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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIFTEC


CURSO SUPERIOR DE ENGENHARIA CIVIL

RENE AUGUSTO BENELLI

A CERTIFICAÇÃO AMBIENTAL LEED, A SUSTENTABILIDADE E O PAPEL DA


CONSTRUÇÃO CIVIL: ESTUDO DE CASO

Caxias do Sul
2016
2

RENE AUGUSTO BENELLI

A CERTIFICAÇÃO AMBIENTAL LEED, A SUSTENTABILIDADE E O PAPEL DA


CONSTRUÇÃO CIVIL: ESTUDO DE CASO

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Centro


Universitário Uniftec, como exigência para obtenção do título
de Bacharel em Engenharia Civil.

Orientador: Prof. Eng. Esp. Milton da Silva

Caxias do Sul
2016
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RENE AUGUSTO BENELLI

A CERTIFICAÇÃO AMBIENTAL LEED, A SUSTENTABILIDADE E O PAPEL DA


CONSTRUÇÃO CIVIL: ESTUDO DE CASO

Trabalho de conclusão de curso apresentado e aprovado pela


Banca Examinadora em 17 de dezembro de 2016.

BANCA EXAMINADORA

Eng. Esp. MILTON DA SILVA


Professor Orientador

MSc. LUIZ HENRIQUE DIAS CORREA


Coordenador do Curso de Engenharia Civil

Drª CARLA ELIANA TODERO RITTER


Professora

NADIME SARAIVA RISSI


Professora
4

Aos meus pais, Valdir e Nilda,


exemplos de vida e motivos
das minhas realizações e, ao
meu irmão Renan, meu ídolo.
5

AGRADECIMENTOS

A Deus, pela vida e pelas oportunidades.


À minha mãe pelo apoio incondicional em todas as minhas iniciativas, meu
suporte em todos os sentidos.
Ao meu pai, pelo apoio incondicional, companheirismo, pelas atualizações
diárias sobre política e futebol das manhãs, preparação diária dos mantimentos para
viagem e pela compreensão das cuias e conversas trocadas por livros e exercícios.
Ao meu irmão, que mesmo longe sempre me apoiou e instigou a ser sempre
melhor.
Ao meu Orientador, Professor Milton da Silva, e esposa, Professora Renata
Schuvartz, pela dedicação e acompanhamento durante o desenvolvimento do
trabalho.
A todos os professores da Uniftec pelos conhecimentos divididos que, de
alguma forma, contribuíram para o desenvolvimento do trabalho.
A todos que, direta ou indiretamente, colaboraram na realização deste
trabalho.
6

“Nós moldamos nossos edifícios, e


então nossos edifícios nos moldam.”
Winston Churchill
7

A CERTIFICAÇÃO AMBIENTAL LEED, A SUSTENTABILIDADE E O PAPEL DA


CONSTRUÇÃO CIVIL: ESTUDO DE CASO

Rene Ausguto Benelli


Autor

Milton da Silva
Prof. Eng. Esp. Orientador

Resumo: Com os altos índices de geração de resíduos da construção civil e seu


grande impacto ambiental, a discussão sobre desenvolvimento sustentável neste
segmento vem ganhando força. É necessário que o segmento adote procedimentos
que minimizem seu impacto no meio ambiente. Toda a cadeia produtiva da
construção civil deve ser considerada na análise, para que haja uma redução de
impactos ambientais consideráveis. Os sistemas de certificação ambiental de
edificações figuram como processos de padronização e qualidade de técnicas
sustentáveis no setor. É necessário que organizações avaliem e certifiquem práticas
e materiais adotados por um projeto sustentável. Neste contexto, o objetivo principal
deste trabalho é analisar a certificação ambiental Leadership in Energy and
Enviromental Design - LEED, com sua aplicação em duas obras já certificadas. O
selo de origem americana possui cada vez mais edificações adeptas no Brasil. Para
atendimento ao objetivo proposto, apresentam-se os conceitos de desenvolvimento
e construção sustentável. A seguir, caracteriza-se o processo de certificação. O
LEED é dividido em dimensões que consideram todos os aspectos da edificação,
como o terreno, água, energia, qualidade do ar interno e materiais. As dimensões
são subdivididas em créditos que avaliam aspectos específicos. Esta certificação é
baseada em um sistema de pontuação. Logo, para que o selo seja obtido é
necessário que a edificação atinja determinada pontuação. Cada crédito foi
identificado e os mecanismos adotados pelas duas obras, para atendimento,
evidenciados. A coleta de dados foi feita com análise documentos, projetos,
entrevistas com engenheiros e visita a uma das obras.

Palavras chaves: Certificação ambiental. Construção civil. Green building. Impacto


ambiental. Sustentabilidade.
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LEED ENVIRONMENTAL CERTIFICATION, SUSTAINABILITY AND THE ROLE


OF CIVIL CONSTRUCTION: CASE STUDY

Rene Ausguto Benelli


Author

Milton da Silva
Teacher. Eng. Esp. Advisor

Abstract: With the high levels of construction waste generated and its great
environmental impact, the discussion on sustainable development in this segment
has been earning strength. It is necessary for the segment to adopt procedures that
minimize it’s impact on the environment. The entire production chain of civil
construction should be considered in the analysis, so that there is a considerable
reduction. The systems of environmental certification of buildings appear as
processes of standardization and quality of sustainable techniques. Organizations
must evaluate and certify practices and materials adopted by a sustainable project. In
this context, the main objective of this work is to make a deep analysis of LEED
environmental certification, with its application in two already certified buildings. The
American’s seal has more and more adept buildings in Brazil. To meet the proposed
objective, the concepts of development and sustainable construction are presented.
The certification process is characterized below. LEED is divided into dimensions
that consider all aspects of building, such as terrain, water, energy, indoor air quality,
and materials. The dimensions are subdivided into credits that assess specific
aspects. This certification is based on a scoring system. Therefore, for the seal to be
obtained it is necessary that the edification reaches a certain score. Each credit was
identified and the mechanisms adopted by the two works, for service, evidenced. The
data collection was done with analysis documents, projects, conversations with
engineers and visit to one of the buildings.

Keywords: Environmental certification. Civil construction. Green building.


Environmental impact. Sustainability.
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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Etapas de certificação .............................................................................. 26


Figura 2 – Etapas do processo de certificação.......................................................... 29
Figura 3 – Elevação típica de pórticos da obra 1 ..................................................... 36
Figura 4 – Vista da cobertura da obra 1 ................................................................... 37
Figura 5 – Selo nível prata obtido pela obra 2 .......................................................... 38
Figura 6 – Localização da obra 2 (extraída do Google Earth) ................................... 40
Figura 7 – Local destinado ao Bicicletário, presente na obra 2. ................................ 43
Figura 8 – Proteção de talude na Obra 1 ................................................................. 46
Figura 9 – Gestão de águas pluviais ......................................................................... 49
Figura 10 – Reservatórios de água de reuso ............................................................ 53
Figura 11 – Torre de resfriamento da obra 2 ............................................................. 55
Figura 12 – Etapas de atendimento ao gerenciamento de gases refrigerantes ........ 59
Figura 13 – Lente termoformatada utilizada em obra 1 ............................................. 61
Figura 14 – Placas de vidro na fachada da obra 2 .................................................... 61
Figura 15 – Clarabóia na obra 2 ................................................................................ 62
Figura 16 – Sistema de refrigeração da obra 2 ........................................................ 64
Figura 17 – Central de triagem de resíduos da Obra 2 ............................................ 67
Figura 18 – Lanternim utilizado na Obra 1 ............................................................... 72
Figura 19 – Dutos de ventilação da Obra 2 .............................................................. 72
Figura 20 – Sistema de renovação de ar da garagem do shopping .......................... 73
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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Referências em construção sustentável no Brasil ................................... 23


Tabela 2 – Pontuação da certificação LEED ............................................................. 28
Tabela 3 – Representatividade do LEED no Brasil e no mundo................................ 31
Tabela 4 – Pontos de densidade média .................................................................... 41
Tabela 5 – Baseline de consumo de água ................................................................ 52
Tabela 6 – Pontos pela redução do uso de água ...................................................... 54
Tabela 7 – Projeto energético avançado ................................................................... 58
Tabela 8 – Pontuação por produção de energia renovável ....................................... 63
Tabela 9 – Área de reciclados ................................................................................... 66
Tabela 10 – Comparativo de pontuação entre as dimensões das obras em estudo . 78
11

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Cronograma de atividades da pesquisa ................................................. 32


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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

A21-CSPD Agenda 21 para Construção Sustentável em Países em Desenvolvimento


ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas
ABRAMAT Associação Brasileira de Materiais de Construção
ANSI American National Standards Institute
AQUA Alta Qualidade Ambiental
ASHRAE American Society of Heating, Refrigerating and Air-conditioning
ASTM American Society for Testing and Materials
BREEAM Builduing Research Enviromental Assesment Method
CIB Conselho Internacional da Construção
DOE Departament of Energy
FGV Fundação de Getúlio Vargas
GBC Green Building Council
IESNA Illuminating Engineering Society of North America
ISERN International Software Engineering Research Network
LEED Leadership in Energy and Enviroment Design
MMA Ministério do Meio Ambiente
USGBC United States Green Building Council
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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 17
1.1 OBJETIVOS DO TRABALHO.............................................................................. 18
1.1.1 Objetivo geral ................................................................................................. 18
1.1.2 Objetivos específicos..................................................................................... 18
1.2 JUSTIFICATIVA .................................................................................................. 18
1.3 PROBLEMATIZAÇÃO ......................................................................................... 20
2 REFERENCIAL TEÓRICO..................................................................................... 21
2.1 SUSTENTABILIDADE ......................................................................................... 21
2.2 SUSTENTABILIDADE NA CONSTRUÇÃO......................................................... 21
2.3 CERTIFICAÇÃO .................................................................................................. 22
2.4 CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL E GREEN BUILDING ..................................... 24
2.5 LEED ................................................................................................................... 24
2.6 TIPOLOGIA DO LEED ........................................................................................ 25
2.7 COMO OBTER A CERTIFICAÇÃO ..................................................................... 25
2.8 MÉTODO E DIMENSÕES AVALIADAS .............................................................. 26
2.9 PROCESSO DA CERTIFICAÇÃO ...................................................................... 28
2.9.1 Elegibilidade ................................................................................................... 29
2.9.2 Registro ........................................................................................................... 29
2.9.3 Interpretação dos requisitos ......................................................................... 30
2.9.4 Certificação e documentação ........................................................................ 30
2.10 REPRESENTATIVIDADE DO LEED NO BRASIL E NO MUNDO ..................... 30
3. MATERIAIS E MÉTODO....................................................................................... 32
4. DESCRIÇÃO DAS OBRAS AVALIADAS ............................................................. 36
4.1 CENTRO LOGÍSTICO DE DISTRIBUIÇÃO: OBRA 1 ........................................ 36
4.2 SHOPPING: OBRA 2 ......................................................................................... 37
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................ 39
5.1 LOCALIZAÇÃO E TRANSPORTE ...................................................................... 39
5.1.1 Crédito - Localização do LEED Neighborhood ............................................ 39
5.1.2 Crédito - Proteção de áreas Sensíveis ......................................................... 39
5.1.3 Crédito - Local de alta prioridade ................................................................. 40
5.1.4 Crédito - Densidade do Entorno e Usos diversos ....................................... 41
14

5.1.5 Crédito - Acesso a transporte de qualidade ................................................ 42


5.1.6 Crédito - Instalações para bicicletas ............................................................ 43
5.1.7 Crédito - Redução da área de Projeção do Estacionamento ...................... 44
5.1.8 Crédito - Veículos verdes .............................................................................. 44
5.2 TERRENOS SUSTENTÁVEIS ............................................................................ 45
5.2.1 Pré-requisito – Prevenção da poluição na atividade da construção ......... 45
5.2.2 Crédito - Avaliação do terreno ...................................................................... 47
5.2.3 Crédito - Desenvolvimento do terreno ......................................................... 47
5.2.4 Crédito - Espaço aberto ................................................................................. 48
5.2.5 Crédito - Gestão de águas Pluviais............................................................... 48
5.2.6 Crédito - Redução das ilhas de calor............................................................ 49
5.2.7 Crédito - Redução da poluição luminosa ..................................................... 50
5.2.8 Crédito - Projeto do Inquilino e diretrizes de construção ........................... 51
5.3 EFICIÊNCIA HÍDRICA......................................................................................... 51
5.3.1 Pré-requisito – Redução de uso de água no exterior .................................. 51
5.3.2 Pré-requisito – Redução de uso de água no interior................................... 52
5.3.3 Pré-requisito – Medição de água do edifício................................................ 53
5.3.4 Crédito - Redução do uso de água no exterior ............................................ 54
5.3.5 Crédito - Redução do uso de água no interior ............................................. 54
5.3.6 Crédito - Uso de água de torre de resfriamento .......................................... 54
5.3.7 Crédito - Medição de água ............................................................................. 55
5.4 ENERGIA E ATMOSFERA.................................................................................. 56
5.4.1 Pré-requisito – Comissionamento fundamental e verificação ................... 56
5.4.2 Pré-requisito - Desempenho mínimo de energia ......................................... 57
5.4.3 Pré-requisito - Medição de energia do edifício ............................................ 58
5.4.4 Pré-requisito - Gerenciamento fundamental de gases refrigerantes ......... 58
5.4.5 Crédito - Comissionamento avançado ......................................................... 59
5.4.6 Crédito - Otimizar desempenho energético ................................................. 60
5.4.7 Crédito - Medição de energia avançada ....................................................... 62
5.4.8 Crédito - Resposta a demanda ...................................................................... 63
5.4.9 Crédito - Produção de energia renovável ..................................................... 63
5.4.10 Crédito - Gerenciamento avançado de gases refrigerantes ..................... 64
5.4.11 Crédito - Energia Verde e Compensação de Carbono .............................. 65
5.5 MATERIAIS E RECURSOS ................................................................................ 65
15

5.5.1 Pré-requisito – Armazenamento e coleta de recicláveis ............................. 66


5.5.2 Pré-requisito – Plano de gerenciamento da construção e resíduos de
demolição................................................................................................................. 67
5.5.3 Crédito - Redução do impacto do ciclo de vida do edifício ........................ 68
5.5.4 Crédito - Divulgação e otimização de produto do edifício – Declarações
ambientais de produto ............................................................................................ 69
5.5.5 Crédito - Divulgação e otimização de produto do edifício – Origem de
matérias-primas....................................................................................................... 69
5.5.6 Crédito - Divulgação e otimização de produto do edifício – Ingredientes
dos materiais ........................................................................................................... 70
5.5.7 Crédito - Gerenciamento da construção e resíduos de demolição............ 70
5.6 QUALIDADE DO AMBIENTE INTERNO ............................................................. 71
5.6.1 Pré-requisito - Desempenho Mínimo da Qualidade do Ar Interior ............. 71
5.6.2 Pré-requisito - Qualidade no ambiente interno - Controle Ambiental da
Fumaça de Tabaco .................................................................................................. 74
5.6.3 Crédito - Estratégias avançadas de qualidade do ar interior ..................... 74
5.6.4 Crédito - Materiais de baixa emissão............................................................ 75
5.6.5 Crédito - Plano de gestão da qualidade do ar interior da construção ....... 75
5.6.6 Crédito - Luz natural....................................................................................... 76
5.6.7 Crédito - Vistas de qualidade ........................................................................ 76
5.7 INOVAÇÃO ......................................................................................................... 77
5.7.1 Crédito - Inovação .......................................................................................... 77
5.7.2 Crédito - Profissional acreditado LEED........................................................ 77
5.8 PRIORIDADE REGIONAL................................................................................... 77
5.9 CARACTERÍSTICAS DAS OBRAS ..................................................................... 78
5.10 LEED NA CADEIA PRODUTIVA DA CONSTRUÇÃO....................................... 80
CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 82
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 86
ANEXO 1 – CADEIA PRODUTIVA DA CONSTRUÇÃO CIVIL: MINERAIS
METÁLICOS ............................................................................................................. 89
ANEXO 2 – CHECK LIST: PONTUAÇÃO DA OBRA 1 .......................................... 90
ANEXO 3 – CHECK LIST: PONTUAÇÃO DA OBRA 2 .......................................... 93
ANEXO 4 – ALTERAÇÕES DE CRÉDITOS............................................................. 96
APÊNDICE A - QUESTIONÁRIO ENVIADO AO GESTOR DE OPERAÇÕES DE
16

MANUTENÇÃO DA OBRA 2 .................................................................................... 99


APÊNDICE B - QUESTIONÁRIO ENVIADO A COLABORADORA DE EMPRESA
DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL ............................................................ 100
APÊNDICE C - COMPARATIVO DE PONTUAÇÃO ENTRE OS CRÉDITOS DAS
OBRAS EM ESTUDO ............................................................................................. 101
17

INTRODUÇÃO

Ao construir, o ser humano molda o espaço físico ao seu redor e, para isso
usa de recursos finitos naturais. Desta forma, pode-se dizer que edificar é transferir
um recurso de um lugar para outro moldando à nossa vontade. Os projetos
sustentáveis fornecem uma nova perspectiva a este cenário, pois tem como objetivo
tornar o uso destes recursos mais racional e contribuir para a saúde dos ocupantes.
O Ministério do Meio Ambiente - MMA (2016), afirma que construção civil tem
papel fundamental no alcance dos objetivos globais de desenvolvimento sustentável.
Acrescenta, que o Conselho Internacional da Construção – CIB coloca a indústria da
construção civil setor de atividade humana que mais utiliza energia e consome
recursos. Além disso, estima-se que o setor seja responsável pela geração de mais
de 50% (cinquenta por cento) dos resíduos sólidos, que as atividades humanas
produzem.
Buscando reduzir estes impactos, a construção sustentável surge como
necessidade. Yudelson (2013), aponta que uma edificação sustentável avalia seu
impacto na saúde animal e ambiental sobre o cenário em que será inserida, e o
minimiza. Esta edificação diminui seu consumo de água e energia, em relação a
uma construção convencional, melhora qualidade do ambiente interno e minora o
impacto ao terreno em que está locada. Sem deixar de lado a preocupação com o
ciclo de vida dos materiais, acessórios e móveis que serão utilizados.
O termo green building, (tradução literal de construção verde) é aplicado a
edificações e espaços urbanos que buscam estas ideias durante sua construção e
operação. Como as mudanças nos ecossistemas são cada vez mais evidentes na
atualidade, a busca por este padrão sustentável nas edificações vem crescendo no
mundo inteiro.
O MMA (2016), estabelece como uma das tendências em relação a esse tipo
de construção, a certificação tanto no âmbito urbano como no da própria construção.
O objetivo do trabalho é fazer o aprofundamento, do ponto de vista técnico, do
processo de certificação de edificações sustentáveis. A partir disso, busca-se
também analisar se as práticas requeridas são aplicáveis ao sistema convencional e
se podem ser adotadas como atividades comuns das práticas de obras.
18

1.1 OBJETIVOS DO TRABALHO

A meta deste trabalho é fazer um estudo da certificação Leadership in Energy


and Enviromental Design – LEED, através da observação de duas obras
certificadas. Uma delas situada na cidade de Guarulhos, estado de São Paulo e a
outra na cidade de Caxias do Sul, no estado do Rio Grande do Sul. Ainda, o trabalho
estuda o impacto da certificação na indústria da construção civil, em etapa anterior a
execução da Obra. Esta, através de entrevista com colaborador de empresa do
setor.

