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COMER
BEM 08 SEMPRE
NA MODA 22
A revista BEM VIVER é uma
publicação quadrimestral
Rua Itararé, 501 - Jardim Paulista
Tel. 16 3515 5151
Ribeirão Preto-SP
redacao@bemviverrevista.com.br
Coordenação: Ana Maria Machado
Agência: N.Case Comunicação
Coordenação Editorial:
Compartilha Brasil
Editor/Jornalista Responsável:
Godi Júnior - MTB: 43.852/SP
Revisão: Renata Canales
LIBERDADE
PARA VOLTAR 62 SABOR DO
CAMPO 70
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carta do leitor
Capa 13ª ed. / maio. 2012
José Luiz Costa, Ovídio Mora, Ademir Martins, Henrique Ravasi, Claudinei Fernando Zanella e Gislaine Batistuci.
ALEX ATALA: Na última edição da Revista Bem Viver, a reportagem do chef de cozinha Alex Atala dizia
que seu restaurante DOM era o 7° no ranking de melhor do mundo, porém, até o fechamento da revista
o empreendimento passou a ser o 4° melhor restaurante do mundo. Fato que comprova o talento, a fama
e a afinidade de temperos e sabores que o ilustre chef conquistou. Parabéns!
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editorial
redacao@bemviverrevista.com.br
qualidade de vida
A busca pela qualidade de vida é constante e essa é
a nossa maior motivação, abordar assuntos que despertem
em você novas possibilidades de bem viver!
Boa leitura!
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FRUTOS
DA TERRA
Legumes, folhas e frutas. Os grandes
chefs rendem-se à nova tendência da
gastronomia
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gastronomia
Foto: Virgine Klecka
Em Paris, uma das cidades mais visitadas do
planeta, os paladares apurados disputam vaga no
restaurante L’Arpège, com sua classificação máxima
de 3 estrelas no Guia Michelin. Inaugurado em 1987,
o local conquista apreciadores do sabor e cheiro
com uma cozinha “légumière”, usando produtos de
suas próprias hortas. O chef Alain Passard cultiva os
alimentos naturais sem força mêcanica, utilizando
cavalos para arar os quatro hectares de terra ao
invés do trator, uma maneira mais trabalhosa, mas Alain Passard em sua horta
que não sacrifica o solo. O tratamento contra pragas
é feito com produtos naturais, ou seja, uma jardinagem biológica que respeita o ecossistema, preservando as
hortas. Para o chef, “a gastronomia nunca está longe da natureza, da ternura, do sorriso”.
Mas não é preciso ir à Paris e nem menos sair de casa para ter à mesa um excelente prato feito à base
de legumes, folhas e frutas. Imagine uma horta no seu jardim com alfaces, tomates, berinjelas. Beleza, odor
e alimento : chique demais! Para quem tem pouco espaço, que tal pequenos vasos com temperos ? Será um
charme você servir aos amigos uma receita feita com pimenta, salsinha ou qualquer outra erva retirada de sua
jardineira. Adepta a hortinha caseira, a jornalista Mariangela Gumerato diz que o prazer em preparar um prato
para a família com ingredientes cultivados por ela mesma não tem preço. “Tenho canteiros pequenos com er-
vas, como manjericão, hortelã, alecrim e também com tomatinhos. A grande vantagem é que além de estar na
mão na hora de fazer um molho de tomate ou de temperar um prato especial, as ervas são fresquinhas, cheias
de energia vital e, o principal, sem agrotóxico. Adoro!!! Se um dia eu mudar para uma casa com quintal maior
vou ter uma horta e só comer verduras e frutas. Meu sonho de consumo”.
Bom, mas é claro que muitos desses produtos têm que ser comprados, então, fique atento à proce-
dência do que leva à mesa.O alerta é da nutrionista Lícia Sanchez Vendrusco. “Esses tipos de alimentos são
consumidos, na maioria, crus. Portanto é importante saber qual água é utilizada no cultivo, a quantidade de
agrotóxico (se está dentro das recomendações) e, por fim, a distância que esse alimento percorre até chegar
ao consumidor, porque assim que é colhido já começa a perder suas vitaminas e minerais”.
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Ratatouille “Bigouden” (adaptada ao Brasil)
por Alain Passard, do livro “Collages et Recettes
INGREDIENTES:
Fotografia Ilustraiva
4 tomates - 1 berinjela grande - 1 cebola grande - 1
cabeça de alho - 100 g de manteiga com sal - Folhas
de 1/2 maço de manjericão - 2 abobrinhas grandes
- 2 pimentões (1 vermelho, 1 verde) - Molho de soja
ou flor de sal - Azeite
PREPARO:
Em fogo baixo, em uma frigideira grande, refogar a cebola picada com dois terços de manteiga com
sal. Adicione metade dos tomates em quartos, dentes de alho descascados e esmagados, e uma
abobrinha grande cortada em fatias finas. Deixe ensopar sem misturar para manter uma cor bonita.
Cozinhe por 40 minutos, tendo a referência a água do tomate: deve ser reduzida na parte inferior da
panela. Enquanto isso, grelhar os pimentões, tirar as peles e adicioná-los imediatamente em tiras.
Em seguida, deixe a chama queimar a pele da berinjela por 15 a 20 minutos: o objetivo é dar-lhe um
sabor defumado. Em seguida, deixe esfriar em um prato.
Em uma tigela, misture os tomates restantes, a abobrinha cortada em finas rodelas e folhas de manje-
ricão. Tempere com azeite e molho de soja à temperatura ambiente. Tire a pele queimada da berinjela.
No resto da manteiga com sal, fritar. Tempere o guisado com molho de soja e sirva quente em um
prato com a polpa de berinjela polvilhada com flor de sal.
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vejo
FLORES
em você
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morar bem
Fotos: Rubens Guerra
Primavera, de Giuseppe Arcimboldo
A magia destas plantas multicoloridas
que fazem do dia a dia algo mais especial
C Comecemos com um teste: quando você pensa em um local maravilhoso, qual é o ingrediente imprescin-
dível nesta paisagem imaginada? Flores, não é mesmo? Com suas cores diversas, formas diferentes que impõem,
a cada tipo, personalidade e cheiro característicos, as flores formam uma aquarela que invade os olhos e atinge
a alma, deixando quem as admira simplesmente feliz. Das quatro estações do ano, é a primavera a mais român-
tica, a que vem tirar o frio dos corações invernizados, estendendo um tapete florido que aquece os sentimentos.
