria
superar 3% para a população mais vulnerável.
121
A média ponderada pelo tamanho das PSP é de 2,7%.
245
uma tendência positiva do indicador de modicidade (a deterioração do índice), fato que se
sustenta no mais acelerado incremento de suas tarifas com relação à renda domiciliar. No
caso de Palmas e Campo Grande, em compensação, a tendência do indicador de
modicidade é negativa, o que indica que, apesar de se verificarem melhoras, estas ainda não
permitem chegar aos níveis recomendados.
Menos de 3% 16 76%
Mais de 3% 5 24%
P
(R$/m³)
Excedente do consumidor
P0
Pe Curva de demanda
Q0 Qe Q
(m³)
Se, por exemplo, conforme mostrado na FIGURA anterior, o usuário tiver que pagar
pelo serviço um preço Pe (R$/m³) por cada m³ de água, este consumirá uma quantidade Qe
(m³) de água potável, quantidade esta que, além disto, maximizará seu bem-estar. Entende-
se por excedente quando o usuário consome os primeiros Q0 m³ de água, uma vez que,
segundo sua curva de demanda, o indivíduo estará disposto a pagar um preço igual a P0
quando, na realidade, paga um preço menor, e igual a Pe. Esta “economia” é um “excedente”
para o consumidor.
246
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
Para maior detalhe desta metodologia e os resultados de sua aplicação ver anexo
específico sobre esta matéria incluído neste relatório.
No caso dos novos conectados, a PSP pode trazer consigo um aumento maior que na
situação em que não há PSP; conseqüentemente, terá que ser considerada a mudança no
bem-estar daqueles usuários que abandonam suas fontes alternativas de água e se
conectam à rede da empresa. O preço da água proveniente de uma fonte alternativa é
muitas vezes superior ao de uma rede de abastecimento de uma empresa de saneamento
básico, para a qual os novos usuários pagam um preço menor e, por essa razão, acabam
apresentando um nível de consumo maior, aumentando também seu excedente.
O efeito total da PSP foi medido considerando-se uma média ponderada por economia
do excedente do consumidor para economias existentes e a mudança no excedente do
consumidor para as novas economias que se conectam à rede de água da empresa.
247
maneira tradicional, ainda sem a presença da PSP, e por novas conexões todas aquelas
realizadas de modo incrementado, produzidas exclusivamente pela PSP.
Se o nível de preços antes da PSP for PS/P, aquele que se consegue com a PSP for
C/P
P e a disposição máxima a pagar pelos serviços de esgoto for igual à DAP, o excedente
do consumidor por tipo de usuário será definido conforme indicado na TABELA 6.5 abaixo.
122
Em geral, os valores que dão conta dos volumes de água produzida e consumida apresentaram pouca confiabilidade, ao
constatar indicadores de perdas erráticos, abaixo dos níveis aceitáveis (menor que 25%) e/ou em alguns casos com
consumos maiores que a produção (incluindo água importada).
248
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
Cláudia-MT Cláudia-MT ¹
Guará-SP Guará-SP
Limeira-SP Limeira-SP
Manaus-AM Manaus-AM
Niterói-RJ Niterói-RJ
Palmas-TO Palmas-TO
Paraguaçu-MG ¹ Paraguaçu-MG
Paranaguá-PR Paranaguá-PR ¹
Petrópolis-RJ Petrópolis-RJ
PROLAGOS-RJ ² PROLAGOS-RJ ¹
Carlinda-MT ¹
Guarantã do Norte-MT
Marcelândia-MT
Matupá-MT
Santa Carmem-MT ¹
Sorriso-MT
Fonte: Elaboração dos Autores.
Nota:
¹ Os dados disponíveis somente foram úteis para realizar a análise da
evolução das economias.
² Para todos os efeitos considera-se PROLAGOS (que agrupa 5 Municípios)
como um único caso.
6.3. Resultados
Cabe observar que as conclusões obtidas nas medições de impacto deste estudo não
se podem extrapolar a outros casos, nem menos são susceptíveis de serem utilizadas para
realizar inferências estatísticas a respeito, de modo que devem ser consideradas como
análises individuais e referidas somente como resultados em relação ao total de casos aqui
analisados.
O efeito total na mudança de bem-estar foi obtido pela média ponderada do número de
economias existentes e das novas economias geradas devido à PSP.
249
TABELA 6.7 - Mudanças Líquidas no Excedente
do Consumidor - Serviço de Água
Mudança no excedente
Município Tendência Desempenho
do consumidor
Entre os 21 Municípios para os quais foi possível fazer uma estimativa dos excedentes
do consumidor e das respectivas mudanças que se produzem devido à incorporação da
PSP, em 18 casos o desempenho foi catalogado como bom, enquanto que nos 3 restantes
foi considerado negativo (TABELA 6.7).
250
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
Mudança no Excedente
Município1,5 Tendência Desempenho
do consumidor
Em 7 dos 11 Municípios, para os quais foi possível fazer uma estimativa dos
excedentes do consumidor, os excedentes líquidos estimados foram positivos, todos eles
com tendência a aumentar no tempo, à exceção do Município de Guará, cujos excedentes
tendem a diminuir. Nos casos negativos restantes (4), os excedentes são negativos com
tendência a baixa.
251
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
7. IMPACTO FISCAL
7.1. Introdução
Estes aspectos foram delimitados no TDR e, nesse sentido, é importante ressaltar que
foi requerida uma abordagem orçamentário-contábil, e não uma abordagem econômica, à
medida em que deveria considerar os impactos nas contas dos Municípios ou Estados.
Convém frisar que, a referida abordagem econômica se realizada, deveria, necessariamente,
determinar o “custo de oportunidade” o que, comprovadamente, não foi requerido pelo TDR.
Para tanto, o capítulo está estruturado em três seções, além desta introdução e das
considerações finais. A primeira refere-se aos principais conceitos envolvidos na análise,
com destaque para o que se entende por impacto fiscal. A segunda apresenta a metodologia
adotada para a análise dos dados levantados e para a seleção dos 17 municípios. As
análises relativas à evolução da dívida consolidada líquida, do resultado orçamentário, do
resultado primário, do pagamento do serviço da dívida, das despesas com as Funções de
Governo “Saúde” e “Educação” e com os grupos de natureza de despesa “Pessoal e
Encargos” e “Investimentos” desses 17 municípios estão na seção 3.
A expressão “impacto fiscal” está associada à idéia de uma forte repercussão (positiva
ou negativa) sobre as receitas e despesas públicas, decorrente de uma ou mais ações dos
agentes econômicos num determinado período de tempo.
253
Do ponto de vista etimológico, “impacto” é uma palavra de origem latina – “impáctus, a,
um ‘impelido contra’, part.pas. de impingère 'ir de encontro a, bater contra, empurrar
violentamente' ” (conforme Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa). O mesmo dicionário
atribui à palavra um sentido FIGURAdo: “impressão ou efeito muito fortes deixados por certa
ação ou acontecimento”.
Assim sendo, no âmbito deste trabalho, a avaliação do impacto fiscal da PSP deve
considerar a existência ou não de “efeitos muito fortes” sobre a “receita e despesa públicas”
municipais decorrentes do início da PSP no setor de saneamento no Brasil, com implicação
direta sobre os resultados fiscais – primário e orçamentário – e o estoque da dívida pública.
254
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
255
Trata-se de conceito estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal derivado, na
mensuração bruta, do anteriormente estabelecido pela Lei Federal nº 4320/64 como “Dívida
Fundada”. A relação entre a DCL e a Receita Corrente Líquida é um dos indicadores com a
obrigatoriedade de fixação de metas plurianuais na LDO estabelecida pela Lei de
Responsabilidade Fiscal, tendo como parâmetros para uma gestão fiscal responsável os
limites máximos de 120% e 200% para Municípios e Estados respectivamente, nos termos
da Resolução 40/2001 do Senado Federal.
256
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
material disponível, nos permitiram verificar que, nos casos de Concessão Parcial
e BOTs (14 casos), a Concessão ocorreu ou por uma decisão estratégica da
Autarquia Municipal de Saneamento e/ou Prefeitura ou porque o Poder Público
Municipal não dispunha de recursos para realizar os investimentos. Isto não
siginifica, em hipótese alguma, que havia algum Déficit Fiscal por conta da
operação dos serviços, como pudemos constatar.
Com isso, foi possível avaliar a existência ou não de Impacto Fiscal da PSP a partir da
construção das séries históricas dos indicadores para a maioria dos casos, sendo que o
critério de classificação adotado considerou o agrupamento dos entes da Federação
consideradas as Concessões Plenas, visando:
257
QUADRO 7.1 - Concessões Plenas
Ano de Início
UF Município Empresa Modal da Concessão
258
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
Por fim, nessa perspectiva, os dados das séries históricas quando apresentados em
valores absolutos, foram convertidos para preços de dezembro de 2006, tendo como deflator
o IGP-di da Fundação Getúlio Vargas, para possibilitar comparações em termos constantes.
123
Antes da vigência da Lei de Responsabilidade Fiscal, principalmente, havia uma deterioração das contas públicas no
último ano de mandato e ajuste fiscal nos primeiros anos da nova gestão.
259
Se o critério a ser adotado para a definição do porte do município for o número de
habitantes, é possível considerar como “pequeno” aquele com população igual ou menor a
cinqüenta mil habitantes. Nesse caso, quase 90% dos municípios brasileiros (ou 4.986) são
de pequeno porte.
124
O artigo 212 da CF estabelece que os Municípios aplicarão nunca menos de 25% da Receita de Impostos,
compreendida também a proveniente de transferências intergovernamentais, na manutenção e desenvolvimento da
Educação. Com relação à Saúde, a Emenda Constitucional Nº 29/2000, determina a obrigatoriedade dos Municípios
aplicarem no mínimo 15% da Receita de Impostos, compreendida também a proveniente de transferências
intergovernamentais.
260
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
Analisando o ano de início das concessões tendo como parâmetro a edição da Lei de
Responsabilidade Fiscal em 2000, é possível constatar, inicialmente, que dos doze
municípios em que a PSP ocorreu antes da vigência dessa lei, sete apresentavam resultado
deficitário no ano de início; enquanto que, dos nove municípios cuja (a) concessão ocorreu
em 2000 ou posteriormente, apenas dois apresentavam déficit orçamentário. Fica aqui um
261
indicativo de que as exigências trazidas pela Lei de Responsabilidade Fiscal guardam
relação direta com a definição dos resultados orçamentários no período analisado.
AM Manaus Plena 2000 7,7% 0,2% 0,8% -1,4% 0,6% 16,3% -4,2%
Cachoeiro 7,0%
ES Plena 1998 4,4% 1,0% -5,0% 2,1% 3,7% 5,4%
de Itapemirim
MG Araújos Plena 2002 -4,8% 4,6% 1,5% -2,1% 1,8% 8,1% -6,2%
MG Bom Sucesso Plena 2002 -3,8% 6,8% 2,2% 1,5% 3,0% 13,9% 24,0%
MG Nova Lima Plena 2002 3,5% 1,5% 0,0% -7,5% 1,7% 3,7% -2,6%
MG Paraguaçu Plena 2000 5,3% 13,6% 6,1% 22,7% 6,6% 9,1% -6,2%
MS Campo Grande Plena 2000 5,6% 5,4% -6,0% 3,0% -1,9% 8,5% 4,2%
PR Paranaguá Plena 1997 7,8% 10,1% -1,2% 9,8% -0,3% 4,6% 2,0%
Araruama -6,2%
RJ Plena 1999 4,2% nd -0,8% 5,3% nd 0,7%
(Amplo) (1)
Cabo Frio -6,2%
RJ Plena 1998 -2,5% 2,6% 1,2% 1,8% 2,4% 3,8%
(Amplo) (2)
Campos dos 9,3%
RJ Plena 1999 2,2% nd nd nd nd nd
Goytacazes
RJ Guapimirim Plena 2001 2,7% nd 1,8% -6,1% nd 36,2% -6,2%
RJ Niterói Plena 1999 -3,1% 0,2% 2,9% 1,0% 1,4% 0,1% 0,2%
RJ Nova Friburgo Plena 1999 -1,4% -12,9% 4,4% 9,7% 3,2% 5,2% -0,3%
RJ Petrópolis Plena 1998 1,9% 5,8% 1,2% -4,0% 2,9% -5,7% -1,1%
SC Itapema Plena 2004 10,9% 9,1% 2,3% 3,9% -6,5% 0,2% 0,7%
SP Guará Plena 2000 -2,7% 5,0% -57,5% 1,5% -3,1% -0,9% 1,5%
SP Limeira Plena 1996 2,2% 7,9% -1,7% 0,3% -1,8% 7,4% 3,6%
SP Mairinque Plena 1997 -4,6% 0,9% -3,4% -2,7% -0,3% -2,5% -2,5%
SP Mineiros do Tietê Plena 1995 34,6% 1,3% -1,2% -0,9% -5,0% 5,4% -1,5%
TO Palmas Plena 1998 8,8% 1,7% 0,4% 1,8% 5,6% 8,9% 18,5%
262
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
seguinte, apesar da melhora desse indicador em dez municípios no ano “n+1”: dos treze
municípios que têm informações disponibilizadas para os anos “n”, “n+1” e “n+2”, é possível
verificar a ocorrência de resultado primário negativo em cinco, três e três desses
respectivamente; entretanto, tomando por base os dezoito municípios com informações
disponibilizadas para o ano “n+2”, observa-se a grande incidência de resultados deficitários –
oito, isto é, quase a metade. Novamente aqui não há como perceber a existência de impacto
fiscal oriunda do início da PSP.
263
QUADRO 7.5 - Resultado Primário (em R$ 1.000 de Dezembro de 2006)
Início da 2.005
UF Município 2.000 2.001 2.002 2.003 2.004
Concessão
Tomando como referência a situação posterior ao ano “n”, é possível verificar que, dos
treze municípios com informações disponíveis para comparação, cerca de 2/3 desses
apresentaram crescimento nesse indicador, o que não é compatível com a hipótese de
redução do nível de endividamento em conseqüência do início da concessão. Também aqui
a neutralidade fiscal da PSP é reforçada.
264
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
265
QUADRO 7.7 - DCL/RCL (em %)
Início da
UF Município Empresa Modal Concessão n-2 n-1 n n+1 n+2
Ano “n”
AM Manaus COSAMA Plena 2000 15,79 19,85 13,74 13,05 13,85
ES Cachoeiro de Itapemirim SAAE Plena 1998 nd nd -2,66 -6,89 -3,16
Sanarj Conces
MG Araújos Plena 2002 -6,70 -9,39 -13,07 -4,27 -8,59
.San. Básico
Águas de
MG Bom Sucesso Plena 2002 -8,07 -13,58 -24,35 -4,02 -7,95
Bom Sucesso
MG Nova Lima Samotracia Plena 2002 55,18 49,99 45,44 40,08 32,14
MG Paraguaçu COSÁGUA Plena 2000 -31,23 -29,34 -16,10 -25,24 -32,66
MS Campo Grande SANESUL Plena 2000 21,12 16,33 9,17 -24,16 -24,47
PR Paranaguá APSA Plena 1997 nd nd nd 12,25 13,81
RJ Araruama (Amplo) (1) CAJ Plena 1999 nd -24,58 -9,50 -24,01 nd
RJ Cabo Frio (Amplo) (2) CEDAE Plena 1998 nd nd nd nd -1,85
RJ Campos dos Goytacazes CEDAE Plena 1999 nd nd nd nd nd
RJ Guapimirim CEDAE Plena 2001 -3,09 -4,40 nd -4,43 -1,79
RJ Niterói CEDAE Plena 1999 nd -8,11 -11,67 -13,79 -5,21
RJ Nova Friburgo CAENF Plena 1999 nd -1,91 -2,03 -2,86 -13,34
RJ Petrópolis CAEMPE Plena 1998 nd nd 8,20 7,74 -1,90
ÁGUAS DE
SC Itapema Plena 2004 -7,88 -11,17 -7,08 -7,00 -10,51
ITAPEMA
ÁGUAS DE
SP Guará Plena 2000 nd nd -0,70 -2,45 -1,83
GUARÁ
SP Limeira ADL Plena 1996 nd nd nd nd -10,38
SP Mairinque CIÁGUA Plena 1997 nd nd nd -5,35 -1,41
SP Mineiros do Tietê SANECISTE Plena 1995 nd nd nd nd nd
TO Palmas SANEATINS Plena 1998 nd nd 9,97 5,21 9,99
Fonte: adaptado de Secretaria do Tesouro Nacional
(Sistemas "Finanças do Brasil" e "Situação Fiscal do seu Município versão 2007")
Notas: nd: Dados não disponíveis
(1)Araruama / Saquarema / Silva Jardim: dados de Araruama (2)Armação dos Búzios / Arraial do Cabo / Cabo Frio / Iguaba
Grande / S. Pedro da Aldeia: dados de Cabo Frio
Mais uma vez, é possível constatar pelo indicador da “Dívida” que não houve impacto
fiscal decorrente do início da concessão, reforçando a citada neutralidade fiscal da
implantação da PSP nesses municípios.
A análise efetuada procurou verificar também se, em virtude da PSP, houve uma
mudança no perfil do gasto público, através de uma transferência de recursos que antes
eram gastos com a área de saneamento para as áreas sociais, principalmente Educação e
Saúde. Isto poderia ter ocorrido se houvesse uma realocação de recursos para outras áreas
como decorrência de a Prefeitura deixar de investir no setor.
Além disso, a análise procurou verificar também se teria havido uma redefinição de
gastos localizados, com Pessoal e Encargos e Investimentos especificamente.
266
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
QUADRO 7.8 - Despesas com Pessoal e Encargos, Investimentos, Educação e Saúde (em % da
RCL)
Início Ano
Estados Municípios da
Concessão 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
RJ Araruama (Amplo) (1) 1999
pessoal e encargos 64,2 85,7 64,1 52,2 47,3 45,9
investimento 5,4 6,7 6,7 13,5 8,9 10,5
educaçao 27,9 29,1 28,0 37,1 35,0 36,2
saúde 14,8 20,9 19,2 20,9 22,1 19,1
MG Araújos 2002
pessoal e encargos 34,8 29,0 40,1 40,0 38,4 38,8 57,8
investimento 11,2 15,9 17,3 13,7 12,9 9,7 13,3
educaçao 35,0 27,4 25,0 27,6 26,2 28,9 43,4
saúde 23,0 24,1 22,0 21,5 21,7 23,2 18,8
MG Bom Sucesso 2002
pessoal e encargos 59,8 50,7 70,6 45,3 46,0 0,0 51,3 44,7 37,2
investimento 11,7 4,4 17,7 7,8 12,5 0,0 12,2 5,0 10,5
educaçao 37,9 34,6 38,0 34,0 23,6 26,1 22,1 20,5 17,6
saúde 11,8 10,2 16,6 18,0 18,2 20,9 23,7 18,6 19,0
ES Cachoeiro de Itapemirim 1998
pessoal e encargos 47,1 45,8 42,8 52,6 53,7 55,2 48,0 53,1 54,1
investimento 21,1 21,7 22,4 26,7 20,5 16,8 22,4 9,4 4,5
educaçao 30,6 36,0 32,6 25,3 26,4 27,8 31,4 31,8 27,8
saúde 10,9 12,4 15,2 17,5 19,6 18,6 17,3 16,1 15,4
MS Campo Grande 2000
pessoal e encargos 44,6 45,2 41,6 28,7 41,2 37,4 36,3 36,2 37,3
investimento 22,5 16,9 21,7 26,1 38,6 21,0 19,0 10,8 13,6
educaçao 25,7 30,9 29,2 32,5 24,9 22,5 24,3 22,6 23,8
saúde 17,1 16,9 15,0 15,2 35,9 34,0 33,8 31,8 34,1
SP Guará 2000
pessoal e encargos 69,4 45,9 79,4 45,7 43,0 43,1 41,0
investimento 7,8 5,4 22,5 10,8 12,3 12,6 9,0
educaçao 30,9 35,7 66,1 40,6 39,8 41,8 40,2
saúde 19,6 15,4 35,4 19,6 20,4 18,6 19,6
SC Itapema 2004
pessoal e encargos 70,0 57,3 51,2 53,5 45,2 43,7 49,2 46,7 51,0
investimento 17,4 28,0 13,3 8,9 23,1 19,2 16,6 17,6 9,1
educaçao 28,1 31,0 25,2 29,1 30,8 27,0 23,3 32,5 28,4
saúde 6,8 6,4 7,4 8,8 14,4 18,0 17,4 14,2 15,4
SP Limeira 1996
pessoal e encargos 30,7 32,3 31,5 28,0 34,7 38,0 38,3 34,4 37,0
investimento 10,8 7,6 10,4 8,7 16,8 12,4 11,8 14,0 14,4
educaçao 31,8 30,2 30,3 26,7 28,7 28,2 26,4 27,4 30,7
saúde 23,2 23,9 26,8 21,1 26,5 25,4 24,9 23,3 23,9
SP Mairinque 1997
pessoal e encargos 50,3 49,8 50,0 48,2 53,7 48,0 44,4 44,6 48,0
investimento 9,4 7,7 5,2 5,0 11,3 8,1 4,3 4,8 4,9
267
Início Ano
Estados Municípios da
Concessão 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
educaçao 28,8 28,8 29,8 32,5 40,6 39,6 34,3 45,1 45,4
saúde 15,5 18,6 18,3 16,7 16,1 16,7 17,6 16,0 18,0
AM Manaus 2000
pessoal e encargos 61,7 61,4 57,6 63,7 52,7 54,4 49,9 53,5 59,7
investimento 22,7 13,3 16,8 15,6 16,1 14,6 9,2 5,1 9,3
educaçao 28,6 24,7 23,9 26,6 30,4 27,5 26,1 22,5 28,2
saúde 16,2 18,5 16,2 11,6 19,5 21,0 20,1 15,8 20,7
SP Mineiros do Tietê 1995
pessoal e encargos 34,1 44,8 36,0 48,8 57,5 54,7 51,1 42,9 42,1
investimento 1,8 1,3 0,7 6,1 14,0 14,6 9,4 11,3 22,0
educaçao 33,9 27,3 19,2 29,5 36,2 40,2 0,0 34,7 33,2
saúde 12,7 16,4 10,5 16,5 17,5 16,8 0,0 20,4 22,2
RJ Nova Friburgo 1999
pessoal e encargos 46,2 52,3 49,3 63,1 50,7 51,3 52,0 49,4 53,0
investimento 0,0 0,0 0,0 2,4 13,9 3,9 4,6 5,0 6,7
educaçao 25,9 27,5 27,9 34,2 30,1 24,5 24,8 23,5 27,8
saúde 4,1 12,7 31,3 41,7 30,4 28,8 31,7 29,4 30,8
MG Nova Lima 2002
pessoal e encargos 41,3 35,8 38,5 42,0 38,0 37,8 30,7 32,1 33,0
investimento 10,7 13,7 15,4 20,8 19,3 23,9 27,8 17,9 16,4
educaçao 35,3 30,2 36,4 37,2 32,7 28,8 23,9 24,3 26,0
saúde 22,0 14,0 17,1 18,7 15,0 15,0 13,1 16,8 17,6
TO Palmas 1998
pessoal e encargos 32,2 31,8 39,0 41,0 44,9 47,3 43,6 42,2 44,7
investimento 47,0 31,1 22,9 29,0 24,7 16,5 22,2 19,5 9,9
educaçao 24,8 24,2 20,8 22,8 27,8 24,3 21,8 23,0 20,6
saúde 17,7 22,0 24,1 25,4 21,9 22,4 23,0 20,5 20,6
MG Paraguaçu 2000
pessoal e encargos 57,2 56,2 53,0 50,0 44,6 35,3 39,5 35,3 57,8
investimento 11,7 14,0 17,9 8,3 15,8 9,3 14,1 14,5 13,3
educaçao 29,2 25,7 29,7 30,5 34,6 20,9 28,7 24,6 43,4
saúde 35,1 35,1 21,0 20,0 22,7 20,6 25,0 21,4 18,8
PR Paranaguá 1997
pessoal e encargos 52,9 56,0 53,5 45,8 51,0 47,5 49,8 52,4 49,9
investimento 10,3 9,2 1,8 15,3 10,7 10,2 13,6 8,5 9,0
educaçao 30,8 33,4 21,5 30,3 26,6 26,6 30,6 28,8 29,4
saúde 14,7 17,2 17,9 12,5 16,2 14,4 15,8 16,5 18,0
RJ Petrópolis 1998
pessoal e encargos 49,4 40,7 54,2 25,7 51,8 57,2 47,4 49,8 49,0
investimento 5,7 3,5 3,0 2,9 11,3 7,2 5,0 4,7 7,2
educaçao 30,2 27,6 25,0 23,8 26,8 31,6 29,3 30,9 29,2
saúde 14,5 16,9 35,9 33,4 29,7 32,4 29,6 32,6 29,9
Fonte: Adaptado de Secretaria do Tesouro Nacional
268
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
A análise dos dados confirma, mais uma vez, a neutralidade fiscal, bem como os
efeitos tanto da Lei de Responsabilidade Fiscal como, em relação aos gastos com Saúde, os
efeitos da Emenda Constitucional Nº 29.
O presente estudo teve por objetivo investigar se houve impacto fiscal para Estados ou
Municípios, enquanto poder concedente, decorrente da PSP. Muito embora a literatura
internacional125registre afirmações de que nos casos em estudo “sempre ocorrem impactos
fiscais relevantes” e apesar da “impressão dominante” daqueles que lidam com a questão do
saneamento, foi possível observar que não há impacto fiscal para o Poder Concedente.
Todos os indicadores associados à responsabilidade fiscal – resultado orçamentário,
resultado primário, serviço da dívida e dívida consolidada líquida – que foram analisados,
não apresentaram nenhuma evidência de impacto decorrente do início da concessão. O que
é possível identificar, contudo, é uma relação do comportamento desses indicadores com a
vigência da Lei de Responsabilidade Fiscal a partir de 2000.
Do ponto de vista da análise dos gastos com saúde e educação, também não fica
evidenciado algum impacto decorrente da implantação da PSP, no que tange à mudança do
perfil do gasto. Também aqui, revela-se um outro fator relacionado à área da saúde, a saber,
a vigência da Emenda Constitucional nº.29, que estabeleceu limite mínimo de aplicação em
saúde de 15% para os municípios a partir de 2001, com regra de transição até 2005
estabelecendo percentuais crescentes de aplicação para os que estivessem abaixo desse
parâmetro. A mesma situação de neutralidade ocorre com os gastos relativos a “Pessoal e
Encargos” e “Investimentos”.
Além disso, não há impacto fiscal para a Prefeitura à medida que ela deixa de assumir
a responsabilidade da ação-fim enquanto Poder Concedente. Diante da neutralidade fiscal
decorrente da redução concomitante de receita e despesa oriundas dos serviços que foram
assumidos pelo setor privado, a eventual realocação de recursos de uma área para outra,
bem como a perda de obrigatoriedade de investir na área de saneamento, não pode ser
caracterizada como situação de ocorrência de impacto fiscal, pois este não pode ser
avaliado sob condição hipotética ou condicional, à medida que não é válido o argumento de
que “se não houvesse a PSP, a Prefeitura teria que investir”, pois não há impacto sobre algo
que não foi efetivamente realizado.
Portanto, para os casos em que o Poder Público Municipal não dispunha de recursos
para realizar os investimentos, ainda que necessários, não há que se considerar a existência
de um impacto fiscal “potencial”, pois tal situação indicava a incapacidade orçamentária e
financeira municipal de ampliar e/ou melhorar a qualidade do serviço prestado.
125
Ver a respeito, especialmente, as publicações de Giuseppe Larossi, Caroline van den Berg, Subhrendu Pattanayak, Jui-
Chen Yang e Herath Gunatilake - The International Bank for Reconstruction and Development /The World Bank – 2006
269
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
Este capítulo tem por objetivo apresentar as análises e resultados obtidos no processo
de integração dos diferentes resultados individuais discutidos e apresentados nos capítulos
anteriores.
8.1.1. Metodologia
Para o caso das TABELAS de tabulação cruzada entre variáveis, foi aplicado um teste
- “Quadrado de Pearson” -, que permitiu avaliar a hipótese de serem as variáveis (objeto do
estudo) independentes ou, pelo contrário, se estas se relacionavam entre si. No caso dos
testes de comparação de médias foi utilizada a análise de variância de um fator (“ANOVA”)
com a qual se analisou a existência de diferenças na média das variáveis qualitativas
relacionadas a cada PSP, que apresenta diferente nível de desempenho na variável
dependente126.
Para o desenvolvimento das análises, o primeiro passo foi escolher uma variável que
aproximasse, em boa forma, os resultados obtidos na análise de impacto no bem-estar
(variável “Proxy”), devido à pouca quantidade de casos em que esta análise pôde ser feita
(21 casos para água e só 11 para esgoto). Foram consideradas três possibilidades:
126
H0: As médias populacionais são iguais.
