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Introdução ........................................................................................................... 3
1) Objetivo ........................................................................................................... 3
2) Simbologia ...................................................................................................... 3
3) Referências Normativas ................................................................................... 4
4) Propriedades do Material ................................................................................. 5
5) Verificação de Segurança e Utilização das Estruturas de CRF ..................... 13
6) Dimensionamento no Estado Limite Último ................................................... 15
7) Verificação no Estado Limite de Serviço ........................................................ 20
8) Especificação do CRF ................................................................................... 22
1) OBJETIVO
Estas diretrizes têm como objetivo indicar requisitos para projeto de estruturas de Concreto
Reforçado com Fibras e de estruturas de Concreto Reforçado com Fibras em conjunto com
o Concreto Armado.
Para atender os requisitos indicados para projeto dessas estruturas também são indicados
ensaios com critérios específicos para avaliação do comportamento mecânico do Concreto
Reforçado com Fibras.
2) SIMBOLOGIA
Fj - Carga correspondente ao CMODj
CMODj - Medida da abertura da boca da trinca
CMOD1 - Medida da abertura da boca da trinca correspondente a 0,5 mm
CMOD3 - Medida da abertura da boca da trinca correspondente a 2,5 mm
fL - Resistência à tração do CRF (Limite de Proporcionalidade)
fLk - Resistência característica à tração do CRF
fct – Resistência à tração do concreto simples (sem fibras)
fctk – Resistência característica à tração do concreto simples (sem fibras)
fck – Resistência característica à compressão do concreto simples (sem fibras)
3) REFERÊNCIAS NORMATIVAS
As normas que servem de referência para estas recomendações dizem respeito à
caracterização de fibras e avaliação do comportamento mecânico do CRF e aos projetos de
estruturas de concreto.
ABNT NBR 15530:07 Fibras de aço para concreto - Especificação
ABNT NBR 6118:2007 Projeto de Estruturas de Concreto - Procedimento
EN 14651 - Test method for metallic fibre concrete ― Measuring the flexural tensile strength
(limit of proportionality (LOP), residual)
As matrizes de concreto sem o reforço das fibras apresentam comportamento frágil, com
baixa capacidade resistente das seções e baixas deformações quando submetidas a
esforços de tração, praticamente não apresentando deformações plásticas. A maioria dos
concretos empregados atualmente que incorporam fibras utiliza baixos teores, o que resulta
num aumento pouco significativo de suas resistências à compressão e à tração. Dessa
forma, a matriz fissura com o mesmo nível de tensão e de deformação do que quando não
reforçada.
O reforço com fibras descontínuas e aleatoriamente distribuídas na matriz tem como
expectativa o controle da abertura e da propagação de fissuras no concreto, alterando o seu
comportamento mecânico após a ruptura da matriz, melhorando a capacidade de absorção
de energia do concreto, diminuindo o nível de fragilidade do material. Isto ocorre porque as
fibras atuam “costurando”, preservando a resistência mecânica das seções.As propriedades
mecânicas de uma matriz cimentícia são modificadas com a adição de fibras. No entanto, as
propriedades elásticas e a resistência à compressão não são significativamente afetadas
pelas fibras, a não ser que um grande teor de fibra seja usado.
O comportamento mecânico pós-fissuração da matriz do CRF pode ser caracterizado
conforme a Figura 1. Nela se observa que após a fissuração da matriz de concreto (Pcr), a
carga pode assumir dois caminhos: (a) manutenção de carga abaixo da carga Pcr,
caracterizando-se como um “amolecimento” do CRF ou (b) manutenção de carga acima da
carga Pcr, caracterizando-se como um “enrijecimento” do CRF.
(a) (b)
Figura 1: Comportamento de “amolecimento” (a) e “enrijecimento” (b) sob tração axial
A partir do ensaio de flexão obtêm-se a relação Carga – Deformação expressa pela abertura
da boca da fissura CMOD (Crack Mouth Opening Displacement), conforme se observa na
Figura 3.
na qual:
fR,j é a Resistência residual à tração do CRF
Fj é a carga correspondente ao CMODj
l é o vão de ensaio do corpo-de-prova
b é a largura do corpo-de-prova
hsp é distância entre a ponta do entalhe e a face superior do corpo-de-prova
Outros ensaios podem ser utilizados desde que possam ser comprovados fatores de
correlação com os parâmetros da EN 14651.
