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Sumário
deixa de lado
não barra -mansense é a acabou de criar um sis-
tema municipal de cul-
tura (SMCBM), com a lei
as velhas mí-
dias “também busca de uma identidade 4.602/2016. É um ver-
dadeiro panorama local
divulgamos em sobre o assunto. A cidade
jornais impres-
sos da região
para a cidade determinou as metas para
o setor pelos próximos dez
embora nossa anos (…) Passamos por uma
principal ferra- verdadeira reconstrução do
menta seja mes- setor cultural, com transfor-
mo o Facebook”. - marcelo bravo, Secretá - mações impactantes inclusive
na estrutura administrativa da
A relação com o Poder rio de Cultura. Fundação Cultura Barra Mansa”.
Público A atração é realizada em todos fi-
nais de semana do mês de outubro, o qual
A apresentação não é a única ma- se comemora o aniversário da cidade, e é dividida
nifestação artística da região, mas é um das em várias pontos diferentes de Barra Mansa, desde
poucas que tem grande reconhecimento pela os principais, como a Praça da Preguiça, até pon-
população, ao ser questionado sobre o estímu- tos históricos, como o antigo quartel da região.
lo da cultura na região o secretário de cultu- Quando questionado sobre o motivo do sucesso do
ra de Barra Mansa, Marcelo Bravo, conta: “Não espetáculo, Rafael Crooz, não pensa duas vezes e
é possível falar em carência de cultura em é sucinto em sua resposta “Atribuímos ao amor”.
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A luta
nossa
nossa
de
cada
dia
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Foto:Micaela Soares
Resistência. Superação. Resiliência. São essas três
palavras que definem a luta dos negros por um mundo menos
desigual e preconceituoso. Já são 39 anos caracterizados por
um árduo e intenso combate à herança da escravidão. Entre
marchas e encontros de valorização africana e contra o padrão
de beleza difundido, a luta contra o preconceito racial se
desenha e tenta transformar a ótica do brasileiro quando o
assunto é o estereótipo negro.
Em Barra Mansa, no Sul Fluminense, o Projeto Fuzuê é
um exemplo dessa reação que promove a disseminação da
cultura negra. Idealizado pela produtora cultural Bruna
Barcelona, o grupo nasceu em 2013 defendendo uma causa Roda de conversa do projeto aborda assuntos relacionados a cultura negra
nobre: o desenvolvimento da educação por meio da arte e
cultura com o intuito de valorizar, resgatar, empoderar e algumas vezes, disse que o sentimento que fica é de
refletir a identidade da cultura afro-brasileira. esperança e orgulho. “Participar de um projeto como esse é
um combustível para derrubar barreiras que o jovem negro
Através de diversas atividades como feiras,
enfrenta todos os dias’’, contou.
artesanato, oficinas, dança, rodas de conversa, música e
trabalhos com os jovens, o projeto busca fomentar na O grande desafio de cada dia é garantir a
população um verdadeiro “fuzuê”, que para os senhores de representatividade do povo negro e promover uma cultura
engenho era a folia coletiva dos escravos ao praticarem sua de valorização da identidade de cada um. A organizadora do
cultura. projeto reiterou a importância da descendência. “É preciso
saber que a cultura africana está enraizada na nossa nação,
“Vamos reunir pessoas que se movimentam em prol da arte e,
na ação, no cotidiano, nas palavras e no costume. É
através das linguagens artísticas, falaremos sobre
necessário levar para todos os lugares as nossas raízes”,
multiculturalismo. Precisamos fazer que as pessoas não só se
concluiu.
conscientizem, mas que vivam sua identidade cultural!”, disse
Bruna Barcelona sobre o início do projeto. Pensando sempre em transmitir uma mensagem de
resistência, luta e identidade cultural, o Projeto Fuzuê
Para os que já vivenciaram o Projeto Fuzuê fica a
segue firme na busca de uma sociedade nova, usando como
gratidão. Micaela Soares, que já participou do projeto
ferramenta do amanhã a transformação das crianças e
jovens do hoje. Afinal, o futuro da humanidade sem
preconceito rompe os parâmetros de raça, cor de pele e
etnia e se preocupa apenas com a íntegra formação do
caráter.