Muitos são os poetas que se entregaram a descrever essa beleza tão diversa e ao mesmo tempo tão uni-
forme. A mineira Adélia Prado declarou em um de seus escritos: “ Me perguntas por que compro arroz e flores?
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Compro arroz para viver e flores para
ter algo pelo que viver”. Pois é, óbvio
assim! Alimento de alegria, por mais
que as tristezas tentem dominar o
ambiente, as flores agradecem cada
olhar, cada gesto de cuidado com
formosura, com encanto. O advogado
Brasil Salomão compra todas as sema-
nas duas dúzias de rosas amarelas, as
preferidas de sua esposa. Um hábito
que começou há mais de 20 anos. “As
flores, além do motivo principal de
representarem uma comunicação de
amor, afeto, dão à casa, aos diversos
locais por onde são distribuídas em
vasos, uma idéia de lar, de natureza, de
vida.“, afirma Salomão.
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Dicas para conservar suas
flores em casa
Violetas: Deve-se regar apenas a terra, sem deixar as folhas
e flores receberem água diretamente. Coloque o vaso em
local claro, mas longe do sol direto.
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Projeto: Marcelo Pajaro | Foto: Gianclaudio
Ribeirão Preto Araraquara São Carlos São José do Rio Preto Franca Uberlândia Uberaba Belo Horizonte
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boa safra chique
contemporâneo
exclusivo atemporal
estilo luxo
jeito de ser
passado futuro
impecável qualidade
grife preservação
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Foto: Rubens Guerra
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estilo
Roupas, acessórios e sapatos
com mais de 20 anos compõem
tendências atuais
M Muitos filmes de ficção científica feitos no passado tinham como cenário o século 21. Mostravam uma
sociedade com alta tecnologia, explorações espaciais, máquinas substituindo o trabalho humano, e roupas fu-
turistas que mais imitavam o design de um robô. Bem, se na área das ciências as previsões foram corretas, no
figurino, o cinema errou feio! Uma das tendências mais vips da moda neste começo de século é exatamente o
resgate do passado. Hoje o mundo fashion aprecia peças antigas de qualidade que dão o tom contemporâneo.
É o movimento chamado Vintage, palavra que alguns atribuem a origem ao inglês, outros ao francês, e que foi
primeiramente usada no século 18 para designar “ o ano de um vinho de boa safra”.
Para ser uma legítima peça Vintage, ela precisa ter sido feita entre os anos 1920 e começo dos anos 90,
ter estilo próprio ou a marca de um estilista famoso, acabamento impecável e estar em perfeito estado, ou seja, ser
de uma “boa safra”. É a valorização do passado através de peças de qualidade que se diferem do efeito temporal
de uma estação e da tendência casual.
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Muitas pessoas confundem o estilo Retrô com o Vintage, mas
são segmentos totalmente diferentes. O primeiro é a releitura da moda
de outras épocas, mas confeccionado no presente, ou seja, uma peça
nova com cara de velha, enquanto o segundo são os originais antigos,
porém tão bem preservados que têm cara de novo.
Garimpar um Vintage em bons brechós é uma arte sendo indispensável ficar atento
a grife e conservação. É possível achar modelos exclusivos de estilistas internacionais e
outros itens raros que são verdadeiras jóias. Um grande
charme! Por exemplo, se você se deparar com uma
calça Levi’s com a letra “e” em maiúsculo (LEvi’s),
não tenha dúvida em comprar: é uma peça
Vintage, anterior a 1971, ano que passou a
ser escrita como encontramos atualmente.
Pois é, essa vontade em ter algo para a vida inteira expõe mais que uma atitude modista, mostra um jeito
de ser, uma maneira de preservar o que é bom, e contestar uma época em quase tudo é passageiro e temporário.
Lembrando que a moda nada mais é que o reflexo de sentimentos do ser humano, ou seja, na era da tecnologia em
que smartphones, computadores, aparelhos de TV têm tempo
ínfimo de uso, o mundo fashion vai ao baú recuperar a his-
tória e desfilar memórias de épocas que não devem ser
esquecidas. Portanto, guarde bem roupas, acessórios
e sapatos de qualidade adquiridos agora, porque
logo eles poderão ser raridades e compor um
look Vintage. Um brinde às boas safras e suces-
so nas próximas colheitas!
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Biodança:
um encontro com o
prazer de viver
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bem estar
A prática possibilita o autoconhecimento e a
consciência de fazer parte da teia cósmica
D Depressão, falta de referências de vida, dificuldade com a afeição. Essas eram as características de um
grupo de doentes em um hospital psiquiátrico em Santiago do Chile que se tornou objeto de pesquisa do an-
tropólogo e psicólogo chileno Rolando Toro Araneda, em meados dos anos 1960. A proposta de desenvolver
um trabalho a partir da dança e da música para a conscientização do ser e de sua relação com o mundo tornou-
-se eficaz e rápida. O método da Biodança propagou-se por todo o planeta e Araneda passou a ser conhecido
como “o mestre da afeição”. O sistema trata basicamente de enfatizar o potencial saudável de cada pessoa,
fazendo com que os pontos positivos sobreponham-se aos negativos na busca pelo bem-estar do indivíduo.
“ Esta é uma abordagem que acontece em grupo e enfatiza a importância do ser humano estar bem
consigo mesmo, com seu semelhante e com o universo que o rodeia. Assumir o comando de sua própria
vida, abandonando comportamentos viciosos, contribui para uma significativa melhoria da saúde, já que as
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enfermidades são, em sua maioria, resultantes
do estilo enfermo de viver. E estar saudável
implica em viver bem com seus semelhantes
e com a natureza”, explica a facilitadora dida-
ta em Biodança pela International Biocentric
Foundation, Hilda Nascimento.
• A linha da vitalidade, como o próprio nome diz, é a consciência de estar vivo, desenvolven-
do a capacidade de se expressar sem restrições. É o prazer da própria vida e a dos outros.
• A linha da sexualidade é tudo aquilo que dá prazer, ultrapassando simplesmente o ato se-
xual. Na Biodança, o ser humano é considerado mais do que erótico: ele é um ser erógeno.
• A criatividade propõe pequenos atos diferentes dos habituais, mudanças simples que
instalem novas possibilidades de ser feliz.
• A afetividade é vista como o potencial que reconecta o indivíduo com o amor universal e
o sentimento de pertencer a uma comunidade e ao mundo.