271
• Resultados da análise de cumprimento de metas de cobertura127.
• O critério para estabelecer a eleição da variável proxy mais apropriada se
baseou na seleção daquela que cumprisse o objetivo de explicar uma maior
proporção dos resultados da análise de impacto no bem-estar, e que ao mesmo
tempo fosse consistente com os resultados esperados, isto é, que um maior
número de resultados positivos na análise de bem-estar estivesse associado aos
resultados positivos da variável proxy e vice-versa.
Cumpre 11 0 11
Cumprimento da Não Cumpre 5 3 8
Meta de Água
Total 16 3 19
Cumpre 3 1 4
Cumprimento de Não Cumpre 1 2 3
Meta de Esgoto
Total 4 3 7
127
Neste caso reduziu-se a quantidade de resultados possíveis a duas opções, “Cumpre”, “Não Cumpre”. No caso de
cumprimento parcial, foi incluído dentro da categoria “Cumpre”. Este critério foi adotado só para facilitar as análises
estatísticas, e não constitui uma avaliação qualitativa do Consórcio em relação a considerar como positivos os casos em
que a avaliação no cumprimento de metas foi parcial.
128
O impacto no bem-estar em esgoto foi estimado para um menor número de casos que em água, quase a metade deles ,
portanto a quantidade de informação é muito reduzida para exigir uma representatividade estatística similar à obtida em
água.
272
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
8.1.2. Resultados
A primeira hipótese examinada tem a ver com a possível diferença na renda per capita
média para os 40% da população mais pobre (primeiro e segundo quintil) entre aqueles
Municípios com baixo e alto desempenho, o que se baseia na constatação de que as
empresas que operam em Municípios com maior renda, arrecadação sustentada, e maior
rentabilidade, conseguem realizar maiores investimentos com recursos onerosos ou
provenientes das próprias tarifas e, portanto têm maiores incentivos a investir.
GRÁFICO 8.1 - Renda per capita de 40% da População mais Pobre por Município¹
160
140
120
100
R$ 2000
80
60
40
20
0
Nova Xavantina
Matupá
Guarantã do Norte
Mauá
Mairinque
Mineiros do Tietê
Marcelândia
Nova Friburgo
Mirassol
PROLAGOS
Manaus
CAJ
Juscimeira
Guará
Campo Grande
Itapema
Primavera do Leste
União do Sul
Niterói
Guapimirim
Cachoeiro de Itapemirim
Arenápolis
Nobres
Araújos
Bom Sucesso
Pontes e Lacerda
Carlinda
Paranaguá
Paraguaçu
Sorriso
Cláudia
Limeira
Santa Carmem
Palmas
Petrópolis
Os resultados dos testes de comparação de médias segundo renda per capita são
apresentados nas TABELAS 8.3 e 8.4. Como se pode observar, aqueles Municípios que
cumpriram a meta de cobertura de água apresentam uma renda per capita média maior do
que aqueles em que a meta não foi cumprida, diferença esta que, contudo, não é
estatisticamente significativa aos 85% de confiança.
TABELA 8.3 - Renda per capita dos 40% mais Pobres da População (R$ ano 2000),
segundo o Cumprimento de Meta de Cobertura de Água
Cumprimento de Desvio
Média N Padrão¹
Meta de Água
273
TABELA 8.4 - Renda per capita dos 40% mais Pobres da População (R$ ano 2000),
segundo o Cumprimento de Meta de Cobertura de Esgoto
Cumprimento de Meta Desvio
Média N Padrão
de Esgoto
Por outro lado, considerando como variável independente o tamanho, observa-se que
não existe uma relação forte entre cumprimento de metas e tamanho da empresa, no caso
de água (TABELA 8.5).
Não Total
Cumpre
Cumpre
Grande 6 3 9
Tamanho Pequena 9 6 15
Total 15 9 24
Não Total
Cumpre
Cumpre
Grande 5 3 8
Tamanho Pequena 2 9 12
Total 7 12 19
274
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
Não Total
Cumpre
Cumpre
Sim 7 3 10
Continuidade Não 7 6 13
Política
Total 14 9 23
Finalmente, foi analisada a possível influência das situações em que, nos primeiros
anos de operação da PSP, houve dificuldades de natureza técnica relacionadas a
problemas encontrados pelas concessionárias uma vez iniciadas suas operações,
problemas esses que não estavam previstos nas informações entregues no processo de
licitação. Isto muitas vezes derivou de discussão sobre as metas do contrato, sobre o
aumento de custos e investimentos ou sobre um nível de qualidade do serviço oferecido aos
usuários abaixo das expectativas.
Não Total
Cumpre
Cumpre
Não 5 3 8
Presença de Problemas Sim 2 9 11
Técnicos
Total 7 12 19
Na TABELA 8.8, pode-se observar que não foi cumprida a meta de esgoto em 9 de 12
casos em que houve este tipo de problema no início da PSP. Entre os casos em que se
atingiu a meta de esgoto, não existiram estas dificuldades em 5 de 7 casos. O teste é
estatisticamente significativo aos 90%.
8.1.3. Conclusões
275
economias totais, maior a probabilidade de que se verifique um desempenho
positivo no bem-estar.
• Há maior probabilidade de que a PSP tenha benefícios no bem-estar dos
usuários, sobretudo em esgoto, quando há um estudo prévio profundo das
condições técnicas e cadastrais dos sistemas e quando este conhecimento é
incorporado ao desenho das metas do contrato.
• A continuidade política tende a aumentar as probabilidades de sucesso da PSP
ou a diminuir suas possibilidades de fracasso, o que, examinado de outra
perspectiva, indica que, ante a ausência de um entorno regulatório forte, torna-se
mais relevante que as autoridades políticas próximas sejam estáveis no período
inicial.
Esta seção tem por objetivo apresentar as análises e resultados obtidos no processo
de integração dos diferentes resultados individuais discutidos e apresentados nos capítulos
anteriores e anexos a este trabalho. A idéia é oferecer uma visão conjunta do impacto da
PSP sobre o desempenho das concessões e sobre os usuários.
O que se busca é levantar certas hipóteses mediante análises que mesclam aspectos
quantitativos e qualitativos. As características da informação disponível não permitiram
realizar exames robustos do ponto de vista estatístico, apesar dos esforços realizados nesta
direção.
Os casos que puderam ser examinados com esta ótica são 22.
O ideal teria sido incorporar a esta análise a evolução que tiveram as PSP quanto a
indicadores de qualidade de serviço, pois a tendência no indicador de economias por
funcionário pode ser influenciado pela evolução dos níveis de qualidade de serviço
fornecidos. Mas isto não foi possível pela falta de informação sobre estes aspectos.
276
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
No primeiro grupo (Grupo 1), incluem-se aquelas PSP que, de modo geral,
apresentam índices de economias por funcionário crescentes (ou com tendência positiva)129
e perdas na distribuição decrescentes (ou com tendência negativa), além de uma
rentabilidade média sobre ativos que é superior ou está dentro de padrões internacionais
para este setor. Integram este grupo as empresas de Limeira (SP), Palmas (Saneatins),
Cláudia (MT), Guará (SP), Campos dos Goytacazes (RJ), Pontes e Lacerda (MT), Campo
Grande (MS), Matupá (MT), Cachoeiro de Itapemirim (ES), Paranaguá (PR), Petrópolis (RJ),
Niterói (RJ) e Sorriso (MT).
129
Naqueles casos onde existem diferenças entre o indicador de economias por funcionário próprio e economias por
funcionário equivalente, privilegiou-se o uso do primeiro indicador, devido ao que se pôde concluir das análises, ou seja,
que este é mais estável no tempo que o segundo, mas os resultados da tendência não são muito diferentes.
277
O Grupo 2 caracteriza-se por PSP com resultados inferiores quanto ao desempenho,
tanto em termos operacionais quanto em termos financeiros. Em geral, trata-se de
concessionárias com índices de economias por funcionário próprio decrescentes (ou com
tendência negativa) ou com perdas crescentes na distribuição (ou com tendência positiva) e
uma rentabilidade média sobre ativos menor do que as que apresentam as empresas do
primeiro grupo, que, inclusive podem chegar a ser negativas. Situam-se neste segmento as
empresas de União do Sul (MT), CAJ (RJ), PROLAGOS (RJ), Nova Xavantina (MT), Bom
Sucesso (MG), Manaus (AM), Primavera do Leste (MT), Guarantã do Norte (MT) e Nova
Friburgo (RJ).
A segmentação nos 2 grupos mencionados foi cruzada com a análise realizada sobre
o cumprimento de metas. Sobre este aspecto convém ter presente, uma vez mais, que a
avaliação realizada pelo Consórcio em relação ao cumprimento de metas originais busca
medir, através de uma mesma regra, a evolução destes indicadores em cada uma das
concessionárias, com o objetivo de obter resultados relativos que permitam diferenciar as
PSP nesta perspectiva. Não se visa a obter resultados absolutos sobre esta matéria, o que é
função das entidades de fiscalização desses contratos.
Os casos do grupo 1 que cumprem a meta de água e esgoto são Limeira, Guará e
Niterói, e podem ser catalogados como as PSP de melhor desempenho global no grupo dos
casos examinados.
278
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
apresentam as PSP do Grupo 1, mas que cumprem as metas neste serviço. Nestas
situações poderiam existir falhas na regulação que possam ter podido gerar este cenário
contraditório.
Outro aspecto investigado foi a possível relação entre aumento da receita média de
água no período posterior à PSP e a rentabilidade média do período de 2004 a 2006. Dentro
do Grupo 1, que apresenta um crescimento real anual acima de 10% neste indicador,
encaixam-se as concessões de Guará, Paranaguá, Petrópolis e Campos dos Goytacazes
(RJ). Coincidentemente, as 3 primeiras também apresentam rentabilidades acima da faixa
normal para o setor em nível internacional (49%, 31% e 19%)133.
No Grupo 2 situam-se PSP com aumentos fortes de receita média, como Nova
Friburgo (13% ao ano) e CAJ (15% ao ano). Apesar deste aumento, CAJ apresenta uma
rentabilidade sobre ativos muito baixa, que pode ser devida aos esforços que têm sido
colocados para o cumprimento das metas de água. No caso de Nova Friburgo, cumprem-se
as metas de esgoto e parcialmente as de água, por isto poderiam ser consistentes com isto
os incrementos de receita média comentados. Lamentavelmente, neste caso, não foram
obtidos dados financeiros de fontes contábeis.
279
8.3. Integração pela Perspectiva dos Usuários
O esgoto, por outro lado, é percebido como a dimensão com menores avanços,
mesmo que se reconheça, na maioria dos casos, que houve melhoras ao longo do processo
da PSP.
Com relação aos níveis absolutos de qualidade de serviço, a água é a que resulta
consistentemente em uma melhor avaliação, em todos os casos com resultados muito
próximos à avaliação do serviço de correios (benchmark), o que indica que os clientes
percebem que a qualidade da água é boa, e não há nada a invejar, em termos
comparativos, de outros serviços considerados de excelência pelos clientes. Em relação ao
anterior, onde ocorre a pior avaliação para a água é na camada social de Baixa Renda do
cluster de Municípios Maduros da Região Norte (Manaus).
• As PSP de Guará (SP), Niterói (RJ), Saneatins135 (TO) e Limeira (SP) são as que
apresentam os melhores resultados (Grupo A). Cumprem as metas de água e
esgoto, têm melhorado os níveis de qualidade de serviço fornecidos, encontram-
se no grupo com melhores indicadores operacionais e financeiros e, por último,
possuem avaliações positivas do impacto no bem-estar do serviço de água. O
caso de PROLAGOS (RJ) também está próximo a este grupo de concessões,
mas em uma escala mais abaixo, pois, do ponto de vista do desempenho
operacional e financeiro, encontra-se classificado dentro do grupo com
resultados regulares (grupo 2 segundo classificação comentada na seção
anterior).
• Em um segundo grupo (Grupo B), em um patamar mais abaixo que as
anteriores, situam-se as PSP de Paranaguá (PA), Cachoeiro de Itapemirim (ES),
135
No caso de Saneatins, como as metas para água e esgoto estão definidas para anos posteriores a 2006, a análise levou
em consideração os resultados da avaliação do impacto e a evolução de coberturas, que no caso do serviço de água, é
neutra, com cobertura inicial maior que 90%, enquanto que, no caso de coleta de esgoto, é positiva.
280
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
136
Nova Friburgo (RJ) tem cumprimento somente parcial das metas de água, mas é uma das poucas PSP que cumprem as
metas de esgoto, fato que, para efeitos desta avaliação, se considerou que “compensava” de algum modo seu
cumprimento parcial em água.
137
No caso da CAJ (RJ), não se dispôs de informação para avaliar o impacto no bem-estar do serviço de água, ainda que,
para esta análise, presume-se que este impacto é positivo, pois se trata de um caso similar ao de PROLAGOS (RJ).
138
Neste caso, não se obteve informação para avaliar o impacto no bem-estar, mas se incluiu neste grupo, pois apresenta
um impacto positivo na evolução da cobertura de água e um cumprimento parcial de metas.
139
No caso de Campo Grande, as metas de esgoto foram definidas para anos após 2006, mas, neste caso, foi considerada
a avaliação na evolução de cobertura de coleta de esgoto.
281
TABELA 8.10 – Resumo dos Resultados Individuais Considerados na Avaliação integrada das
PSP
Análise Análise
Grupo Segundo Resultado Evolução
Cumprimento Cumprimento Evolução
Avaliação do Município no Bem- Cobertura
Metas Água Metas Esgoto Cobertura
Desempenho estar Água Esgoto
Água
Cachoeiro de
Sim Não Bom Negativo Negativo
Itapemirim
Campo Metas Post
Não Ruim Negativo Negativo
Grande 2006
Campos dos
Parcial Não Bom Positivo Negativo
Goytacazes
Metas Post
Cláudia Sim Bom Neutro Negativo
2006
Guará Sim Sim Bom Positivo Neutro
282
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
uma tendência a obter melhores resultados quando estes problemas foram leves
ou não existiram. No Grupo A, isto aconteceu em 4 de 5 casos. Nos casos
classificados nos Grupos A e B em conjunto, mais de 70% das PSP (10 de 14)
enquadram-se nesta situação.
A análise realizada sugere que o fato de não existirem problemas nos anos
iniciais de operação da PSP ou, ao menos, de que estes tenham sido leves,
determina um entorno que gera maiores probabilidades de que esta seja bem
sucedida.
283
população, no caso dos Municípios do Grupo A, é quase 50% maior que os
classificados dentro do grupo D, o que poderia indicar que há melhores
condições para ter um bom desempenho na PSP em situações onde a
população possui uma renda domiciliar mais alta.
140
Nível de renda menor ou igual a 1 salário mínimo.
284
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
de alto nível nas PSP de melhor desempenho global, o que em parte explica seu
sucesso.
285
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
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ANEXOS
291
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
Esta análise terá como foco exclusivamente aquelas concessões qualificadas como de
prestação integral do serviço, pois dentre suas funções encontra-se a operação e o
desenvolvimento das redes de distribuição de água potável e de coleta de esgoto, bem
como a atenção comercial dos clientes correspondentes.
141
O modelo seguido em Mirassol desde o ano de 2000 era licitar contratos de gestão por prazos não superiores a cinco
anos, com o qual o desenvolvimento de projetos de investimento a longo prazo era uma impossibilidade prática e
econômica desde o ponto de vista dos contratados. Só recentemente este município aceitou a possibilidade de licitar o
serviço integral para privados na forma de concessão.
293
TABELA A1.1- Níveis de Cobertura da PSP, por Município
Casos População
Guará Total
Limeira Urbana
Mairinque Urbana
Mauá Urbana
CAJ Total
PROLAGOS Total
Guapimirim Total
Niterói Urbana
Petrópolis Total
Carlinda Total
Cláudia Urbana
Matupá Urbana
Nobres Urbana
Sorriso Urbana
Marcelândia Urbana
Itapema Total
Araújos Total
Paraguaçu Total
Paranaguá Urbana
Manaus Urbana
Palmas Urbana
Desta forma, a análise busca principalmente avaliar, para cada caso, os seguintes
resultados relativos aos índices de cobertura:
294
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
142
O valor da inclinação da reta para o cenário com PSP tem que ser pelo menos um 10% maior do valor da
inclinação da reta sem PSP.
143
Tem um valor igual ou dentro da faixa de mais o menos 10% do valor da inclinação no período prévio a PSP.
295
GRÁFICO A1.1- Coberturas antes e depois da PSP
105%
100%
95%
% População Atendida
90%
85%
80%
75%
70%
65%
60%
-8 -7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
Ano relativo ao início da operação
Cobertura histórica Cobertura Concessão
1.1. Resultados
Para uma melhor apreciação dos resultados, o conjunto de casos analisados foi
estratificado segundo tamanho e maturidade, de acordo com os seguintes critérios:
São consideradas como concessões “grandes” aquelas que, no ano de 2006, tinham
mais de 100.000 economias, somando suas economias ativas de água e de esgoto. As
concessões com menos de 100.000 economias são consideradas “pequenas”.
296
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
297
casos em que a cobertura inicial já era alta e que se manteve nesta mesma situação . As
porcentagens são relativas ao total de cada coluna.
3 9 12
Neutro
30% 45% 40%
3 4 7
Negativo
30% 20% 23%
TOTAL 10 20 30
8 4 12
Neutro
33% 57% 40%
4 3 7
Negativo
17% 43% 23%
TOTAL 23 7 30
O caso de Mauá (SP), por tratar-se só de esgoto, não foi analisado, por conseguinte,
para o serviço de água, o total de casos reduziu-se a trinta (30).
298
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
2 0 2
Neutro
20% 0% 7%
5 12 17
Negativo
50% 67% 61%
TOTAL 10 18 28
2 0 2
Neutro
10% 0% 7%
11 6 17
Negativo
52% 86% 61%
TOTAL 21 7 28
144
Para a análise de cumprimento de metas foi utilizada uma margem de erro de 3% para, deste modo, considerar a
incerteza das informações.
299
TABELA A1.7 - Cumprimento de Metas para Serviço de Água,
Segmentado por Tamanho
Cumpre Grande Pequena TOTAL
Meta
4 7 11
Sim
45% 47% 46%
2 2 4
Parcial
22% 13% 17%
3 6 9
Não
33% 40% 37%
TOTAL 9 15 24
Prazo após 1 1 2
2006
Fonte: Elaboração dos Autores.
9 2 11
Sim
47% 40% 46%
3 1 4
Parcial
16% 20% 17%
7 2 9
Não
37% 40% 37%
TOTAL 19 5 24
Metas Pós 2 0 2
2006
Fonte: Elaboração dos Autores.
300
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
4 2 6
Sim
50% 18% 32%
1 0 1
Parcial
13% 0% 5%
3 9 12
Não
37% 82% 63%
TOTAL 8 11 19
Prazo após 2 3 5
2006
Fonte: Elaboração dos Autores
6 0 6
Sim
38% 0% 32%
1 0 1
Parcial
6% 0% 5%
9 3 12
Não
56% 100% 63%
TOTAL 16 3 19
Metas Pós 3 2 5
2006
Fonte: Elaboração dos Autores.
O mesmo acontece com a variável maturidade: nas PSP não maduras nenhuma
cumpre a meta; todavia, para as maduras, 38% (6 de 16) cumprem.
Outra conclusão desta análise é que para a coleta de esgoto, em geral, observa-se
uma situação pior do que no caso do serviço de distribuição de água, tanto em termos da
evolução das coberturas, quanto em relação ao cumprimento das metas. Isto pode ser
devido principalmente a três fatores:
301
Por sua vez, a empresa busca evitar a instalação da rede de coleta de esgoto
onde perceba que os usuários não estão dispostos a fazer a conexão para evitar
um prejuízo econômico.
• Em muitos casos as concessionárias instalam a rede, mas os usuários se negam
a conectar-se. Por razões políticas ou por carecer de ferramentas legais ou
policiais, tanto as autoridades, como a empresa concessionária, sentem-se
impedidas de obrigar os usuários a fazer esta conexão.
• Alguns municípios, por outro lado, reconhecem o cumprimento das obrigações
contratuais de cobertura de acordo com a disponibilidade de rede (isto é, são
considerados cobertos aqueles domicílios em cuja porta passa a rede). Para
efeito da presente análise, são contemplados somente aqueles usuários
conectados, o que gera uma diferença entre a quantidade de casos que, na
realidade, não alcançam os níveis de cobertura exigidos, e de casos que, em
termos legais, não cumprem com as exigências do contrato, o que, de acordo
com esta situação, seria uma quantidade menor.
Neste enfoque, em geral, considera-se que a evolução das coberturas segue através
do tempo uma curva medida estatisticamente e que representa razoavelmente a situação
geral dos municípios estudados numa situação sem PSP. Assim, enquanto a análise
anterior nos mostra o desempenho presente em relação ao passado, a análise
complementar mostra a mesma situação presente mas agora em relação a um
comportamento esperado para o cenário sem PSP obtida do comportamento conjunto neste
período dos casos analisados.
302
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
120
2
y = -0,0668x + 1,7395x + 92,885
2
R = 0,8991
100
80
% Cobertura Água
60
40
20
0
-30 -25 -20 -15 -10 -5 0
t
303
GRÁFICO A1.3 - Cobertura e Equação de Ajuste para o Serviço de Esgoto
100
90
3 2
y = -0,0028x - 0,129x + 1,1828x + 83,128
2
80 R = 0,9856
70
% Cobertura Esgoto
60
50
40
30
20
10
0
-40 -35 -30 -25 -20 -15 -10 -5 0
t
Uma vez determinadas as curvas de tendência para a situação antes da PSP, o efeito
da PSP em cada empresa foi medido através do procedimento descrito a seguir.
304
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
Cobertura Real com PSP > Cobertura Projetada sem PSP +3%
ou
110
Caso Positivo
100
90
% Cobertura Esgoto
80
Caso Neutro
70
60
Caso Negativo
50
40
30
-16 -11 -6 -1 4
t
Cobertura Proyectada sin PSP Cobertura Projetada sem PSP±3% Cobertura Real com PSP
Finalmente, os resultados ano a ano foram analisados pela equipe do Consórcio que
determinou, com base em seu conhecimento e critério estabelecido, se o efeito global da
PSP sobre as coberturas de cada caso foi positivo, neutro ou negativo.
305
1.3. Resultados da Metodologia Complementar
TABELA A1.11 – Impacto em Relação á Evolução de Cobertura em PSP
Impacto Impacto
Município Tamanho Maturidade Cobertura Esgoto
Cobertura Água
306
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
resultados para a cobertura de coleta de esgoto. Como se pode observar, para a cobertura
de água, a análise foi realizada para trinta casos (o mesmo número utilizado para a análise
de tendência), enquanto que para o esgoto só foram analisados dezenove casos, por terem
sido excluídos aqueles em que não existia cobertura durante o período em estudo (os
mesmos já foram mencionados na análise de comparação de tendências).
3 9 12
Positivo
30% 45% 40%
3 6 9
Neutro
30% 30% 30%
4 5 9
Negativo
40% 25% 30%
TOTAL 10 20 30
10 2 12
Positivo
43% 29% 40%
5 4 9
Neutro
22% 57% 30%
8 1 9
Negativo
35% 14% 30%
TOTAL 23 7 30
1 2 6 9
Neutro 13%
17% 67% 30%
1 5 3 9
Negativo 33%
17% 33% 30%
6 15 9 30
TOTAL
Fonte: Elaboração dos Autores.
307
Os resultados mostrados nas TABELAS anteriores assinalam que os casos com
impacto positivo são 12 de 30 (40%) e os negativos correspondem a 9 de 30 (30%). Todavia
os casos neutros com cobertura inicial maior que 90% são 6 de 9 (67%), o que poderia
aumentar os casos que poderiam ser catalogados como exitosos e levá-los a um total de 18
de 30. Se o mesmo critério, mas em caso oposto, se aplica aos classificados como neutros
com coberturas iniciais inferiores a 90%, os casos que poderiam ser classificados como sem
êxito somam 12 de 30. Deduz-se então que a situação encontrada revela um equilíbrio entre
impactos positivos e negativos. Conclui-se também que esta metodologia é mais exigente
que a comparação de tendências de antes e depois.
3 2 5
Positivo
30% 11% 18%
3 3 6
Neutro
30% 17% 21%
4 13 17
Negativo
40% 72% 61%
TOTAL 10 18 28
5 0 5
Positivo
24% 0% 18%
6 0 6
Neutro
28% 0% 21%
10 7 17
Negativo
48% 100% 61%
TOTAL 21 7 28
308
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
3 2 1 6
Neutro 29%
15% 100% 21%
14 3 0 17
Negativo 42%
70% 0% 61%
20 7 1 28
TOTAL
Fonte: Elaboração dos Autores.
309
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
2.1. Metodologia
Foi analisada a evolução destes indicadores com o fim de avaliar sua tendência em
cada uma das PSP consideradas neste estudo e para as quais existiam informações
disponíveis . Em geral, devido às limitações dos dados disponíveis, a análise foi feita
através de dois métodos: o primeiro, baseado num estudo da tendência do indicador no
período posterior à entrada em operação da PSP; e, um segundo, realizado a partir da
comparação do valor médio do indicador antes e depois do início da PSP. Neste último
caso, a análise só se restringiu a um grupo reduzido de prestadores, pois a informação
disponível tem um alcance menor.
1 7 8
Positiva
(aumento) 10% 41% 30%
9 10 19
Negativa
(diminuição) 90% 59% 70%
Total 10 17 27
145
Detalhes dos dados e resultados desta TABELA são apresentados ao final deste anexo.
311
registraram índices menores após a entrada em operação da PSP. Este fato confirma os
resultados anteriormente analisados para a evolução deste índice durante o período após da
PSP.
3
38%
5
62%
Melhor Pior
Fonte: Elaboração dos Autores.
Devido à alta variabilidade observada nos níveis de evasão de receita entre um ano e
outro, a análise aqui apresentada considera a média de seus valores para um período de
três anos: 2004 a 2006146.
312
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
20%
16,7%
15,5%
15%
11,5%
10,0%
10% 9,0% 9,0%
7,3%
6,0%
5,1% 4,4%
5% 2,9%
1,1% 1,5% 1,4%
-0,5%
0%
-4,3%
-5%
-10%
-15%
-20,5% -20,8%
-20%
-25%
ECOSAMA
Guapimirim
Santa Carmem
Matupá
Marcelândia
Guará
Mairinque
Carlinda
Cláudia
Guarantã do Norte
Primavera do Leste
Sorriso
Nova Xavantina
Pontes e Lacerda
Itapema
CAJ
Paranaguá
União do Sul
Evasão de Receita Anual Média 2004-2007 Média
20% 17.7%
15%
10.6%
9.4%
10%
5.3% 6.4%
4.1% 5.0% 4.0%
5% 3.5%
0%
-4.1%
-5%
-10%
SANEATINS
Goytacazes
Manaus
Itapemirim
Petrópolis
Friburgo
Cachoeiro
Grande
PROLAGOS
Niterói
Limeira
Campo
Nova
Campos
de
dos
313
porcentagem de ligações ativas hidrometradas em relação ao total de ligações ativas de
água.
9 17 26
Positiva
90% 89% 90%
1 2 3
Negativa
10% 11% 10%
Total 10 19 29
147
Detalhes dos dados e resultados desta TABELA são apresentados ao final deste anexo.
314
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
102%
100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100%
100% 99%
98% 98%
97%
96%
%
95% 95%
94%
94% 93%
92%
90%
Nova Xavantina
Primavera do
Itapema
CAJ
Guará
Mairinque
Carlinda
Cláudia
Guarantã do
Matupá
Sorriso
Marcelândia
Pontes e
Paraguaçu
Paranaguá
Guapimirim
Santa Carmem
União do Sul
Araújos
Lacerda
Norte
Leste
% de Ligações Ativas Hidrometradas/Ligações Ativas Totais de Água. Média
120%
100% 98% 99% 100% 100%
100% 95% 94%
85% 87%
80%
61%
60%
%
40%
20%
0%
SANEATINS
PROLAGOS
Manaus
Niterói
Grande
Limeira
Friburgo
Cachoeiro de
Campo
Petrópolis
Campos dos
Goytacazes
Nova
Itapemirim
2.3. Conclusão
Neste anexo foi examinado o efeito da PSP sobre o comportamento dos indicadores
de evasão de receita e cobertura de micromedição, visando fornecer um panorama geral
sobre o desempenho da gestão comercial dos concessionários.
Em relação ao primeiro indicador, evasão da receita, a média dos níveis dos últimos
três anos está baixa, tanto para as empresas grandes (6,2%), quanto para as pequenas
(3,1%, que aumenta para 6% com a eliminação dos valores extremos) .
