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02 / 2018
1. Índice
4. Descrição do Problema.............................................................................5
5. Resultados obtidos....................................................................................7
6. Conclusões.............................................................................................20
8. Agradecimentos......................................................................................21
9. Bibliografia.............................................................................................21
Ao longo dos quatro meses iniciais do projeto, foi realizado um estudo da bibliografia
recomendada (REZENDE; S.M , 2015) e de artigos científicos que possibilitaram o
aprendizado de conceitos fundamentais da Mecânica Quântica subjacentes às propriedades
das Heteroestruturas de Van der Walls. Paralelamente a isso, foi estudada a linguagem de
programação Shell Script, necessária para a posterior manipulação das ferramentas
computacionais aplicadas em simulações através do software VASP (Vienna Ab Initio
Simulation Package).
Nesse contexto, pesquisas acerca das heteroestruturas de van der Waals revelaram
novas propriedades e fenômenos físicos de importante aplicação em ciência e tecnologia.
Elas são formadas por camadas de materiais bidimensionais providos de uma estabilidade
planar garantida por ligações covalentes e são interligadas entre si por forças de van der
Walls. A existência dessas ligações interfaciais relativamente fracas proporciona o
surgimento de diferentes propriedades frente às inúmeras possibilidades de combinações por
empilhamento (GEIM; GRIGORIEVA, 2013). Comparações entre propriedades de camadas
bidimensionais atômicas isoladas e heteroestruturas revelam diferentes comportamentos
dessas últimas frente à dopagem, esforço e aplicação de campos elétricos externos. Com o
empilhamento de camadas formadas por diferentes cristais, importantes efeitos surgem,
como redistribuições de carga e mudanças estruturais que podem ser controladas através do
ajuste da orientação relativa entre as camadas individuais.
Figura 2. Célula unitária do cloreto de césio. A base de sua rede cristalina possui um cátion de
césio na posição 000 e um ânion cloreto em 1/2 1/2 1/2. Imagem adaptada de
http://www.if.ufrj.br/~tclp/estadosolido/Rededebravais.pdf. Acesso em 12/02/2018.
com ai vetores no 3 e mi números inteiros. Em uma rede cristalina, os planos e eixos que
passam por pontos que a constituem são representados por três algarismos que caracterizam
suas coordenadas, chamados índices de Miller. Tais índices são determinados pelas suas
intersecções com os vetores unitários que formam a base da célula unitária. No exemplo da
Figura 3, pode-se observar a célula unitária do diamante, constituída por uma rede de Bravais
do tipo cúbica de face centrada e uma base com dois átomos idênticos, um na origem e outro
a ¼ da diagonal do cubo. Nesse caso, essa estrutura é representada pela rede de Bravais
a
( xˆ yˆ zˆ) . Nesse caso, o comprimento da aresta a é o parâmetro de rede observado.
4
Figura 3. Célula unitária do diamante, que exemplifica a necessidade geral de elementos da família
IV de formar 4 ligações covalentes com seus vizinhos. Imagem adaptada de
http://www.if.ufrj.br/~tclp/estadosolido/Rededebravais.pdf. Acesso em 12/02/2018.
No caso do grafeno, a rede hexagonal que o constitui não é uma rede de Bravais.
Contudo, ela pode ser entendida como uma sobreposição de duas redes triangulares confome
3 3
observa-se na Figura 4, em que os vetores da rede são a1 e a2 , dados por a1 a , e
2 2
3 3
a2 a , .
2 2
Figura 4. Célula unitária do grafeno, que representa um exemplo da sobreposição de duas redees
triangulares. Imagem adaptada de http://www.iue.tuwien.ac.at/phd/pourfath/node21.html . Acesso
em 10/02/2018.
Nesse caso, qualquer variação no campo elétrico pode ser decomposta em uma soma
de ondas planas através da técnica da transformada de Fourier (5.3) , que exemplifica um
campo elétrico que varia somente na direção x . Tal transformada evidencia o fato de que o
campo elétrico representado é uma superposição de infinitas ondas planas.