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utilizada no cérebro, segundo o médico e facilitador didata Werner Robert Schmidek. “ Nosso cérebro é dividido
em duas partes e, em geral, nossa cultura oferece mais estímulos ao hemisfério esquerdo, responsável pelo
verbal, racional, analítico, deixando de lado todo um conjunto de qualidades melhor percebidas pelo hemisfério
direito, que envolve todas as artes. Isso criou uma sociedade potencialmente forte, mas triste”, diz Schmidek,
responsável pelo Projeto de Biodança Religar, em Ribeirão Preto,
Integrante de um grupo de Biodança por quatro anos, a médica e psicodramatista Ani Cintra afirma
que esta atividade pode ser considerada uma terapia ao trabalhar o corpo, a mente e consequentemente as
emoções. “Através de músicas especiais escolhidas de acordo com os objetivos e movimentos corporais, o
método estimula os nossos sentimentos e passamos a nos perceber, a tomar consciência de quem somos e
como estamos olhando para dentro de nós mesmos. Assim vamos quebrando aquelas cristalizações que nos
prendem e nos amarram em determinados comportamentos que hoje não nos fazem bem. Fiz Biodança numa
fase difícil de minha vida e posso dizer que me ajudou muito na interação com os outros e a estar mais satisfeita
comigo mesma”, relata.
Deficientes Visuais
A Biodança também pode ajudar a integração de deficientes visuais. Em Ribeirão Preto, dois grupos são coor-
denados por Werner Robert Schmidek e reúnem cerca de 35 pessoas. Nas aulas, o contato visual é substituído pelo
toque. As inscrições podem ser feitas através da ADEVIRP, Associação dos Deficientes Visuais de Ribeirão Preto e
Região, através do site www.adevirp.com.br, e-mail adevirp@adevirp.com.br, telefone 3916-4655, ou pessoalmente
na sede que fica na Avenida Leais Paulistas, 706 – Jardim Paulista. As aulas são gratuitas.
As pessoas interessadas em fazer Biodança devem buscar profissionais qualificados para desen-
volver esta prática. A formação de um facilitador de Biodança dá-se no período de três anos. Desejando
tornar-se didacta, o professor deve cumprir mais dois anos de estudos. A formação é certificada pela
International Biocentric Foundation.
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para lavar
a alma
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viagem
T Taiti (em francês Tahiti) é a maior ilha do Arquipélago Sociedade, na Polinésia Francesa. Cenário de várias obras
do pintor Paul Gauguin, teve o exotismo da sua beleza natural e a sensualidade das nativas registrados nas cores fortes
do artista francês. A capital é Papeete onde mora mais da metade da população. A vida noturna na cidade é agitada
com bares, restaurantes, cafés, discotecas e boates. As massas continentais mais próximas são a Austrália, que fica a
5,2 mil quilômetros a oeste, e o Chile, a 6 mil quilômetros a leste. Seu território é dividido em duas porções circulares
ligadas pelo istmo de Taravao. Em seu interior encontram-se montanhas vulcânicas com picos que superam 1.200
metros acima do nível do mar.
É de Papeete, porta de entrada de outros países para a Polinésia Francesa, que você poderá se deliciar em
outras ilhas paradisíacas, como Moorea, Tahaa, e Bora Bora, conhecida pelos seus bangalôs construídos sobre o mar.
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A consultora de turismo Eliana Toquett afirma que o passeio é imperdível para quem ama natureza, principalmente a
fauna marinha, além da ilha ter hotéis paradisíacos. “A hotelaria é deslumbrante e perfeita agindo em sintonia com o
mundo ao redor. A hospitalidade do povo é ímpar. As ilhas são fantásticas, além de proporcionar lindas lembranças
com as famosas pérolas negras, onde há dezenas de fazendas deste cultivo. Não existe nada parecido no planeta, a
cor do mar, as ilhas, uma brisa constante e refrescante convidam a festejar a vida e as pessoas”, garante.
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Bora Bora
Sem dúvida é a mais famosa dentre todas as Ilhas da Polinésia
Francesa. O maior atrativo é o colorido das águas que brilham em tons
de azul, verde e violeta. As praias são de areias brancas com coqueiros
e palmeiras. É a ilha favorita dos casais em lua de mel e aniversários de
bodas. Localizada a 230 km de Papeete, é considerada a mais bela ilha
do Pacífico, também conhecida como a “pérola da Polinésia”. De origem
vulcânica, Bora Bora é cercada por uma lagoa de águas cristalinas e
salpicada por um cordão de ilhotas chamadas de “motus” (ilhotas forma-
das por corais), que compõem uma barreira natural. Os hotéis mantêm
equipamentos para mergulho, windsurf, vela, caiaque e esqui aquático. A
maioria deles oferece, à noite, shows típicos polinésios. Um dos passeios
mais realizados pelos turistas é de barco e consiste em alimentar arraias
e tubarões, e depois fazer piquenique em um motu.
Moorea
É a ilha mais próxima de Papeete, a aproximadamente 17 km,
famosa pelos corais multicoloridos e a riqueza de sua fauna marinha.
As montanhas de origem vulcânica e as baías de Cook e Opunohu com-
pletam a paisagem. A maior parte da estrutura turística está localizada
ao norte da ilha como o Templo e as Praias de Papetoai e de Pihaena,
onde são realizados shows típicos polinésios e os famosos casamentos
taitianos. Pode-se, ainda, brincar com os golfinhos nos hotéis da lha.
Taha’a
É considerada, pelos nativos, uma ilha sagrada conhecida como
“Taha’a do mar longínquo”. A ilha exala o perfume da baunilha, cujo
cultivo constitui hoje uma parte importante da atividade econômica.
Dessa ilha é possível ver Bora Bora.
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Casamento dos sonhos
Os turistas podem se casar com rituais típicos do local. A noiva veste trajes de uma princesa polinésia
(flores na cabeça e um pareô branco) e o noivo tem o seu corpo tatuado e usa vestes de um chefe taitiano. Ele
chega ao local da cerimônia de pironga, uma embarcação típica da região e, na praia, a noiva é acompanhada
por um cortejo de damas de honra. Depois da benção do sacerdote, o casal é coberto de flores e, no final,
fazem um brinde de champagne em uma casca de coco.
Dicas Úteis
• Idiomas: Oficiais são o francês e o maohi (taitiano). Na indústria turística fala-se inglês e é possível encontrar
guias que dominem o espanhol e o japonês.
• Como chegar: Dois voos semanais a partir de Santiago do Chile (quartas e domingos, voltando segundas
e quintas). O voo demora cerca 11 horas. Papeete também é o ponto de conexão de voos para Japão,
Austrália e Nova Zelândia.
• Permanência no país: Não é necessário visto para estadias até três meses.
• Licença de motorista: São válidas as do país de origem desde que tenham pelo menos um ano desde a
emissão. Idade mínima: 21 anos.