Conclui-se da análise dos dois indicadores que, em geral, com a PSP, houve um
desempenho melhor que o ocorrido na situação anterior.
315
TABELA A.2.3- Evasão de Receita por Concessionária
316
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
Guará 27% 30% 35% 100% 99% 99% 100% 100% Crescente
Limeira 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% Crescente
Mairinque 98% 99% 99% 100% 100% 100% 100% 100% Crescente
Mineiros do Tietê
Mirassol
ECOSAMA
CAJ 70% 74% 91% 89% 89% 93% 94% 95% Crescente
PROLAGOS 40% 57% 77% 85% 89% 91% 93% 95% Crescente
Campos dos Goytacazes 49% 66% 71% 83% 91% 91% 92% 94% Crescente
Guapimirim 100% 100% 100% 100% 100% 100% Crescente
Niterói 33% 33% 50% 68% 71% 78% 84% 85% 85% 85% 85% Crescente
Petrópolis 45% 82% 87% 93% 95% 96% 98% 97% 97% 98% Crescente
Nova Friburgo 5% 30% 64% 71% 77% 81% 84% 87% Crescente
Cachoeiro de Itapemirim 72% 74% 80% 82% 83% 92% 98% 98% 98% 99% 99% Crescente
Carlinda 86% 93% 100% 100% Crescente
Cláudia 59% 50% 68% 93% 96% 94% Crescente
Guarantã do Norte 1% 1% 1% 1% 30% 50% 60% 83% 100% 100% Crescente
Matupá 2% 2% 1% 28% 65% 100% 100% Crescente
Nobres 67% 85%
Primavera do Leste 71% 82% 100% 100% 100% Crescente
Sorriso 43% 41% 39% 34% 44% 73% 86% 92% 97% 95% Crescente
Arenápolis
Juscimeira
Marcelândia 2% 7% 97% 94% 93% Decrescente
Nova Xavantina 53% 52% 62% 40% 70% 100% 100% 100% Crescente
Pontes e Lacerda 57% 56% 53% 51% 83% 89% 49% 46% 53% 100% Decrescente
Santa Carmem 1% 1% 7% 97%
União do Sul 96% 98% Crescente
Campo Grande 90% 95% 97% 98% 89%
88% 96% 95% 97% 99% 100% Crescente
Itapema 100% 100% Crescente
Araújos 100% 100% 100% 100% Crescente
Bom Sucesso 100% 100% 100% 100% Crescente
Paraguaçu 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% Crescente
Paranaguá 57% 71% 90% 94% 96% 98% 98% 99% 99% 99% Crescente
Manaus 33% 39% 43% 42% 43% 46% 57% 62% 62% 61% Crescente
SANEATINS 85% 90% 97% 100% 99% 100% 100% 99% 97% 98% 100% Decrescente
317
ANEXO 3- Análise dos Indicadores de Economias por Funcionários e de
Perdas
A eficiência física no setor de saneamento básico pode ser analisada a partir de dois
indicadores: a relação entre o número de clientes e a quantidade de funcionários que
trabalham para uma determinada empresa prestadora de serviços e a porcentagem ou
volume de perdas no processo de distribuição de água.
A análise será apresentada em quatro seções, sendo que esta introdução é parte da
primeira. A metodologia está detalhada na seção 2 e os resultados na seção 3. Por último,
será apresentada a conclusão.
3.1. Metodologia
É necessário alertar que essa análise, especialmente do último aspecto, ficou restrita a
um grupo reduzido de prestadores, pois a maior parte das concessionárias apresenta dados
somente para períodos posteriores ao início da PSP e, além disso, estes não estão
disponíveis para todos os anos analisados. Além disso, diante de uma grande quantidade de
informação detectada com baixa confiabilidade, sobretudo de perdas, uma série de dados
específicos foi desconsiderada nesta análise, identificada por meio de um árduo processo
de validação.
318
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
9 12 21
Positiva
(aumento) 90% 60% 70%
1 8 9
Negativa
(diminuição) 10% 40% 30%
Total 10 20 30
9 11 20
Positiva
(aumento) 90% 61% 71%
1 7 8
Negativa
(diminuição) 10% 39% 29%
Total 10 18 28
De acordo com o tamanho, nota-se que 90% das empresas grandes apresentam uma
melhora no desempenho deste conceito, medido através do indicador de economias por
funcionário equivalente, enquanto que nas empresas pequenas, 61% apresenta esta
condição. Dentro do grupo de empresas grandes, aquela que apresenta uma tendência
negativa do indicador corresponde à concessionária de Campo Grande, enquanto nas
pequenas, os sete casos com tendência negativa correspondem aos municípios de Araújos,
Bom Sucesso, Cláudia, Mauá (ECOSAMA), Guará, Nova Xavantina e Paraguaçu. Nas
TABELAS apresentadas ao final desse ANEXO pode-se observar a qualificação outorgada a
cada PSP examinada segundo a tendência da evolução deste indicador.
148
As taxas de crescimento foram obtidas a partir da relação entre a inclinação da trajetória linear de cada indicador para
o período após a PSP e a projeção linear do indicador no ano 0 (o que teoricamente é o valor da constante da equação
linear). Optou-se por este método devido à alta variabilidade no valor dos indicadores entre um ano e outro.
319
TABELA A3.3 – Distribuição da Taxa de Crescimento – Media Anunal do Inicador Economias
por Funionário Prórprio
Entre 0% e 5% 9 30%
Total 30 100%
Fonte: Elaboração dos Autores.
Entre 0% e -5% 2 7%
Entre 0% e 5% 11 40%
Total 28 100%
Fonte: Elaboração dos Autores.
320
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
1
17%
5
83%
Melhor Pior
Fonte: Elaboração dos Autores.
321
GRÁFICO A3.2 - Economias por funcionário em 2006 - Empresas Grandes
981
1000
878
900
800
704 715 702 692
Economias/Empregado
700 652
600 552
515
500 449 465
426
401 393
400 334 330 319
305
300
227
184
200
100
0
Limeira PROLAGOS Campos dos Niterói Petrópolis Nova Cachoeiro de Campo Manaus SANEATINS
Goytacazes Friburgo Itapemirim Grande
Ec. por Pessoal Próprio Ec. por Pessoal Equivalente
Média Ec. por Pessoal Próprio Média Ec. por Pessoal Equivalente
700
600
Economias/Empregado
530
508
500
433
393 387 402
400
285 285 293
300 254 267 257
207
200 168
100
0
Guará Mairinque Cláudia Primavera do Nova Xavantina Pontes e Paraguaçu Paranaguá
Leste Lacerda
322
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
724
700 677
659
Economias/Empregado 600
500
419
387
400 350
323 332 337
317
300 261 257
231 244 223 235
207
200 179 179
159
129
100
0
Guapimirim Carlinda ECOSAMA Guarantã do Matupá Sorriso Marcelândia Santa Carmem União do Sul Itapema Araújos
Norte
De modo geral, pode-se concluir que as empresas grandes têm indicadores superiores
aos das empresas pequenas, sendo que estas, por sua vez, apresentam um desempenho
melhor do que aquelas que só prestam um serviço. Por outro lado, observa-se em todos os
segmentos a presença de terceirização dos trabalhos, refletindo uma queda considerável
dos indicadores de economias por funcionário equivalente em relação aos de economias por
funcionário próprio.
323
FIGURA A3.1 - Relação entre Indicador de Economias por Funcionário
e Cobertura de Tratamento de Esgoto
para o ano de 2006 - Empresas Grandes¹
100%
% de Tratamento de Esgoto / Volume Água Consumida
Niterói
80%
PROLAGOS
Limeira
60%
Petrópolis
Cachoeiro de Itapemirim
40%
Campo Grande
0 100 200 300 400 500 600 700 800
SANEATINS
Nova Friburgo 0%
-20%
Economias/Empregados Equivalentes
324
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
2 1 3
Positiva (aumento)
20% 14% 18%
8 6 14
Negativa (diminuição)
80% 86% 82%
Total 10 7 17
2
22%
7
78%
Melhor Pior
325
encontram-se nos níveis dos países em desenvolvimento (em torno de 35%), segundo o
Banco Mundial149.
Quanto ao comportamento das perdas nas empresas segundo seu tamanho, observa-
se que, em média, as perdas nas pequenas são menores do que nas grandes: enquanto as
primeiras registram um índice que em média é de aproximadamente 33%150, as demais
registram perdas de 41% do total de água produzida (Ver GRÁFICO A3.6 e A3.7). Estes
índices, em termos absolutos, equivalem a 259 litros por conexão-dia para as empresas
pequenas e 540 litros por conexão-dia para as empresas grandes. (Ver GRÁFICOS A3.8 e
A3.9).
Chama a atenção os altos volumes de perdas registrados por Nova Friburgo (55%),
Manaus (58%), Campo Grande (56%) e PROLAGOS (52%): todos eles apresentam
percentuais de perdas superiores a 50%, mesmo com níveis de macro e micromedição de
quase 100%. No entanto, Limeira apresenta um índice de perdas de aproximadamente 16%,
abaixo dos índices das demais empresas analisadas.
20% 16%
10%
0%
SANEATINS
Manaus
Goytacazes
Itapemirim
Petrópolis
Friburgo
Cachoeiro
Grande
PROLAGOS
Niterói
Limeira
Campo
Nova
Campos
de
dos
149
“The Challenge of Reducing Non-Revenue Water (NRW) in Developing Countries How the Private Sector Can Help: A
Look at Performance-Based Service Contracting”, Bill Kingdom, Roland Liemberger, y Philippe Marin. 2006.
150
Índice Perdas em Distribuição = (Volume de Água (Produzido Tratado Importado - de Serviço) - Volume de Água
Consumido)/ Volume de Água (Produzido Tratado Importado - de Serviço)
326
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
60%
48%
50%
10%
0%
Mairinque Nova Itapema Araújos Paranaguá Pontes e Santa União do
Xavantina Lacerda Carmem Sul
1,400 1,312
1,200
L/Ligação/Dia
1,000
753 792
800 643 693
600
400 311 328
262
199
200 115
SANEATINS
PROLAGOS
Goytacazes
Manaus
Grande
Niterói
Itapemirim
Limeira
Friburgo
Cachoeiro
Campo
Petrópolis
Nova
Campos
de
dos
300 284
266
241
L/Ligação/Dia
250
200
150
105
89
100
50
0
Mairinque
Xavantina
Itapema
União do
Araújos
Paranaguá
Pontes e
Carmem
Lacerda
Santa
Nova
Sul
327
Os resultados relativos ao cumprimento das metas deste indicador são apresentados a
seguir. São poucos os casos em que existem este tipo de meta nos contratos - apenas seis.
Em alguns casos adicionais, existem também metas de perdas máximas, mas as mesmas
estão situadas em anos muito posteriores a 2006.
SANEATINS* 29%
20%
PROLAGOS 52%
30%
Como se pode observar, só uma das seis empresas examinadas registrou perdas
menores às impostas pelo contrato de concessão, no período analisado. As cinco restantes
não cumpriram com as metas estabelecidas.
3.5. Conclusão
Por outra parte, em termos dos níveis de produtividade, é possível constatar que, em
geral, as empresas grandes gozam de um melhor desempenho do que as empresas
pequenas, as quais, por sua vez, apresentam melhor desempenho do que outras igualmente
pequenas, mas que só prestam um serviço. Considerando os funcionários próprios, as
empresas grandes possuem uma média de 631 economias por funcionário, as pequenas
com água e esgoto, 471, e as pequenas com só um serviço, 397. Por outro lado, no
referente aos funcionários equivalentes, as empresas grandes apresentam um indicador
médio de 391 economias por funcionário, as pequenas de 304 e as pequenas com apenas
um serviço exibem um indicador de 246. Neste sentido, conclui-se que existe um alto grau
de terceirização dos trabalhos.
328
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
329
TABELA A3.6- Economias por Funcionário Próprio
Crescimento Tendência Número
Tendência
Municipio -10 -9 -8 -7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Médio Anual de Empregados
Depois
c/r ao Ano de Início Próprios Depois
Guará 468 492 849 850 772 760 Crescente 11.6% Negativa
Limeira 632 649 718 815 876 888 900 904 891 876 Crescente 4.8% Negativa
Mairinque 272 292 318 329 337 354 373 393 Crescente 6.7% Negativa
Mineiros do Tietê
Mirassol
ECOSAMA 1077 1033 821 724 Decrescente -11.5% Positiva
CAJ 258 296 268 314 297 266 Crescente 0.7% Positiva
PROLAGOS 511 351 472 523 479 455 476 429 401 Decrescente -0.1% Positiva
Campos dos Goytacazes 427 479 569 612 622 630 652 Crescente 8.7% Negativa
Guapimirim 81 97 142 176 175 179 Crescente 25.0% Negativa
Niterói 756 768 740 732 710 825 981 Crescente 4.0% Positiva
Petrópolis 260 637 599 581 612 656 693 705 726 715 Crescente 2.9% Positiva
Nova Friburgo 324 369 443 440 434 451 484 515 Crescente 6.5% Negativa
Cachoeiro de Itapemirim 242 239 320 478 477 478 494 525 537 538 552 Crescente 5.3% Negativa
Carlinda 190 235 231 Decrescente -1.9% Positiva
Cláudia 523 360 385 387 Crescente 3.8% Positiva
Guarantã do Norte 157 213 230 250 251 244 Crescente 8.9% Positiva
Matupá 171 187 234 302 350 Crescente 44.5% Negativa
Nobres 340
Primavera do Leste 707 773 Crescente 5.7% Negativa
Sorriso 687 748 699 661 638 644 659 Decrescente -1.8% Positiva
Arenápolis
Juscimeira
Marcelândia 184 377 387 Crescente 90.5% Negativa
Nova Xavantina 368 293 224 211 254 Decrescente -9.4% Positiva
Pontes e Lacerda 300 433 530 Crescente 14.4% Positiva
Santa Carmem 323
330
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
331
TABELA A3.7- Economidas por Funcionário Equivalente
Crescimento Tendência Número
Tendência
Municipio -10 -9 -8 -7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Médio Anual de Empregados
Depois
c/r ao Ano de Início Equivalentes Depois
Guará 443 404 438 582 558 285 Decrescente -0.3% Positiva
Limeira 523 452 522 569 639 748 741 657 696 618 Crescente 4.8% Negativa
Mairinque 244 231 259 234 247 267 271 285 Crescente 2.8% Negativa
Mineiros do Tietê
Mirassol
ECOSAMA 826 566 419 Decrescente -20.1% Positiva
CAJ 221 221 206 261 233 205 Crescente 0.3% Positiva
PROLAGOS 167 234 324 313 448 337 305 305 Crescente 7.9% Positiva
Campos dos Goytacazes 316 370 411 358 422 352 334 Crescente 0.3% Positiva
Guapimirim 61 32 53 101 109 129 Crescente 48.5% Negativa
Niterói 502 345 361 422 499 370 449 Crescente 0.3% Positiva
Petrópolis 214 483 410 429 398 356 515 515 421 465 Crescente 1.0% Positiva
Nova Friburgo 221 329 390 397 293 278 267 330 Crescente 0.0% Positiva
Cachoeiro de Itapemirim 149 148 215 414 455 456 431 422 392 427 393 Crescente 2.7% Negativa
Carlinda 158 195 207 Crescente 6.6% Positiva
Cláudia 288 360 293 293 Decrescente -9.6% Positiva
Guarantã do Norte 80 126 173 212 219 179 Crescente 21.8% Positiva
Matupá 125 137 174 227 261 Crescente 47.8% Negativa
Nobres 328
Primavera do Leste 354 433 Crescente 20.1% Negativa
Sorriso 292 389 185 348 360 317 Crescente 2.0% Positiva
Arenápolis
Juscimeira
Marcelândia 168 223 Crescente 19.5% Negativa
Nova Xavantina 354 209 175 207 Decrescente -12.4% Positiva
Pontes e Lacerda 198 382 508 Crescente 30.1% Negativa
Santa Carmem 159
332
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
333
TABELA A3.8- Funcionário Próprio
Limeira 220 218 206 192 186 189 192 195 203 211 Negativa
Niterói 307 329 366 381 402 357 307 Positiva
Manaus 499 493 509 518 470 Negativa
SANEATINS 634 650 547 540 696 796 915 1,097 1,222 1,264 1,252 1,246 Positiva
Guará 6 22 23 14 14 16 16 Negativa
Mairinque 64 60 56 56 56 54 53 52 Negativa
Mineiros do Tietê
Mirassol
ECOSAMA 74 80 106 129 Positiva
CAJ 202 139 132 160 143 149 161 171 193 Positiva
PROLAGOS 114 220 195 187 219 256 306 361 380 Positiva
Campos dos Goytacazes 297 268 235 231 236 239 239 Negativa
Guapimirim 57 48 33 26 27 28 Negativa
Petrópolis 300 144 156 168 165 158 156 160 162 168 Positiva
Nova Friburgo 301 272 234 238 242 233 219 209 Negativa
Cachoeiro de Itapemirim 320 337 269 191 200 205 204 195 193 197 196 Negativa
Carlinda 5 5 6 6 Positiva
Cláudia 4 7 7 8 Positiva
Guarantã do Norte 10 12 14 16 18 19 Positiva
Matupá 10 10 10 9 8 Negativa
Sorriso 9 10 13 16 19 20 21 Positiva
Nobres 9
Primavera do Leste 16 16 Negativa
Arenápolis
Juscimeira
Marcelândia 11 6 6 Negativa
Nova Xavantina 13 17 23 25 21 Positiva
334
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
335
TABELA A3.9- Funcionário Equivalente
Limeira 266 312 283 274 254 224 233 268 259 298 Negativa
Niterói 462 732 750 660 572 795 670 Positiva
Manaus 788 774 859 812 765 Negativa
SANEATINS 662 815 1,200 750 700 1,015 1,190 1,559 1,974 1,635 2,151 1,539 Positiva
Guará 12 23 27 27 20 21 43 Positiva
Mairinque 71 76 69 78 76 72 72 71 Negativa
Mineiros do Tietê
Mirassol
ECOSAMA 100 154 222 Positiva
CAJ 163 176 208 172 189 208 248 272 Positiva
PROLAGOS 463 391 301 335 260 432 507 499 Positiva
Campos dos Goytacazes 402 346 326 395 347 428 466 Positiva
Guapimirim 76 146 87 46 43 38 Negativa
Petrópolis 365 190 228 227 253 291 210 219 279 258 Positiva
Nova Friburgo 442 305 266 264 358 378 396 326 Positiva
Cachoeiro de Itapemirim 520 544 398 220 209 215 234 242 264 248 275 Negativa
Carlinda 6 5 7 7 Positiva
Cláudia 7 7 9 10 Positiva
Guarantã do Norte 20 19 18 19 21 26 Positiva
Matupá 14 14 13 11 11 Negativa
Sorriso 26 23 57 34 36 44 Positiva
Nobres 9
Primavera do Leste 32 29 Negativa
Arenápolis
Juscimeira
Marcelândia 12 10 Negativa
Nova Xavantina 14 24 30 26 Positiva
336
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
337
TABELA A3.10- Perdas em Distribuição
Guará
Limeira 17% 30% 28% 30% 28% 18% 18% 18% 17% 16% Decrescente
Mairinque 48% 44% 46% 41% 35% 39% 35% 33% Decrescente
Mineiros do Tietê*
Mirassol*
ECOSAMA*
CAJ 18% 28% 30% 42% 39% 62% 63% 62% Crescente
PROLAGOS 67% 60% 64% 47% 49% 59% 52% Decrescente
Campos dos Goytacazes 39% 48% 44% 38% 36% 33% 30% Decrescente
Guapimirim*
Niterói 52% 50% 36% 30% 31% 34% 37% 35% 35% Crescente
Petrópolis 51% 35% 37% 29% 34% 34% 25% 21% 21% 36% Decrescente
Nova Friburgo 51% 57% 44% 43% 59% 61% 55% 55% Crescente
Cachoeiro de Itapemirim 52% 36% 39% 42% 39% 38% 40% 37% 37% 37% Decrescente
Carlinda* 77%
Cláudia
Guarantã do Norte*
Matupá*
Nobres*
Primavera do Leste
Sorriso*
Arenápolis*
Juscimeira*
Marcelândia*
Nova Xavantina 63% 53% 55% 59% 35% Decrescente
Pontes e Lacerda 59% 58% 56% 35% 26% 30% 26% 19% 19% Decrescente
Santa Carmem* 70% 61% 63% 34%
União do Sul* 67% 34% Decrescente
Campo Grande 50% 48% 53% 55% 55% 57%
56% 51% 54% 55% 56% Decrescente
Itapema* 37%
Araújos* 27% 16% 22% Decrescente
Bom Sucesso 31% 30% 30% 35% Crescente
Paraguaçu
Paranaguá 66% 68% 68% 62% 67% 66% 40% 48% 48% Decrescente
Manaus 70% 65% 67% 55% 72% 70% 71% 58% 58% Decrescente
338
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
SANEATINS 54% 43% 43% 45% 31% 43% 36% 32% 30% 41% 29% Decrescente
Guará
Limeira 17% 30% 28% 30% 28% 18% 18% 18% 17% 16% Decrescente
Mairinque 48% 44% 46% 41% 35% 39% 35% 33% Decrescente
Mineiros do Tietê
Mirassol
ECOSAMA
CAJ 18% 28% 30% 42% 39% 62% 63% 62% Crescente
PROLAGOS 67% 60% 64% 47% 49% 59% 52% Decrescente
Campos dos Goytacazes 39% 48% 44% 38% 36% 33% 30% Decrescente
Guapimirim
Niterói 52% 50% 36% 30% 31% 34% 37% 35% 35% Crescente
Petrópolis 51% 35% 37% 29% 34% 34% 25% 21% 21% 36% Decrescente
Nova Friburgo 51% 57% 44% 43% 59% 61% 55% 55% Crescente
Cachoeiro de Itapemirim 52% 36% 39% 42% 39% 38% 40% 37% 37% 37% Decrescente
Carlinda* 77%
Cláudia
Guarantã do Norte*
Matupá
Nobres
Primavera do Leste
Sorriso
Arenápolis
Juscimeira
Marcelândia
Nova Xavantina 63% 53% 55% 59% 35% Decrescente
Pontes e Lacerda 59% 58% 56% 35% 26% 30% 26% 19% 19% Decrescente
Santa Carmem 70% 61% 63% 34%
União do Sul 67% 34% Decrescente
Campo Grande 50% 48% 53% 55% 55% 57% 56% 51% 54% 55% 56% Decrescente
Itapema 37%
Araújos 27% 16% 22% Decrescente
339
Municipio -10 -9 -8 -7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Tendência Depois
340
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
Por outro lado, das 33 empresas consideradas na análise, três possuem contratos
denominados BOT (Build-Operate-Tranfer), a saber, Cajamar, Companhia Matonense de
Saneamento e Jundiaí, mas que foram excluídas da análise global, dado que estes
contratos apresentam características distintas de um contrato de concessão Porém, foram
analisados individualmente.
Nos casos das empresas de Santa Carmem, União do Sul e Serviços de Tratamento
de Água e Esgoto (SETAE), a informação contida nas demonstrações financeiras não foi
considera pertinentente para a análise, já que os balanços das duas primeiras mostram um
patrimônio líquido negativo nos últimos três anos e a informação do SETAE apresenta
inconsistências importantes entre os dados de receitas e gastos contidos nos documentos
impressos recebidos (Demonstrações de Resultados dos anos de 2004 e 2006) e os
registrados no formulário de solicitação de antecedentes, além de diferenças entre as somas
totais de ativos no balanço de 2003 das partidas do passivo que não estão corretamente
classificadas de acordo com o prazo da dívida. Por esta razão, estes três casos foram
excluídos da análise global, porém analisados individualmente os aspectos permitidos pela
informação disponível.
Além disso, a empresa Prolagos será considerada como uma só na forma consolidada
para a análise global, devido aos dados individuais por município contidos no formulário, a
maioria das partidas correspondem a distribuições dos valores consolidados. Situação
similar se apresenta no caso de Juturnaíba.
151
Exclui-se da análise global aquelas empresas com concessão BOT e aquelas com informação inconsistente.
341
4.1- Análise Global: Impacto no Desempenho Operacional das Empresas
Por outro lado, 61% das 23 empresas têm um resultado operacional positivo em todos
os anos e 81% do total dos períodos com informação de resultado operacional, este é
positivo. A soma do resultado operacional médio dos últimos três anos é de R$201,3
milhões, expresso a preços de 2007, o qual equivale a uma rentabilidade de 9,6% sobre a
soma do ativo total médio das 23 empresas.
Adicionalmente, cabe assinalar que a única empresa que apresenta um valor negativo
no EBITDA médio dos últimos três anos é a Prolagos. Em média o EBITDA dos últimos três
anos das empresas é de R$12,8 milhões a preços de 2007, o que equivale em média a
42,5% das receitas líquidas153 faturadas.
152
Os períodos e as empresas para as quais não há informação dentro do período de análise considerado - entre os anos
de 2004 a 2006 - são os seguintes: Itapema 2004, Ribeirão Preto 2006, Carlinda 2004, Mairinque 2006 e Palmas 2004.
153
As Receitas Líquidas correspondem às Receitas Brutas menos os impostos.
154
Não foram incluídos os dados das empresas de Itapema, Ribeirão Preto, Primavera do Leste e da empresa Prolagos por
apresentarem valores fora de faixa e duvidosos. Também foram desconsideradas as seguintes informações: Guarantã
2006 e Guará 2004 por apresentarem patrimônios negativos.
342
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
O endividamento a longo prazo equivale a três anos do EBITDA médio das empresas
nos últimos três anos. Em nove empresas, o passivo a longo prazo equivale a menos de
dois anos no EBITDA médio, em sete, a mais de dois anos e menos de cinco, e em três, a
mais de cinco anos. Estas últimas correspondem a Guarantã, Águas de Juturnaíba e Pontes
e Lacerda.
A empresa que registra o maior valor de investimento total é Prolagos com R$334,8
milhões, seguida de Palmas com R$223,7 milhões e Guariroba com R$136,3 milhões. As
empresas com menores valores de investimento são Guará (R$294 mil), Cláudia (R$188
mil), Matupá (R$152 mil) e Carlinda (R$56 mil).
O resultado operacional da empresa foi positivo nos anos de 2005 e 2006 (R$3,0
milhões e R$2,5 milhões, respectivamente, a preços correntes), o que, em relação ao ativo
total, diminuiu de 26,1% no ano de 2005 para 4,7% em 2006.
O resultado líquido do ano de 2005 foi positivo (R$2,7 milhões) e o de 2006 foi
negativo (R$3,5 milhões) devido ao impacto de custo do serviço de intermediação financeira
para a colocação das Cédulas de Crédito Bancário (R$4 milhões). A rentabilidade em
155
O investimento por habitante de cada empresa foi calculado dividindo o valor atualizado do total de seus investimentos
acumulados em 2006 pela população urbana (ou o total da população, segundo corresponda) dos municípios atendidos no
ano de 2006. No caso da Ambient consideraram-se os dados de população de 2005, já que a informação de seus
investimentos inclui somente até este ano.
343
relação ao patrimônio inicial foi positiva no ano de 2005 (233,3%) e negativa no ano de 2006
(-91,5%).
O EBITDA foi positivo para ambos os anos, mas diminuiu de R$3,04 milhões em 2005
para R$2,8 milhões no ano de 2006 a preços correntes. Estes valores representam 42,8%,
em 2005, e 35,5%, em 2006, das Receitas Líquidas.
O investimento médio anual realizado pela empresa equivale a 2,4 vezes as receitas
anuais líquidas médias do período analisado.
Fonte: Demonstrações financeiras auditadas dos anos de 2005 e 2006 e dos dados
contidos no formulário de resposta à solicitação de informação dos anos de 1998 a 2006.
344
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
O resultado líquido também foi positivo nos três anos, com uma média de R$3,7
milhões a preços de 2007, e a rentabilidade em relação ao patrimônio inicial de cada ano
oscilou entre 27,8% no ano de 2004, 25,3% no ano de 2005 e 24,6% no ano de 2006.
O EBITDA foi positivo para os três anos: diminuiu de R$12,1 milhões em 2004 para
R$7,8 milhões no ano de 2005 e aumentou para R$8,7 milhões em 2006 a preços
correntes., Estes valores representam 76,0%, no ano de 2004, 44,7% em 2005, e 47,3% em
2006, das Receitas Líquidas.
A relação de liquidez corrente oscilou ao redor de 0,55 nos últimos três anos, o que
significa que a empresa não dispõe de recursos realizáveis suficientes para cobrir suas
dívidas de curto prazo.
O investimento anual médio realizado pela empresa equivale a 0,4 vezes as receitas
líquidas anuais médias do período analisado.