( x, 0) e
ikx
k dk (5.3)
Nesse cenário, há para cada direção do vetor de onda k há três polarizações para cada
tipo de onda. Para direções particulares, pode-se ter duas ondas transversais e uma
longitudinal. A Figura 6 ilustra as formas das curvas de dispersão para ondas elásticas em
um cristal cúbico com dois íons por célula unitária. Os ramos presentes nessa figura
correspondem a diferentes polarizações. Se o vetor de onda tiver a direção de um eixo de
simetria elevada do cristal, as ondas que esses ramos representam ou são puramente
longitudinais (L) ou puramente transversais (T), podendo pertencer às regiões de vibração
acústica (A) ou óptica (O).
A equação de Schrödinger não pode ser deduzida e exprime que a energia total de
uma partícula, em termos de operadores atuando sobre a função de onda é a soma da energia
cinética com a potencial, conforme demonstrado em (5.9)
Nesse cenário, o cálculo quântico dos estados eletrônicos e das energias em um sólido
cristalino é bastante complexo e exige a realização de várias aproximações. As principais
delas consistem em supor que os núcleos dos átomos são fixos e que o problema envolve
somente um elétron (todos os outros seriam considerados como parte integrante dos íons que
criam um potencial periódico. Nota-se, aqui, uma reiteração do conceito de periodicidade
presente nas redes de Bravais denotadas por (5.1). Com base nessas considerações, torna-se
matematicamente possível afirmar que o potencial sentido por um elétron da estrutura é
periódico e respeita a relação
V (r ) V (r R) (5.10)
A função de onda do elétron movendo-se por esse potencial periódico é dada pelo
Teorema de Bloch, em que k denota o vetor de onda, n o índice da banda e unk é uma função
cuja periodicidade é definida pela rede de Bravais .
nk (r R) eikR nk (r ) (5.12)
Figura 8. Estruturas de bandas de energia do cobre cristalino com rede cúbica de faces
centradas. Cada curva representa a variação da energia nas direções principais da primeira zona de
Brillouin desse cristal. (REZENDE; S.M , 2015).
nk (r Ni a i ) eikN a nk (r )
i i
(5.13)
A fim de satisfazer (5.13), deve-se considerar um conjunto de vetores da rede
recíproca G, definidos por
a2 a3
b1 2
a1. a2 a3 (5.14)
a3 a1
b2 2
a1. a2 a3
a1 a2
b3 2
a1. a2 a3
A base de vetores dessa rede pode ser interpretada como o resultado de uma série de
Fourier para o espaço discreto da rede de Bravais R. Nesse ponto, retoma-se o conceito de
zona de Brillouin, uma vez que a menor célula que representa a periodicidade da rede
recíproca centrada na origem nada mais é do que a primeira zona de Brillouin. A partir
desse resultado, a análise de Fourier na função de onda denotada em (5.12) conduz aos
resultados (5.17) e (5.18), em que Ec é a energia cinética da onda plana.
² ²G² iGr
Ec ²eiGr e (5.18)
2m 2m
1
f (E) E EF / k BT
(5.19)
1 e
Figura 10. Alinhamentos das bandas de uma heterojunção de GaAs e Gax Al1 x As .
Nessa atividade, cada arquivo continha um nome diferente, com uma terminação
equivalente ao número demonstrado na quarta linha. Por fim, através do código abaixo
proposto como resposta, foram criados 12 arquivos distintos, de KPOINTS_3 a
KPOINTS_15.