• Gastronomia: O prato típico é atum fresco marinado no leite de coco. Na festa tradicional Tamaara é servido
um banquete de carnes e verduras cozidas em um forno enterrado na areia. Peixes típicos da região são
o mahi mahi, peixe papagaio, atum, bonito e peixe espada. É muito comum encontrar uma parrilhada de
peixes em uma ilhota desabitada.
• Calçados: Leve um par de sandálias de borracha para andar na praia, mesmo se estiver indo apenas dar
um mergulho – os corais podem machucar.
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Nascer
de novo
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incentivo social
Doação de órgãos cresce no
Brasil, mas ainda é insuficiente
para atender a alta demanda
V Há 12 anos, um ato de amor salvou a vida de Iria Marta Ramos Queiroz. Na fila para um transplante de
rim, a compatibilidade era o grande obstáculo. Mas como os anjos agem de formas diversas, em exames foi
descoberto que o próprio irmão poderia ser o doador. O médico pediatra Paulo Marcos Ramos não pensou
duas vezes em submeter-se à cirurgia. “ Foi constatado que temos o mesmo tipo sanguíneo, peso e tamanho
de órgãos semelhantes, além da compatibilidade genética, ou seja, começamos a brincar que somos irmãos
gêmeos nascidos em dias diferentes”, diz Ramos.
O mesmo final feliz de Iria e Paulo é o desejo de milhares de pessoas que esperam a possibilidade de
transplante. Apesar do Brasil ser referência mundial e do aumento de 25% de doação de órgãos desde 2003,
ainda são vários aqueles que aguardam o órgão que lhes salve a vida. Segundo o Coordenador da Organização
de Procura de Órgãos e Tecidos para Transplante de Ribeirão Preto e Região, o médico Jeova Nina, no ano
passado, só no estado de São Paulo, existiam 10.500 pacientes na fila por um rim, mas só 1.620 conseguiram
realizar o transplante. Em âmbito nacional, mais de 90 mil pacientes fazem tratamento de hemodiálise, sendo
que 1/3 espera por um possível transplante.
A situação não é diferente em Ribeirão Preto. O Hospital das Clínicas possui estrutura física e profissio-
nal para realizar, por exemplo, dois transplantes de fígado por semana, mas os números estão bem abaixo.
O responsável pelo Instituto dos Transplantados do Interior de São Paulo, Zeus Meira, que teve na família a
experiência da esposa receber um fígado, lamenta não haver doadores suficientes para atender a alta deman-
da e afirma a mudança positiva na vida de um transplantado. “A rotina de quem recebe um órgão muda para
melhor, principalmente a qualidade de vida. Normalmente, a pessoa se aproxima de Deus. Hoje, minha esposa
tem uma vida normal, ela trabalha, se alimenta bem, viaja, dirige”.
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O Instituto dos Transplantados do Interior de São Paulo foi criado em outubro de 2007 por Zeus Meira
após o transplante de fígado da esposa. A organização levanta a bandeira da doação de órgãos, divulgando
isso das mais diversas formas: adesivando veículos, colocando faixas e banners em eventos esportivos e locais
de grande fluxo de pessoas. Além disso, o Instituto também dá suporte àqueles que já realizaram a cirurgia e
receberam um novo órgão. “Quando se recebe a ligação do HC dizendo que há um órgão à sua disposição,
é difícil explicar o que se passa em uma fração de segundo pela sua cabeça. Não sabe se chora, ri, ajoelha e
agradece a Deus, reza pela família que autorizou a doação. Enfim, é uma sensação de milagre!”.
A mesma sensação é compartilhada pelo Dr. Jeova Nina. “A satisfação é grande para quem atende. Qualquer ci-
rurgião fica sempre na expectativa de um bom resultado, e quando ele ocorre cria-se uma situação muito gratificante”.
Fila Única:
Quando detectada a necessidade de um transplante, o médico é que deve encaminhar o doente para a lista
de espera. A urgência e a compatibilidade com o órgão doado são o que definem sua posição na Fila Única.
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A doação de órgãos no Brasil foi regulamentada em 1997 e define que:
• Doação de órgãos de doador vivo, familiar até 4º grau de parentesco, mais frequentemente de rim,
pois é um órgão duplo e não traz prejuízo para o doador.
• Doação de órgãos ou tecidos de doador falecido, que é determinada pela vontade dos familiares até
2º grau de parentesco, mediante um termo de autorização da doação.
Doador na rede
Desde o final de julho, os usuários brasileiros do Facebook podem se declarar
doadores de órgão na rede social. A opção já existia nos EUA e na Grã-Bretanha desde
maio. Com a divulgação dessa informação na web, o Ministro da Saúde Alexandre Padilha
acredita que o número de doadores pode aumentar, assim como ocorreu nos EUA, em
que a quantidade de doadores cresceu em 40% após a criação da ferramenta virtual.
Para se declarar doador de órgão na rede social, vá até seu perfil, na parte superior,
e clique em “Evento Cotidiano” > “Saúde e Bem-Estar” > “Doador de Órgãos”. Você
ainda pode escrever algum comentário e escolher quais usuários poderão visualizar essa
informação. DOE ORGÃOS SALVE VIDAS.....AVISE SEUS FAMILIARES
Serviço:
Instituto dos Transplantados do Interior de São Paulo
Contato: Zeus Meira
e-mail: zeusmeira@yahoo.com.br
Telefones: (16) 3013-3551 / (16) 8824-0181
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da liberdade
os tambores
cultura
Fotos: Rita Barreto
As origens, o significado, a função
social do Olodum em seus 33 anos
de Samba Reggae e Cidadania
O Olodum é uma palavra de origem Yorubana, idioma falado pelos Yorubás vindos da Nigéria e do Benin
para a Bahia em séculos passados. O termo completo é Olodumaré, o Deus criador, o Senhor do universo.
Fundado em 25 de abril de 1979, durante o período carnavalesco como opção de lazer aos moradores do
Maciel-Pelourinho, o grupo garantia a eles o direito de brincarem o carnaval em um bloco de forma organizada,
já que o bairro era marginalizado e discriminado pela sociedade baiana,
Poucos sabem, mas o Olodum é uma associação sem fins lucrativos e que, além do desfile no carnaval
baiano, promove festivais de música, eventos culturais, seminários, palestras, publica livros, jornais, e ainda
mantém um amplo programa de educação através de uma escola própria, sempre com o foco de desenvolver
e divulgar a diversidade da cultura negra por todo o mundo.