345
Os dados referentes à demonstração de resultados informados no formulário
respondido possuem diferenças com os dados contidos nas demonstrações financeiras
auditadas.
O resultado operacional da empresa foi positivo nos três anos analisados de R$23,7
milhões em 2004; R$32,1 milhões em 2005 e R$24,9 milhões em 2006 a preços correntes.
Em relação ao ativo total, esses resultados oscilaram de 9,6% no ano de 2004, para 13,3%
em 2005 e para 8,7% em 2006.
O resultado líquido também foi positivo nos três anos, com uma média de R$7,8 a
preços de 2007, e a rentabilidade em relação ao patrimônio inicial de cada ano tem oscilado
entre 9,3% no ano de 2004; 17,3% no ano 2005 e 8,7% no ano de 2006.
O EBITDA foi positivo para os três anos, aumentou de R$33,0 milhões em 2004 para
R$40,7 milhões no ano de 2005 e diminuiu para R$34,2 milhões em 2006 a preços
correntes. Estes valores representam 39,9% no ano de 2004, 45,7% em 2005 e 33,2% em
2006 das Receitas Líquidas.
A relação de liquidez corrente oscilou entre 0,7 e 0,8 nos últimos 3 anos, o que
significa que os ativos circulantes cobrem parcialmente as dívidas de curto prazo.
O investimento anual médio realizado pela empresa equivale a 0,2 vezes as receitas
líquidas anuais médias do período analisado.
346
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
O resultado operacional da empresa foi positivo nos três anos analisados, ainda que
com uma tendência decrescente (R$149 mil em 2004; R$142 mil em 2005 e R$84 mil em
2006 em a preços correntes). Em relação ao ativo total, oscilou entre 3,2% nos anos de
2004 e 2005 e 2% em 2006.
O EBITDA foi positivo para os três anos, aumentou de R$341 mil em 2004 para R$372
mil no ano de 2005 e diminuiu para R$312 mil em 2006 a preços correntes. Estes valores
representam 37,6% no ano 2004, 34,0% em 2005 e 26,2% em 2006 das Receitas Líquidas.
A relação de liquidez corrente oscilou entre 0,16 no ano de 2004 e 0,08 no ano de
2006, o que significa que a empresa praticamente não dispõe de recursos realizáveis para
cobrir suas dívidas de curto prazo.
347
O investimento anual médio realizado pela empresa equivale a 1,2 vezes as receitas
líquidas anuais médias do período analisado.
O resultado operacional da empresa foi positivo nos três anos analisados, mas oscilou
de R$513 mil em 2004; para R$449 mil em 2005 e para R$1,3 milhão em 2006 (a preços
correntes). Em relação ao ativo total, oscilou entre 7,4% no ano de 2004, 4,7% em 2005 e
18,6% em 2006.
O resultado líquido também foi positivo nos três anos, com uma média de R$361 mil a
preços de 2007, e a rentabilidade em relação ao patrimônio inicial de cada ano tem oscilado
entre 7,0% no ano de 2004; 6,7% no ano de 2005 e 30,0% no ano de 2006.
O EBITDA foi positivo para os três anos, mas diminuiu de R$657 mil em 2004 para
R$600 mil no ano de 2005 e aumentou para R$1,47 milhão em 2006 a preços
correntes,.Estes valores representam 24,7%, no ano de 2004, 19,3%, em 2005, e 43,8%,
em 2006, das receitas líquidas.
A relação de liquidez corrente oscilou entre 1,9 e 1,3 , o que significa que a empresa
dispõe de ativos circulantes suficientes para cobrir suas dívidas de curto prazo.
348
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
O investimento anual médio realizado pela empresa equivale a 0,2 vezes as receitas
líquidas anuais médias do período analisado.
Fonte: Balanços não auditados dos anos de 2001 a 2006 (sem incluir demonstrações
de resultados) e o formulário preenchido pelo operador.
O resultado líquido foi positivo nos anos de 2004 e 2006, e negativo em 2005, com
uma média de R$25 mil a preços de 2007, e a rentabilidade em relação ao patrimônio inicial
de cada ano foi de 126,3% no ano de 2004; -13,8% no ano de 2005 e 46,0% no ano de
2006.
O EBITDA foi positivo para os três anos, diminuiu de R$30 mil em 2004 para R$26 mil
no ano de 2005 e aumentou para R$93 mil em 2006 a preços correntes, estes valores
representam 5,4% no ano de 2004, 4,0% em 2005 e 13,1% em 2006 das receitas líquidas.
A relação de liquidez corrente oscilou entre 0,6 e 0,9 nos últimos três anos, o que
significa que a empresa não dispõe de recursos realizáveis suficientes para cobrir suas
dívidas de curto prazo.
349
Impacto nos Investimentos
O investimento anual médio realizado pela empresa equivale a 0,1 vezes as receitas
líquidas anuais médias do período analisado.
O resultado operacional foi zero nos anos de 2004 e 2005 e negativo em 2006 (-R$40
mil). O resultado líquido foi 0 em 2004 e negativo em 2005 e 2006 (-R$3 mil e -R$44 mil,
respectivamente, a preços correntes).
A relação de liquidez corrente oscilou entre 0,3 e 0,6, o que significa que a empresa
não dispõe de recursos realizáveis suficientes para cobrir suas dívidas de curto prazo.
O grau de endividamento em relação ao ativo total supera os 100% nos últimos três
anos, o que pode indicar a existência de erros nos dados.
350
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
O grau de endividamento em relação ao ativo total supera os 100% nos últimos três
anos, o que reflete a existência de erros nos dados.
Existem diferenças nos dados contidos nas demonstrações financeiras e nos dados do
formulário respondido pelo operador no item de receitas operacionais nos períodos 2004 e
2006.
As demonstrações de resultados não são adequadas para a análise, pois os anos com
dados recebidos (2004 e 2006) apresentam importantes inconsistências com os dados
contidos no formulário digital. Por exemplo, as receitas do ano de 2006, segundo as
demonstrações de resultados, elevam-se a R$717 mil; e, segundo o formulário, são R$1,144
milhão. Além disso, nas demonstrações de resultados do ano de 2004, FIGURAm gastos de
R$1,178 milhão por conceito de Provisão para Imposto que não está considerado na soma
dos gastos.
351
Impacto No Desempenho Financeiro
A relação de liquidez corrente oscilou entre 1,4 no ano de 2004, 15,3 em 2005 e 3,7 no
ano de 2006, o que significa que a empresa dispõe de recursos mais que suficientes para
cobrir suas dívidas de curto prazo. Cabe assinalar que, nos anos de 2003 a 2005, se
reclassificou uma quantia de R$85 mil, que no balanço FIGURA dentro do Passivo
Circulante, mas em nome da conta que corresponde ao Exigível de longo Prazo.
A empresa não informou os valores dos investimentos realizados, nem foi possível
obter do balanço, pois este contém somente o valor líquido do ativo imobilizado..
Fonte: Demonstrações financeiras auditadas dos anos de 1999 a 2005. Nos anos de
1999 e 2000 faltam as demonstrações de resultados.
O resultado operacional da empresa foi positivo nos últimos três anos, com uma
tendência ascendente (R$2,7 milhões em 2003; R$5,0 milhões em 2004 e R$11,0 milhões
em 2005 a preços correntes). Em relação ao ativo total, passou de 2,8% no ano de 2003,
para 5,1% em 2004 e para 11,9% em 2005.
O resultado líquido, em compensação, foi negativo nos anos de 2003 e 2004, devido
ao efeito dos gastos financeiros, e positivo em 2005 (-R$10,0 milhões em 2003; -R$5,8
milhões em 2004 e R$3,4 milhões em 2005). A rentabilidade em relação ao patrimônio inicial
do ano de 2005 foi de 138,4%.
O EBITDA foi positivo, e com tendência crescente, de R$4,4 milhões em 2003, R$11,9
milhões no ano de 2004 e R$18,1 milhões em 2005 a preços correntes, estes valores
representam 64,8% no ano de 2003, 50,9% em 2004 e 73,1% em 2005 das receitas
líquidas.
A relação de liquidez corrente oscilou de 0,1 no ano de 2003, para 1,0 em 2004 e
para 0,5 no ano de 2005. Este último dado significa que, neste ano, a empresa dispunha da
metade dos recursos realizáveis requeridos para cobrir suas dívidas de curto prazo.
352
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
O grau de endividamento em relação ao ativo total oscilou entre 93% e 97% e com
relação ao patrimônio oscilou entre 1.450% e 1.500% entre os anos de 2003 e 2005,
alcançando 3.799% no ano de 2004 devido à expressiva diminuição do patrimônio desse
ano. A taxa de juros para empréstimo de maior montante é de 3,5% ao ano superior à taxa
de juros de longo prazo (TJLP). A proporção do passivo circulante em relação ao passivo
exigível total diminuiu de 47% no ano de 2003 para 12% no ano de 2004 e 37% em 2005. A
dívida em relação às Receitas Líquidas diminuiu nos três anos analisados de 1.329,4%, em
2003, para 352,3% em 2005. O endividamento de longo prazo existente ao final do ano de
2005 equivale a 5 anos do EBITDA médio da empresa dos anos de 2003 a 2005.
O investimento anual médio realizado pela empresa equivale a 1,2 vezes as receitas
líquidas anuais médias do período analisado.
Existem diferenças nos dados contidos nas demonstrações financeiras e nos dados do
formulário respondido pelo operador nas partidas das demonstrações de resultados.
O resultado operacional da empresa foi positivo nos últimos três anos, oscilando entre
R$87 mil em 2004; R$239 mil em 2005 e R$166 mil em 2006 a preços correntes. Em
relação ao ativo total, oscilou entre 12,9% no ano de 2004, 32,4% em 2005 e 22,3% em
2006.
O resultado líquido também foi positivo nos três anos, com média de R$106 mil a
preços de 2007, e a rentabilidade em relação ao patrimônio inicial de cada ano oscilou entre
104,0% no ano de 2004, 148,0% no ano de 2005 e 37,6% em 2006.
O EBITDA foi positivo para os três anos analisados, de R$101 mil em 2004, R$277 mil
no ano de 2005 e R$228 mil em 2006 a preços correntes. Estes valores representam 21,5%
no ano de 2004, 39,6% em 2005 e 35,6% em 2006 das receitas líquidas.
353
Impacto no Desempenho Financeiro
A relação de liquidez corrente foi de 0,2 no ano de 2004, 0,3 em 2005 e 0,1 no ano de
2006, o que significa que a empresa praticamente não dispõe de recursos realizáveis para
cobrir suas dívidas de curto prazo.
O investimento anual médio realizado pela empresa equivale a 0,1 vezes as receitas
líquidas anuais médias do período analisado.
Existem diferenças nos dados contidos nas demonstrações financeiras e nos dados
do formulário respondido pelo operador nas receitas operacionais e nos custos dos serviços.
O resultado operacional da empresa foi positivo nos últimos três anos, oscilando entre
R$1,2 milhão em 2004 e 2005 e R$1,7 milhão em 2006 a preços correntes. Estes resultados
representam em relação ao ativo total 77,1% no ano de 2004, 92,0% em 2005 e 128,0% em
2006.
O resultado líquido também foi positivo nos três anos, com média de R$1,3 milhão a
preços de 2007, e a rentabilidade em relação ao patrimônio inicial de cada ano aumentou de
62,0% no ano de 2004, para 73,5% no ano de 2005 e para 139,8% em 2006.
O EBITDA foi positivo para os três anos analisados e, com tendência crescente,
passou de R$1,2 milhão em 2004, para R$1,5 milhão no ano de 2005 e para R$2,0 milhões
em 2006 a preços correntes. Estes valores representaram 45,5%, no ano de 2004, 47,0%,
em 2005, e 55,2%, em 2006, das receitas líquidas.
354
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
A relação de liquidez corrente foi de 1,6 no ano de 2004, 0,9 em 2005 e 2,6 no ano de
2006, o que significa que a empresa dispõe de recursos realizáveis suficientes para cobrir
suas dívidas de curto prazo.
O grau de endividamento em relação ao ativo total é baixo e oscilou entre 6,4% no ano
de 2004, 11,4% no ano de 2005 e 10,2% no ano de 2006. O mesmo ocorreu em relação ao
patrimônio, que oscilou entre 6,8% no ano de 2004, 12,9% no ano de 2005 e 11,3% no ano
de 2006. A dívida em relação às Receitas Líquidas oscilou entre 3,8% em 2004, 4,7% em
2005 e 3,8% em 2006. O total do passivo exigível corresponde ao endividamento de curto
prazo nos três anos.
Existem diferenças nos dados contidos nas demonstrações financeiras e nos dados do
formulário respondido pelo operador nas receitas operacionais e nos custos dos serviços do
ano de 2006.
O resultado operacional da empresa foi positivo nos anos de 2005 e 2006 (R$7 mil e
R$38 mil, respectivamente, a preços correntes). Em relação ao ativo total, foi de 4,2% no
ano de 2005 e 19,0% em 2006.
O resultado líquido foi negativo no ano de 2005 (-R$15 mil) e positivo em 2006 (R$16
mil) e a rentabilidade em relação ao patrimônio inicial foi de 43,2% em 2006.
O EBITDA foi positivo para os dos anos analisados e aumentou de R$10 mil em 2005
para R$42 mil no ano de 2006 a preços correntes. Estes valores representaram 3,9%, no
ano de 2005, e 15,0%, em 2006, das receitas líquidas.
355
Impacto no Desempenho Financeiro
A relação de liquidez corrente foi de 0,5 no ano de 2005 e 2006, o que significa que a
empresa dispõe de aproximadamente a metade dos recursos realizáveis requeridos para
cobrir suas dívidas de curto prazo.
O investimento anual médio realizado pela empresa equivale a 0,1 vezes as receitas
líquidas anuais médias do período analisado.
Existem diferenças nos dados contidos nas demonstrações financeiras e nos dados do
formulário respondido pelo operador nas demonstrações de resultados.
O resultado operacional da empresa foi positivo nos últimos três anos com uma
tendência crescente (R$3,0 milhões em 2004, R$5,4 milhões em 2005 e R$6,1 milhões em
2006 a preços correntes). Em relação ao ativo total, foi de 7,6% no ano de 2004; 13,1% em
2005 e 14,4% em 2006.
O resultado líquido também foi positivo nos três anos, com uma média de R$1,9
milhão a preços de 2007, e a rentabilidade em relação ao patrimônio inicial foi de 7,2% no
ano de 2004; 16,4% em 2005 e 18,4% em 2006.
O EBITDA foi positivo para os três anos analisados e, com tendência crescente,
passou de R$4,9 milhões em 2004, para R$8,2 milhões no ano de 2005 e para R$9,1
milhões em 2006 a preços correntes Estes valores representam 25,1% no ano de 2004,
36,8% em 2005 e 35,4% em 2006 das receitas líquidas.
356
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
A relação de liquidez corrente oscilou ao redor de 0,6, o que significa que a empresa
dispõe de pouco mais da metade dos recursos realizáveis requeridos para cobrir suas
dívidas de curto prazo.
O investimento anual médio realizado pela empresa equivale a 0,3 vezes as receitas
líquidas anuais médias do período analisado.
O resultado operacional da empresa foi positivo nos últimos três anos com uma
tendência crescente (R$203 mil em 2004, R$1,2 milhões em 2005 e R$7,8 milhões em 2006
a preços correntes). Em relação ao ativo total, foi de 2,4% no ano de 2004, 7,7% em 2005 e
24,6% em 2006.
O resultado líquido também foi positivo e ascendente nos três anos, com uma média
de R$2,0 milhões a preços de 2007, e a rentabilidade em relação ao patrimônio inicial foi de
18,2% no ano de 2004, 28,3% em 2005 e 63,7% em 2006.
357
O EBITDA foi positivo para os três anos analisados e com tendência crescente:
passou de R$269 mil em 2004, para R$1,4 milhão no ano de 2005 e para R$8,4 milhões em
2006 a preços correntes. Estes valores representam 2,6% no ano de 2004, 12,7% em 2005
e 43,9% em 2006 das receitas líquidas.
A relação de liquidez corrente oscilou entre 1,1 em 2004; 2,4 em 2005 e 0,8 em 2006,
o que significa que as empresas em média podem cobrir com seus recursos realizáveis o
total de suas dívidas de curto prazo.
O investimento anual médio realizado pela empresa equivale a 0,5 vezes as receitas
líquidas anuais médias do período analisado.
Existem diferenças nos dados contidos nas demonstrações financeiras e nos dados do
formulário respondido pelo operador.
O resultado operacional da empresa foi positivo nos últimos três anos (R$7,3 milhões
em 2004, R$6,2 milhões em 2005 e R$8,4 milhões em 2006 a preços correntes). Em relação
ao ativo total, foi de 16,9% no ano de 2004, 12,2% em 2005 e 16,1% em 2006.
358
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
O resultado líquido também foi positivo nos três anos, com uma média de R$4 milhões
a preços de 2007, e a rentabilidade em relação ao patrimônio inicial foi de 39,9% no ano de
2004, 25,5% em 2005 e 35,4% em 2006.
O EBITDA foi positivo para os três anos analisados e com tendência crescente passou
de R$10,8 milhões em 2004, para R$11,1 milhões no ano de 2005 e para R$13,2 milhões
em 2006 a preços correntes. Estes valores representam 26,4% no ano de 2004, 24,3% em
2005 e 26,8% em 2006 das receitas líquidas.
A relação de liquidez corrente oscilou entre 0,4 em 2004; 0,5 em 2005 e 0,8 em 2006,
o que significa que a empresa não dispõe dos recursos realizáveis suficientes para financiar
seus compromissos de curto prazo.
O investimento anual médio realizado pela empresa equivale a 0,2 vezes as receitas
líquidas anuais médias do período analisado.
Existem diferenças nos dados contidos nas demonstrações financeiras e nos dados do
formulário respondido pelo operador nas demonstrações de resultados.
359
Impacto no Desempenho Operacional
O resultado líquido foi negativo nos três anos, com uma média de -R$669 mil a preços
de 2007 e representam em relação ao patrimônio -9,6% em 2004, -3,7% em 2005 e -6,1%
no ano de 2006.
O EBITDA foi positivo para os três anos analisados e oscilou de R$261 mil em 2004
para R$1,9 milhão no ano de 2005 e para R$1,8 milhão em 2006 a preços correntes. Estes
valores representam 2,6%, no ano de 2004, 13,8%, em 2005, e 11,4% em 2006 das receitas
líquidas.
A relação de liquidez corrente foi de 0,6 em 2004; 2,7 em 2005 e 4,4 em 2006, com
uma média de 2,6, o que significa que a empresa dispõe de recursos realizáveis mais que
suficientes para cobrir seus compromissos de curto prazo.
O investimento anual médio realizado pela empresa equivale a 0,2 vezes as receitas
líquidas anuais médias do período analisado.
360
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
Existem diferenças nos dados contidos nas demonstrações financeiras e nos dados do
formulário respondido pelo operador.
O resultado operacional da empresa foi positivo e ascendente nos últimos três anos
(R$7,4 milhões em 2004; R$10,0 milhões em 2005 e 2006 a preços correntes). Em relação
ao ativo total, foi de 8,8% em 2004, 11,8% em 2005 e 11,9% em 2006.
O resultado líquido da empresa também foi positivo nos últimos três anos e
ascendente, com uma média de R$3,6 milhões a preços de 2007. A rentabilidade em
relação ao patrimônio inicial foi de 4,3% no ano de 2004, 11,7% em 2005 e 12,5% em 2006.
O EBITDA foi positivo para os três anos analisados, aumentou de R$13,4 milhões em
2004 para R$17,0 milhões no ano de 2005 e logo diminuiu para R$15,2 milhões em 2006 a
preços correntes. Estes valores representam 44,4% no ano de 2004, 45,2% em 2005 e
37,4% em 2006 das receitas líquidas.
A relação de liquidez corrente foi de 1,7 em 2004 e 2005 e de 1,2 em 2006, o que
significa que a empresa dispõe de recursos realizáveis suficientes para cobrir suas dívidas
de curto prazo.
O investimento anual médio realizado pela empresa equivale a 0,4 vezes as receitas
líquidas anuais médias do período analisado.
361
4.2.19. Águas de Niterói S.A.
O resultado operacional da empresa foi positivo e ascendente nos últimos três anos
(R$27,8 milhões em 2004; R$30,3 milhões em 2005 e R$30,5 milhões em 2006 a preços
correntes). Em relação ao ativo total, foi de 11,3% em 2004; 11,5% em 2005 e 10,4% em
2006.
O resultado líquido da empresa também foi positivo e ascendente nos últimos três
anos, com uma média de R$14,5 milhões a preços de 2007. A rentabilidade em relação ao
patrimônio inicial foi de 17,1% no ano de 2004, 20,9% em 2005 e 23,2% em 2006.
O EBITDA foi positivo para os três anos analisados e oscilou de R$36,4 milhões em
2004 para R$40,0 milhões no ano de 2005 e para R$37,9 milhões em 2006 a preços
correntes. Estes valores representaram 37,4% no ano de 2004, 32,7% em 2005 e 27,5% em
2006 das receitas líquidas.
A relação de liquidez corrente foi de 1,1 nos três anos analisados, o que significa que
a empresa dispõe de recursos realizáveis suficientes para cobrir suas dívidas de curto
prazo.
362
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
O investimento anual médio realizado pela empresa equivale a 0,1 vezes as receitas
líquidas anuais médias do período analisado.
Existem diferenças nos dados contidos nas demonstrações financeiras e nos dados do
formulário respondido pelo operador nos itens de receitas operacionais e de custo dos
serviços.
O resultado operacional da empresa foi positivo e ascendente nos últimos três anos
(R$6,3 milhões em 2004; R$8,1 milhões em 2005 e R$9,5 milhões em 2006 a preços
correntes). Em relação ao ativo total, foi de 14,9% em 2004, 19,8% em 2005 e 20,8% em
2006.
O resultado líquido da empresa também foi positivo e ascendente nos últimos três
anos, com uma média de R$3,5 milhões a preços de 2007. A rentabilidade em relação ao
patrimônio inicial foi de 12,8% no ano de 2004, 18,8% em 2005 e 24,3% em 2006.
O EBITDA foi positivo para os três anos analisados e, com tendência crescente,
aumentou de R$8,7 milhões em 2004 para R$10,4 milhões no ano de 2005 e passou para
R$11,9 milhões em 2006 a preços correntes Estes valores representaram 38,0% no ano de
2004, 37,3% em 2005 e 35,9% em 2006 das receitas líquidas.
A relação de liquidez corrente foi de 1,1 em média nos últimos três anos, o que
significa que a empresa dispõe de recursos realizáveis suficientes para cobrir suas dívidas
de curto prazo.
363
24,6% com aumento de capital, segundo deduz-se da análise das demonstrações
financeiras para os anos de 2004 a 2006 e dos dados do SNIS para os anos anteriores. O
investimento realizado pela empresa equivale a R$70.000,00 por habitante a preços de
2007.
O investimento anual médio realizado pela empresa equivale a 0,1 vezes as receitas
líquidas anuais médias do período analisado.
Existem diferenças nos dados contidos nas demonstrações financeiras e nos dados do
formulário respondido pelo operador em especial nas demonstrações de resultados.
O resultado operacional da empresa dos últimos três anos foi positivo e apresentou
uma queda no ano de 2006 (R$581 mil em 2004; R$642 mil em 2005 e R$145 mil em 2006
a preços correntes). Em relação ao ativo total, houve uma diminuição de 11,3% em 2004
para 7,3% em 2005 e para 1,5% em 2006.
O resultado líquido da empresa apresentou uma forte queda nos últimos três anos,
inclusive foi negativo no ano de 2006 (-R$35 mil a preços correntes). A média destes anos
foi de R$253 mil a preços de 2007. A rentabilidade em relação ao patrimônio inicial foi de
19,6% no ano de 2004, 8,5% em 2005 e -1,0% em 2006.
O EBITDA foi positivo para os três anos analisados com tendência de queda:, diminuiu
de R$593 mil em 2004 para R$540 mil no ano de 2005 e passou para R$309 mil em 2006 a
preços correntes. Estes valores representam 37,8% no ano de 2004, 28,1% em 2005 e
14,3% em 2006 das receitas líquidas.
A relação de liquidez corrente foi de 1,2 em média nos últimos três anos, o que indica
que a empresa dispõe de recursos realizáveis suficientes para cobrir suas dívidas de curto
prazo.
364
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
O investimento anual médio realizado pela empresa equivale a 0,9 vezes as receitas
líquidas anuais médias do período analisado.
Existem diferenças nos dados contidos nas demonstrações financeiras e nos dados do
formulário respondido pelo operador no item de receitas operacionais.
O resultado operacional da empresa nos dos anos analisados foi positivo aumentando
de R$284 mil no ano de 2005 para R$1,9 milhão no ano de 2006 a preços correntes. Estes
resultados representam em relação ao ativo total 2,2% no ano de 2005 e 11,6% em 2006.
O resultado líquido da empresa foi negativo no ano de 2005 (-R$250 mil a preços
correntes) e, consequentemente, o patrimônio final deste ano foi negativo (-R$130 mil a
preços correntes). O resultado do ano de 2006 foi de R$269 mil a preços correntes, e a
média destes anos foi de R$4 mil a preços de 2007. A rentabilidade em relação ao
patrimônio inicial foi negativa para os dois anos, pelo resultado liquido e o patrimônio final do
ano de 2005 (-207% no ano de 2005 e -208% em 2006).
Não foi possível calcular o EBITDA para esta empresa , pois não existem dados da
depreciação e amortização dos períodos analisados.
A relação de liquidez corrente foi de 0,35 em média para os anos analisados, o que
indica que a empresa somente dispõe de pouco mais de um terço de recursos realizáveis
para cobrir o total de suas dívidas de curto prazo.
365
final do ano de 2006 equivale a 13,5 anos do EBITDA médio da empresa dos anos de 2005
e 2006.
O resultado líquido da empresa foi negativo no ano de 2005 (-R$53 mil) e aumentou
para R$91 mil no ano de 2006 a preços correntes,. A rentabilidade em relação ao patrimônio
inicial foi de -5,1% no ano de 2004 e de 8,9% em 2006.
O EBITDA foi positivo e aumentou de R$216 mil em 2004 para R$391 mil no ano de
2006 a preços correntes. Estes valores representam 8,6% no ano de 2004 e 12,3% em 2006
das receitas líquidas.
A relação de liquidez corrente foi de 0,29 nos três anos analisados. Isto indica que a
empresa não dispõe de recursos realizáveis suficientes para cobrir o total de suas dívidas
de curto prazo.
O grau de endividamento em relação ao ativo oscilou entre 90% e 91% durante os três
anos analisados e em relação ao patrimônio passou de 1.077,0% no ano de 2004 para
156
Não há informações do resultado operacional no ano de 2005.
366
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
O investimento anual médio realizado pela empresa equivale a 0,1 vezes as receitas
líquidas anuais médias do período analisado.
O resultado operacional da empresa foi positivo para os três últimos períodose oscilou
de R$376 mil em 2004, para R$86 mil em 2005 e para R$1,47 milhão em 2006 a preços
correntes. Em relação ao ativo total, foi de 48,3% em 2004, 7,8% em 2005 e 89,5% em
2006.
O resultado líquido foi ascendente passando de negativo no ano de 2004 (-R$40 mil a
preços correntes), até chegar aos R$434 mil em 2006 a preços correntes, com uma média
de R$135 mil a preços de 2007. A rentabilidade sobre o patrimônio inicial aumentou de
50,0% em 2004 para 149,1% no ano de 2006. O resultado operacional para o ano de 2005
de acordo com a informação do formulário da empresa e do SNIS é de R$0.
O EBITDA foi positivo para os anos analisados e diminuiu de R$461 mil em 2004 para
R$141 mil no ano de 2005, para logo aumentar para R$1,5 milhão a preços correntes. Estes
valores representam 26,4%, em 2004, 6,7%, em 2005, e 65,5%, em 2006, das receitas
líquidas.
157
Dentro dos passivos da empresa a partir do ano de 2001 existe uma partida denominada “Receitas faturadas e não
rec.” que foi reclassificada dentro dos passivos circulantes.
367
Impacto no Desempenho Financeiro
A relação de liquidez corrente foi de 0,9 em 2004; 2,0 em 2005 e 1,4 em 2006, com
uma média de 1,4, o que significa que a empresa dispõe de recursos realizáveis suficientes
para cobrir seus compromissos de curto prazo.
O investimento anual médio realizado pela empresa equivale a 0,1 vezes as receitas
líquidas anuais médias do período analisado.
Fonte: Formulário respondido pelo operador nos anos de 2002 a 2006 e dados do
SNIS para o mesmo período.
