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Psicologia e Educação: Impasses e Possibilidades na Contemporaneidade

Introdução

A escola é uma instituição por onde passam crianças, jovens e adultos. Em sua

maioria, os indivíduos que frequentam o período escolar passam por mudanças e estão

em constante desenvolvimento, tanto físico, psíquico, como também social. A escola

surge como um papel de guiar esses indivíduos e facilitar esse desenvolvimento, além de

que também deve formar o sujeito e prepara-lo para um processo de socialização mais

complexo (mercado de trabalho, entre outros) que possibilidade a individuação do ser.

Segundo Hennigen (2011) a escola é lugar de socialização, onde se desenvolvem valores

como respeito, amizade, verdade, solidariedade e justiça, que contribuem para relações

humanas mais pacíficas e igualitárias; é espaço para cultivar uma postura crítica e para o

exercício da cidadania.

Contudo, a escola ainda enfrenta uma de suas maiores contrariedades, o fracasso

escolar. O fracasso escolar é algo que não estava previsto ao se fazer as contas quando foi

implementada as políticas públicas de educação. Atualmente, ainda é presente o discurso

de atribuição do fracasso escolar ao sujeito e com isso, a psicologia, no âmbito escolar e

educacional, enfrenta um de seus maiores hiatos, a atuação do psicólogo voltado para a

implementação de Políticas Públicas, promoção à saúde e emancipação do sujeito, em

face de um modelo clínico construído. O modelo clínico utilizado pelos profissionais de

psicologia e percebido acerca da psicologia no âmbito escolar e educacional, muito se

deve à construção histórica da psicologia escolar e educacional, que segundo Abaid, Dias

e Patias (2014), por muito tempo o psicólogo inserido no contexto educacional utilizou

como principal ferramenta no contexto escolar os testes psicológicos, com o intuito de

medir as capacidades e habilidades dos alunos. O que acaba por evidenciar assim um
discurso reducionista que atribui o fracasso escolar ao sujeito e desconsiderando qualquer

outro fator que possua raízes ambientais e culturais.

Mesmo que a atuação do psicólogo no âmbito escolar tenha mudado, ainda

apresenta muitas dificuldades, explicitado por profissionais psicólogos que dentro da

instituição escolar encontra-se, de certa forma, perdido em sua atuação. Um dos maiores

problemas que pode ser destacado é o fato de que a atuação nas escolas não exige nenhum

nível de especialização, mesmo que exista uma especialização expedida pelo Conselho

Federal de Psicologia (CFP). Segundo a resolução n°013/17 do CFP, o psicólogo escolar

pode atuar com um trabalho interdisciplinar e integrado aos contextos educacionais, que

pode ser desenvolvido tanto individualmente como em grupos, em diferentes níveis, como

promoção, prevenção e tratamento, CFP (2007).

Atualmente, a psicologia escolar e educacional tem refletido o foco da atuação e

se construído em cima de uma atuação crítica, que permite apresentar práticas inovadoras,

construir novos referenciais teóricos, para que se reconheça a complexidade do fenômeno

escolar. E assim permitir que o profissional atue de maneira mais apropriada e eficiente

nas escolas.

Desenvolvimento

Atualmente, novos meios de atuação são deparados no contexto escolar. O

profissional psicólogo, além de criticar a postura clínica construída, avaliação de alunos,

entre outros, o profissional vem atuando de maneira a promover discussões em grupos, e

outras formas de atendimento que não se centram em práticas clínicas e terapêutica,


Abaid, Dias e Patias (2014). Com isso, novos ambientes são desenvolvidos dentro das

escolas, como um espaço para que se percebam dificuldades e potenciais dos sujeitos.

Com isso, se faz necessário que o psicólogo conheça outros atores que atuam no

contexto escolar e trabalhar com eles, como os funcionários em geral, coordenação,

secretaria e direção. É necessário que conheça a realidade a partir do ponto de vista de

outros atores, para que se possa desenvolver um trabalho eficaz. Sendo assim, a atuação

do psicólogo explicita que o foco da atuação não é apenas ensino-aprendizagem, mas

também institucional. Segundo Abaid, Dias e Patias (2014), conhecer a realidade da

história, cultura e política do contexto educacional, permite que os conhecimentos

produzidos para a realidade dos fenômenos, possam oferecer subsídios concretos para a

realização de intervenções. Em suas intervenções é necessário que o profissional de

psicologia evidencie as contradições entre as práticas educativas e as demandas do sujeito

nesse contexto, Araújo (2003).

Segundo Araújo & Oliveria, (2009), a atuação do psicólogo necessita se

comprometer com a modificação do processo de culpabilização e de exclusão de alunos.

Conhecer o contexto escolar, a história, cultura e política é essencial para que se realize o

movimento de um olhar holístico. Não obstante, frisa que outra possibilidade de atuação

do psicólogo é a prevenção. Prevenção traz uma noção de antecipação, antecipar

fenômenos com o intuito de evitar que ele ocorra.

Além disso, outra proposta de atuação na contemporaneidade é a participação do

professor como co-participantes das atuações em Psicologia Escolar, Araújo & Oliveira,

(2009). O professor vem a se tornar um ator fundamental na atuação do psicólogo e com

isso facilitar a interlocução das práticas escolares e permitir que se possa, aos professores,

construir críticas acerca da atuação e do âmbito escolar e educacional. Além disso,


permite que o psicólogo descontrua a visão psicologizante acerca da psicologia escolar e

educacional e construir reflexões mais consistentes.

Conclusão

Apesar da atuação do psicólogo nas escolas tenha se construído em um modelo

clínico de atuação, novos meios de se pensar a atuação foram possibilitados. A reflexão

de uma postura crítica no contexto escolar, permite que o psicólogo abra novos meios de

refletir, reinventar e reconstruir o foco da atuação.

O fracasso escolar ainda é frequente nas escolas, no processo ensino-

aprendizagem, tendo como o psicólogo o facilitador desse processo. A visão reducionista

do fracasso escolar permitiu que o sujeito fosse culpabilizado pelo seu fracasso do não

aprender. Cabe ao profissional de psicologia descontruir essa visão e mostrar que existem

outros fatores que contribuem para o fracasso, e com base nisso implementar novos meios

de se pensar a escola e os processos de ensino-aprendizagem, sempre com uma postura

crítica. Um dos deveres do psicólogo escolar educacional é a implementação de novas

políticas públicas de educação, e com essa importante ferramenta, o psicólogo pode

contribuir com uma reconstrução da educação no Brasil, que atravessa uma grande crise

planejada para o seu sucateamento.

Além disso, o fato de que a atuação no contexto escolar e educacional não exigir

nível de especialização, pode vir a ser algo que dificultaria o desenvolvimento de uma

atuação de qualidade, eficaz e apropriada do psicólogo. Não é incomum o profissional se

encontrar perdido na sua própria atuação. Outro ponto a ser criticado é ausência do

profissional psicólogo nas escolas públicas, sendo raro a presença do profissional. O

profissional é, comumente, encontrado com maior frequência dentro das escolas privadas
de ensino, o que, consequentemente, o serviço de psicologia escolar educacional não

abrange toda a população que se encontram inseridos no contexto escolar.

Com novos focos na atuação, o psicólogo pode atuar de maneira a promover a

saúde, emancipação dos sujeitos, e, prevenir e antecipar fenômenos que acompanham as

práticas no contexto educacional. Pensar novas formas de se fazer processos de ensino-

aprendizagem e manter uma postura crítica acerca da psicologia no âmbito educacional e

escolar, se faz necessário para que se continue a desenvolver práticas inovadores e

produzir novos referenciais teóricos.

Referências:

Abaid, J. L. W.; Dias, A. C. G.; Patias, N. D. (2014). Psicologia Escolar e

Possibilidades na Atuação do Psicólogo: Algumas Reflexões. Revista

Quadrimestral da Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional,

São Paulo, 18(1), 105-111.

Araújo, C. M M.; Oliveria, C. B. E. (2009). Psicologia Escolar: Cenários

Atuais. Estudos e Pesquisa em Psicologia, UERJ, Rio de Janeiro, 9(3),

648-663.

Araújo, C. M. M. (2003). Psicologia Escolar e o Desenvolvimento de

Competências: uma opção para a capacitação continuada. (Dissertação

de Doutorado, Instituto de Psicologia, Universidade de Brasília). Acessado

de http://www.redalyc.org/html/946/94625212/.
Conselho Federal de Psicologia (CFP) (2007). Resoluções relativas ao Título

Profissional de Especialista em Psicologia e dispõe sobre normas e

procedimentos para seu registro nº 013/07. Recuperado em 09 de julho de

2018. Disponível em:

https://site.cfp.org.br/wpcontent/uploads/2008/08/Resolucao_CFP_nx_013-2007.pdf

Hennigen, I. (2011). Psicologia em Instituições Escolares: Impasses,

possibilidades. Psicologia da Educação, São Paulo, 33(2), 49-75.

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