Beruflich Dokumente
Kultur Dokumente
Técnicas de Redação
Governador
Cid Ferreira Gomes
Vice Governador
Francisco José Pinheiro
Secretária da Educação
Maria Izolda Cela de Arruda Coelho
Secretário Adjunto
Maurício Holanda Maia
Secretário Executivo
Antônio Idilvan de Lima Alencar
SUMÁRIO
O REI E O SAPATEIRO
Um rei muito bom, dotado de excelente coração, costumava sair sozinho e
disfarçado, pelas ruas da cidade, a fim de poder bem apreciar as necessidades
de seu povo.
Uma vez, ao passar por uma rua, ouviu alguém cantando:
Ribeiros correm pro rio,
Os rios correm pro mar.
Quem nasceu para ser pobre
Não lhe vale trabalhar.
O rei parou, observou a casa e indagou quem nela residia.
Era um pobre sapateiro, honesto e trabalhador, cheio de filhos, que vivia na
maior miséria possível.
Sua majestade tomou nota do número e da rua.
No dia seguinte, mandou preparar pelo seu cozinheiro, um saboroso bolo, que
encheu de moedas de ouro e fez leva-lo ao sapateiro.
Na outra tarde, passando pela mesma rua, escutou a mesma cantiga:
Ribeiros correm pro rio,
Os rios correm pro mar.
Quem nasceu para ser pobre
Não lhe vale trabalhar.
O rei entrou e fritou para o sapateiro:
- Esta cantiga é mentirosa, ou tu não dizes o que pensas! Onde está o bolo que
te mandei ontem cheio de moedas?
- Oh! Real Senhor, eu não sabia! Devendo muitos favores a um amigo, enviei-
lhe de presente.
Então o rei fê-lo acompanhar ao palácio.
EXEMPLOS DE PROVÉRBIOS:
“A quem sabe esperar, o tempo abre as portas”.
“Bondade em balde é devolvida em barril”.
“Quem quer colher rosas, deve suportar espinhos”
“Nada se assenta melhor ao corpo que o crescimento do espírito”.
“Quem a si próprio elogia não merece crédito”.
Texto 1:
APESAR DE VOCÊ – Chico Buarque
Hoje você é quem manda, falou, tá falado, não tem discussão, não
A minha gente hoje anda falando de lado e olhando pro chão, viu
Quando chegar o momento, esse meu sofrimento vou cobrar com juros, juro
Todo esse amor reprimido, esse grito contido, esse samba no escuro
Você vai pagar e é dobrado cada lágrima rolada nesse meu penar
'Inda pago pra ver o jardim florescer qual você não queria
Você vai se amargar vendo o dia raiar sem lhe pedir licença
E eu vou morrer de rir, que esse dia há de vir antes do que você pensa
Apesar de você
Apesar de você
Apesar de você, amanhã há de ser outro dia Você vai se dar mal, et cetera e tal, laraia, laraia.
Fonte: http://chicobuarque.uol.com.br/letras/notas/n_apesarde.htm
- Muito bem! - exclama o galo. Não imagina como tal notícia me alegra! Que
beleza vai ficar o mundo, limpo de guerras, crueldades e traições! Vou já
descer para abraçar a amiga raposa, mas... como lá vem vindo três cachorros,
acho bom esperá-los, para que também eles tomem parte na confraternização!
Ao ouvir falar em cachorro, Dona Raposa não quis saber de histórias, e tratou
de pôr-se ao fresco, dizendo:
Abrasso,
Nirso.”
No dia seguinte:
“Seo Gomis, num xeguei pucausa de que vendi maiz deis miu em Beraba. To
indo pra Brazilha. Abrasso, Nirso.”
No outro:
“Seo Gomis, Brazilha fexo 20 miu. Vo pra Frolinoplis e de lá pra Sum Paulo no
vinhão das cete hora. Abrasso, Nirso”.