O resultado operacional da empresa foi positivo para os anos de 2004 e 2005, R$2,6
milhões e R$8,7 milhões respectivamente a preços correntes; no ano de 2006, contudo,
diminuiu consideravelmente e foi negativo ( -R$7,4 milhões a preços correntes). Em relação
ao ativo total, foi de 0,5% no ano de 2004, 1,7% no ano de 2005 e de -1,5% em 2006.
O resultado líquido da empresa foi positivo para os anos de 2004 e 2005, R$355 mil e
R$538 mil respectivamente a preços correntes; diminuiu no ano de 2006 e foi negativo na (-
R$12,23 milhões a preços correntes). Isto se explica, em parte, pelo montante de
depreciação do período, que alcançou os R$29,6 milhões a preços correntes. A
rentabilidade em relação ao patrimônio inicial foi de 0,1% para os anos de 2004 e 2005, no
ano de 2006 foi negativa -2,9% pelo resultado negativo neste período.
158
O patrimônio líquido da empresa para o ano de 2004 é negativo -R$120 mil devido ao resultado do exercício do ano de
2003 de - R$140 mil.
368
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
O investimento anual médio realizado pela empresa equivale a 0,2 vezes as receitas
líquidas anuais médias do período analisado.
Fonte: Formulário respondido pelo operador dos anos de 1999 a 2006 e dados do
SNIS mesmo período.
O resultado operacional da empresa foi positivo para os anos de 2003 e 2004, R$798
mil e R$1,03 milhões respectivamente, a preços correntes, com uma média de R$1,1 milhão
a preços de 2007. Estes resultados representam em relação ao ativo total 9,4% no ano de
2003 e 11,8% no ano de 2004.
369
O resultado líquido da empresa foi negativo para os anos de 2003 e 2004, -R$26 mil e
-R$44 mil respectivamente a preços correntes. A média destes anos foi de -R$42 milhões a
preços de 2007. A rentabilidade em relação ao patrimônio inicial foi de -1,2% no ano de
2003 e -2,1% no ano de 2004.
O EBITDA para esta empresa não se pode calcular devido a não existirem dados da
depreciação e amortização dos períodos analisados.
A relação de liquidez corrente foi descendente e passou de 1,72 em 2003 para 0,46
em 2005, o que indica que a empresa não contava com os recursos realizáveis suficientes
para cobrir o total de suas dívidas de curto prazo.
O investimento anual médio realizado pela empresa equivale a 0,2 vezes as receitas
líquidas anuais médias do período analisado.
Fonte: Formulário respondido pelo operador nos anos de 1996 a 2006 e dados do
SNIS do mesmo período.
159
Existe uma diferença de R$114,7 milhões entre ativo e passivo.
370
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
O resultado operacional da empresa foi positivo para os anos de 2005 e 2006, R$86,4
milhões e R$92,0 milhões respectivamente a preços correntes. Em relação ao ativo total foi
de 49,7% no ano de 2005 e de 51,2% em 2006.
O resultado líquido da empresa foi positivo para os dois últimos períodos, R$29,6
milhões e R$33,4 milhões respectivamente a preços correntes, com uma média de R$33,3
milhões a preços de 2007. Não foi possível calcular a rentabilidade em relação ao
patrimônio inicial pelas inconsistências encontadas.
O EBITDA foi positivo para os anos de 2005 e 2006 e aumentou de R$95,3 milhões
em 2005 para R$103,0 milhões no ano de 2006. Estes valores representam 339,4% no ano
de 2005 e 330,5% no ano de 2006 das receitas líquidas, devido à alta quantia das Receitas
Operacionais em comparação com o nível de faturamento da empresa.
A relação de liquidez corrente foi de 1,9 para o ano de 2005 e de 1,5 em 2006,
indicando que a empresa dispõe de recursos realizáveis mais que suficientes para cobrir o
total de suas dívidas de curto prazo.
O investimento anual médio realizado pela empresa equivale a 1,2 vezes as receitas
líquidas anuais médias do período analisado.
Fonte: Formulário respondido pelo operador dos anos de 1998 a 2006 com os dados
do balanço e Demonstrações de Resultados e dados do SNIS do mesmo período com
relação ao investimento.
371
Impacto no Desempenho Operacional
O resultado operacional da empresa foi positivo para os três últimos períodos e oscilou
de R$1,3 milhão em 2004 para R$3,6 milhões em 2005, e para R$1,7 milhão no ano de
2006, a preços correntes. Em relação ao ativo total, 4,8% no ano de 2004, 11,4% no ano de
2005 e 5,4% em 2006.
O resultado líquido da empresa também foi positivo para os períodos de 2004 a 2006,
com o mesmo comportamento do resultado operacional oscilando de R$1,5 milhão em 2004
para R$3,4 milhões no ano de 2005, e para R$2,0 milhões em 2006, a preços correntes. A
média para os anos de 2004 a 2006 foi de R$2,5 milhões a preços de 2007. A rentabilidade
em relação ao patrimônio inicial foi de 17,2% para o ano de 2004, de 36,8% em 2005 e de
18,0% no ano de 2006.
A relação de liquidez corrente foi ascendente e passou de 2,5 em 2004 para 3,6 em
2005 e para 6,8 no ano de 2006 , o que indica que a empresa neste período contou com
recursos realizáveis mais que suficientes para cobrir o total de suas dívidas de curto prazo.
A empresa Prolagos S.A. tem atividade em cinco municípios: Cabo Frio, Armação de
Búzios, Arraial do Cabo, Iguaba Grande e São Pedro da Aldeia.
372
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
Cabo Frio
O resultado líquido foi negativo nos três anos, diminuiu de -R$6,1 milhões em 2004
para -R$13 milhões no ano de 2006, a preços correntes, com uma média de -R$8,5 milhões
a preços de 2007. A rentabilidade em relação ao patrimônio inicial foi de -29,7% no ano de
2004, de -18,3% em 2005 e de -51,5% no ano de 2006.
373
O investimento anual médio realizado pela empresa equivale a 1,1 vezes as receitas
líquidas anuais médias do período analisado.
Armação de Búzios
O resultado líquido foi negativo nos três anos, diminuiu de -R$686 mil em 2004 para -
R$1,5 milhões no ano de 2006, a preços correntes, com uma média de -R$951 mil a preços
de 2007. A rentabilidade em relação ao patrimônio inicial foi de -29,7% no ano de 2004, de -
18,3% para em 2005 e de -51,5% no ano de 2006.
O investimento anual médio realizado pela empresa equivale a 1,1 vezes as receitas
líquidas anuais médias do período analisado.
374
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
Arraial do Cabo
O resultado líquido foi negativo nos três anos, diminuiu de -R$1,8 milhão em 2004
para -R$3,7 milhões em 2006, a preços correntes, com uma média de -R$2,44 milhões a
preços de 2007. A rentabilidade em relação ao patrimônio inicial foi de -29,7% em 2004, de -
18,3% em 2005 e de -51,5% em 2006.
375
Iguaba Grande
O resultado líquido foi negativo nos três anos, diminuiu de -R$910 mil em 2004 para -
R$1,93 milhões no ano de 2006, a preços correntes, com uma média de -R$1,4 milhões a
preços de 2007. A rentabilidade em relação ao patrimônio inicial foi de -29,7% em 2004,
18,3% em 2005 e de -51,5% em 2006.
O investimento anual médio realizado pela empresa equivale a 1,4 vezes as receitas
líquidas anuais médias do período analisado.
376
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
O resultado líquido foi negativo nos três anos, diminuiu de -R$2,9 milhões em 2004
para -R$6,1 milhões no ano de 2006, a preços correntes, com uma média de -R$4,0 milhões
a preços de 2007. A rentabilidade em relação ao patrimônio inicial foi de -29,7% no ano de
2004, de -18,3% em 2005 e de -51,5% no ano de 2006.
O investimento anual médio realizado pela empresa equivale a 1,1 vez as receitas
líquidas anuais médias do período analisado.
377
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
Este anexo tem como finalidade analisar a evolução das receitas, tarifas e modicidade
dos preços cobrados dos usuários pelos serviços prestados, em particular para aqueles de
baixa renda. Para tal efeito, tratar-se-á de verificar o comportamento das tarifas, o
comportamento das receitas operacionais das empresas e, finalmente, verificar se as tarifas
cobradas pelos concessionários representaram uma melhora ou uma deterioração em
relação à capacidade de pagamento dos usuários, considerando o momento imediatamente
após o início da operação das concessões
Esta análise tem como foco o estudo dos casos qualificados como de prestação
integral do serviço, pois os contratos tipo BOT não têm relação direta com as tarifas que
percebem os usuários. Por outro lado, é preciso mencionar que todas as análises
apresentadas aqui são de tipo parcial, isto é, limitam-se à quantidade de informação
disponível para cada indicador e período analisado.
Esta seção tem como objetivo proporcionar uma visão geral sobre o comportamento
das tarifas a partir do cálculo de contas tipo pelos serviços prestados e, deste modo, avaliar
seus efeitos sobre os consumidores. Em particular, trata-se de:
A partir destes antecedentes, calculou-se uma conta tipo de água para clientes
residenciais “normais” considerando um consumo de 10 m³ mensais161. A seguir, o valor da
conta foi calculado em termos unitários, através do quociente entre o valor total e a
quantidade de m³ considerados, de forma a obter uma aproximação do preço efetivo pago
por m³ consumido ou tarifa média recebida pelo cliente.
160
Neste caso, apesar de que, em geral, os antecedentes utilizados para a realização do estudo incluem dados até o ano
2006, decidiu-se incorporar informação referente ao ano 2007 para incluir o máximo de informação disponível.
161
O consumo tipo de 10 metros cúbicos foi selecionado com a idéia de examinar a evolução das contas mensais
associadas a um volume básico de subsistência e que em muitos casos corresponde ao limite da primeira faixa de
consumo nas TABELAS tarifárias aplicadas aos usuários residenciais.
162 Receita Operacional Direta de Água
Tarifa Média de Água =
(Volume de Água Faturada–Volume de Água Exportada)
379
Tanto para as análises a partir da conta tipo, como para a evolução das tarifas médias
do SNIS, os preços foram atualizados a preços de Dezembro de 2007, utilizando-se o Índice
Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA).
5.1.1. Resultados
TABELA A5.1 – Distribuição das Taxas de Crescimento Real Anuanl das Tarifas Residenciais
para um Volume de 10 m³/mês
Entre 0% e 5% 11 55%
Mais de 15% 0 0%
Total 20 100%
Fonte: Elaboração dos Autores.
Como se pode observar, 11 dos casos, equivalentes a 55% das empresas que
puderam ser estudadas, apresentaram uma taxa de crescimento real menor que 5% anual,
enquanto que ao estender a faixa de análise a uma taxa de crescimento de 10% real ao
ano, 19 empresas, equivalente a 95% dos casos examinados, situam-se dentro desta faixa.
O único caso que apresenta uma taxa de crescimento que excede os 10% real anual é
Paranaguá com 14% ao ano.
380
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
TABELA A5.2 – Distribuição das Taxas de Crescimento Anual das Tarifas Médias Reais do
163
Serviço de Água
Menos de 5% 14 50%
Mais de 15% 1 4%
Total 28 100%
Fonte: Elaboração dos Autores.
163
As taxas de crescimento anuais examinadas correspondem às que se obtém ao comparar o primeiro dado disponível
para o período posterior à PSP, geralmente para o primeiro ano de operação, com o último dado obtido, o qual geralmente
corresponde aos anos de 2006 ou 2007.
164
Não se pode realizar esta análise para o período anterior à PSP, devido à escassez e baixa qualidade dos dados
disponíveis.
165
Nos casos onde não se dispôs de informação para o ano 0, estimou-se a tarifa a partir de uma projeção linear.
381
GRÁFICO A5.1 – Curva de Evolução da Tarifa Média de Água para o Conjunto das PSP
Analisadas
140
130
Tarifa Média Ano/Tarifa Média T=0
120
110
100
90
80
0 1 2 3 4 5 6
Como se pode observar para este período (GRÁFICO A5.2), novamente são os
municípios de Nova Friburgo, Guará e Petrópolis que se destacam por apresentarem um
crescimento mais acelerado das tarifas com relação à média. No restante dos casos onde
se apresentou um aumento pronunciado das tarifas como CAJ e Paranaguá, observou-se
que estas somente experimentaram altas taxas de crescimento a partir dos últimos anos de
operação, o que não se inclui no GRÁFICO. Por outro lado, entre as concessionárias que se
encontram muito abaixo da média, destacam-se os municípios de Cláudia, Guapimirim e
Nova Xavantina, que, inclusive, apresentam taxas de crescimento negativas em relação à
tarifa inicial da PSP.
382
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
GRÁFICO A5.2 – Evolução da Tarifa Média de Água para Casos Fora de Faixa
250
150
100
50
0
0 1 2 3 4 5 6
Por outro lado, para os casos com informações disponíveis, realizou-se uma
comparação dos valores reais das tarifas médias antes e depois da PSP. Os casos com
dados em que é possível sustentar que as tarifas médias tiveram um aumento foram os
seguintes (ver TABELAS ao final desse ANEXO): Manaus, Petrópolis (RJ), Prolagos (RJ),
Nova Friburgo (RJ), Guarantã do Norte (MG) e Paraguaçu (MG), com aumentos mais
expressivos para os casos das PSP do Rio de Janeiro. Há casos em que as tarifas médias
reais tiveram diminuições, como várias concessões do Mato Grosso - Cláudia, Matupá,
Sorriso e Nova Xavantina.
383
GRÁFICO A5.3 - Porcentagem de Empresas
que possuem Tarifa Social
13
38%
21
62%
3
38%
5
62%
Para obter uma aproximação do impacto da PSP nas receitas operacionais das
empresas, examinou-se o comportamento do indicador de receita operacional por economia
de água e esgoto166 para o período que vai do início da operação da PSP até a atualidade
(ano 2006). Não houve informação confiável para efetuar comparações antes e depois.
O estudo está centrado em dois aspectos: uma análise de comparação dos níveis que
apresenta este indicador para o ano 2006 e uma análise da sua evolução, na qual se
examina a tendência registrada para cada uma das empresas em estudo.
9 12 21
Positiva (crescente)
90% 63% 72%
1 7 8
Negativa (decrescente)
10% 37% 28%
Total 10 19 29
385
Dentro do grupo de empresas grandes, aquela que apresenta uma tendência negativa
deste indicador corresponde a concessionária Prolagos, enquanto que, nas pequenas, os
sete casos com tendência negativa estão concentrados nos municípios do Mato Grosso -
Carlinda, Cláudia, Guarantã do Norte, Sorriso, Marcelândia, Nova Xavantina e União do Sul.
Outro resultado visível é a alta dispersão das receitas tanto nas empresas grandes,
quanto nas pequenas. Dentro das empresas pequenas, as que contam com menores
receitas por economia são Araújos (MG) (R$ 88 por economia ao ano) e Cláudia (MT) (R$
129 por economia ao ano); e a com maior valor é Paranaguá (PA) (R$ 467). Entretanto,
entre as empresas grandes, a que apresenta menores receitas por economia é Nova
Friburgo (RJ) (R$ 220) e a que tem receitas mais altas é Niterói (RJ) (R$ 527) (GRÁFICO
A5.6).
500 467
450
400
R$ 2007/ Economia
Itapema*
Guará
Mairinque
Cláudia
Guarantã do
Pontes e
Paraguaçu
Paranaguá
Guapimirim*
Carlinda*
Matupá*
Sorriso*
Marcelândia*
Carmem*
União do Sul*
Araújos
Lacerda
Santa
Nova
Norte*
Leste
Receita Op. Anual por Economia Água e Esgoto Receita Op. Anual por Economia Água e Esgoto Média
386
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
600
527
500 467 479
R$ 2007/ Economia
400 360
100
SANEATINS
PROLAGOS
Grande
Manaus
Niterói
Limeira
Friburgo
Cachoeiro de
Campo
Campos dos
Petrópolis
Goytacazes
Nova
Itapemirim
Receita Op. Anual por Economia Água e Esgoto Receita Op. Anual por Economia Água e Esgoto Média
Para a análise, optou-se por elaborar um índice que refletisse o gasto destinado ao
consumo de água potável, como percentual da renda domiciliar167. A análise teve como foco
o estudo do comportamento deste indicador considerando 20% dos domicílios mais pobres
da população (1º quintil),168 e adotando-se para isso um consumo mensal tipo por domicílio
de 10 m³, representativo de acordo com os dados conhecidos sobre o consumo dos
usuários residenciais de baixa renda no Brasil.
A análise foi efetuada para cada caso utilizando a informação contida nas TABELAS
tarifárias que se dispunha. Os dados históricos sobre renda domiciliar foram obtidos da
Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD). A associação entre os municípios
examinados e o segmento geoGRÁFICO relevante da PNAD está descrita na TABELA de
Classificação de Municípios na PNAD, incorporada ao final deste anexo.
Regra geral, os níveis tarifários apresentam dois efeitos sobre o nível de acesso: um
efeito barreira, que impede que uma pessoa acesse o serviço, e um efeito inibidor, que
desestimula o seu uso. Nesse sentido, o pleno acesso aos serviços seria atingido quando o
efeito inibidor chegasse em um nível no qual os usuários utilizam a quantidade de serviço
que consideram necessária, sem reduzir o consumo de outros bens ou serviços essenciais.
No caso dos serviços de saneamento, por exemplo, critérios adotados pelo BID (Banco
Interamericano de Desenvolvimento), recomendados pela OPS, determinam que, em média,
167
Não foi considerado o serviço de coleta de esgoto devido a que há muitos casos em que este serviço ainda não é
prestado pelas concessionárias e porque as tarifas de esgoto em geral são iguais às tarifas de água segundo se verifica
nas TABELAS tarifarias.
168
Não se considerou na análise o grupo de clientes da categoria ‘residencial social’ pelo fato de que, em geral, estes
usuários representam um percentual reduzido do total de clientes residenciais. Além disso, em muitos casos, esta categoria
simplesmente não existe nas TABELAS tarifárias.
387
a despesa com água potável como proporção da renda não deveria superar 3% no caso das
famílias mais carentes.
Para o ano 2006, a partir de 21 casos com informação (TABELA A5.5), os resultados
revelam que, em média a despesa com serviços de água das famílias mais pobres da
amostra de municípios estudados representa um percentual de sua renda que se encontra
dentro do critério estabelecido pela OPS. De fato, considerando um consumo médio de 10
m³ mensais para o ano de 2006, as despesas realizadas com água potável significam em
média cerca de 2,5% da renda recebida por 20% das famílias mais pobres169. Todavia,
como mostra a TABELA seguinte, existe uma quantidade de municípios com índices
superiores aos recomendados, como Palmas (Saneatins), Matupá (MT), Campo Grande
(MS), Paranaguá (PA) e a concessionária PROLAGOS (RJ). Destes casos somente Matupá,
Paranaguá e PROLAGOS apresentam uma tendência positiva do indicador de modicidade
(aumento do gasto como proporção da renda), fato que se sustenta no mais acelerado
incremento de suas tarifas com relação à evolução da renda domiciliar170. No caso de
Palmas e Campo Grande, em compensação, a tendência do indicador de modicidade é
negativa (a redução), indicando que, apesar das melhorias verificadas, estas ainda não
permitem chegar a níveis de acessibilidade recomendados.
Modicidade Casos %
Menos de 3% 16 76%
Mais de 3% 5 24%
Fonte: Elaboração dos Autores.
Casos 8 12 20
169
Média ponderada pelo tamanho do município 2,7%.
170
No caso de Matupá o crescimento médio da tarifa média residencial no período posterior à PSP elevou-se a 7% ao ano,
em Paranaguá um 14% e em PROLAGOS um 10%.
171
Lembrar que o indicador é definido como a proporção da renda destinada à água, portanto uma diminuição no
indicador, expressa uma melhora em termos de modicidade.
388
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
Nos casos que apresentam melhoria (redução), a evolução não pode ser atribuída a
uma diminuição de tarifas, mas sim a um aumento na renda média dos domicílios
localizados dentro do primeiro quintil. De fato, ao analisar os doze municípios com tendência
decrescente, três casos, correspondentes a Bom Sucesso, Manaus e Primavera do Leste,
apresentaram um incremento da tarifa média residencial superior a 5% ao ano em termos
reais, enquanto que o resto o fez a uma taxa inferior. Isto significa que nestes municípios, o
crescimento na renda domiciliar média das famílias mais pobres cresceu a taxas superiores.
5.5. Conclusão
Para os casos examinados, não existe evidência de que em geral a modicidade das
tarifas para as famílias mais pobres tenha piorado durante o período posterior à PSP. De
fato, considerando a evolução do indicador de modicidade para cada uma das empresas
analisadas, percebe-se uma leve melhoria, o que pode ser explicado por um crescimento
mais rápido da renda domiciliar destes segmentos da população, em relação ao crescimento
real que as tarifas registraram neste período para a categoria residencial. Efetivamente, as
tarifas, em termos reais, registraram um aumento médio anual entre 4% e 5% que permitiu
que as maiores partes das empresas examinadas aumentassem suas rendas operacionais
por economia, em relação ao momento de início da concessão.
389
TABELA A5.7- Designação de Municípios a Áreas Geográficas da PNAD
390
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
391
TABELA A5.8- Tarifa Média Conta Residencial 10 M³ Nominal
Município -10 -9 -8 -7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
392
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
Município -10 -9 -8 -7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Pontes e Lacerda
Santa Carmem 0.93
União do Sul 1.17
Campo Grande 0.90 0.97 1.06 1.28 1.59 1.67 1.71 1.76
Itapema 1.75
Araújos 0.95 0.95 1.11 1.26 1.32
Bom Sucesso 0.83 0.96 1.11 1.24 1.24
Paraguaçu 0.52 0.57 0.62 0.72 0.82 0.91 0.96 1.00
Paranaguá 0.38 0.46 0.59 0.73 0.88 1.08 1.29 1.47 1.58
393
TABELA A5.9 – Tarifa Média Conta Residencial 10 M³ Real
Município -10 -9 -8 -7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
394
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
Município -10 -9 -8 -7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Pontes e Lacerda
Santa Carmem 0.96
União do Sul 1.17
Campo Grande 1.48 1.49 1.50 1.58 1.84 1.80 1.77 1.76
Itapema 1.75
Araújos 1.17 1.10 1.20 1.30 1.32
Bom Sucesso 1.03 1.11 1.20 1.29 1.24
Paraguaçu 0.86 0.87 0.87 0.89 0.94 0.98 0.99 1.00
Paranaguá 0.72 0.85 0.97 1.11 1.24 1.33 1.49 1.59 1.64
395
TABELA A5.10 – Tarifa Média Nominal
Município -10 -9 -8 -7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Limeira 0.52 0.50 0.47 0.47 0.45 0.62 0.79 0.98 1.06 1.13
Niterói 1.08 0.70 1.00 1.20 1.45 1.64 1.87 1.98 2.22
Manaus 0.87 0.97 1.04 1.12 1.60 1.71 2.15 2.28 2.33
Palmas 1.00 1.03 0.98 0.96 1.29 1.35 1.82 2.11 2.13
Guará 0.54 0.36 0.41 0.93 0.96
Mairinque 0.56 0.91 0.99 1.06 1.21 1.39 1.43 1.53
Mineiros do Tietê
Mirassol
Mauá
CAJ 0.67 0.57 0.95 1.13 1.33 1.30 2.33 2.64
PROLAGOS 0.95 1.44 1.43 1.54 1.54 1.54 1.93 1.96
Campos dos Goytacazes 0.71 1.04 1.26 1.49 1.64 1.78 1.91
Guapimirim 1.05 1.51 1.20 1.19 1.24
Petrópolis 0.45 0.62 0.86 0.98 0.86 1.10 1.34 1.48 1.86 1.98
Nova Friburgo 0.43 0.59 0.48 0.53 1.25 1.49 1.41 1.40
Cachoeiro de Itapemirim 0.73 0.81 0.82 0.94 1.06 1.32 1.43 1.54 1.78
Carlinda 1.48 1.43
Cláudia 0.93 0.90 0.84 0.95 1.10 0.72 0.75
Guarantã do Norte 1.02 0.85 0.84 0.98 1.44 1.51 1.50 1.55 1.56
Matupá 1.16 0.84 0.82 0.86 1.08 1.78 1.62 1.52
Sorriso 0.92 0.83 0.80 0.87 0.97 1.35 1.14 1.13 1.39
Nobres 0.99 0.87 0.90
Primavera do Leste 1.00 0.94 1.61 1.71
Arenápolis
Juscimeira
Marcelândia 0.93 0.84 0.86 0.91 1.19
396
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
Município -10 -9 -8 -7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Nova Xavantina 0.98 0.86 0.85 1.00 0.93 1.16 1.25 1.12
Pontes e Lacerda 1.01 0.90 0.88 1.12 1.51 1.52
Santa Carmem
União do Sul 0.19 1.21 1.48
Campo Grande 1.04 0.99 1.07 1.24 1.39 1.50 1.69 1.97 2.15 2.28
Itapema 2.07
Araújos 1.03 1.09 1.15 1.34
Bom Sucesso 0.81 1.01 1.13 1.29
Paraguaçu 0.44 0.57 0.61 0.71 0.82 0.91 0.98
Paranaguá 0.73 0.85 0.90 0.95 1.26 1.37 1.83 2.41 2.68 3.15
397
TABELA A5.11- Tarifa Média Real
Município -10 -9 -8 -7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Limeira 1.07 0.95 0.88 0.82 0.74 0.95 1.12 1.20 1.23 1.22
Niterói 2.21 1.33 1.64 1.84 2.06 2.02 2.16 2.14 2.30
Manaus 1.78 1.84 1.93 1.96 2.27 2.11 2.48 2.46 2.42
Palmas 2.04 1.96 1.82 1.69 1.83 1.66 2.10 2.28 2.21
Guará 1.00 0.60 0.63 1.00 1.00
Mairinque 0.99 1.50 1.51 1.50 1.49 1.61 1.55 1.59
Mineiros do Tietê
Mirassol
Mauá
CAJ 1.24 1.00 1.46 1.59 1.64 1.50 2.52 2.74
PROLAGOS 1.75 2.36 2.20 2.18 1.90 1.78 2.08 2.03
Campos dos Goytacazes 1.17 1.59 1.78 1.83 1.89 1.93 1.98
Guapimirim 1.48 1.87 1.39 1.28 1.29
Petrópolis 1.07 1.14 1.51 1.60 1.32 1.56 1.65 1.71 2.01 2.05
Nova Friburgo 0.76 0.97 0.74 0.75 1.54 1.72 1.52 1.45
Cachoeiro de Itapemirim 1.39 1.43 1.34 1.45 1.50 1.63 1.65 1.66 1.85
Carlinda 1.59 1.48
Cláudia 1.77 1.66 1.47 1.34 1.27 0.78 0.78
Guarantã do Norte 1.94 1.56 1.48 1.50 2.04 1.86 1.73 1.67 1.61
Matupá 2.21 1.56 1.45 1.21 1.33 2.06 1.75 1.58
Sorriso 1.74 1.53 1.41 1.34 1.37 1.66 1.32 1.22 1.44
Nobres 1.88 1.60 1.47
Primavera do Leste 1.91 1.74 1.85 1.77
Arenápolis
Juscimeira
Marcelândia 1.76 1.56 1.51 1.05 1.23
Nova Xavantina 1.86 1.58 1.50 1.41 1.15 1.33 1.35 1.16
Pontes e Lacerda 1.93 1.66 1.55 1.73 1.63 1.57
398
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
Município -10 -9 -8 -7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Santa Carmem
União do Sul 0.33 1.39 1.53
Campo Grande 2.11 1.89 1.98 2.04 2.14 2.13 2.08 2.28 2.32 2.36
Itapema 2.15
Araújos 1.26 1.25 1.24 1.39
Bom Sucesso 1.15 1.25 1.31 1.39
Paraguaçu 0.73 0.87 0.86 0.87 0.95 0.99 1.01
Paranaguá 1.40 1.57 1.59 1.56 1.93 1.94 2.25 2.78 2.89 3.26
399
TABELA A5.12 - Índice de Evolução da Tarifa Média Residencial Real 10 m³
Taxa de
Município -10 -9 -8 -7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Tendência Crescimento
Anual
Limeira 100 112 114 130 133 135 Positiva 3%
Niterói 69 100 117 101 123 Positiva 1%
Manaus 100 104 120 137 128 129 135 161 Positiva 9%
Palmas 92 100 101 99 104 106 103 111 Positiva 2%
Guará
Mairinque
Mineiros do Tietê
Mirassol
Mauá
CAJ 113 100 163 Positiva 8%
PROLAGOS 130 100 123 136 135 146 154 177 223 221 220 Positiva 10%
Campos dos Goytacazes
Guapimirim 100 99 115 106 Positiva 2%
Petrópolis
Nova Friburgo 100 119 127 138 147 150 153 Positiva 6%
Cachoeiro de Itapemirim 100 84 96 104 96 122 118 112 133 132 Positiva 4%
Carlinda
Cláudia 100 104 105 104 Positiva 1%
Guarantã do Norte 100 85 100 102 104 Positiva 1%
Matupá 100 105 114 126 129 133 Positiva 7%
Sorriso 100 94 99 117 110 103 116 131 Positiva 4%
Nobres
Primavera do Leste 100 113 117 130 132 129 Positiva 5%
Arenápolis
Juscimeira
Marcelândia
Nova Xavantina 100 102 117 128 127 132 Positiva 7%
400
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
Taxa de
Município -10 -9 -8 -7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Tendência Crescimento
Anual
Pontes e Lacerda
Santa Carmem
União do Sul
Campo Grande 100 101 102 107 124 122 120 119 Positiva 3%
Itapema
Araújos 100 109 103 112 121 123 Positiva 3%
Bom Sucesso 100 103 112 121 130 125 Positiva 5%
Paraguaçu 100 101 101 103 110 114 115 117 Positiva 2%
Paranaguá 100 117 135 154 171 183 206 219 226 Positiva 14%
Dados em azul indicam que o índice foi calculado com base na projeção linear da tarifa no ano zero.
