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TÉCNICA APLICADA AO ROCK – RICARDO SOARES
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Técnica Aplicada ao Rock
Introdução
Sempre que posto vídeos nos meus canais na internet (website, facebook e youtube) é muito
comum receber mensagens e e-mails solicitando que eu ensine determinados trechos ou
técnicas utilizadas nesses vídeos. Baseado nisso, tive a ideia de falar sobre as principais
técnicas que uso em minhas músicas, solos e improvisos.
Nunca fui um guitarrista que se especializou em determinada técnica, sempre procurei ter
um vocabulário variado e usar cada uma de acordo com a sonoridade e a serviço da música.
Por isso vamos abordar um pouco de cada técnica, porém antes de iniciarmos, é importante
entender o que é técnica realmente.
O que é técnica?
A técnica é, com certeza, uma das partes no estudo da música, e principalmente da guitarra,
que mais fascina, mas, é também, na maioria das vezes mal estudada e subestimada.
Dentro de um repertório imenso, que abrange várias áreas, a técnica é muitas vezes vista
como sinônimo de velocidade. Devemos ter em mente que tocar algo com técnica, é fazê-lo
de uma maneira que se obtenha uma melhor sonoridade e com um mínimo de esforço.
Quando tocamos algo num andamento lento conseguimos executá-lo com mais facilidade e
definição, pois estamos com a musculatura e o corpo relaxados. Não é uma tarefa fácil, mas
devemos levar essa mesma condição de relaxamento para os andamentos mais rápidos.
Devemos procurar desenvolver a técnica (não confundir com velocidade) desde o início do
estudo musical, afinal é necessário ter técnica para dentre outras coisas:
Outro ponto importante que não podemos esquecer nunca durante nossa caminhada, é a
questão da persistência. Uma frase do pintor espanhol Pablo Picasso traduz bem isso:
Muitas vezes o resultado demora a aparecer, porém devemos ter em mente que a fluência
e velocidade tão almejadas por nós guitarristas, são resultados de uma eficaz interiorização
da informação estudada.
Com a intenção de organizar seu tempo de estudo, sugiro abaixo um pequeno programa,
que pode ser usado como exemplo para montar o seu. Nele você encontra os principais
assuntos que devemos estudar, divididos em 1 hora de estudo diário, porém você pode e
deve organizar o conteúdo que você necessita estudar diariamente, de acordo com suas
necessidades e tempo disponível. Na medida que você aumenta seu tempo de estudo, deve
incluir intervalos de no mínimo 5 minutos de descanso. Vale lembrar, que o seu
desenvolvimento técnico é também resultado de um crescimento neuromuscular, por isso
para evitar problemas como L.E.R, Dort ou tendinite é extremamente aconselhável que você
faça um aquecimento que envolva o alongamento de seus músculos e tendões. Outro ponto
Obs.: Em “repertório pessoal” pode-se usar para estudar trechos de seus solos ou músicas
autorais. Em repertório geral, pegue qualquer música que tenha vontade de tocar e estude-
a. Pode ser a música inteira, riff, solo ou outro trecho. Em “Composição”, como a própria
palavra sugere, use o tempo para compor uma música ou solo, de acordo com a gig ou
trabalho que esteja envolvido. Composição é também uma área que devemos estudar e
praticar com frequência.
Criação: Procure sempre criar um riff, solo ou exercício com o conteúdo estudado e tenha
sempre um gravador por perto para registrar essas ideias, nunca confie na sua memória.
Concentração: Se concentre naquilo que estiver estudando. Hoje com as inúmeras formas
de distrações, como a internet, facebook, youtube é muito fácil perder o foco e se distrair.
Costumo dizer para os meus alunos que nosso cérebro é como um HD vazio que só
armazena as informações e não tem a capacidade de julgar se elas estão corretas ou não,
por isso estude sempre com o máximo de atenção possível.
Praticar lentamente: vale mais a qualidade que a quantidade e lembre-se: devemos ser
como um trem que parte da estação lentamente e aos poucos vai pegando velocidade,
sempre em direção ao seu destino.
Como falei no início, esses pontos são muito importantes e devem ser assimilados com
muita firmeza. Na próxima coluna darei continuidade falando sobre o poder do alongamento
e aquecimento e sobre a postura das mãos direita e esquerda.
No mundo dos esportes é muito comum todos os atletas (sejam eles profissionais ou não)
praticarem algum tipo de alongamento antes de começar suas atividades principais.
De nada adianta posicionarmos corretamente a mão direita se a mesma atenção não for
dada a mão esquerda. O sincronismo entre as duas é um fator determinante para uma
técnica fluída, precisa e limpa, por isso veremos algumas dicas que com certeza irão ajudar
a obter isso:
Escala Diatônica:
Grande abraço!
Contato: ricardo@ricardosoares.net