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RESUMO: Na Idade Média nasce uma ordem que responde ao espírito e às necessidades da
época, a ordem dos Templários. Sua origem é devida às penúrias que passavam os peregrinos
que iam à Terra Santa, além disto, o seu inicio está também ligada à defesa da Terra Santa,
realizando, em seu principio, uma tarefa semelhante aos de policiais. Na busca de transformar
este grupo numa verdadeira ordem religiosa católica, Hugo de Payns se dirige a Roma e a
outras regiões do Ocidente a fim de conseguir a aprovação do Papa e criar esta nova ordem.
Com a ajuda de São Bernardo, Hugo de Payns consegue a bula papal e sua primeira regra e a
estrutura que deverá existir dentro da Ordem do Templo.
ABSTRACT: In the Middle Age born a religious order that respond the spirit and the
necessity of the time, the order of Templers. Hir rise is owing at penury that underwent the
pilgrims that went at Holy Land, besides this, hir rise is also connect at defense of Holy Land,
realizing, in hir rise, one work like at the policemen. In search of transform this group in a
truly catholic order religious, Hugh of Payns go at Rome and the others West regions for the
purpose of obtain the Pope approbation and create this new order. With help of Saint Bernard,
Hugh of Payns get the papal bull and hir first rules and the structures which should to exist
into Order of Temple.
O presente artigo tem como finalidade apresentar e analisar os motivos que levaram a
existência dos Templários - uma das ordens católicas mais famosas – e também apresentar a
sua estrutura baseando-se - neste ultimo caso - na historiografia e na regra da ordem.
A ordem do Templo ou os Templários é uma ordem medieval em que a vida religiosa
e a vida militar se encontram e se entrelaçam1, porém não foi a única ordem a possuir esta
singularidade. No mesmo período surge também a Ordem Teutônica, os Hospitalares, a
Ordem de Calatrava, a Ordem de São Tiago da Espada ou de Compostella, a Ordem de
Alcântara e a Ordem de Aviz, sendo as duas primeiras, junto com a Ordem do Templo, as três
grandes Ordens Militares enquanto os restantes eram pequenas Ordens Militares.2
Talvez o surgimento deste grande número de ordens religiosas militares e
principalmente a Ordem dos Templários esteja relacionado com o espírito da época, o mesmo
que movimentou a realização das Cruzadas, contudo pode ter havido outros motivos que
provocou o surgimento destas ordens e isto será o assunto tratado na parte em que se falará da
origem dos Templários, e em outra parte será tratado da estrutura desta ordem formidável.
O grupo fundado por Hugo de Payns assume um papel religioso, realizando os votos
monásticos: pobreza, obediência e castidade, diante do patriarca de Jerusalém que confia a
eles a função de proteger os peregrinos dos ataques islâmicos.10 A intenção de militarização
da ordem parte dos próprios cavaleiros11, contudo esta nova ordem não deixa de corresponder
aos desejos do Patriarca e do Rei de Jerusalém.12
A nova ordem possui nove componentes e que depois da realização do voto diante da
presença do patriarca de Jerusalém eles são acolhidos pelo o rei Balduíno II em seu palácio e
recebem um terreno próximo aos dos cônegos da Terra Santa, mas após alguns anos, quando
o rei de Jerusalém muda-se para a Torre de David, os Pobres Cavaleiros de Cristo recebem
como residência a mesquita Al-Aska ou Templo de Salomão e é a partir deste momento que a
ordem será conhecida como a ordem do Templo.13
A ordem para ter sua devida legitimação é necessária receber a aprovação do Papa,
então Hugo de Payns, em 1127, vai para o Ocidente atrás de conseguir a legitimidade da
Ordem.14 Além da legitimidade Hugo tinha o intento de conseguir uma norma precisa e que
ao mesmo tempo reprima os seus membros de modo a evitar desvios que sempre acontece.15.
Por sua vez Alain Demurger comenta que
Hugo parte para o Ocidente não só em nome de sua Ordem, mas também como um
enviado do rei Balduíno II.