As inclinações e as taxas de crescimento foram construídas a partir de dados reais.
401
TABELA A5.13 - Índice de Evolução de Tarifa Média Real
Taxa de Crescimento
Município -10 -9 -8 -7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Tendência
Anual
Limeira 100 131 117 107 101 91 116 137 147 151 149 Positiva 1.6%
Niterói 135 81 100 100 112 125 123 132 130 140 Positiva 6.7%
Manaus 85 88 92 94 100 109 101 119 118 116 Positiva 1.7%
Palmas 127 122 113 106 100 114 104 131 142 138 Positiva 5.2%
Guará 166 100 104 167 166 Positiva 11.0%
Mairinque 100 85 129 131 129 128 139 133 137 Positiva 8.6%
Mineiros do Tietê
Mirassol
Mauá
CAJ 100 81 118 129 133 121 203 221 Positiva 15.2%
PROLAGOS 100 135 126 125 109 102 119 116 Negativa 2.0%
Campos dos Goytacazes 100 91 124 139 143 148 150 155 Positiva 11.6%
Guapimirim 100 85 107 79 73 74 Negativa -3.2%
Petrópolis 94 100 132 141 116 136 144 150 176 180 Positiva 10.0%
Nova Friburgo 100 129 97 99 204 227 201 192 Positiva 13.1%
Cachoeiro de Itapemirim 108 100 112 105 113 117 127 129 130 144 Positiva 4.1%
Carlinda 100 93 86 Negativa -7.3%
Cláudia 140 131 116 106 100 62 62 Negativa -19.2%
Guarantã do Norte 129 104 98 100 136 124 115 112 107 Negativa 1.5%
Matupá 178 126 117 100 98 107 166 141 127 Positiva 7.6%
Sorriso 123 108 99 100 94 97 117 93 86 102 Negativa 1.6%
Nobres
Primavera do Leste 95 86 100 92 88 Negativa -2.2%
Arenápolis
Juscimeira
Marcelândia 184 163 158 100 110 129 Positiva 8.8%
Nova Xavantina 132 112 106 100 81 95 96 82 Negativa -4.5%
402
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
Taxa de Crescimento
Município -10 -9 -8 -7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Tendência
Anual
403
TABELA A5.14 - Despesa Água como Porcentagem de Renda Domiciliar por Concessionárias
404
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
Pontes e Lacerda
Santa Carmem 1.9%
União do Sul
Campo Grande 3.9% 3.8% 3.6% 4.1% 4.2% 3.9% 3.4% Negativa
Itapema
Araújos 3.3% 2.6% 2.6% 2.7% Negativa
Bom Sucesso 2.9% 2.7% 2.6% 2.6% Negativa
Paraguaçu 2.3% 2.3% 2.2% 2.5% 2.3% 2.2% 2.0% Negativa
Paranaguá 2.0% 2.1% 3.2% 4.0% 3.2% 3.5% 4.0% 3.6% 3.5% Positiva
405
TABELA A5.15 – Receita Operacional de Água e Esgoto por Economia R$ em 2007
406
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
407
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
• Editais de Licitação
• Contratos
• Propostas Técnicas
• Propostas Comerciais
• Normas Relativas à Concessão dos Serviços
A documentação é volumosa e deveria ser ainda maior, vez que muitos projetos não
forneceram documentação conforme solicitação original.
409
Em linhas gerais, partiu-se da premissa que a leitura dos editais de licitação, das
propostas técnicas e dos contratos firmados poderia oferecer uma trajetória lógica dos
processos de concessão, oferecendo o panorama requerido para o estudo principal que
abrangeria a comparação das situações fáticas com o obtido nesse estudo preliminar.
“Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime
de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de
serviços públicos.
Parágrafo único. A lei disporá sobre:
I - o regime das empresas concessionárias e permissionárias de serviços
públicos, o caráter especial de seu contrato e de sua prorrogação, bem como as
condições de caducidade, fiscalização e rescisão da concessão ou permissão;
II - os direitos dos usuários;
III - política tarifária;
IV - a obrigação de manter serviço adequado.”
410
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
Essa seleção foi adotada, pois reúne, a princípio, o conjunto básico de informações
para subsidiar o estudo proposto e de onde é possível, de forma mais ou menos
padronizada, verificar o quanto as Administrações tinham de conhecimento de suas
demandas e sua capacidade de contextualizá-las, à guisa de elaborar instrumentos
convocatórios capazes de guardar obediência aos preceitos legais e serem mecanismos
efetivos de viabilizar concessões e garantir uma condição satisfatória de acompanhamento
das respectivas execuções contratuais.
Do impositivo legal tem-se que a prestação dos serviços de água e esgoto com toda
sua complexidade é incumbência do Poder Público, sendo, portanto, dever da
Administração o conhecimento de suas necessidades, o dimensionamento dos recursos
necessários à implementação e manutenção dos serviços e delineamento das alternativas
mais vantajosas para a consecução de seus objetivos.
Antes mesmo de deliberar pela prestação direta dos serviços ou de sua concessão, a
Administração tem que possuir conhecimento técnico satisfatório para se valer de sua
autodeterminação enquanto ente federado e exercício de suas competências.
É certo que a imposição dessa incumbência aos municípios pode ser objeto de ampla
discussão, principalmente no que se refere ao tempo de organização necessário para
domínio do tema, mas, longe de quaisquer discussões históricas e legais, é fato que a
maioria dos municípios estudados pareceu não deter conhecimentos suficientes para
organizar os processos de concessão.
Para melhor entendimento das assertivas até aqui proferidas quanto ao objeto das
concessões, foram estabelecidos alguns quesitos de investigação, considerados
411
elementares para os projetos de concessão e cuja verificação poderia indicar certo grau de
desenvolvimento do conhecimento técnico no âmbito municipal. Pontualmente, é o conjunto:
De uma forma geral, a descrição dos objetos das concessões manteve uma
característica de generalidade. Os descritivos iniciais trouxeram linhas mestras, capazes de
caracterizar os serviços, mas sem densidade. Densidade que também não foi verificada nos
detalhamentos decorrentes.
Lembrando que a presente análise se atém aos limites das características burocráticas
dos processos de concessão, verificar-se-á que dessa circunstância de dificuldade de
contextualização das demandas terão origem alguns traços de inconsistências que devem
ser eliminadas em processos futuros.
412
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
(licitação por concorrência nacional CN 04/96 – SOSP RJ – Arraial do Cabo, Cabo Frio
e São Pedro da Aldeia).
Cumpre observar que nos tópicos editalícios sobre metas encontram-se muitas
exigências em consonância com o “Serviço Adequado”, mas notadamente, e na maioria dos
casos, essas exigências foram pouco desenvolvidas, incentivando a interpretação de que o
estudo das demandas poderia ter sido uma atividade de maior relevância.
413
independente dessa premissa, as obras quando contratadas estejam de acordo com a
legislação aplicável.
Em específico, há, aqui, um ponto de destaque, pois muitas propostas técnicas não
foram colocadas à disposição do estudo, mas a expectativa fundada na documentação
disponível é que esse seja um ponto de relevante importância para contratações futuras.
Esse escalonamento não foi, na maioria dos eventos, justificado. A simples leitura dos
documentos disponíveis não ofereceu subsídios claros de que as demandas estimadas
teriam comportamento compatível com os recursos provenientes das tarifas oriundas dos
serviços prestados e que os incrementos indicados como metas estariam alinhados com
essa evolução.
É possível que estudos dessa natureza não tenham sido integrados aos editais ou,
ainda, que fizessem parte de justificativas de viabilidade econômica constante de propostas
técnicas não disponíveis.
As metas relativas à qualidade dos serviços prestados também não tinham um padrão
estabelecido.
Como regra geral, os produtos dos serviços tinham como meta, apenas, a obediência
à legislação vigente. Em alguns casos, porém, observou-se a preocupação com a definição
de índices, tais como de qualidade da água e esgotos tratados, fluoração da água, etc. Não
414
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
O tema informatização, por exemplo, não foi tratado objetivamente, de forma que a
generalidade de metas é recorrente.
Grosso modo, o detalhamento de metas não foi suficiente para suprir as deficiências
dos descritivos dos objetos de concessão se caracterizando, predominantemente subjetivas,
fluidas ou inócuas.
415
II - a descrição das condições necessárias à prestação adequada do serviço;
IX - os critérios, indicadores, fórmulas e parâmetros a serem utilizados no
julgamento técnico e econômico-financeiro da proposta;”
Em síntese, todo processo deveria, então, ter observado as regras gerais da Lei de
Licitações e, em específico, os princípios de julgamento objetivo e vinculação ao instrumento
convocatório.
Em uma seqüência lógica temos que editais sem os subsídios adequados permitiriam
que as propostas apresentassem, com inegável liberdade, as alternativas técnicas. Essa
liberdade seria causa de uma vasta multiplicidade de variáveis e, por sua vez, isso acabou
por significar uma incapacidade de compará-las objetivamente.
Esse foi o rito escolhido. Sem saber de forma segura o que contratar, lançou-se mão
de um instrumento convocatório vago e se aguardou a interferência dos interessados em
participar dos certames.
416
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
Outro aspecto foi ainda observado, não de uma forma predominante, mas com
recorrência merecedora de nota.
É certo que a terminologia técnica do segmento faz com que exista similaridade dos
temas, mas, certamente, essa característica destacada, a identidade, ultrapassa a
expectativa.
Notadamente, editais publicados em certas regiões tiveram uma influência técnica que
se reproduziu e isso pode ser mais fator para ratificação da assertiva crítica quanto à falta
de conhecimento das próprias demandas.
É possível que os primeiros editais acabaram por tornar-se uma panacéia, sendo
utilizados como modelo ou referência. De qualquer forma, o cruzamento dessas informações
com o estudo dos resultados das concessões possa contribuir para algum entendimento
dessa questão.
6.3. Conclusões
417
• Sem caracterização adequada, faltam os elementos necessários à elaboração
de editais de licitação e é dificultado o trabalho da área de licitações na
formalização de critérios objetivos.
• Editais insatisfatórios dão vez, reiteradamente, a contratos deficientes, aonde se
percebe todo tipo de dificuldade no acompanhamento da execução, na
fiscalização dos serviços e correção das distorções.
• Verificação de situações onde o julgamento além de subjetivo não observou o
princípio de vinculação ao instrumento convocatório.
Mais, outros temas poderiam ser trazidos a esse documento, mas dada a pluralidade
de formas e conceitos verificados a tarefa corresponderia apenas a um descritivo
individualizado, contrariando a proposta inicial de apresentação de elementos recorrentes e
que pudessem oferecer um panorama geral das concessões realizadas.
Em síntese:
418
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
ANEXO 7- Questionários
Nº QUEST.
JOB N° 1306/07 QUESTIONÁRIO FILTRO
Versão 3
NOME DO RESPONDENTE DDD:
FONE RES:
E-MAIL:
CRÍTICA COMENTÁRIOS
(108-9)
DISTRITO: |________|________|
(110-13)
SETOR: |________|________|________|________|
Nº DO (114-17)
ENTREVISTADOR |________|________|________|________|
(118-22)
CIDADE: |________|________|________|________|________|
(124-25)
(126-29)
419
Bom dia/tarde/noite. Eu faço parte da equipe de entrevistadores do IBOPE que está
realizando uma pesquisa com moradores desse bairro e gostaríamos de falar com a
dona-de-casa ou algum outro responsável por este domicílio, com 18 anos ou mais.
ANOTE
P3A. Pensando na renda familiar mensal deste domicílio, você diria que está abaixo ou
acima de R$_____________ (ver renda do município) - RU
ABAIXO 1
ACIMA 2
F5. E nesta casa, você e sua família estão morando aqui desde quando, isso foi antes ou
depois de _________? (anotar ano da concessão)
ANTES 1 PROSSIGA
DEPOIS 2 ENCERRA
420
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
ENDEREÇO: __________________________________________________________
NOME: _______________________________________________________________
IDADE:_______________
421
NOME DO RESPONDENTE
ENDEREÇO:
CONECTADOS
Nessa pesquisa vamos falar sobre empresas de Saneamento, ou seja, empresas que levam
o serviço de água encanada e esgoto para as residências.
É muito importante que você entenda que vou lhe fazer perguntas sobre a prestação de
serviços de água e esgoto em relação a dois períodos distintos: vamos falar sobre os dias
atuais e sobre uma época anterior a ____________________(anotar o ano da concessão
deste município) . Só para você lembrar melhor, nesta época ocorreram alguns fatos
marcantes como, por exemplo, “o governo do presidente Collor”, “o movimento dos Caras
Pintadas”, e a “criação do plano real no governo do presidente Itamar Franco”, entre outros.
Você conseguiu lembrar desta época? É sobre ela que também vamos falar.
Avaliação do Serviço
P.1 Atualmente qual é a empresa de saneamento que fornece a água encanada da rua para
sua casa? Resposta Única
P.2: Você se lembra do nome da empresa de saneamento que fornecia água no passado,
antes de 1999? Resposta Única
P.3: (CARTÃO) De um modo geral, e levando em consideração tudo o que você sabe ou
ouviu falar, como avalia o desempenho atual ______________________ (inserir nome da
empresa de saneamento – ver P1)? Você diria que é:
Resposta
Única
Ótimo 5
Bom 4
Regular 3
Ruim 2
Péssimo 1
NS/NOP 9
422
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
P.5: (CARTÃO DISCO) Pensando na importância dos serviços de água e esgoto, qual
desses aspectos é o mais importante para você? E em segundo lugar? E em terceiro?
Resposta única por coluna
1º LUGAR 2º LUGAR 3º LUGAR
Fornecimento e tratamento de água
a. encanada 1 1 1
b. Coleta e tratamento de esgoto 2 2 2
c. Atendimento geral ao cliente 3 3 3
P.6: (CARTÃO) De uma maneira geral, você diria que a qualidade da água encanada que
você recebe da ___________________ (ver P1) em sua casa é:
Resposta
Única
Ótima 5
Boa 4
Regular 3
Ruim 2
Péssima 1
NS/NOP 9
423
P.8: (CARTÃO DISCO) Agora eu gostaria de saber a importância que você dá a alguns
aspectos relacionados à água encanada da rua. Neste cartão constam alguns desses
aspectos. Por favor, leia cada um deles. Qual desses aspectos relacionados à água
encanada da rua você considera o mais importante? E em segundo lugar? E em terceiro? E
em quarto?
Resposta única por coluna
1º LUGAR 2º LUGAR 3º LUGAR 4º LUGAR
A água ser transparente/
a. cristalina 1 1 1 1
b. A água ser gostosa de beber 2 2 2 2
c. A água não ter cheiro 3 3 3 3
d. A água ser potável/ tratada 4 4 4 4
e. Não faltar água 5 5 5 5
A água ter uma pressão
f. adequada 6 6 6 6
g. A água ter um preço justo 7 7 7 7
P.9: (CARTÃO) Agora, vou lhe mostrar frases que comparam algumas características da
água atual com a água que recebida no passado, antes de 1999. Com ajuda deste cartão,
por favor, diga o quanto você concorda ou discorda de cada uma das frases. Em relação à
frase “.....” , você diria que: Resposta única por linha
Nem
Concordo Concordo Discordo
RODIZIAR FRASES Concordo Discordo NS/NOP
Totalmente e Nem Totalmente
Discordo
Atualmente, a água é
a. menos cristalina que no 5 4 3 2 1 9
passado, antes de 1999
Atualmente, a água é
mais gostosa de beber
b. que no passado, antes 5 4 3 2 1 9
de 1999
Atualmente, a água tem
c. cheiro pior que no 5 4 3 2 1 9
passado, antes de 1999
Atualmente, a água
está mais bem tratada e
d. mais potável que no 5 4 3 2 1 9
passado, antes de 1999
Atualmente, o
abastecimento de água
e. falha menos que no 5 4 3 2 1 9
passado, antes de 1999
Atualmente, a água sai
com menos pressão
f. que no passado, antes 5 4 3 2 1 9
de 1999
Atualmente, pago um
preço mais justo pela
g água que no passado, 5 4 3 2 1 9
antes de 1999
Atualmente, tenho mais
segurança na água
h tratada que na década 5 4 3 2 1 9
de 90
424
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
P.10: (CARTÃO) De uma maneira geral, você diria que a qualidade do serviço de esgoto
que a ______________ (ver P1) oferece atualmente em sua casa é:
Resposta
Única
Ótima 5
Boa 4
Regular 3
Ruim 2
Péssima 1
NS/NOP 9
P.12: (CARTÃO DISCO) Qual a importância que você dá a alguns aspectos relacionados ao
sistema de esgoto que é utilizado aqui na sua casa? Neste cartão constam alguns desses
aspectos. Por favor, leia cada um deles. Qual desses aspectos relacionados ao sistema de
esgoto você considera o mais importante? E em segundo lugar? E em terceiro?
Resposta única por coluna
1º LUGAR 2º LUGAR 3º LUGAR
a. O esgoto não voltar nos encanamentos 1 1 1
b. O esgoto nunca entupir 2 2 2
c. O serviço de esgoto ter um preço justo 3 3 3
d. Não sentir cheiro de esgoto 4 4 4
e. O esgoto ser tratado adequadamente e não poluir 5 5 5
425
P.13: (CARTÃO) Agora vou lhe mostrar algumas frases que descrevem algumas
características do sistema de esgoto de sua casa e gostaria que você me indicasse qual
dessas frases mais se aproxima do serviço de esgoto que você recebe atualmente. Por
favor, me diga o quanto você concorda ou discorda destas frases: Resposta única por
linha
Nem
Concordo Concordo Discordo
RODIZIAR FRASES Concordo Discordo NS/NOP
Totalmente e Nem Totalmente
Discordo
Atualmente ocorrem
menos refluxos / voltas
a 5 4 3 2 1 9
de esgoto que no
passado, antes de 1999
Atualmente o esgoto
entope com maior
b 5 4 3 2 1 9
freqüência que no
passado, antes de 1999
Atualmente tenho a
sensação de que pago
c 5 4 3 2 1 9
um preço mais justo pelo
esgoto
Atualmente, tenho mais
confiança no tratamento
d do esgoto do que tinha 5 4 3 2 1 9
no passado, antes de
1999
Atualmente sinto com
maior freqüência cheiros
desagradáveis
e 5 4 3 2 1 9
associados ao esgoto do
que sentia no passado,
antes de 1999
Atualmente, em função
dos bons níveis de
tratamento, os esgotos
f 5 4 3 2 1 9
provocam menos danos
à saúde pública e ao
meio ambiente
P.14: (CARTÃO) De um modo geral, levando em consideração tudo o que você conhece ou
já ouviu falar, você diria que atualmente o atendimento da ________________ (ver P1) é:
Resposta
Única
Ótimo 5
Bom 4
Regular 3
Ruim 2
Péssimo 1
NS/NOP 9
426
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
P.16: (CARTÃO DISCO) Neste cartão constam alguns aspectos relacionados à qualidade
do serviço prestados por empresas fornecedoras de água encanada da rua e recolhimento
de esgoto. Por favor, me diga, qual desses aspectos você considera o mais importante
neste tipo de serviço? E em segundo lugar? E em terceiro?
Resposta única
por coluna
1º 2º 3º 4º
LUGAR LUGAR LUGAR LUGAR
a. Entregar a conta de água sem erros 1 1 1 1
Avisar com antecedência adequada sobre interrupção do
b. 2 2 2 2
fornecimento de água
c. Oferecer opções de atendimento de fácil acesso 3 3 3 3
Ter um atendimento educado e cordial por parte dos
d. 4 4 4 4
funcionários da empresa
e. Oferecer opções flexíveis de cobrança 5 5 5 5
f. Ter funcionários que sabem resolver os problemas 6 6 6 6
427
P.17: (CARTÃO) Vou lhe mostrar algumas frases comparando o momento atual com o
passado, ou seja, antes de 1999. Por favor, diga o quanto você concorda ou discorda com
cada frase que vou ler: Resposta única por linha
Nem
Concordo Concordo Discordo
RODIZIAR FRASES Concordo Discordo NS/NOP
Totalmente e nem Totalmente
Discordo
Atualmente, os erros nas contas
de água acontecem com menor
a. 5 4 3 2 1 9
freqüência que no passado, antes
de 1999
Atualmente, quando há um corte
do fornecimento de água, sou
b. avisado com maior antecedência 5 4 3 2 1 9
do que no passado, antes de
1999.
Atualmente, comunicar-me com a
empresa de saneamento é mais
c. 5 4 3 2 1 9
fácil do que era no passado,
antes de 1999.
Atualmente, os funcionários da
empresa de saneamento são
d. 5 4 3 2 1 9
mais atenciosos e cordiais do que
no passado, antes de 1999.
Atualmente, a empresa de
saneamento dá mais flexibilidade
e. para o pagamento das contas 5 4 3 2 1 9
atrasadas do que no passado,
antes de 1999
Atualmente, os funcionários da
empresa de saneamento
f. mostram maior capacidade de 5 4 3 2 1 9
resolução de problemas do que
no passado, antes de 1999
P.18: (CARTÃO) Considerando todas as perguntas feitas e considerando o que você sabe
ou já ouviu falar, você diria que o desempenho atual da ________________________ (ver
P1) nesta cidade é:
Resposta
Única
Ótimo 5
Bom 4
Regular 3
Ruim 2
Péssimo 1
NS/NOP 9
P.19: (CARTÃO) Com a ajuda deste cartão me diga para quais finalidades você utiliza água
em sua casa:
428
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
P.20: (CARTÃO) Com este outro cartão, me diga que tipo de água você utiliza na sua casa
para______________(APLICAR P20 PARA CADA FINALIDADE CITADA EM P19 (CODIGO=1):
P. 19 P. 20
RU LINHA Resposta múltipla por linha
Água
Água Água de Água Outro
mineral/
NAO SIM de Caminhão Encanada / tipo de
Galão/
Poço pipa da Rua água
garrafa
a. Beber 2 1 1 2 3 4 5
b. Cozinhar 2 1 1 2 3 4 5
c. Lavar louça 2 1 1 2 3 4 5
d. Lavar roupa 2 1 1 2 3 4 5
e. Tomar banho 2 1 1 2 3 4 5
Lavar calçadas/
áreas comuns/
f. 2 1 1 2 3 4 5
Quintal/ Regar
plantas
g. Encher a piscina 2 1 1 2 3 4 5
TRANSPORTE PARA P21 RESPOSTAS DA P19 (CÓDIGO 1)
P.21: (CARTÃO) Com este mesmo cartão, mas agora pensando no passando, ou seja,
antes de 1999, me diga que tipo de água você utilizava para _________(VEJA OS ITENS
TRANSPORTADOS)
P.22: Você conta atualmente com fornecimento de água durante todo o dia? RU
Água
Água Água de Água Outro
mineral/
de Caminhão Encanada / tipo de
Galão/
Poço pipa da Rua água
▼ garrafa
( ) Beber 1 2 3 4 5
( ) Cozinhar 1 2 3 4 5
( ) Lavar louça 1 2 3 4 5
( ) Lavar roupa 1 2 3 4 5
( ) Tomar banho 1 2 3 4 5
Lavar calçadas/
áreas comuns/
( ) 1 2 3 4 5
Quintal/ Regar
plantas
( ) Encher a piscina 1 2 3 4 5
Sim 1 PPP24
Não 2 PROSSIGA
P.23: Por quantas horas, em média, por dia, você NÃO conta com fornecimento de água?
ANOTE
429
Sobre os Processos de PSP
P.24: (CARTÃO) Com a ajuda deste cartão, por favor, gostaria que você avaliasse a
qualidade de alguns serviços disponíveis neste município. Pensando nas (os) - LEIA UM
SERVIÇO POR VEZ – “__________________”, você diria que a qualidade deste serviço é:
Resposta única por linha
Ótima Boa Regular Ruim Péssima NS/NOP
RODIZIAR
a. Agências de correio 5 4 3 2 1 9
b. Cinemas, teatros e parques de entretenimento 5 4 3 2 1 9
c. Bancos privados em geral 5 4 3 2 1 9
d. Coleta de lixo 5 4 3 2 1 9
e. Educação privada 5 4 3 2 1 9
f. Manutenção de ruas e parques 5 4 3 2 1 9
g. Redes de supermercados 5 4 3 2 1 9
h. Bancos Públicos 5 4 3 2 1 9
ENTREVISTADOR LEIA: Nos últimos anos, vários serviços que eram realizados pelo Setor
Público/ ESTADO/PREFEITURA passaram a ser realizados por Empresas Privadas.
P.25a: (CARTÃO) Indique o quanto você concorda ou discorda das seguintes afirmações
sobre as empresas do SETOR PÚBLICO. Em relação à seguinte frase (LER ALTERNATIVAS)
“.........”, você diria que: Resposta única por linha
Nem
Concordo Concordo Discordo
RODIZIAR FRASES Concordo Discordo NS/NOP
Totalmente e nem Totalmente
Discordo
As empresas públicas são menos
a 5 4 3 2 1 9
eficientes
As empresas públicas têm
b. 5 4 3 2 1 9
empregados mais capacitados.
As empresas públicas trabalham
c para melhorar a qualidade de vida 5 4 3 2 1 9
das pessoas
P.25b: (CARTÃO) Indique o quanto você concorda ou discorda das seguintes afirmações
sobre as empresas do SETOR PRIVADO. Em relação à seguinte frase (LER
ALTERNATIVAS) “.........”, você diria que: : Resposta única por linha
Nem
Concordo Concordo e Discordo
RODIZIAR FRASES Concordo Discordo NS/NOP
Totalmente nem Totalmente
Discordo
As empresas privadas
a oferecem um serviço de 5 4 3 2 1 9
melhor qualidade.
As empresas privadas
procuram levar mais
b vantagens às custas 5 4 3 2 1 9
das pessoas que
utilizam seus serviços.
As empresas privadas
se preocupam apenas
c 5 4 3 2 1 9
com as pessoas de
renda elevada
430
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
P.28: Apenas para uma classificação econômica, você poderia me dizer se na sua casa tem
os itens abaixo? (LER ITENS ABAIXO)? (SE SIM) Quantos?
(Os eletrodomésticos devem estar em funcionamento / conserto a ser consertados em
breve)
Quais dos seguintes itens você possui em sua casa?
Não T E M (Quantidade)
Posse de itens Tem
tem 1 2 3 4 ou +
Televisores em cores 0 ( ) 1 2 3 4
Videocassete/DVD 0 ( ) 2 2 2 2
Rádios 0 ( ) 1 2 3 4
Banheiros 0 ( ) 4 5 6 7
Automóveis 0 ( ) 4 7 9 9
Empregadas
0 ( ) 3 4 4 4
mensalistas
Máquinas de lavar 0 ( ) 2 2 2 2
Geladeira 0 ( ) 4 4 4 4
Freezer(*) 0 ( ) 2 2 2 2
(*) Independente ou 2ª porta da geladeira
Até que ano de escola o chefe de família cursou?
Nomenclatura atual Pontos Nomenclatura antiga
Analfabeto/ até 3ª Série
0 Analfabeto/Primário incompleto
Fundamental
4ª a 7ª Série Fundamental. 1 Primário completo/Gin. incompleto
Fundamental completo/Médio
2 Ginasial completo/Col. incompleto
incomplet
Médio completo / Superior
4 Colegial completo/Sup. incompleto
incompleto
Superior completo 8 Superior completo
431
TOTAL DE CLASSE SOCIAL
PONTOS A1 (42 a 46 pontos) 1
A2 (35 a 41) 2
B1 (29 a 34) 3
B2 (23 a 28) 4
C1 (18 a 22) 5
C2 (14 a 17) 6
D (8 a 13) 7
E (0 a 7 ) 8
P.29: (CARTÃO) Somando a sua renda com a renda das pessoas que moram com você,
qual é, aproximadamente, a renda familiar?