Para além desses requisitos de material, o uso estrutural d CRF, exige novos aspectos a
serem satisfeitos, conforme descrito no item 5 deste documento.
O diagrama tensão–abertura de fissura sob tração axial é definido pelo comportamento pós-
fissuração do CRF, que deve ser aplicado no ELU.
Duas hipóteses de leis constitutivas podem ser utilizadas para aplicação em seções
solicitadas normalmente à tração, que podem ser extraídas a partir de ensaios de flexão. O
Modelo Rígido-Plástico e o Modelo Linear, considerando comportamento pós-fissuração de
“endurecimento” ou “amolecimento”, conforme se observa na Figura 5 onde, fFts representa a
resistência residual pós-fissuração de serviço do CRF e, fFtu representa a resistência residual
pós-fissuração última do CRF. As linhas contínuas e tracejadas referem-se ao
comportamento de “endurecimento” e “amolecimento” pós-fissuração.
(a) (b)
Figura 5 - Leis constitutivas de pós-fissuração: (a) Modelo Rígido-Plástico (b) Modelo Linear
Figura 6 - Modelo simplificado adotado para determinação de fFtu, por meio de fR3.
O Modelo Linear utiliza dois valores de referência, definidos por meio das seguintes
expressões:
# = 0,45 1
*$
#$ = # ) . # ) 0,5 3 / 0,2 1 0 1 0
CMOD3
wu é a abertura máxima de fissura aceita no projeto. Seu valor depende da ductilidade
necessária.
A equação para obtenção de fFtu com wu = CMOD3 é obtida a partir do equilíbrio de rotação
no ELU, onde o diagrama de tensão de tração ao longo da seção é tomado como mostra a
Figura 7.
fFtu
Figura 7 - Diagrama distribuição de tensões na seção para determinação de fFts (b) e fFtu (c)
para o Modelo Linear
Para Análises Numéricas, leis constitutivas mais avançadas são recomendadas, incluindo a
resistência à tração de primeira fissura.
IJKL1
;FGH =
M
*$ 2.5
;FGN = = min B;$ , E
M M
Com εFu = 2% para distribuição de tensão variável ao longo da seção transversal e 1% para
somente na distribuição da tensão elástica ao longo da seção transversal.
Para materiais caracterizados por propagação estável até εELS, com resistência à tração fFts
maior que fct, dois casos podem ser considerados:
Caso II o processo de fissuração torna-se estável até a deformação no ELS e o diagrama
tensão-deformação é definido em quatro trechos. Os dois primeiros trechos permanecem
correspondendo ao concreto simples, enquanto o terceiro trecho BD é analiticamente
descrito como:
234RS 83 8
= para ;! ≤ ; ≤ ;VW
4TS
U34RS 8VW3 8
Caso III o processo de fissuração torna-se estável até a deformação no ELS e o diagrama
tensão-deformação é definido em três trechos. O segundo trecho AD é definido como:
23 2X 83 8^
= para εc ≤ ; ≤ ;FGH
YZ[\]32X ε_`a 3 8^
Para ambos os Casos (II) e (III), o material pode ter comportamento de “amolecimento” (DE)
ou “endurecimento” (DE’), dependendo da inclinação do último trecho.
Em geral, uma distribuição isotrópica de fibra é assumida de modo que o fator de orientação
da fibra pode ser considerado como K = 1,0.
Para efeitos favoráveis, um fator de orientação K < 1,0 pode ser aplicado se comprovado
experimentalmente.
Para efeitos desfavoráveis, um fator de orientação K > 1,0 pode ser provado
experimentalmente e aplicado.
Os valores de fFtsd e fFtud devem ser assim modificados :
fFtsd, mod = # f
g
fFtud, mod = #$f
g
Pode ser adotado coeficiente de ponderação reduzido para o material CRF (γY 1 1,30, desde
que se adote controle mais rigoroso nos procedimentos de produção do material.
O comportamento da orientação das fibras deve ser observado em ensaio-padrão podendo
desviar substancialmente (benéfico ou não) do comportamento correspondente ao CRF no
elemento estrutural ou na estrutura. Assim, o método de produção e a consistência do
concreto devem ser levados em conta pelo projetista quando da especificação do CRF.
Quando K < 1,0 é aplicado em uma direção, o K em outra direção deve ser verificado.