Foto:Micaela Soares
“Participar de um projeto
como esse é um combustível para
derrubar barreiras que o jovem
negro enfrenta todos os dias’’
Micaela Soares,19
Não há quem não admire um trabalho manual bem Cada região possui suas características específicas, com
feito, ainda mais quando você começa a reconhecer cada artistas que deixam seus traços e seu DNA em cada trabalho
matéria-prima utilizada para a realização daquela pequena feito. Utilizando matéria-prima que nós, pessoas comuns, não
obra de arte. E assim, o artesanato sempre esteve conseguimos enxergar nenhuma possibilidade de
impregnado nas raízes humanas, e mais ainda nas brasileiras, transformação para ela.
que é um povo reconhecido pela sua criatividade. O artesanato em Barra Mansa mantém essa natureza.
O artesanato toma forma de acordo com sua origem. Com artesãos que já estão há décadas no ramo e que buscam a
cada dia inovar seus produtos e ganhar mais espaço na cidade.
Utilizando matérias-primas que estão presentes em nosso
cotidiano, os artistas utilizam, inclusive, a reciclagem para
dar forma às suas criações.
Durante muito tempo a cidade teve em seu calendário
semanal a feira de artesanato, que se tornou tradicional.
Foto: André Nunes
Foto: Divulgação
Feira de artesanato realizada na praça da matriz
A artesã Regina Gomes, 59 anos, nos conta um pouco Eu vi uma oportunidade de aumentar
da sua experiência. Sua principal fonte de renda sempre foi o minha renda fazendo algo prazeroso.
artesanato, e assim ela pôde criar e pagar os estudos de sua Cintia Delleprane, 50 anos.
Foto: Divulgação
Clécio Penedo em seu arquivo
exposição apresenta, entre outras obras, os originais em óleo sobre eucatex da série “Baralho Imperial”,
acervo do Museu Imperial. São revelados ainda os estudos inéditos que levaram o artista a cada obra. A
exposição teve destaque na imprensa nacional.
Futebol
da cultura à paixão
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O peso cultural do futebol no país influencia todas as
gerações. De avô para pai e de pai para filho, grande parte da
população está inserida no universo do esporte mais popular e “Meu sonho sempre foi ser
que mais mexe com a paixão do povo brasileiro. O domingo à
tarde torna-se tradicionalmente um momento único no qual jogador de futebol, mas quando
familiares e amigos se reúnem em frente a TV para torcer pelo
time do coração ou somente apreciar uma boa partida de
comecei eu não imaginava chegar em
futebol. tão alto nível assim...’’
Indo além da função de entreter, desde criança o Marcelo da Conceição Benevenuto, 21.
brasileirinho vê no futebol uma possibilidade de obter sucesso
financeiro e profissional, muitas vezes sendo a esperança de
famílias carentes e de classe média baixa. O sonho,
geralmente, é perseguido até depois da maioridade.
Todas as fichas são apostadas em uma chance de Ainda tímido e se adaptando a grande mudança no
mostrar seu talento na expectativa de ser descoberto por estilo de vida, o zagueiro fala sobre seus primeiros passos
olheiros que garimpam campos de várzea e lugares de menor no esporte: “Meu sonho sempre foi ser jogador de futebol,
expressão onde o futebol é praticado. mas quando comecei eu não imaginava chegar em tão alto
Em alguns casos, a persistência é recompensada. nível assim. Com 12 anos comecei a jogar em
Jovens descobertos recebem a tão sonhada oportunidade em campeonatos de bairro’’.
grandes clubes de expressão e acabam mudando de vida, Assim como muitos jogadores, Marcelo também
conquistando a condição de poder fazer o bem para seus teve sua chance bem novo. “Logo depois me pediram para
familiares e amigos de sua terra natal. fazer um teste no Resende e eu fui só para poder jogar
A figura bem sucedida de atletas em comunidades em um campo melhor. Mas quando passei no teste as
carentes acaba se transformando em referência e esperança coisas foram ficando sérias e tudo fluiu para mim.”. O
de que, a qualquer momento, outro membro daquele grupo jovem jogador tem na bagagem o título do campeonato
possa alcançar seu lugar ao sol. Foi o que aconteceu com brasileiro sub-20 de 2016 pelo Botafogo, somando 6 gols e
Marcelo da Conceição Benevenuto Malaquias, 21. sendo artilheiro na mesma temporada.
Natural do bairro Vila Vicentina em Resende-RJ,
Marcelo possui no currículo a única função de ajudante de
pedreiro antes de se tornar jogador de futebol. Com passagens
pela categoria da base do Resende e do Fluminense, o zagueiro
foi comprado pelo Botafogo em 2016 e desponta hoje como
umas das maiores joias do elenco alvinegro carioca.
Evento realizado na comunidade patrocinado por Marcelo Zagueiro em treino Foto: Arquivo Pessoal
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