Sem nenhuma renda 0
Até R$ 380,00 1
+ de R$ 381,00 a R$ 760,00 2
+ de R$ 761,00 a R$ 1.900,00 3
+ de R$ 1.901,00 a R$ 3.800,00 4
+ de R$ 3.801,00 a R$ 7.600,00 5
+ de R$ 7.601,00 a R$ 19.000,00 6
+ de R$ 19.000,00 7
Não sabe 8
Recusa 9
,
NÃO LEMBRA / NÃO SABE........8
RECUSA......................................9
AVALIAR COMPREENSÃO DAS PERGUNTAS:
P.31. (CARTÃO) De maneira geral o quanto você considerou fácil ou difícil responder as
perguntas sobre água e esgoto, comparando o momento atual com o passado. Você diria
que com essa forma de perguntar o seu entendimento foi:
Muito fácil 5
Fácil 4
Nem fácil nem difícil 3
Difícil 2
Muito difícil 1
Não sabe dizer/ NOP 9 ENCERRE
432
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
433
NOME DO RESPONDENTE
ENDEREÇO:
NOVOS CONECTADOS
Nessa pesquisa vamos falar sobre empresas de Saneamento, ou seja, empresas que levam
o serviço de água encanada e esgoto para as residências.
Avaliação do Serviço
P.1: Atualmente qual é a empresa de saneamento que fornece a água encanada da rua
para sua casa? Resposta Única
1. Nome da 99. Não sabe/ Não
(ANOTE)____________________________
Empresa lembra
P.2: (CARTÃO) De um modo geral, e levando em consideração tudo o que você sabe ou
ouviu falar, como avalia o desempenho atual da _______________________________(ver
P1) na atividade que desenvolve: Você diria que o desempenho dela é:
Resposta
Única
Ótimo 5
Bom 4
Regular 3
Ruim 2
Péssimo 1
NS/NOP 9
P.3: (CARTÃO) De um modo geral, você diria que a qualidade da água encanada da rua
que você recebe em sua casa é:
Resposta
Única
Ótima 5
Boa 4
Regular 3
Ruim 2
Péssima 1
NS/NOP 9
434
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
435
P.5: (CARTÃO) Agora eu vou mostrar frases que descrevem algumas características da
água e gostaria que você me indicasse qual dessas frases mais se aproxima da água
encanada da rua que você recebe hoje em sua casa. Em relação _____________, você
diria que: Resposta única por bloco
RODÍZIAR BLOCOS P.5
( ) COR
A água é sempre transparente e cristalina 4
A água normalmente é transparente e cristalina, mas em algumas vezes não é 3
A água muitas vezes não é transparente e cristalina 2
A água nunca é transparente e cristalina 1
( ) SABOR
A água é sempre gostosa de beber. Nunca tem gosto ruim 4
A água às vezes tem gosto ruim 3
A água muitas vezes tem gosto ruim 2
A água sempre tem gosto ruim. Nunca é gostosa de beber 1
( ) CHEIRO
A água nunca tem cheiro 4
Às vezes a água tem algum cheiro 3
Muitas vezes a água tem cheiro ruim 2
A água sempre tem cheiro muito ruim 1
( ) POTÁVEL/ TRATADA
A água é totalmente tratada e potável e pode ser bebida sem preocupação 4
Acho que a água é tratada e potável, mas não tenho certeza 3
Acho que a água não é tratada e potável para o consumo humano 2
Tenho certeza que a água não é tratada e potável para o consumo humano. 1
( ) REGULARIDADE/ FORNECIMENTO
A água nunca falta 4
De vez em quando falta água 3
Costuma faltar água muitas vezes 2
Sempre falta água 1
( ) PRESSÃO
A pressão da água que chega da rua é sempre adequada 4
Na maioria das vezes, a pressão da água que chega da rua é adequada 3
Algumas vezes, a pressão da água que chega da rua é adequada 2
A pressão da água que chega da rua nunca é adequada 1
( ) VALOR DA ENTREGA
Pago um preço justo pela água porque sei que ela é tratada 4
Pago um preço justo pela água mesmo sem saber se ela é tratada ou não 3
Pago um preço injusto pela água, porque não sei pelo que estou pagando 2
Pago um preço injusto pela água porque o que é feito não vale o que é cobrado 1
436
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
P.6: (CARTÃO) De uma maneira geral, você diria que a qualidade do serviço de esgoto que
a ___________oferece atualmente na sua casa é:
Resposta
Única
Ótima 5
Boa 4
Regular 3
Ruim 2
Péssima 1
NS/NOP 9
P.7: (LER ALTERNATIVAS) Quando sua casa não estava conectada à rede como o esgoto
era eliminado?
Resposta Única
Rios, Córregos 1
Ruas 2
Fossa 3
Ou de outra forma?
4
(anote)
P.8: (CARTÃO) De um modo geral, levando em consideração tudo o que você conhece ou
já ouviu falar, como você avalia o atendimento da _____________ (resposta P1)
atualmente. Você diria que o atendimento é:
Resposta Única
Ótimo 5
Bom 4
Regular 3
Ruim 2
Péssimo 1
NS/NOP 9
437
P.9: (CARTÃO) Com a ajuda deste cartão me diga para quais finalidades você utiliza água
em sua casa:
P.10: (CARTÃO) Com este outro cartão, me diga que tipo de água você utiliza na sua casa
para______________ (APLICAR P10 PARA CADA FINALIDADE CITADA EM P9
(CODIGO=1):
P. 9 P. 10
RU LINHA Resposta múltipla por linha
Água
Água Água de Água Outro
mineral/
NAO SIM de Caminhão Encanada tipo de
Galão/
Poço pipa / da Rua água
garrafa
a. Beber 2 1 1 2 3 4 5
b. Cozinhar 2 1 1 2 3 4 5
c. Lavar louça 2 1 1 2 3 4 5
d. Lavar roupa 2 1 1 2 3 4 5
e. Tomar banho 2 1 1 2 3 4 5
Lavar calçadas/ áreas
f. comuns/ Quintal/ 2 1 1 2 3 4 5
Regar plantas
g. Encher a piscina 2 1 1 2 3 4 5
P.11: (CARTÃO) Com este mesmo cartão, mas agora pensando no passando, ou seja,
quando sua casa não estava conectada à rede, me diga que tipo de água você utilizava para
_________(VEJA OS ITENS TRANSPORTADOS)
438
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
Resposta
Única
Concordo Totalmente 5
Concordo 4
Nem Concordo e nem
3
Discordo
Discordo 2
Discordo Totalmente 1
NS/NOP 9
P.13: (CARTÃO) Agora, vou ler para você algumas frases sobre a qualidade de vida
associada às residências conectadas à rede pública de saneamento. Por favor, me diga o
quanto você concorda ou discorda das seguintes afirmações: Resposta única por linha
Nem
Concordo Concordo Discordo NS/
Concordo Discordo
Totalmente e Nem Totalmente NOP
Discordo
Atualmente, há mais
a. odores desagradáveis 5 4 3 2 1 9
associados ao esgoto.
Atualmente, há menos
b. risco de mortalidade 5 4 3 2 1 9
infantil
Atualmente, há mais
c. falhas no abastecimento 5 4 3 2 1 9
de água
Atualmente, é mais fácil e
d. 5 4 3 2 1 9
cômodo ter acesso à água
Atualmente, há menos
e. risco de doenças e 5 4 3 2 1 9
infecções.
Atualmente, há mais ratos
f. 5 4 3 2 1 9
e baratas
Atualmente, os rios e o
g. mar estão mais 5 4 3 2 1 9
contaminados
Atualmente, os gastos
h. com limpeza foram 5 4 3 2 1 9
reduzidos
439
P.14: (CARTÃO) O quanto você concorda ou discorda da seguinte afirmação: “Atualmente,
gasto mais com a conta de água e de esgoto do que gastava antes, quando não estava
conectado à rede pública:
Resposta
Única
Concordo Totalmente 5
Concordo 4
Nem Concordo e nem
3
Discordo
Discordo 2
Discordo Totalmente 1
NS/NOP 9
P.16: (LER ALTERNATIVAS) De maneira geral, você diria que desde que sua casa está
conectada aos serviços de água, você está:
Resposta
Única
Melhor que estava antes 1
Igual estava antes 2
Pior que estava antes 3
P.17: (CARTÃO) Se você pudesse escolher, qual das seguintes alternativas você
escolheria? Considere em sua avaliação o custo total, em reais, de cada uma das
alternativas que vou ler.
Resposta
Única
Retornar ao Sistema Anterior, antes da conexão 1
Manter a situação atual, conectado ao Sistema de Água e Esgoto. 2
Estar conectado, somente, ao Serviço de Água (pagar somente por este
3
serviço).
Estar conectado, somente, ao Serviço de Esgoto (pagar somente por este
4
serviço)
NS/NOP
440
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
P.18a: Houve algum tipo de custo para você ter o acesso ao Serviço de Saneamento?
Resposta
Única
Sim 1 PROSSIGA
Não houve custo nenhum / foi
2 PPP20
completamente gratuito
P.18b: (LER ALTERNATIVAS) Considerando o custo inicial realizado para ter acesso aos
Serviços de Saneamento, você diria que o custo da conexão foi_______________:
Resposta
Única
Alto 1
Nem alto e nem baixo 2
Baixo 3
P.19: (LER ALTERNATIVAS) Como você pagou a despesa inicial para ter acesso aos
Serviços de Saneamento?
Resposta Única
Em uma parcela única 1
Em parcelas mensais 2
P.20: (LER ALTERNATIVAS) Quando você ficou sabendo sobre a expansão dos serviços
de saneamento, ou seja, água e esgoto, você tinha interesse em que esses serviços fossem
feitos no seu bairro?
Resposta Única
Sim 1
Não 2
Indiferente 3
Não recorda / não
4
lembra
P.21: (CARTÃO) Por favor, indique a alternativa que mais se aproxima da atitude que você
teve para ter o acesso aos Serviços de Saneamento. Você diria que:
Resposta
Única
Entrei em contato com a Prefeitura e/ou a Empresa de Saneamento e/ou
alguma outra Instituição para solicitar que realizassem a conexão de minha 1
casa.
Não fiz absolutamente nada, e minha casa foi conectada à rede 2
Ou alguma outra atitude? (anotar)
441
Seção Final: PERFIL
P.24: Para tornar a essa pesquisa ainda mais completo e precisa, estamos solicitando aos
moradores entrevistados uma conta de água deste mês ou do mês passado para anotar
alguns dados. Você poderia, por favor, pegar a sua conta de água?
Ítens Valor
Encargos Fixos R$
Água R$
Esgoto R$
Sub Total R$
Outros pagamentos R$
TOTAL R$
Unidade
m³ ( )
Tarifa (código) ( )
Diâmetro ( )
Resposta Única
Sim 1
Não 2
442
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
GLOSSÁRIO
Rede geral de esgoto: quando o aparelho sanitário estiver ligado a uma rede geral de
esgoto sanitário;
Fossa séptica ligada à rede pluvial: quando o aparelho sanitário estiver ligado à fossa
séptica e que o escoamento das águas servidas seja canalizado para a rede de águas
pluviais;
Fossa rudimentar: quando a instalação sanitária estiver ligada à fossa rústica (fossa negra,
poço, buraco, etc.);
Vala negra: quando a instalação sanitária estiver ligada a uma vala negra (escoadouro de
águas pluviais a céu aberto);
Outros: quando a instalação sanitária estiver ligada diretamente a um rio, lago, mar, etc.;
443
P.29: Apenas para uma classificação econômica, você poderia me dizer se na sua casa tem
os itens abaixo? (LER ITENS ABAIXO)? (SE SIM) Quantos?
(Os eletrodomésticos devem estar em funcionamento / conserto a ser consertados em
breve)
Quais dos seguintes itens você possui em sua casa?
Não T E M (Quantidade)
Posse de itens Tem
tem 1 2 3 4 ou +
Televisores em cores 0 ( ) 1 2 3 4
Videocassete/DVD 0 ( ) 2 2 2 2
Rádios 0 ( ) 1 2 3 4
Banheiros 0 ( ) 4 5 6 7
Automóveis 0 ( ) 4 7 9 9
Empregadas
0 ( ) 3 4 4 4
mensalistas
Máquinas de lavar 0 ( ) 2 2 2 2
Geladeira 0 ( ) 4 4 4 4
Freezer(*) 0 ( ) 2 2 2 2
(*) Independente ou 2ª porta da geladeira
Até que ano de escola o chefe de família cursou?
Nomenclatura atual Pontos Nomenclatura antiga
Analfabeto/ até 3ª Série
0 Analfabeto/Primário incompleto
Fundamental
4ª a 7ª Série Fundamental. 1 Primário completo/Gin. incompleto
Fundamental completo/Médio
2 Ginasial completo/Col. incompleto
incomplet
Médio completo / Superior
4 Colegial completo/Sup. incompleto
incompleto
Superior completo 8 Superior completo
444
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
P.30: Somando a sua renda com a renda das pessoas que moram com você, qual é,
aproximadamente, a renda familiar?
Sem nenhuma renda 0
Até R$ 380,00 1
+ de R$ 381,00 a R$ 760,00 2
+ de R$ 761,00 a R$ 1.900,00 3
+ de R$ 1.901,00 a R$ 3.800,00 4
+ de R$ 3.801,00 a R$ 7.600,00 5
+ de R$ 7.601,00 a R$ 19.000,00 6
+ de R$ 19.000,00 7
Não sabe 8
Recusa 9
AGRADEÇA E ENCERRE
445
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
Além dos demais indicadores, as coberturas são estudadas também com base nos
dados do IBGE - Censos, a PNAD e a PNSB do ano 2000. Isto possibilita a comparação de
diferentes fontes de informação e a detecção de inconsistências entre elas, o que nem
sempre é possível com os demais indicadores.
Mesmo que a presente análise tenha contado com uma maior amplitude de
informações que as demais análises do estudo, persiste uma escassez de dados sólidos,
especialmente para os períodos anteriores às concessões. A análise foi realizada
principalmente sobre os dados do SNIS e dados primários coletados em campo,
complementados pelos censos e a PNSB, com a PNAD só como referência, salvo no caso
de Manaus.
447
As coberturas de água (ou esgoto) foram calculadas dividindo a população atendida
pela rede de água (esgoto) pela população total ou urbana estimada para o conjunto de
municípios atendidos pela concessionária, segundo o escopo da análise para cada caso.
448
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
449
As justificativas mencionadas no QUADRO A8.1 respondem aos seguintes critérios:
A estimativa do Consórcio de população atendida sempre foi elaborada com base nos
índices de habitantes por domicílio urbanos ou totais obtidos, conforme mencionado
anteriormente.
450
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
Todas essas dificuldades da análise implicam que não pode ser aplicada uma regra
única a todos os casos. O Consórcio teve que examinar cada caso, para água e esgoto,
verificando diferentes variáveis relativas à população, economias e domicílios, para ter uma
idéia geral do contexto analisado.
A análise dos casos individuais pode ser verificada, com maiores detalhes, no
Relatório de Andamento Nº 4.
451
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
Este anexo tem por objetivo efetuar uma avaliação do banco de dados do SNIS com o
objetivo de oferecer uma visão da situação desta base estatística, tanto em relação às
informações demandadas pelo trabalho, quanto aos problemas encontrados em diversas
variáveis disponíveis neste banco. Ao final desta parte são feitas algumas recomendações
com o intuito de melhorar ainda mais as informações do SNIS.
É importante destacar que todas as análises aqui apresentadas têm como foco
principal identificar as falhas em termos de disponibilidade e inconsistência dos dados
entregues pelas concessionárias com respeito às informações prestadas pelo SNIS e não
tem relação com a qualidade dos dados (por exemplo, índices de perdas de água acima do
normal, presença de outliers,172nas series históricas, etc.)
9.1. Metodologia
Foi construído um banco de dados que permita elaborar indicadores para a avaliação
de impacto da PSP. Os dados utilizados foram obtidos a partir de duas fontes: o banco de
dados do SNIS, e a pesquisa realizada com as concessionárias, a qual contribuiu para a
obtenção dos dados primários. O trabalho consistiu basicamente em completar o banco de
dados secundário com as informações obtidas das concessionárias, de modo a obter um
banco de dados o mais completo possível.
• Casos sem informação: corresponde aos casos sem informação primária nem
secundária disponível, ou seja, sem informação no banco de dados final.
• Casos sem dados do SNIS: corresponde aos casos em que só se obteve
informação primária, ou seja, dados obtidos pela Consultoria e que não estavam
disponíveis no SNIS.
• Casos similares: corresponde aos casos em que a informação secundária (SNIS)
apresenta consistência (ou até mesmo é igual) à informação primária. Também
inclui os casos em que apenas se dispõe das informações disponibilizadas pelo
SNIS.173
• Casos modificados: corresponde aos casos em que a informação secundária
(SNIS) é inconsistente (ou não é igual) à informação primária (ou à informada
pelas concessionárias).
172
Entende-se por outlier se um dado cujo valor está fora das ordens de magnitude em relação à série de dados a que
pertence, em um contexto em que deve necessariamente ser um erro.
173
Dessa forma, o dado final utilizado é idêntico ao dado informado no SNIS.
453
9.2. Análises por Período
As TABELAS A9.1 e A9.2 apresentadas a seguir resumem a situação geral dos dados
finais com respeito ao banco de dados do SNIS a partir de 1995174 para um universo de 30
concessões plenas.175.
A TABELA A9.1 mostra a quantidade de dados não disponíveis como proporção dos
dados exigidos para cada ano. Verifica-se um aumento progressivo das informações
disponíveis, tendência ilustrada pela diminuição do número de casos sem informação, que
passaram de uma média de 97,8% em 1995 para 9,1% dos dados no ano de 2006. Isso
evidencia o problema já mencionado da quantidade de dados indisponíveis, que é visível,
sobretudo, nos períodos anteriores a 2000, com taxas de não-resposta superiores a 64%
para todos os anos estudados.
174
Ano de início do sistema de dados do SNIS.
175
Não foram consideradas nas análises as concessões que correspondem aos municípios de Nobres e Mairinque devido
à falta de resposta de tais concessionárias. Outros tipos de informação complementar foram obtidos do SNIS.
454
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
TABELA A9.1 - Dados sem Informação Disponível como Porcentagem do Total de dados exigidos por ano
Concessão 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 TOTAL
Araújos 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 29,0% 29,0% 29,0% 29,0% 76,3%
Bom Sucesso 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 12,9% 11,3% 11,3% 11,3% 100,0% 70,6%
Cachoeiro de Itapemirim 100,0% 72,6% 62,9% 11,3% 6,5% 11,3% 8,1% 6,5% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 23,3%
CAJ 100,0% 98,4% 100,0% 16,1% 48,4% 100,0% 0,0% 0,0% 0,0% 1,6% 8,1% 4,8% 39,8%
Campo Grande 71,0% 56,5% 56,5% 56,5% 85,5% 69,4% 14,5% 19,4% 12,9% 0,0% 0,0% 0,0% 36,8%
Campos dos Goytacazes 100,0% 100,0% 100,0% 87,1% 100,0% 11,3% 19,4% 6,5% 12,9% 0,0% 0,0% 0,0% 44,8%
Carlinda 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 96,8% 69,4% 100,0% 96,8% 32,3% 37,1% 0,0% 77,7%
Cláudia 100,0% 100,0% 64,5% 61,3% 61,3% 100,0% 100,0% 33,9% 88,7% 16,1% 1,6% 0,0% 60,6%
Guapimirim 100,0% 100,0% 100,0% 96,8% 100,0% 100,0% 27,4% 24,2% 4,8% 21,0% 14,5% 12,9% 58,5%
Guará 100,0% 100,0% 72,6% 56,5% 91,9% 30,6% 21,0% 100,0% 11,3% 25,8% 4,8% 0,0% 51,2%
Guarantã do Norte 100,0% 100,0% 74,2% 66,1% 66,1% 91,9% 33,9% 16,1% 16,1% 12,9% 16,1% 14,5% 50,7%
Itapema 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 96,8% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 56,5% 1,6% 87,9%
Limeira 100,0% 33,9% 33,9% 25,8% 16,1% 11,3% 8,1% 6,5% 0,0% 12,9% 0,0% 0,0% 20,7%
Manaus 100,0% 74,2% 67,7% 64,5% 56,5% 91,9% 91,9% 21,0% 8,1% 11,3% 11,3% 0,0% 49,9%
Marcelândia 100,0% 100,0% 53,2% 53,2% 53,2% 100,0% 100,0% 98,4% 95,2% 19,4% 79,0% 4,8% 71,4%
Matupá 100,0% 100,0% 77,4% 69,4% 67,7% 100,0% 96,8% 8,1% 8,1% 4,8% 3,2% 1,6% 53,1%
Mauá 100,0% 100,0% 50,0% 50,0% 50,0% 50,0% 50,0% 50,0% 48,4% 45,2% 41,9% 41,9% 56,5%
Niterói 100,0% 67,7% 67,7% 85,5% 79,0% 24,2% 19,4% 8,1% 12,9% 0,0% 0,0% 0,0% 38,7%
Nova Friburgo 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 24,2% 11,3% 6,5% 6,5% 0,0% 0,0% 12,9% 9,7% 39,2%
Nova Xavantina 100,0% 100,0% 72,6% 66,1% 67,7% 96,8% 100,0% 38,7% 45,2% 46,8% 45,2% 17,7% 66,4%
Palmas 98,4% 56,5% 54,8% 38,7% 40,3% 58,1% 46,8% 22,6% 27,4% 12,9% 0,0% 3,2% 38,3%
Paraguaçu 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 6,5% 6,5% 6,5% 6,5% 0,0% 0,0% 0,0% 43,8%
Paranaguá 100,0% 100,0% 66,1% 25,8% 22,6% 11,3% 11,3% 21,0% 4,8% 4,8% 0,0% 0,0% 30,6%
Petrópolis 66,1% 100,0% 100,0% 30,6% 11,3% 29,0% 11,3% 12,9% 0,0% 0,0% 0,0% 1,6% 30,2%
Pontes e Lacerda 100,0% 100,0% 72,6% 64,5% 64,5% 82,3% 32,3% 54,8% 54,8% 54,8% 0,0% 0,0% 56,7%
Primavera do Leste 100,0% 100,0% 75,8% 75,8% 91,9% 90,3% 83,9% 83,9% 83,9% 9,7% 50,0% 0,0% 70,4%
PROLAGOS 100,0% 91,9% 100,0% 27,4% 25,8% 19,4% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 4,8% 9,7% 31,6%
Santa Carmen 100,0% 100,0% 71,0% 66,1% 64,5% 96,8% 100,0% 100,0% 90,3% 90,3% 85,5% 3,2% 80,6%
Sorriso 100,0% 100,0% 72,6% 66,1% 66,1% 54,8% 17,7% 22,6% 19,4% 14,5% 16,1% 14,5% 47,0%
União do Sul 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 88,7% 96,8% 90,3% 90,3% 90,3% 21,0% 83,9% 3,2% 80,4%
TOTAL 97,8% 91,7% 78,9% 65,4% 65,0% 64,6% 48,9% 39,0% 32,6% 19,9% 20,4% 9,1% 52,8%
Fonte: Elaboração dos Autores.
455
TABELA A9.2 - Dados Preenchidos pela Consultora, Faltantes no SNIS como
Porcentagem do Total de dados exigidos por ano
Concessão 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 TOTAL
Araújos 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 71,0% 71,0% 71,0% 71,0% 23,7%
Bom Sucesso 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 87,1% 88,7% 88,7% 88,7% 0,0% 29,4%
Cachoeiro de Itapemirim 0,0% 1,6% 1,6% 17,7% 4,8% 1,6% 12,9% 0,0% 3,2% 0,0% 12,9% 0,0% 4,7%
CAJ 0,0% 1,6% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 1,6% 1,6% 0,4%
Campo Grande 29,0% 8,1% 8,1% 6,5% 14,5% 30,6% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 12,9% 0,0% 9,1%
Campos dos Goytacazes 0,0% 0,0% 0,0% 1,6% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,1%
Carlinda 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 3,2% 1,6% 0,0% 3,2% 6,5% 62,9% 0,0% 6,5%
Cláudia 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 11,3% 0,0% 98,4% 0,0% 9,1%
Guapimirim 0,0% 0,0% 0,0% 1,6% 0,0% 0,0% 29,0% 25,8% 25,8% 41,9% 1,6% 0,0% 10,5%
Guará 0,0% 0,0% 3,2% 1,6% 8,1% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 1,1%
Guarantã do Norte 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 8,1% 0,0% 83,9% 83,9% 0,0% 0,0% 12,9% 15,7%
Itapema 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 3,2% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 43,5% 16,1% 5,2%
Limeira 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0%
Manaus 0,0% 3,2% 4,8% 6,5% 14,5% 8,1% 8,1% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 1,6% 3,9%
Marcelândia 0,0% 0,0% 9,7% 1,6% 3,2% 0,0% 0,0% 1,6% 4,8% 22,6% 21,0% 8,1% 6,0%
Matupá 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 3,2% 91,9% 91,9% 35,5% 27,4% 11,3% 21,8%
Mauá 0,0% 0,0% 50,0% 50,0% 50,0% 50,0% 50,0% 50,0% 51,6% 54,8% 58,1% 58,1% 43,5%
Niterói 0,0% 1,6% 1,6% 3,2% 1,6% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 1,6% 0,8%
Nova Friburgo 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0%
Nova Xavantina 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 3,2% 0,0% 0,0% 4,8% 3,2% 0,0% 4,8% 1,3%
Palmas 1,6% 11,3% 6,5% 14,5% 4,8% 19,4% 6,5% 3,2% 3,2% 1,6% 14,5% 16,1% 8,6%
Paraguaçu 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 93,5% 93,5% 93,5% 93,5% 19,4% 19,4% 17,7% 35,9%
Paranaguá 0,0% 0,0% 33,9% 1,6% 0,0% 12,9% 1,6% 12,9% 14,5% 1,6% 4,8% 12,9% 8,1%
Petrópolis 1,6% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 11,3% 1,1%
Pontes e Lacerda 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 17,7% 0,0% 45,2% 45,2% 45,2% 0,0% 0,0% 12,8%
Primavera do Leste 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 8,1% 9,7% 16,1% 16,1% 16,1% 12,9% 50,0% 12,9% 11,8%
PROLAGOS 0,0% 8,1% 0,0% 0,0% 0,0% 1,6% 1,6% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 12,9% 2,0%
Santa Carmen 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 3,2% 0,0% 0,0% 9,7% 9,7% 14,5% 9,7% 3,9%
Sorriso 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 45,2% 16,1% 17,7% 12,9% 3,2% 12,9% 12,9% 10,1%
União do Sul 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 11,3% 3,2% 9,7% 9,7% 9,7% 9,7% 16,1% 11,3% 6,7%
TOTAL 1,1% 1,2% 4,0% 3,5% 4,0% 10,5% 8,3% 18,0% 21,5% 14,2% 21,1% 10,2% 9,8%
Fonte: Elaboração dos Autores.
456
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
Já a TABELA A9.2 mostra a quantidade de dados obtida pela Consultoria e que não
estava disponível no banco de dados do SNIS, como porcentagem do total dos dados
exigidos para cada ano. Esta porcentagem reflete claramente os esforços da Consultoria
para a obtenção dos dados primários. Considerando todo o período 1995-2006, foram
reunidos 9,8% dos dados totais necessários que não estavam disponíveis no SNIS.
A TABELA A9.3, por sua vez, apresenta a quantidade de dados alterados pelo
Consórcio, como resultado da coleta de novos dados primários em campo, expressada
como proporção do total dos dados necessários. Pode-se notar que há um aumento da
porcentagem de dados inconsistentes entre o SNIS e as fontes primárias ao longo do
tempo. Isso não implica, necessariamente, que os dados recentes sejam menos confiáveis
do que os dados de anos anteriores. Note-se que o percentual de dados modificados é
fortemente afetado pela quantidade de informações disponíveis, uma vez que uma
quantidade maior de dados, também provoca um aumento da probabilidade de identificação
de erros, quer pelo aumento na quantidade de dados disponíveis para comparação ou pela
maior quantidade de dados existentes sobre o total necessário.176
Neste sentido, uma medida aceitável para avaliar o grau de inconsistência entre as
informações utilizadas do SNIS e a definitiva utilizada nas análises, seria averiguar os dados
de 2006, uma vez que este ano teve cerca de 92% do total das informações necessárias,
tornando possível efetuar um maior número de comparações. Assim, 13,6% dos dados
apresentam diferenças ou tiveram sua base de dados modificada em relação à base do
SNIS, o que reflete um problema de confiabilidade da informação, que, provavelmente, é
muito mais elevado, devido à não incorporação de critérios de qualidade dos dados na
análise (por exemplo, presença de outliers e indicadores fora dos intervalos aceitáveis).