Essas atividades visam valorizar e fortalecer a cultura de matriz africana, aprimorar o processo de formação
cultural dos afro-baianos através de ações educativas e culturais que melhorem a qualidade das manifestações
da cultura negra e contribuir para o desenvolvimento profissional de novos agentes culturais.
Segundo o presidente do Olodum, João Jorge Santos Rodrigues, o trabalho já colaborou na criação de novos
espaços culturais e na geração de renda através de empregos diretos e indiretos no Centro Histórico de Salvador.
“Nosso papel é desenvolver ações de combate à discriminação racial, estimular a autoestima e o orgulho dos
afro-brasileiros, defender e lutar para assegurar os direitos civis e humanos das pessoas marginalizadas na Bahia e
no Brasil através de políticas públicas de ações afirmativas como as de acesso às universidades”, explica Rodrigues.
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A ação cultural do Olodum contribuiu decisivamente para a revitalização do Centro Histórico de Salvador
não só como um lugar de visitação turística, mas também como local em que a educação revitaliza esperanças,
como é o caso do projeto educacional da Escola Olodum que atende cerca de 360 crianças e adolescentes e
aprimora seus conhecimentos em percussão, música, dança afro, informática e cidadania afro-brasileira.
O ator Lázaro Ramos, um dos mais premiados da sua geração, começou a carreira no Olodum. Ele revela
que foi o Bando de Teatro do Olodum que lhe deu consciência social e lhe ensinou a lidar com as situações de
racismo. “A gente precisa ser treinado para lidar com o preconceito e estar com a autoestima lá em cima para
enfrentá-lo”, comenta. A entrada do ator no grupo foi através de amigos de escola. “Um dia fui com eles assistir
a uma peça e adorei! Ficamos sabendo que o Bando buscava novos atores e, no dia seguinte, voltei com cinco
amigos para fazer o teste. Fui o único aprovado. Como tinha só 15 anos, acabei transferido para outro grupo
porque o Bando só aceitava adultos. Mas tanto insisti que acabei aceito pela turma mais velha. Me apaixonei
pelo trabalho e descobri a importância histórica do grupo e dos assuntos que tratavam nos espetáculos. Por
ter entrado tão cedo na minha vida, o Bando colaborou muito com minha formação e me deu a oportunidade
de aprender a profissão pela qual me apaixonei. Foi uma coisa muito legal, até porque eu era tímido e perdi a
timidez no palco”, explica o ator.
O bloco Olodum agita o público com o seu Samba Reggae alegre e de conteúdo de militância do Movimento
Negro. Em conjunto com outros blocos afros, tem somado esforços no sentido de estabelecer uma melhor comu-
nicação com as pessoas interessadas na luta contra o racismo. Neste intuito ajudou a criar o programa de rádio
FM Tambores da Liberdade, inspirado em um programa de rádio que o grupo teve nas décadas de 1980 e 1990.
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Astros internacionais já se renderam ao Olodum
Em 1987, a Banda Olodum estreou no mercado musical com o álbum “Egito Madagascar”, consagrado pelo
sucesso da musica “Faraó”. O trabalho fascinou personalidades da música mundial. Paul Simon foi o primeiro a
chamar o Olodum, incluindo o grupo no clipe
“The Obvious Child”, de 1990. Depois foi a vez de
Michael Jackson, Jimmy Cliff e Ziggy Marley iden-
tificarem-se com a Banda. Entre os artistas nacio-
nais, já tocaram com o Olodum: Gal Costa, Sandra
de Sá, Roberto Ribeiro, Luiz Melodia, Gilberto
Gil, Margareth Menezes, Caetano Veloso, Zezé
Motta, Beth Carvalho, Rapin Hood, Leci Brandão,
Simone, Milton Nascimento, Ney Matogrosso,
Leci Brandão, Paralamas do Sucesso, Orquestra
Sinfônica Brasileira, Daniela Mercury, Cidade Negra,
Ivete Sangalo, Chiclete com Banana, Afro reggae,
Armandinho, Gabriel o Pensador, Charlie Brown Jr.,
Claudia Leite, Seu Jorge, entre outros.
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O ator Luís Lázaro Sacramento Ramos, mais
conhecido como Lázaro Ramos, nasceu no dia 01
de novembro de 1978 na Bahia. Revelado como
Lazaro ramos
artista no Bando de Teatro Olodum (que integra
o Teatro Vila Velha), na cidade de Salvador, par-
ticipou de mais de 14 espetáculos, incluindo o
sucesso de público e crítica a peça “A máquina”, de
João Falcão, que estourou no eixo Rio-São Paulo
e o levou a trocar Salvador pelo Rio de Janeiro.
Participou também da peça “Mamãe não pode
saber”, novamente sob direção de João Falcão.
Em 2000, juntamente com os também baianos
Vladimir Brichta e Wagner Moura, foi para a cidade
de Recife, estado de Pernambuco, integrar o elenco de “A máquina”. Em Madame Satã, seu primeiro
protagonista no cinema, Lázaro representou a personalidade homossexual do bairro carioca da Lapa.
É um dos mais premiados atores brasileiros de sua geração e repetidamente elogiado pela crítica.
“Madame Satã” foi seu primeiro filme como protagonista, mas, antes da estreia desse filme,
Lázaro já havia rodado “O homem que copiava”, em que também fazia o papel principal, o tímido
desenhista e operador de xerox André. Depois disso participou também do filme “Carandiru”. Sua
estreia na televisão ocorreu em 2002 com a minissérie “Pastores da Noite”, exibida pela Rede Globo,
baseada na obra de Jorge Amado. Em 2003 conquistou o público no seriado global “Sexo Frágil”.
Em 2005, fez a série “Carandiru - Outras Histórias”, da Globo. Em 2006 atuou na novela das 7, “Co-
bras e Lagartos”. Depois fez a novela das 8 “Duas Caras, em 2007, e “Insensato Coração”, em 2011.
Em julho de 2009 Lázaro Ramos foi nomeado embaixador do UNICEF. Ele também foi considerado
pela Revista Época um dos 100 brasileiros mais influentes do ano de 2009.
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poesia visual de
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RIBEIRÃO PRETO
lazer
Fotos: Rubens Guerra
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V Ver o mundo através das nuances da luz, aproveitar o melhor ân-
gulo, eternizar um momento pelo olhar singular e flagrar emoções são
habilidades só mesmo de um amante da fotografia com sua máquina
do tempo.
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borboleta:
transformação,
beleza e liberdade
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ecologia
T Tema de poesia, artes plásticas, dança e música, a borboleta é vista, às vezes, apenas como bela e delica-
da. “Eu sou uma borboleta pequenina e feiticeira, ando no meio das flores procurando quem me queira”, canta
Marisa Monte. Só que o pequeno bicho de asas desenhadas não é nada frágil quando símbolo da liberdade.