Como mestre do Templo Persegue três objetivos:
- Fazer com que o Templo seja reconhecido como ordem pela a Igreja e dotá-la de
uma regra;
- Legitimar a ações dos templários, a fim de fazer frente à verdadeira crise de
identidade que eles conheciam então. Essa crise resulta não apenas das críticas feitas
à nova cavalaria e das implicações militares de sua missão, mas tem das dúvidas e
das interrogações dos irmãos sobre a qualidade espiritual de seu engajamento. Essas
críticas e essas dúvidas freiam o crescimento da Ordem e paralisam sua ação;
- Provocar as doações e atrair vocações.
Como enviado do rei, ele é encarregado de recrutar combatentes para a Terra Santa
em vista de uma grande ofensiva em Damasco, que o rei planeja desde 1126. 16
Porém como afirma a situação não era muito favorável para que Hugo conseguisse a
legitimação da Ordem, pois a Igreja desde o seu principio condenava a guerra e o uso de
armas, questão que foi enfrentada por Santo Agostinho e Santo Atanásio que defendiam o
tema da guerra justa, mas mesmo assim este tema permanecia delicado e mais delicado era a
idéia de institucionalizar uma ordem religiosa unida a vida militar, contudo havia uma
esperança, uma que pudesse ajudar Hugo de Payns nesta tentativa de unir os dois modelos de
vida. Esta esperança é um homem, um monge com fama de santidade, nada mais e nada
menos que São Bernardo de Clairvaux.17
Hugo de Payns vai atrás de São Bernardo e entrega a ele a carta de Balduíno II no qual
pedia a Bernardo a tarefa de compilar uma regra monástica para os templários compatível
com as necessidades da guerra, mas no primeiro instante Hugo teve a desilusão de ser
completamente ignorado, pois esta idéia parecia a Bernardo um absurdo, mas este se dispõe a
ajudá-lo depois de um bom tempo e de alguns apelos feitos por Hugo.18
A historiadora Régine Pernoud escreve que São Bernardo foi o grande promotor desta
ordem defendendo e aclamando os seus méritos.19 Segundo Henri Daniel Rops, não tinha
como ser diferente, pois está nova ordem condiz com o espírito militar de Bernardo, que
sonhava com uma ordem que possuísse um cristianismo enérgico, conquistador, viril, além de
que na sua concepção, a cavalaria encontraria na nova Ordem a sua expressão máxima, no
qual estariam reunidos homens que representariam ao mesmo tempo o ideal temporal mais
alto da época unido ao mais alto ideal cristão da época.20 Todo este sentimento pela a nova
Ordem pode ser vista no documento Elogio de la nueva milícia, no qual São Bernardo afirma
o seguinte:
[...] Éste es, vuelvo a decir, el nuevo gênero de milícia no conocido em siglos
pasados; em el cual se dan a um mismo tiempo dos combates com um valor
invencible: contra la carne y la sangre y contra los espíritus de la malicia que estan
esparecidos por el aire. [...] Ciertamente, este soldado és intrépido y está seguro por
todas as partes; su espíritu está armado com la armadura de la fe, igual que su
cuerpo de coraza de hierro. Estando fortalecido com estas dos clases de armas, no
teme ni a los demônios ni a los hombres. Yo digo más, no teme la muerte porque
desea morir[...] Sin duda, tu vida es fecunda y gloriosa tu victoria; pero uma santa
muerte debe ser considerada más noble. Porque, “si los que mueren em el Señor son
bienaventurados”, ¿cuánto más lo serán los que mueren por el Señor?.21
3. Costumes
4. Conclusões finais
Enfim, é visto que a criação da Ordem dos Templários além de ser uma manifestação
daquele sentido de responder às necessidades do momento, tão comum nas fundações
religiosas do período feudal42, é também o movimento que em si representa o período
medieval, principalmente o das cruzadas, em que homens deixam tudo para trás para lutarem
contra os infiéis e libertarem a Terra Santa – região muito significativa para os cristãos – de
suas mãos, como também é a expressão da espiritualidade católica em que o homem ao
mesmo tempo em que vive uma vida de intimidade com Deus, uma vida de oração, luta no
mundo contra tudo aquilo que se opõe à fé e aos bons costumes.
Por fim, cabe salientar que Hugo de Payns consegue com a ajuda de São Bernardo a
sua legitimidade, as regras que tanto queriam para impedir que houvesse desvios na Ordem, e
que lhe tece os costumem que deverá ser aplicada a vida daqueles que ingressarem na nova
ordem, além de um sermão que enaltece o valor de cada templário.
1
FRALE, Barbara. Os Templários e o Pergaminho de Chinon. Tradução de Roberto Carlos
Pintucci. São Paulo: Madras, 2005, p. 7.
2
BETTENCOURT, Estevão, osb. Ordens Religiosas Militares. Revista Pergunte e
Responderemos, n 16, 1959.
3
PERNOUD, Régine. Les Templiers. Paris: Presses Universitaires de France, 2006, p. 13.
4
ROPS, Henri Daniel. A Igreja das Catedrais e da Cruzada. Tradução de Emérico da
Gama. São Paulo: Quadrante, 1993, p. 494-498.
5
FRALE, Barbara. Os Templários e o Pergaminho de Chinon. Tradução de Roberto Carlos
Pintucci. São Paulo: Madras, 2005, p. 23-24.
6
ROPS, Henri Daniel. A Igreja das Catedrais e da Cruzada. Tradução de Emérico da
Gama. São Paulo: Quadrante, 1993, p. 499.
7
DEMURGER, Alain. Os Templários: Uma cavalaria Cristã na Idade Média. Tradução de
Karina Jannini. Rio de Janeiro: Difel, 2010, p. 30.
8
, Régine. Les Templiers. Paris: Presses Universitaires de France, 2006, p. 6.
9
DEMURGER, Alain. Os Templários: Uma cavalaria Cristã na Idade Média. Tradução de
Karina Jannini. Rio de Janeiro: Difel, 2010, p.
10
FRALE, Barbara. Os Templários e o Pergaminho de Chinon. Tradução de Roberto
Carlos Pintucci. São Paulo: Madras, 2005, p. 27.
11
DEMURGER, Alain. Os Templários: Uma cavalaria Cristã na Idade Média. Tradução de
Karina Jannini. Rio de Janeiro: Difel, 2010, p. 36.
12
FRALE, Barbara. Os Templários e o Pergaminho de Chinon. Tradução de Roberto Carlos
Pintucci. São Paulo: Madras, 2005, p. 27.
13
PERNOUD, Régine. Les Templiers. Paris: Presses Universitaires de France, 2006, p. 14 -
15.
14
FRALE, Barbara. Os Templários e o Pergaminho de Chinon. Tradução de Roberto Carlos
Pintucci. São Paulo: Madras, 2005, p. 32.
15
PERNOUD, Régine. Les Templiers. Paris: Presses Universitaires de France, 2006, p. 15.
16
DEMURGER, Alain. Os Templários: Uma cavalaria Cristã na Idade Média. Tradução de
Karina Jannini. Rio de Janeiro: Difel, 2010, p. 58 - 59.
17
FRALE, Barbara. Os Templários e o Pergaminho de Chinon. Tradução de Roberto Carlos
Pintucci. São Paulo: Madras, 2005, p. 38 - 41.
18
Ibid., p. 41 - 44.
19
PERNOUD, Régine. Les Templiers. Paris: Presses Universitaires de France, 2006, p. 18.
20
ROPS, Henri Daniel. A Igreja das Catedrais e da Cruzada. Tradução de Emérico da
Gama. São Paulo: Quadrante, 1993, p. 130.
21
SAN BERNARDO. De Laude Novae Militiae ad Milites Templi, Espanhol, I, 1.
22
FRALE, Barbara. Os Templários e o Pergaminho de Chinon. Tradução de Roberto Carlos
Pintucci. São Paulo: Madras, 2005, p. 45 - 46.
23
PERNOUD, Régine. Les Templiers. Paris: Presses Universitaires de France, 2006, p. 16.
24
FRALE, Barbara. Os Templários e o Pergaminho de Chinon. Tradução de Roberto Carlos
Pintucci. São Paulo: Madras, 2005, p. 50.
25
DEMURGER, Alain. Os Templários: Uma cavalaria Cristã na Idade Média. Tradução de
Karina Jannini. Rio de Janeiro: Difel, 2010, p. 72.
26
PERNOUD, Régine. Les Templiers. Paris: Presses Universitaires de France, 2006, p. 16 -
17.
27
FRALE, Barbara. Os Templários e o Pergaminho de Chinon. Tradução de Roberto Carlos
Pintucci. São Paulo: Madras, 2005, p. 50.
28
DEMURGER, Alain. Os Templários: Uma cavalaria Cristã na Idade Média. Tradução de
Karina Jannini. Rio de Janeiro: Difel, 2010, p. 116 – 117.
29
PERNOUD, Régine. Les Templiers. Paris: Presses Universitaires de France, 2006, p. 22
30
SAN BERNARDO. De Laude Novae Militiae ad Milites Templi, Espanhol, IV, 7.
31
Jean Michel. Regra Primitiva da Ordem do Templo. Tradução de Manuel J. Gandra.
Mafra, 1998, p. 9.
32
PERNOUD, Régine. Les Templiers. Paris: Presses Universitaires de France, 2006, p. 29
33
DEMURGER, Alain. Os Templários: Uma cavalaria Cristã na Idade Média. Tradução de
Karina Jannini. Rio de Janeiro: Difel, 2010, p. 183 – 186.
34
Jean Michel. Regra Primitiva da Ordem do Templo. Tradução de Manuel J. Gandra.
Mafra, 1998, p. 11 -16.
35
DEMURGER, Alain. Os Templários: Uma cavalaria Cristã na Idade Média. Tradução de
Karina Jannini. Rio de Janeiro: Difel, 2010, p. 138.
36
PERNOUD, Régine. Les Templiers. Paris: Presses Universitaires de France, 2006, p. 24
37
FRALE, Barbara. Os Templários e o Pergaminho de Chinon. Tradução de Roberto Carlos
Pintucci. São Paulo: Madras, 2005, p. 66 - 67.
38
DEMURGER, Alain. Os Templários: Uma cavalaria Cristã na Idade Média. Tradução de
Karina Jannini. Rio de Janeiro: Difel, 2010, p. 275 - 276.
39
FRALE, Barbara. Os Templários e o Pergaminho de Chinon. Tradução de Roberto Carlos
Pintucci. São Paulo: Madras, 2005, p. 78.
40
DEMURGER, Alain. Os Templários: Uma cavalaria Cristã na Idade Média. Tradução de
Karina Jannini. Rio de Janeiro: Difel, 2010, p. 276 - 277.
41
FRALE, Barbara. Os Templários e o Pergaminho de Chinon. Tradução de Roberto Carlos
Pintucci. São Paulo: Madras, 2005, p. 79.
42
PERNOUD, Régine. Les Templiers. Paris: Presses Universitaires de France, 2006, p. 15.
REFERÊNCIAS
BETTENCOURT, Estevão, osb. Ordens Religiosas Militares. Revista Pergunte e
Responderemos, n 16, 1959.
DEMURGER, Alain. Os Templários: Uma cavalaria Cristã na Idade Média. Tradução de
Karina Jannini. Rio de Janeiro: Difel, 2010.
FRALE, Barbara. Os Templários e o Pergaminho de Chinon. Tradução de Roberto Carlos
Pintucci. São Paulo: Madras, 2005.
Jean Michel. Regra Primitiva da Ordem do Templo. Tradução de Manuel J. Gandra. Mafra,
1998.
PERNOUD, Régine. Les Templiers. Paris: Presses Universitaires de France, 2006.
ROPS, Henri Daniel. A Igreja das Catedrais e da Cruzada. Tradução de Emérico da Gama.
São Paulo: Quadrante, 1993.
SAN BERNARDO. De Laude Novae Militiae ad Milites Templi, Espanhol