176
Note-se que os percentuais apresentados são calculados com base no total dos dados exigidos e não dos dados
disponíveis. Assim, a maior quantidade de dados disponíveis poderia implicar uma maior quantidade de dados modificados
sobre o total de dados exigidos.
457
TABELA A9.3 - Dados Modificados como Porcentagem do Total de dados exigidos por ano
Concessão 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 TOTAL
Araújos 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0%
Bom Sucesso 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0%
Cachoeiro de Itapemirim 0,0% 0,0% 0,0% 4,8% 16,1% 11,3% 4,8% 17,7% 16,1% 17,7% 6,5% 17,7% 9,4%
CAJ 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 4,8% 0,0% 0,0% 4,8% 0,0% 22,6% 2,7%
Campo Grande 0,0% 16,1% 16,1% 17,7% 0,0% 0,0% 1,6% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 9,7% 5,1%
Campos dos Goytacazes 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 1,6% 0,0% 37,1% 3,2%
Carlinda 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0%
Cláudia 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 45,2% 3,8%
Guapimirim 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 30,6% 27,4% 32,3% 6,5% 27,4% 0,0% 10,3%
Guará 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0%
Guarantã do Norte 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 11,3% 0,0% 0,9%
Itapema 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 1,6% 0,1%
Limeira 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 12,9% 1,1%
Manaus 0,0% 0,0% 0,0% 4,8% 0,0% 0,0% 0,0% 6,5% 1,6% 6,5% 6,5% 0,0% 2,2%
Marcelândia 0,0% 0,0% 1,6% 1,6% 1,6% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 9,7% 0,0% 11,3% 2,2%
Matupá 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 9,7% 12,9% 37,1% 5,0%
Mauá 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0%
Niterói 0,0% 1,6% 1,6% 0,0% 1,6% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 3,2% 6,5% 27,4% 3,5%
Nova Friburgo 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 1,6% 0,0% 0,0% 0,0% 27,4% 9,7% 9,7% 9,7% 4,8%
Nova Xavantina 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 16,1% 1,3%
Palmas 0,0% 0,0% 4,8% 8,1% 8,1% 6,5% 8,1% 9,7% 9,7% 9,7% 14,5% 38,7% 9,8%
Paraguaçu 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 27,4% 32,3% 27,4% 7,3%
Paranaguá 0,0% 0,0% 0,0% 12,9% 19,4% 12,9% 24,2% 16,1% 14,5% 19,4% 25,8% 19,4% 13,7%
Petrópolis 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 3,2% 1,6% 0,4%
Pontes e Lacerda 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 21,0% 11,3% 2,7%
Primavera do Leste 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 4,8% 0,0% 17,7% 1,9%
PROLAGOS 0,0% 0,0% 0,0% 8,1% 12,9% 17,7% 4,8% 4,8% 14,5% 33,9% 8,1% 32,3% 11,4%
Santa Carmen 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 6,5% 0,5%
Sorriso 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 1,6% 0,0% 4,8% 0,0% 0,0% 0,0% 0,5%
União do Sul 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 9,7% 0,8%
TOTAL 0,0% 0,6% 0,8% 1,9% 2,0% 1,6% 2,7% 2,7% 4,0% 5,5% 6,2% 13,8% 3,5%
Fonte: Elaboração dos Autores.
458
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
A TABELA A9.4 apresenta a distribuição dos tipos de casos sobre o total de dados
correspondentes a cada tipo de variável para o período 1994-2006. Assim, foi identificado
um padrão de comportamento similar entre o grupo de variáveis financeiras e operacionais,
que não são iguais ao grupo de variáveis qualitativas.
Por último, para as variáveis qualitativas, 66,6% dos casos não têm qualquer
informação, 27,5% é consistente ou igual, 5% foi modificado e apenas 0,9% puderam ser
completados com os dados da pesquisa. Dessa forma, as variáveis qualitativas são, em
geral, aquelas com menor quantidade de dados.
459
TABELA A9.4 - Resumo dos Casos como Porcentagem do total de dados segundo Classificação por Tipo de Variáveis
460
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
461
9.4. Conclusões e Recomendações
177
Estes problemas foram verificados em todos os tipos de variáveis, destacando que há uma grande taxa de não-
respostas nas variáveis correspondentes à qualidade dos serviços.
462
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
463
• Esta equipe, com a assistência dos consultores peritos do Consórcio, realizou
um estudo dos antecedentes disponíveis em contratos, entrevistas preliminares
e informações do SNIS entre outras bases de dados, de modo a diagnosticar as
necessidades dos antecedentes a serem cobertos para cada caso.
• Buscou-se definir um contato executivo em cada empresa concessionária, que
atuaria como elo entre esta empresa e a equipe de trabalho. Sua função seria
receber as solicitações, coordenar as visitas a campo e reuniões, administrar a
entrega dos antecedentes solicitados aos consultores e, em geral, atender
dúvidas e requerimentos destes.
• O passo seguinte consistiu em fazer chegar os requerimentos de dados
quantitativos às empresas, como formulários em formato eletrônico, os quais
deveriam ser preenchidos pelo pessoal das concessionárias. Além disso,
reiterou-se a solicitação da documentação relacionada com a licitação da
concessão naqueles casos onde faltavam. Estabeleceu-se um prazo razoável
para que a empresa preenchesse os formulários e conseguisse os documentos.
• Ao receber as respostas das empresas, as informações foram revisadas de
maneira a detectar inconsistências. Sem seguida, realizaram-se novas
solicitações de dados específicos necessários para a correção das
inconsistências e complementação da falta de dados.
• Paralelamente, buscou-se coordenar visitas a cada município e empresa
envolvidos na pesquisa. Durante estas visitas, realizaram-se reuniões com
executivos das empresas para aprofundar os temas tratados nas entrevistas
preliminares, bem como fechar todos os pontos pendentes em relação aos
demais dados solicitados.
• Durante a mesma viagem a campo agendada, buscou-se contatar o poder
concedente, em cada caso, de acordo com um procedimento similar ao descrito
anteriormente. As informações antecedentes solicitadas à concedente buscaram
complementar e aferir os dados entregues pelas empresas, além de obter dados
a respeito do período anterior à concessão e reunir informações para o estudo
de impacto fiscal.
• Adicionalmente, foram efetuados contatos com as agências reguladoras
municipais e estatais correspondentes (onde as havia), com a finalidade de
recolher informação a respeito de sua participação no desenvolvimento da PSP
e informação quantitativa a sua disposição. Coordenaram-se reuniões com
funcionários relacionados ao serviço de água e esgoto dentro destas agências. A
este respeito é necessário observar que muitos destes organismos também
estão encarregados de outros serviços, como por exemplo, o transporte
interurbano ou concessões de estradas.
• O planejamento das visitas a campo foi amplamente analisado pela equipe, de
maneira a obter o máximo de eficiência nas viagens. Foi administrado um plano
de ação detalhado dos passos a seguir nas gestões de contato com cada
empresa e organismo; buscando coordenar com um grau razoável de
simultaneidade as visitas às empresas dentro das zonas de proximidade
geográfica e consolidando os casos com empresas controladoras em comum,
como por exemplo, as empresas do Grupo Águas do Brasil, que possuem várias
concessões no estado do Rio de Janeiro. Nestes casos, por exemplo, buscou-se
canalizar as solicitações de informação de maneira centralizada, de modo a se
economizar tempo e recursos financeiros.
• Durante estes procedimentos buscou-se minimizar a possibilidade de realizar
solicitações de informação posteriores à visita a campo. Todavia, o
relacionamento obtido em cada caso pelos consultores permitiu facilitar a
464
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
entrega dos dados nos casos onde foi necessário solicitar antecedentes
adicionais ou onde existiram atrasos na entrega de informação.
As variáveis foram consultadas para cada ano da concessão e para alguns anos
históricos (anteriores a este). Em geral, tentou-se obter informação para os 4 anos
anteriores ao início da operação da PSP. Assim, para cada caso, construiu-se uma matriz
de dados, cuja extensão dependeu da quantidade de anos de antiguidade do contrato.
Muitas destas variáveis estavam disponíveis na base de dados do SNIS, pelo qual o
trabalho constituiu uma oportunidade para:
465
TABELA A10.1 - Variáveis Originais do SNIS consultadas durante
a Tarefa de Coleta de Informação
466
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
Amostras para Análises Cloro Residual Fora do Padrão N° amostras/ ano Q07
Amostras para Análises Coliformes Fecais Fora do Padrão N° amostras/ ano Q27
467
TABELA A10.2 - Variáveis Novas Adicionadas à Lista
468
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
Tratamento de F51
Investimentos Realizados Reposição 1.000 R$/ano
Esgotos
Total dos Sistemas F63
Investimentos Realizados Reposição 1.000 R$/ano
de Água
Total dos Sistemas F64
Investimentos Realizados Reposição 1.000 R$/ano
de Esgoto
Investimentos Realizados Reposição Atendimento 1.000 R$/ano F65
Observa-se, portanto, que estas variáveis foram classificadas por códigos similares
aos do SNIS para possibilitar a compatibilização em uma única base de dados. As consultas
foram feitas através de um formulário único, em que foi possível, para o encarregado de
completá-lo, a apreciação do valor original da variável no SNIS, para cada ano, quando este
dado era disponível. Assim, foi possível, à pessoa encarregada de preencher o formulário,
determinar se o valor do SNIS deveria ser confirmado ou corrigido, ou se deveria ser
preenchido o campo nos casos em que não existisse informação. Com a finalidade de
realizar a análise de evolução das tarifas e de sua modicidade, foram solicitadas, também,
as estruturas tarifárias para todo o período da concessão.
Deve-se mencionar que houve uma grande variabilidade entre os distintos casos, em
relação ao grau de êxito obtido em termos de quantidade e qualidade das respostas
recebidas. Neste ponto se fornece informação em relação ao grau de respostas obtidas por
caso. A TABELA A10.3 mostra como as concessionárias responderam às distintas
solicitações de documentação estabelecidas, ou seja, documentação de licitação, as
demonstrações financeiras e as diversas propostas (comerciais e técnicas).
469
A TABELA A10.4 indica a proporção de casos de onde se conseguiu obter a resposta
por tipo de documento. Estas proporções foram calculadas com base na informação da
TABELA anterior. Tal como mencionado anteriormente, confirmaram-se os entraves
enfrentados, especialmente para conseguir as propostas técnicas e comerciais. Para
estabelecer a diferença entre as respostas dos distintos tipos de concessionárias, elas foram
separadas em dois grupos.
Como se pode observar pelos resultados da TABELA A10.4 havia, em geral, muito
mais problemas para conseguir as propostas técnicas e comerciais que para os editais e
contratos. Entretanto, a dificuldade de obtenção destes documentos entre as
concessionárias de prestação integral de serviço eram muito maiores.
É importante observar que: em todo o estudo, foi feita uma reclassificação dos
contratos. Foram incluídos dentro de um mesmo grupo os contratos tipo Concessão Plena,
Concessão Parcial e Alienação Parcial de Capital, que somam um total de 36 contratos, pois
todas estas modalidades têm um denominador comum: os operadores têm um contato
direto com os usuários e são responsáveis da prestação integral dos serviços de água e
esgoto, somente do serviço de água ou somente do serviço de esgoto, de acordo com o
caso. Ademais, a responsabilidade destas concessões no atendimento comercial dos
clientes é tida como baixa.
470
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
471
Proposta Proposta Normas da Relatórios
UF Município Operadora Edital Contrato
Técnica Comercial Concessão Financeiros
472
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
473
TABELA A10.5 - Respostas Obtidas em Relação à Informação
Quantitativa Solicitada às Empresas
Estruturas
Correções Tarifárias
UF Município Operadora Formulário
Solicitadas Históricas
CE Fortaleza Hydrosistem
Cachoeiro de |
ES Águas de Cachoeiro S/A - Citágua | |
Itapemirim
Sanarj Concessionária de Saneamento |
MG Araújos |
Básico
MG Bom Sucesso Águas de Bom Sucesso | |
MG Paraguaçu Coságua | |
MT Arenápolis Arenápolis
MT Marcelândia Marcelândia |
SP Jaú Sanej
474
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
Estruturas
Correções Tarifárias
UF Município Operadora Formulário
Solicitadas Históricas
SP Mauá Ecosama | | |
TO Palmas Saneatins | | |
Qtd completados
%Completado =
Qtd vazios
Existem tipos de dados em que se obteve um grau de êxito maior em sua coleta, pelo
que se mostram as proporções de preenchimento dos dados faltantes nas categorias
178
Considera-se um “dado” aquele que corresponda a uma célula no formulário de variáveis por ano. Assim,
por exemplo, se temos um caso que requer completar 200 variáveis para 10 anos, temos um total de 2.000
dados.
475
financeiras (dados contábeis e de receita, despesas, arrecadação etc.), operacionais
(ligações, economias, volumes de água e esgoto, etc.) e de qualidade (interrupções do
fornecimento, amostras fora de padrão de cloro residual, etc.).
Caso
Financeiro Operacional Qualidade Total
476
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
Caso
Financeiro Operacional População Qualidade Total
Por fim, a TABELA A10.9 apresenta o grau de êxito obtido pelo Consórcio com a
coleta de dados para cada caso de Concessão Parcial ou BOT. Neste grupo, incluem-se
todos os casos de BOT de São Paulo. Estes dados não se encontram no SNIS, visto que a
informação que usa esta base de dados é entregue pelos organismos identificados em cada
município como o prestador de serviço de água. Neste sentido, as concessões tipo BOT
477
correspondem a contratos de prestação de serviços a empresas, sem contato direto com o
usuário final, e não estão incluídas na amostra de empresas pesquisadas pelo SNIS.179
Caso Modalidade
Financeiro Operacional Qualidade Total
Birigui ¹ Água 0% 0% 0% 0%
Marília Água 0% 0% 0% 0%
Araçatuba Esgoto 0% 0% 0% 0%
Itu Esgoto 0% 0% 0% 0%
179
Para o caso de Fortaleza nenhuma informação quantitativa foi obtida.
478
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
479
as proporções de populações urbanas e rurais dos anos em que puderam ser observados
estes dados (1980, 1991, 1996, 2000 e 2007). Estas proporções são, por fim, apropriadas
para o período seguinte ao ano em que ocorreu o recenseamento ou a contagem
populacional.
A utilização destes dados, entretanto, não evita a ocorrência de saltos nas proporções
entre os períodos. Para suavizar estes saltos, foi utilizado um método baseado na taxa
média anual de crescimento da urbanização nos períodos intercensitários. Basicamente,
obteve-se a proporção da população urbana entre um período de recenseamento e outro e
calculou-se a taxa média de crescimento anual (geométrica) dessa proporção.
Após o cálculo das proporções, foram aplicados estes percentuais sobre a população
total para obter a população urbana e a população rural (por diferença).
480
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
481
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
P
(R$/m³)
Excedente do consumidor
P0
Pe Curva de demanda
Q0 Qe Q
(m³)
Desta forma, caso o usuário tiver que pagar pelo serviço um preço Pe (medido em
R$/m³) por cada m³ de água, este consumirá uma quantidade Qe de água potável (em m³)
que maximizará seu bem-estar. Entende-se por excedente quando o usuário consome os
primeiros Q0 × m³ de água, já que, segundo sua curva de demanda, o indivíduo estará
disposto a pagar um preço igual a P0 quando, na realidade, paga um preço menor, e igual a
Pe. Esta “economia” é um “excedente” para o consumidor.
483
não existe. A diferença entre os excedentes corresponde ao impacto ou resultado final da
PSP.
Supondo-se que na situação sem a PSP exista restrição na oferta de água, na qual o
consumidor só pode ter acesso a Q* × m³, o excedente do consumidor é definido pela área
mostrada na próxima FIGURA. Nela se individualiza o valor P* correspondente ao preço
implícito de racionamento,180 que é interpretado como o preço (tarifa) que faz com que os
usuários decidam consumir Q* × m³ de água.
P
(R$/m³)
Excedente do consumidor
P*
Q* Qs/p Q
(m³)
180
Este valor é útil quando são realizados os cálculos do excedente.
484
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
P
(R$/m³)
Excedente do consumidor
P*
Pc/p
Ps/p Curva de demanda
Q* Qs/p Q
(m³)
Qc/p
P
(R$/m³)
Efeito quantidade
P*
Pc/p
Ps/p Curva de demanda
Efeito preço
Q* Qs/p Q
c/p
(m³)
Q
A PSP pode trazer consigo um aumento maior que na situação em que não há PSP;
conseqüentemente terá que ser considerado a mudança no bem-estar daqueles usuários
que abandonam suas fontes alternativas de água e se conectam à rede da empresa.
485
Seguindo o mesmo raciocínio anterior tem-se que na situação sem projeto o
excedente do consumidor é determinado pela área do triângulo da FIGURA A11.5, onde PFA
indica o preço da fonte alternativa de água (poço, transporte desde um rio ou nascente, etc.)
e QFA exprime a quantidade de água (em m³) que se consome da fonte alternativa.
P
(R$/m³)
Excedente do consumidor
PFA
Pc/p
Curva de demanda
QFA Q
Qc/p
(m³)
P
(R$/m³)
Excedente do consumidor
PFA
Pc/p
Curva de demanda
QFA Q
Qc/p
(m³)
486
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
P
(R$/m³)
Pc/p
Curva de demanda
Redução de Custos
QFA Q
Qc/p
(m³)
O aumento do excedente dos novos usuários conectados pode ser explicado através
de duas componentes. Em primeiro lugar, existe um aumento devido à diminuição no custo
de aquisição da água, ao passar de um preço PFA a um preço PC/P muito menor. É gerado
um segundo efeito devido ao fato do usuário pagar um preço PC/P que lhe permite aumentar
seu consumo, passando de um nível QFA a outro QC/P.
Aspectos práticos.
O efeito total da PSP foi medido considerando-se uma média ponderada por
economia, do excedente do consumidor para economias existentes e a mudança no
excedente do consumidor para as novas economias que se conectam à rede de água
potável da empresa.
Se o nível de preços antes da PSP for PS/P, aquele que se consegue com a PSP for
C/P
P e a disposição a pagar máxima pelos serviços de esgoto for igual a DAP, o excedente
do consumidor por tipo de usuário será definido conforme indicado na TABELA A11.1.
487
TABELA A11.1 - Mudança no excedente do consumidor
Aspectos práticos.
O efeito total da PSP foi medido considerando-se uma média ponderada por
economia, do excedente do consumidor para economias existentes e a mudança no
excedente do consumidor para as novas economias que se conectam à rede de água
potável da empresa.
Em primeiro lugar se reportam aqueles casos com informação útil para estimar os
excedentes dos consumidores, medida monetária da mudança de bem-estar, para
posteriormente mostrar os resultados que lançou a análise das principais variáveis que
determinam o excedente do consumidor, assim como também o impacto final sobre os
usuários produto da incorporação da PSP, fazendo distinção explícita entre o serviço de
água potável e de esgoto, cujos resultados se incluem em separado.
181
Em geral os valores que dão conta dos volumes de água produzida e consumida apresentaram pouca
confiabilidade, ao constatar indicadores de perdas erráticos, abaixo dos níveis aceitáveis (menor que 25%)
e/ou em alguns casos com consumos maiores que a produção (incluindo água importada).
488
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
Cláudia-MT Cláudia-MT /*
Guará-SP Guará-SP
Limeira-SP Limeira-SP
Manaus-AM Manaus-AM
Niterói-RJ Niterói-RJ
Palmas-TO Palmas-TO
Paraguaçu-MG /* Paraguaçu-MG
Paranaguá-PR Paranaguá-PR /*
Petrópolis-RJ Petrópolis-RJ
PROLAGOS-RJ PROLAGOS-RJ /*
Carlinda-MT /*
Guarantã do Norte-MT
Marcelândia-MT
Matupá-MT
Santa Carmem-MT /*
Sorriso-MT
Notas:
/* Os dados disponíveis somente foram úteis para realizar a análise da evolução das economias.
/** Para todos os efeitos PROLAGOS (que agrupa 5 municípios) considera-se como um único caso.
Cabe observar que as conclusões obtidas nas medições de impacto deste estudo, não
são extrapoláveis a outros casos, nem menos susceptíveis de serem utilizadas para realizar
inferências estatísticas a respeito, pelo qual devem ser consideradas como análises
individuais e referidas somente como resultados em relação do total de casos aqui
analisados.
489
Ao contrário, se a evidência exprimir uma tendência abaixo da observada antes da
implantação da PSP, o impacto é considerado nulo.
Guarantã do Norte-MT
Cláudia-MT
Matupá-MT
Santa Carmem-MT
Campos dos Goytacazes-RJ
Paranaguá-PR
Pontes e Lacerda-MT
Palmas-TO
Limeira-SP
Cachoeiro de Itapemirim-ES
Fonte: Elaboração dos Autores.
Serviço de Esgoto.
490
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
favorecera a criação de novas economias, concluindo-se então que na situação com PSP o
número de economias alcançado segue a tendência histórica.182 A comparação de cada
caso é resumida na TABELA A11.4.
Nos municípios de Santa Carmem, Carlinda e Paraguaçu não foi possível dispor de
informação suficiente para analisar a tendência e evolução dos volumes produzidos e
consumidos de água. Logo, estes casos ficaram automaticamente descartados para a
estimação do excedente do consumidor
No resto dos casos observou-se uma alta dispersão nos valores de produção e
consumo de água potável. O consumo diário por pessoa (litros por habitante ao dia)
alcançou valores entre 70 e 400 litros ao dia por individuo. Em geral, as tendências dos
consumos per capita ou por economia são baixas, coincidindo na maioria dos casos com o
início da PSP. Isto se explicaria, além da baixa efetividade nas dotações de consumo, em
uma melhora nos sistemas de medição. Os valores de produção de água potável por
economia também apresentam na maioria dos casos tendências a baixa, excetuando-se
desta situação os municípios de Bom Sucesso e Manaus, junto com PROLAGOS.
182
Em alguns casos encontrou-se que na situação com PSP a tendência reduziu. De modo conservador,
estes efeitos foram observados considerando-se que a criação de novas economias foi nula.
183
No caso dos serviços de esgoto, e segundo fora explicado na seção metodológica, o excedente do
consumidor para os usuários existentes fica determinado pelas diferenças nas tarifas entre a situação com e
sem projeto (com e sem PSP), e no caso dos novos conectados entre a máxima disposição a pagar dos
usuários por este tipo de serviços e a tarifa com projeto (com PSP).
491
A análise das perdas em distribuição184 também se detectou uma grande dispersão
nos valores obtidos, encontrando-se valores que oscilam entre 0% e 73%. Por este motivo,
somente se considerou sensato incorporar efeitos atribuíveis à PSP produto de uma
redução de perdas quando estas forem maiores que 30%185 e apresentarem uma evolução
com padrões razoavelmente estáveis, em qualquer outro caso estes efeitos se consideraram
nulos. Por hipótese, se considerou para a situação sem PSP um nível de perdas constante
levando em conta o observado no período anterior à incorporação da PSP, porcentagens
que na situação com projeto (com PSP) se reduzem. Os municípios que têm sido tratados
sob este pressuposto são apresentados na TABELA A11.5.
184 3 3
As perdas na distribuição foram obtidas pela diferença entre os m produzidos e os m consumidos
informados por empresa, expressos em termos percentuais em relação aos níveis de produção.
185
Vários municípios apresentaram perdas menores que 10%, o que evidencia valores pouco confiáveis.
186
No cálculo do excedente do consumidor todos os valores monetários têm sido atualizados para 2007
utilizando o IPCA (índice de Preços ao Consumidor Amplo) calculado pelo IBGE.
492
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
Como estimador dos níveis tarifários associado ao serviço de água potável utilizou-se
o faturamento médio, o qual se constrói como o quociente entre a receita total anual
faturada dividido pelo consumo total anual faturado ($R/m3). Processou-se a informação
publicada pelo SNIS com dados exclusivamente municipais consignados entre o ano de
1997 e 2006, considerando as receitas diretas de água (variável F02) e os volumes de água
faturados (variável A11) agregados por Estado obtendo-se uma tarifa média para cada um
deles.
187
No caso de Pontes e Lacerda, o faturamento médio anual de água potável obtida para o ano de 2006
alcançou uma cifra igual a 0,15 R$/m³, valor considerado baixo, o que indica certa falta de confiabilidade nos
resultados obtidos para este município.
188
Marcelândia iniciou seu período de PSP no ano 2003, para o qual não foi possível levantar o faturamento
médio, de modo que para efeitos desta análise se considerou como ano de início o de 2004. Outros
municípios que se encontram em situação similar são: Matupá, Niterói, Primavera, Campos e Limeira.
493
TABELA A11.6 - Fator Faturamento Médio
Município Fator
Limeira-SP /* 1,50
Palmas-TO /* 1,50
PROLAGOS-RJ 1,32
Petrópolis-RJ 1,06
Guará-SP 1,04
Niterói-RJ 0,95
Paranaguá-PR 0,89
Matupá-MT 0,46
Sorriso-MT 0,36
Marcelândia-MT 0,00
Cláudia-MT 0,00
Manaus-AM -0,34
Nota: /* O fator obtido foi maior que 1,5. Esta cifra foi
considerada de forma conservadora como cota superior.
Fonte: Elaboração dos Autores.
494
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
Serviço de Esgoto
Em geral, a tarifa pelo serviço de esgoto pode expressar-se como uma porcentagem
da tarifa pelo serviço de água potável, com o qual é possível utilizar os resultados anteriores
considerando as mesmas hipóteses. Finalmente o pressuposto adotado para a projeção da
situação sem projeto (sem PSP), leva em conta que a taxa de crescimento do faturamento
médio é a mesma proporção que a obtida para o caso do serviço de água potável.
495
TABELA A11.7 - Mudanças no Excedente do
Consumidor em Conexões Existentes
Mudança no
Município Excedente Tendência
do consumidor
496
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
Campos dos
Muito positiva A diminuir
Goytacazes-RJ
Cachoeiro do
Muito positiva A diminuir
Itapemirim-ES
Fonte: Elaboração dos Autores.
O efeito total na mudança de bem-estar foi obtido pela média ponderada do número de
economias existentes e das novas economias geradas devido à PSP. Os resultados obtidos
produziram mudanças positivas no bem-estar em todos os municípios, exceto aquela
observada em Palmas, Marcelândia, Campo Grande, e Manaus, com uma diminuição
sustentada no excedente total. Dos municípios que apresentaram aumento no bem-estar de
seus usuários, foi estimado que todos estes persistiram ao longo do tempo (com tendência a
aumentar), exceto do município de Guará e Primavera do Leste cujo aumento de bem-estar
apresenta uma tendência para queda. Finalmente, tem-se que dos 21 municípios, para os
quais foi possível fazer uma estimação dos excedentes do consumidor e as respectivas
mudanças que se produzem no devido à incorporação da PSP, em 18 casos o desempenho
foi catalogado como bom, enquanto que nos 3 restantes foi negativo. Estes resultados se
apresentam na seguinte TABELA.
497
TABELA A11.9 - Mudanças Líquidas no Excedente do Consumidor.
Mudança no
Município Excedente Tendência Desempenho
do consumidor
Pontes e Lacerda-
Positiva Aumentar Bom
MT
A TABELA A11.10 expressa de forma qualitativa o efeito produzido pela PSP para as
conexões existentes, tentando caracterizar as mudanças nos excedentes do consumidor
que foram estimadas nas análises. Esta TABELA informa se foi obtido um aumento ou uma
diminuição do bem-estar do usuário com o emprego da PSP. O aumento do bem-estar é
obtido com um excedente positivo ao passo que um decréscimo com um excedente
negativo. Também é mostrado se a mudança no excedente é sustentada ou não ao longo
498
CONSÓRCIO INECON / FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
do tempo. No caso de uma mudança positiva com tendência a aumentar entende-se como
uma mudança sustentada, ao passo que se ela for positiva com tendência a diminuir, não se
trata de uma mudança sustentada. De forma análoga é feita a conclusão para o caso
contrário.
189
A mudança no bem-estar dos novos usuários está dada pela diferença entre a máxima disposição a pagar
(DAP) e o faturamento médio com a PSP. Nas simulações a DAP utilizada foi de R$40 por economia mês
(referente ao ano de 2000).
499
TABELA A11.11 - Mudanças no Excedente
do Consumidor em Novas Conexões.
Mudança no
Município Excedente Tendência
do consumidor
Paraguaçu-MG Muito positiva Aumentar
Por fim, o efeito total na mudança de bem-estar foi obtido pela média ponderada do
número de economias existentes e das novas economias geradas devido à PSP. Estes
resultados são apresentados na TABELA A11.12 seguinte.
500
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