E assim foi o mês inteiro. O gerente, muito preocupado com a imagem da
empresa, levou ao presidente as mensagens que recebeu do vendedor. O
presidente escutou atentamente o gerente e disse:
“Deixa comigo, que eu tomarei as providências necessárias”.
E tomou.
Redigiu de próprio punho um aviso e o afixou no mural da empresa, juntamente
com as mensagens de fax do vendedor:
“A parti de oje nois tudo vamo fazê feito o Nirso. Si priocupá menos em iscrevê
serto, mod vendê maiz. Acinado, O Prizidenti.”
Texto para análise:
que". Nem se ouviu mais o desastroso "perca" - forma verbal usada em lugar
do substantivo "perda" - pronunciado no debate com aquele senhor de olhos
esbugalhados, eleito presidente e expulso de Brasília por pilantragens
variadas. Nunca mais Lula sofreu "percas".
Na última campanha, demonstrou ter aprendido muito. E não só na forma de
expressar-se, mas também no tom contido e no domínio dos assuntos. Não se
sabe se leu muito ou se usou sua aparentemente excepcional capacidade de
aprender de ouvido. Não importa. Uma coisa desagradável em sua fala ele não
perdeu: o timbre rascante da voz agreste, apenas suavizado pelo sorriso
frequente e pela amabilidade que, pelo menos até as primeiras semanas do
governo, parecem ter aumentado sua popularidade.
As poucas críticas públicas ao suposto despreparo de Lula para governar se
concentraram no fato de ele não ter aproveitado s! eu tempo de candidato para
estudar formalmente. Por temor de que críticas diretas se voltassem contra os
próprios críticos, só nos corredores da vida e pela internet seus adversários,
sempre anônimos, faziam comentários jocosos sobre o "despreparo" dele e
divulgavam graçolas que representariam sua ignorância, principalmente
idiomática.
( Veja, 28 de fevereiro de 2004)
O português no mundo
A língua portuguesa é uma das línguas mais usadas em todo o mundo. Como
língua materna é a sexta em número de falantes, depois do chinês (mandarim),
do espanhol, do inglês, do bengali e do hindi. Sua dispersão ocorre
principalmente na região atlântica, nos países Portugal, Brasil, Angola, São
Tomé e Príncipe, Cabo Verde e Guiné-Bissau; e na costa leste da África, em
Moçambique. No extremo oriente, é falada no Timor Leste e na Região
Administrativa Especial de Macau no Território Chinês. Essa dispersão teve
início no século XVI com a expansão marítima portuguesa.
Atualmente, é falada por quase 200 milhões de pessoas em todo o mundo,
como língua oficial. Apesar dessa abrangência, a língua portuguesa mantém
suas características básicas em todas as regiões.
Algumas poucas variações manifestam-se de uma forma mais evidente.
Podem ocorrer no léxico, por exemplo:
Angola Portugal Brasil
rebuçado rebuçado bala
maximbombo autocarro ônibus
chuinga pastilha elástica chiclete
muceque bairro de lata favela
No Brasil, não estão muito claras quais foram as contribuições das línguas
indígenas, especialmente da família linguística tupi-guarani, e das línguas
africanas, especialmente do grupo banto e do iorubá.
As vias de entrada e de domínio dos portugueses na colônia foram as
principais fontes da diversidade da língua. É de se salientar que durante todo o
período colonial havia pouca comunicação entre os centros administrativos.
Assim, nem sempre o que ocorria no norte, Macapá, Belém ou São Luís, era
conhecido no Recife, em Salvador e, menos ainda, no Rio de Janeiro, em São
Vicente ou em São Paulo. Via de regra, todas as rotas de viagem passavam
por Lisboa. Mesmo a partir do século XVIII, no período do ouro, a situação não
é muito diferente, quando ocorre a migração açoriana para a região sul. A
diversidade regional do português no Brasil, dessa maneira, condiciona-se à
história demográfica da presença portuguesa no Brasil: as falas catarinense,
caipira, nordestina, gaúcha, nortista, todas elas são resultado da política da
metrópole que enfatizava uma ou outra região na colônia.