O cantor e compositor Raul Seixas usa metaforicamente a borboleta na música Metamorfose Ambulante para
reivindicar a necessidade de mudança do ser humano frente aos preceitos estipulados pela sociedade. “ Prefiro
ser essa metamorfose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo”, poetiza Seixas.
Símbolo de fortaleza ou de suavidade, esse inseto carrega um ciclo de vida mágico e perfeito. As borbo-
letas pertencem à ordem Lepidóptera e têm dois pares de asas membranosas cobertas de escamas responsá-
veis pelas cores e desenhos. Essa variedade de cor, forma e textura atrai milhares de colecionadores. A guia
turística Relindes Fonseca é uma apaixonada por borboletas, e o curioso é que esse amor surgiu através das
abelhas. “Meu hobby sempre foi apicultura, mas atrair abelhas para o jardim inevitavelmente atraia também as
borboletas. Comecei então a pesquisar o assunto e aprender o manejo o que resultou no jardim de borboletas,
uma paixão e responsabilidade com o meio ambiente”, conta.
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O processo de metamorfose constitui-se de quatro fases: ovo, lagarta, crisálida e borboleta. O ovo é
colocado em uma planta que, conforme a umidade e temperatura, eclode entre quatro e seis dias. A partir
daí, a lagartinha começa a se alimentar vorazmente da planta, crescendo muito rápido e começa a ter várias
mudanças de pele. Transforma-se em crisálida e durante essa fase, no casulo, há a grande transformação até
sair voando como uma linda borboleta. Relindes confessa que estudar o ciclo das borboletas lhe ajudou a dar
maior valor à vida. “É muito interessante criar borboletas e acompanhar seu desenvolvimento. Cada uma tem
seu tempo e vê-las romper a crisálida, desenrolar suas asas e esperar até que fiquem prontas para voar é uma
lição de vida e respeito às leis da natureza. Aprendi muito com elas, principalmente a entender que tudo tem
o seu tempo”, reflete.
As borboletas possuem línguas longas, chamadas de espirotromba, que lhes permitem sugar o néctar
do interior da flor. Elas são importantes na fertilização de flores, transportando grãos de pólen de uma flor para
outra. “É maravilhoso ter um jardim de borboletas, elas alegram a paisagem, atraem pássaros e poder vê-las
voar por esse jardim é uma recompensa e tanto”, afirma Relindes.
CURIOSIDADE
A psicanálise moderna vê a borboleta como símbolo do renascimento. Mas ela tem representações
diferentes em culturas diversas como, por exemplo, no Japão que simboliza a paz conjugal, no Vietnã, a lon-
gevidade, foi vista como a alma pelos astecas e gregos em tempos longínquos, e ainda hoje é o emblema de
espírito para alguns povos do Oriente Médio e da África.
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SUGESTÃO TURÍSTICA
Campos do Jordão possui um lindo borboletário chamado Flores que Voam, localizado em uma fazenda
de preservação ambiental, em uma área de 10.000 m2.
Além de caminhar em um lindo jardim de 500 m2, em meio às borboletas, os visitantes contam com um
grande deck de observação e a possibilidade de ver a “Casa de Criação”, através de um vidro.
O local fica aberto de quarta-feira a domingo e também nos feriados, das 10h às 15h.
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Angústia
Ela(h!) ficou muito espantaaaaada
Porque na separação-decepção
Ele não quis levar NADA...
Nem ROUPAS...nem aquela soberana
E temperamental camisa de seda italiana.
Nem LIVROS... o Quixote, um dicionário de latim,
Bachelard, Barthes, Serres, Sponville, Bakhtin...
Nem DISCOS…Ataulfo, Hermeto, Sivuca, Cartola, Jobim,
Surpreendentemente, não estava mais a fim.
Bethânia, na poesia-prosa de Guimarães Rosa.
A música rara de Louis, Frank, Ella, Billie, Sara...
Em andamento religio-sonolento
O canto gregoriano... ano... ano
Dos monges do Mosteiro de São Bento...
Nem TINTAS: bisnagas da Alemanha, guaches da Espanha,
Uma cerâmica de Burle paisagista,
Aquarela de Chico Silva: GALO DE CRISTA!
Nem FERRAMENTAS: martelo maneiro de pai carpinteiro.
Nem VINHOS: um PETRUS que ganhara há mais de ano
E, de ervas de claustro, aromático licor olivetano.
Nem o violão da serenata primeira
Com caliautografia de Paulinho Nogueira!
Resoluto, ele não tergiversou nem um momento
Para deixar boné que ganhara do Milton Nascimento.
Como é possível encolher-se por perdido
Em todas as coisas suadamente suas
Como se suas jamais tivessem sido!?
Atordoada, ela ficou sem entender mais nada...
Mas teve a revelação no fim da madrugada:
Quando acordou mal que sentiu alguma coisa errada,
Foi engolfada, angustiada, macerada, avassalada
Por um etéreo e implacável silêncio sem fim
De vôo paraplanado de ebúrneo querubim.
Naquela hora,
O mundo simplesmente tinha acabado lá fora...
Ela abriu a janela, muito a medo, num suspiro-afã,
Procurando as muitas aves
Que vinham acordá-la de manhã,
Festivando, agudas, graves, sempre bem suaves,
Naquele pé de romã...
Ela sentiu o coração enrijecer
Antonio Fernandes Deléo Na aguda sensação de que ia morrer...
Circunstanciando, começou a tremer e a compreender
Poema ANGÚSTIA vencedor do E foi se derreteeeeendo...a chorar...devagariiiinho:
concurso da FEIRA NACIONAL DO
LIVRO de RIBEIRÃO PRETO - SP ELE TINHA LEVADO EMBORA OS PASSARINHOS...
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saúde
CHÁS,
solução antiga
Foto: www.pontonatural.com.br
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C Conta uma lenda milenar que os chineses tomavam água quente para aquecer o corpo todas às manhãs.
Num certo dia, uma folha de Camellia sinensis caiu no bule onde estava sendo aquecida a água do imperador
Shen Nong. Ao perceber um gosto diferente, o soberano gostou e passou a pedir que a folha fosse acrescentada
sempre e, como os costumes dos imperadores eram copiados pelos súditos, o chá passou a se popularizar. A
planta nativa da China, da família Theaceae que se tornou tea em inglês, foi levada aos quatro cantos do mundo.