1.1.1 Objetivo geral

Identificar as diferenças e os esforços para obtenção da certificação da duas


obras de segmentos distintos, que conquistaram o mesmo selo LEED em diferentes
versões de atualização do documento de avaliação.

1.1.2 Objetivos específicos

 Ilustrar a aplicação da certificação;


 Especificar o processo de certificação;
 Apresentar os requisitos e recomendações necessárias para obtenção da
pontuação;
 Avaliar os critérios utilizados para certificação LEED em duas obras;
 Expor estratégias a serem adotadas a fim de alcançar o selo ambiental.

1.2 JUSTIFICATIVA

Nos últimos anos o tema sustentabilidade vem sendo amplamente discutido


pela sociedade. Medeiros et al (2012), lembra que este debate ganhou proporções
maiores a partir da década de 1990, com a intensificação da crise ambiental. No
contexto da construção civil este tema tem grande importância, pois este setor é um
grande consumidor de recursos naturais.
Com a relevância da sustentabilidade para o setor da construção, discussões
19

acadêmicas, principalmente sobre materiais alternativos e soluções inovadoras de


engenharia, estão em crescimento. Para que todas estas discussões, tendências e
soluções sejam validadas, algum item regulador de práticas em projeto e execução
deve existir. Esta validação deve atender a requisitos e atingir resultados.
Para a construção civil, além da preocupação ambiental, é crescente o
interesse por edificações ambientalmente sustentáveis certificadas. Estas
construções devem possuir uma certificação, perante algum órgão. A constatação
da adoção de determinadas medidas e uso de materiais, auxilia no desenvolvimento
sustentável e se torna também um movimento comercial, pois diferencia as
edificações que as possui.
O MMA (2016) enfatiza que os governos municipais têm potencial de atuação
neste tipo de construção. As prefeituras podem fomentar boas práticas com a
indução da legislação urbana e códigos municipais de construção, além dos
incentivos tributários e convênios com concessionárias públicas.
Kats et al. (2014), afirmam que a construção sustentável cria mais empregos
que a construção convencional e como exemplo disso há a destinação correta de
resíduos. Os autores ainda indicam que projetos sustentáveis tem maior eficiência
energética, além de adotarem sistemas de energia renováveis na própria edificação.
Ponto que auxilia na diminuição de dependência de combustível fóssil. Além disso,
há as reduções de custos em uso da água e infraestrutura.
Apontando mais benefícios, Kats et al. (2014) alega que para que os objetivos
de redução sejam alcançados, em algumas estratégias, é necessário maior
investimento e tempo de trabalho em determinados serviços. Tendo como exemplo o
isolamento térmico e calefação, os autores garantem que investimentos em
manutenções na edificação serão reduzidos futuramente, quando adotados estes
sistemas ou estratégias. O autor sustenta que este tipo de situação requer
habilidade especializada, criando bons empregos locais e permanentes. Desta
forma, o projeto sustentável é agente de melhora ambiental e social.
Dentro deste panorama o trabalho buscou estudar a LEED como item
regulador de práticas e materiais que atendam a requisitos sustentáveis. Este estudo
se deu com base na análise de duas obras certificadas, buscando definições de
projeto, adoção de soluções e emprego de materiais que auxiliaram na conquista da
pontuação.
20

1.3 PROBLEMATIZAÇÃO

O estudo de caso é definido por Gil (2010) como uma modalidade de


pesquisa que objetiva um estudo profundo e exaustivo de um objeto, alcançando-se
assim um grande e detalhado conhecimento. Para Creswell (apud Gil, 2010, p. 118),
a transmissão da ideia de uma pesquisa mais aberta e abrangente, parte de inicia-
las com as palavras ―como‖ ou ―o que‖. Tendo esta afirmativa como base para a
formulação do problema, para o delineamento do estudo de caso foram utilizadas
duas questões chave:
O que uma edificação precisa para atender os créditos da certificação LEED?
Como dois empreendimentos de segmentos diferentes, alcançaram a certificação?
21

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 SUSTENTABILIDADE

O conceito de desenvolvimento sustentável que havia sido proposto em 1987,


no Relatório de Brundtland possui dois conceitos-chave: um que trata das
necessidades, principalmente as ligadas à sobrevivência dos pobres e precisam ser
priorizadas pelas agendas dos respectivos países. O outro, em que a tecnologia e a
organização social impõem limitações ao meio ambiente, que não suporta atender
necessidades atuais e futuras (DIAS, 2011).
Trigueiro (2012) conceituou desenvolvimento sustentável, como uma ideia-
força capaz de equilibrar progresso financeiro, justiça social e conservação da
natureza, desde a Rio-92. Dias (2011) ilustra que a Rio-92 ou Cúpula da Terra,
também conhecida como Eco-92, foi uma conferência realizada em 1992, na cidade
do Rio de Janeiro. Este evento contou com a participação de 179 (cento e setenta e
nove) países que, discutiram os problemas ambientais globais e tomaram o
desenvolvimento sustentável como meta a ser alcançada por governos e países do
mundo todo. Ainda de acordo com o autor um dos documentos resultantes desta
conferência foi a Agenda 21, que é considerado o mais abrangente e constitui um
programa internacional com parâmetros para o alcance do desenvolvimento
sustentável.

2.2 SUSTENTABILIDADE NA CONSTRUÇÃO

Pardini (2010), afirma que a construção civil está muito ligada com a
sustentabilidade, bem como todos os segmentos industriais. Relacionando-se com
impactos gerados e possibilidades de diminuição destes. A Agenda 21 para a
Construção Sustentável em Países em Desenvolvimento define a construção
sustentável como "um processo holístico que aspira a restauração e manutenção da
harmonia entre os ambientes natural e construído, e a criação de assentamentos
que afirmem a dignidade humana e encorajem a equidade econômica" (MMA, 2016).
Tello e Ribeiro (2013) apontam que a sustentabilidade tem três pilares:
ambiental, econômico e social. Onde, a construção tem papel importante na
22

promoção destes, desde a extração da matéria prima, no produto construído, na


reciclagem e no seu descarte. A cadeia produtiva dos minerais metálicos na
construção civil (ANEXO 1), demonstra esta sequencia. O autor afirma que há uma
pressão no Brasil para que a cadeia produtiva da construção atue de acordo com
princípios da sustentabilidade.
Trigueiro (2012), indica que os pilares da sustentabilidade, devem ser
considerados como aspectos básicos no setor da construção. Segundo ele, para que
sejam atendidas as demandas da sociedade atual e futura os aspectos devem ser
abordados de forma sistêmica e sinérgica, sempre levando em conta a infraestrutura
durável, eficiente e confiável e, sem deixar de lado o uso sustentável de recursos
naturais.
No país, os impactos ambientais da construção são diversos e de longo
prazo, com particularidade local e de difícil mensuração, porém são significativos, de
acordo com o guia (TELLO; RIBEIRO, 2013):
 O setor é responsável por 12% do consumo total de água;
 Produção de cimento responsável por 5% e uso de energia em edifícios
por 33% nas emissões de gases do efeito estufa;
 40% dos resíduos gerados pela sociedade são fruto da construção;
 Grandes empreendimentos geram pressão sobre ecossistemas
diferentes.
Segundo a Associação Brasileira de Materiais de Construção - ABRAMAT e a
Fundação de Getúlio Vargas - FGV (2007) os materiais empregados na construção
possuem, antes mesmo de sua utilização em Obra, sua própria cadeia produtiva
(ANEXO 01). Este conceito está ligado aos vários estágios percorridos pelas
matérias-primas, onde são transformadas e montadas. O termo cadeia produtiva
inclui todas as ações de um complexo processo de fabricação dos itens.

2.3 CERTIFICAÇÃO

No tema de construção sustentável, há duas tendências surgindo. Em uma


delas os centros de pesquisa em tecnologia alternativa apontam o retorno da
utilização de materiais e técnicas vernáculos com materiais pouco processados e
naturais como palha, pedra e bambu. Na outra, surgem às certificações da
edificação e no âmbito urbano. Porém, como muitas das certificações são
23

desenvolvidas fora do país, há de se questionar o real benefício dela para a


edificação para que um empreendimento rotulado de ―verde‖, não apenas reduza
energia incorporada e realmente fuja do convencional na aparência e no processo
construtivo (MMA, 2016).
O Tello e Ribeiro (2013), ilustram que as questões socioambientais vêm se
fortalecendo e se tornando essenciais para que empresas possam atuar em
programas federais de construção. E, que a pressão é advinda de adequação a
legislação ou necessidade de se enquadrar aos financiadores dos projetos.
Trigueiro (2010), aponta a necessidade de medir e divulgar de forma simples
as vantagens das tecnologias e as ações incorporadas ao investimento. Desta
forma, é possível obter melhores resultados e valorizar o produto, pois trata de um
novo patamar de qualidade no setor da construção.
Para que os objetivos sejam alcançados, há uma grande quantidade de
referências para que e o setor da construção civil se apoie e melhore o desempenho
dos seus processos, métodos e concepções. Há uma série de normas técnicas que
auxiliam, como a ―ABNT NBR ISO 14000 para o meio ambiente e as normas ABNT
NBR 16000, ABNT NBR ISO 26000 para a gestão da responsabilidade social‖
(TELLO; RIBEIRO, 2013, p. 26).
As certificações ambientais são importantes ferramentas para a promoção de
construções sustentáveis e, ―buscam atestar por meio de terceiros a qualidade do
ambiente construído‖ (TRIGUEIRO, 2010, p. 122). Tello e Ribeiro (2013) destacam
no setor público: a Etiqueta Procel Edifica da Eletrobrás, que atesta eficiência
energética dos edifícios e o Selo Casa Azul da Caixa que atesta a inserção de
aspectos da sustentabilidade no cenário residencial, além destes, os autores
indicam algumas referências em construção sustentável no país (Tabela 1).
No âmbito privado os selos mais conhecidos são “o LEED, do Green Building
Council Brasil; o selo Alta Qualidade Ambiental - AQUA; e o Builduing Research
Enviromental Assesment Method - BREEAM‖ (TELLO et al, 2013 p. 26).

Tabela 1 – Referências em construção sustentável no Brasil


Empresa Certificada Certificação
Eletrobras Etiqueta Procel Edifica
Caixa Selo Casa Azul
Prefeitura de Belo Horizonte Selo BH Sustentável
Green Building Council Brasil Selo LEED
24

Fundação Vanzolini Selo AQUA


Banco Santander Selo Obra Sustentável
ABNT - NBR 15575 - Norma de Desempenho
Fonte: Adaptado de TELLO; RIBEIRO, 2013.

2.4 CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL E GREEN BUILDING

Os termos green building e construção sustentável possuem definições


semelhantes e em várias instancias são tratados da mesma forma. A construção
sustentável é assim definida quando atende os princípios do desenvolvimento
sustentável no planejamento, no projeto, na execução, na desconstrução e no
descarte de resíduos, em todo o ciclo de vida da obra. (AGENDA 21 PARA
CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL EM PAÍSES EM DESENVOLVIMENTO – A21-
CSPD, 2002 apud Barros, 2012).
O green building é definido como uma edificação que busca o equilíbrio entre
fator econômico e compromisso com o meio ambiente. Sendo que a sociedade deve
englobar as iniciativas que visam construções que fazem uso de materiais da
maneira mais eficiente possível, que tenham vida útil longa e sejam confortáveis e,
que se adaptem as mudanças de necessidades dos usuários e, que permitam ao
usuário a possibilidade de desmonte ao final do ciclo de vida, para que haja aumento
da vida útil dos componentes reutilizando-os ou reciclando-os. (SILVA, 2007 apud
BARROS, 2012).

2.5 LEED

O LEED foi desenvolvido pelo United States Green Building Council —


USGBC ―tendo em vista promover edifícios que são ambientalmente responsáveis e
lucrativos, bem como lugares saudáveis para viver e trabalhar‖ (PINHEIRO, 2006,
p.164). Como definição desta certificação, entende-se como um ―sistema baseado
num programa voluntário, que pretende avaliar o desempenho ambiental de um
edifício como um todo e considerando o ciclo de vida do mesmo‖ (PINHEIRO 2006,
p.164). De acordo com Costa et al (2014) o LEED foi criado em 1993, pela USGBC,
com base na experiência da certificação inglesa BREEAM. Como um sistema e em
sua essência, é ―um conjunto de sistemas de certificação baseado em pontuação
que permite que atributos extremamente diferentes de edificações sustentáveis
25

sejam comparados e resultem em pontuação‖ (YUDELSON, 2013, p.20).


A Green Building Council Brasil – GBC Brasil indica que há uma abordagem
do edifício por inteiro, desde a concepção do projeto até a construção final, incluindo
a manutenção da edificação. Para que isso seja possível o sistema leva em
consideração ―a implantação, uso de água, eficiência energética, seleção dos
materiais, qualidade ambiental interna, estratégias inovadoras e questões de
prioridade regional” (GBC Brasil, 2016).
O USGBC é definido como uma ―organização sem fins lucrativos que
congrega representantes de diversos ramos da construção com o objetivo de
promover construções sustentáveis‖ (COSTA et al 2014, p.5). Neste panorama
define padrões de sustentabilidade em construções e planejamento urbano. Os
autores lembram que o sistema está baseado em requisitos legais americanos e os
critérios de avaliação que objetivam a construção de edifícios com alto desempenho
e sustentáveis.

2.6 TIPOLOGIA DO LEED

O certificado LEED possui as tipologias abaixo (GBC Brasil, 2016):


 LEED for New Construction and Major Renovations (Nova construção e
grandes reformas);
 LEED for Core and Shell (Áreas comuns e envoltória);
 LEED for Commercial Interiors (Interiores comerciais);
 LEED for Schools (Escolas);
 LEED for Healthcare (Hospitais e setor de saúde);
 LEED for Retail (Varejo);
 LEED for Existing Buildings: Operations and Maintenance (Edifícios
existentes: Operação e Manutenção);
 LEED for Homes (Casas);
 LEED for Neighborhood Development (Desenvolvimento de bairro).

2.7 COMO OBTER A CERTIFICAÇÃO

Para que uma edificação seja certificada, algumas etapas devem ser
26

seguidas, conforme Figura 1 (GBC BRASIL, 2016):

Figura 1 – Etapas de certificação

Fonte: GBC Brasil, 2016.

 Registro do projeto junto ao USGBC;


 Coleta de informações, sendo que todos os pré-requisitos e créditos do
LEED devem ser documentados e comprovados através de cálculos e
evidências, sendo necessário cadastro on-line dos mesmos;
 O material e a documentação devem ser enviados na fase final de
construção do projeto;
 Análise da documentação: o material passa por análise e se necessário
serão solicitadas informações adicionais;
 Certificação: com a análise concluída, o projeto recebe o nível de
certificação de acordo com a atingida.

2.8 MÉTODO E DIMENSÕES AVALIADAS

A metodologia de avaliação do LEED se baseia na obtenção de pontuação


através de critérios pré-estabelecidos, que por sua vez se apoiam em especificações
de desempenho. As referências utilizadas para a criação destes critérios são
advindas de normas e recomendações de organismos como o Departament of
Energy —DOE, a American Society of Heating, Refrigerating, and Air-Conditioning
Engineers —ASHRAE e a American Society for Testing and Materials —ASTM.
Estes organismos são norte-americanos e possuem reconhecida credibilidade. Na
sociedades americana, canadense e indiana o LEED tem apoio de fabricantes de
materiais e associações, assim, sendo amplamente disseminado (FOSSATI, 2008).
No LEED as edificações são avaliadas em sete dimensões que por sua vez
apresentam pré-requisitos, ou seja, práticas obrigatórias ou estratégias de edifício
27

verde, que devem fazer parte do projeto. Os créditos constituem práticas e


mecanismos que a edificação opta por adotar para o ganho de pontuação (GBC
BRASIL, 2016).
 Espaço Sustentável: estimular técnicas que diminuam os impactos da
implantação da edificação no ecossistema, englobando questões de
centros urbanos como a redução de uso de automóveis e ilhas de calor;
 Eficiência do uso da água: motiva as novas tecnologias no uso racional da
água, focando na redução do uso e reaproveitamento no
empreendimento;
 Energia e atmosfera: impulsionar a eficiência energética na edificação;
 Materiais e recursos: fomentar o uso de materiais regionais, reciclados e
que causem baixo impacto ambiental. Além haver baixa geração de
resíduos e descarte consciente;
 Qualidade ambiental interna: criação de qualidade ambiental interna na
edificação. Para este item o foco está em materiais com baixa emissão de
composto orgânico volátil - COV, que podem ser tóxicos (aditivos de
pintura), além do conforto térmico e espaços com ampla vista para a área
externa da edificação;
 Inovação e processos: este item pretende incrementar a busca por
conhecimento acerca de green buildings e medidas de projeto que ainda
não constam nas categorias do LEED;
 Créditos de prioridade regional: a última dimensão pretende incentivar os
créditos, de preferência regional, de cada país. Resguardando as
diferenças ambientais, sociais e econômicas particulares de cada região.
Caso os pré-requisitos não estiverem em conformidade com o estabelecido
pela norma, a edificação não poderá ser avaliada e certificada. Há um critério
mínimo para o empreendimento ser passível de certificação, que é cumprir o mínimo
de 7 (sete) pré-requisitos (BARROS, 2012). Fossati (2008) aponta que as categorias
não tem valor diferenciado. Mas, pelas variáveis que constituem cada dimensão, seu
peso fica subentendido.
A partir do atendimento das dimensões acima citadas, há a conquista de
pontuação que pode variar de 40, escore mínimo necessário para a certificação, até
110 (cento e dez) pontos, nível platina, como a pontuação máxima. Para a obtenção
28

da certificação é necessário cumprir todos os pré-requisitos e atingir um mínimo de


créditos. A quantidade de pré-requisitos varia de acordo com a tipologia adotada
para a certificação e, cada dimensão possui os seus. Nos créditos, há um total
máximo de 110 (cento e dez) pontos, a certificação tem 100 (cem) pontos básicos,
somado a isso 6 (seis) pontos de inovação e 4 (quatro) pontos de prioridade
regional. O nível de pontuação atingido diferencia a certificação alcançada (Tabela
2) (GBC BRASIL, 2016):

Tabela 2 – Pontuação da certificação LEED


Certificado 40 a 49 pontos
Prata 50 a 59 pontos
Ouro 60 a 79 pontos
Platina 80 pontos ou mais
Fonte: GBC Brasil, 2016.

No caso de um novo empreendimento, que enquadra a edificação na tipologia


LEED for New Construction, a validade da certificação é de cinco anos. Passado
este período, deve ser solicitada outra avaliação e em uma tipologia diferente, como
o LEED for Commercial Interiors ou LEED for Existing Buildings (FOSSATI, 2008).

2.9 PROCESSO DA CERTIFICAÇÃO

O processo de certificação LEED é dividido em quatro etapas:


 Elegibilidade;
 Registro;
 Interpretação dos requisitos;
 Certificação e documentação.
O processo de certificação LEED (Figura 2) possui acompanhamento em
todas as fases da obra. Mesmo após a conclusão e início de operação podem ser
solicitadas informações acerca do empreendimento para fins de avaliação. O prazo
para obter a conclusão da certificação é de 4 (quatro) a 6 (seis) meses após o
término da obra (BARROS, 2012):
29

Figura 2 – Etapas do processo de certificação

Fonte: Adaptado de International Software Engineering Research Network - ISERN 2010 apud
BARROS, 2012.

2.9.1 Elegibilidade

Não há limite para a dimensão do projeto, a única exigência é a necessidade


de o projeto atender os pré-requisitos e antecipar um mínimo de pontos com os
créditos (SOUZA, 2007).

2.9.2 Registro

O primeiro passo é o Leed Registration, no início do projeto, para assegurar


que ainda no nível de concepção o projeto tenha potencialidade para ser certificado.
Com a ligação entre projeto e GBC, há o fornecimento por parte da organização de
acesso as informações necessárias e ferramentas de software. Então é necessário
preparar a documentação e cálculos que irão comprovar a efetividade, para
satisfazer os pré-requisitos. Estas evidências para a certificações devem constar em
fichas modelo (LEED Letter Template), fornecidas pela GBC (SOUZA, 2007).
Nesta fase é fornecido pelo GBC o LEED Reference Guide documento que
guiará a equipe de projetos, pois contém todos os pré-requisitos e créditos, com
informações detalhadas sobre eles e relativos aos cálculos necessários (SOUZA,
2007).
30

2.9.3 Interpretação dos requisitos

Em caso de dificuldade na aplicação de algum pré-requisito, há um processo


de análise registrado para o esclarecimento de dúvidas, chamados de pedidos de
interpretação dos créditos. Assim, as regras aplicadas são consistentes e estão
disponíveis a todos os projetos. Em caso de dúvida por parte da equipe de projetos,
deve-se consultar o guia de referência fornecido no momento do registro, após deve
consultar a página de pedidos de esclarecimentos anteriores (outras obras) e, em
caso da dúvida persistir, será necessário submeter um novo pedido de interpretação
dos créditos ao GBC. Porém, a cada pedido há um custo adicional (SOUZA, 2007).

2.9.4 Certificação e documentação

Para obtenção da certificação, o projeto deve atender a todos os pré-


requisitos e um mínimo de créditos. Nesta fase ocorre a avaliação da documentação
enviada com documentos e cálculos necessários para comprovação das
informações. Esta avaliação pode ser feita de duas maneiras, uma é pela internet,
pelo LEED-Online ou pelo correio. Após, haverá um período de análise onde são
verificadas as conformidades e não conformidades. Com a notificação do resultado o
projeto analisado tem 30 (trinta) dias para aceitar ou apelar a decisão do certificador.
Em caso da equipe responsável pelo empreendimento não concordar com a decisão
do órgão certificador, há um período de 30 dias para recorrer da decisão (SOUZA,
2007).

2.10 REPRESENTATIVIDADE DO LEED NO BRASIL E NO MUNDO

Yudelson (2013) afirma que as edificações sustentáveis desde o ano de 2000


têm sido um movimento muito importante e crescente para o setor de projetos. De
acordo com o GBC Brasil (2016), a representatividade dos empreendimentos e
profissionais LEED (Tabela 3) no Brasil vem crescendo nos últimos anos.
31

Tabela 3 – Representatividade do LEED no Brasil e no mundo


Descrição Quantidade
Empreendimentos
Certificados LEED®: no mundo 21763
Certificados LEED no Brasil 158
Registrados LEED no mundo: 59.663
Registrados LEED no Brasil: 857
Profissionais
Credenciados LEED® no mundo 41253
Credenciados LEED® no Brasil 396
Fonte: Adaptado de GBC BRASIL, 2016 – Dados de 2014
32

3. MATERIAIS E MÉTODO

Para Gil (2010) múltiplas técnicas de coleta de dados são necessárias para os
estudos de caso, desta forma é garantida a profundidade do estudo, há uma maior
inserção do caso em seu contexto e confere-se maior credibilidade aos resultados.
O autor também aponta que estudos de caso executados a rigor requerem a
utilização observação, entrevistas e fontes documentais. Este trabalho foi
desenvolvido através de uma sequencia de atividades distintas (Quadro 1).

Quadro 1 – Cronograma de atividades da pesquisa


Atividade Mar/Abr Mai/Jun Jul/Ago Set/Out Nov/Dez
Pesquisa bibliográfica
Coleta de dados da Obra 1
Coleta de dados da Obra 2
Visita a Obra 2
Análise
Entrevista
Fonte: Elaborado pelo Autor, 2016.

A primeira etapa, de pesquisa bibliográfica, ilustra conceitos de


sustentabilidade, construção sustentável e certificação ambiental. Com este
embasamento, o LEED é apresentado e seu processo é identificado.
Neste estudo da norma LEED, a análise da produção textual foi ampliada
para os diferentes referenciais teóricos como livros, artigos, revistas, normas e
legislações. O levantamento bibliográfico permitiu aproximar a pesquisa normativa
ao estudo de caso, permitindo estabelecer critérios de análise posterior. O primeiro
ciclo das atividades foi fundamental para a execução dos afazeres em momento
posterior: aplicação de entrevista, vista in loco a obra, relatório técnico de avaliação
LEED e check list.
Como resultado do primeiro passo do trabalho, obtiveram-se dados
descritivos que possibilitaram subcategorizar a pesquisa também como
semiestruturada em profundidade, apesar de claramente ser defina por estudo de
caso.
A segunda etapa do processo acontece pela coleta de dados das obras
adotadas para análise. A primeira obra analisada é um centro logístico de
33

distribuição e a segunda é um shopping. Ambas conquistaram o nível prata de


certificação.
A avaliação do centro logístico foi feita através da análise de documentação
(laudos de fornecedores) e projetos disponíveis, além de conversas informais (forma
indireta de obtenção de informações) com engenheiros que participaram da etapa de
elaboração dos projetos.
A avaliação do shopping foi feita através de questionário enviado a
administração de operação da edificação e visita ao local. Estas questões
(APÊNDICE A) foram enviadas, por email, para o Gerente de Manutenção e
Operações no Shopping. O questionário não foi respondido. Por isso, posteriormente
foi realizada uma visita ao local e os questionamentos feitos nas instalações do
shopping, para este mesmo gestor.
A sequência das atividades deu-se pela análise dos pontos feita a partir do
documento LEED v4 - Versão atual, de outubro/2014 para Projetos e Construção de
Edifícios (Building Design and construction)‖ que indica o sistema de classificação
dos pré-requisitos e créditos a serem obtidos na certificação. É válido ressaltar que
ambas as obras são certificadas e que desta forma utilizaram documentos de
versões anteriores. A documentação oficial, do organismo certificador, só é permitida
aos membros da entidade. E, por isso nesse trabalho não se teve acesso à
documentação oficial.
A metodologia da pesquisa se pautou em documentos do GBC Brasil, Green
Builidng Council Chile – GBC Chile e USGBC. A pesquisa busca análises individuais
e conjuntas dos documentos de análises do GBC Chile e do LEED v4, procurando
estabelecer as comparações necessárias entre estes documentos.
Buscou-se traduzir, e muitas vezes no sentido literal, durante a execução da
presente obra, pois alguns destes guias estão publicados em outros idiomas como
espanhol e inglês, compreender e expressar os resultados na forma de relatório
técnico, indicando inicialmente o objetivo de cada crédito. O apontamento da coleta
de evidência de atendimento ao item é o passo posterior da análise. Esta tem como
último processo a indicação de requisitos e estratégias para alcance de cada crédito.
Os termos utilizados na análise foram:
 Atendimento obrigatório: definição tomada para os pré-requisitos;
 Não evidenciado: sem acesso a documentação que comprove o
atendimento ou não se aplica a versão de certificação;
34

 Crédito não pontuado: houve acesso a evidências, porém não houve


pontuação no check list;
 Crédito pontuado: Acesso e evidências que comprovem o atendimento
aos requisitos e pontuação do check list.
A avaliação LEED ocorreu através do exame de todas as oito dimensões da
certificação. O check list da pontuação de cada obra (ANEXO 2, obra 1 e ANEXO 3,
obra 2) objetiva apresentar a pontuação obtida por cada obra individualmente.
Posteriormente é apresentado o comparativo entre a pontuação das duas
edificações estudadas, categorizando-as por dimensão (Tabela 10) e por crédito
(APÊNDICE C).
Para entendimento do impacto na cadeia da construção civil de uma
certificação ambiental, buscou-se através de entrevista via e-mail com profissional
da área relacionada, apontar se há alterações no fluxo padrão de uma empresa de
estruturas metálicas. Esta etapa conclui o ciclo de atividades da pesquisa.
Yin (2005), afirma que a entrevista é uma das mais importantes fontes de
informação para um estudo de caso e que constitui fonte essencial de evidências
para os mesmos.
Duarte (2004), lembra que a entrevista se torna ferramenta fundamental
quando se quer e se faz necessário o mapeamento de práticas, crenças, valores e
sistemas classificatórios. Sobre a apresentação dos dados obtidos na entrevista, as
respostas foram transformadas em texto, pois

a análise daquilo que muitas vezes é uma grande quantidade de material


reflete duas características. Em primeiro lugar, os dados são volumosos e é
necessário adotar métodos para lidar com isso de forma prática e coerente.
Em segundo, os dados devem se interpretados (GIBBS, p. 24, 2009).

Foi entrevistada uma colaboradora, de uma indústria de médio porte.


Localizada na região nordeste do Rio Grande do Sul, de fabricação de estruturas
metálicas. Ela atua no setor da qualidade da empresa e participou ativamente do
processo de busca por documentação para a certificação junto aos fornecedores. O
questionário foi enviado por e-mail (APÊNDICE B). As respostas obtidas foram
analisadas e descritas.
Finalmente, com intuito de aprofundar as análises dos resultados obtidos,
procedeu-se continuadamente a pesquisa em materiais bibliográficos e que pautem
35

a conclusão, as reflexões e investigação dos dados do estudo em questão. Por fim,


ainda, apresentam-se tendências recentes relacionadas à certificação LEED,
comparando versões antigas às atuais (ANEXO 4).
36

4. DESCRIÇÃO DAS OBRAS AVALIADAS

4.1 CENTRO LOGÍSTICO DE DISTRIBUIÇÃO: OBRA 1

Para fins deste estudo o galpão logístico será tratado como obra 1, situado na
cidade de Guarulhos/SP. Este tipo de edificação foi desenvolvida para atender
empresas de logística e varejo. Locado em um complexo logístico que conta com
outros galpões da mesma espécie que atendem a diversas especificações de
armazenagem e distribuição.
As informações da pesquisa e certificação se referem a apenas este galpão e
não ao complexo inteiro. Não se teve acesso se outras galpões deste complexo
também são certificados.
A edificação tem pilares e vigas de metálicas (Figura 3), estrutura secundária
de cobertura com treliças espaciais metálicas e telhas de cobertura (Figura 4) e
fechamento também metálicas. O galpão tem 6.075,00m² (seis mil e setenta e cinco
metros quadrados) de área construída e pé-direito livre de 12 (doze) metros.
Para esta análise foram utilizados documentos de obra, projetos
arquitetônicos e estruturais, além de conversas informais com engenheiros que
participaram do projeto. A edificação foi certificada em maio, no ano de 2016, pelo
documento LEED BD+C: Core and Shell v2009, como nível prata, conquistando 50
(cinquenta) pontos de um total máximo atingível de 110 (cento e dez) pontos
(ANEXO 2).

Figura 3 – Elevação típica de pórticos da obra 1

Fonte: Elaborado pelo Autor, 2016.


37

Figura 4 – Vista da cobertura da obra 1

Fonte: Elaborado pelo Autor, 2016.

4.2 SHOPPING: OBRA 2

A segunda obra analisada foi um shopping situado na cidade de Caxias do


Sul, inaugurado no segundo semestre, no ano de 2010. Neste estudo é tratada
como obra 2. A edificação pertence a um grupo mundial de que tem como foco a
administração e desenvolvimento de shoppings centers.
A obra tem 47.798,94 m² (quarenta e sete mil, novecentos e noventa e oito
vírgula noventa e quatro metros quadrados) de área construída, quatro âncoras, 780
(setecentos e oitenta) vagas de estacionamento e seis pavimentos. Praça de
alimentação, cinema e 115 (cento e quinze) lojas satélites estão locadas neste
empreendimento. A certificação foi confirmada em março de 2013 (dois mil e treze),
pelo documento LEED BD+C: Core and Shell v2.0, também com nível prata (Figura
5), com 28 (vinte e oito) pontos conquistados, dos 62 (sessenta e dois) pontos
possíveis (ANEXO 3). O Shopping foi o primeiro do segmento a conquistar o selo.
38

Figura 5 – Selo nível prata obtido pela obra 2

Fonte: Elaborado pelo Autor, 2016.


39

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

A seguir serão apresentados e discutidos os resultados obtidos para


avaliação das duas obras, cujos itens serão discutidos por créditos.

5.1 LOCALIZAÇÃO E TRANSPORTE

Nas versões aplicadas às obras analisadas, a dimensão de terrenos


sustentáveis englobava os créditos que hoje pertencem a duas dimensões:
―localização e transporte‖ e ―terrenos sustentáveis‖. Para melhor entendimento das
diferenças entre os créditos analisados na certificação das obras o e documento
atual analisado pelo trabalho (LEED v4), as mudanças foram listadas (ANEXO 4).
A dimensão de ―localização e transporte‖, leva em conta questões de escolha
do terreno analisando sua localização, histórico e entorno, além do estímulo aos
usuários de práticas ecológicas (GBC CHILE (E), 2014).

5.1.1 Crédito - Localização do LEED Neighborhood

Descrição: O propósito deste crédito é evitar empreendimentos em terrenos


inadequados e reduzir a distância que os usuários da edificação precisam percorrer
de duas residências até o local, para o acesso.
Avaliação das Obras:
 Obra 1: Não evidenciado;
 Obra 2: Não evidenciado.
Requisitos/Recomendações: Para obter esta pontuação, indica-se que o
projeto esteja localizado dentro do limite de um empreendimento certificado com o
selo LEED Neighborhood para desenvolvimento de bairros. Esta tipologia de
certificação engloba ruas, casa, escritórios, e áreas públicas e integra princípios de
crescimento planejado (LEED v4, 2014).

5.1.2 Crédito - Proteção de áreas Sensíveis

Descrição: A ideia é evitar obras em terrenos ambientalmente sensíveis e,


40

caso isso não seja possível, que o impacto ambiental ao local seja reduzido.
Avaliação das Obras:
 Obra 1: Crédito pontuado. A edificação está localizada em área industrial
da cidade;
 Obra 2: Crédito pontuado (Figura 6).
Requisitos/Recomendações:
 Locação do empreendimento em um terreno previamente desenvolvido e
preparado para recebê-lo;
 Terreno deve atender a alguns critérios listados pelo documento. Entre
eles, estão a não possibilidade do terreno ser de terra agrícola exclusiva
ou de importância local, não deve ser em área com perigo de enchente
(planície alagável), não pode ser habitat de espécies ameaçadas de
extinção e o terreno deve estar a, no mínimo, 30 metros de um corpo
d’água e 15 m (quinze metros) de zonas úmidas.

Figura 6 – Localização da obra 2 (extraída do Google Earth)

Fonte: Elaborado pelo autor, 2016.

5.1.3 Crédito - Local de alta prioridade

Descrição: A locação do projeto em áreas que possuam restrições no


41

desenvolvimento e que o projeto promova a saúde nos arredores da área locada.


Avaliação das Obras:
 Obra 1: Não evidenciado;
 Obra 2: Não evidenciado.
Requisitos/Recomendações:
 A primeira sugestão de atendimento sugere o ―projeto em um local com
ocupação de vazios urbanos em um bairro histórico‖ (LEED v4, p. 22,
2014);
 A segunda indica a locação do empreendimento em áreas de designação
prioritária, como comunidades de baixa renda ou nas proximidades de
áreas de revitalização;
 A terceira: o documento sugere a implantação do projeto em local onde
houve contaminação do solo e água. A remediação deve ser feita e o
empreendimento deve ser implantado neste local (LEED v4, 2014).

5.1.4 Crédito - Densidade do Entorno e Usos diversos

Descrição: Este item busca a preservação de terrenos e proteção de áreas


agrícolas e habitat de vida animal, forçando a escolhas de terrenos para os
empreendimentos em áreas de infraestrutura existente.
O crédito quer aumentar possibilidade dos usuários do edifício à locomoção a
pé, aumentando a eficiência dos transportes coletivos e diminuindo também a
distância que percorrem com automóveis. A implantação deste ponto se dá pela
escolha de terreno com densidade de entorno (Tabela 4), em um raio de 400m da
edificação (LEED v4, 2014).

Tabela 4 – Pontos de densidade média


Metros quadrados por hectare Densidade residencial Densidade não
de terreno edificável (DU/hectare) residencial (FAR)
5.050 17,5 0,5
8.035 30 0,8
DU = unidade habitacional; FAR = coeficiente de aproveitamento.
Fonte: Adaptado de LEED v4 (2014)
42

Avaliação das Obras:


 Obra 1: Não evidenciado;
 Obra 2: Crédito pontuado. Pôde-se observar (Figura 5) que a densidade
do entorno é alta e, há facilidade para acesso a pé. Na visita ao local foi
observado que existem paradas de ônibus em frente ao empreendimento,
aumentando assim a eficiência dos transportes coletivos.
Requisitos/Recomendações: Edificação deva ser locada em terrenos
desenvolvidos previamente para fim industrial ou comercial. Ainda, deve estar
próximo a recursos de transporte, sendo listadas algumas possibilidades: estar a 16
quilômetros de um centro logístico, estar a 1600 m (hum mil e seiscentos metros) de
uma rodovia ou ferrovia de carga ativa, ou que os terrenos sejam atendidos por
ramal ferroviário (LEED v4, 2014).

5.1.5 Crédito - Acesso a transporte de qualidade

Descrição: Busca-se ―incentivar empreendimentos em locais que


demonstrem ter opções de transporte multimodal ou uso reduzido de veículos
motorizados‖ (LEED v4, p. 27, 2014).
Avaliação das Obras:
 Obra 1: Crédito pontuado. O empreendimento esta localizado em um
parque logístico com 15 (quinze) galpões, e teve como premissa facilitar
operações logísticas dos futuros usuários do empreendimento, o que
dificulta a proximidade com os pontos de ônibus e o não atendimento ao
crédito;
 Obra 2: Crédito pontuado.
Requisitos/Recomendações:
 As entradas funcionais do projeto devem estar a, no máximo, 400 metros
de pontos de ônibus;
 Os pontos de ônibus devem ser servidos por duas ou mais linhas;
 Os pontos de ônibus devem estar a, no máximo, 800 m (oitocentos
metros) de estações de trens, metrô ou ponto de corredor de ônibus.
43

5.1.6 Crédito - Instalações para bicicletas

Descrição: A promoção do uso de bicicletas diminui o tráfego de automóveis,


incentiva a prática de atividade física, melhora a saúde dos usuários, além de reduzir
os impactos gerados pela poluição dos veículos.
Avaliação das Obras:
 Obra 1: Crédito pontuado. Evidência em projeto de locação de espaço
para bicicletas
 Obra 2: Crédito não pontuado. A edificação possui espaço para
bicicletário (Figura 7).

Figura 7 – Local destinado ao Bicicletário, presente na obra 2.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2016.

Requisitos/Recomendações:
Para empreendimentos comerciais ou institucionais com área de até
27.871m² (vinte e sete mil, oitocentos e setenta e um metros quadrados) as entradas
funcionais do projeto devem estar a 180 m (cento e oitenta metros) de um
bicicletário coberto e seguro — e este precisa receber pelo menos 3% (três por
cento) dos ocupantes da edificação. Deve possuir também, vestiário com chuveiro
para 0,5% (zero vírgula cinco por cento) dos ocupantes.
44

Em projetos com área superior a 27.871m² (vinte e sete mil, oitocentos e


setenta e um metros quadrados), deve-se prover bicicletário para 3% (três por cento)
do total de ocupantes, levando-se em conta a área inicial e incluir adicionar de 0,5%
(zero vírgula cinco por cento) das pessoas que ocupam o restante da edificação.
Em empreendimentos residenciais, deve ser implantado bicicletário coberto e
seguro e, precisa atender a, no mínimo, 15% (quinze por cento) dos ocupantes da
edificação (LEED v4, 2014).

5.1.7 Crédito - Redução da área de Projeção do Estacionamento

Descrição: Este crédito tem o propósito de ―minimizar os prejuízos


ambientais associados a instalações de estacionamento, incluindo dependência de
automóveis, consumo de terreno e escoamento superficial de água da chuva‖ (LEED
v4, p. 35, 2014).
Avaliação das Obras:
 Obra 1: Não evidenciado;
 Obra 2: Não evidenciado.
Requisitos/Recomendações: As vagas de estacionamento devam atender,
porém não exceder, o mínimo exigido pela lei de zoneamento local. Para locais
densos ou atendidos por transporte público, o estacionamento das ruas é excluído
do cálculo. Devem ser oferecidos estacionamentos preferencialmente para caronas
solidárias para 5% (cinco por cento) do total de vagas disponibilizadas (LEED v4,
2014).

5.1.8 Crédito - Veículos verdes

Descrição: Das vagas totais de estacionamentos, 5% (cinco por cento)


devem ser designadas a veículos verdes. Estes são automóveis que não são
movidos a combustíveis convencionais. Esta locação de vagas deve ser imposta e
apenas este tipo de automóvel pode utilizar. O intuito deste crédito é a promoção
deste tipo de automóvel.
Avaliação das Obras:
 Obra 1: Crédito pontuado. Evidenciada locação de vaga em projeto.
 Obra 2: Não evidenciado.
45

Requisitos/Recomendações: Designar vagas específicas ou reduzir 20%


(vinte por cento) na tarifa de estacionamento para este tipo de carro. Além das
vagas destinadas, é necessário que postos de abastecimento para este tipo de
automóvel sejam instalados. São sugeridas cargas para veículos elétricos ou
oferecer instalações de combustíveis alternativos líquidos ou gasosos (LEED v4,
2014).

5.2 TERRENOS SUSTENTÁVEIS

5.2.1 Pré-requisito – Prevenção da poluição na atividade da construção

Descrição: Em todas as atividades da construção, a poluição deve ser


reduzida e, ao mesmo tempo a erosão do solo, sedimentação de hidrovias e a
poeira no ar precisam ser controladas.
Avaliação das Obras:
 Obra 1: Atendimento obrigatório. Evidenciou-se a aplicação de cobertura
vegetal no talude (Figura 8);
 Obra 2: Atendimento obrigatório.
46

Figura 8 – Proteção de talude na Obra 1

Fonte: Elaborado pelo autor, 2016.

Requisitos/Recomendações: O documento define que para garantir este


crédito é necessário ―criar e programar um plano de controle de erosão e
sedimentação para todas as atividades de construção associadas ao projeto” (LEED
v4. 2014, p. 40).
Para o plano de controle de erosão e sedimentação, o GBC Chile (E) (2012)
recomenda algumas estratégias:
 A criação de uma capa vegetal sobre o terreno, utilizando uma espécie de
crescimento de curto prazo para que se proteja e estabilize o solo com
perigo de erosão;
 O plantio de gramíneas que se adaptem ao tráfego das atividades da
obra;
 Um recobrimento de capa orgânico que complementa a capa vegetal na
proteção e estabilização do solo e consiste em uma camada mais densa.
Para esta prática recomenda-se o uso de cascalho e aparas de madeira.
 Membrana geotêxtil para prevenção de perda de solo durante a
construção e a perda provocada pela ação do vento.
47

 Aplicação de componentes químicos, que são fixadores para o solo e


previnem a erosão temporária.

5.2.2 Crédito - Avaliação do terreno

Descrição: A avaliação das condições do terreno deve ser feita antes da


etapa de projeto para que se análise opções sustentáveis e para que sejam
informadas as decisões relacionadas ao projeto do terreno. A avaliação feita no
terreno deve demonstrar ligação entre o terreno e as decisões tomadas pela equipe
de projeto (LEED v4, 2014).
Avaliação das Obras:
 Obra 1: Não evidenciado;
 Obra 2: Não evidenciado.
Requisitos/Recomendações: Devem ser realizadas pesquisas devidamente
documentadas com avaliação do terreno que tenham as informações sobre:
 Topografia, com mapeamento e riscos de estabilidade de taludes;
 Hidrologia, através de estudos das áreas com perigo de enchente e áreas
com possibilidade de coleta e reuso de água;
 Clima, com estudos de ventos predominantes, possibilidades de efeito de
ilha de calor;
 Vegetação, sendo levantados os principais tipos de vegetação e espécies
ameaçadas de extinção;
 Solos;
 Uso humano, sendo levantados dados sobre a infraestrutura de transporte
e propriedades adjacentes e materiais de construção existentes com
possibilidade de reuso ou reciclagem;
 Efeitos na saúde humana, analisando a proximidade de populações
vulneráveis e a proximidade com fontes de poluição do ar. (LEED v4,
2014).

5.2.3 Crédito - Desenvolvimento do terreno

Descrição: O crédito objetiva a conservação de áreas naturais existentes e a


48

reabilitação de áreas previamente danificadas, expondo duas formas de ação ao


empreendedor (LEED v4, 2014).
Avaliação das Obras:
 Obra 1: Crédito pontuado. Edificação locada em região previamente
desenvolvida;
 Obra 2: Não evidenciado.
Requisitos/Recomendações: Em caso de obra em local não desenvolvido,
deve-se manter o estado de preservação ambiental limitando o espaço às áreas
próximas. Com a obra em local previamente desenvolvido, deve ser garantido um
mínimo de 50% (cinquenta por cento) do terreno, sem incluir área construída, ou
20% (vinte por cento) da área total do terreno, com área verde nativa ou adaptada
(LEED v4, 2014).

5.2.4 Crédito - Espaço aberto

Descrição: Criar espaços abertos que promovam a interação social, com o


ambiente e atividades físicas. O requisito para atendimento é que no mínimo 30% da
área total do terreno seja locada para este fim. Dentro desta área, o documento
também aponta que no mínimo 25% (vinte e cinco por cento) dela deve ter cobertura
vegetal (LEED v4, 2014).
Avaliação das Obras:
 Obra 1: Crédito pontuado. Área verde do terreno é de 18.688m²;
 Obra 2: Não evidenciado.
Requisitos/Recomendações: Para o projeto, as soluções que o documento
sugere são a implementação de área de pavimentação ou gramado para recreação,
jardim com diversidade de vegetação e jardins comunitários. Há também a
possibilidade de, ao atender o crédito ‖Desenvolvimento do terreno – Proteção ou
restauração do habitat‖, locar dentro deste espaço itens que possibilitem interação
social (LEED v4, 2014).

5.2.5 Crédito - Gestão de águas Pluviais

Descrição: Reduzir volume de escoamento superficial e a melhorar a


49

qualidade da água de reuso, sendo replicada a hidrologia do terreno e seu balanço


hídrico. Esta busca deve ser embasada nos dados das condições históricas, e em
ecossistemas desenvolvidos da região (LEED v4, 2014).
Avaliação das Obras:
 Obra 1: Não evidenciado;
 Obra 2: Não evidenciado.
Requisitos/Recomendações: Nas formas de atendimento do crédito
(Figura 9), exige-se que seja utilizado desenvolvimento de baixo impacto (low-impact
development - LID) e infraestrutura verde. O GBC Chile (E) (2012) indica que, pode-
se utilizar da técnica de intercalar zonas permeáveis com impermeáveis, adotar
trechos de área verde densa e uniforme, ou instalação de pavimentos impermeáveis
e adoção de obras de infiltração que funcionam como pequenas lagoas rasas
armazenando água temporariamente e filtrando-a em um curto período.

Figura 9 – Gestão de águas pluviais

Fonte: Adaptado de GBC Chile (E), 2012.

5.2.6 Crédito - Redução das ilhas de calor

Descrição: Reduzir ilhas de calor para que os impactos nos microclimas e


habitats dos seres humanos e da vida animal sejam reduzidos (LEED v4, 2014). As
ilhas de calor são mais verificadas em ambientes urbanos, pois os vários padrões de
50

refletividade dependem diretamente dos materiais empregados na construção civil.


Estes padrões influenciam em um aumento da temperatura em áreas centrais e
diminuição nos subúrbios das cidades. (BIAS et al, 2003).
Avaliação das Obras:
 Obra 1: Crédito pontuado. As telhas de cobertura do galpão têm índice de
refletância que se enquadra nos parâmetros necessários do documento.
 Obra 2: Não evidenciado.
Requisitos/Recomendações: Nas áreas sem telhado, sugere-se uso de
material vegetal existente ou a instalação de plantas que forneçam sombras para
áreas pavimentadas, estruturas cobertas por sistemas de geração de energia e
estruturas arquitetônicas que possuam valor de refletância solar baixa, além do uso
de material para pavimentação com baixa refletância e blocos vazados (LEED v4,
2014).
Para áreas com telhado de alta refletância, deve-se empregar materiais com
índices de refletância solar baixa. Há ainda a possibilidade de ser instalado telhado
com vegetação (LEED v4, 2014).
A segunda medida refere-se a criação de um estacionamento coberto. Desta
forma, pelo menos 75% (setenta e cinco por cento) do telhado do estacionamento
deve ser coberto com material de baixa refletância, telhado com vegetação, ou
coberto com sistemas de geração de energia (LEED v4, 2014).

5.2.7 Crédito - Redução da poluição luminosa

Descrição: Diminuir a iluminação do empreendimento, que tem influência na


vida dos animais e pessoas, o que aumenta o acesso ao céu noturno e que assim
seja melhorada sua a visibilidade. (LEED v4, 2014).
Avaliação das Obras:
 Obra 1: Crédito pontuado. As telhas de cobertura do galpão têm índice de
refletância que se enquadra nos parâmetros necessários do documento.
 Obra 2: Não evidenciado.
Requisitos/Recomendações: Para evitar a poluição luminosa, recomenda-se
a implementação de um plano de controle de potência lumínica nos espaços
internos, utilizando-se temporizadores automáticos, sensores de ocupação e
sistemas de programação. Sugere-se um plano de controle de transmissão de luz de
51

dentro da edificação para fora, através de persianas elétricas programas para serem
fechadas à noite e que podem transmitir apenas 5% (cinco por cento) de iluminação
(GBC CHILE (E), 2012).
Para iluminação de áreas externas, o ideal é o controle da potência da
iluminação e a prevenção de infiltração através da instalação das luminárias (GBC
CHILE (E), 2012).

5.2.8 Crédito - Projeto do Inquilino e diretrizes de construção

Descrição: A instrução dos futuros inquilinos do empreendimento acerca da


“implementação de recursos de projeto e construção sustentáveis em sua adaptação
interna de melhorias feitas pelo usuário‖ (LEED v4, p.56, 2014) é cerne deste item.
Avaliação das Obras:
 Obra 1: Não evidenciado;
 Obra 2: Não evidenciado.
Requisitos/Recomendações: O instrumento de avaliação requer que seja
publicado para os inquilinos documento que ilustre a descrição dos recursos de
projeto e construção que foram incorporados ao projeto, além das metas de
sustentabilidade traçadas (LEED v4, 2014).
Este documento deve conter recomendações de estratégias, atitudes e
materiais sustentáveis, além de fornecer informações que permitam ao inquilino
coordenar projetos e construção dentro do seu espaço, que auxiliem a edificação a
alcançar pré-requisitos e créditos (LEED v4, 2014).

5.3 EFICIÊNCIA HÍDRICA

O uso eficiente da água pode ser conquistado através de várias estratégias


que diminuam o volume consumido diariamente em uma edificação. (GBC Chile (A),
2011).

5.3.1 Pré-requisito – Redução de uso de água no exterior

Descrição: Diminuir uso de água na parte externa da edificação.


Avaliação das Obras:
52

 Obra 1: Não evidenciado;


 Obra 2: Não evidenciado.
Requisitos/Recomendações: Para alcançar este critério LEED v4 (2014)
aponta duas opções: paisagismo externo sem necessidade de irrigação permanente,
tendo também um máximo de dois anos de estabelecimento; e, redução de, no
mínimo 30% (trinta por cento), tendo como base a quantidade total necessária para
irrigação. Tanto podem ser escolhidas espécies de plantas que necessitem de
menos água, como podem ser optado por sistemas de irrigação mais eficientes.
A escolha de espécies de plantas nativas e que não necessitem de irrigação
parece a opção mais viável para o obtenção deste crédito. Desta forma elimina-se a
necessidade de projeto hidráulico para locação de água de reaproveitamento para
irrigação. Para tanto será apenas considerada a contratação de um paisagista para
obtenção deste crédito (GBC Chile (A), 2011).

5.3.2 Pré-requisito – Redução de uso de água no interior

Descrição: O LEED V4 (2014) aponta índices de redução que devem ser


alcançados, assim, a seleção de aparelhos hidráulicos que serão utilizados na obra
devem priorizar itens que atendam a estes índices de menor uso e controle
hidráulico em relação a uma baseline definida pelo órgão certificador (Tabela 5),
sendo que a redução esperada é de 20% (vinte por cento).

Tabela 5 – Baseline de consumo de água


Dispositivo ou conexão Baseline (sistema métrico)
Vaso sanitário* 0,0001 m³/s
Mictório* 0,000063 m³/s
0,00003 m³/s a 415 kPa, todas as outras,
Torneira de pia pública (banheiro)
exceto aplicações privativas
Torneiras de pias privativas 0,00013 m³/s a 415 kPa
Torneira de cozinha (exceto torneiras usadas
exclusivamente para operações de 0,00013 m³/s a 415 kPa
enchimento)
0.00015 m³/s a 550 kPa por box de
Chuveiro*
chuveiro
m³/s : metros cúbicos por segundo
kPa: quilo Pascal
Fonte: Adaptado de LEED v4, 2014.
53

Avaliação das Obras:


 Obra 1: Não evidenciado;
 Obra 2: Crédito pontuado. A edificação coleta de água da chuva e
armazena em três reservatórios (Figura 10) para posterior utilização em
todos os banheiros do shopping, em vasos sanitários e mictórios.

Figura 10 – Reservatórios de água de reuso

Fonte: Elaborado pelo autor, 2016.

5.3.3 Pré-requisito – Medição de água do edifício

Descrição: O apoio à gestão da água, controlando o consumo e identificando


oportunidades de economia é o foco do item.
Avaliação das Obras:
 Obra 1: Não evidenciado;
 Obra 2: Não evidenciado.
Requisitos/Recomendações: Aponta-se a instalação de hidrômetros
permanentes para mensuração de consumo, como atendimento deste pré-requisito.
Além disso, o guia solicita que os dados mensais sejam compilados e que o gestor
do empreendimento compartilhe com o USGBC estas leituras, por pelo menos cinco
anos. (LEED v4, 2014).
54

5.3.4 Crédito - Redução do uso de água no exterior

Descrição: Este crédito é alcançado ao mesmo tempo em que o pré-requisito


de redução de água no exterior da edificação é atendido. Apenas é acrescentado
que, em caso de necessidade de irrigação da área externa, com redução de 50%
(cinquenta por cento) 01 (um) ponto é acrescentado e, com 100% (cem por cento)
de redução, 2 (dois) pontos são obtidos.
Avaliação das Obras:
 Obra 1: Não evidenciado;
 Obra 2: Não evidenciado.

5.3.5 Crédito - Redução do uso de água no interior

Descrição: No tópico, são acrescentadas informações de pontuação, de


acordo com a porcentagem de redução (Tabela 6) em relação à base de cálculo de
consumo.

Tabela 6 – Pontos pela redução do uso de água


Porcentagem de redução Pontos
25% 1
30% 2
35% 3
40% 4
45% 5
50% 6
Fonte: LEED v4, 2014.

Avaliação das Obras:


 Obra 1: Não evidenciado;
 Obra 2: Crédito pontuado. Além da captação de água para uso em
sanitários dos banheiros do shopping, há torneiras com temporizadores.

5.3.6 Crédito - Uso de água de torre de resfriamento

Descrição: Á água em uso para reposição da torre de resfriamento dos


sistemas de refrigeração da edificação deve ser de reuso. Deve haver controle de
55

micróbios, corrosão e crostas no sistema de água do condensador, para que o


sistema não seja prejudicado.
Avaliação das Obras:
 Obra 1: Não evidenciado;
 Obra 2: Crédito não pontuado. A edificação possui torre de resfriamento
(Figura 11), porém não é utilizada água de reuso. Na visita a edificação,
foi informado que em função do custo de aplicação deste item, ele não foi
adotado.

Figura 11 – Torre de resfriamento da obra 2

Fonte: Elaborado pelo autor, 2016.

5.3.7 Crédito - Medição de água

Descrição: Ao atender o requisito de medição de água, o empreendimento


está apto a atender o crédito, que possui o mesmo foco, ―apoiar a gestão da água e
identificar oportunidades de economias adicionais de água rastreando o consumo‖
(LEED v4, p. 75, 2014).
Avaliação das Obras:
 Obra 1: Não evidenciado;
 Obra 2: Não evidenciado.
Requisitos/Recomendações: De acordo com a aplicação do projeto, o LEED
56

v4 (2014) indica que a instalação de hidrômetros deve ser feita em dois ou mais
subsistemas de água. Podendo ser implantados em:
 Irrigação: medir, no mínimo, 80% (oitenta por cento) da área;
 Dispositivos e conexões hidráulicos internos —medir, no mínimo, 80%
(oitenta por cento) dos dispositivos;
 Água quente para uso doméstico —medir, no mínimo, 80% (oitenta por
cento) da capacidade;
 Caldeiras;
 Água recuperada;
 Água de outros processos: medir, no mínimo, 80% (oitenta por cento) do
consumo esperado para uso final de processo.

5.4 ENERGIA E ATMOSFERA

O desempenho energético de uma edificação depende de algumas variáveis


que foram adotadas na etapa de projetos como: materiais, métodos de construção,
orientação, uso da água, ar condicionado e sistemas de iluminação.
Estas premissas irão definir como o empreendimento consome energia.
Dessa forma, quanto mais integrada for à etapa de projeto, mais colaborativa, maior
será a eficiência energética do edifício. Edifícios sustentáveis utilizam menos energia
na sua construção e utilização durante sua vida útil. Além da redução da emissão de
gás carbônico na atmosfera, o desempenho energético reduz custos de operacionais
do empreendimento (GBC CHILE (C), 2012).

5.4.1 Pré-requisito – Comissionamento fundamental e verificação

Descrição: O GBC Chile (C) (2012) aponta a meta do item como a


verificação dos sistemas que foram projetados e instalados em relação à energia do
edifício. Estes devem estar de acordo com o que foi previamente estabelecido,
buscando a redução estipulada. O alcance do pré-requisito influencia outros créditos
que, são baseados em desempenho de sistemas como: controle de contaminação
luminosa, eficiência de uso de água no paisagismo, redução do uso de água,
mínimo desempenho da qualidade do ar interno (pré-requisito) e outros.
57

Avaliação das Obras:


 Obra 1: Atendimento obrigatório;
 Obra 2: Atendimento obrigatório.
Requisitos/Recomendações: Deve-se designar uma pessoa como
―Autoridade de comissionamento‖, para que dirija, revise e supervise o cumprimento
das atividades do processo de comissionamento. O sistema de certificação exige
que o profissional tenha experiência, na mesma função, de no mínimo dois projetos
anteriores e, que seja independente da equipe de projeto. Este profissional deve
reportar resultados e recomendações diretamente ao ―mandante‖. O LEED v4 (2014)
As estratégias de implementação do pré-requisito recomendadas são o
reconhecimento dos requisitos da autoridade de comissionamento, a identificação
das etapas de comissionamento e a definição de um plano de comissionamento
(GBC CHILE (C), 2012).
O comissionamento consiste na verificação e documentação de que todos os
sistemas do empreendimento projetados foram instalados, verificados e estão sendo
operados com o objetivo de satisfazer o que requer o mandante. Esta atividade vai
comprovar a performance global do edifício com as metas que foram propostas para
as etapas de projeto, execução e ocupação da edificação (GBC CHILE (C), 2012).

5.4.2 Pré-requisito - Desempenho mínimo de energia

Descrição: Este pré-requisito objetiva um mínimo de eficiência energética


para o edifício e seus sistemas, pois desta forma haverá uma redução nos prejuízos
ambientais e econômicos. O empreendimento deve estabelecer um mínimo de
eficiência para os sistemas propostos.
Avaliação das Obras:
 Obra 1: Atendimento obrigatório;
 Obra 2: Atendimento obrigatório.
Requisitos/Recomendações: Para o cumprimento deste item, o documento
ilustra três opções à equipe de projetos:
 A primeira: uma simulação de energia de todo o edifício. Para que se
comprove, segundo Cavalcante (2010), o empreendimento candidato
deve ser comparado ao baseline building, este, modelado de acordo com
58

parâmetros do APÊNDICE G da norma ANSI/ASHRAE/IESNA 90.1-2007


Energy Standard for Buildings Except Low-Rise Residential Buildings. ―O
desempenho de ambos deve ser analisado com auxílio de ferramenta
específica de simulação‖ (CAVALCANTE, 2010, p. 47);
 A segunda: indica que o edifício deve estar de acordo com as normas
ANSI/ASHRAE/IESNA 90.1-2010. Deve ser produzido projeto energético
em acordo com o uso do edifício e a zona climática em que está locado
(Tabela 7);

Tabela 7 – Projeto energético avançado


Finalidade do edifício Área máxima
Pequenos Edifícios para Escritórios 1.858m²
Pequenos Edifícios de varejo 1.858m²
Pequenos Armazéns de estocagens 1.654m²
Fonte: Adaptado de LEED v4, 2014.

 A terceira: dispõe aos projetistas que o empreendimento deve cumprir as


medidas normativas do Guia Advanced Buildings Core Performance. A
construção deve ter menos de 9.290m² (nove mil, duzentos e noventa
metros quadrados) de área total.

5.4.3 Pré-requisito - Medição de energia do edifício

Descrição: Deve ser implantada medição da energia consumida pelo edifício,


sendo que os dados devem ser compartilhados com USGBC.
Avaliação das Obras:
 Obra 1: Atendimento obrigatório;
 Obra 2: Atendimento obrigatório.
Requisitos/Recomendações: O documento aponta que precisam ser
instalados novos ou, sejam usados os já existentes na edificação para coleta de
dados que representem o consumo total de energia do edifício.

5.4.4 Pré-requisito - Gerenciamento fundamental de gases refrigerantes

Descrição: A intenção deste pré-requisito é reduzir a deterioração da camada


59

de ozônio através do não uso de refrigerantes com base de CFC nos sistemas de
calefação, ventilação, ar condicionado e refrigeração. (GBC CHILE (C), 2012).
Avaliação das Obras:
 Obra 1: Atendimento obrigatório;
 Obra 2: Atendimento obrigatório.
Requisitos/Recomendações: Os requisitos de atendimento (Figura 12)
possuem duas formas de alcance. As estratégias recomendadas são o
conhecimento dos efeitos do CFC na camada de ozônio, o conhecimento sobre o
Protocolo de Montreal e a procura por produtos que não usem CFC como base.
(GBC Chile (C), 2012).

Figura 12 – Etapas de atendimento ao gerenciamento de gases refrigerantes

Fonte: Adaptado de GBC CHILE (C), 2012.

5.4.5 Crédito - Comissionamento avançado

Descrição: O comissionamento deve ser iniciado o mais cedo possível e,


devem ser desenvolvidas atividades adicionais após a verificação do sistema. A
60

autoridade de comissionamento deverá dirigir, revisar e supervisionar o cumprimento


das atividades.
Avaliação das Obras:
 Obra 1: Não evidenciado;
 Obra 2: Não evidenciado.
Requisitos/Recomendações: O requisito deste item é a execução de
atividades do processo de comissionamento para sistemas conjuntos mecânicos,
elétricos, hidráulicos e de energia renovável. O LEED v4 (2014) apontas as
atividades que a autoridade de comissionamento deve exercer:
 Revisão de submissões ao empreiteiro;
 Verificação de teste sazonais;
 Inclusão de requisitos aos manuais dos sistemas e de treinamentos;
 Atualização destes manuais de sistemas e treinamento;
 Revisão das operações na edificação após 10 (dez) meses da conclusão
da obra.

5.4.6 Crédito - Otimizar desempenho energético

Descrição: O item pretende ―alcançar níveis crescentes de desempenho


energético além da norma do pré-requisito‖ (LEED v4, p.87, 2014). A consequência
desta atitude, é que prejuízos ambientais e econômicos e ambientais associados ao
uso de energia em excesso sejam reduzidos. Deve-se estabelecer uma meta de
desempenho de redução de fluxo energético kW/m² (quilowatt por metro quadrado)
até a fase de projeto esquemático.
Avaliação das Obras:
 Obra 1: Crédito pontuado. A obra 1 adotou o sistema de iluminação
zenital, que são lentes termoformatadas de policarbonato prismático
(Figura 13). A locação das lentes (Figura 4) é determinada para que a
iluminação natural atenda a necessidade dos usuários da edificação;
61

Figura 13 – Lente termoformatada utilizada em obra 1

Fonte: Elaborado pelo Autor, 2016.

 Obra 2: Crédito pontuado. A adoção de placas de vidro na fachada frontal


(Figura 14) e claraboia na cobertura (Figura15) evidenciam as práticas.
Na visita ao local pode-se observar o sistema de controle automatizado
de iluminação do shopping, que ajusta a iluminação artificial de acordo
com a iluminação natura.

Figura 14 – Placas de vidro na fachada da obra 2

Fonte: Elaborado pelo autor, 2016.


62

Figura 15 – Clarabóia na obra 2

Fonte: Elaborado pelo Autor, 2016.

Requisitos/Recomendações: Para obter a pontuação, deve ser feita


simulação de energia do edifício inteiro e demonstração do percentual de melhoria,
seguindo os critérios do pré-requisito de desempenho mínimo de energia. Para
comprovação do alcance do crédito, é permitido o uso dos critérios da segunda
opção do pré-requisito de desempenho mínimo de energia (Item 5.4.2). Sendo
implementadas e documentadas ações em acordo com o Guia Avançado de projeto
Energético ASHRAE de acordo com a zona climática adequada a edificação.

5.4.7 Crédito - Medição de energia avançada

Descrição: A meta deste crédito é o apoio a gestão de energia da edificação,


sendo que oportunidades adicionais de economia de energia devem ser
identificadas através do rastreamento do uso no edifício e em seus sistemas (LEED
v4, 2014).
Avaliação das Obras:
 Obra 1: Não evidenciado;
 Obra 2: Não evidenciado.
Requisitos/Recomendações: O requisito é que sejam instalados medidores
63

avançados de energia em fontes utilizadas pelo empreendimento e os demais que


são de uso final, que representam 10% do consumo anual total (LEED v4, 2014).

5.4.8 Crédito - Resposta a demanda

Descrição: Neste ponto, deve-se aumentar a participação em ―tecnologias e


programas de resposta à demanda‖ (LEED v4, p. 94, 2014). A consequência desta
maior participação é a maximização na confiabilidade na rede de energia e a
redução de emissão de gases do efeito estufa (LEED v4, 2014).
Avaliação das Obras:
 Obra 1: Não evidenciado;
 Obra 2: Não evidenciado.
Requisitos/Recomendações: O LEED v4 (2014) aponta que a edificação e
os equipamentos que a constituem devam ser projetados de modo que participem
do processo de resposta à demanda. A inclusão dos itens neste processo se dará
por corte ou descolamento de carga. O documento lembra que, sistemas de geração
de eletricidade no local não se enquadram no objetivo deste crédito.

5.4.9 Crédito - Produção de energia renovável

Descrição: Estimular o autoabastecimento de energia renovável e, como


consequência, diminuir danos ambientais e econômicos relacionados à energia
proveniente de combustíveis fósseis.
Avaliação das Obras:
 Obra 1: Não evidenciado;
 Obra 2: Não evidenciado.
Requisitos/Recomendações: A premissa para atendimento é o uso de
sistemas de energia renovável para que se tenha uma compensação de custo de
energia do edifício. A pontuação atingida varia de acordo com a porcentagem de
energia renovável obtida (Tabela 8), em relação ao total de energia consumido pela
edificação.

Tabela 8 – Pontuação por produção de energia renovável


Porcentagem de energia renovável Core and Shell
64

1% 1
3% 2
5% 3
10% -
Fonte: Adaptado de LEED v4, 2014.

5.4.10 Crédito - Gerenciamento avançado de gases refrigerantes

Descrição: O foco deste ponto é apoiar o cumprimento antecipado do


Protocolo de Montreal, diminuindo a destruição da camada de ozônio e auxiliando de
forma direta a minimizar os efeitos de mudanças climáticas.
Avaliação das Obras:
 Obra 1: Crédito pontuado. A edificação fez uso de unidade condensadora
específica com gás refrigerante de baixo potencial de destruição.
 Obra 2: Crédito pontuado. O sistema de refrigeração de ar (Figura 16) e o
gás usado pela aparelhagem atenderam os requisitos do órgão
certificador. Através do uso de refrigerantes com menor potencial de
destruição da camada de ozônio.

Figura 16 – Sistema de refrigeração da obra 2

Fonte: Elaborado pelo autor, 2016.


65

Requisitos/Recomendações:
 Não utilizar gases refrigerantes ou fazer uso de refrigerantes que
possuem potencial de destruição da camada de ozônio e aquecimento
global menor que 50;
 Utilizar refrigerantes para sistemas de ventilação, aquecimento, ar
condicionado e refrigeração que, minimizem ou eliminem compostos que
deterioram a camada de ozônio.

5.4.11 Crédito - Energia Verde e Compensação de Carbono

Descrição: A intenção é a redução de emissão de gases do efeito estufa,


através do uso de ―energia, tecnologias de energia renovável e projetos de mitigação
de carbono‖ (LEED v4, p. 101, 2014).
Avaliação das Obras:
 Obra 1: Não evidenciado;
 Obra 2: Não evidenciado.
Requisitos/Recomendações: o atendimento se faz pelo engajamento em
―contratos de recursos qualificados que estejam on-line a partir de 1 (primeiro) de
janeiro de 2005 (dois mil e cinco)‖ (LEED v4, p. 101, 2014). Estes, devem ter
validade mínima de 5 (cinco) anos, devem especificar fornecimento de, no mínimo,
50% (cinquenta por cento) ou 100% (cem por cento) de energia verde,
compensação de carbono e energia renovável.

5.5 MATERIAIS E RECURSOS

O GBC Chile (D) (2012) afirma que a dimensão busca a reutilização de


edificações e materiais de construção. Quando essas práticas são executadas ainda
na fase de projeto, há uma economia no consumo de energia durante o ciclo de vida
dos materiais e da própria edificação. Devem ser escolhidos materiais provenientes
de fontes alternativas e que sejam fabricados perto da área de construção. Esta
atitude reduz custo relacionado a transporte e consequentemente emissão de gás
carbônico
66

5.5.1 Pré-requisito – Armazenamento e coleta de recicláveis

Descrição: A meta é auxiliar o descarte e armazenamento dos resíduos


gerados pelos ocupantes do empreendimento, através de espaços de fácil acesso
para armazenamento e coleta de resíduos que possam ser reciclados e
descartados. Os materiais que serão coletados devem ser separados, no mínimo,
pelas categorias (GBC CHILE (D), 2011):
 Papéis;
 Papelão:
 Vidros;
 Plásticos;
 Metais.
Avaliação das Obras:
 Obra 1: Atendimento obrigatório. Espaço de 21m² destinados a coleta de
recicláveis.
 Obra 2: Atendimento obrigatório. Espaço reservado na garagem do
shopping para triagem de resíduos (Figura 17).
Requisitos/Recomendações: O LEED v4 (2014) recomenda que sejam
tomadas medidas de coleta, armazenamento e descarte dos itens: pilhas e baterias,
lâmpadas de mercúrio e resíduos eletrônicos. Para a documentação de
comprovação é necessário que se produza um registro da capacidade do plano de
reciclagem. Nele deve se, evidenciar o atendimento a demanda de todo o edifício.
De acordo com a área da edificação, uma área mínima deve ser destinada (Tabela
9). Projetos identificando a acessibilidade aos pontos locados para a coleta devem
ser elaborados.

Tabela 9 – Área de reciclados


Edifício Comercial (m²) Área mínima de reciclados (m²)
0-464,5 7,6
454,59-1393,5 11,6
1393,59-4645 16.3
4645,09-9290 20,9
92290,09-18580 37,9
18590,09 ou maior 46,5
Fonte: Adaptado de GBC CHILE (D) ,2014.
67

Figura 17 – Central de triagem de resíduos da Obra 2

Fonte: Elaborado pelo Autor, 2016.

Recomenda-se uma área de coleta com o objetivo de educar e conscientizar


os ocupantes e visitantes da edificação. Esta área deve conter sinalização que
permita a classificação dos resíduos e o correto destino (GBC CHILE (D), 2011).

5.5.2 Pré-requisito – Plano de gerenciamento da construção e resíduos de


demolição

Descrição: Reduzir o descarte dos resíduos da construção e demolição,


reutilizando e reciclando este material.
Avaliação das Obras:
 Obra 1: Atendimento obrigatório.
 Obra 2: Atendimento obrigatório.
Requisitos/Recomendações: Deve-se desenvolver e implementar um plano
de gestão dos resíduos da construção e demolição. Indica-se que seja estabelecida
meta de reaproveitamento de resíduos, identificando-se pelo menos cinco materiais
para aproveitamento. Deve haver especificação quanto ao processo, se os materiais
serão separados ou misturados, e a estratégia de reaproveitamento planejada para
o projeto deve ser indicada (LEED v4, 2014).
68

5.5.3 Crédito - Redução do impacto do ciclo de vida do edifício

Descrição: Incentivo ao reuso adaptável de materiais e melhora no


desempenho ambiental dos produtos e materiais da edificação. É necessário
demonstrar ainda durante a tomada de decisões inicial do projeto, os efeitos
ambientais reduzidos. Através da reutilização de recursos existentes da edificação
ou por redução do uso de materiais, avaliando o ciclo de vida dos materiais
empregados (LEED v4, 2014).
Avaliação das Obras:
 Obra 1: Não evidenciado;
 Obra 2: Credito pontuado. A edificação foi iniciada por uma terceira
empresa que paralisou a obra em algum tempo depois. A atual
administração adquiriu a obra interrompida e a finalizou. Pelas
informações do gestor que acompanhou a visita, alguns materiais que
instalados foram reutilizados. Um dos exemplos foram duas escadas
rolantes.
Requisitos/Recomendações:
 Reuso de edifício histórico ou edificação que faça parte de um bairro
histórico, onde devem ser mantidas a estrutura, envelope e elementos
não estruturais, não sendo possível demolir nenhuma parte desta
construção. As alterações a serem feitas devem seguir todas as
normativas municipais, estaduais e federais;
 Usar edifício que atende a critérios locais de abandono ou deterioração.
Para esta opção deve-se manter 50% (cinquenta por cento) por área
superficial, no mínimo, da estrutura, invólucro, e elementos estruturais
internos;
 Reutilização ou recuperação de materiais de construção no local, ou
externos à obra. Eles podem ser pisos, revestimentos, paredes, portas,
sistemas de teto, entre outros;
 Avaliar o ciclo de vida toda a edificação para novas construções. Deve-se
considera o ciclo de vida da estrutura e do recinto do projeto.
69

5.5.4 Crédito - Divulgação e otimização de produto do edifício – Declarações


ambientais de produto

Descrição: Fomentar o uso de materiais e produtos, que possuam


informações de ciclo de vida que possuam impacto ambiental, econômico e social
vantajosos. Estas informações devem estar de acordo com normas e declarações
ambientais (LEED v4, 2014).
Avaliação das Obras:
 Obra 1: Não evidenciado;
 Obra 2: Não evidenciado.
Requisitos/Recomendações: É necessário usar, no mínimo, vinte produtos
diferentes, permanentes na edificação, que possuam avaliação do ciclo de vida
publicamente disponível, em acordo com a Norma ISO 14044 ou que possuam
declarações ambientais em acordo com as normas ISO 14025, 14040, 14040 e EM
15804 ou ISSO 21930. Também para esta opção são aceitos produtos aprovados
pelo USGBC e que cumprem a declaração ambiental aprova pelo conselho (LEED
v4, 2014).
Pode-se adotar a otimização multi atributo, onde devem ser usados produtos
―para 50% (cinquenta por cento), por custo, do valor total de produtos instalados de
forma permanente no projeto‖ (LEED v4, p. 111, 2014). Estes itens devem ser
certificados por terceiros e precisam comprovar a redução de impacto ambiental, ou
devem ser aprovados pelo USGBC.

5.5.5 Crédito - Divulgação e otimização de produto do edifício – Origem de


matérias-primas

Descrição: A matéria prima dos itens utilizados na edificação deve ter


informações sobre seu ciclo de vida. O relatório de origem e extração de matéria
prima e, práticas de extração de liderança podem ser apresentadas.
Avaliação das Obras:
 Obra 1: Não evidenciado;
 Obra 2: Não evidenciado.
Requisitos/Recomendações: No mínimo vinte produtos diferentes devem
ser utilizados, de pelo menos cinco fabricantes diferentes, que tenham relatórios de
70

seus fornecedores divulgados publicamente. Estes documentos devem conter locais


de extração da matéria prima, compromisso com uso responsável da terra ou
compromissos para cumprir voluntariamente normas e programas aplicáveis sobre
aquisição responsável.
É válida também a utilização de produtos que sejam adquiridos de fabricante
participante de programa de responsabilidade estendida, produtos de base biológica,
produtos de madeira certificados e aprovados pelo USGBC, produtos de reuso,
recuperados e reutilizados, além de conteúdo reciclado.

5.5.6 Crédito - Divulgação e otimização de produto do edifício – Ingredientes


dos materiais

Avaliação das Obras:


 Obra 1: Não evidenciado;
 Obra 2: Não evidenciado.
Requisitos/Recomendações:
 Utilização de material cujo fabricante tenha publicado inventário químico
de todos os ingredientes. É permitido também utilizar material que tenha
declaração de saúde do produto, com divulgação de perigos conhecidos,
ou, materiais que tenham sido aprovados por programas do USGBC;
 Itens que os fabricantes devem documentar a otimização de constituintes.
Utilizando inventários completos de ingredientes químicos, produtos de
uso final com certificação berço a berço (resíduos gerados são nutrientes
pra novos ciclos), ou que atendam a critérios de programas aprovados
pelo USGBC.
 Produtos adquiridos de fabricantes envolvidos em programas que
documentam os ingredientes utilizados na produção ou que aplicam
verificação terceirizada a seus produtos.

5.5.7 Crédito - Gerenciamento da construção e resíduos de demolição

Descrição: Através da recuperação, reciclagem e reutilização de materiais,


este crédito tem a finalidade de reduzir os resíduos descartados. A recomendação é
71

que as atividades sejam feitas com resíduos não perigosos. Reaproveitamento de


material e redução de material descartado são os requisitos.
Avaliação das Obras:
 Obra 1: Não evidenciado;
 Obra 2: Não evidenciado.
Requisitos/Recomendações: Para o atendimento deste ponto, GBC Chile
(D) (2012), indica a elaboração de um plano de gestão de resíduos. Esta pratica
exige que sejam instalados recipientes para coleta e também uma conduta de
formação aos operários, para que façam a devida separação e posterior
reaproveitamento. Havendo uma quantidade de resíduos que não podem ser
reutilizados, o documento aponta que estes devem ser enviados a aterros
autorizados e certificados. A empresa responsável pelos resíduos deve emitir
certificados informando o destino dos materiais.

5.6 QUALIDADE DO AMBIENTE INTERNO

A dimensão busca promover boas práticas aplicadas em conjunto, pela


equipe de projeto, fornecedores, usuários e proprietários, durante a construção e
após a ocupação da edificação. As consequências são o aumento da produtividade
e bem-estar dos usuários (GBC CHILE (B), 2012).

5.6.1 Pré-requisito - Desempenho Mínimo da Qualidade do Ar Interior

Descrição: O item tem como prioridade a criação de um padrão mínimo da


qualidade do ar para os ocupantes da edificação, assim, contribuindo para o conforto
e bem estar dos ocupantes. Devem-se cumprir os requisitos mínimos da seção 4-7
da ASHRAE Standard 62.1-2007 Ventilation for Acceptable Indoor Air Quality,
podendo haver ventilação mecânica ou natural.
Avaliação das Obras:
 Obra 1: Atendimento obrigatório. A edificação adotou o sistema de
ventilação mecânica na cobertura (Figura 18). Venezianas na lateral do
galpão foram adotadas para melhora da circulação do ar.
72

Figura 18 – Lanternim utilizado na Obra 1

Fonte: Elaborado pelo autor, 2016.

 Obra 2: Atendimento obrigatório. Os sistemas de controle da qualidade do


ar e dutos da ventilação (Figura 19) da edificação foram acessados. Estes
são totalmente automatizados, e em caso de alta presença de gás
carbônico, capta ar externo, filtra e injeta nas áreas comuns do shopping
para que a qualidade do ar interno seja novamente estabelecida. Na
garagem do shopping também existe um sistema que faz a troca do ar
com o meio externo (Figura 20).

Figura 19 – Dutos de ventilação da Obra 2

Fonte: Elaborado pelo autor, 2016.


73

Figura 20 – Sistema de renovação de ar da garagem do shopping

Fonte: Elaborado pelo autor, 2016.

Requisitos/Recomendações: É necessário cumprir com as seções


correspondentes da norma AHSRAE 62.1-2007 (GBC CHILE (B), 2012). A norma
AHSRAE 62.1-2007 indica que as taxas de ventilação mínimas e níveis de qualidade
do ar interior para que, os potenciais problemas de saúde que possam ocorrer,
sejam reduzidos. A ventilação deve ser concebida para que contaminantes não
sejam absorvidos, que se minimize o crescimento de micro organismos e caso for
necessário, filtre partículas.
A norma define níveis de qualidade do ar exterior aceitáveis para ventilação e
estratégias para o tratamento do ar exterior contaminado. Informa também taxas de
ventilação para ambientes residenciais, comerciais, institucionais e industriais. Com
relação ao ar interno, entende que a ventilação deva manter a concentração de
contaminantes, abaixo de certos limites, para que se alcance a qualidade do ar
(GBC CHILE (B), 2012).
O GBC Chile (B) (2012) aponta a existência de uma gama de produtos que
realizam a ventilação forçada do ambiente. Estes sistemas podem ser: por pressão
positiva ou por pressão negativa. No sistema de pressão positiva, é introduzida uma
quantidade levemente maior ao que sai, desta forma, gerando a pressão positiva e
circulando o ar. Na pressão negativa, o ventilador e outro sistema mecânico (como
um lanternim) trabalham em conjunto para extrair o ar, provocando assim o
movimento por sistema de Venturi.
74

5.6.2 Pré-requisito - Qualidade no ambiente interno - Controle Ambiental da


Fumaça de Tabaco

Descrição: Este pré-requisito tem como intenção minimizar a exposição de


ocupantes, superfícies interiores e sistemas de distribuição de ar para ventilação,
com a fumaça do tabaco.
Avaliação das Obras:
 Obra 1: Crédito pontuado. Os projetos indicam área externa para
fumantes atendendo os requisitos da certificação;
 Obra 2: Não evidenciado.
Requisitos/Recomendações: Indica-se a proibição de fumar na edificação,
sendo que esta também deve englobar uma distância mínima da entrada da
edificação e aberturas, de 7,62 m (sete vírgula sessenta e dois metros). Deve-se
também sinalizar a área onde é possível fumar ou não. As áreas onde há a
permissão, a distância da entrada e aberturas da edificação deve ser também de
7,62 metros (GBC CHILE (B), 2012).

5.6.3 Crédito - Estratégias avançadas de qualidade do ar interior

Descrição: Promover o conforto e bem-estar dos ocupantes da edificação,


além de melhorar a produtividade, aprimorando a qualidade do ar interno.
Avaliação das Obras:
 Obra 1: Não evidenciado;
 Obra 2: Não evidenciado.
Requisitos/Recomendações: Para ambientes mecanicamente ventilados,
que devem ser instalados sistemas de entrada permanentes para captação de
sujeira e partículas. Fornecidos sistemas de exaustão para espaços onde possa
haver gases ou produtos químicos perigosos, prevenindo contaminação cruzada
interna. Os sistemas de ventilação que fornecem ar externo a ambientes ocupados
devem ser filtrados (LEED v4, 2014).
Em espaços ventilados mecanicamente, devem ser instalados sistemas de
entradas. Para locais com ventilação mista, todos os sistemas citados anteriormente
devem ser aplicados (LEED v4, 2014).
75

5.6.4 Crédito - Materiais de baixa emissão

Descrição: O ponto tem como meta a redução da concentração de


contaminantes químicos ao ambiente, englobando a emissão de Composto Orgânico
Volátil - COV no ar interior e a concentração nos materiais, além de métodos de
teste de como essa emissão é controlada (LEED v4, 2014).
Avaliação das Obras:
 Obra 1: Crédito pontuado. Os documentos de comprovação dos adesivos
e selantes utilizados na edificação foram acessados e atendem as
exigências da certificação.
 Obra 2: Não evidenciado.
Requisitos/Recomendações: Atender o quesito é atingir níveis limite de
emissão, em acordo com as categorias: tintas e revestimentos internos aplicados no
local, adesivos e selantes internos aplicados no local, pisos, madeira composta,
isolamento de teto, parede, térmico e acústico e por fim, móveis (LEED v4, 2014).
É possível também através de cálculo orçamental, dividir o interior da
edificação em seis partes: pisos, tetos, paredes, mobiliário e isolamento térmico e
acústico. Este método de cálculo é usado quando alguns produtos de uma categoria
não atendem ao critério. Deve-se considerar a porcentagem de produtos que
atendem ao critério, em relação ao total do edifício (LEED v4, 2014).

5.6.5 Crédito - Plano de gestão da qualidade do ar interior da construção

Descrição: O objetivo é a redução de problemas com a qualidade do ar


durante a fase de construção do empreendimento, promovendo o bem-estar dos
trabalhadores e ocupantes.
Avaliação das Obras:
 Obra 1: Não evidenciado;
 Obra 2: Não evidenciado.
Requisitos/Recomendações: Desenvolver e implementar plano de gestão
da qualidade do ar. É exigido que materiais de absorção armazenados e instalados
sejam protegidos da umidade; que os equipamentos de manipulação de ar não
sejam operados; que seja proibido o uso de produtos de tabaco dentro da
edificação, a uma distância mínima de 7,5 metros da entrada.
76

5.6.6 Crédito - Luz natural

Descrição: A conexão dos ocupantes da edificação com o meio externo e a


introdução de luz externa ao interior com a consequente redução de consumo fazem
parte do escopo do crédito. A instrução é que sejam fornecidos dispositivos de
controle de ofuscamento para todos os espaços.
Avaliação das Obras:
 Obra 1: Crédito pontuado. A edificação utilizou telhas translúcidas na
cobertura (Figura 12);
 Obra 2: Crédito pontuado. O shopping tem grande entrada de iluminação
natural pela fachada (Figura 13) e conta também com claraboia (Figura
14) na cobertura.
Requisitos/Recomendações:
 Uso de simulação espacial da luz natural e exposição anual a luz solar;
 Demonstração com modelagem em computador dos níveis de luminância
dos ambientes,
 Medição no local.

5.6.7 Crédito - Vistas de qualidade

Descrição: Este crédito tem como intenção fornecer aos usuários da


edificação vistas de qualidade para que assim tenham uma conexão maior com o
ambiente externo. O alcance da pontuação se dará com ―linha de visada direta para
área externa com vidraças para 75% (setenta e cinco por cento) de toda a área de
piso regularmente ocupada‖. (LEED v4, p. 154, 2014).
Avaliação das Obras:
 Obra 1: Não evidenciado;
 Obra 2: Não evidenciado.
Requisitos/Recomendações: As vidraças da edificação devem fornecer
imagem clara do exterior, podendo ser obstruídas fibras, vidros escurecidos e
estampados. Em galpões e centros de distribuição, a área de escritórios deve
atender a medida citada anteriormente e, a área de armazenamento pode atender
77

apenas 25% (vinte e cinco por cento) da área de piso ocupada.

5.7 INOVAÇÃO

5.7.1 Crédito - Inovação

Descrição: Projetos que atinjam desempenho excepcional ou inovadores são


fomentados neste ponto. As equipes de projetos são liberadas a usar qualquer forma
de inovação, crédito piloto e desempenho exemplar para o alcance.
Avaliação das Obras:
 Obra 1: Não evidenciado;
 Obra 2: Não evidenciado
Requisitos/Recomendações: Para contemplar a pontuação, o alcance de
desempenho ambiental deve ser mensurável, utilizando uma estratégia não coberta
pelo sistema de avaliação LEED. Ainda é possível obter um crédito piloto que conste
na biblioteca de créditos piloto do LEED, no site USGBC. Permite-se que
desempenho exemplar, ou seja, alcançar o dobro dos requisitos de algum crédito
seja pontuado neste quesito (LEED v4, 2014).

5.7.2 Crédito - Profissional acreditado LEED

O LEED v4 (2014) ilustra como requisito que, no mínimo, um integrante da


equipe de projeto deva ser profissional acreditado LEED, com especialidades
adequadas de projeto. A meta deste ponto é o incentivo a integração da equipe em
um projeto LEED e consequentemente simplificando o processo de certificação.
Avaliação das Obras:
 Obra 1: Não evidenciado;
 Obra 2: Não evidenciado

5.8 PRIORIDADE REGIONAL

Esta dimensão prioriza o incentivo a obtenção de ―créditos que abordem


prioridades ambientais, de igualdade social e de saúde pública geograficamente
específica‖ (LEED v4, p.163, 2014). Os créditos são identificados por conselhos
78

regionais do USGBC e ficam disponíveis para consulta no site do USGBC.


 Obra 1: Não evidenciado;
 Obra 2: Não evidenciado

5.9 CARACTERÍSTICAS DAS OBRAS

O comparativo entre a pontuação das dimensões avaliadas por cada obra


estudada (Tabela 10) demonstra o resultado das edificações no alcance dos
créditos. O paralelo entre cada crédito das obras é demonstrado no apêndice C.

Tabela 10 – Comparativo de pontuação entre as dimensões das obras em estudo


Pontos conquistados /
Dimensão Pontos disponíveis
Obra 1 Obra 2
Terrenos sustentáveis 10/28 6/15
Eficiência Hídrica 10/10 3/5
Energia e atmosfera 14/37 6/14
Material e recursos 4/13 5/11
Qualidade do ambiente interno 4/12 3/12
Inovação 4/6 5/5
Prioridade regional 4/4 N/D
Total 50/110 28/62
N/D: Não disponível para esta versão.
Fonte: Adaptado de USGBC, 2016.

A obra 1 está situada junto a outros centros de distribuição, com ponto que
facilita a saída dos caminhões (aspecto logístico positivo), em uma infraestrutura
pré-estabelecida. Nesse panorama, atendeu aos quesitos LEED de ―seleção do
terreno‖, ―locação do espaço para bicicletário‖, e ―áreas verdes‖ e ―redução de efeito
de ilha de calor‖, sem interferir no seu aspecto logístico positivo.
A obra 1 também adotou sistema de iluminação zenital, ventilação natural
com lanternim e isolamento térmico na cobertura que diminuem o uso de energia.
Além de minimizar impactos ambientais, esses sistemas influenciam positivamente
no conforto interno da edificação. O sistema de ventilação natural (lanternim)
impacta em duas dimensões: energia e atmosfera e qualidade do ambiente interno.
Ainda, a respeito da obra 1, nas dimensões de ―Materiais e Recursos‖, e
―Qualidade do Ambiente Interno‖, é possível destacar a contribuição da estrutura
metálica na obtenção da pontuação. Pois esse sistema construtivo se torna
79

facilitador para o plano de gerenciamento de construção, reduzindo a quantidade de


resíduos gerados em campo. Os laudos apresentados pelos fornecedores atestavam
uma determinada quantidade de material reciclado na composição dos perfis e
chapas utilizadas. Ainda, a empresa de estrutura metálica pode apresentar soluções
que auxiliam a maximização da ventilação interna e iluminação natural.
A pintura aplicada nas telhas de cobertura da obra 1 atende aos níveis de
refletância exigidos pelo LEED. Os selantes e adesivos usados na cobertura
também se enquadraram nos requisitos e auxiliaram na pontuação.
A obra 2 pontuou na dimensão de terrenos sustentáveis em função da sua
localização que facilitou a associação a créditos de acesso ao transporte público,
desenvolvimento e comunicação com a comunidade.
Os sistemas de refrigeração, automação da iluminação, qualidade do ar, além
de atender às solicitações da certificação, foram muito citados na visita à edificação.
Esses itens são todos automatizados, o que dá a administração total controle sobre
eles. O sistema de iluminação permite o controle otimizado do uso durante o dia e
durante a noite, quando ocorre a limpeza da edificação. Nesse momento, apenas a
iluminação do local que está sendo utilizado está em funcionamento.
A fachada em vidro e a claraboia na cobertura da obra 2 maximizam a
entrada de luz natural, reduzindo consumo de energia. Essas soluções não
impactam no conforto térmico do ambiente interno porque não há circulação de
usuários próximos aos locais citados.
O reuso da água nos vasos sanitários e mictórios de todos os banheiros da
obra 2 são fatores decisivos na conquista da pontuação em eficiência hídrica. Além
dessa atitude, foram selecionados descargas com controle de vazão e torneiras com
temporizadores.
Os indicadores da Tabela 10, apontam que a obra 1 buscou maior pontuação
nas dimensões de ―Terrenos Sustentáveis‖, ―Eficiência Hídrica‖ e ―Energia e
atmosfera‖. Na proporção, a obra 2 procurou a maioria dos pontos nas dimensões
de ―Terrenos Sustentáveis‖, ―Energia e atmosfera‖ e ―Materiais e Recursos‖.
Os mesmos indicadores ilustram que a pontuação na versão do documento
avaliador é diferente para as obras. Sendo a versão do documento da obra 1, maior
do que a obra 2. Esta diferenciação também fica clara nos Anexos 2 e 3, onde os
pontos disponíveis em cada crédito são apresentados. Os créditos são os mesmos,
porém há maior disponibilidade de pontos em cada item. Não há definição por parte
80

do LEED que uma dimensão possui caráter decisivo, porém, pode-se perceber pelo
valor de cada crédito que o peso de cada dimensão é variado.
Na dimensão de ―Qualidade do Ambiente interno‖ pode-se perceber a
semelhança na pontuação das duas obras. A pontuação nesta dimensão foi buscada
por ambas, com sistemas automatizados de gerenciamento de qualidade do ar
interno. Nos dois casos o percentual de créditos alcançados não atingiu nem a
metade dos itens disponíveis.
É válido apontar que, quanto à cronologia das obras estudadas, a
apresentação de evidências no atendimento aos requisitos LEED se dá durante todo
o ciclo de vida da edificação. Em fase de projeto e seleção de materiais, são
necessários apresentar laudos que evidenciam a procedência dos materiais e
eficiência as soluções aplicadas. Ainda, muitos créditos são relacionados ao
comissionamento avançado, que dependem de validação de processos anteriores a
execução em campo.
Durante a execução, no plano de gerenciamento de resíduos e no plano de
gerenciamento do ar interno da edificação, os projetos devem ser apresentados e
evidências de atendimento precisam ser levadas ao USGBC. Créditos como esses
só poderão ser validados com a execução da edificação em andamento e como o
seu devido funcionamento.
Com a edificação em operação, créditos dependem ainda de atividades para
que a pontuação seja validada. Os itens relacionados a medição de energia e
medição de uso de água dependem que os dados de consumo sejam
compartilhados com o USGBC.

5.10 LEED NA CADEIA PRODUTIVA DA CONSTRUÇÃO

Através de entrevista com a colaboradora de uma empresa de estrutura


metálica, busca-se entender o impacto do LEED na cadeia produtiva. Entende-se
que a certificação considera etapas anteriores a execução da obra em campo.
Inicialmente, questionou-se a iniciativa pela busca do selo. A colaboradora,
afirma que deve haver solicitação do cliente, a partir da contratação de uma
construtora que validaria toda a documentação em obra. Na sequência busca-se
entender se o fluxo normal de produção da empresa de estruturas metálicas seria
alterado, com a solicitação do cliente em atender os requisitos do LEED. Segunda
81

ela, nenhum processo padrão é alterado e, toda a produção ocorre da mesma


maneira que ocorre se a obra em questão não tem certificação. Ainda, a empresa
não precisa elaborar nenhum teste ou laudo, em relação aos seus processos de
fabricação.
Quanto aos fornecedores de matéria prima, nenhum foi substituído para
atender as exigências da certificação. Laudos são emitidos pelos fornecedores de
aço e encaminhados ao cliente final para evidenciar a procedência do material e
garantir o atendimento aos créditos. Como não houve alteração de fornecedores e
de matéria prima, não mudaram também os valores e prazo de entrega dos
materiais.
Quanto aos laudos, a entrevistada declara que são enviados imediatamente e
que nunca tiveram problemas quanto ao envio, por parte dos fornecedores. Nos
documentos dos fornecedores de perfis de aço, há a declaração ambiental do
produto onde estão contidas informações relacionadas a quantidade de material
reciclado inclusa no produto, local do beneficiador e de extração da matéria prima.
Para os fornecedores de tinta, as informações cabíveis são o índice de refletância
solar, emissividade e refletância. As informações contidas em laudos dos
fornecedores de bobinas laminadas a quente abrangem composição química, local
de extração da matéria prima e geração de resíduos. Houve acesso a estes laudos,
mas as empresas responsáveis não permitiram a reprodução da documentação no
trabalho.
Dos materiais enviados a campo pela empresa, a colaboradora destaca que
um deles não atende os requisitos LEED. Trata-se da tinta utilizada em obra para
retoque da pintura. Esta, a entrevistada afirma que ainda está em estudo junto ao
fornecedor, para que atenda as exigências do órgão certificador.
82

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Frente aos impactos ambientais da construção civil, é inegável que os


projetos sustentáveis devam ser fomentados e que precisam se tornar uma prática
comum aos profissionais da área. Para estimular a solidificação destes processos no
ramo da construção civil, é necessário que sejam traçados parâmetros que
certifiquem e validem atividades que auxiliem a diminuir os impactos ambientais.
A certificação ambiental, proposta neste estudo de caso juntamente com
outros mecanismos ambientais, somam esforços que corroboram para atender ao
tripé da sustentabilidade. Além disso, com a constante revisão dos documentos de
certificação LEED, é possível perceber a preocupação do USGBC com as
tendências de mercado e com as novas técnicas que surgem para amenizar os
impactos ambientais.
O LEED é apresentado como um sistema de avaliação que possui pré-
requisitos e créditos. Para obter a certificação, os pré-requisitos devem ser
obrigatoriamente atendidos pela edificação. O mesmo raciocínio não se aplica aos
créditos. Esses tornam elementos opcionais onde os projetos escolhem quais
querem seguir para conquistar pontos. Portanto, é necessário diferenciar pontuação
dos pré-requisitos e dos créditos. Se a edificação apresentar os pré-requisitos e não
necessariamente obter pontuação com os créditos, mesmo assim pode ser
certificada.
É interessante ressaltar a complexidade das obras estudadas e as técnicas
adotadas para alcance da certificação. A obra 1 (trata-se de uma obra mais simples
em relação a obra 2), optou por técnicas diretas relacionadas a solução estrutural,
como a iluminação zenital. A instalação deste item é feita em conjunto com a telhas
de cobertura. Da mesma forma, a proposta da empresa de estrutura metálica foi
configurar a instalação do lanternim na obra 1.
O obra 2 (mais complexa em reação a obra 1) exige que mais áreas da
construção sejam compatibilizadas para que os sistemas possam ser instalados.
Como por exemplo a fachada de vidro, que potencializa a entrada de iluminação
natural. E exige além da estrutura metálica, outra equipe especializada para
instalação dos painéis de vidro. O sistema de refrigeração (presente somente na
obra 2) exige uma equipe única de instalação do sistema mecânico e outra equipe
83

distinta para automatizar todo o conjunto da edificação.


Fossati (2008) aponta que as dimensões da certificação têm valores definidos
para pontuação, não havendo ponderação entre os créditos. O que define o peso de
cada dimensão dentro de todo o processo é a quantidade de crédito. Dessa forma, a
certificação avalia com o mesmo valor um crédito de ―redução de poluição luminosa‖
que pode ser atendido com a correta instalação das luminárias externas e um crédito
de ―redução de 30% do uso de água‖ da edificação, que depende de outros sistemas
de captação e reservatório.
O LEED como certificação ambiental avalia as técnicas de projeto, avalia
materiais aplicados na construção e a forma de execução. Ele se mostra abrangente
por entender que etapas anteriores a execução de obra devem ser consideradas na
avaliação. O LEED considera todos os aspectos da edificação: terreno em que está
locado o empreendimento, água e energia consumidas, materiais aplicados e a
qualidade do ambiente interno. Além disso, premia inovações e pontua questões
regionais preocupando-se com as particularidades da comunidade em que a
edificação está inserida.
As cidades em que estão localizadas as obras não se mostram como fator
decisivo para obtenção dos créditos, exceto a dimensão de ―Prioridade Regional‖.
Independentemente das cidades que estivessem locadas a obra 1 ou a obra 2, as
ações propostas pelas edificações poderiam ser as mesmas.
As obras foram avaliadas em versões anteriores à certificação LEED e,
analisadas com o documento mais recente. A obra 1 obteve 50 pontos e foi
certificada no nível prata em sua versão. A obra 2 alcançou 28 pontos e na sua
versão do documento, foi certificada também com o selo prata. As atualizações
indicam que as organizações buscam a renovação e o aprofundamento sobre este
tópico, para que sejam cada vez mais assertivas nas exigências e que elas
realmente possam ser eficientes em suas ações.
O presente estudo de caso traz contribuições para o entendimento de
construção sustentável, bem como técnicas e estratégias para tal. Vai ao encontro
aos objetivos iniciais, que é o atendimento aos itens para uma edificação alcançar
uma certificação internacional sustentável.
O estudo da certificação LEED deu-se por meio da identificação de todos os
créditos e posterior verificação de aplicação às obras em estudos. Os requisitos e
recomendações de atendimento dos créditos apresentam estratégias e atitudes para
84

obtenção da pontuação.
O entendimento sobre as exigências do órgão certificador, e o levantamento
de evidências sobre as duas obras, permitiu entender que decisões na fase de
projeto impactam e auxiliam fortemente na conquista da certificação. Esta etapa
mostra-se como facilitador nos processos de uma edificação sustentável. Um projeto
integrado, com todas as disciplinas participando ativamente do processo de decisão,
facilita os processos e integração entre as diferentes disciplinas componentes de
uma edificação.
A entrevista realizada com a colaboradora da empresa de estrutura metálica
visava à etapa anterior à execução da obra. As informações obtidas ilustram o
impacto da decisão da busca pela certificação, na indústria de materiais de
construção. Entende-se que não há alteração na cadeia produtiva da estrutura
metálica, para atendimento às exigências do LEED.
Fossati (2008) propôs uma metodologia própria, baseada no LEED, em
edifícios de escritórios. O estudo de caso em questão fez o que sugeriu Fossati, um
estudo feito em tipologias diferentes. Ou seja, avaliou a certificação LEED de um
centro logístico e um shopping.
Da mesma forma, a referida autora também afirma que, para que seja
possível gerar um banco de dados consistente, é necessário que sejam analisadas
as obras em diferentes regiões. Essa afirmação deve-se ao fato de que as
particularidades da região influenciam na avaliação. Este trabalho é uma fonte de
informação, juntando duas edificações de diferentes segmentos e locais do país.
O autor do presente estudo de caso não se aprofundou em determinadas
dimensões ao avaliar as obras citadas. Isso ocorreu devido à falta de acesso à
documentação. Na obra 1, nenhuma informação da dimensão de eficiência hídrica
pode ser evidenciada. Estas não constavam nos documentos analisados e os
projetistas consultados não participaram desta etapa da obra.
O LEED abrange todas as áreas da edificação, constatação que o configura
como um campo de pesquisa interessante para outros trabalhos de conclusão de
curso e importante tema de pesquisa. Em vista disso, a proposta aqui apresentada
atingiu o objetivo de fazer um aprofundamento técnico, a respeito da certificação.
Sugere-se para trabalhos futuros:
 Estudos específicos no consumo e redução de energia;
 Estudos de sistemas de condicionamento de ar, comparando edificações
85

naturalmente ventiladas com e sem sistemas mecânicos de


condicionamento;
 Estudos econômico-financeiros ligados à certificação LEED;
 Estudo sobre a influência dos planos diretores em relação à certificação.
É possível que os requisitos da certificação LEED se sobreponham as
exigências legais, por se tratar de uma certificação ambiental voluntária.
Este autor reconhece a importância da realização de uma análise econômico-
financeiro ligada à certificação LEED. Não o fez devido à dificuldade de acesso aos
dados que permitiriam este tipo de análise.
86

REFERÊNCIAS

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edifícios (LEED e processo AQUA) no Brasil: Motivações, benefícios e
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ilhas de calor urbanas, por meio da combinação de dados Landsat e Ikonos. XI
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Disponível em: <http://marte.sid.inpe.br/col/ltid.inpe.br/sbsr/2002/09.12.18.52/doc/
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com códigos de desempenho. Dissertação (Mestrado) – Universidade de São
Paulo. São Paulo. 2010. Disponível em:
<http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16132/tde-01062010-144907/pt-
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requisitos das Certificações AQUA e LEED. Disponível em:
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CONSTRUÇÃO – ABRAMAT. A Cadeia Produtiva da Construção e o Mercado de
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87

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Documento de análisis LEED. 1. ed. 2011. Disponível em:
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entendimento da aplicação da certificação LEED no Brasil com base em dois
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ed. Porto Alegre: Bookman, 2005.

YUDELSON, Jerry. Projeto Integrado e construções sustentáveis. Porto Alegre:


Bookman, 2013.
89

ANEXO 1 – CADEIA PRODUTIVA DA CONSTRUÇÃO CIVIL: MINERAIS METÁLICOS

Fonte: Adaptado de FGV Projetos; ABRAMAT, 2011.


90

ANEXO 2 – CHECK LIST: PONTUAÇÃO DA OBRA 1

Dimensão - Terrenos sustentáveis


Pontos conquistados /
Crédito
Pontos disponíveis
Seleção do terreno 1/1
Desenvolvimento da densidade e conectividade com a
0/5
comunidade
Remediação de área contaminada 0/1

Transporte alternativo - Acesso ao transporte público 0/6

Transporte alternativo - Bicicletário e vestiário 2/2


Transporte alternativo - Veículos de baixa emissão e
3/3
eficientes

Transporte alternativo - Capacidade de estacionamento 0/2

Desenvolvimento do terreno - proteção ou restauração


1/1
do habitat

Desenvolvimento do terreno - Maximizar espaço aberto 1/1

Projeto para águas pluviais - Controle de quantidade 0/1

Projeto para águas pluviais - Controle de qualidade 0/1

Efeito de ilha de calor - Sem cobertura 0/1


Efeito de ilha de calor - Cobertura 1/1
Redução de poluição luminosa 0/1

Diretrizes de projeto e construção para inquilinos 1/1

Pontuação 10/28

Dimensão - Eficiência Hídrica

Eficiência de água para paisagismo - Redução de 50% 0/1

Eficiência de água para paisagismo - Não usar água


0/1
potável ou irrigação
Tecnologias inovadoras em águas residuais 1/1
Redução do uso de água - 20% redução 1/1
Redução do uso de água - 30% redução 1/1
Pontuação 3/5

Dimensão - Energia e atmosfera


Otimizar performance energética 9/21
Energia renovável no local 0/4
91

Comissionamento avançado 0/2


Gestão avançada de gases refrigerantes 2/2
Medição e verificação - Construção base 3/3

Medição e verificação - Setorização de inquilinos 0/3

Energia verde 0/2


Pontuação 14/37

Dimensão - Material e recursos


Reutilização de construção - Manter 25% das paredes
0/5
existentes, pisos e cobertura
Reutilização de construção - Manter 50% das paredes
ND
existentes, pisos e cobertura
Reutilização de construção - Manter 75% das paredes
ND
existentes, pisos e cobertura
Gerenciamento de resíduos de construção - Reduzir
1/2
50% do desperdício
Gerenciamento de resíduos de construção - Reduzir
ND
75% do desperdício
Reuso de material 1% 0/1
Conteúdo reciclado - 10% (pós-consumo + 1/2 pré-
0/2
consumo)
Conteúdo reciclado - 20% (pós-consumo + 1/2 pré-
ND
consumo)
Materiais regionais - 10% Extraído, processado e
2/2
manufaturado na região
Materiais regionais - 20% Extraído, processado e
ND
manufaturado na região
Madeira certificada 1/1
Pontuação 4/13

Dimensão - Qualidade do ambiente interno


Monitoramento de fornecimento de ar 0/1
Aumento de ventilação 1/1

Plano de gerenciamento de qualidade do ar interno - 1/1


durante a construção

1/1
Materiais de baixa emissão - Adesivos e selantes

0/1
Materiais de baixa emissão - Tinta e revestimento

1/1
Materiais de baixa emissão - Sistema de pavimentação
Materiais de baixa emissão - Produtos de depósito de
0/1
madeira
92

0/1
Controle de origem de poluentes químicos internos
Controle do sistema - Conforto térmico 0/1
Conforto térmico - Projeto 0/1
Luz natural e vista - Luz natural 0/1
Luz natural e vista - Vista 0/1
Pontuação 4/12

Dimensão – Inovação
Inovação em Projeto 3/5
Profissional acreditado LEED 1/1
Pontuação 4/6

Dimensão - Prioridade regional


Gerenciamento de resíduos de construção 1/1
Madeira certificada 1/1
Inovação em Tecnologias de redução de consumo de
1/1
água
Redução do uso de água 1/1
Pontuação 4/4

Pontuação total 50/105


Fonte: Adaptado de USGBC, 2016.
93

ANEXO 3 – CHECK LIST: PONTUAÇÃO DA OBRA 2

Dimensão - Terrenos sustentáveis


Pontos conquistados / Pontos
Crédito
disponíveis
Seleção do terreno 1/1
Desenvolvimento da densidade e conectividade com a
comunidade 1/1
Remediação de área contaminada 0/1

Transporte alternativo - Acesso ao transporte público


1/1
Transporte alternativo - Bicicletário e vestiário 0/1
Transporte alternativo - Veículos de baixa emissão e
eficientes 1/1

Transporte alternativo - Capacidade de estacionamento


0/1
Desenvolvimento do terreno - proteção ou restauração do
habitat 0/1

Desenvolvimento do terreno - Maximizar espaço aberto


0/1

Projeto para águas pluviais - Controle de quantidade


0/1

Projeto para águas pluviais - Controle de qualidade


0/1
Efeito de ilha de calor - Sem cobertura 1/1
Efeito de ilha de calor - Cobertura 0/1
Redução de poluição luminosa 0/1

Diretrizes de projeto e construção para inquilinos


1/1
Pontuação 6/15

Dimensão - Eficiência Hídrica

Eficiência de água para paisagismo - Redução de 50%


0/1
Eficiência de água para paisagismo - Não usar água
potável ou irrigação 0/1
Tecnologias inovadoras em águas residuais 1/1
Redução do uso de água - 20% redução 1/1
Redução do uso de água - 30% redução 1/1
Pontuação 3/5

Dimensão - Energia e atmosfera


Otimizar performance energética 3/8
94

Energia renovável no local 0/1


Comissionamento avançado 0/1
Gestão avançada de gases refrigerantes 1/1
Medição e verificação - Construção base 1/1

Medição e verificação - Setorização de inquilinos


0/1
Energia verde 1/1
Pontuação 6/14

Dimensão - Materiais e recursos


Reutilização de construção - Manter 25% das paredes
existentes, pisos e cobertura 1/1
Reutilização de construção - Manter 50% das paredes
existentes, pisos e cobertura 1/1
Reutilização de construção - Manter 75% das paredes
existentes, pisos e cobertura 0/1
Gerenciamento de resíduos de construção - Reduzir 50%
do desperdício 1/1
Gerenciamento de resíduos de construção - Reduzir 75%
do desperdício 0/1
Reuso de material 1% 0/1
Conteúdo reciclado - 10% (pós-consumo + 1/2 pré-
consumo) 1/1
Conteúdo reciclado - 20% (pós-consumo + 1/2 pré-
consumo) 0/1
Materiais regionais - 10% Extraído, processado e
manufaturado na região 1/1
Materiais regionais - 20% Extraído, processado e
manufaturado na região 0/1
Madeira certificada 0/1
Pontuação 5/11

Dimensão - Qualidade do ambiente interno


Monitoramento de fornecimento de ar 0/1
Aumento de ventilação 1/1
Plano de gerenciamento de qualidade do ar interno - 1/1
durante a construção
Materiais de baixa emissão - Adesivos e selantes 0/1
Materiais de baixa emissão - Tinta e revestimento 0/1
Materiais de baixa emissão - Sistema de pavimentação 0/1
Materiais de baixa emissão - Produtos de depósito de
0/1
madeira
Controle de origem de poluentes químicos internos 0/1
Controlabilidade do sistema - Conforto térmico 0/1
Conforto térmico - Projeto 1/1
95

Luz natural e vista - Luz natural 0/1


Luz natural e vista - Vista 0/1
Pontuação 3/12

Dimensão - Inovação
Inovação em Projeto 4/4
Profissional acreditado LEED 1/1
Pontuação 5/5

Pontuação total 28/10


ND - Pontuação não disponível para esta versão de documento
Fonte: Adaptado de USGBC, 2016.
96

ANEXO 4 – ALTERAÇÕES DE CRÉDITOS

Dimensão - Localização e Transporte

Item Crédito da versão LEED v4 Crédito da versão 2009 Pontuação

Localização do LEED
Crédito Crédito novo 20
Neighborhood
Renomeado do item "Seleção do
Crédito Proteção de Áreas Sensíveis 2
terreno"
Incorpora itens do crédito
Crédito Local de Alta Prioridade 3
"Remediação de área contaminada"
Renomeado do item
Densidade do Entorno e Usos
Crédito "Desenvolvimento da densidade e 6
Diversos
conectividade com a comunidade"
Renomeado do item "Transporte
Crédito Acesso a Transporte de Qualidade alternativo - Acesso ao transporte 8
público"
Renomeado do item "Transporte
Crédito Instalações para Bicicletas 1
alternativo - Bicicletário e vestiário"
Renomeado do item "Transporte
Redução da Área de Projeção do
Crédito alternativo - Capacidade de 1
Estacionamento
estacionamento"
Renomeado do item "Transporte
Crédito Veículos Verdes alternativo - Veículos de baixa 1
emissão"

Dimensão - Terrenos sustentáveis


Descrição Pontos
Prevenção da Poluição na
Pré-req. Requisitos atualizados Obrigatório
Atividade de Construção
Crédito Avaliação do Terreno Crédito novo 1
Desenvolvimento do Terreno -
Crédito Sem alterações 2
Proteger ou Restaurar Habitat
Renomeado do item
Crédito Espaço Aberto "Desenvolvimento do terreno - 1
Maximizar espaço aberto"
Combinação de créditos dos itens
"Projeto para águas pluviais -
Crédito Gestão de Águas Pluviais Controle de quantidade e Projeto 3
para águas pluviais - Controle de
qualidade "
Combinação de créditos dos itens
"Efeito de ilha de calor - Sem
Crédito Redução de Ilhas de Calor 2
cobertura" e "Efeito de ilha de calor
- Com cobertura"
Adicionados pré-requisitos de
iluminação externa e transferidos
Crédito Redução da Poluição Luminosa 1
pré-requisitos de iluminação interna
para energia e atmosfera
Projeto do Inquilino e Diretrizes de Adicionado requisitos do crédito
Crédito 1
Construção "Locação e Coleta de resíduos"
97

Dimensão - Eficiência hídrica


Descrição Pontos
Redução do Uso de Água do
Pré-req. Novo Pré-requisito Obrigatório
Exterior
Redução do Uso de Água do Renomeado do crédito "Redução
Pré-req. Obrigatório
Interior do uso de água"
Pré-req. Medição de Água do Edifício Novo Pré-requisito Obrigatório
Redução do Uso de Água do Renomeado do crédito "Eficiência
Crédito 2
Exterior hídrica para paisagismo"
Redução do Uso de Água do Renomeado do crédito "Redução
Crédito 6
Interior do uso de água"
Uso de Água de Torre de
Crédito Novo crédito 2
Resfriamento
Crédito Medição de Água Novo crédito 1

Dimensão - Energia e atmosfera


Pré-requisito renomeado do crédito
Comissionamento Fundamental e
Pré-req. "Comissionamento fundamental dos Obrigatório
Verificação
sistemas de energia da edificação‖
Pré-req. Desempenho Mínimo de Energia Novo pré-requisito Obrigatório
Pré-req. Medição de Energia do Edifício Novo pré-requisito Obrigatório
Gerenciamento Fundamental de
Pré-req. Novo pré-requisito Obrigatório
Gases Refrigerantes
Crédito Comissionamento Avançado Sem mudanças substanciais 6
Crédito Otimizar Desempenho Energético Novo crédito 18
Crédito Medição de Energia Avançada Novo crédito 1
Crédito Resposta à Demanda Novo crédito 2
Renomeado do crédito "Energia
Crédito Produção de Energia Renovável 3
renovável no terreno"
Gerenciamento Avançado de
Crédito Requisitos adicionados 1
Gases Refrigerantes
Energia Verde e Compensação de Renomeado do crédito "Energia
Crédito 2
Carbono verde"

Dimensão - Energia e atmosfera


Armazenamento e Coleta de
Pré-req. Novo pré-requisito Obrigatório
Recicláveis

Plano de Gerenciamento da
Pré-req. Construção e Resíduos de Novo pré-requisito Obrigatório
Demolição
Combinação dos requisitos dos
itens "Reutilização da edificação -
Redução do Impacto do Ciclo de manter paredes, pisos e cobertura‖
Crédito 6
Vida do Edifício e ―Reutilização da edificação -
manter elementos interiores não
estruturais"
98

Divulgação e Otimização de
Crédito Produto do Edifício – Declarações Novo crédito 2
Ambientais de Produto
Divulgação e Otimização de
Crédito Produto do Edifício – Origem de Novo crédito 2
Matérias-primas
Divulgação e Otimização de
Crédito Produto do Edifício – Ingredientes Novo crédito 2
do Material
Gerenciamento da Construção e
Crédito Novo crédito 2
Resíduos de Demolição

Dimensão - Qualidade do ar interno


Desempenho Mínimo da
Pré-req. Requisitos adicionados de Obrigatório
Qualidade do Ar Interior
Controle Ambiental da Fumaça de
Pré-req. Requisitos adicionados Obrigatório
Tabaco
Combinação de requisitos de
"Monitoramento do fornecimento de
Estratégias Avançadas de
Crédito ar‖, ―Aumentar ventilação‖ e 2
Qualidade do Ar Interior
―Controle de origem de poluentes
químicos internos‖
Crédito Materiais de Baixa Emissão Requisitos adicionados 3
Renomeado do crédito "Plano de
Plano de Gestão da Qualidade do
Crédito gerenciamento de qualidade do ar 1
Ar Interior da Construção
interno - durante a construção"
Renomeado do crédito "Luz natural
Crédito Luz Natural 3
e vista - Luz natural‖
Renomeado do crédito "Luz natural
Crédito Vistas de Qualidade 1
e vista - Vistas"
Fonte: Adaptado de USGBC (2016).
99

APÊNDICE A - QUESTIONÁRIO ENVIADO AO GESTOR DE OPERAÇÕES DE


MANUTENÇÃO DA OBRA 2

1. Qual a representatividade da certificação para o Shopping? Há identificação


dos lojistas com o selo? Houve/Há divulgação da certificação aos
clientes/frequentadores do shopping?
2. Em sua percepção a certificação destaca o shopping a nível municipal ou
estadual?
3. Você participou do processo da certificação?
4. Houve participação de uma empresa terceirizada no processo? Se sim, quem
foi?
5. A comunicação com o GBC (órgão certificador) foi simples, esta comunicação
ainda ocorre? É necessária a continuidade da comunicação com o órgão após
a certificação ser emitida?
6. Quais as principais dificuldades para comprovação dos créditos?
7. A dimensão de localização e transporte aborda pontos sobre a localização,
entorno e atitudes do empreendimento que estimulem usuários às práticas
ecológicas. Há um ponto a destacar nos créditos aprovados?
8. A dimensão de Espaço sustentável leva em conta atitudes em relação ao
terreno e o impacto que ela produz nele. Há um ponto a destacar nos créditos
aprovados? Há alguma prática que envolva a conservação do espaço natural,
diminuição da poluição luminosa ou aumento de áreas de escoamento de água
da chuva?
9. Para a dimensão eficiência do uso da água, que trata da diminuição do uso de
água das concessionárias e aumento do reaproveitamento, há um ponto a
destacar nos créditos aprovados? Foi utilizado algum sistema inovador de
reuso de água?
10. Para a dimensão de energia e atmosfera que aborda a eficiência energética,
há um ponto a destacar nos créditos aprovados? Foi utilizado algum sistema
inovador de geração de energia limpa, ou técnicas que diminuíssem o
consumo de energia?
11. A dimensão de materiais e recursos tem como meta a reutilização de materiais.
Há um ponto a destacar nos créditos aprovados? Houve reutilização de
materiais? A escolha de fornecedores foi feita pela empresa que auxiliou na
certificação (se houve), pela construtora ou pela gerenciadora do shopping?
12. A dimensão de qualidade ambiental interna busca o conforto e bem estar dos
usuários. Existe algum ponto a destacar nos créditos aprovados?
13. A dimensão de Inovação e processos dá pontuação a créditos inovadores ou
que tenham obtido excelência em sua performance. Das atitudes que
auxiliaram na obtenção dos créditos, em sua opinião, houve algum que tenha
alcançado?
100

APÊNDICE B - QUESTIONÁRIO ENVIADO A COLABORADORA DE EMPRESA


DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL

1. De quem partiu a solicitação para busca de documentação LEED?


2. Os documentos e cálculos necessários para comprovação dos créditos foram
descritos pelo solicitante, ou as informações sobre a documentação correta
para apresentação tiveram de ser buscadas junto ao GBC Brasil e outros
meios?
3. A empresa fornecedora de estrutura metálica precisou elaborar teste, estudo
ou laudo sobre o material produzido em fábrica?
4. Foi necessária cotação e procura por matéria prima alternativa, que
atendesse os requisitos do LEED?
5. A matéria prima utilizada teve valor diferenciado?
6. A matéria prima teve prazo de entrega diferenciado?
7. A certificação LEED afetou o processo de orçamento/cálculo/projeto da
estrutura metálica?
8. A certificação LEED afetou o processo de fabricação da estrutura metálica?
9. Quais as dificuldades encontradas junto aos fornecedores para emissão dos
laudos necessários? Qual o tempo médio para emissão destes laudos por
parte dos fornecedores?
10. Os adesivos e selantes para montagem foram especialmente comprados para
esta obra? Houve continuidade no uso destes itens?
11. A tinta usada para esta estrutura foi especialmente comprada para esta obra?
Houve continuidade de uso desta tinta em outras obras?
12. O isolamento térmico e acústico utilizado na cobertura e fechamento foi
especialmente comprado para esta obra?
101

APÊNDICE C - COMPARATIVO DE PONTUAÇÃO ENTRE OS CRÉDITOS DAS


OBRAS EM ESTUDO

Pontos conquistados /
Dimensão Crédito Pontos disponíveis
Obra 1 Obra 2
Seleção do terreno 1/1 1/1
Desenvolvimento da densidade e conectividade com
0/5 1/1
a comunidade
Remediação de área contaminada 0/1 0/1
Transporte alternativo - Acesso ao transporte público 0/6 1/1

Transporte alternativo - Bicicletário e vestiário 2/2 0/1

Transporte alternativo - Veículos de baixa emissão e


3/3 1/1
eficientes
Transporte alternativo - Capacidade de
0/2 0/1
estacionamento
Terrenos
Sustentáveis Desenvolvimento do terreno - proteção ou
1/1 0/1
restauração do habitat
Desenvolvimento do terreno - Maximizar espaço
1/1 0/1
aberto
Projeto para águas pluviais - Controle de quantidade 0/1 0/1

Projeto para águas pluviais - Controle de qualidade 0/1 0/1


Efeito de ilha de calor - Sem cobertura 0/1 1/1
Efeito de ilha de calor - Cobertura 1/1 0/1
Redução de poluição luminosa 0/1 0/1
Diretrizes de projeto e construção para inquilinos 1/1 1/1
Eficiência de água para paisagismo - Redução de
4/4
50% 0/1
Eficiência de água para paisagismo - Não usar água
ND
potável ou irrigação 0/1
Eficiência Hídrica
Tecnologias inovadoras em águas residuais 2/2 1/1
Redução do uso de água - 20% redução 4/4 1/1
Redução do uso de água - 30% redução ND 1/1
Otimizar performance energética 9/21 3/8
Energia renovável no local 0/4 0/1
Comissionamento avançado 0/2 0/1
Energia e
atmosfera Gestão avançada de gases refrigerantes 2/2 1/1
Medição e verificação - Construção base 3/3 1/1
Medição e verificação - Setorização de inquilinos 0/3 0/1
Energia verde 0/2 1/1
Materiais e Reutilização de construção - Manter 25% das paredes
0/5 1/1
recursos existentes, pisos e cobertura
102

Reutilização de construção - Manter 50% das paredes


ND
existentes, pisos e cobertura 1/1
Reutilização de construção - Manter 75% das paredes
ND
existentes, pisos e cobertura. 0/1
Gerenciamento de resíduos de construção - Reduzir
1/2
50% do desperdício 1/1
Gerenciamento de resíduos de construção - Reduzir
ND
75% do desperdício 0/1
Reuso de material 1% 0/1 0/1
Conteúdo reciclado - 10% (pós-consumo + 1/2 pré-
0/2
consumo) 1/1
Conteúdo reciclado - 20% (pós-consumo + 1/2 pré-
ND
consumo) 0/1
Materiais regionais - 10% Extraído, processado e
2/2
manufaturado na região 1/1
Materiais regionais - 20% Extraído, processado e
ND
manufaturado na região. 0/1
Madeira certificada 1/1 0/1
Monitoramento de fornecimento de ar 0/1 0/1
Aumento de ventilação 1/1 1/1

Plano de gerenciamento de qualidade do ar interno - 1/1 1/1


durante a construção
Materiais de baixa emissão - Adesivos e selantes 1/1 0/1

Materiais de baixa emissão - Tinta e revestimento 0/1 0/1

Qualidade do Materiais de baixa emissão - Sistema de 1/1 0/1


ambiente interno pavimentação
Materiais de baixa emissão - Produtos de compósito
0/1 0/1
de madeira

Controle de origem de poluentes químicos internos 0/1 0/1


Controle do sistema - Conforto térmico 0/1 0/1
Conforto térmico - Projeto 0/1 1/1
Luz natural e vista - Luz natural 0/1 0/1
Luz natural e vista - Vista 0/1 0/1
Inovação em Projeto 3/5 4/4
Inovação
Profissional acreditado LEED 1/1 1/1
Gerenciamento de resíduos de construção 1/1 ND
Madeira certificada 1/1 ND
Prioridade
regional Inovação em Tecnologias de redução de consumo de
1/1
água ND
Redução do uso de água 1/1 ND
ND - Pontuação não disponível para esta versão de documento
Fonte: Adaptado de USGBC, 2016.

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