Atividades
1) Leia o texto abaixo e respondas às questões que vão a seguir.
— Ele disse também que o senhor foi plantar o que não nasce.
— É isso mesmo — disse o pai. — Fui ao enterro de um dos meus amigos. (...)
(GUIMARÃES, Ruth (org.). Lendas e fábulas do Brasil. São Paulo: Círculo do
Livro, s.d.)
Tendo em vista a diversidade no uso da língua portuguesa, identifique os
problemas de comunicação que ocorreram entre o menino e o padre.
Reescreva a expressão “escarranchado numa velha besta ruça”, usando de
termos próprios de sua região.
2) Leia o texto a seguir e responda a questão.
O Vestido
– Preste atenção um bocado!
Quar vistido hei de ponhá
Pra í na função que tem lá
Na praça, nhô Artú Virado?
Visto aquele verde-má
Ô este, de renda e babado?
Aquele eu já tenho usado
E este, inda tô pur usá
– Vista aquele véio, Crara
De noitem num se arrepara
Prúis, cumo diz o brocardo
Que o dianho do Zeca Açoite
Sempre arrepete – de noite
tudo os gato são leopardo
(COSTA, Fontoura. Matutices. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1931.)
O poema acima foi escrito em uma variedade do português que difere em
muitos pontos da que se preconiza na norma culta. Aponte algumas dessas
diferenças, caracterizando-as como variações fonéticas, morfológicas ou
lexicais.
O novo acordo
HÍFEN
TREMA
Deixará de existir, a não ser em nomes próprios e seus derivados
Antes Depois
Frequente, linguiça, aguentar Frequente, linguiça, aguentar
Fica o acento em nomes como Müller
ACENTO DIFERENCIAL
Não se usará mais para diferenciar:
1. "pára" (flexão do verbo parar) de "para" (preposição)
2. "péla" (flexão do verbo pelar) de "pela" (combinação da preposição com o
artigo)
3. "pólo" (substantivo) de "polo" (combinação antiga e popular de "por" e "lo")
4. "pélo" (flexão do verbo pelar), "pêlo" (substantivo) e "pelo" (combinação da
reposição com o artigo)
5. "pêra" (substantivo - fruta), "péra" (substantivo arcaico - pedra) e "pera"
(preposição arcaica)
* Não some o acento diferencial em pôr (verbo) / por (preposição) e pôde
(pretérito) / pode (presente). Fôrma, para diferenciar de forma, pode receber
acento circunflexo
ALFABETO
Passará a ter 26 letras, ao incorporar as letras "k", "w" e "y"
ACENTO CIRCUNFLEXO
Não se usará mais:
1. nas terceiras pessoas do plural do presente do indicativo ou do subjuntivo
dos verbos "crer", "dar", "ler", "ver" e seus derivados. A grafia correta será
"creem", "deem", "leem" e "veem"
2. em palavras terminados em hiato "oo", como "enjôo" ou "vôo" -que se tornam
"enjoo" e "voo"
Antes Depois
Crêem, dêem, lêem, vêem, prevêem, Creem, deem, leem, veem, preveem,
vôo, enjôos voo, enjôos
Os verbos ter e vir (e seus derivados) continuam sendo acentuados na terceira
pessoa do plural.
Eles têm três filhos.
Eles detêm o poder.
Eles vêm para a festa de
sábado.
3. nas formas verbais que têm o acento tônico na raiz, com "u" tônico precedido
de "g" ou "q" e seguido de "e" ou "i". Com isso, algumas poucas formas de
verbos, como averigúe (averiguar), apazigúe (apaziguar) e argúem (arg(ü/u)ir),
passam a ser grafadas averigue, apazigue, arguem
Antes Depois
Averigúe, apazigúe, ele argúi, enxagúe Averigue, apazigue, ele argui, enxague
você você
GRAFIA
No português lusitano:
1. desaparecerão o "c" e o "p" de palavras em que essas letras não são
pronunciadas, como "acção", "acto", "adopção", "óptimo" -que se tornam
"ação", "ato", "adoção" e "ótimo"
ATENÇÃO!!!! AS REGRAS DO HÍFEN... E EXCEÇÕES À REGRA
A nova regra geral do hífen diz que não se deve usá-lo quando o primeiro
elemento da palavra termina com letra diferente da que inicia o segundo.
Por exemplo: autoestrada, infraestrutura. O hífen deve ser usado quando
o primeiro elemento termina com vogal ou consoante igual à letra que
inicia o segundo: micro-ônibus, arqui-inimigo
Exceções: Segundo o acadêmico Evanildo Bechara, os prefixos co, re, pre e
pro dispensam o hífen quando o segundo elemento inicia por e ou o como em
cooperar e reeditar
Não usar o hífen quando o primeiro elemento termina com vogal e o segundo
começa com consoante, exceto o h. Exemplos: anteprojeto, anti-herói
Quando o segundo elemento começa com r ou s, essas letras deverão ser
dobradas: suprassumo, antirrugas
Não usar o hífen quando o primeiro elemento termina com consoante e o
segundo se inicia com vogal (há exceção, como mal-estar): hiperacidez,
interestadual
Outras exceções: os prefixos ex, bem, sem, além, aquém, recém, pós, pré
e vice sempre exigem hífen. Exemplos: ex-patrão, bem-estar, sem-terra,
além-mar, pós-graduação, recém-casado, pré-história, vice-presidente. O
prefixo sub deve ser usado com hífen diante de b, h e r: sub-base, sub-
região, sub-humano. Já com circum e pan, o hífen será usado diante de
m, n, h e vogal: circum-navegação, pan-americano.
Texto 2:
A segunda-feira negra de Guernica
Texto não-verbal
Quando se fala em texto ou linguagem, normalmente se pensa em texto e
linguagem verbais, ou seja, naquela capacidade humana ligada ao pensamento
que se concretiza numa determinada língua e se manifesta por palavras.
Mas, além dessa, há outras formas de linguagem, como a pintura, a mímica, a
dança, a música e outras mais. Com efeito, por meio dessas atividades o
homem também representa o mundo, exprime seus pensamentos, comunica-
se e influencia os outros. Tanto a linguagem verbal quanto a não verbal
expressam sentidos, e, para isso, utilizam-se de signos, com a diferença de
que, na primeira, os signos são constituídos de sons da língua, ao passo que
nas outras se exploram outros signos, como as formas, a cor, os gestos, os
sons musicais etc.
Em todos os tipos de linguagem os signos são combinados entre si, de acordo
com certas leis, obedecendo a mecanismos de organização.
Semelhanças e diferenças
A linguagem verbal é linear. Isto significa que seus signos e os sons que
a constituem não se superpõem, mas se sucedem destacadamente um
depois do outro no tempo da fala ou no espaço da linha escrita. Em
outras palavras, cada signo e cada som são usados num momento
distinto do outro. Veja esse verso de Drummond: T/e/u/som/b/r/o/s
s/u/p/o/r/t/a m o/m/um/d/o.
Na linguagem não-verbal, ao contrário, vários signos podem ocorrer
simultaneamente. Se na linguagem verbal é impossível conceber
palavras encavaladas umas nas outras, na pintura, por exemplo,
ocorrem várias figuras ao mesmo tempo. Ex: o quadro e a totalidade de
seus elementos.
O texto não-verbal pode a princípio ser considerado predominantemente
descritivo, pois representa uma realidade singular e concreta, num ponto
estático do tempo. Uma foto pode ser descritiva, mas a sucessão de
fotos pode ser uma narrativa. Ex:
Agora sim
Café com pão
Agora sim
Café com pão
Voa, fumaça
Corre, cerca
Ai seu foguista
Bota fogo
Na fornalha
Que eu preciso
Muita força
Muita força
Muita força.
Enfim, o texto Circuito Fechado é uma crônica - um texto narrativo curto -, cujo
tema é o cotidiano e leva o leitor a refletir sobre a vida. Usando somente
substantivos, o autor produziu um texto que termina onde começou. Essa
estrutura circular tem relação com o título e com a rotina que aprisiona o
homem nos dias atuais.
a. O texto tem coerência de sentido e o sentido de qualquer passagem de um
texto é dado pelo contexto. Se não levarmos em conta as relações entre as
partes do texto, corremos o risco de atribuir a ele um sentido oposto àquele que
efetivamente tem.
b. Todo texto tem um caráter histórico, não no sentido de narrar fatos históricos,
mas no de revelar as concepções e a cultura de um grupo social numa
determinada época.
Observe agora o seguinte texto:
No começo de 1981, um jovem de 25 anos chamado John Hinckey Jr. Entrou
numa loja de armas de Dallas, no Texas, preencheu um formulário do governo
com endereço falso e, poucos minutos depois, saiu com a Saturday Night
Special – nome criado na década de 60 para chamar um tipo de revólver
pequeno, barato e de baixa qualidade. Foi com essa arma que Hinckley, no dia
30 de março daquele ano, acertou uma bala no pulmão do presidente Ronald
Reagan e outra na cabeça de seu porta-voz, James Brady. Reagan recuperou-
se totalmente, mas Brady desde então está preso a uma cadeira de rodas. (...)
Seguramente, por trás da notícia, existe, como pressuposto, um
pronunciamento contra o risco de vender arma para qualquer pessoa
indiscriminadamente. Para comprovar essa constatação, basta pensar que os
fabricantes de revólveres, se pudessem, não permitiriam a veiculação dessa
notícia. O exemplo escolhido deixa claro que qualquer texto, por mais objetivo
e neutro que pareça, manifesta sempre um posicionamento frente a uma
questão qualquer posta em debate.
Segunda consideração: todo texto contém um pronunciamento dentro de
um debate de escala mais ampla. Conclusão:
a. Uma boa leitura nunca pode basear-se em fragmentos
isolados do texto, já que o significado das partes sempre é
determinado pelo contexto dentro do qual se encaixam.
b. Uma boa leitura nunca pode deixar de apreender o
pronunciamento contido por trás do texto, já que sempre se
produz um texto para marcar posição frente a uma questão
qualquer.
A escrita não pode ser tida como representação da fala. Em parte, porque a
escrita não consegue reproduzir muitos dos fenômenos da oralidade, tais como
a prosódia, a gestualidade, os movimentos do corpo e dos olhos, entre outros.
Ela apresenta, ainda, elementos significativos próprios, ausentes na fala, tais
como o tamanho e o tipo de letras, cores e formatos, sinais de pontuação e
elementos pictóricos, que operam como gestos, mímica e prosódia
graficamente representados. Observe a transcrição de um texto falado, retirado
de uma aula de História Contemporânea, ministrada no Rio de Janeiro, no final
de década de 70.
Procure ler o texto seguinte como se você estivesse “ouvindo” a aula.
... nós vimos que ela assinala... como disse o colega aí,,, a elevação da
sociedade burguesa... e capitalista... ora... pode se já ver nisso... o que é uma
revolução... uma revolução significa o quê? Uma mudança... de classe... em
assumindo o poder... você vê por exemplo... a Revolução Francesa... o que ela
significa? Nós vimos... você tem uma classe que sobe... e outra classe que
desce... não é isso? A burguesia cresceu... ela
ti/a burguesia possuía... o poder... econômico... mas ela não tem prestígio
social... nem poder político... então... através desse poder econômico da
burguesia... que controlava o comércio... que tinha nas mãos a economia da
França... tava nas mãos da classe burguesa... que crescera... desde o século
quinze... com a Revolução Comercial... nós temos o crescimento da classe
burguesa... essa burguesia quer... quer... o poder...ela quer o poder político...
ela que o prestígio social... ela quer entrar em Versalhes... então nós vamos ver
que através... de uma Revolução...ela vai... de forma violenta... ela vai
conseguir o poder... isso é uma revolução porque significa a ascensão de uma
classe e a queda de outra... mas qual é a classe que cai? É a aristocracia...
tanto que... o Rei teve a cabeça cortada... não é isso?