Além do gosto bom, a infusão de plantas começou também a ser usada como tratamento de certos males
de saúde entre diversos povos e hoje, o chamado “ remédio caseiro” , tem seus efeitos e benefícios aprovados
pela medicina tradicional. A finalidade profilática e curativa passou a ser reconhecida pela Organização Mundial
da Saúde em 1978. No Brasil, a discussão iniciou-se na década de 1980, e o Sistema Único de Saúde estabeleceu
em 2008 o Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos com mais de 500 medicamentos registrados
pela Anvisa, Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Várias prefeituras do país já promoviam o uso da cultura
popular distribuindo material informativo sobre algumas plantas. Atualmente, esses programas municipais têm
apoio deste Programa Nacional. O idealizador do Projeto Farmácias-Viva, o professor Dr. Francisco José de Abreu
Matos, afirma em artigo acadêmico a importância da “cultura da vovó” ser pesquisada cientificamente. “ É cor-
reta (essa política de saúde) por aceitar a premissa de que nunca se deve subestimar a informação sobre plantas
medicinais oriunda da sabedoria popular e somente repassá-la como verdadeira para o povo, depois de confirmar
se a atividade atribuída realmente existe e que o seu uso como medicamento é seguro”.
Algumas das plantas já utilizadas pelo Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos são: a
Casca da Aroeira para tratamento ginecológico, a Unha de Gato no combate da artrose e artrite, a Espinheira
Santa para gastrites e úlceras e o Guaco para tosses e gripes.
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Mas o emprego correto destas plantas é fundamental para a eficácia e, portanto, há o alerta do Ministério
da Saúde em se fazer o tratamento sempre com orientação médica.
Para o terapeuta holístico, Ademar Menezes Junior, o chá é um composto alimentar que serve como com-
bustível mental para o dia a dia, ajudando na digestão, no controle das emoções e como um aliado à saúde. “ O
sal não mata a fome de ninguém, mas é um complemento, assim como os chás que são estimulantes”, explica
o terapeuta. Para ele, a melhor forma de preparo não é ferver as folhas junto com a água, mas sim jogar a água
quente nas folhas e abafar alguns minutos. Já partes vegetais mais duras como raízes e caules devem ser fervidas.
A professora aposentada Nilva Mariane conhece e se vale bem dos benefícios das plantas. Vítima de um
câncer em 2009, utilizou chás para combater enjoos consequentes das sessões de quimioterapia e também como
conforto emocional. “Entrei forte nos chás para limpar o organismo, para me acalmar e dormir melhor”, relata.
A nutricionista Pâmela Monteiro dá a dica de uma infusão desintoxicante e diurética através da combina-
ção de hibisco (Hibiscus sabdoriffa), centelha (Centella asiática), e cavalinha (Equisetum arvense). “ O hibisco,
assim como o chá verde, torna o metabolismo mais rápido aumentando a queima de gordura. A centelha elimina
as toxinas e as gorduras que estão em excesso no organismo, e a cavalinha combate o inchaço provocado pelo
excesso de líquidos retidos no organismo”, explica.
Preparação:
O chá deve ser preparado em infusão, sendo 01 (uma) colher de sopa
da combinação de chás em 500 ml de água fervente. Abafe durante 05 a 10
minutos e coe. Utilize, de preferência, recipiente de vidro ou porcelana. A pre-
paração do chá deve ser realizada diariamente e o consumo não deve exceder
01 (um) litro ao dia. Não consumir o chá junto às refeições.
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Conheça os benefícios de outros chás utilizados popularmente:
CHÁ VERDE: Estudos indicam que o chá verde é rico em substâncias antioxidantes que auxiliam no combate
ao câncer, envelhecimento e na queima de gorduras.
CHÁ BRANCO: Rico em antioxidantes, ajuda a regular os níveis do colesterol e previne doenças cardiovasculares.
CHÁ PRETO: Possui grande quantidade de potássio e magnésio fortificando ossos, músculos e nervos e ainda
possui flúor.
CHÁ VERMELHO: Acelera o metabolismo, auxiliando na queima de gorduras, além de ser rico em vitamina C.
ALECRIM: Combate hipertensão, dores reumáticas, cansaço físico e mental, cólicas menstruais, falta de apetite,
afta. Pessoas com distúrbios de próstata devem evitar o consumo dessa planta.
FÁFIA:Contra sintomas de depressão, impotência sexual, cansaço, anemia, problemas circulatórios e estresse.
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Bem acompanhada
Pode-se estar junto de várias pessoas, rodeado de corpos que gesticulam, que
falam, dão risadas, reclamam, cruzam e descruzam as pernas, batem os dedos, enfim,
fazem barulho provando a existência, e mesmo assim sentir-se sozinho, entregue apenas
aos próprios pensamentos, alheio ao que dizem ser real, fechado em si mesmo, absorto
em emoções que nutrem a alma.
Responde-se ao que é perguntado, cumprimenta-se com um sorriso distante, e nin-
guém percebe o quão longe daquele cenário se está. Um quadro que parece tristonho para
aqueles que nunca desfrutaram a solidão como escolha. A opção de se entreter com as
lembranças é a conquista da liberdade, e não existe nessa alternativa nada de melancólico.
O difícil é explicar o porquê de um sorriso vir ao rosto durante uma conversa sobre política,
ou aquela intervenção inadequada na tentativa de mostrar-se atento à discussão, apesar
da cabeça estar a quilômetros de distância.
E claro, o motivo dessa alienação é quase sempre um alguém, uma pessoa que
aprisiona a atenção, causando um estado de torpor que, talvez para quem veja, pareça até
mesmo que se está doente, sem energia, e, na verdade, é somente a consciência de que
nesta entrega não se deve movimentar-se muito, pois espantaria os sonhos.
por Renata Canales
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conviver
Solidão acompanhada
Reverter o estado de solidão não é tão fácil. É preciso uma grande viagem introspec-
tiva para achar o caminho de volta. Uma viagem exaustiva, desgastante, triste, dolorosa,
incômoda que sempre procuramos evitar.
Já não se trata de ter toda uma vida pela frente, mas sim, o resto dela. E é por toda
ela que se prepara um portal onde sabemos que passaremos sozinhos, mas alguém nos
velou enriquecendo essa partida. Nada pode haver de virtual nisso, nem vacilações.
Como disse o poeta:” ...controlando a minha maluquês misturada com minha lucidez,
sentado no trono de um apartamento com a boca escancarada cheia de dentes esperando
a morte chegar...”???
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Um dia, quando o monge zen Tanzan e um
jovem monge estavam viajando, encontr-
aram uma bela jovem em apuros, pois não
conseguia atravessar o rio sozinha.
