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Instituto de
Ciências Sociais
Belo Horizonte, 8 a 10 de setembro de 2014
INTRODUÇÃO
O MERCOSUL – Mercado Comum do Sul – foi fundado em 1991 e seu
surgimento está fortemente ligado aos processos de democratização/redemocra-
tização ocorridos na América do Sul, no final da década de 1980 e início de 1990
(MALAMUD, 2004).
A construção do MERCOSUL resultou de um histórico de aproximações
e negociações entre os países membros. Os antecedentes à institucionalização do
Bloco são o Tratado de Montevidéu – assinado em Agosto de 1980 – e o Tratado
de Integração Cooperação e Desenvolvimento entre o Governo da República Fe-
derativa do Brasil e o Governo da República Argentina – assinado em Novembro
de 1988. O grupo teve como gênese a assinatura do Tratado de Assunção, no
ano de 1991, pela República Argentina, República Federativa do Brasil, Repúbli-
ca do Paraguai e a República Oriental do Uruguai. O ordenamento principal do
Tratado de Assunção foi a integração desses quatro Estados através de: 1) livre
circulação de bens, serviços e fatores produtivos através da eliminação dos direi-
tos alfandegários e restrições não tarifárias à circulação de mercadorias; 2) ins-
tauração de uma Tarifa Externa Comum, adoção de políticas comerciais comuns
e coordenação de posições em foros econômico-comerciais regionais e interna-
cionais; 3) coordenação de políticas macroeconômicas e setoriais para garantir
condições de concorrência adequadas entre os membros e 4) harmonização de
legislações nas áreas pertinentes ao tratado (MERCOSUL, 2010).
A criação do MERCOSUL pode ser entendida como resultado da coope-
ração entre os países membros. Por cooperação entende-se:
Cooperação acontece quando atores ajustam seus comportamentos às pre-
ferências atuais ou antecipadas de outros atores, através de um processo
de coordenação política. Para resumir formalmente, cooperação intergover-
namental surge quando as políticas que são de fato seguidas por um governo são
consideradas por seus parceiros como facilitadoras da realização de seus próprios
objetivos, como resultado de um processo de coordenação política (KEOHANE,
1984, p.51-52 – tradução nossa –grifos em original)2.
3. ARTIGO 1. A plena vigência das instituições democráticas é condição essencial para o
desenvolvimento dos processos de integração entre os Estados Partes do presente Protocolo;
ARTIGO 2. O presente Protocolo se aplicará às relações que decorram dos respectivos Acordos
de Integração vigentes entre os Estados Partes do presente protocolo, no caso de ruptura da
ordem democrática em algum deles. ARTIGO 3. Toda ruptura da ordem democrática em um
Além disto, considera-se a Política Externa como política pública por ser
constitucionalmente assegurada (SANCHEZ et al, 2006). Sendo assim, é dese-
jável que a produção da Política Externa seja politizada, isto é, permeável aos
interesses e demandas de sociedade, e seu processo decisório deve ocorrer na
mesma esfera das demais políticas domésticas. Nesta perspectiva destaca-se a
importância do Poder Legislativo como local de deliberação, accountability, troca
de informações e ajuste de preferências (ANASTASIA, INÁCIO, 2010), na produ-
ção de uma política exterior que atenda ao melhor interesses dos cidadãos.
5. Até o início do segundo mandato do presidente Lula, 83% das leis aprovadas foram
apresentadas pelos Presidentes da República e 75% desses projetos de lei foram aprovados
durante os mandatos, a maioria deles no mesmo ano em que foram enviados (FIGUEIREDO,
LIMONGI, 2007).
9. Aliança Bolivariana para as Américas e Área de Livre Comércio dos Américas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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