Resposta:
for n in 'seq 3 15'; do touch KPOINTS_${n}.txt;
echo "Energy_tutorial" >> KPOINTS_${n}.txt
echo "0" >> KPOINTS_${n}.txt
echo "Gamma" >> KPOINTS_${n}.txt
echo "${n} ${n} ${n}" >> KPOINTS_${n}.txt
echo "0. 0. 0." >> KPOINTS_${n}.txt
done
Resposta:
for n in `seq 100 50 800`;
do
mkdir ENCUT_${n}
done
A tarefa aqui realizada consistiu em buscar nos arquivos do tipo OUTCAR presentes
nessas pastas a última ocorrência da linha free energy TOTEN =
ENERGIA_DESEJADA, que se repetia diversas vezes em todos eles. Tais arquivos contêm
importantes informações do pós-processamento de arquivos no VASP. Utilizando o código-
resposta abaixo, foi criado um arquivo texto que mostrava o valor de delta na primeira coluna
e a energia indicada em OUTCAR na segunda coluna.
Resposta:
for i in {-4..4}; do if ((i<0)); then n=$(expr $i \* -1) ;echo -n "-0.$n "; cd delta-0.$n ; grep "TOTEN"
OUTCAR | tail -1 | variavel= cut -c32-44;echo -n $variavel ; cd .. ;else echo -n "0.${i} "; cd delta0.${i} ;
grep "TOTEN" OUTCAR | tail -1 | variavel= cut -c32-44;echo -n $variavel ; cd ..; fi ; done.
1o Bimestre (nov / dez) Revisão bibliográfica. Estudos teóricos dos temas: “Materiais para Eletrônica”, “Ondas
e Partículas na Matéria”, “O Elétron no Átomo”, “Elétrons em Cristais” e “Materiais
Semicondutores”. Familiarização com a linguagem shell script: execução de comandos
de localização e criação de aplicações, acesso a diretórios e exploração do sistema de
arquivos.
2o Bimestre (jan/ fev) Revisão bibliográfica. Análise da teoria sobre diodos , transistores e outros dispositivos
semicondutores, materiais e dispositivos opto-eletrônicos, magnéticos e outros
materiais importantes para a eletrônica. Familiarização com a linguagem shell script
através de atividades de pós processamento de dados.
3o Bimestre (mar / abr) Cálculos de alguns materiais bidimensionais isolados, como por exemplo o h-BN e os
metais de transição dicalcogênitos MTDC). Aplicação de correções aproximadas de
quasipartícula como LDA-1/2 e método de funcionais híbridos como HSE. Em paralelo
estudo dirigido sobre a física de semicondutores.
- Cálculos preliminares: (i) Convergência de pontos k’s; (ii) casamento das redes para
obtenção da supercélula a ser usada no cálculo; (iii) espaçamento entre as camadas; (iv)
deslocamento entre as camadas; (v) energia de ligação. Obtenção da estrutura final
relaxada.
Cálculos preliminares: (i) Convergência de pontos k’s; (ii) casamento das redes para
obtenção da supercélula a ser usada no cálculo; (iii) espaçamento entre as camadas; (iv)
deslocamento entre as camadas; (v) energia de ligação entre o grafeno e diferentes
MTDCs. Obtenção da estrutura final relaxada.
4o Bimestre (mai/ jun) Estrutura de bandas relativas às heteroestruras até então estudadas.
Análise da variação das estruturas de bandas com a variação do campo elétrico e tensão.
Primeiramente, ofereço meus sinceros agradecimentos à Profa. Lara Kühl Teles por
sua orientação, pelas aulas inspiradoras e pela valiosa oportunidade de ingresso no ramo
científico através desse projeto. Ao Daniel Schwalbe Koda por me guiar nessa trajetória
inicial e inspirar realizações nesse ramo desde suas aulas de monitoria durante minha
graduação e à todos os integrantes do Grupo de Materiais Semicondutores e
Nanotecnologia do ITA. Agradeço, também, ao CnPQ pelo investimento necessário para
o andamento do projeto.
9. Bibliografia
GEIM A.K; GRIGORIEVA I.V. Van der Waals Heterostructures. Nature, v. 499, p. 419,
425.
ASHCROFT, N.; MERMIN, N. Solid State Physics. South Melbourne: Thomson Learning,
1976.