- Vou ajuda-la a atravessar o rio! Adiantou
Tanzan.
Após a travessia, a jovem agradeceu:
- Muito obrigada. Adeus.
Após o episódio da travessia do rio, os dois
monges continuaram a viagem da outra
margempor quase um dia, quando de re-
pente, o monge novato desabafou:
- Pensei que nós monges, devíamos evitar
as mulheres! Por que fez aquilo?
- Você se refere à mulher lá atrás? Perguntou
Tanzan ao jovem.
Ao que este aquiesceu com a cabeça afir-
mativamente, Tanzan arrematou:
- Eu a coloquei no chão na outra margem do rio
há muito tempo. Você ainda a está carregando?
Tanzan carregou uma pessoa através de um rio, mas em sua mente não era uma
mulher. Estava totalmente desligado e sem dúvidas. Você não diria que parece que foi o
monge mais jovem quem realmente a carregou?
É o que geralmente acontece com as pessoas em geral. Carregam os seus prob-
lemas vividos no passado, bem como as suas mágoas e frustrações. Ao invés de viverem
o presente, alimentam-se do passado.
Por acaso você guarda a água que você coou o macarrão hoje para fazer o arroz
amanhã? Isto é, você cozinha o seu arroz hoje com a água do macarrão de ontem?
Provavelmente não. Mas por que não? Naturalmente o arroz não sairia tão saboroso
quanto aquele cozido na água limpa.
Da mesma forma, toda vez que alguém usa as mágoas do passado para construir as
relações do presente, está usando a água de ontem para fazer o arroz hoje. Ele não vai ficar
saboroso, isto é, uma relação que poderia ser feliz hoje, acaba sendo afetada pelo passado.
Imagine que a vida seja um livro e que cada dia representa uma página, sendo que
o passado pertence às páginas já viradas, sendo que a página de hoje é a única que está
em branco esperando para ser escrita a cada minuto.
Procure se desprender do passado, principalmente das lembranças infelizes, perdo-
ando aqueles que teferiram e também perdoando a si mesmo, aceitando os seus enganos
por Felício Bombonato
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Baby I Need Your Loving
Não sei onde você está nem quem você é, mas por favor venha logo.
Não se conforme como as coisas são porque eu não me conformo como as coisas estão.
Sou leal, sincero, divertido, trabalhador, honesto, romântico à moda antiga. Meigo, alegre
e fiel. Sou generoso, cúmplice e parceiro. Extrovertido, bem humorado, resolvido. Sou do bem.
Amo a natureza e os animais. Detesto mentiras e tenho precisão de ser carinhoso todos os dias.
Pode chegar que a casa está arrumada, mas se você quiser mudar tudo eu vou gostar.
Tem chinelo, toalha e escova de dente à sua disposição no banheiro, alias tenho cama,
mesa e banho, é só desempacotar. E não se preocupe porque sei cozinhar, meu macarrão é
sempre “al dente”. Na geladeira tem água de coco, salada de frutas e uma garrafa de vinho.
E como vinho não se bebe solitariamente... espero você. Ah! Tem também chocolates.
Tenho botões em todas as camisas e seu lado na cama já está preservado. Se a questão
for o guarda roupa, fica uma parte para as minhas coisas e duas repartições para você.
Você vai gostar de saber que diminuí minha paixão pelo futebol nos fins de semana,
então proponho passeios, teatro, cinema e um bom DVD com pipoca no caso de dias chuvo-
sos. Férias também são obrigatórias e garanto que não esquecerei nenhuma data importante.
Trazer trabalho para casa é certo que está fora dos planos. Sem problemas você me
chamar a hora que for para trocar lâmpada ou qualquer outro conserto. Também não tenho
tanta necessidade do carro assim, ele pode ficar o tempo todo com você.
Eu queria que fosse surpresa, mas não resisto e vou lhe contar: estou aprendendo dan-
çar tango e desde já quero convidá-la para “el día que me quieras... la rosa que engalana...”
Faz tempo que aqui não entra um maço de flores, mas já encomendei ambrósias e
camélias vermelhas. Também já mandei fazer cópias das chaves e também já tratei com a
diarista que prometeu vir dia sim, dia não. Também os vizinhos já estão preparando as boas
por Magno Bucci
vindas. E também já providenciei o plano de saúde... que é para você ficar para sempre!
Acredite, minha paixão será definitiva e no dia-a-dia não viveremos a mesmice, nem a rotina to-
mara conta de nossas vidas. Não quero repetir-me com você, a vontade é surpreendê-la a cada instante.
Estou desacorçoado de sentar sozinho à mesa, perambular pela casa sem saber no que
me concentrar. Se tento ler, não alcanço duas folhas. Cansei de só conversar com a tv ou com a
net. E o telefone custa a tocar; quando chama é engano. Estou engordando, relaxando comigo,
executando as mesmas coisas, deixando de fazer o importante. Por favor, venha depressa.
Ainda há dentro de mim muito encantamento e quero que você seja a destinatária
de todo afeto que me resta.
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Ah, o entreabrir do pijama dela, rapazes!
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Fornecimento de concreto
Obra: Condomínio Everest
Pereira Alvim - Ribeirão Preto - SP
Serão fornecidos aproximadamente
5.500 m³ de concreto usinado.
Previsão de entrega da
empreendimento:
março de 2015.
Pereira Alvim
e Leão Engenharia.
É assim que se
concretiza uma
grande parceria.
www.leaoengenharia.com
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0800 703 3013
curiosidades de esopo
O Leão e o Rato
Um Leão dormia sossegado quando foi despertado por um Rato que passou correndo sobre seu rosto.
Com um bote ágil ele o pegou, e estava pronto para matá-lo, quando o Rato suplicou:
- Ora, se o senhor me poupasse, tenho certeza que um dia poderia retribuir sua bondade. Rindo por
achar rídícula a idéia, assim mesmo, ele resolveu libertá-lo.
Aconteceu que, pouco tempo depois, o Leão caiu numa armadilha colocada por caçadores. Preso ao
chão, amarrado por fortes cordas, sequer podia mexer-se.
O Rato, reconhecendo seu rugido, se aproximou e roeu as cordas até deixá-lo livre. Então disse:
- O senhor riu da simples idéia de que eu seria capaz, um dia, de retribuir seu favor. Mas agora sabe
que mesmo um pequeno Rato é capaz de fazer um favor a um poderoso Leão.
MORAL DA HISTÓRIA
Nenhum ato gentil é coisa vã. Não podemos julgar a importância de
um favor pela aparência do benfeitor.
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