Ensaios especiais podem ser usados para determinar o efeito da orientação da fibra devido
a moldagem e compactação no elemento estrutural real, usando amostras estruturais que
melhor reproduzem o material no elemento estrutural.
i!jMk 1 5 iFGH
Onde i U é deslocamento limite, i PICO é o deslocamento da carga máxima e i ELS é o
deslocamento do Estado Limite de Serviço de carga obtida pela realização de uma Análise
Linear Elástica com hipótese de não fissuração na condição inicial no Módulo de
Elasticidade.
Figura 12: Carga (F)–Volumes referentes à fratura no corpo-de-prova (V0) e na estrutura (V)
Na literatura, métodos diferentes são propostos para avaliar o fator KRd que leva em conta os
efeitos favoráveis devido à redistribuição de esforços proporcionado pela adição de fibras ao
concreto, de tal modo que, considera essencialmente a evidência experimental, de resposta
mecânica global, que se ajusta com os valores médios das resistências residuais de pós-
fissuração do material, quando ocorre redistribuição de carga. Isto é principalmente devido a
redução do desvio padrão da resposta da estrutura em relação ao ensaio padrão, onde o
número limite de fibras e a locação específica geométrica da fissura, leva a grandes
dispersões.
KRd pode ser obtido pela análise estrutural que leva em conta uma redistribuição aleatória da
capacidade resistente do CRF. O fator KRd pode ser obtido por:
l ,
gf = nop r #$n ≤ 1,4
lnop , n #$r
Onde:
Pmax,k é o valor característico da carga máxima na estrutura
Pmax,m é o valor médio da carga máxima na estrutura
O Estado Limite Último é atingido quando uma das seguintes condições é alcançada:
- máxima deformação de compressão no CRF, εcu;
- máxima deformação no aço tracionado (se existir), εsu;
- máxima deformação no CRF, εFu
λx
Figura 13: ELU para momento fletor e força normal – diagramas simplificado com λ e
η como os utilizados no concreto armado
A resistência ao cisalhamento, VRd,F, é assumida como sendo não menor do que o valor
mínimo, VRd,Fmin , definido por:
1,5
#$ = 1,35 ) .1,35 ) 0,5 × 2,5 / 0,2 × 3,00 1 0
7.291,67
Com essa consideração, é possível permite limitar o desenvolvimento e a difusão da ruptura
inclinada e, como consequência, pode garantir ductilidade suficiente ao elemento estrutural
Quando a referida limitação não é aplicada, é necessário a utilização de armadura de
cisalhamento convencional (estribos).
TSwx
uv ≤
y4
Na qual:
fFtuk - Resistência residual à tração característica última do CRF, considerando wu = 1,5 mm
Em estruturas de CRF em que são satisfeitos os requisitos mínimos de fR1k/fLk > 0,4 e fR3k/fR1k
> 0,5, as armaduras de reforço secundário podem ser omitidas.
46 . S 2
mRd =
Quando a análise é linear, o momento máximo principal deve ser inferior a mRd. O
cisalhamento em placas de CRF sem armadura longitudinal ou pré-tensionada não é
considerado como dominante a menos que concentrações de carga significativas ocorram
perto o apoio.
V Rd = V Rd,F + V Rd,s
Na qual:
4TSwx
V Rd,f = ΥT
b0 . dv
Na qual:
fFtuk - Resistência residual à tração característica última do CRF, considerando wu = 1,5 mm
Quando o reforço com fibras for utilizado para a resistência à punção, uma quantidade
mínima de fibras (e se aplicável armadura transversal) é necessária a fim de assegurar uma
capacidade de deformação suficiente, considerando:
V Rd,s + V Rd,f 1 0,5 . VEd
σ1 ≤ 0,6 . fFtuk
Na qual:
r – parâmetro empírico que leva em consideração a influência do cobrimento da armadura.
Como simplificação pode ser utilizado o valor de 1,0.
M - cobrimento da armadura
- diâmetro da armadura
c
|
,¡4 =
cM, ¢
As = área de aço
Ac,ef = área efetiva de concreto
fctm resistência média à tração na flexão
fFtsm = 0,45 fR1
£¤¥ - tensão de aderência entre o concreto e ao aço
- tensão máxima no aço no estágio de fissuração, podendo ser considerado igual à
tensão de escoamento do aço
^5¦
As,min = kc . k . (fctm – fFtsm)
2
Na qual: