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CURSO ONLINE

ATUALIDADES P/ O PACOTE DA POLÍCIA FEDERAL – AGENTE


PROFESSORA VIRGÍNIA GUIMARÃES

Aula 01 – AS ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS E OS BLOCOS


REGIONAIS INSERIDOS NA ECONOMIA MUNDIAL DO SÉC. XX

Olá, meus queridos, animados pro início do nosso curso?

Antes de qualquer coisa, deixe-me apresentar para aqueles


que ainda não me conhecem!

Meu nome é Virgínia Guimarães e minha relação com os


concursos públicos se iniciou quando me dei conta de que minha
única opção para alcançar o ensino superior seria adentrar numa
Universidade Federal – onde me graduei em História no ano de 2005.
Após a graduação, busquei o mestrado e, mais uma vez, tinha que
ser na Federal onde adentrei em 2006 e me tornei mestre em História
do Brasil. Sou autora do livro, Ex-combatentes do Brasil – entre a
História e a Memória, mas, infelizmente, isso ainda não é cobrado
nos concursos públicos. rsrsrs

Enfim, atualmente, leciono várias disciplinas da área de


humanas em uma faculdade na cidade de Olinda/PE e, desde 2010,
dou aulas de Conhecimento Gerais, Atualidades e Geografia aqui no
site do Ponto dos Concursos. Saibam que é sempre um grande prazer
estar com vocês nesse caminho, às vezes tão árduo e cheio de
sacrifícios, que é o da aprovação!

Agora que já estamos devidamente apresentados, vamos ao


que realmente interessa!!! Pra início de conserva, espero que estejam
não apenas animados como também dispostos a embarcar naquilo
que eu costumo chamar de uma grande viagem. Digo isso, pois
estudar Atualidades – em qualquer perspectiva – significa

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percorrer caminhos diferentes daqueles que estamos acostumados.


Significa, principalmente, dedicar nossa atenção a aspectos que nos
rodeiam diariamente, mas que, poucas vezes, paramos para analisar
e tentar compreender o que move tudo aquilo.

Que vivemos na chamada “Era da Informação” não é


novidade pra nenhum de vocês! A todo instante somos
bombardeados por mil informações sobre instabilidades políticas,
crises econômicas, revoltas da natureza, mudanças culturais e uma
enorme variedade de dados que poucas vezes assimilamos. Até
porque, se tivéssemos que guardar tudo na mente, boa parte de nós
(onde eu me incluo sem o menor pudor) precisaríamos de um HD
externo de pelo menos uns 520 gigabytes, não é mesmo? (rsrsrs)

Pois bem amigos, brincadeiras à parte. A grande verdade é


que, mesmo que estejamos cotidianamente em meio a um “tsunami”
de informações isso não quer dizer, absolutamente, que estejamos
adquirindo conhecimento.

Assim, posso dizer que esse é o grande objetivo dessa


nossa “viagem”: rever as principais informações, mas buscando
sempre o conhecimento necessário para fazer uma boa prova!

Por isso, pessoal, não se assustem quando eu digo viagem,


pois, definitivamente, não estou dizendo que teremos aqui
divagações filosóficas ou antropológicas, não! Por mais ricas (e
tentadoras) que elas sejam, eu prometo usá-las apenas quando
absolutamente necessário, ok?

De qualquer modo, estejam super à vontade para usar


nosso fórum para esclarecer qualquer aspecto que não tenha ficado
muito claro, combinado? Aquele espaço é todo de vocês!!!

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Bem, amigos, eu reitero que é uma grande satisfação estar


aqui com vocês para iniciarmos este passeio que nos levará a
caminhos tão ricos quanto desconhecidos pela maioria, então
apertem os cintos e boa viagem! (rsrsrs)

Antes de iniciarmos a aula de hoje, entretanto, gostaria de


indicar a todos a leitura da Aula 00 (Demonstrativa), intitulada:
“Panorama do Desenvolvimento Mundial”, disponível no curso
regular de Atualidades que ofereço para a Polícia Federal – turma
3. Essa aula pode ser encontrada no site do Ponto dos Concursos e é
de livre acesso a todos, ok?!

___X___

1 – Globalização

Na aula 00 (que indiquei a leitura a todos!), eu fiz um


panorama político-econômico mundial no século XX. Na aula de hoje
falaremos de outro importante fenômeno ocorrido no século XX: a
integração regional e as crises mundiais.

Alguns podem estar se questionando: “ué, mas a aula não


seria sobre blocos econômicos e organizações internacionais?”

Sim, falarei desses assuntos também, mas, antes de


entrarmos propriamente nisso, precisamos de uma introdução para
que vocês compreendam como o mundo se integrou a ponto desses
blocos e organizações surgirem!

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No século XX, o aperfeiçoamento dos meios de transporte e


de telecomunicações e o aprofundamento das relações políticas,
econômicas, sociais e culturais caracterizou o processo conhecido por
globalização.

Sei que vocês já devem estar “carecas” de saber o que é a


globalização, mas vamos parar um pouquinho pra pensá-la de uma
forma um pouco mais detida?

Apesar de todos nós já termos ouvido falar sobre esse


termo, nem sempre nos damos conta da proporção e influência da
globalização nas situações políticas, econômicas e sociais que
vivemos atualmente. Para felicidade de uns e tristeza de outros, é
graças à globalização que temos tanta facilidade em encontrar um
McDonalds a cada esquina, ouvir Paul McCartney, Jack Johnson ou
Beyoncé com tanta frequência. É por causa dela que nos sentimos tão
à vontade para opinar sobre decisões políticas tomadas pelos chefes
de Estado da Inglaterra ou dos EUA, discutir a legitimidade da
ocupação do Iraque ou julgar o comportamento e a cultura de povos
que nem saberíamos da existência se não fosse a globalização.

Pois bem, os efeitos decorrentes da globalização nós já


conhecemos, mas afinal, o que é a globalização e por que ela
acarretou tantas mudanças na nossa vida?

Devemos ter bem claro em nossas mentes que a


globalização é um processo e, como todo processo, não ocorreu do
dia pra noite e possui implicações positivas e negativas que
acarretaram mudanças em todos os aspectos mundiais, sejam
econômicos, sociais, culturais ou políticos.

Ao ouvirmos a palavra globalidade, nos remetemos


imediatamente a uma noção de conjunto, de integralidade ou de

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totalidade. O termo “globalização” carrega consigo esse mesmo


sentido de conjunto, transmitindo a ideia de algo inteiro, completo,
sugerindo uma integração. Desta maneira, globalizar seria o oposto
de dividir, marginalizar, expulsar ou excluir. A exclusão é justamente
o principal argumento dos opositores da globalização, já que
presenciamos cotidianamente o ressurgimento, em vários locais do
planeta, de diversas manifestações fundamentalistas, racistas e
terroristas que a humanidade considerava praticamente superadas.
Globalização e exclusão são conceitos que definem duas realidades
interligadas, sendo que o primeiro sinaliza as características atuais do
processo de desenvolvimento do capitalismo em nível mundial e o
segundo trata de sua consequência mais visível e imediata.

Globalização é um fenômeno de
aprofundamento do intercâmbio político,
econômico, social e cultural entre as diversas
nações do planeta atualmente intensificado
pelas profundas transformações e inovações
científicas e tecnológicas na área da
comunicação e nos transportes.

Por meio dessa definição, percebemos que a globalização se


manifesta nos campos do comércio, das finanças e da produção
internacional, aprofundando a interdependência entre os países. No
entanto, a globalização não pode ser compreendida como um
processo eminentemente comercial ou ainda um fenômeno
puramente econômico-financeiro. A abrangência da globalização é
muito ampla, evidenciando-se no campo econômico, político, social e
cultural. Logicamente, ela é também um processo ligado ao
aprofundamento do intercâmbio comercial, mas, lembrem-se sempre,
não se restringe a isso.

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Com ela, os mercados se tornam mais abertos e há um


inegável aumento do intercâmbio comercial. Isso é resultado da
redução das práticas protecionistas, as quais passam a ser menos
acentuadas hoje do que se compararmos com o início do século XX. O
desenvolvimento dos meios de transporte e das comunicações
também foi um fator que causou aumento do fluxo comercial.

O aprofundamento do comércio internacional, apesar de


contribuir para o crescimento e desenvolvimento econômico dos
países e melhoria da qualidade de vida das populações, não o faz de
forma equitativa. Assim não podemos dizer que o crescimento e
desenvolvimento econômico promovidos pela globalização sejam
iguais para todos os países. Alguns deles se mantêm à margem ou
excluídos desse processo. Podemos dizer, inclusive, que uma das
características do processo de globalização é a assimetria de
oportunidades de desenvolvimento.

Da mesma forma que impulsionou o aumento dos fluxos


comerciais, a globalização causou impacto nas finanças. Com os
meios de comunicação cada vez mais desenvolvidos, é possível que
capitais cruzem fronteiras em questão de segundos. Assim, um
investidor estrangeiro pode aplicar na BOVESPA e, de uma hora para
outra, retirar todo o seu dinheiro.

A globalização é, assim, responsável pela intensificação dos


fluxos globais de tecnologias, capitais, pessoas e serviços. Com a
globalização, a sociedade internacional tornou-se muito mais
interdependente.

Também podemos dizer que a globalização gerou outro tipo


de empresas: as multinacionais. Com isso, surge o fenômeno da
internacionalização da produção. As empresas buscam se instalar
em países onde o custo da mão-de-obra é mais barato, o que

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aumenta seus lucros. É só pensarmos na China que teremos uma


noção bem exata disso! Imaginem quantas empresas multinacionais
se instalaram neste país buscando reduzir seus custos! Muitas, não é
mesmo?

A nova divisão do trabalho é um dos grandes destaques


da transnacionalização das economias. Deste modo, um automóvel
que era produzido integralmente nos EUA, agora tem sua produção
desmembrada por diversos lugares do mundo a fim de baratear seu
custo final.

A fusão entre empresas também é um fenômeno bastante


comum nos dias atuais, podendo ser encarado como um dos aspectos
da globalização. A união de grandes grupos empresariais proporciona
aumento da eficiência e da competitividade em escala global. Muitas
vezes, empresas concorrentes se unem como forma de evitar que
sejam literalmente “engolidas” por um concorrente. No Brasil,
destacamos como exemplo desse fenômeno a fusão entre Brahma e
Antarctica, donde se originou a AMBEV.

Por fim, vale ressaltar que o destacado desenvolvimento


econômico que ora vislumbramos no mundo só pôde se concretizar
devido ao salto de eficiência nos setores de transportes e de
comunicações, que aprofundaram o fenômeno da globalização e o
expandiram significativamente. Dessa forma, a globalização é hoje
um fenômeno que engloba todos os países do mundo, inclusive
aqueles que possuem regimes mais fechados, como Cuba e Coreia do
Norte.

Vejamos como esses conceitos iniciais já foram cobrados em


provas anteriores.

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1) (CESPE / ABIN / 2008) A globalização, como fenômeno em


curso no mundo, é caracterizada pela integração de mercados,
levando o crescimento econômico a todas as regiões,
articuladas segundo um processo equitativo de distribuição de
riqueza.

COMENTÁRIOS

A globalização é caracterizada pela integração de mercados?


Sim, com certeza. Com o fenômeno da globalização, há um
aprofundamento das relações comerciais entre os países, motivados
pelos ideais liberalistas. Apesar de ainda existirem práticas
protecionistas, estas são muito menores se comparadas com o
passado.

Até aí a questão estava bem. No entanto, será que podemos


dizer que a globalização leva ao crescimento econômico de todas as
regiões do mundo e ainda que há um processo equitativo de
distribuição de riquezas? Não, não podemos. Existem ainda países ou
regiões que se encontram à margem do processo de globalização.
Basta pensarmos no Haiti ou em alguns países da África, como a
Somália, por exemplo!

Gabarito: Errado

2) (FUNIVERSA / Auditor Fiscal – Controle Ambiental –


Seplag-DF / 2011) A interdependência dos atores – governos,
empresas e sociedades – é, certamente, a característica
fundamental do atual cenário econômico mundial, comumente
denominado globalização. Com base nessa nova realidade, que
ganhou maior densidade a partir da década de 80 do século
XX, assinale a alternativa correta.

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(A) As cadeias produtivas concentram-se cada vez mais em áreas


restritas do planeta, em geral nas economias mais sólidas, restando
aos países pobres o papel de meros consumidores.

(B) As inovações tecnológicas, profundas e incessantes, contribuem


decisivamente para um aspecto essencial à ordem global, qual seja, a
celeridade da circulação de bens, capitais e informações.

(C) Apesar da queda do Muro de Berlim e da derrocada do chamado


socialismo real do Leste europeu, os países da antiga Cortina de Ferro
recusam-se a se inserir na economia capitalista globalizada.

(D) Embora importante sob vários aspectos, em especial nas


telecomunicações, a revolução tecnológica dos anos 90 do século XX
foi insuficiente para ampliar as possibilidades de integração da
economia mundial.

(E) Mesmo reduzindo o quadro de desigualdades entre as nações, a


globalização acabou por concentrar poder e riqueza nos países ricos,
o que impede a emergência de outros países na cena econômica
mundial.

COMENTÁRIOS

Percebam que esta questão apareceu em prova aplicada em


2011! A recorrência ao tema não se limita às provas aplicadas nos
anos anteriores, mas permanece sendo motivo de cobrança até nos
concursos atuais.

A letra A está incorreta. Com a globalização houve uma


ampliação das áreas e cadeias produtivas. Elas, de forma alguma,
estão restritas às economias mais sólidas. Outro erro é dizer que os
países pobres são meros consumidores, quando na verdade oferecem
mão de obra, commodities e também alguns produtos
industrializados.

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A letra B está correta. A afirmativa dispensa comentários,


afinal descreve muito bem o processo de aceleração promovido pela
globalização.

A letra C está incorreta. Ao contrário do que se afirma,


muitos países que antes faziam parte do “socialismo real” hoje estão
integrados ao capitalismo. A própria Rússia está inserida nessa nova
realidade e lutando para conseguir maior espaço entre as grandes
potências mundiais.

A letra D está errada. Contradiz por completo a afirmativa


da letra B.

A letra E está incorreta. Podemos destacar alguns erros


nessa alternativa. Em primeiro lugar, ainda existem grandes
desigualdades entre as nações. Há sim concentração de poder e
riquezas, mas isso não impede que outros países tentem emergir no
mundo globalizado. Com a maior circulação de bens, capitais e
informação também os países em desenvolvimento concorrem no
mercado internacional e muitos conseguem abrir maior espaço de
atuação e para a circulação de seus próprios produtos. Assim, a
concentração de riquezas, que ainda existe, não se restringe apenas
a poucos países, mas também circula, embora não de forma tão
ampla.

Gabarito: B

___X___

Enfim, meus caros, como vocês puderam notar, apesar de


parecer ser um assunto bem batido, em 2008 e novamente em 2011
ele foi cobrado então é importante que nós tenhamos bastante
clareza nesse assunto! Além disso, compreender este fenômeno
mundial nos permite entender melhor o porquê de muitas práticas

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econômicas e políticas atuais. Exemplos disso são as crises


econômicas mundiais e a formação de blocos econômicos como o
MERCOSUL, e a União Europeia.

É verdade que a globalização foi intensificada no período


pós-Segunda Guerra Mundial, imprimindo consequências marcantes
ao cenário internacional. Todavia, antes mesmo de assumir a força
atual ela já dava indícios de que ficaria mais forte a cada dia, como
no caso da famosa Crise de 1929, vocês estão lembrados dela?
Certamente estudaram isso ainda no colégio e ela foi só a primeira de
muitas que ainda surgiriam no contexto econômico de proporções
mundiais.

1.1 – Efeitos da Globalização

Segundo Oliveira (2009), a globalização projeta três


importantes processos, os quais seriam os movimentos internacionais
de capitais, a produção capitalista internacionalizada e as ações
internacionais de governo.

O primeiro deles possui um nome auto-explicativo. Esses


movimentos internacionais de capitais dizem respeito aos
investimentos feitos por grandes empresas em suas filiais nacionais e
internacionais, se tornando a base de uma superestrutura de
absorção de capitais em todas as partes do mundo. Esse movimento
estimula o crescimento das finanças internacionais, dos depósitos em
bancos estrangeiros e dos investimentos em outros mercados.

O segundo processo, de internacionalização da produção


capitalista, incorporou a sua estrutura produtiva a admissão de
mão-de-obra de outros países, integrando, deste modo,
mundialmente as empresas. Para termos uma ideia, só entre as
empresas multinacionais americanas, de 30% a 50% de sua mão-de-

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obra está fora dos Estados Unidos. Além disso, uma vez
internacionalizada a produção capitalista, abrem-se as comportas
para que determinados produtos, anteriormente monopolizados por
poucos países, sejam internacionalizados – como conhecimentos
científicos e tecnologia – contribuindo ainda mais para aproximação
das economias nacionais.

O terceiro processo são as ações internacionais de


governo que é a consequência direta dos dois anteriores, somados à
necessidade de intervenção do Estado na economia e em projetos de
cooperação internacional. Deste modo, uma vez que os capitais estão
se movimentando pelo mundo e empresas estão se
internacionalizando, torna-se necessário o surgimento de
organizações internacionais, que se tornam uma realidade no pós-
Segunda Guerra Mundial.

ONU, OMC, FMI, BIRD. Se não fosse pela globalização,


talvez essas siglas não significassem nada pra nós. Entretanto, tenho
certeza de que todos já ouviram falar delas, seja lendo um jornal ou
assistindo a um noticiário. A presença dessas e outras siglas no nosso
dia a dia está cada vez mais comum e conhecê-las nos ajudará a
melhor entender os próprios noticiários que acompanhamos. Quero
destacar, entretanto, que nesse primeiro momento passaremos
rapidamente por elas, pois serão tema de aulas futuras.

A ONU – Organização das Nações Unidas – foi criada em


1945, após o fim da Segunda Guerra Mundial, sempre tendo como
foco principal a manutenção da paz e da segurança internacionais. É
uma organização que parte do princípio de que diversos problemas
mundiais podem ser mais facilmente combatidos por meio de uma
cooperação internacional. Não é raro ligarmos a TV e ouvirmos essa
sigla atrelada a problemas mundiais como pobreza, desemprego,

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degradação ambiental, criminalidade, AIDS, migração ou tráfico de


drogas.

Atualmente, as Nações Unidas e suas agências investem,


em forma de empréstimo ou doações, cerca de US$25 bilhões por
ano em países em desenvolvimento. Esses recursos destinam-se à
proteção de refugiados, fornecimento de auxílio alimentar – como
vemos na África –, superação de efeitos causados por catástrofes
naturais – como vemos nos recentes exemplos do Haiti e Chile. Além
disso, auxiliam no combate a doenças, e reforçam o regime
democrático em várias regiões do mundo, já tendo apoiado mais de
70 eleições nacionais.

A Organização Mundial do Comércio (OMC), por sua vez, é


uma organização internacional que tem como objetivo o crescimento
e desenvolvimento econômico por meio da liberalização do comércio
internacional. Para isso, busca uma melhor regulamentação do
comércio internacional e a progressiva redução das barreiras
tarifárias. Para cumprir os objetivos a que se propõe, a OMC exerce
certas funções, quais sejam:

9 Administrar os acordos internacionais entre seus membros;


9 Servir como um fórum para as negociações internacionais de
comércio;
9 Solucionar controvérsias comerciais entre seus membros;
9 Proceder à revisão das políticas comerciais dos países-
membros;
9 Alcançar maior coerência global na formulação de políticas
econômicas em escala global, incluindo cooperação como o FMI
e o Banco Mundial.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) é uma organização


internacional que pretende assegurar o bom funcionamento do

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sistema financeiro mundial e se define como uma organização de


185 países, trabalhando por uma cooperação monetária global
para assegurar a estabilidade financeira, facilitar o comércio
internacional, promover altos níveis de emprego e
desenvolvimento econômico sustentável, além de reduzir a
pobreza. Dentre os seus principais objetivos estão:

¾ Ajuda aos problemas financeiros que países membros venham


a ter (através do empréstimo de recursos com prazos
limitados);
¾ Favorecimento da expansão equilibrada do comércio
internacional;
¾ Contribuir para a instituição de um sistema multilateral de
pagamentos e promover a estabilidade dos câmbios.

Por fim, o BIRD (Banco Internacional para Reconstrução e


Desenvolvimento) atualmente é composto por 187 países-membros,
foi criado em 1944 através dos Acordos de Bretton Woods. Sua
função é proporcionar empréstimos e assistência para o
desenvolvimento a países de rendas médias com bons antecedentes
de crédito. O BIRD angaria grande parte dos seus fundos através da
venda de títulos nos mercados internacionais de capital. Juntos, o
BIRD e a Associação Internacional de Desenvolvimento (AID) formam
o Banco Mundial.

Poderíamos falar abundantemente sobre cada uma das


ações internacionais de governo, pois elas deram origens a
verdadeiros estados internacionais. Todavia, o importante é termos
bem claro que a unificação do capital mundial com a força de trabalho
mundial resultou num sistema que exigia a formação de instituições
supranacionais para regular suas ações.

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A essa altura do campeonato, acho que todos concordamos


que a globalização trouxe uma indiscutível integração da sociedade,
cultura e políticas mundiais. Não quero parecer uma propagandista
liberal levantando aqui uma bandeira pró-globalização, mas o fato é
que junto com ela surgiram sim alguns avanços que não podem ser
ignorados.

A globalização das comunicações tem sua face mais visível


na internet, que permite um fluxo de troca de ideias e informações
jamais vista na história da humanidade. Um bom exemplo disso
somos nós que estamos, nesse momento, nos relacionando com
pessoas das mais diversas regiões do Brasil. Em outro momento,
quando é que uma pessoa do interior de Minas Gerais teria aula com
uma professora que mora em Pernambuco? Mas com o advento da
internet, cá estamos nós interagindo e aprendendo além de,
obviamente, desfrutar da tecnologia. Assim, é correto afirmar que o
processo de globalização diz respeito à forma como os países
interagem e aproximam pessoas, ou seja, interliga o mundo, levando
em consideração os aspectos que falei acima.

Vejamos como os efeitos da globalização foram cobrados


em provas anteriores.

3) (CESPE / ABIN / 2008 / com adaptações) Refletindo sobre


os inúmeros aspectos da globalização analise as assertivas
que se seguem, e marque a opção correta.

I – A atuação de organismos internacionais como o FMI e a OMC têm


eliminado as concentrações e os desequilíbrios nas atividades
econômicas, provocados pelo avanço da globalização.

II – Uma das inovações trazidas pela globalização é o caráter


autônomo da economia, ou seja, instabilidades políticas ou

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confrontações bélicas deixaram de exercer influência sobre os


mecanismos de produção, circulação e fixação de preços das
mercadorias.

III – Em relação ao Brasil, o processo de globalização diminuiu a


concorrência entre produtos agrícolas no mercado internacional, o
que impulsionou a modernização da agricultura no país.

IV – O atual estágio da economia mundial, comumente identificado


como globalização, tem nas inovações tecnológicas que se processam
no campo das comunicações um de seus instrumentos fundamentais,
pois elas permitem, entre outros importantes aspectos, a rápida
circulação de informações e de capitais.

A) Todas alternativas estão corretas.

B) Somente os itens I e IV estão corretos.

C) Somente o item IV está correto.

D) Somente o item II está correto.

E) Estão corretos os itens I, II e III.

COMENTÁRIOS

A assertiva I está errada. A atuação do FMI e da OMC


não tem sido suficientes para eliminar concentrações e desequilíbrios
nas atividades econômicas. O que se percebe atualmente é que a
globalização tem causado um aumento da concentração e do
desequilíbrio nas atividades econômicas. Conforme já foi dito, a
globalização é marcada pela assimetria de oportunidades. Dessa
forma, a afirmativa está errada!

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A assertiva II está errada. É exatamente o contrário! Um


dos principais efeitos da globalização é justamente a grande
instabilidade que ela causa na economia. Com o avanço dos meios de
comunicação, as notícias se alastram na velocidade de seus
acontecimentos, influenciando decisivamente nas decisões dos
investidores mundiais. Os grandes investidores internacionais podem
agora, com o simples acesso a um computador, retirar milhões de
dólares de nações em que se vislumbram problemas econômicos.
Assim, o atual estágio das finanças internacionais dá ensejo a
movimentos especulativos de capitais e, ainda, faz com que uma
crise em um país se alastre rapidamente a vários outros.

A assertiva III está errada. A globalização tem como um


de seus efeitos o maior intercâmbio comercial entre os países por
meio da liberalização do comércio internacional. Assim, é natural que
os produtos agrícolas brasileiros sofram uma maior concorrência
internacional, ao contrário do que afirma a questão. Com o
aprofundamento da concorrência, há necessidade de se modernizar a
agricultura a fim de reduzir custos e aumentar a produtividade.

A assertiva IV está correta. Se antes uma pessoa estava


limitada à imprensa local, agora ela mesma pode se tornar parte da
imprensa e observar as tendências do mundo inteiro em relação a
qualquer assunto que ela se interesse, tendo apenas como limitação
a barreira linguística. O mesmo ocorre com os capitais, com a cultura
e com as empresas que constroem filiais em vários lugares do
mundo. Lembram do que falei anteriormente sobre um empresário
poder mover milhões com o simples apertar de uma tecla no
computador? Então... tudo isso só é possível graças às inovações
tecnológicas que se processaram no campo das comunicações.
Portanto, estas inovações são um dos instrumentos fundamentais
para o estágio atual da economia.

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Gabarito: C

Vejam o tema abordado em questões mais recentes e que


tratam inclusive da atuação do FMI.

4) (CESPE / Escriturário – BRB / 2011) Mesmo após a


aprovação do pacote fiscal, a União Européia se recusou a
conceder novos empréstimos aos gregos, dado o caráter
contraproducente desse tipo de medida, que poderia
incentivar outros países a contrair dívidas sem condições de
honrá-las no futuro.

COMENTÁRIOS

Afirmativa errada. Ao contrário do que diz a afirmação, os


líderes da União Europeia fizeram sim novas concessões de
empréstimos à Grécia. Portanto, quando a questão diz que a UE
recusou novos empréstimo, torna a afirmativa incorreta.

A situação grega ainda é bastante indefinida. A princípio


tinha sido aprovado um pacote de ajuda financeira ao país, mas a
situação grega não deu sinal de melhoras durante todo ano de 2011.
Mesmo tendo adotado medidas de austeridade para economizar,
como por exemplo, o congelamento dos salários do setor público e o
aumento de impostos, a situação do país ainda não tinha apresentado
sinal de melhoras. Nesse sentido, novas negociações foram feitas
para tentar obter mais ajuda tanto da UE quanto do FMI. Mas, as
implicações para a sociedade na Grécia são enormes, uma vez que a
ajuda vem acompanhada de uma série de exigências e restrições que
devem ser obedecidas. Tais medidas de austeridade acabaram
levando manifestantes às ruas, essas manifestações continuam ainda
agora em janeiro numa clara demonstração de contrariedade da
população contra as exigências do FMI e da UE.

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Gabarito: Errado

5) (CESPE / Analista de Empresa de Comunicação Pública -


Advocacia – EBC / 2011 / com adaptações) O duplo ataque que
deixou dezenas de mortos na Noruega chamou a atenção da Europa
para um perigo ofuscado nos últimos anos pelo terrorismo islâmico: a
ameaça e o crescimento de grupos políticos de extrema direita. Com
um discurso ultranacionalista, contra a globalização e a União
Europeia, os partidos extremistas vêm alcançando projeção nas
eleições no rastro da crise econômica.
O Globo, 25/7/2011 (com adaptações).

Tendo o texto acima como referência inicial e considerando a


multiplicidade de aspectos que ele suscita, julgue os itens
seguintes.

I – O ódio expresso no discurso político do autor do atentado ocorrido


na Noruega, que, certamente, encoraja a prática da violência
individual, assustou a opinião pública mundial pelo seu ineditismo na
história da Europa, continente até então imune a práticas políticas
ideologicamente extremadas.

II – Mencionada no texto como um dos alvos dos partidos políticos


europeus extremistas, a globalização pode ser entendida como o
estágio a que chegou a economia mundial contemporânea,
caracterizada, entre outros aspectos, pela ampliação do sistema
produtivo e dos mercados, pela acirrada competição e pelas
incessantes inovações tecnológicas.

III – Atualmente, o euro, moeda adotada em todos os países


integrantes da União Europeia, passa por crise de grande dimensão,
principalmente em razão da instabilidade econômica em alguns
países do bloco, como Grécia, Portugal e, em especial, Rússia.

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IV – Elemento presente no discurso de grupos políticos europeus de


extrema direita, como comprovam os recentes atentados na Noruega,
a xenofobia traduz-se, entre outros aspectos, na vigorosa oposição à
imigração.

V – Apesar de apresentar índice de desenvolvimento humano


relativamente modesto em comparação com os dos países líderes da
União Europeia Alemanha e França, a Noruega é considerada um país
historicamente pacífico, fato que torna ainda mais surpreendentes os
atos terroristas de que foi vítima em julho de 2011.

VI – Infere-se do texto que os atos terroristas no país escandinavo


foram praticados por grupos identificados com causas religiosas,
étnicas e culturais, provavelmente integrantes da mesma rede que se
responsabilizou pelos ataques que, em 2001, causaram a destruição
das torres do World Trade Center e de parte das instalações do
Pentágono nos Estados Unidos da América.

Assinale a alternativa correta

a) As afirmativas I, II, V e VI estão corretas.

b) Apenas as afirmativas II e IV estão corretas.

c) Todas as opções estão erradas.

d) Todas as opções estão certas.

e) As afirmativas III, V e VI estão corretas.

COMENTÁRIOS

A Afirmativa I está incorreta. Ok, pessoal, vamos retroceder


um pouco na história europeia e encontrar um fato que invalida a
última parte desta afirmativa, “continente até então imune a práticas

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políticas ideologicamente extremadas.” Alguém se lembra da


Segunda Guerra Mundial? Claro, né (estamos falando dela e de seu
fim em algumas passagens de nossa aula)! Qual foi o principal
cenário de desenvolvimento do conflito? Foi a Europa, principalmente
a Europa Central. Pois então, qual foi uma das principais causas da
guerra? A expansão nazista. E, em poucas palavras, o que foi o
nazismo? Uma prática política ideologicamente extremada!
Portanto, aqui está a prova de que a afirmativa está incorreta.

Deste modo, o que assustou a opinião pública mundial, não


foi o ineditismo do discurso político de Anders Behring Brevik, o autor
dos atentados na Noruega, porque este tipo de discurso não é inédito
nem na Europa, nem em outras partes do mundo. O que pode ter
assustado a opinião pública mundial, foi a profundidade deste
discurso e o seu alcance, em um mundo em que se discute políticas
de inclusão e de igualdade, além da defesa do multiculturalismo.

A afirmativa II está correta. Vou usar aqui uma definição de


Globalização que apresentei nesta aula: “Globalização é um
fenômeno de aprofundamento do intercâmbio político, econômico,
social e cultural entre as diversas nações do planeta atualmente
intensificado pelas profundas transformações e inovações científicas e
tecnológicas na área da comunicação e nos transportes.” Alguma
semelhança com o que está descrito na questão? Acho que sim!
Portanto, a afirmativa está certa.

Mas, antes de passarmos para a próxima assertiva gostaria


de destacar ainda que a globalização tanto se amplia por causa das
inovações científicas e tecnológicas, quanto possibilita que essas
inovações aconteçam em ritmo cada vez mais acelerado. É como uma
bola de neve e não tem como desvincular um fato do outro,
entendido?

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A afirmativa III está incorreta. Existem alguns erros que


invalidam a afirmação apresentada. Primeiro erro: não são todos os
27 países que fazem parte da União Européia (UE) que adotaram o
euro. Exemplos de membros da UE que não adotam atualmente o
euro: Bulgária, Dinamarca, Suécia, entre outros. Segundo erro: a
Rússia não faz parte nem da UE, nem da zona euro.

De resto, o euro realmente passa por crise propiciada


principalmente pela instabilidade econômica e dívidas públicas de
alguns países. Entre eles estão Portugal, Espanha, Itália,
principalmente, Grécia, o que apresenta crise mais agravada até
agora.

A assertiva IV é outra que está correta. A xenofobia é


aversão a pessoas e às coisas estrangeiras. Muitas vezes o alvo da
xenofobia também se refere a culturas diferentes, subculturas ou
sistema de crenças, sempre no sentido de desprezar, inferiorizar e/ou
desejar eliminar o outro. Como a imigração é marcada pela entrada
de pessoas vindas de fora, do estrangeiro, possuidoras de crenças e
culturas diferentes, a oposição extremada a ela é uma das marcas da
xenofobia, portanto, a afirmativa está correta.

A afirmativa V está errada. Na verdade, a Noruega é


considerada o país com maior índice de desenvolvimento humano,
estando, portanto, à frente da Alemanha e da França, que ocupam
respectivamente, 10º e 14º lugares.

O índice de desenvolvimento humano (IDH) é uma medida


comparativa de riqueza, alfabetização, educação, expectativa de vida,
natalidade, além de outros fatores relacionados com os aspectos
sociais. É uma medida padronizada para avaliar e acompanhar o
desenvolvimento do bem-estar social de um país, especialmente o
bem-estar infantil. Serve, ainda, para medir o impacto de políticas

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econômicas na qualidade de vida. O índice foi desenvolvido em 1990


pelos economistas, Mahbub ul Haq (paquistanês) e Amartya Sen
(indiano). O Brasil ocupa, pelos dados de 2011, o 84º lugar numa
lista de 187 países.

A afirmativa VI está incorreta. Como o próprio texto indica,


os atentados na Noruega estão relacionados com a extrema direita e
seus discursos anti-globalização e ultranacionalistas, portanto,
também xenofóbicos. Ao contrário do que diz a afirmativa acima, foi
a preocupação com o “terrorismo islâmico” – ligado a causas
religiosas, que tem ocultado o avanço dos discursos radicais de
alguns grupos da extrema direita. Discursos estes defendidos pelo
próprio autor dos ataques na Noruega.

Gabarito: B

___X___

2 – CRISES MUNDIAIS

2.1 – QUEBRA DA BOLSA DE NOVA YORK EM 1929

O ano de 1929 pode ser considerado o marco de uma das


maiores crises da história do capitalismo. Foi o ano em que os
Estados Unidos foram abalados por uma grave crise econômica que
repercutiu no mundo inteiro.

Vocês estão lembrados que anteriormente expliquei como


foi que os EUA chegaram a ocupar o papel de grande abastecedor e
principal economia mundial? Pois bem, durante a Primeira Guerra
Mundial (1914-1918), os Estados Unidos eram os principais
fornecedores dos países europeus, exportando grandes quantidades
de produtos industrializados, alimentos e capitais (sob a forma de
empréstimos).

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Com o fim da guerra, esse quadro não se alterou muito, já


que os países europeus ainda estavam voltados para a reconstrução
das indústrias e das cidades que haviam sido quase que
completamente destruídas. Portanto, durante o pós-guerra, os
Estados Unidos tornaram-se a maior potência econômica do mundo.

Só pra termos uma ideia, pessoal, em 1920, a indústria


norte-americana produzia quase 50% de toda a produção industrial
do mundo. Por quase toda a década de 20, a prosperidade econômica
gerou nos norte-americanos um clima de grande euforia e de
consumo desenfreado, dando origem àquilo que chamamos de
American way of life, ou modo de vida americano, que simbolizava
um modelo de progresso. Assim, viver bem significava consumir cada
vez mais.

Entretanto, a partir da década de 20 a situação econômica


industrial do país começou a mudar! Reconstruídas, as nações
europeias diminuíram drasticamente a importação de produtos
industrializados e agrícolas dos Estados Unidos gerando uma grande
acumulação de produtos e, portanto, queda dos preços das
mercadorias.

Tudo isso fez com que no final da década de 1920 a


produção norte-americana atingisse um ritmo de crescimento muito
maior do que a demanda por seus produtos, gerando uma crise de
superprodução. A superprodução americana aliada ao
subconsumo europeu foi exatamente o que gerou a crise de
1929!

A crise, naturalmente, chegou ao mercado de ações. Os


preços dos papéis na Bolsa de Nova York, um dos maiores centros
capitalistas da época, despencaram, ocasionando a famigerada
quebra da bolsa. Daí em diante, bancos, indústrias e empresas rurais

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foram à falência e pelo menos 12 milhões de norte-americanos


perderam o emprego.

Abalados pela crise, os Estados Unidos reduziram a compra


de produtos estrangeiros e suspenderam os empréstimos a outros
países, ocasionando uma crise mundial. Um exemplo disso é o Brasil,
que tinha os Estados Unidos como principal comprador de sua
produção cafeeira. Com a crise, os EUA pararam de comprar nossos
produtos, gerando, também no Brasil, uma crise de superprodução e
enorme desemprego. Do mesmo modo que aqui, outros países, com
o capitalismo incipiente e dependente de exportações para os EUA,
entraram em crise profunda, gerando a primeira crise mundial de
conseqüências catastróficas.

Para solucionar a crise, o presidente Franklin Roosevelt


propôs mudar a política de intervenção americana. Se antes, o Estado
não interferia na economia, deixando tudo agir conforme o mercado,
agora ele passaria a intervir fortemente. Foi exatamente isso o que
fizeram! Foram criadas grandes obras de infraestrutura, salário-
desemprego e assistência aos trabalhadores para, a partir disso, os
Estados Unidos conseguirem retomar seu crescimento econômico.
Deu certo! Claro que nada aconteceu do dia para a noite, mas, de
forma gradual, eles foram superando as dificuldades e todos os
países capitalistas foram encontrando alternativas para diminuir as
consequências da crise que abalou o mundo.

A intervenção do Estado, estimulando a economia por meio


da injeção de dinheiro, derivada das ideias do economista John
Maynard Keynes, que revolucionou o mundo com seu pensamento.
Até então, considerava-se que o Estado deveria interferir o mínimo
possível, deixando a “mão invisível” do mercado colocar tudo em
ordem. Ao contrário dos liberalistas (também chamados de

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neoclássicos), Keynes afirmava que o governo deveria interferir por


meio de medidas monetárias e fiscais para "controlar" os efeitos
negativos dos ciclos econômicos.

Nos últimos anos, com a crise financeira internacional


ocorrida, percebemos que as ideias keynesianas estão novamente em
voga. Se percebermos o que os governos fizeram para estimular as
economias diante da crise, veremos como suas atitudes se parecem
na essência com o que foi feito em 1929. É sobre este assunto que
falaremos a seguir!

2.2 – CRISE FINANCEIRA MUNDIAL EM 2008

Apesar de não ter ocorrido no século XX, resolvemos


aproveitar o embalo do assunto e continuar falando de crises, já que
alguns especialistas dizem que essa foi a pior crise da história
econômica do mundo após a ocorrida em 1929.

A economia mundial atingiu meados de 2009 afundada na


pior crise desde o fim da Segunda Guerra Mundial, afetando de uma
só vez os Estados Unidos, a Europa Ocidental e o Japão. Em outras
palavras, a crise econômica afetou os principais pólos econômicos
mundiais, os quais sofreram redução drástica em suas atividades
produtivas.

Nos países da União Europeia, onde a moeda utilizada é o


euro, os principais índices econômicos mostraram que a queda nas
atividades econômicas foi acima de 20%, o que resultou em
dolorosos meses de retração econômica. Do mesmo modo, os EUA
cruzam a mais extensa depressão em 64 anos. Ora, num mundo
economicamente integrado como o nosso, a queda das atividades nos
países da União Europeia certamente afetará o Brasil, que deixará de

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exportar laranjas, ou a Argentina, que perderá a venda de carne, por


exemplo.

Tudo bem! Que a crise afetou o mundo inteiro, não é


novidade pra ninguém. Mas afinal, como ela começou?

A grande responsável pelo desencadeamento desta crise


econômica foi a falência do mercado imobiliário dos EUA, que ficou
conhecida como o estouro da “bolha imobiliária”.

Em agosto de 2007, duas grandes companhias de


financiamento de imóveis norte-americanas quebraram e foi ai que
tudo começou. Essas empresas faliram porque a maioria das pessoas
que haviam tomado empréstimos para comprar casas não estava
conseguindo arcar com os custos das prestações, que encareciam a
cada dia devido ao aumento da taxa de juros. Aproximadamente um
ano depois, diversos bancos norte-americanos, que possuíam boa
parte de seu patrimônio composto de papéis baseados nesses
empréstimos que não estavam sendo pagos foram arruinados
também. Atravessando sérias dificuldades financeiras, esses bancos
pararam de contribuir para a execução de atividades empresariais, o
que atacou diretamente a economia dos EUA. E ai vocês podem
querer saber: como uma forte crise lá pode ter tanta força no
restante do mundo?

Vocês se lembram que eu tinha falado antes da hegemonia


capitalista americana? Pois bem, como os EUA são responsáveis por
pelo menos um quarto da produção mundial, todo o mercado
internacional sofreu as consequências de sua crise.

Mas, pessoal, é claro que isso foi só uma descrição sumária


de alguns dos principais elementos da crise mundial em questão que,
como todas as anteriores, possuem muitas peculiaridades. Essa, por

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exemplo, pouco tempo depois de seu início, começou a ser


comparada à crise de 1929 devido, justamente, ao aspecto global da
turbulência financeira.

Pensem agora sobre alguns dados da crise de 1929. É claro


que os detalhes daquela crise possivelmente não nos venha à mente
nesse momento, mas com certeza nos lembramos do choque mundial
proporcionado por ela, não é mesmo?

Naquela ocasião, mais de 9 mil bancos e 85 mil empresas


faliram e a cotação de suas ações despencou. Além disso, os salários
se reduziram e o desemprego atingiu os maiores índices da História.
A situação só começou a melhorar quando o presidente Franklin
Roosevelt assumiu a presidência dos EUA e colocou em prática, como
vimos acima, um plano de reformas econômicas e sociais que
intervieram diretamente na economia americana.

Só para melhor exemplificar, Roosevelt criou: frentes de


trabalho, mecanismos de controle de crédito, um banco para financiar
as exportações, fixou salários mínimos, limitou a jornada de trabalho
e ampliou o sistema de previdência social. E só a partir da
intervenção do Estado na Economia, ao contrário do que prega o
neoliberalismo, é que o mundo foi gradualmente se recuperando
daquela crise mundial.

Se naquela época, quando as economias do mundo nem


estavam ainda tão interligadas como atualmente, já houve caos
mundial, imagina agora, não é? E o Brasil, como fica nossa economia
diante desta crise?

Em outros tempos, certamente o Brasil seria muito mais


castigado do que foi agora, quando esteve relativamente preservado.
Isso se deu porque, atualmente, as exportações brasileiras para o

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mercado dos Estados Unidos representam menos de 20% do nosso


total de exportações. Todavia, o que num primeiro momento pode
parecer vantagem não é exatamente uma! Mas, por que não? Vocês
poderiam dizer: “Ora, ainda restam 80% das exportações para serem
vendidas para diferentes países do mundo, então dos males o
menor!” Essa lógica seria perfeita se os outros países do mundo não
estivessem fortemente vinculados à economia norte-americana! Mas
vocês sabem que essa não é a realidade! Dessa forma, pessoal, tal
como um dominó enfileirado, a queda da primeira peça leva à queda
sequencial das outras que se posicionam atrás dela.

“Ué, mas então eu não entendi! Os EUA em crise, os outros


países exportadores em crise, como o Brasil pode não ter sido
afetado tão fortemente pela recessão?”

Pra não ficarmos falando de números e nos atermos ao que


é mais importante, precisamos compreender que o nosso sistema
financeiro é bem regulamentado e suas regras de financiamento são
muito mais rígidas do que as existentes em outros países. Pensem
em como é complicado e burocrático financiar uma casa própria no
Brasil! Toda essa burocracia existe para contribuir com as financeiras,
que exigem todo tipo de documentação para comprovar que o
cidadão é capaz de arcar com aquela despesa, para evitar ao máximo
o número de calotes – ao contrário dos EUA onde o crédito imobiliário
é extremamente fácil.

Além disso, o governo brasileiro tomou medidas que


estimulassem o consumo interno, como por exemplo, a redução de
IPI em uma série de produtos. Tenho certeza que todos vocês se
cansaram de ver propagandas na TV sobre vendas de carros e de
toda a linha branca (fogões, geladeiras, etc.) com redução de IPI,
não é? Essa foi justamente uma das estratégias adotadas pelo Brasil

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para diminuir o impacto da crise no mercado interno, o que, de certa


forma, deu certo!

Infelizmente, essas medidas não foram suficientes para


evitar que a crise mundial chegasse ao Brasil. Elas diminuíram sua
força, mas não conseguiram impedir totalmente que seu impacto
fosse sentido por aqui.

Por possuir como uma das bases da economia nacional a


exportação de mercadorias, principalmente para países ricos, não
poderia ser diferente e também tivemos nossas vendas afetadas.
Vamos dar uma olhada em como esse assunto já foi cobrado em
prova.

6) (CESPE / IRB / 2010) Acerca da atual crise econômica


internacional, julgue C ou E.

I – Além de envolver grandes bancos e o sistema financeiro


internacional, a crise atual tem sido considerada uma crise de
paradigmas, em particular da certeza de que os mercados podem
autorregular-se e recuperar o equilíbrio automaticamente,
dispensando a intervenção do Estado.

II – Diante da crise, as instituições de Bretton Woods não


conseguiram propor soluções concretas por ocasião da reunião de
Cúpula do G 20 realizada em Londres em 2009.

III – Como membro do G-20, o Brasil insistiu na necessidade de se


prover a economia mundial com créditos para o desenvolvimento,
incrementar a regulação financeira, desenvolver políticas anticíclicas
e combater os paraísos fiscais.

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IV – Apesar de discordar da resistência de países ricos em realizar


reformas nos organismos multilaterais, como o FMI e o Banco
Mundial, o Brasil comprou títulos emitidos pelo Fundo em 2009.

Marque a alternativa

a) se todos os itens estiverem corretos.

b) se todos os itens estiverem errados.

c) se somente os itens II, III e IV estiverem corretos.

d) se somente os itens I, II e IV estiverem corretos.

e) se somente o item I estiver correto.

COMENTÁRIOS

A primeira assertiva está correta. Que a recente crise


econômica envolveu grandes bancos e o sistema financeiro
internacional nós já temos certeza, não é mesmo? Todavia, para
entender o porquê essa crise representou também uma quebra de
paradigmas, é preciso saber qual era a crença econômica dominante.

Desde o Consenso de Washington, as políticas neoliberais


são preponderantes e, com elas, a crença de que o mercado tem
capacidade para autorregular-se. Todavia, diante da crise,
economistas e governos se viram diante de um beco sem saída. Eles
perceberam que o Estado não poderia ficar inerte e deveria intervir
para estimular a economia, o que representou uma quebra dos
paradigmas neoliberais.

Dessa forma, o que a crise mostrou empiricamente? Ela


mostrou que, mesmo no capitalismo financeiro, que se baseia no
poder das empresas e capitais privados, a economia ainda precisa da
ajuda do Estado pra não entrar em colapso. Deste modo, a certeza de
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que os mercados podiam se autorregular independentemente da


intervenção do Estado se evapora, desembocando sim numa crise do
paradigma liberal. Voltamos, portanto, às ideias keynesianas de
intervenção estatal.

A segunda assertiva está correta. Para compreendermos


este item, há três informações importantes que devemos saber:

1 – O que é Bretton Woods?

2 – O que é o G20?

3 – O que foi estabelecido no último encontro do G20 em 2009?

Bem, amigos, no início de nossa aula, já vimos que Bretton


Woods foi o nome dado a uma conferência realizada quase ao final da
Segunda Guerra com o objetivo de conduzir a política econômica
mundial. Por ter sido o primeiro modelo de uma ordem econômica
totalmente negociada para reger as relações entre Estados ele foi
responsável pela criação de instituições que regulassem seus
objetivos: FMI e BIRD.

Bom, outro ponto importante para que respondêssemos


corretamente essa pergunta era compreender o que é o G20. O G20
foi criado em 1999 ao término de uma década marcada por agitações
econômicas na Ásia, México e Rússia. Ele foi instituído como forma
dos países ricos reconhecerem a importância dos países emergentes,
que se apresentaram capazes de colocar os mercados em risco com
suas inconstâncias.

Assim, pessoal, a verdade é que não há regras formais para


se adentrar no G20, mas é nítida a intenção de se reunir num mesmo
grupo os países mais desenvolvidos e os que estão em
desenvolvimento.

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“Ok, professora! Mas esses países se juntam e fazem o quê,


afinal?”

Então, quando se reúnem os representantes da equipe que


compõem o G20, seus dirigentes debatem os mais diversos temas de
interesse comum, como assuntos orçamentários, monetários,
comerciais, energéticos, soluções para o crescimento e formas de
combater o financiamento ao terrorismo.

Por exemplo, na reunião do G20 ocorrida em abril de 2009,


em Londres, o foco principal foi a crise financeira. Durante o
encontro, representantes de vários países solicitaram medidas que
respondessem à depressão econômica global. Isso significou que
todos os países do G20 se dispuseram a se empenhar em estabilizar
o sistema financeiro e difundir os fundamentos de uma economia
sustentável. Para isso seria necessário resguardar o livre comércio e
evitar o aumento do protecionismo, ponto em que todos os países se
manifestaram a favor e se propuseram a tomar medidas concretas.
Apesar dessa decisão, não foram adotadas medidas concretas pelas
instituições de Bretton Woods, ou seja, a assertiva está correta.

A terceira assertiva está correta. Como membro do G20, o


Brasil esteve na presidência rotativa da organização e, em 2008,
apresentou como pontos de discussão a competição nos mercados
financeiros, desenvolvimento econômico e elementos fiscais de
crescimento e desenvolvimento. Assim, é correto afirmar que o Brasil
insistiu sim na necessidade de prover a economia mundial com
créditos para seu desenvolvimento.

O Brasil também se posicionou a favor do aumento da


rigidez na regulação financeira. Conforme o próprio ministro da
fazenda Guido Mantega afirmou, a falta de regulação no mercado
financeiro dos EUA foi a raiz da crise econômica global.

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A quarta assertiva está correta. Muito se noticiou na mídia


nos últimos tempos que o Brasil havia, pela primeira vez, emprestado
dinheiro ao FMI, vocês se lembram? Na verdade, o Brasil se tornou
um credor do FMI ao comprar US$10 bilhões em notas dessa
organização internacional. É como se o Brasil tivesse dado
dinheiro ao FMI e em troca recebeu essas notas, que nada mais são
do que papéis que dão direito ao recebimento de valores!

Gabarito: A

___X___

2.3 – Crise europeia

Atualmente quando se fala em Europa vem logo à mente a


crise financeira e a turbulências de mercado pela qual a maioria dos
países daquele continente está passando. Mas, daí vem a pergunta:
por que a Europa passa por uma crise?

A formação de uma crise financeira na zona do euro


aconteceu, fundamentalmente, por problemas fiscais. Alguns países,
como a Grécia, gastaram mais dinheiro do conseguiram arrecadar por
meio de impostos nos últimos anos. Para se financiar, passaram,
então, a acumular dívidas. Assim, a relação do endividamento sobre
PIB de muitas nações do continente ultrapassou significativamente o
limite de 60% estabelecido no Tratado de Maastricht, de 1992, que
criou a zona do euro (veremos isso mais à frente, ok?). No caso da
economia grega, a razão dívida/PIB é mais que o dobro deste limite.
A desconfiança de que os governos da região teriam dificuldade para
honrar suas dívidas fez com que os investidores passassem a temer
possuir ações, bem como títulos públicos e privados europeus.

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Os principais países que enfrentam a situação de crise são:


Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e Espanha – que formam o chamado
grupo dos PIIGS. Estes países são os que se encontram em posição
mais delicada dentro da zona do euro, exatamente porque foram os
que atuaram de forma mais indisciplinada nos gastos públicos e se
endividaram excessivamente.

Além de possuírem elevada relação dívida/PIB, estes países


possuem pesados déficits orçamentários ante o tamanho de suas
economias. Como não possuem sobras de recursos (chamado
superávit), entraram no radar da desconfiança dos investidores.
Vejamos o assunto em prova!

7) (CESPE / Escriturário – BRB / 2011 / com adaptações) Com


referência à aprovação, em junho de 2011, e à repercussão, na
Europa, do conjunto de medidas econômicas e fiscais proposto
pela Grécia para conter a crise econômica no país, julgue os
itens a seguir.

I – Mesmo após a aprovação do pacote fiscal, a União Européia se


recusou a conceder novos empréstimos aos gregos, dado o caráter
contraproducente desse tipo de medida, que poderia incentivar outros
países a contrair dívidas sem condições de honrá-las no futuro.

II – A população da Grécia reagiu à aprovação das medidas de


contenção da crise propostas pelo governo, promovendo greve geral
e manifestações políticas nas ruas da capital do país, Atenas.

III – O aprofundamento da crise na Grécia deveu-se à recusa do


governo local em adotar o euro como moeda nacional, fato que
impediu esse país de se beneficiar do ciclo de crescimento econômico
europeu da primeira década do século XXI.

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IV – Além da Grécia, outros países europeus, como Espanha, Itália,


Portugal e Irlanda, também podem ser afetados pela crise econômica,
em razão das dificuldades que eles enfrentam para pagar suas
dívidas públicas.

Marque a alternativa correta

a) EECC

b) ECCE

c) ECEC

d) CCCC

e) CCEE

COMENTÁRIOS

A afirmativa I está errada. Ao contrário do que diz a


afirmação, os líderes da União Europeia fizeram sim novas
concessões de empréstimos à Grécia. Portanto, quando a questão diz
que a UE recusou novos empréstimo, torna a afirmativa incorreta.

Como vimos anteriormente a situação grega ainda é


bastante indefinida e o país está lutando para sair da complicada
situação em que se encontra, muitas vezes sacrificando sua própria
população.

A assertiva II está correta. Como já foi dito em questões


anteriores, para tentar resolver a situação financeira grega foram
aplicadas medidas de austeridade, até como uma forma de atender
às exigências da UE e FMI.

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Mas, a população da Grécia não aceitou, nem tem aceitado,


essas imposições de forma tranquila. Uma das formas encontradas
para mostrar o descontentamento foi por meio de greves organizadas
em várias partes da Grécia e que continuam sendo noticiadas ainda
agora (janeiro/2012).

Exemplo claro deste tipo de manifestação, ocorreu no dia 20


de setembro de 2011, quando houve uma greve que paralisou os
transportes públicos em Atenas, afetando também muitos vôos, já
que os controladores aéreos aderiram ao movimento. A manifestação
foi um protesto contra a fusão de diversas empresas do setor de
transportes e pela demissão ou aposentadoria antecipada de muitos
trabalhadores, medidas adotadas em nome dos acordos
internacionais feitos a partir da ajuda financeira que o país vem
recebendo. Deste modo, pessoal, a afirmativa está realmente certa.

A afirmativa III está incorreta. O erro da afirmativa está no


fato de dizer que o governo grego se negou a adotar o euro como
moeda corrente. Na verdade, a Grécia foi o primeiro país a aderir ao
euro (em 2001) depois de sua introdução na Europa, em 1999.

O que realmente levou o país à situação em que hoje se


encontra foram os altos gastos que a Grécia teve na última década.
Principalmente devido aos gastos públicos e salários do
funcionalismo. Para tentar resolver a situação recorreu a
empréstimos pesados, o que fazia a dívida externa do país crescer
vertiginosamente. Em 2009, em plena crise mundial de crédito, os
cofres públicos gregos eram esvaziados, não tendo receitas
suficientes para cobri-los.

O crescimento da dívida externa da Grécia deixou os


investidores relutantes em emprestar mais dinheiro ao país, fazendo
com que os juros da dívida aumentassem muito. Para tentar resolver

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a situação, em abril de 2010, a Grécia entrou com pedido oficial de


ajuda na União Européia e no FMI. Mas, sua situação continua se
agravando de lá para cá.

A afirmativa IV está certa. É isso mesmo, além da Grécia,


outros países da zona do euro estão passando por dificuldades,
principalmente no que se refere às dívidas públicas. O caso mais
grave é o da Itália, tendo um estoque de dívida mais elevado, mas
outras regiões, como Espanha, Irlanda, Portugal, Chipre e mais
recentemente, a França também correm o risco de serem afetadas
pela crise.

Em julho a taxa de juros dos títulos da dívida pública dos


governos italiano e espanhol subiu, levando o Banco Central Europeu
(BCE) a procurar formas de reverter a situação. No caso francês, a
preocupação diz respeito à exposição dos bancos deste país à
“periferia” da zona do euro, principalmente Grécia e Itália e suas
dificuldades. Houve uma queda nos preços das ações destes bancos
franceses, similares aos declínios sofridos pelos bancos italianos.

Gabarito: C

___X___

2.4 – “GUERRA CAMBIAL”

Aproveitarei aqui o gancho para falar também sobre a


“guerra cambial”, que é sem dúvida alguma, um assunto muito
importante e que está a todo vapor neste momento, principalmente
em termos fator gerador de mal estar econômico internacional!

Em primeiro lugar vamos entender o que vem a ser “guerra


cambial”. Esse termo vem sendo usado por diversos governos e
economistas para descrever uma suposta disputa entre os

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países envolvendo suas moedas. “Como assim?” Acredita-se que


alguns países, os emergentes (acusa-se, principalmente, os países
asiáticos), estariam desvalorizando artificialmente suas moedas para
beneficiar seus ganhos com exportação.

A China, por exemplo, é um país que tem experimentado


enorme crescimento econômico nos últimos anos e, ao final de 2010,
superou o Japão e se tornou a segundo maior economia do mundo,
atrás apenas dos EUA.

Dentre os países emergentes, a China é aquele que tem


apresentado maiores taxas de crescimento econômico, sendo que
isso é resultado de diversas condicionantes, tais como:

Regime cambial rígido: o yuan (moeda chinesa) é


artificialmente desvalorizado, o que proporciona maior
competitividade às exportações chinesas;
Aumento do grau de abertura econômica e financeira: a
China tem apresentado notável participação no comércio
internacional, com elevado nível de exportações e importações;
Altas taxas de investimento;
Investimento em formação de capital humano
(educação) e infraestrutura;
Baixo custo da mão-de-obra e legislação trabalhista
rígida, o que reduz o custo das empresas.

No que diz respeito à política comercial chinesa, podemos


enumerar os seguintes pontos importantes:

9 A política comercial chinesa é baseada na exportação de


produtos a preços extremamente baixos;

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9 Os preços baixos praticados pela China decorrem da


desvalorização artificial do yuan e, ainda, do baixo custo da
mão-de-obra naquele país;
9 A China é acusada de promover repetidas violações aos
direitos de propriedade intelectual;
9 No processo de internacionalização da economia, a China
tornou-se o maior receptor de investimentos estrangeiros
diretos (IED) do mundo. O baixo custo da mão-de-obra
chinesa é um enorme incentivo à instalação de empresas
naquele país.

O grande problema de todo esse crescimento chinês é que


ele causa efeitos perniciosos à economia mundial e brasileira. Os
produtos chineses são vendidos por preços muito baixos no mercado
internacional, o que torna difícil a concorrência para as empresas dos
outros países. Em um contexto em que a Europa e os EUA ainda
se ressentem dos efeitos da crise econômica eclodida em 2008
e da atual crise europeia, a concorrência chinesa torna-se
predatória e resulta no aumento do desemprego e no
fechamento de indústrias.

No Brasil, a indústria nacional, por meio de suas entidades


representativas, tais como a FIESP, afirma que há no país um grande
risco de desindustrialização. Isso é explicado pelo crescente aumento
das importações brasileiras, com destaque para os produtos de
origem chinesa e asiática. O aumento do volume de importações
pode ser explicado pela sobrevalorização do real frente ao dólar.
Nesse contexto, a indústria nacional pressiona o governo brasileiro
para que este desvalorize o real como forma de conter as
importações.

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Os efeitos perniciosos das importações chinesas sobre a


economia mundial têm aumentado as pressões dos EUA e da
Europa sobre a China no sentido de que este país valorize o
yuan. Ao mesmo tempo, os EUA já sinalizaram a intenção de
estimular suas exportações e reduzir as importações, o que poderá
ser feito por meio da desvalorização do dólar. Concretizando essa
ideia, o FED (Banco Central dos EUA) comprou US$600 bilhões
em títulos do Tesouro americano em 2011. A medida injetou
dinheiro na economia norte-americana, deixando-a com excesso de
liquidez, desvalorizando o dólar e valorizando as outras moedas.
Pode-se dizer assim que vive-se uma verdadeira “guerra cambial”.
Vejam:

1) A China mantém o yuan artificialmente desvalorizado, o que


favorece suas exportações.

2) Os EUA e a Europa pressionam a China no sentido de que este país


valorize o yuan.

3) Os EUA incentivam a desvalorização do dólar como forma de


estimular sua economia e de incentivar suas exportações.

4) Com a desvalorização do dólar, as moedas dos outros países


(inclusive o Real) se tornam mais valorizadas em relação a este.

5) Com a valorização do Real frente ao dólar, a indústria nacional sai


prejudicada, o que a leva a pressionar o governo brasileiro para que
contenha esse processo.

Parece coisa de doido, não é mesmo?! (rsrsrs)

Recentemente, o governo brasileiro aumentou o IOF


incidente sobre algumas aplicações do capital de origem estrangeira
no país. O objetivo dessa medida é diminuir a presença de capital

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especulativo no país, diminuindo a oferta de dólar e,


consequentemente, desvalorizando o Real. O BACEN tem também
comprado dólares, isto é, retirado dólares do mercado, a fim de
evitar a desvalorização da moeda norte-americana frente ao Real.

Nas últimas reuniões do G20 (2010 e 2011), um dos temas


centrais foi justamente a denominada “guerra cambial”, que se
baseia no recurso protecionista às desvalorizações cambiais
competitivas. Sendo que essa questão figurou novamente na
reunião do Grupo do ano passado juntamente com a questão da crise
europeia.

Enfim, o fato é que, desde que a globalização virou o “pano


de fundo” de todo o cenário internacional, poucos acontecimentos
econômicos podem ser vistos como passível de consequência apenas
onde foi iniciado. Vejam como o tema foi cobrado em prova recente!

8) (FEPESE / Agente Administrativo – Casan / 2011) Ministros


das finanças e economistas do mundo inteiro debatem e
buscam solução para a assim chamada “guerra cambial” que
causa grandes problemas para a economia dos países pobres e
emergentes.

Assinale a alternativa que identifica o significado dessa


expressão.

a. ( ) Trata-se de um conjunto de medidas tomadas por alguns países


que tem como consequência a desvalorização da sua moeda nacional.

b. ( ) Compreende uma série de medidas governamentais, na área


cambial, permitindo a valorização das moedas nacionais com o
objetivo de dificultar as exportações.

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c. ( ) Refere-se à disputa entre os Estados Unidos e a União


Soviética, manifestação tardia da “Guerra Fria”, em que ambos
tentam fortalecer as suas moedas, desvalorizando a moeda europeia
e as das economias emergentes.

d. ( ) Corresponde ao conflito econômico entre os países do norte


(pós-industrializados) e os do sul (subdesenvolvidos), em que os
primeiros tentam dominar a economia dos segundos através de uma
política deliberada de desindustrialização.

e. ( ) Trata-se da crescente valorização da moeda norte-americana


em relação às moedas dos países emergentes, causando a baixa dos
preços das commodities e o crescimento das exportações dos países
emergentes, principais causadores da inflação interna e do
endividamento no terceiro mundo.

COMENTÁRIOS

Relembrando: a “guerra cambial” é marcada pela


desvalorizando artificial, promovida pelos países, das moedas para
beneficiar seus ganhos com exportação.

O ministro da Fazenda brasileiro, Guido Mantega, por


exemplo, acusou, além de Estados Unidos e Europa, também a China,
de subvalorizarem suas moedas para aumentar os ganhos com
suas próprias exportações.

Portanto, falar em guerra cambial é falar da subvalorização


da moeda de um determinado país. Quando a moeda de um país está
subvalorizada, ela torna o produto fabricado internamente mais
barato e mais atraente, porque ele pode ser vendido por menos
dólares que serão trocados por mais moeda interna. Entenderam?

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Dentre as alternativas acima descritas a que melhor


responde à questão é, assim, a letra A.

Gabarito: A

___X___

Portanto, pessoal, uma das consequências marcantes desse


novo cenário internacional foi, justamente, os Estados perceberem
que, isoladamente, não teriam força para se desenvolver ou se
defender da forma como gostariam. Da mesma forma,
compreenderam que havia problemas que deveriam ser resolvidos de
forma conjunta pela comunidade internacional.

E aí, amigos, o que vocês acham que ocorreu a partir dessas


percepções dos Estados?

Bem, com o objetivo de alcançar o desenvolvimento


econômico conjunto e, ainda, de criar laços políticos que lhes
proporcionassem maior segurança no cenário internacional, os
Estados se reúnem em blocos, almejando a integração regional. É o
fenômeno do regionalismo!

Por outro lado, a percepção de que existem problemas que


devem ser resolvidos pela comunidade internacional de forma
conjunta dá origem à criação de organizações internacionais. É o
fenômeno do multilateralismo!

Enfim, meus queridos, para ficar mais claro como se


materializa pelo mundo a fora os principais processos de integração
regional vamos ver quais seus objetivos, estágio atual, etc., ok?

___X___

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3 – BLOCOS REGIONAIS

3.1 – Generalidades

Conforme já vimos, a integração econômica e política é uma


consequência da globalização. Após a Segunda Guerra Mundial, os
países se deram conta de que se unissem forças, eles teriam muito
maior voz no cenário internacional do que se agissem isoladamente.
Concomitante a isso, começam a proliferar organizações
internacionais, as quais materializam a ideia de que problemas em
comum da humanidade deveriam ser enfrentados pela cooperação
internacional.

E por que estou falando isso agora? Porque é ai que se


encontra a sementinha que possibilitou o surgimento dos blocos
econômicos que conhecemos hoje.

Se a integração e cooperação entre os países tiveram início


por motivações eminentemente políticas, podemos estar certo de que
depois também se evidenciaram no campo econômico. Deste modo,
surgiram os blocos regionais, que tiveram seu embrião na Europa e
depois se espalharam às outras regiões do planeta. E foi essa
expansão que originou o que hoje conhecemos como acordos
preferenciais e blocos regionais, dentre os quais destacamos a União
Europeia, o NAFTA e o MERCOSUL.

Pessoal, quando falo de blocos regionais, há uma tendência


de vocês pensarem que são todos uma coisa só, não é mesmo?
Entretanto, eles possuem diferentes estágios de integração.

Segundo Bela Balassa, criador da teoria da integração


regional, existem os seguintes estágios de integração econômica:

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Área de Livre Comércio: caracteriza-se pela livre


circulação de mercadorias e serviços. Dizer que há livre circulação de
mercadorias significa que o substancial do comércio (a maior parte do
fluxo de mercadorias) circula sem pagar impostos de importação
(direitos aduaneiros) entre os países do bloco.

A livre circulação de serviços, por sua vez, fica caracterizada


quando não há restrições à prestação de serviços dentro do bloco.
Nesse sentido, um médico do país A poderia fazer consultas
normalmente no país B, sem qualquer restrição. Ou então, uma
empresa de A poderia instalar-se e prestar serviços de extração de
petróleo no país B. Tudo isso, é claro, se A e B fossem integrantes da
área de livre comércio.

Na prática, o que se verifica é que a completa liberalização


do comércio de mercadorias e serviços é algo muito difícil de ser
alcançado. Como exemplo de área de livre comércio, citamos o
NAFTA.

União Aduaneira: Na união aduaneira, além da livre


circulação de mercadorias e serviços, haveria harmonização da
política comercial em relação a terceiros países. Assim, os países-
membros desse bloco comercial estabeleceriam as mesmas regras
alfandegárias em relação aos não-membros. Em outras palavras, as
normas de comércio exterior seriam essencialmente as mesmas em
todos os países, aplicando-se, inclusive, uma Tarifa Externa Comum
(TEC).

A Tarifa Externa Comum (TEC) é uma tabela que estabelece


as alíquotas do imposto de importação para os produtos importados
de terceiros países. Imagine que o país A, B e C forme uma união
aduaneira. Nesse caso, há livre circulação de mercadorias entre eles
(no comércio regional não incide imposto de importação) e, ainda,

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cobram o mesmo imposto de importação em relação a terceiros


países. Como exemplos de uniões aduaneiras citamos, o MERCOSUL e
a Comunidade Andina.

Mercado Comum: possui, cumulativamente, as


características da união aduaneira somadas à livre circulação dos
fatores de produção. Assim, não há restrições ao movimento de
capitais e de pessoas.

Para que seja possível a livre circulação de fatores de


produção, é necessário, todavia, a harmonização das políticas
previdenciária, trabalhista e de capitais entre os integrantes do bloco.
Vale ressaltar que, no mercado comum, existirá, assim como na
união aduaneira, uma harmonização da política comercial intrabloco
(comércio livre de barreiras entre seus integrantes) e extrabloco
(regras de comércio exterior unificadas, incluindo tributação).

União Econômica: caracteriza-se pela harmonização das


políticas econômicas dos países-membros.

Integração Econômica Total: caracteriza-se pela


equalização das políticas econômicas.

“Mas, professora, qual a diferença entre harmonização e


equalização de políticas econômicas?”

Para ficar bem fácil de visualizar, pensemos num quadro.


Nesse quadro, foi pintada uma imagem cuja simples admiração lhe
traz uma sensação de bem estar. Muito provavelmente, essa tela está
repleta de cores que se harmonizam, ou seja, possui cores que
combinam entre si. Apesar de diferentes, uma vez juntas num
mesmo contexto, elas não interferem uma na outra, resultando numa
diversidade que se combina, que se harmoniza.

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Por outro lado, se pretendermos que essa tela


fique equalizada, usaríamos uma cor só e ela estaria preenchida
totalmente por apenas uma cor, ou seja, em qualquer ponto da tela,
as cores utilizadas seriam exatamente iguais, tal como um quadro
negro. Assim, elas também não se agrediriam, pelo simples fato
de serem absolutamente iguais.

No caso das políticas econômicas é a mesma coisa! Elas


estarão em harmonia quando, apesar de diferentes, não ferirem ou
influenciarem negativamente uma na atuação da outra. Em
contrapartida, elas estarão equalizadas quando a política adotada em
um país for também adotada em outra. Entendido, amigos?

Vejamos, então, uma questão elaborada pelo CESPE.

9) (CESPE / ABIN / 2008) Os processos de integração


econômica e política, em grande parte das experiências
desenvolvidas nas últimas décadas, passam por momentos de
restrições.

COMENTÁRIOS

Ao analisar detidamente a questão, parece-nos que o


examinador não quis se referir especificamente ao fenômeno dos
blocos regionais. Isso porque, apesar de alguns blocos regionais
terem grandes dificuldades de aprofundar seu processo de
integração, como o MERCOSUL, há outros que têm gradualmente
evoluído, como a União Europeia.

O examinador quis se referir sim à integração econômica e


política levada a cabo em nível multilateral. Quanto a esta, não nos
resta dúvidas de que há restrições ao seu aprofundamento,
agravadas ainda mais com a crise financeira internacional. No cenário

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atual, não se vislumbra consenso entre os países em relação às


questões ambientais, tampouco em relação às questões comerciais,
cujas negociações em Doha estão “emperradas”. Logo, a questão
está correta.

Gabarito: Certo

___X___

Pois bem, agora vamos analisar separadamente cada um


dos principais blocos regionais!

3.2 – União Europeia

Para compreender as origens da União Europeia, teremos


que fazer uma pequena regressão histórica. Por favor, não se
assustem, eu juro que é pequena mesmo!

A origem do fenômeno integracionista no continente


europeu remonta ao período pós-guerra e à constituição de uma
união aduaneira formada por Bélgica, Holanda e Luxemburgo, que
ficou conhecida como BENELUX. Passados alguns anos, surgiu a
Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (CECA), cujo objetivo era a
integração das indústrias do carvão e do aço dos países europeus
ocidentais. Em 1957, esse bloco evoluiu para a Comunidade
Econômica Europeia (CEE), também chamada de Mercado Comum
Europeu.

No ano de 1992, as ambições integracionistas europeias


deram origem ao Tratado de Maastricht, constitutivo da União
Europeia. Dentre todos os blocos regionais, a UE é o que se encontra
atualmente no estágio mais avançado de integração.

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Como grande pilares do Tratado de Maastricht podemos


citar a união econômica e monetária dos Estados-membros (moeda
única), a definição e a execução de uma política externa e de
segurança comum, a cooperação em matéria jurídica e a criação de
uma cidadania europeia.

A moeda única (euro) é uma das grandes marcas da União


Europeia, concretizando a ideia de uma união monetária. A adoção do
euro como moeda oficial por parte de um membro da União Europeia
exige, em conformidade com o Tratado de Maastricht, certo grau de
amadurecimento econômico. Assim, é necessário que haja uma
estabilidade de preços – baixo índice de inflação – sustentabilidade
das finanças públicas – inexistência de déficits fiscais excessivos –
flutuações da taxa de câmbio dentro de margens normais e baixas
taxas de juros de longo prazo.

A União Europeia, enquanto organização internacional, tem


presente em si uma característica singular: a supranacionalidade
de seus órgãos. Pelo fato de ser um bloco econômico que se
encontra no estágio de integração econômica total, existe na União
Europeia uma equalização das políticas econômicas (fiscal, cambial e
monetária), o que exige a presença de órgãos que adotem decisões
vinculantes e obrigatórias para todos os Membros.

Na União Europeia, há uma relativização do conceito de


soberania. É como se cada Estado-membro da União Europeia
concedesse uma parcela da sua soberania para que um órgão
supranacional possa agir em seu nome. Isso é visto por alguns como
um ponto negativo, que gera perda da identidade nacional.

Atualmente, fazem parte da União Europeia 27 membros,


havendo ainda três outros Estados em processo de adesão:
Macedônia, Turquia e Croácia. O processo de adesão à União

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Europeia consiste em preparar os países candidatos para cumprirem


as obrigações decorrentes da qualidade de Estado membro. Assim,
para a adesão ao bloco, exige-se o cumprimento dos requisitos
conhecidos como critérios de Copenhague, que consistem em
requisitos políticos, econômicos e de aplicação da legislação europeia.

Quando a União Europeia foi efetivamente criada pelo


Tratado de Maastricht em 1992, ela era integrada por apenas 12
membros. Hoje são mais de 27 membros, o que reclama um
aperfeiçoamento da estrutura dessa instituição. Dessa forma, o
Tratado de Lisboa foi assinado em dezembro de 2007 pelos 27
Estados-membros da União Europeia com vistas a dotar a União
Europeia de uma estrutura institucional e jurídica que lhe permita
fazer frente aos desafios atuais.

Dentre as principais mudanças a serem introduzidas pelo


Tratado de Lisboa podemos citar:

¾ Melhoria do processo de tomada de decisão no âmbito da


União Europeia;
¾ Reforça a democracia através da atribuição de um papel
mais importante ao Parlamento Europeu (maior número de
matérias sujeitas ao processo de co-decisão) e aos parlamentos
nacionais;
¾ Criação da figura de um presidente estável da União,
eleito por um período de dois anos e meio, renovável uma vez;
¾ Criação do cargo de Alto Representante da União para
Relações Exteriores e a Política de Segurança, que será
simultaneamente vice-presidente da Comissão Europeia;
¾ Possibilidade de que um grupo de 1 milhão de cidadãos da
União Europeia, de um número significativo de Estados dirija-se

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diretamente à Comissão Europeia para solicitar a apresentação


de uma proposta legislativa (iniciativa popular);
¾ Possibilidade dos Estados de abandonar a União.

Em 1º de dezembro de 2009, o Tratado de Lisboa entrou em


vigor, após a ratificação por todos os 27 membros da União Europeia.
Esse processo de ratificação não foi, todavia, realizado de forma
tranquila.

As maiores dificuldades foram na ratificação pela Irlanda,


que em virtude de especificidades de sua legislação, teve que
submeter o Tratado de Lisboa a referendo popular. Na primeira vez
em que ele foi submetido a esse processo, os irlandeses responderam
de forma negativa. Somente em uma segunda oportunidade o
Tratado de Lisboa foi aceito pela população irlandesa.

A União Europeia, apesar de ser um bloco que atingiu


elevado nível de integração, ainda apresenta fortes assimetrias
internas. Isso ficou particularmente evidente com o ingresso em
2004 e 2007 de 12 (doze) novos membros à União. Dentre estes, 10
(dez) são países do Leste Europeu, oriundos do antigo bloco
socialista, o que evidencia uma significativa mudança política nos
destinos da região.

Recentemente, o fato que mais chama a atenção e que tem


aparecido como objeto de cobrança em provas de Atualidades é a
crise financeira atravessada por países europeus (aquela
mesma que discutimos lá em cima!).

Vejamos a seguir algumas questões sobre a União Europeia!

10) (CESPE / Analista de Empresa de Comunicação Pública -


Advocacia – EBC / 2011) Atualmente, o euro, moeda adotada

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em todos os países integrantes da União Europeia, passa por


crise de grande dimensão, principalmente em razão da
instabilidade econômica em alguns países do bloco, como
Grécia, Portugal e, em especial, Rússia.

COMENTÁRIOS

Afirmativa incorreta. Existem alguns erros que invalidam a


afirmação apresentada. Primeiro erro: não são todos os 27 países
que fazem parte da União Europeia (UE) que adotaram o euro.
Exemplos de membros da UE que não adotam atualmente o euro:
Bulgária, Dinamarca, Suécia, entre outros. Segundo erro: a Rússia
não faz parte nem da UE, nem da zona euro.

De resto, como já vimos acima, o euro realmente passa por


crise propiciada principalmente pela instabilidade econômica e dívidas
públicas de alguns países. Entre eles estão Portugal, Espanha, Itália,
principalmente, Grécia, o que apresenta crise mais agravada até
agora.

Gabarito: Errado

11) (FCC / Escriturário-Banco do Brasil / 2011) BRUXELAS −


Os líderes da União Europeia ordenaram a "liberação até o
início de julho" do novo pacote de socorro para [o país] e
prometeram fazer "o que for necessário" para manter a
estabilidade cambial, de acordo com um esboço da declaração
da cúpula do grupo realizada nesta quinta-feira, 23.
[junho/2011] "Os chefes de Estado e de governo da zona do
euro pediram aos ministros das Finanças para completarem o
trabalho sobre esses elementos para permitir a
implementação até o início de julho", destacou o documento,
fazendo referência a um "financiamento adicional", após o

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empréstimo de € 110 bilhões concedido no ano passado [ao


país].

(http://economia.estadao.com.br/noticias/not_72976.htm)

O país a que se refere a notícia acima é

(A) a Alemanha.

(B) a Ucrânia.

(C) o Reino Unido.

(D) a Grécia.

(E) a República Checa.

COMENTÁRIOS

A letra D, Grécia, é a resposta correta. Como pudemos


observar em questões anteriores e também ao longo da aula, não
resta dúvida que esta questão faz referência à Grécia, não é mesmo?

Gabarito: D

___X___

3.3 – NAFTA

O NAFTA (North American Free Trade Agreement) é uma


área de livre comércio formada por EUA, Canadá e México que
possui como objetivos a eliminação de barreiras ao comércio de bens
e serviços intrabloco, o aumento das oportunidades de investimento
na região e a promoção de uma competição justa na região.

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A instituição do NAFTA teve como um de seus principais


efeitos a instalação de empresas canadenses e americanas no
México, as quais se aproveitaram do baixo custo da mão-de-
obra naquele país. Do ponto de vista mexicano, esse movimento
teve como efeito a geração de empregos em seu território e o
crescimento da produção industrial, que, em grande parte, é
destinada aos EUA.

Detalhe interessante que pode vir a ser cobrado em prova é


acerca do atrelamento da economia mexicana aos EUA em
virtude do NAFTA. Por estarem fortemente atreladas uma à outra,
foi possível perceber, diante da recente crise financeira, grande
recessão no México, cuja economia acompanhou a americana.

O NAFTA, ao contrário de outros blocos regionais, não tem


como objetivo a livre circulação de pessoas. Pelo contrário, uma das
maiores preocupações dos EUA quando da constituição do NAFTA era
que aumentasse demasiadamente os fluxos de imigrantes mexicanos.
“Mas, professora, por que existe essa preocupação dos EUA?”

Os EUA, por ser um país desenvolvido, atrai muito mais


imigrantes mexicanos do que o contrário. Aliás, os EUA atraem
imigrantes de vários lugares do planeta. Isso porque todos pensam
em ir para aquele país a fim de "fazer a vida". Quem não conhece um
brasileiro que já emigrou para os EUA em busca de melhorar sua
condição?

Pois bem, a grande preocupação é que a imigração


mexicana em massa possa constituir-se uma ameaça à cultura
norte-americana. Além disso, outro problema é que
mexicanos ocupem postos de trabalho no lugar de
americanos.

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O livre comércio no NAFTA ainda não abrange a totalidade


dos bens e serviços. Se formos ler o texto do tratado que o instituiu,
perceberemos que há inúmeras disposições que restringem o
comércio de bens e de serviços intrabloco. No que diz respeito ao
comércio de bens, podemos perceber que ainda não há, por exemplo,
uma livre circulação de automóveis. Um exemplo de restrição ao
comércio de serviços na região é a existente no setor energético,
segundo a qual o México reserva a si mesmo o direito de exploração
e refinamento de petróleo e gás natural em seu território. Nada mais
natural, considerando-se que o México é um dos maiores
exportadores de petróleo do mundo e não iria querer empresas
americanas ou canadenses se instalando em seu território para
incrementar a concorrência.

Vejamos uma questão relacionada à integração na América


do Norte.

12) (CESPE / ANTAQ / 2009) Embora não faça fronteira com


os EUA, o México é prioritário para a diplomacia norte-
americana por causa do grande número de imigrantes
mexicanos instalados no território norte-americano.

COMENTÁRIOS

A afirmativa está errada. Em primeiro lugar, os EUA


possuem fronteiras com o México. Em segundo lugar, apesar de
existir um grande número de imigrantes mexicanos instalados no
território, não é só por isso que o México é prioritário para a
diplomacia norte-americana. Além desse aspecto demográfico,
também é muito relevante a grande quantidade de investimentos dos
EUA naquele país, além, é claro, das estreitas relações comerciais
entre os dois. Estreitas relações comerciais, como assim? Os
investimentos dos EUA no México também estão relacionados com a

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implantação de empresas de capital norte-americano naquele país.


Essas empresas promovem relações comerciais de um país com
outro.

Além disso, existe a importante questão energética, não é


mesmo? Se o México é um grande fornecedor de Petróleo, derivados
e gás natural para os EUA, então as relações comerciais entre ambos
também tornam-se muito importante, digo até, fundamental para a
própria economia norte-americana! É importante destacar ainda que
as empresas canadenses e dos EUA em território mexicano reforçam
e estreitam as relações comerciais e atrelam a economia mexicana às
outras duas! Por tudo isso, podemos dizer que a questão está errada.

Gabarito: Errado

___X___

3.4 – Integração Regional na América Latina

A) ALADI

A integração regional na América Latina remonta ao período


posterior à Segunda Guerra Mundial, quando começam a surgir nesse
continente as primeiras ideias integracionistas. Dessa forma, na
década de 50 começam a tomar forma tais ideias, que encontram
suas motivações nas experiências integracionistas realizadas na
Europa e, ainda, no pensamento da Comissão Econômica para a
América Latina (CEPAL).

Por um lado, a partir das bem-sucedidas experiências


integracionistas europeias, os países latino-americanos perceberam
que a melhor forma de alcançar desenvolvimento econômico conjunto
seria a organização em blocos econômicos. Por outro lado, as
recomendações da CEPAL eram no sentido de que os países da

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América Latina deveriam utilizar-se de políticas de substituição de


importações (práticas protecionistas) e que o livre comércio só
deveria existir em âmbito regional.

Assim, a partir do pensamento cepalino, cuja principal figura


era o economista argentino Raúl Présbisch, surge em 1960 a ALALC
(Associação Latino-Americana de Livre Comércio). A ALALC tinha
como objetivo estabelecer, no longo prazo, um mercado comum,
começando, todavia, com uma área de livre comércio, integrando os
seguintes países: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador,
México, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela. Mas será que a ALALC
foi uma iniciativa que deu certo?

Não, amigos, a ALALC não deu muito certo! E podemos aqui


assinalar diversos motivos!

Em primeiro lugar, os objetivos a que se propunha a


ALALC (estabelecer um mercado comum) eram demasiadamente
ambiciosos, o que levou ao não-cumprimento dos compromissos
assumidos pelos países que a integravam. Dessa forma, não foi
possível nem mesmo formar uma área de livre comércio que
englobasse os países-membros.

Em segundo lugar, não foram contemplados


adequadamente a diferença entre os níveis de desenvolvimento dos
países envolvidos no processo de integração. Afinal de contas, não
podemos nos esquecer que, mesmo dentro da América Latina há
diferenças de desenvolvimento. De um lado há países como Brasil,
Argentina e México, os quais possuem economias mais fortes; de
outro há países como Bolívia e Paraguai, que são economias
menores.

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Em terceiro lugar, no período compreendido entre 1960 e


1980, os países envolvidos no processo de integração atravessaram
momentos de grande instabilidade política, notadamente em razão
das ditaduras militares.

Por fim, podemos citar, ainda, como entraves ao bom


funcionamento da ALALC a heterogeneidade das políticas econômicas
dos países-membros, a falta de vontade política dos governos e o
déficit institucional que a caracterizava (falta de flexibilidade de seus
mecanismos e inexistência de órgãos supranacionais a conduzirem o
processo de integração).

Não tendo dado certo a ALALC, foi criada em 1980, pelo


Tratado de Montevidéu a ALADI (Associação Latino-Americana de
Integração). A ALADI é, atualmente, o mais importante fórum de
negociações comerciais na América Latina, sendo constituída por 12
países, representantes das 3 (três) Américas: Brasil, Argentina,
Uruguai, Paraguai, Chile, Bolívia, Equador, Peru, Venezuela,
Colômbia, México e Cuba.

A ALADI tem como objetivo estabelecer, no longo prazo, um


mercado comum latino-americano. Para isso, todavia, é dotada de
mecanismos mais flexíveis do que sua antecessora ALALC. Enquanto
na ALALC os países queriam formar uma área de livre comércio que
englobasse todos seus membros, no âmbito da ALADI as preferências
tarifárias podem ficar restritas a um grupo de países.

De acordo com o Tratado de Montevidéu, que instituiu a


ALADI, os países-membros da ALADI estabeleceram uma área de
preferências econômicas, composta por uma preferência tarifária
regional, acordos de alcance regional e acordos de alcance parcial. Os
acordos de alcance regional são acordos que abrangem a totalidade
dos integrantes da ALADI. Já os acordos de alcance parcial são

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acordos que envolvem somente alguns de seus integrantes. Como


exemplos de acordos de alcance parcial celebrados no âmbito da
ALADI citamos o MERCOSUL e a Comunidade Andina de Nações
(CAN), sobre os quais falaremos a seguir.

B) MERCOSUL

O MERCOSUL é um bloco regional constituído por Brasil,


Argentina, Uruguai e Paraguai que tem por objetivo formar um
mercado comum. Esse estágio de integração pressupõe a livre
circulação de mercadorias e serviços entre seus membros, uma
política comercial comum em relação a terceiros países e a livre
circulação dos fatores de produção.

As origens do MERCOSUL estão na Declaração de Iguaçu,


que formalizou a cooperação econômica entre Brasil e Argentina no
ano de 1985. Posteriormente, Fernando Collor de Melo e Carlos
Menem assinaram em 1990 a Ata de Buenos Aires, visando à
integração econômica entre esses dois países. Em 1991, com a
assinatura do Tratado de Assunção e a entrada de Uruguai e Paraguai
no bloco, surge o MERCOSUL.

Ainda falta muito para o MERCOSUL atingir objetivo de


constituição de um mercado comum, pois há uma série de
dificuldades políticas e institucionais que impedem o aprofundamento
da integração regional. Em primeiro lugar, os países que integram o
MERCOSUL são economicamente muito heterogêneos. Enquanto
o Brasil e Argentina possuem economias maduras, o Paraguai ainda é
uma economia bem frágil. Em termos políticos, o Brasil goza de
maior prestígio no cenário internacional e sua política externa tem
objetivos ambiciosos, como conquistar um assento permanente no
Conselho de Segurança da ONU.

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No que diz respeito às dificuldades institucionais do


MERCOSUL, ressalto que não existe nesse bloco regional um órgão
supranacional com capacidade legislativa. Isso dificulta a produção
normativa no âmbito do MERCOSUL, enfraquecendo, por conseguinte,
a segurança jurídica. Para que uma norma tenha vigor no âmbito do
MERCOSUL, ela deve ser aprovada pelos seus quatro países-
membros.

Quanto às práticas protecionistas adotadas entre seus


membros, é incontroverso dizer que elas recrudesceram nos últimos
tempos. Principalmente no comércio entre Brasil e Argentina, o que
se percebe é uma verdadeira “troca de gentilezas” entre esses países.

Todavia, apesar de todas essas dificuldades para a


consolidação da integração entre os seus integrantes, a corrente de
comércio do Brasil com o bloco intensificou-se nos últimos anos.

O Brasil tem dado grande prioridade ao fortalecimento do


MERCOSUL. Isso se deve, conforme já comentei anteriormente, às
ambições da política externa brasileira, cujo objetivo é conseguir um
assento permanente no Conselho de Segurança da ONU. Para isso, o
Brasil almeja ser visto pelo mundo como um autêntico líder e
promotor da estabilidade regional.

A criação do FOCEM (Fundo para Convergência Estrutural) e


do Parlamento do MERCOSUL foram, nesse sentido, iniciativas
apoiadas pelo Brasil. O FOCEM é um fundo destinado a apoiar
projetos de infra-estrutura das economias menores e das regiões
menos desenvolvidas do MERCOSUL, visando, acima de tudo, a
redução das assimetrias regionais. O Parlamento do MERCOSUL, por
sua vez, representa um passo no caminho do aprofundamento do
processo de integração. Como principais funções, o Parlasul busca
agilizar o processo de incorporação de normas do MERCOSUL ao

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ordenamento jurídico de seus membros bem como fortalecer a


cooperação inter-parlamentar.

Outra iniciativa que pretende aprofundar a integração no


âmbito do MERCOSUL é o Sistema de Pagamentos em Moeda Local
(SML), que já permite hoje que Brasil e Argentina utilizem em suas
relações comerciais recíprocas o peso e o real. Existe a possibilidade,
ainda não transformada em realidade, de que esse sistema seja
estendido a todas as relações comerciais entre os países do
MERCOSUL.

Por fim, vale destacarmos a situação da Venezuela no


âmbito do MERCOSUL. Este país está em processo de adesão ao bloco
regional, bastando para seu efetivo ingresso a aprovação pelo
Paraguai. Em 2009, o Brasil aprovou o Protocolo de Adesão da
Venezuela ao MERCOSUL.

Vamos resolver uma questão sobre o MERCOSUL?

13) (CESPE / IRB / 2010) Após a aprovação, pelo Senado


Federal, em dezembro de 2009, do protocolo de adesão da
Venezuela ao MERCOSUL, resta apenas a ratificação por parte
do Paraguai para que o processo de incorporação daquele país
à União Aduaneira seja concluído, ratificação essa que tende a
ser facilitada pelo fato de o Paraguai fazer parte da chamada
aliança bolivariana, dado o perfil político de esquerda do
Presidente Fernando Lugo.

COMENTÁRIOS

Realmente, a efetiva adesão da Venezuela ao MERCOSUL


somente depende da aprovação do Paraguai. Todavia, ao contrário do
que afirma a questão, a ratificação paraguaia do Protocolo de Adesão

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não será algo tão fácil assim. Muito pelo contrário, o Congresso
paraguaio, atualmente, não é a favor do ingresso desse país no
MERCOSUL. Portanto, a questão está errada.

Gabarito: Errado

___X___

C) Comunidade Andina (CAN)

A Comunidade Andina de Nações (CAN) é um bloco


econômico formado por Bolívia, Equador, Colômbia e Peru,
constituindo, assim como o MERCOSUL, uma união aduaneira.

O objetivo da Comunidade Andina é constituir um mercado


comum, o que ainda é algo um pouco distante. Para que isso se torne
realidade, é preciso que todos os países usem a Tarifa Externa
Comum (TEC), a qual ainda não foi adotada pelo Peru. Além disso,
faz-se mister estabelecer a livre circulação dos fatores de produção
intrabloco.

A Venezuela fazia parte da CAN até o ano de 2006, quando


retirou-se do bloco alegando que os tratados de livre comércio
assinados pela Colômbia, Equador e Peru com os EUA comprometiam
os objetivos regionais.

D) UNASUL

A UNASUL (União de Nações Sul-Americana) foi constituída


em 23 de maio de 2008 e tem como objetivo a integração sul-
americana. Para isso, ela reúne o MERCOSUL, a Comunidade Andina
de Nações (CAN), Chile, Guiana, Venezuela e Suriname. Vejamos o
que o Tratado Constitutivo dessa organização internacional enuncia
como seu objetivo:

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Artigo 2 – Objetivo: A União de Nações Sulamericanas tem


como objetivo construir, de maneira participativa e consensuada, um
espaço de integração e união no âmbito cultural, social,
econômico e político entre seus povos, priorizando o diálogo
político, as políticas sociais, a educação, a energia, a infra-estrutura,
o financiamento e o meio ambiente, entre outros, com vistas a
eliminar a desigualdade socioeconômica, alcançar a inclusão social e
a participação cidadã, fortalecer a democracia e reduzir as
assimetrias no marco do fortalecimento da soberania e independência
dos Estados.

O Tratado Constitutivo da UNASUL é muito bonito em suas


palavras! Fazendo uma leitura de seu texto, pensamos até que vai
ser construído na América do Sul um bloco aos moldes da União
Europeia. No entanto, não podemos dizer que ele tenha estabelecido
compromissos concretos para as partes contratantes. O que de fato
existe hoje na UNASUL são propostas e intenções, em que julgo
como principais:

9 Liberalização do comércio entre os países: eliminação de tarifas


para produtos não-sensíveis até 2014 e para produtos sensíveis
até 2019;
9 Livre circulação de pessoas;
9 Criação do Banco do Sul: será o responsável por estabelecer
uma política monetária na região, com vistas a criar no futuro
uma moeda única sul-americana;
9 Criação de um Conselho de Defesa Sul-Americano.

A UNASUL é, conforme você podem perceber, um bloco


econômico com objetivos bem ambiciosos, mas que ainda não tem
conquistas significativas realizadas. Podemos dizer que os seus
projetos ainda estão "no papel".

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No dia 11 de março de 2011, o Tratado Constitutivo da


UNASUL entrou em vigor e essa organização internacional passou a
ter personalidade jurídica de direito internacional. Assim, já é possível
que os membros da UNASUL sejam internacionalmente
responsabilizados em razão do descumprimento de compromissos
firmados no âmbito dessa organização internacional.

Levando-se em conta que a personalidade jurídica da


UNASUL surgiu recentemente, ainda é difícil fazer uma análise mais
detalhada do seu funcionamento. Todavia, desde já é possível
perceber que ela é uma iniciativa que carece de estrutura
institucional adequada para atingir os objetivos a que se propõe.
Outro complicador para o processo de integração é a diferença de
desenvolvimento entre os seus integrantes, o que necessita ser
considerado no estabelecimento de políticas regionais.

Vejamos algumas questões sobre a UNASUL!

14) (CESPE / IRB / 2010) A UNASUL é um organismo político


internacional formado pela junção das estruturas do
MERCOSUL e da Comunidade Andina, que deverão
desconstituir-se, segundo calendário estabelecido por seus
Estados-Partes, a fim de se consolidar a nova entidade
regional.

COMENTÁRIOS

Não há nenhuma disposição no Tratado Constitutivo da


UNASUL, tampouco algum país manifestou a intenção, de que o
MERCOSUL e a Comunidade Andina sejam desconstituídos com a
criação dessa nova entidade regional. Logo, a questão está errada.

Gabarito: Errado ___X___

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E) Área de Livre Comércio das Américas (ALCA)

A ALCA é um projeto que ficou parado no tempo! Segundo o


Prof. Raúl Granillo Ocampo, o seu estabelecimento é um processo
que está “ferido de morte”. Ela tinha como objetivo a formação de
uma área de livre comércio nas Américas, não se limitando,
entretanto à área econômica, mas também abrangendo iniciativas
nos campos políticos, sociais e culturais.

No entanto, em virtude de interesses divergentes entre os


países que a formariam, suas negociações foram abandonadas. Veja
só: os países integrantes do NAFTA tinham como maior interesse as
negociações em matéria de serviços, investimentos, licitações
governamentais e propriedade intelectual. Já os países do MERCOSUL
viam com prioridade os temas de acesso a mercados e agricultura.

Os EUA, por sua vez, eram relutantes, à época das


negociações, em retirar os altos subsídios que concediam ao setor
agrícola e reduzir o protecionismo em alguns setores, como o do aço.
E isso era de fundamental interesse para os outros países! Vejamos o
que nos diz o Prof. Raúl Granillo Ocampo sobre a ALCA:

“A negativa dos Estados Unidos de renunciar a seus subsídios agropecuários


e abrir seu mercado nessa área demonstra, nessa visão, que a ALCA é nada
mais do que um instrumento para o aumento das exportações norte-
americanas, o reforço de seu predomínio tecnológico e a transformação da
América Latina em uma região cativa dos Estados Unidos, o que causaria
impacto negativo no emprego e no combate à pobreza através de uma
maior quantidade de investimentos norte-americanos para prover os
mercados na América Latina.”

Não somos tão radicais assim! Todavia, é certo que a


formação de um bloco regional deve prever benefícios para ambas as

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partes e, ainda, possuir mecanismos que favoreçam os países de


menor desenvolvimento relativo.

___X___ ___X___ ___X___

Então, pessoal, sei que a aula já está demasiadamente


grande, não é mesmo? Deixarei, assim, para falar sobre as
organizações internacionais em próxima aula, tanto aquelas de
caráter político (portanto, dentro do tema da aula), quanto as de
caráter econômico que não foram vistas hoje.

Espero que tenham gostado e estejam animados para


continuar essa “viagem” cheia de descobertas pelo mundo das
Atualidades!!!

Um grande abraço e até a próxima semana!!! Bons


estudos!!! ;)

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LISTA DAS QUESTÕES

1) (CESPE / ABIN / 2008) A globalização, como fenômeno em


curso no mundo, é caracterizada pela integração de mercados,
levando o crescimento econômico a todas as regiões,
articuladas segundo um processo equitativo de distribuição de
riqueza.

2) (FUNIVERSA / Auditor Fiscal – Controle Ambiental –


Seplag-DF / 2011) A interdependência dos atores – governos,
empresas e sociedades – é, certamente, a característica
fundamental do atual cenário econômico mundial, comumente
denominado globalização. Com base nessa nova realidade, que
ganhou maior densidade a partir da década de 80 do século
XX, assinale a alternativa correta.

(A) As cadeias produtivas concentram-se cada vez mais em áreas


restritas do planeta, em geral nas economias mais sólidas, restando
aos países pobres o papel de meros consumidores.

(B) As inovações tecnológicas, profundas e incessantes, contribuem


decisivamente para um aspecto essencial à ordem global, qual seja, a
celeridade da circulação de bens, capitais e informações.

(C) Apesar da queda do Muro de Berlim e da derrocada do chamado


socialismo real do Leste europeu, os países da antiga Cortina de Ferro
recusam-se a se inserir na economia capitalista globalizada.

(D) Embora importante sob vários aspectos, em especial nas


telecomunicações, a revolução tecnológica dos anos 90 do século XX
foi insuficiente para ampliar as possibilidades de integração da
economia mundial.

(E) Mesmo reduzindo o quadro de desigualdades entre as nações, a


globalização acabou por concentrar poder e riqueza nos países ricos,

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o que impede a emergência de outros países na cena econômica


mundial.

3) (CESPE / ABIN / 2008 / com adaptações) Refletindo sobre


os inúmeros aspectos da globalização analise as assertivas
que se seguem, e marque a opção correta.

I – A atuação de organismos internacionais como o FMI e a OMC têm


eliminado as concentrações e os desequilíbrios nas atividades
econômicas, provocados pelo avanço da globalização.

II – Uma das inovações trazidas pela globalização é o caráter


autônomo da economia, ou seja, instabilidades políticas ou
confrontações bélicas deixaram de exercer influência sobre os
mecanismos de produção, circulação e fixação de preços das
mercadorias.

III – Em relação ao Brasil, o processo de globalização diminuiu a


concorrência entre produtos agrícolas no mercado internacional, o
que impulsionou a modernização da agricultura no país.

IV – O atual estágio da economia mundial, comumente identificado


como globalização, tem nas inovações tecnológicas que se processam
no campo das comunicações um de seus instrumentos fundamentais,
pois elas permitem, entre outros importantes aspectos, a rápida
circulação de informações e de capitais.

A) Todas alternativas estão corretas.

B) Somente os itens I e IV estão corretos.

C) Somente o item IV está correto.

D) Somente o item II está correto.

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E) Estão corretos os itens I, II e III.

4) (CESPE / Escriturário – BRB / 2011) Mesmo após a


aprovação do pacote fiscal, a União Européia se recusou a
conceder novos empréstimos aos gregos, dado o caráter
contraproducente desse tipo de medida, que poderia
incentivar outros países a contrair dívidas sem condições de
honrá-las no futuro.

5) (CESPE / Analista de Empresa de Comunicação Pública -


Advocacia – EBC / 2011 / com adaptações) O duplo ataque que
deixou dezenas de mortos na Noruega chamou a atenção da Europa
para um perigo ofuscado nos últimos anos pelo terrorismo islâmico: a
ameaça e o crescimento de grupos políticos de extrema direita. Com
um discurso ultranacionalista, contra a globalização e a União
Europeia, os partidos extremistas vêm alcançando projeção nas
eleições no rastro da crise econômica.
O Globo, 25/7/2011 (com adaptações).

Tendo o texto acima como referência inicial e considerando a


multiplicidade de aspectos que ele suscita, julgue os itens
seguintes.

I – O ódio expresso no discurso político do autor do atentado ocorrido


na Noruega, que, certamente, encoraja a prática da violência
individual, assustou a opinião pública mundial pelo seu ineditismo na
história da Europa, continente até então imune a práticas políticas
ideologicamente extremadas.

II – Mencionada no texto como um dos alvos dos partidos políticos


europeus extremistas, a globalização pode ser entendida como o
estágio a que chegou a economia mundial contemporânea,
caracterizada, entre outros aspectos, pela ampliação do sistema

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produtivo e dos mercados, pela acirrada competição e pelas


incessantes inovações tecnológicas.

III – Atualmente, o euro, moeda adotada em todos os países


integrantes da União Europeia, passa por crise de grande dimensão,
principalmente em razão da instabilidade econômica em alguns
países do bloco, como Grécia, Portugal e, em especial, Rússia.

IV – Elemento presente no discurso de grupos políticos europeus de


extrema direita, como comprovam os recentes atentados na Noruega,
a xenofobia traduz-se, entre outros aspectos, na vigorosa oposição à
imigração.

V – Apesar de apresentar índice de desenvolvimento humano


relativamente modesto em comparação com os dos países líderes da
União Europeia Alemanha e França, a Noruega é considerada um país
historicamente pacífico, fato que torna ainda mais surpreendentes os
atos terroristas de que foi vítima em julho de 2011.

VI – Infere-se do texto que os atos terroristas no país escandinavo


foram praticados por grupos identificados com causas religiosas,
étnicas e culturais, provavelmente integrantes da mesma rede que se
responsabilizou pelos ataques que, em 2001, causaram a destruição
das torres do World Trade Center e de parte das instalações do
Pentágono nos Estados Unidos da América.

Assinale a alternativa correta

a) As afirmativas I, II, V e VI estão corretas.

b) Apenas as afirmativas II e IV estão corretas.

c) Todas as opções estão erradas.

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d) Todas as opções estão certas.

e) As afirmativas III, V e VI estão corretas.

6) (CESPE / IRB / 2010) Acerca da atual crise econômica


internacional, julgue C ou E.

I – Além de envolver grandes bancos e o sistema financeiro


internacional, a crise atual tem sido considerada uma crise de
paradigmas, em particular da certeza de que os mercados podem
autorregular-se e recuperar o equilíbrio automaticamente,
dispensando a intervenção do Estado.

II – Diante da crise, as instituições de Bretton Woods não


conseguiram propor soluções concretas por ocasião da reunião de
Cúpula do G 20 realizada em Londres em 2009.

III – Como membro do G-20, o Brasil insistiu na necessidade de se


prover a economia mundial com créditos para o desenvolvimento,
incrementar a regulação financeira, desenvolver políticas anticíclicas
e combater os paraísos fiscais.

IV – Apesar de discordar da resistência de países ricos em realizar


reformas nos organismos multilaterais, como o FMI e o Banco
Mundial, o Brasil comprou títulos emitidos pelo Fundo em 2009.

Marque a alternativa

a) se todos os itens estiverem corretos.

b) se todos os itens estiverem errados.

c) se somente os itens II, III e IV estiverem corretos.

d) se somente os itens I, II e IV estiverem corretos.

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e) se somente o item I estiver correto.

7) (CESPE / Escriturário – BRB / 2011 / com adaptações) Com


referência à aprovação, em junho de 2011, e à repercussão, na
Europa, do conjunto de medidas econômicas e fiscais proposto
pela Grécia para conter a crise econômica no país, julgue os
itens a seguir.

I – Mesmo após a aprovação do pacote fiscal, a União Européia se


recusou a conceder novos empréstimos aos gregos, dado o caráter
contraproducente desse tipo de medida, que poderia incentivar outros
países a contrair dívidas sem condições de honrá-las no futuro.

II – A população da Grécia reagiu à aprovação das medidas de


contenção da crise propostas pelo governo, promovendo greve geral
e manifestações políticas nas ruas da capital do país, Atenas.

III – O aprofundamento da crise na Grécia deveu-se à recusa do


governo local em adotar o euro como moeda nacional, fato que
impediu esse país de se beneficiar do ciclo de crescimento econômico
europeu da primeira década do século XXI.

IV – Além da Grécia, outros países europeus, como Espanha, Itália,


Portugal e Irlanda, também podem ser afetados pela crise econômica,
em razão das dificuldades que eles enfrentam para pagar suas
dívidas públicas.

Marque a alternativa correta

a) EECC

b) ECCE

c) ECEC

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d) CCCC

e) CCEE

8) (FEPESE / Agente Administrativo – Casan / 2011) Ministros


das finanças e economistas do mundo inteiro debatem e
buscam solução para a assim chamada “guerra cambial” que
causa grandes problemas para a economia dos países pobres e
emergentes.

Assinale a alternativa que identifica o significado dessa


expressão.

a. ( ) Trata-se de um conjunto de medidas tomadas por alguns países


que tem como consequência a desvalorização da sua moeda nacional.

b. ( ) Compreende uma série de medidas governamentais, na área


cambial, permitindo a valorização das moedas nacionais com o
objetivo de dificultar as exportações.

c. ( ) Refere-se à disputa entre os Estados Unidos e a União


Soviética, manifestação tardia da “Guerra Fria”, em que ambos
tentam fortalecer as suas moedas, desvalorizando a moeda europeia
e as das economias emergentes.

d. ( ) Corresponde ao conflito econômico entre os países do norte


(pós-industrializados) e os do sul (subdesenvolvidos), em que os
primeiros tentam dominar a economia dos segundos através de uma
política deliberada de desindustrialização.

e. ( ) Trata-se da crescente valorização da moeda norte-americana


em relação às moedas dos países emergentes, causando a baixa dos
preços das commodities e o crescimento das exportações dos países

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emergentes, principais causadores da inflação interna e do


endividamento no terceiro mundo.

9) (CESPE / ABIN / 2008) Os processos de integração


econômica e política, em grande parte das experiências
desenvolvidas nas últimas décadas, passam por momentos de
restrições.

10) (CESPE / Analista de Empresa de Comunicação Pública -


Advocacia – EBC / 2011) Atualmente, o euro, moeda adotada
em todos os países integrantes da União Europeia, passa por
crise de grande dimensão, principalmente em razão da
instabilidade econômica em alguns países do bloco, como
Grécia, Portugal e, em especial, Rússia.

11) (FCC / Escriturário-Banco do Brasil / 2011) BRUXELAS −


Os líderes da União Europeia ordenaram a "liberação até o
início de julho" do novo pacote de socorro para [o país] e
prometeram fazer "o que for necessário" para manter a
estabilidade cambial, de acordo com um esboço da declaração
da cúpula do grupo realizada nesta quinta-feira, 23.
[junho/2011] "Os chefes de Estado e de governo da zona do
euro pediram aos ministros das Finanças para completarem o
trabalho sobre esses elementos para permitir a
implementação até o início de julho", destacou o documento,
fazendo referência a um "financiamento adicional", após o
empréstimo de € 110 bilhões concedido no ano passado [ao
país].

(http://economia.estadao.com.br/noticias/not_72976.htm)

O país a que se refere a notícia acima é

(A) a Alemanha.
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(B) a Ucrânia.

(C) o Reino Unido.

(D) a Grécia.

(E) a República Checa.

12) (CESPE / ANTAQ / 2009) Embora não faça fronteira com


os EUA, o México é prioritário para a diplomacia norte-
americana por causa do grande número de imigrantes
mexicanos instalados no território norte-americano.

13) (CESPE / IRB / 2010) Após a aprovação, pelo Senado


Federal, em dezembro de 2009, do protocolo de adesão da
Venezuela ao MERCOSUL, resta apenas a ratificação por parte
do Paraguai para que o processo de incorporação daquele país
à União Aduaneira seja concluído, ratificação essa que tende a
ser facilitada pelo fato de o Paraguai fazer parte da chamada
aliança bolivariana, dado o perfil político de esquerda do
Presidente Fernando Lugo.

14) (CESPE / IRB / 2010) A UNASUL é um organismo político


internacional formado pela junção das estruturas do
MERCOSUL e da Comunidade Andina, que deverão
desconstituir-se, segundo calendário estabelecido por seus
Estados-Partes, a fim de se consolidar a nova entidade
regional.

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GABARITO

1 ERRADO
2 B
3 C
4 ERRADO
5 B
6 A
7 C
8 A
9 CERTO
10 ERRADO
11 D
12 ERRADO
13 ERRADO
14 ERRADO

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