(Dinah Callou (org.). A linguagem falada culta na cidade do Rio de Janeiro –
materiais para seu estudo. Elocuções formais. Rio de Janeiro, Fujb, 1991, p.
104-105)
É possível notar que o texto é bastante entrecortado e repetitivo, apresenta
expressivas marcas de oralidade e progride apoiando-se em questões
lançadas aos interlocutores, no caso, aos alunos. Isso não significa que o texto
falado é, por sua natureza, absolutamente caótico e desestruturado. Ao
contrário, ele tem uma estruturação que lhe é própria, ditada pelas
circunstâncias sócio-cognitivas de sua produção.
No entanto, tais características, próprias do texto oral, são consideradas
inapropriadas para o texto escrito. E por quê? Para entender essa questão,
inicialmente, faz-se necessário observar a distinção entre essas duas
modalidades de uso da língua, proposta por Marcuschi (2001:25):
• A fala seria uma forma de produção textual-discursiva para fins comunicativos
na modalidade oral. Caracteriza-se pelo uso da língua na sua forma de sons
sistematicamente articulados e significativos, bem como os aspectos
prosódicos e recursos expressivos como a gestualidade, os movimentos do
corpo e a mímica.
• A escrita, por sua vez, seria um modo de produção textual-discursiva para fins
comunicativos com certas especificidades materiais e se caracterizaria por sua
constituição gráfica, embora envolva também recursos de ordem pictórica e
outros. Pode manifestar-se, do ponto de vista de sua tecnologia, por unidades
alfabéticas (escrita alfabética), ideogramas (escrita ideográfica) ou unidades
iconográficas. Trata-se de uma modalidade de uso da língua complementar à
fala.
De modo geral, discute-se que ambas apresentam distinções porque diferem
nos seus modos de aquisição, nas suas condições de produção, na
transmissão e recepção, nos meios através dos quais os elementos de
estrutura são organizados.
Para Koch (1992), entre as características distintivas mais frequentemente
apontadas entre as modalidades falada e escrita estão as seguintes:
Fala Escrita
1. Contextualizada. 1. Descontextualizada.
2. Não-planejada. 2. Planejada.
3. Redundante. 3. Condensada.
4. Fragmentada. 4. Não-fragmentada.
5. Incompleta. 5. Completa.
Leia o texto a seguir da profa. Ivani Vecina Abib e discuta a que gênero
pertence:
UMA HISTÓRIA DE LEITURA
- Maria, apaga essa luz!
Mas era difícil fechar o livro! Apagava a luz e acendia o lampião, pouco se
importando se esse cúmplice da noite seria o delator da manhã. O rosto
sonolento, sujo de fuligem denunciaria que apagara a luz, mas continuara
lendo.
Essa história de minha mãe sempre me encantou. E, mesmo sem a
cumplicidade do lampião, eu também lia à noite. Muitas vezes, confesso, eram
livros que Dona Célia, bibliotecária do colégio proibia: “ainda não é hora!”, dizia
ela. E Júlio Ribeiro, Adelaide Carraro eram substituídos por José de Alencar,
Machado e tantos outros. A tudo isso se acrescente o Evangelho Segundo o
Espiritismo, de Alan Kardec que lia todas as noites, depois do jantar, para meus
avós. E eu lia, cheia de importância, afinal “ela sabe ler tão bonito”, diziam eles
orgulhosos da neta.
Entretanto, foram tempos difíceis os da minha infância, não fui criada entre
intelectuais, nem bibliotecas, mas descendente de imigrantes espanhóis que
valorizavam acima de tudo o trabalho. O estudo nos era dado como um
presente, aquilo que eles não puderam ter e por isso afirmavam orgulhosos:
“fazemos questão de formar nossos filhos”.
A época da minha infância coincidiu com a construção de Brasília, foram anos
difíceis. Meu pai, empreiteiro de obras, perdeu tudo o que possuía, pois o
Texto B:
Resumo:
Inês Pereira é uma jovem solteira que sofre a pressão constante do
casamento, e reclama da sorte por estar presa em casa, aos serviços
domésticos, cansando-se deles. Imagina Inês casar-se com um homem que ao
mesmo tempo seja alegre, bem-humorado, galante e que goste de dançar e
cantar, o que já se percebe na primeira conversa que estabelece com sua mãe
e Leonor Vaz. Essas duas têm uma visão mais prática do matrimônio: o que
importa é que o marido cumpra suas obrigações financeiras, enquanto que Inês
está apenas preocupada com o lado prazeroso, cortesão.
O primeiro candidato, apresentado por Leonor Vaz, é Pero Marques, camponês
de posses, o que satisfazia a ideia de marido na visão de sua mãe, mas era
extremamente simplório, grosseirão, desajeitado, fatos que desagradam Inês.
Por isso Pero Marques é descartado pela moça.
Aceita então a proposta de dois judeus casamenteiros divertidíssimos, Latão e
Vidal, que somente se interessam no dinheiro que o casamento arranjado pode
lhes render, não dando importância ao bem-estar da moça. Então lhe
GÊNERO NARRATIVO
Gênero Épico ou Narrativo: Neste gênero há um enredo encadeado em fatos
organizados de acordo com a vontade do escritor.
- em prosa: romance; novela; conto; crônica
em verso: -narrativas de assuntos diversos
Epopeia: poema narrativo que trata de fatos notáveis de um povo. Ex: Os
Lusíadas.
GÊNERO LÍRICO
1. Gênero Lírico: quando um "eu" nos passa uma emoção, um estado;
centra-se no mundo interior do Poeta apresentando forte carga
subjetiva. A subjetividade surge, assim, como característica marcante do
lírico.
em verso: o poema
em prosa: prosa poética
GÊNERO DRAMÁTICO
2. Gênero Dramático: quando os "atores, num espaço especial,
apresentam, por meio de palavras e gestos, um acontecimento". Retrata,
fundamentalmente, os conflitos humanos.
Tragédia, Comédia, Tragicomédia, Auto , Farsa.
Drama, em grego, significa "ação". Ao gênero dramático pertencem os textos,
em poesia ou prosa, feitos para serem representados. Isso significa que entre
do que se afirma por meio desse advérbio é dado como um fato partilhado
entre autor e leitor, e que é reforçado pelo advérbio.
Por meio dos elementos levantados no texto (1), você pôde ver que são
várias as palavras que, num texto, assumem a função de conectivo ou
elemento de coesão:
ATIVIDADES
1. Releia a propaganda da Folha de São Paulo e levante outros elementos
coesivos estudados nesta unidade, além da repetição do pronome ele e de sua
elipse.
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_________________________________________________
2. Analise, nos textos colocados a seguir, os processos coesivos de construção
do referente (atente para as escolhas lexicais e sintáticas) e explique como a
coerência (organização de sentido) é construída. Observe também a pontuação
de cada um dos textos e comente.
Texto A
Quadrilha
João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi pra os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história.
(Andrade, Carlos Drummond de. Poesia completa. Rio de Janeiro:
Nova Aguilar, 2002, p. 26)
Texto B
Cidadezinha qualquer
Casas entre bananeiras
mulheres entre laranjeiras
pomar amor cantar.
Um homem vai devagar.
FIORIN, José Luiz e SAVIOLI, Francisco Platão. Para entender o texto: leitura e
redação. São Paulo: Ática, 1990.
FIORIN, José Luiz e SAVIOLI, Francisco Platão. Lições de texto: leitura e
redação. São Paulo: Ática, 1996.
KOCH, Ingedore G. V. A coesão textual. São Paulo: Contexto, 1989.
KOCH, Ingedore G. V. A coerência textual. São Paulo: Contexto, 1990.
Terra adorada,
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada!
Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada, Brasil!