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O jazz surgiu em Nova Orleans, sul dos EUA, no início do século 20. A cidade
“tinha um balanço especial entre as culturas branca e negra e entre as
músicas clássica e popular, que parecem ter sido características ideais para o
surgimento do Jazz”, afirma o historiador Mervyn Cooke, da Universidade de
Cambridge, autor de The Chronicle of Jazz (sem tradução), em entrevista a
AVENTURAS NA HISTÓRIA.
Mas não era só esse balanço que estava em questão. Ele também existia em
Havana, Salvador e Rio de Janeiro, que deram origem a outros ritmos. Certas
coisas boas nascem da adversidade. Algo que diferenciava Nova Orleans é que
estava situada num país protestante e segregacionista, onde os conflitos
raciais eram exacerbados. Logo após a Guerra Civil e a subsequente abolição
da escravidão, foram criados os Black Codes, leis que restringiam os direitos
dos negros. Essas leis proibiram os tambores africanos – que sobreviveriam no
Brasil e em Cuba. Em vez disso, o mesmo ritmo africano teve de se adaptar a
instrumentos europeus. Nas igrejas segregadas dos negros surgiram
os spirituals, canções africanas sem a percussão, que deram origem ao blues,
sua versão secular. E, de forma impressionante, o ritmo dos tambores foi
transferido para o piano. Era o ragtime, uma marcha com acompanhamento
politônico, feito com outra mão ou um segundo pianista, um ritmo
tipicamente africano adaptado ao instrumento. O ragtime era tocado pelos
negros e mestiços mais abastados, que tinham a educação musical formal. Os
pobres ficavam com os blues.
Mas foram necessárias outras condições peculiares. Nova Orleans tem festivais
de rua, herança de sua colonização francesa e católica (a região foi comprada
de Napoleão em 1803). Os protestantes que fundaram os EUA não celebravam
o Carnaval, ali chamado Mardi Gras. Outra tradição única de Nova Orleans é o
uso de música em velórios.
Fonte: http://guiadoestudante.abril.com.br/aventuras-
historia/origens-jazz-800642.shtml